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C40A Pronunciamento proferido pelo Deputado Max Rosenmann PMDB/PR em / /2005.

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Excelentíssimo Senhor Presidente

nobres membros da mesa diretora

e líderes das bancadas

ilustres colegas

senhoras e senhores

Há mais de dez anos acompanho a resistência, na chamada Guerra dos Pneus, de pequenas e médias empresas brasileiras ameaçadas pelas multinacionais fabricantes de pneus do Brasil, que não querem concorrência. Uma luta de sobrevivência, tornada ainda mais desigual porque as multinacionais, por incrível que pareça, têm apoio incondicional do Ibama e dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A pretexto de proteger o meio ambiente, portarias vieram proibir as importações de pneus usados, que são matéria-prima imprescindível à vida das empresas de pneus recapados, recauchutados e remoldados. Tudo isso, lamentavelmente, com apoio de ambientalistas que nunca admitem analisar de verdade essa questão.

No Brasil e no Mundo, pneus velhos sempre foram problema sério para o meio ambiente e a saúde pública, uma vez que lançados ao relento acumulam água limpa das chuvas e se tornam o berçário preferido do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela urbana. Esta é a razão do preconceito histórico contra os pneus velhos, aqui no Brasil instrumentalizado pelos interesses das multinacionais dos pneus.

Por seu lado, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente jamais criaram qualquer programa ou ação que demonstrasse, na prática, decisão política de dar solução ao problema. Com essa omissão, apóiam as multinacionais, que sempre se esquivaram igualmente de qualquer esforço, quanto mais de sacrifício

Pronunciamento proferido pelo

Deputado Max Rosenmann –

PMDB/PR em ___/___/2005.

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financeiro, para limpar o lixo por elas gerado no Brasil, da ordem de 95% de todo o passivo ambiental dessa natureza.

Foi para garantir o direito de trabalhar em seu próprio país que as empresas de reforma de pneus criaram em 1998 o texto original daquela que veio a ser aprovada como Resolução Conama n° 258/99. Para isso teve fundamental importância a participação do presidente da Abip, a associação dos remoldadores de pneus, no grupo de trabalho formado na Câmara Técnica de Controle Ambiental do Conama, o Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Como resultado de extenuante trabalho de informação e convencimento, o texto recebeu aprovação, por maioria esmagadora, dos conselheiros estaduais reunidos na Assembléia Geral do Conama. Entrando em vigor ao final de 1999, a resolução passou a exigir que, a partir de 01.01.2002, todas as empresas fabricantes e as importadoras de pneus, como contrapartida ambiental, coletassem no território brasileiro e destruíssem, de forma ambientalmente adequada, um pneu velho para cada outro fabricado, ou importado, vendido no mercado brasileiro.

Em seguida, o mesmo segmento da remoldagem criou o programa Rodando Limpo, que em apenas um ano reduziu os casos autóctones de dengue no Paraná em 99,7% (de mais de 10 mil casos, para apenas 27). Levado à região Nordeste, onde já funciona na Paraíba e em Pernambuco, tem cronograma para abranger todos os demais Estados nordestinos até o final de 2006.

Além de nunca reconhecer esse esforço, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, ao contrário, fazem carga incondicional contra as importações das matérias-primas (pneus usados). Com atitude fundamentalista, consideram tais importações um desastre para a Nação, enquanto defendem as multinacionais dos pneus, argumentando que têm sido prejudicadas pelo setor de reforma de pneus, esquecendo-se de que as pequenas e médias empresas que sofrem com a ação do Ibama, são também, no mínimo, indústrias brasileiras.

As multinacionais dos pneus não cumprem sua obrigação ambiental e ainda são favorecidas. O Ibama multa em R$ 0,30 por pneu não coletado, sendo que, o custo para destruição desses é de R$ 1,60 por pneu, tornando-se um estímulo para o descumprimento das normas Ambiental e do Conama. Assim é que o Ibama as multou por não terem coletado, somente em 2004 (em 2005 espera-se o mesmo), o equivalente a quaespera-se 70 milhões de pneus de automóvel, o que fez somente depois que o Ministério Público de Brasília acatou a denúncia formulada

através de Representação Criminal da ABIP, contra os presidentes das

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multinacionais, por crime ambiental, e contra o presidente do Ibama por crime de prevaricação, encaminhando o processo à Polícia Federal, para oitiva dos acusados.

