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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO PROFISSIONAL ANALISTA DE SISTEMAS
SOBRE COMPETÊNCIAS NA RELAÇÃO ANALISTA-CLIENTE
Daucy Monteiro de SOUZA1 Alcina Maria Testa Braz da SILVA2 Alexandre Barreto de Oliveira SILVA3 Gabriel Zuqueto AMARAL3 Jefferson Ribeiro Santiago dos SANTOS3 Leandro Carneiro DEMIER3 Vinicius Antunes da Costa SANTOS3
RESUMO
A partir do estudo teórico sobre a Representação Social como forma de conhecimento prático, na disciplina Psicologia Social, foi realizada uma pesquisa a fim de analisar o fenômeno da imagem do profissional analista de sistemas da informação e suas representações. Identifica-se como esse profissional vê a relação usuário/cliente, seu entendimento sobre a competência profissional, as competências essenciais para a área de atuação e como se encontra a reputação desse profissional.
Palavras-chave: Representação Social. Competência Profissional. Imagem Profissional.
1
Professora da disciplina. Mestre em Educação que desenvolve Iniciação Científica como TDE
2 Professora do IFRJ – Orientadora do Projeto de Pesquisa
3
Aluno do 7º período do Curso de Análise de Sistemas UNIVERSO. Trabalho realizado como TDE – Iniciação
Científica – na disciplina de Psicologia Social e Técnicas de Grupo, orientada pela Profa. Daucy Monteiro de
Souza.
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INTRODUÇÃO
Devido à rápida evolução das tecnologias informacionais é fundamental a constante atualização do profissional analista de sistemas que precisa de capacitação em diversos campos de administração no que diz respeito às habilidades no relacionamento com pessoas, visto que esse profissional necessita interagir com os usuários, co-participantes no desenvolvimento dos sistemas.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para formar um corpo de conhecimentos foram os realizados Fichamentos de diversos textos focando a atenção nos conceitos necessários ao desenvolver a pesquisa. Assim, sempre em grupo, semanalmente, foram discutidas as ideias centrais das referências indicadas pela professora orientadora. O que a princípio parecia um tanto estranho para futuros analistas de sistemas tornou-se peculiar e proveitoso.
Aos poucos foi construído o texto utilizando-se as citações versus temática de estudo.
As Representações Sociais têm em Serge Moscovici (1961) sua primeira base teórica através da obra A Psicanálise, sua
imagem e seu público. O objetivo da Teoria
das Representações Sociais é explicar os fenômenos do homem a partir de uma perspectiva coletiva, sem perder de vista a individualidade. Uma conceituação formal.
Entretanto, Moscovici (apud SÁ, 2004, p. 30) apresenta:
“A demanda por exatidão de significado e por definição precisa de termos pode ter um efeito pernicioso, como eu acredito ter tido frequentemente nas ciências do comportamento”.
Portanto, a Teoria das
Representações Sociais, preconizada pelo psicólogo social europeu Serge Moscovici, está principalmente relacionada com o estudo das simbologias sociais a nível tanto de macro como de micro análise, ou seja, o estudo das trocas simbólicas infinitamente desenvolvidas em ambientes sociais; de relações interpessoais, e de como isso influencia na construção do conhecimento compartilhado, da cultura, o que leva a situar o autor supracitado entre os chamados interacionistas simbólicos.
Alves-Mazzotti (2008 p.20), diz que a teoria da representação social ajuda a “investigar como se formam e como funcionam os sistemas de referência que utilizamos para classificar pessoas e grupos e para interpretar acontecimentos da realidade cotidiana”.
O artigo em que se realizou o fichamento teve como finalidade, efetuar uma revisão acerca da Teoria das Representações Sociais (TRS) e colaborou na aplicação de várias pesquisas em educação, em especial, referente ao trabalho docente na educação infantil. Trata-se, portanto, de um texto especificamente teórico, pois, pretendeu incluir a revisão em uma proposta de pesquisa qualitativa em que os conceitos seriam auxiliares para a interpretação de determinados fenômenos educativos o que se tornou peculiar ao estudo que se realiza sobre a relação analista – cliente.
