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ESCOLA DE FOTOGRAFIA PRÉ MANIPULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO PRÉVIA

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Academic year: 2021

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A MANIPULAÇÃO DE IMAGENS NO FOTOJORNALISMO 

TEXTO DE EMERSON FOGAÇA, ALUNO DE FOTOJORNALISMO, FOCUS 

ESCOLA DE FOTOGRAFIA 

Partindo  do  princípio  que  a  intenção  inicial  da  fotografia  jornalística  é  de  informar  o  leitor, por meio de imagens, sobre acontecimentos reais, considera‐se qualquer artifício  utilizado para alterar esta realidade, antes ou depois do instante fotográfico, uma forma  de  manipulação  da  informação,  as  alterações  visuais  em  uma  imagem,  ou  seja,  as  manipulações podem surgir antes ou depois da sua captura. Mesmo tendo a obrigação  de ser o mais isento possível, o simples olhar de um repórter fotográfico para o fato ou  objeto a ser documentado pode se caracterizar como manipulação da imagem. Isso se  explica no momento que o fotógrafo escolhe o tipo de lente e o filme que vai usar a  profundidade  de  campo  que  vai  dar  e  outros  aparatos  técnicos  empregados  na  construção da sua imagem. Dessa forma, ele estará manipulando por meio de um grupo  de equipamentos, os elementos visuais presentes neste fato. Porém, com a intenção  primeira de construir uma imagem que repasse a informação ao leitor. O mesmo pode  ser dito do uso de filtros e de gelatinas coloridas, do processo de iluminação artificial ou  até da luz natural rebatida. Assim, tanto os conhecimentos técnicos de um fotógrafo,  quanto a sua bagagem cultural, social e econômica, são evidências de um determinado  tipo de manipulação.  PRÉ‐MANIPULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO PRÉVIA  Henri Cartier Bresson, o mestre do “momento decisivo”, como ele mesmo descrevia a  sua arte, fotografava apenas em 50 mm. Bresson afirmava que apenas o exercício do  olhar  levaria  o  fotógrafo  a  uma  boa  imagem.  Caso  os  fotojornalistas  de  hoje  em dia,  estivessem seguindo a lição do maior fotógrafo do século XX, talvez não pudéssemos  abordar esse tópico neste trabalho.  A pré‐manipulação encontra‐se presente em toda  e qualquer forma de alteração da imagem capturada antes do disparo. A escolha de uma  objetiva,  do  filme  e  da  luz,  é  um  exemplo  de  pré‐manipulação.  Do  mesmo  modo,  o  pensamento ideológico do fotógrafo também. 

PRODUÇÃO E SIMULAÇÃO 

Outra  forma  de  manipulação  que  pode  ocorrer  no  momento  em  que  o  fotógrafo  se  prepara para captar a imagem, é a simulação da realidade por meio da produção de uma  cena. A simulação normalmente ocorre quando o fotojornalista perde um instante a ser  retratado,  como  o  aperto  de  mãos  entre  políticos  importantes,  atos  públicos  envolvendo  personalidades  ou  uma  invasão  de  terras  em  que  os  integrantes  cortam  uma cerca. Em casos deste tipo, é comum ouvir um pedido como, ”por favor, aperte a  mão de novo” ou então, “assine outra vez”. 

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DIREITO AUTORAL E FOTOJORNALISMO 

Direito autoral, ou direitos de autor, são termos que se referem ao rol de direitos que  protegem  autores  de  obras  intelectuais  de  diversas  áreas.  A  doutrina  divide  os  chamados  "direitos  morais  de  um  autor"  dos  direitos  de  cunho  patrimonial.  Direitos  autorais  não  necessariamente  são  o  mesmo  que  "Copyright".  Este  último  como  a  tradução de seu nome já diz faz referencia ao direito à cópia, direito de reprodução, ou  seja o foco está no objeto. Já no direito de autor o foco está na pessoa do direito (o  autor). Em relação ao direito de reprodução o titular dos direitos poderá colocar sua  obra a disposição do publico, na forma, local e tempo que desejar, de forma onerosa ou  gratuita. Já em relação à natureza jurídica dos direitos autorais, a lei preve a existencia  de um núcleo inalienável, nos quais se inserem os direitos de paternidade e integridade  da obra que são inalienáveis.   Mas também existe outro núcleo que abrange os direitos patrimoniais, que englobam  os  direitos  de  controle  sobre  a  reprodução,  edição  e  tradução  de  determinada  obra.  Temos  então  que  o  direito  de  autor  é  também  perpétuo,  por  exemplo  a  "Divina  Comédia"  será  sempre  uma  obra  de  Dante,  não  importa  quanto  tempo  passe.  São  características do Direito de Autor as seguintes: 

