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Metodologia de Pesquisa para Ciência da Computação

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Academic year: 2021

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Metodologia de Pesquisa para

Ciência da Computação

fonte: livro Prof. Raul Sidnei Wazlawick, 2009

Profa. M. Cristina ICMC-USP SCC5921 – Metodologia de Pesquisa em Visualização e Imagens

(2)

Capítulo 6

(3)

Artigos Científicos

♦ Maneira academicamente reconhecida de divulgação de trabalho científico  produto resultante de mestrados e de doutorados, exigido

por muitas instituições

♦ Publicação científica e impacto da publicação como indicadores de confiabilidade e qualidade

♦ Artigos científicos devem refletir rigidamente a metodolodia de pesquisa, e devem ser mais sucintos do que uma monografia  clareza e objetividade

(4)

Autores

Artigos são, em geral, trabalhos colaborativos: no mínimo, o orientador do trabalho participa efetivamente da confecção de um artigo, além do próprio aluno

♦ Há diversos entendimentos sobre a ordem para a listagem dos autores, mas não há consenso sobre qual seria a forma mais adequada.

♦ A ordem alfabética é bem aceita, no entanto, nem sempre é uma boa solução: muitas vezes a ordem é intrepretada como uma indicação do peso da contribuição. P.ex., o primeiro autor costuma ser o mais importante.

(5)

Motivação

♦ Só deve redigir o texto quando sabe o que vai comunicar  por mais óbvio que pareça, muitos alunos não fazem desta maneira

Inicialmente, deve-se tentar sintetizar o trabalho em uma única frase; em seguida, desenvolver esta frase apresentando antecedentes, detalhamento, e consequências

♦ Caso não se consiga sintetizar em uma frase, talvez seja necessário

(6)

Motivação

♦ Um artigo é a comunicação de uma ideia – não se deve falar por falar;

evitar informação irrelevante ou desconexa

♦ Texto curto com 6 a 12 páginas – não é um tratado sobre uma área do conhecimento, mas a transcrição objetiva e precisa de uma ideia de pesquisa, do desenvolvimento, e das consequências

♦ Deve enfatizar o resultado concreto obtido, mostrando como se chegou a este resultado, e a qual problema real ele se refere

(7)

Motivação

♦ O artigo deve apresentar os conceitos necessários para sua compreensão, de acordo com o perfil do público alvo

Por exemplo: um artigo sobre o uso de redes neurais em economia

Em veículos de IA: mencionar apenas qual o modelo usado de rede neural, explicando também todos os conceitos de economia envolvidos

Em veículos de economia: definir o que é uma rede neural e o modelo usado, mas não os conceitos básicos de economia

(8)

Motivação

♦ Pergunta a ser feita: “porque estou escrevendo este artigo?”

♦ “para documentar o que tenho feito nos últimos anos”: pouco

interessante

♦ “para melhorar meu currículo”: importante para quem

escreve, mas não para quem lê

♦ “comunicar uma ideia a alguém”: resposta correta

Próximas perguntas: “o que meu artigo quer comunicar?” e “qual é

o público alvo do artigo?”  devem ser respondidas categoricamente

(9)

Trabalhos Correlacionados

♦ Todo artigo e monografia devem apresentar trabalhos

correlacionados – não é aceitável “ninguém jamais fez algo parecido”  o trabalho perde credibilidade

Pesquisar os melhores periódicos e eventos ao longo dos últimos 5

ou 10 anos, e catalogar os trabalhos como “não relacionados”,

“moderadamente relacionados”, ou “fortemente relacionados”

♦ Caso realmente não se encontre nada especificamente semelhante,

(10)

Trabalhos Correlacionados

♦ Pode-se inclusive mencionar como a revisão bibliográfica foi feita:

“foram revisados os periódicos x,y, e z de 2003 a 2009 e não foram encontrados trabalhos relativos ao uso de redes neurais para previsão em bolsas de valores; porém foram encontrados os trabalhos moderadamente relacionados....”  importante esclarecimento ao leitor, traz respaldo ao autor, caso existam trabalhos fortemente relacionados, mas que tenham sido publicados em veículos pouco expressivos

(11)

Contribuição do Artigo

♦ Na confecção de um artigo ♦ Não se deve ser modesto

Mas também não se deve exagerar

♦ Deve-se ser realista com relação aos resultados e à contribuição,

convencendo o leitor de que seus resultados estão corretos

♦ É necessário um trabalho de convencimento, evitando-se lacunas

que levem à invalidação por parte dos revisores  usar provas, evidências, e exemplos

A contribuição deve ficar clara, desde o abstract  apresentar os

(12)

Tipos de artigos

Revisão sistemática de literatura, survey

v. https://en.wikipedia.org/wiki/Systematic_review

Desenvolvimento de teoria

Relato de experiência

(13)

Tipos de artigos

Artigo teórico

Conjunto de definições  teoria

Apresentação de propriedades lógicas demonstráveis  indução

matemática, indução estrutural, redução ao absurdo, ...