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As representações sociais, segundo definição clássica apresentada por Jodelet (1985), são modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e ideativo em que se vive. São, consequentemente, formas de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos — imagens, conceitos, categorias, teorias, mas que não se reduzem jamais aos componentes cognitivos. Sendo socialmente elaboradas e compartilhadas, contribuem para a construção de uma realidade comum, que possibilita a comunicação.
Desse modo, as representações são, essencialmente, fenômenos sociais que, mesmo acessados a partir do seu conteúdo cognitivo, têm de ser entendidos a partir do seu contexto de produção. Ou seja, a partir das funções simbólicas e ideológicas a que servem e das formas de comunicação onde circulam.
Sendo formas de conhecimento, as representações sociais constituem uma vertente teórica da Psicologia Social que faz contraponto com as demais correntes da Filosofia, da História, da Sociologia e da Psicologia Cognitiva que se debruçam sobre a questão do conhecimento. Situá-las na ótica da Psicologia Social implica, portanto, discutir tanto aquilo que é compartilhado pelas demais disciplinas — e que faz das representações sociais um campo transdisciplinar — quanto à contribuição específica da Psicologia Social.
Para Jodelet (1985) as modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e ideativo em que vivemos são, consequentemente, formas de
conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos — imagens, conceitos, categorias, teorias, mas que não se reduzem jamais aos componentes cognitivos.
Os estudos realizados na tentativa de compreender sobre a Sociedade Globalizada e Sociedade da Informação chega aos fichamentos dos escritos de Pierre Levy (1999).
Levy (1999, p.118) diz que:
(....) a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no começo de seu percurso profissional será obsoleta no final de sua carreira. A segunda constatação, fortemente ligada à primeira, concerne à nova natureza do trabalho, na qual a parte de transação de conhecimentos não para de crescer. Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos.
Esse estudo influenciou vários filósofos da atualidade que trabalham a questão da cibercultura e da inteligência coletiva. O autor é um otimista das novas tecnologias de comunicação e acredita que a humanidade caminha para a construção de um novo espaço do saber, no qual todos os seres humanos estarão interligados em tempo real pela Internet, que já se vivencia e trouxe maior amplitude à profissão de analistas de sistemas.
Para o estudo sobre Análise de Sistemas buscou-se compreensão em Masiero (1999). O autor diz que a Engenharia de Software é como se fosse qualquer outra engenharia. A ideia é usar os princípios básicos de engenharia (análise, projeto, codificação, teste e todo o ciclo de vida) e aplicar métodos e técnicas que tornem esse trabalho eficiente, sem retrabalho, com
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qualidade, sem extrapolar os custos e prazos, etc. Essa é a ideia geral da Engenharia de Software. Essa área começou no fim dos anos 60 e segue esses princípios. Aqui no Brasil nós temos vários grupos de Engenharia de Software em várias faculdades, as principais do país. Grupos de ES aqui em São Carlos, no IME, na PUC do Rio, na UFRJ, na Coppe, no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco. Não são muitos, são alguns grupos. Hoje em dia, assim como a ciência no Brasil de um modo geral, esses são grupos fortes e estão no nível de outros grupos aqui
do Brasil. Estão procurando
internacionalização com muito contato com o exterior. Eu não diria que o Brasil nesta área tem a mesma projeção que outros grupos do exterior, mas estamos num nível bem avançado. O programa brasileiro possui uns sete ou oito professores de ES, o que para os padrões brasileiros é bastante alto. São poucos grupos de ES com esse tamanho no Brasil e isso se deve ao trabalho, do professor Maldonado - Prof. José Carlos Maldonado que muito estudou e trabalhou nessa área. Enfim, a engenharia de software é uma área interessante, mas não é muito diferente do que outras áreas como Banco de Dados, Computação Gráfica ou Inteligência Computacional têm no Brasil.