‐  A  obra  deve  ser  o  resultado  do  talento  criativo  do  homem  ‐  Essa  proteção  é  reconhecida com independência do gênero da obra, sua forma de expressão, mérito ou 

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destino; ‐ A obra deve ser original ‐ O direito de Autor abrange  as relações jurídicas  referentes à criação e utilização econômica de obra intelectuais, autorais e estéticas,  seja na literatura, nas artes ou na ciência ‐ O Direito proveniente da relação do autor  com sua obra é perene e inalienável, ainda que fosse esta a vontade do autor.   Direitos Morais e Patrimoniais  A Lei de Direito de Autor confere os seguintes direitos morais conforme previsto em seu  artigo 24: 

‐  o  de  reivindicar  a  autoria  da  obra  ‐  o  de  ter  seu  nome,  pseudônimo  ou  sinal  convencional indicado ou anunciado ‐ o de conservar a obra inédita ‐ o de assegurar a  integridade da obra ‐ o de modificar a obra antes ou depois de utilizada ‐ o de retirar de  circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a  circulação ou utilização implicarem afronta aà sua reputação e imagem ‐ o de ter acesso  a exemplar único e raro da obra 

 Faz‐se  também  sempre  necessário  citar  o  criador,  ainda  que  em  reproduções  já  permitidas ou autorizadas. Os direitos morais quando violados podem ser reivindicados  judicialmente  até  10  anos  após  o  ilícito.  Enquanto  os  direitos  morais  são  personalíssimos,  intransferíveis  e  irrenunciáveis,  os  direitos    patrimoniais  podem  ser  transferidos total ou parcialmente, por meio de licenciamento, concessão , cessão ou  autorização. Presume‐se onerosa a  cessão quando o contrato não  dispuser de forma  contrária.   Reparação do dano moral  Haverá o dever de indenizar sempre que for violado o direito do autor em qualquer dos  seus aspectos: ‐ Indenização por dano material se o causador do dano obtiver proveito  econômico com a obra do autor sem a sua autorização ou participação. ‐ Indenização  por dano moral se a agressão for contra os direitos morais do autor. ‐ Indenização por  danos morais e patrimoniais se ambos os direitos forem violados.  O Art. 108 da Lei de Direito Autoral serve de suporte para estar afirmações ao dispor:  "Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra intelectual, deixar de indicar  ou  de  anunciar,  como  tal,  nome,  o  pseudônimo  ou  sinal  convencional  do  autor  e  do  intérprete,  além  de  responder  por  danos  morais,  está  obrigado  a  divulgar‐lhes  a  identidade". As formas de identificação são explicitadas nos incisos I, II e III do art 108  da lei supracitada. Vemos que a lei vai além da indenização moral pelo dano, impondo  sanções acessórias ao ofensor. Exclusão de responsabilidade 

Existem algumas situações especiais onde poderá não existir o dever de indenizar, tais  como: 

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‐  A  citação  em  livros  e  artigos  de  passagens  de  qualquer  obra  ‐  A  reprodução  de  pequenos  trechos  de  obras  preexistentes  ‐  O  editor  que  publica  uma  obra  plagiada  confiando no suposto autor 

Uso indevido de Imagem 

A  jurisprudência  prevê  que  os  veículos  de  comunicação  responderão  também,  por  publicar fotos sem autorização, ainda que cedidas por terceiros. É importante lembrar  que eventualmente o alvo de punição por uso indevido de imagem pode ser o fotógrafo,  existindo até jurisprudência neste sentido, como em caso de crianças filhos de famosos  que às vezes são alvos de paparazzi pela fama de seus pais, mas ainda assim são crianças  e tem direito a sua privacidade. 