Enquanto isso, todas as empresas importadoras de matéria-prima (pneus usados) têm cumprido em dobro suas obrigações ambientais, sendo que, a partir de 2005, para importar quatro pneus usados, precisam provar, com documento do Ibama, que destruíram no mínimo cinco pneus inservíveis coletados no território brasileiro.

Portanto, é fácil constatar que as multinacionais dos pneus não cumprem sua obrigação ambiental, inexistindo motivo para imaginar que tenham qualquer compromisso com o meio ambiente brasileiro. De outro lado, as empresas do setor de reforma de pneus, que importam a matéria-prima básica para se manter operando, são hoje as responsáveis pela totalidade dos avanços conquistados para a solução do “lixo-pneu” no Brasil.

Quanto à geração de empregos, as pequenas e médias empresas do segmento de reforma de pneus, junto com as empresas fabricantes de borracha do setor, unidas no Projeto denominado Força Tarefa para Livrar o Brasil do “Pneu-Lixo”, somam mais de 40 mil empregos diretos e outros mais de 200 mil indiretos, prestando serviços nos centros automotivos e outras atividades correlatas, gerando quatro postos de trabalho para cada um gerado nas robotizadas indústrias multinacionais de pneus, em relação à mesma quantidade de pneus produzida.

Como fiéis seguidores da doutrina de Josef Goebbels, Ministro da Informação de Hitler, de que uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade, os representantes do Ibama e MMA, bem como os das multinacionais dos pneus, afirmam, sem qualquer consistência, que a importação de pneus usados, exclusivamente para uso como matéria-prima industrial, causa danos ao meio ambiente e à ecologia, além de por a indústria nacional em risco.

Como pode essa gente verbalizar tais inverdades com tanta desenvoltura? Afinal, para importar sua matéria-prima, as empresas produtoras de pneus reformados são obrigadas a coletar e destruir cinco pneus para cada quatro importados. Os cinco coletados são processados nas fábricas de cimento, onde substituem o coque de petróleo importado, com vantagem ecológica e de poder calorífico, economizando divisas para a Nação, além de um bom dinheiro na operação, sem qualquer risco para o meio ambiente e sem qualquer poluição.

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A verdade é que as multinacionais se sentem prejudicadas em seu lucro com a presença da concorrência dos pneus remoldados, principalmente, e agora com a decisão de todas as empresas de pneus recapados e recauchutados, incluindo de pneus de ônibus e caminhões, de importarem sua matéria-prima, ou seja, carcaças de pneus usados, para utilizar os 40% de ociosidade de suas instalações, máquinas e equipamentos, onde estarão sendo gerados, em curto prazo, dezenas de milhares de novos empregos.

Resumindo: as multinacionais dos pneus são atualmente responsáveis por cerca de 85% dos pneus usados anualmente descartados no Brasil, não cumprem sua obrigação ambiental e são aplaudidas e apoiadas pelo Ibama e pelos dois citados ministérios. De outro lado, as empresas de reforma de pneus, responsáveis por quantidade de pneus importados (matéria-prima) menor do que 15% em relação ao mercado de pneus do Brasil, cumprem mais do que sua obrigação, mas são taxadas como um problema grave para o Brasil. Dá para entender?

Diante de tudo o que foi aqui exposto, me entristece constatar que alguns de nossos colegas, que da mesma forma que eu, acompanham a Guerra dos Pneus, se mostram insensíveis para os fatos, mantendo-se não só contra as pequenas e médias empresas brasileiras, mas, de forma até desavergonhada, agindo explicitamente em favor dos interesses das multinacionais dos pneus, por ditas razões que a ninguém mais convence. Não se trata de razões ambientais, efetivamente, pois defender quem não cumpre sua obrigação ambiental e atacar quem a cumpre em dobro, é um contra-senso, para dizer o mínimo.

Finalizando, encareço aos meus pares que reflitam sobre os preços que eram obrigados a pagar por pneus no Brasil cerca de 15 anos atrás, quando as multinacionais, de forma cartelizada e sem concorrência, praticavam no Brasil os maiores preços do planeta para pneus aqui fabricados com um composto de borracha mole, para durar apenas 25 a 30 mil km. E que se recordem também que naquela mesma época, quando as ações criadas pelo segmento de reforma de pneus ainda não eram praticadas, montanhas de pneus velhos se amontoavam em todo País, gerando verdadeiras epidemias de dengue, o que não mais acontece.

-Senhor Presidente, peço a Vossa Excelência que autorize a

divulgação do meu pronunciamento no programa a Voz do Brasil.

Muito Obrigado.

MAX ROSENMANN

DEPUTADO FEDERAL – PMDB/PR

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