Bem, com a evolução, Masiero foi se adaptando e se adequando as novas áreas relacionadas à análise de sistemas, hoje em dia o currículo dele é de dar inveja em diversos estudantes de análise de sistemas.
Além de possuir raciocínio lógico, iniciativa na resolução de problemas e no desenvolvimento de softwares, o analista de sistemas deve estar sempre pronto para
mudanças e buscando aperfeiçoamento, conhecer a área de negócio da organização e propor soluções para alcançar os objetivos de cada processo da mesma.
Segundo Masiero (1999), a competência fundamental ao analista é o “gerenciamento de projetos, pois o desenvolvimento de um sistema necessita adequar tempo e custo”. O profissional deve proporcionar melhorias no desempenho da organização por meio do uso racional de sua criatividade, manter-se atualizado acompanhando a evolução da tecnologia, por meio de pesquisas, treinamentos e cursos. O analista procura desenvolver uma perfeita relação com os usuários, servindo de forma abrangente nas reais necessidades e problemas de seus clientes.
Para Masiero (1999 apud RICI: R 2011 p.98):
O analista de sistemas é um transformador nas organizações, possibilitando a solução de diversos problemas de uma empresa, proporcionando novas atividades e melhora para as condições de trabalho e de vida de todos os funcionários de uma organização, por meio de novas tecnologias da informação e da gestão da área de sistemas.
Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Ciência da Informação, entre outros, todos eles com duração média de quatro anos e com forte inter-relação.
Para exercer a função de analista de sistemas, o profissional deve estar sempre atualizado para acompanhar o rápido progresso da tecnologia. Bons conhecimentos em inglês são indispensáveis. Os analistas de sistemas atuam nas áreas de Auditoria de
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sistemas de informação; Projeto e engenharia de software; Administração de banco de
dados; Gerência de área;
Gerência/administração de redes de pequeno e médio porte; Docência no ensino de informática além de outras áreas em que o sistema de informação requeira sua presença. Com a constante necessidade de modernização e competitividade no mercado, o campo de trabalho para os profissionais da área de informática, Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Análise de Sistemas, encontra-se aquecido e em pleno desenvolvimento tanto no setor público quanto no privado.
OBJETIVO GERAL
Reconhecer a representação social do profissional da informação (analista de sistemas) sobre a sua imagem perante os usuários dos sistemas por eles desenvolvidos.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Analisar a percepção (concepção) do profissional analista de sistemas sobre competências necessárias para atuação profissional.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada por meio de questionário com perguntas semi estruturadas do tipo qualitativa. O questionário foi divido em dois blocos de questões direcionadas ao profissional analista de sistemas. Foi aplicado em uma amostra de profissionais da
tecnologia da informação. O total de respondentes foi de 06 analistas de sistemas. O instrumento para a coleta de dados foi baseado nas informações da orientadora.
RESULTADOS
I- Traçando o perfil dos entrevistados:
1- Você estudou em faculdade: ( )Pública ( )Particular
Gráfico 1: Instituição de Formação
Observa-se (Gráfico 1) que 57% dos entrevistados estudaram em Instituição particular e 43 % em Instituição pública. Sendo assim, a formação dos entrevistados não oferece um percentual de grande diferencial em respeito às informações coletadas.
2- Há quanto tempo é formado?
Observa-se (Gráfico 2) que 50% dos profissionais entrevistados estão em curso de sua formação, 33% são formados a mais de 11 anos e 17% possuem menos de 11 anos de formados. Todos, entretanto atuam como profissionais devido à formação diversa a nível técnico como se observa no Gráfico 3.
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Gráfico 2: Tempo de formação
3- Realizou outros cursos? Quais?