FOTÓGRAFOS BRASILEIROS 

Evandro Teixeira Evandro Teixeira, o segundo fotógrafo que selecionei dentre os estudados, é um  fotógrafo  bastante  versátil,  nascido  em  Santa  Inês,  ‐BA  em  1945,   atua na área de Fotojornalismo.  

Ele iniciou sua carreira no jornal Diário da Noite‐RJ. Em 1963 transferiu‐se para o  Jornal do Brasil, permanecendo até os dias atuais. 

Evandro  destaca‐se  em  diversos  campos  da  área  jornalística,  contemplando  temas  políticos,  esportes,  etc.  em  seu  trabalho  sendo,  inclusive,  autor  dos  livros  Fotojornalismo e Canudos 100 anos. 

Seu trabalho retratou momentos importantes da história do Brasil relacionados  à  Ditadura  possibilitando  demonstrar  para  as  gerações  futuras  o  significado  e  simbolismo de toda uma era relacionada à política no país.  A obra do fotógrafo pode, portanto, constituir‐se como uma vasta e importante  fonte referente ao estudo do imaginário do regime militar‐civil de 1964.  Pesquisando e conhecendo um pouco sobre seu trabalho foi possível observar  que o mesmo compreende a fotografia enquanto um ato político. Compreensão sobre  a qual foi possível refletir e que instigou e ampliou meu conhecimento a respeito do  campo  da  fotografia,  tendo  portanto,  sido  um  dos  fotógrafos  selecionados  para  a  apresentação do presente relatório. 

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Na sequência, são apresentadas algumas fotografias de Evandro que retratam  um pouco de seu trabalho.      Fonte: https://focusfoto.com.br/mestres‐da‐fotografia‐evandro‐teixeira/      Fonte:  http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2013/07/02/1968‐pelas‐ lentes‐de‐evandro‐teixeira/   

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  Fonte:  http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2013/07/02/1968‐pelas‐ lentes‐de‐evandro‐teixeira/ 

 

O trabalho de Evandro foi reconhecido internacionalmente por meio de várias  premiações  dentre  as  quais  se  destaca  o  Premio  UNESCO  de  Fotojornalismo  e  a  realização de exposições internacionais em Paris e Tóquio.     Sebastião Salgado    Sebastião nasceu em Aimorés‐MG em 8 de Fevereiro de 1944 e atua no campo  da Fotografia Documental. Ele é Formado em economia pela Universidade de São Paulo,  tendo atuado na Organização Internacional do Café em 1973.  Após uma viajar para a África, na qual levou uma câmera de sua mulher, acabou  mudando de área e passando a atuar no campo da fotografia , no qual descobriu um  modo para denunciar a injustiça, a desigualdade e a exploração. 

Salgado  atuou  para  agências  como  Sygma,  Gamma  e  Magnum  e  possui  fotografias  em  publicações  internacionais  como  Stern,  Time,  Paris‐Match,  Actuel,  Libération, El País, Newsweek, Sunday Times, dentre outros. 

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Ele também possui livros impactantes como Terra, Êxodos e Trabalhadores.  Seu  trabalho  lhe  possibilitou  prêmios  como  o  Prêmio  W.Eugene  Smith  à  fotografia de interesse humano. 

Salgado fundou em 1994 a sua própria agência de notícias que representava seu  trabalho e era  chamada “Imagens da Amazônia”. 

A  imagem  abaixo  retrata  uma  escola  em  um  campo  de  refugiados  no  Afeganistão:      Fonte:https://osimpublicaveis.wordpress.com/2009/12/04/fotografia‐sebastiao‐ salgado/    É interessante destacar que as imagens de Salgado expressam o olhar sensível  dele sobre a exclusão social e desigualdades registradas em todos os continentes pelos  quais passa e registra as diferentes realidades através de seu olhar.   

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  Fonte:https://focusfoto.com.br/regional‐barreiro‐recebe‐a‐mostra‐sebastiao‐ salgado‐fotografia‐comprometida/               

Referências

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