♦ Toda afirmação precisa de fundamentação por meio de

referência bibliográfica, prova lógica, relato de observação direta, ou ainda como hipótese ou definição

(14)

Tipos de artigos

Relato de experiência

♦ Informação sobre experimento e suas observações

♦ Mostra como a situação observada se reflete em outras

situações  generalização

Evitar detalhes irrelevantes  sempre válido

♦ O relato deve se concentrar nas ideias, não no experimento em

si

(15)

Tipos de artigos

Artigos sobre Métodos

♦ Muito comum em ciência da computação ♦ Apresentar o método e suas vantagens

Comparar com métodos anteriores  fundamental para

aceitação do artigo

♦ Adotar métricas bem definidas de comparação

Ênfase nas novas ideias, não no procedimental adotado

♦ Abordar também as limitações, muito embora com precaução

(16)

Escrita científica

Portal da escrita científica:

(17)

Veículos de Publicação

♦ Há inúmeros veículos que atendem à demanda por divulgação

científica  variam em qualidade, impacto, e seletividade

♦ Deve-se escolher o veículo em função da real contribuição e inovação

do trabalho

♦ Perante uma recusa, aproveitar a análise crítica recebida e melhorar

sua qualidade

♦ Estilo

Periódico: mais importante em todas as ciências, divulga os

trabalhos mais relevantes; no entanto, em ciência da computação ainda há um número relativamente pequeno de periódicos

Evento: importante em ciência da computação; agilidade e

rapidez entre submissão e divulgação  problemas em análises comparativas com outras ciências

(18)

Veículos de Publicação

♦ Estilo

Workshop/seminário: eventos satélites de conferências. Em

geral, de abrangência reduzida; poucos são considerados relevantes. Muitos evoluem para conferências

Livros/Capítulos de livros: bastante valorizados e de grande

abrangência, embora geralmente não sejam resultado de teses e monografias; têm como objetivo divulgar conhecimento consolidado

(19)

Veículos de Publicação

Evento x Periódico

Eventos: possuem prazo (deadline) para submissão, sendo avaliados

por um comitê de programa; os eventos mais competitivos são muito seletivos (baixa taxa de aceitação), portanto, os artigos

competitivos são os que apresentam um elevado grau de maturidade  após a aceitação, os artigos recebem poucas modificações. Processo é ágil.

Periódicos: envio contínuo, processo de revisão do artigo mais

longo e interativo. Possivelmente discussão com revisores e comitê

editorial, com inúmeras sugestões de alteração. Esse processo pode

(20)

Capes-Qualis

♦ Sistema criado pela CAPES-Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior

♦ Serve como métrica para avaliar a pós-graduação e atividade

científica no Brasil  critério usado para

destinação de recursos

auditoria de uso de recursos

classificação qualitativa dos programas de pós-graduação guiar a comunidade científica brasileira

(21)

Qualis-Capes

Como funciona?

♦ A cada 4 anos (quadriênio) a CAPES recebe relatórios (sistema

Sucupira) dos programas de pós-graduação do Brasil, de todas

as áreas

♦ Nestes relatórios são reportados, entre outras informações, os

veículos de divulgação científica usados por cada programa

♦ Os veículos passam a integrar o Qualis, e serão qualificados de

maneira estratificada: A1 é o estrato de maior qualidade, seguido de A2, B1, B2, B3, B4, B5, e C, este último considerado

de menor qualidade

♦ A CAPES organiza os dados de todas as áreas. Como cada área

tem suas especificidades, um comitê de avaliação de cada área

é responsável por elaborar documentos de área que

(22)

Por razão do sistema Qualis considerar múltiplas áreas, cada qual com autonomia para fazer sua avaliação, muitos veículos científicos recebem estratificações diferentes quando

considerados em diferentes áreas

A estratificação Qualis é usada para ponderar a produção dos programas de pós-graduação segundo a tabela:

http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/

(23)

Qualis-Capes

♦ A avaliação completa dos programas de pós-graduação considera múltiplos critérios, como detalhado no respectivo documento de área, v. http://www.capes.gov.br/avaliacao/documentos-de-area-

♦ A avaliação dos veículos de publicação obedece a políticas

atualizadas periodicamente, decididas segundo a dinâmica científica observada em diferentes momentos

(24)

Qualis-Capes

O resultado da estratificação dos periódicos na avaliação

Qualis-Capes é oficialmente divulgado pelo sistema

WebQualis

Cada comitê apresenta planilhas e documentos contendo os

(25)

Qualis-Capes: como usar

Importante conhecer e considerar ao definir os veículos aonde

publicar seus resultados;

Mas não o mais importante: há diversos fatores a considerar. O

Qualis não substitui o conhecimento da área e dos seus

veículos;

V. impacto (JCR, índice H, ...)

Fundamental é se informar para escolher veículos que tenham

credibilidade e evitar os caracterizados como “predatory

publishing”

(26)

Capítulo 7

(27)