Conforme se observa (Gráfico 3) os profissionais analistas de sistemas entrevistados realizaram, todos eles, cursos que complementam sua formação profissional. 20% desses profissionais realizaram cursos de Banco de Dados, 20% curso de redes, 20% realizaram curso de Gerência, 20% realizaram curso de manutenção e 20% realizaram curso de MBA. Portanto, os profissionais entrevistados estão qualificados para atuar na profissão e no mercado de trabalho.
Gráfico 3: Cursos realizados
4- Se sente realizado como analista?
Conforme se observa (Gráfico 4), 67% dos entrevistados se sentem realizados em sua profissão enquanto 33% ainda almejam maior crescimento em virtude do pouco tempo de atuação e se tratarem de jovens profissionais.
Gráfico 4: Realização profissional
5- Acredita ter reputação positiva na área de trabalho?
Conforme se observa (Gráfico 5) 100% dos profissionais entrevistados acreditam na reputação positiva na área de trabalho como analistas de sistemas. O que significa que o analista de sistemas é um profissional bem considerado no mercado de trabalho.
Gráfico 5: Reputação profissional
20% 20% 20% 20% 20% Banco de Dados Redes Gerências Manutenção
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6- Como é o seu relacionamento usuário - cliente?
Conforme se observa (Gráfico 6) 100% dos entrevistados possuem bom relacionamento com o seu usuário-cliente. Daí se considera importante a opinião dos entrevistados quanto às competências necessárias ao profissional analistas de sistemas.
Gráfico 6: Relacionamento usuário- cliente
7- Cite competência para o profissional de sua área:
Conforme se observa (Gráfico 7), 40% dos profissionais entrevistados consideram importante na profissão de analista de sistemas o desenvolvimento da competência Relacionamento Interpessoal, 30% dos entrevistados consideram Habilidades Técnicas como competência essencial ao analista de sistemas, 20% consideram Comprometimento e 10% consideram a Organização como competência importante ao analista de sistemas.
Gráfico 7: Competência necessária aos analistas de sistemas
8- Você utiliza especificações tomando por base a opinião do usuário?
Gráfico 8: Utilização de especificações
Conforme se observa (Gráfico 8), 100% dos entrevistados utiliza especificações tomando por base a opinião do usuário-cliente.
Portanto tem-se configurado o Quadro Referencial das representações sociais de profissionais analistas de sistemas sobre a relação analista- cliente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando a percepção (concepção) do profissional analista de sistemas sobre competências necessárias para atuação
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profissional, concluí-se que a maioria dos entrevistados mostrou grande preocupação com o conhecimento que o usuário pode transmitir, buscando manter um relacionamento amigável para que todas as partes ganhem com o isso.
O resultado justifica um alto grau de satisfação dos entrevistados com a profissão que escolheram o que incentiva os estudantes que realizam a pesquisa a prosseguir em sua formação com afinco para alcançar as competências descritas pelos entrevistados
Analisando a percepção (concepção) do profissional analista de sistemas sobre competências necessárias para atuação profissional, considera-se como “sistema de referência” (Alves-Mazzotti 2008), para as competências que os analistas de sistemas devem desenvolver as categorias: (i) Relacionamento interpessoal; (ii) Organização; (iii) Habilidades Técnicas; (iv) Comprometimento.
Considera-se ainda que o objetivo do estudo em analisar a percepção (concepção) do profissional analista de sistemas sobre competências necessárias para atuação profissional foi atingido. O profissional Analista de sistemas busca manter um relacionamento amigável para que ambas as partes apresente alto grau de satisfação na relação analista – cliente e representa peça chave da categoria Relacionamento Interpessoal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALVES-MAZZOTTI, A. J. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à
educação. Revista Múltiplas Leituras, v.1, n.1 p. 18-43, 2008.
2. JODELET, D. As representações sociais. EDUERJ. 2001.
LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
3. MASIERO, C. P. Sistemas de Informação ou análise de sistemas? São Paulo: USP,
1999. Disponível em:
http://www.icm.sc.usp.br/~masiero/nomesist.ht m Acesso em: 5/10/2012.
4. MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de janeiro: Vozes, 2003.