Ética no Envio de Artigos

Principais aspectos éticos

♦ Artigos originais devem ser submetidos a um único veículo de cada

vez, a menos que o veículo adote uma política específica de aceitar tal

prática, mediante aviso

♦ Publicar um artigo implica que ele, ou partes dele, não serão

publicados em outros lugares

Não se deve publicar várias versões de um mesmo trabalho em

diferentes veículos, mesmo que a apresentação seja

significativamente diferente (autoplágio)  no entanto, há diversos veículos que aceitam novas versões de um mesmo trabalho desde que

satisfaçam algumas condições como 30% de novo conteúdo; pode-se

ainda explorar o mesmo trabalho segundo diferentes aspectos, o que pode gerar novas contribuições e artigos

(28)

Ética no Envio de Artigos

Principais aspectos éticos

♦ O texto de um artigo deve ser sempre 100% original, a menos de pequenos trechos reproduzidos que devem vir entre aspas e com

indicação do autor (ainda que se trate de você mesmo)

♦ As figuras de um artigo devem ter sido geradas pelo autor. Reprodução de figuras de outras publicações requer autorização do detentor dos direitos

♦ Reuso de figuras é aceitável em dissertações/teses não publicadas com objetivo comerciais, mas devem ser devidamente creditadas

(29)

Plágio

Apropriação indevida de ideias ou textos de outras

pessoas

Na era da Internet, tornou-se muito fácil plagiar; no

entanto, tornou-se ainda mais fácil detectar o plágio

Duas formas principais de plágio:

Copia literal de textos de outras pessoas para a

confecção integral ou parcial de trabalhos

Copia de ideias em textos que, mesmo usando

(30)

Plágio

https://www.turnitin.com/pt/blog/cinco-tipos-plagio-mais-frequentes

http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/09/14/quatro-tons-de-plagio-academico/

http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/08/20/plagio-academico-derruba-ministros-checos/

(31)

A Lei Brasileira

Lei 9.610 de 19/02/1988, consolida a legislação sobre

direitos autorais:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm

Responde a uma pergunta frequente: uma instituição

que financia uma bolsa torna-se detentora dos

direitos sobre o que for produzido pelo bolsista?

“Artigo 6º. Não serão de domínio da União, dos

estados, do Distrito Federal ou dos municípios as obras

por eles simplesmente subvencionadas”

O artigo 7 lista os tipos de obras protegidos pela lei, e o

artigo 8 lista os tipos de obras que não são protegidos

pela lei

(32)

A Lei Brasileira

A lei brasileira considera o plágio como crime,

prevendo multa e prisão

É interessante observar que não há graus de plágio

perante a lei, qualquer plágio é plágio;

(33)

Plágio

Seção 4 do Código de Boas Práticas Científicas da

FAPESP estabelece que o plágio deve ser

considerado como má conduta grave, definindo-o

como

“a utilização de ideias ou formulações verbais, orais

ou escritas de outrem sem dar-lhe por elas, expressa

e claramente, o devido crédito, de modo a gerar

razoavelmente a percepção de que sejam ideias ou

formulações de autoria própria.”

(34)

Plágio

Legislação anti-plágio brasileira é uma das mais

rígidas do mundo

Não é necessário o registro de uma obra, basta

provar sua autoria

Os recursos de busca da internet facilitaram a

detecção de plágio; há sítios web e sistemas para

identificar trabalhos fraudulentos

(35)

Plágio

Para evitar caracterizar plágio

Colocar cópias literais de texto entre aspas

Citar a fonte

Ter muita cautela com reuso de texto (seu ou alheio)

e de figuras (idem)

Para um pesquisador, a capacidade de relatar a pesquisa é

tão importante quanto a capacidade de realizá-la: escrever

(monografia, artigo, projeto de pesquisa) é habilidade

essencial de um pesquisador

(36)

Ética em pesquisa

Questões éticas vão muito além do plágio de texto!

http://blogs.estadao.com.br/herton-

escobar/estudo-falso-e-aceito-para-publicacao-em-mais-de-150-revistas/

(37)

Ética em pesquisa

Questões éticas vão muito além do plágio de texto!

https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,a-descoberta-de-uma-fraude-em-pesquisas,70002505464

https://www.nature.com/articles/466438a

http://ccnmtl.columbia.edu/projects/rcr/rcr_authorship/intr

(38)

Peer review

Revisão por pares: outra componente da atividade

acadêmica

Utilizada na avaliação de artigos e de projetos de

pesquisa submetidos a financiamento, entre outros

https://authorservices.wiley.com/Reviewers/journal

(39)

Peer review

Quais são as questões éticas?

Na emissão de pareceres para projetos de pesquisa

Na avaliação de artigos

(40)

Bibliografia

• DAVIS, M. Scientific papers and presentations. San Diego: Academic Press, 1997.

• ECO, H. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1985.

• GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

• GIL, A. C. Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1994.

• LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1996.

• MATTAR NETO, J. A.. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

• MEDEIROS, J. B.. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

• OLIVEIRA, S. L.. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 2001. • SALOMON, D. Como fazer uma monografia. 4ªEdição. São Paulo: Martins

(41)

O conteúdo da apresentação não é uma reprodução exata do conteúdo

do livro, não sendo, portanto, de responsabilidade do autor

Prof. Raul

Sidnei Wazlawick

Referências

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