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Covid: Mesmo em queda, média de mortes diárias no Brasil ainda é maior do mundo

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Academic year: 2021

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Covid: Mesmo em queda, média

de mortes diárias no Brasil

ainda é maior do mundo

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Reprodução: BBC News Brasil

Covid: Mesmo em queda, média de mortes diárias no Brasil ainda é maior do mundo e supera a de continentes inteiros

Europa, África, América do Norte e Oceania têm atualmente médias móveis de mortes por covid-19 mais baixas que o Brasil.

Apesar da queda considerável nas estatísticas durante as últimas semanas, o número de óbitos por dia em nosso país segue muito alto e chega até a superar o que é registrado em continentes inteiros.

Além disso, o Brasil também ocupa, desde o dia 20 de junho, a primeira posição na média de novas mortes dos últimos sete dias em comparação com outras nações que também foram significativamente afetadas pelo coronavírus.

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De acordo com a plataforma Our World In Data , da Universidade de Oxford (Reino Unido), o Brasil tem média móvel de 1.278 mil

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mortes por covid-19.

A média móvel é uma média das notificações registradas ao

longo de sete dias . Ela dá uma melhor noção da evolução da

epidemia do que os números divulgados diariamente, porque os dados diários flutuam bastante, por uma série de motivos.

Em contrapartida, a Europa apresenta uma média de 961 óbitos/dia, a África está com 801, a América do Norte fica com 593 e a Oceania segue com 4. Os dados vão até 13 de julho.

As únicas duas regiões que superam a média brasileira de momento são Ásia (3,1 mil mortes/dia) e América do Sul (2,5 mil).

Mesmo nos números relativos, que levam em conta o tamanho da população de cada país, a situação continua bastante preocupante para o nosso lado: o Brasil aparece em nono lugar, com uma média de 6 mortes diárias para cada 1 milhão de habitantes.

Em ordem decrescente, os primeiros lugares do ranking pertencem a Namíbia (22,49 mortes/dia/milhão de pessoas), Tunísia (12,69), Suriname (10,2), Colômbia (9,31), Paraguai (9,27), Seicheles (8,72), Argentina (8,4) e África do Sul (6,05).

Nas últimas 24 horas, o Brasil foi o segundo lugar do mundo a registrar mais mortes por covid-19. Com 1.605 óbitos, só ficamos atrás da Índia (2.642).

Na liderança entre locais mais atingidos

O Brasil também ocupa, desde o dia 20 de junho, a primeira posição na quantidade de óbitos em comparação com outras nações que também foram significativamente mais afetadas pelo coronavírus.

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registraram mais óbitos por covid-19 até o momento (Estados Unidos, Brasil, Índia, México e Peru, em ordem decrescente).

No ranking das médias móveis liderado pelo Brasil (1.278), a Índia aparece em segundo lugar, com média de 1.028 mortes nos últimos sete dias. Na sequência, vêm Estados Unidos (261), México (188) e Peru (129).

O mesmo cenário se repete se relativizarmos os números de acordo com o tamanho da população de cada país: o Brasil segue na dianteira, com uma média de 6,01 mortes por milhão de habitantes, seguido por Peru (3,9 óbitos), México (1,46), Estados Unidos (0,79) e Índia (0,74).

Our World In Data/Divulgação

Desde o dia 20 de junho, Brasil (linha verde) é líder na média móvel de mortes por covid-19 entre os cinco países com os números mais altos até o momento. Na sequência, aparecem Índia (roxo), Estados Unidos (vermelho), México (azul) e Peru (laranja)

Situação global alarmante

Em seu discurso de abertura na coletiva de imprensa desta semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, mostrou preocupação com a piora da pandemia em várias partes do planeta.

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“Tivemos a quarta semana consecutiva com aumento do número de casos de covid-19. E, após dez semanas em queda, as mortes pela doença voltaram a crescer”, destacou.

“Nós continuamos a receber informações de várias regiões do mundo sobre hospitais que estão chegando à capacidade máxima”, completou.

E essa piora também pode ser observada nas estatísticas compiladas no site Our World In Data : quando consideramos todos os países (não apenas aqueles cinco com os maiores números absolutos), é possível notar um agravamento da situação na América Latina, no Sudeste Asiático e em alguns países da África.

Na Europa, a curva de novos casos voltou a apontar para cima, mesmo em locais com a vacinação já adiantada, como o Reino Unido.

Na avaliação de Ghebreyesus, esse cenário está relacionado com o espalhamento da variante Delta, que foi detectada originalmente na Índia.

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Reuters

Ghebreyesus vê com muitas reservas as discussões de aplicar uma terceira dose de vacina num momento em que boa parte do mundo segue desprotegida

“Essa variante está percorrendo o mundo num ritmo escaldante, levando a novos picos de casos e mortes”, disse o diretor-geral da OMS, que também deixou um recado claro para as farmacêuticas que já falam sobre a necessidade de uma dose de reforço de suas vacinas.

“A prioridade agora deve ser imunizar aqueles que não receberam nenhuma dose e não têm proteção. Em vez de Moderna e Pfizer priorizarem o fornecimento de vacinas como reforços para países cujas populações têm cobertura relativamente alta, precisamos que eles façam tudo para canalizar o fornecimento para iniciativas como o Covax Facility e para os países de renda média e baixa.”

“Não é hora de calmaria, ou de falar da vacinação nos países de baixa renda só em 2023 e 2024. Queremos progresso e ações para aumentar o acesso aos suprimentos que salvam vidas”, finalizou.

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No Brasil, atenção voltada aos mais

jovens

Em relação à situação interna, o mais recente Boletim InfoGripe , produzido por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), chama a atenção justamente para o número elevado de indivíduos com menos de 60 anos que estão internados no momento.

A análise leva em conta as notificações de hospitalização por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) — em meio à pandemia, é esperado que a maioria desses casos de infecção mais séria, que precisam de cuidados médicos, esteja relacionado com a covid-19.

Segundo o último relatório, que leva em conta a semana de 27 de junho a 3 de julho, o número de hospitalizações por SRAG de brasileiros com mais de 60 anos está caindo consideravelmente e alcançou patamares bem parecidos a outubro de 2020, o que certamente é uma boa notícia.

Essa informação sinaliza que as vacinas disponíveis estão funcionando bem e protegem contra as formas mais graves da covid-19.

Vale destacar que a população mais velha foi considerada um grupo prioritário na campanha de imunização e a maioria já recebeu as duas doses ao longo do primeiro semestre de 2021.

A preocupação maior, segundo o Boletim InfoGripe, está focada nas pessoas com menos de 60 anos: a taxa de internação entre os mais jovens segue alta, muito acima dos picos registrados no mesmo período do ano passado.

Isso, novamente, só atesta a importância dos imunizantes e a urgência de acelerar a campanha de vacinação para proteger o maior número de pessoas o mais rápido possível.

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brasileiras em descenso, a transmissão de vírus respiratórios continua alta em boa parte do país.

“Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que 16 deles e o Distrito Federal mostram macrorregiões em nível extremamente elevado [de transmissão viral comunitária]”, analisou o pesquisador em saúde pública Marcelo Gomes, um dos responsáveis pelo boletim, à Agência FioCruz de Notícias .

O cientista ainda afirmou que é preciso reavaliar as “flexibilizações já implementadas nos Estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização [de casos de SRAG] ainda em patamares elevados”.

E as próximas semanas?

Enquanto as notificações de mortes e casos se reduzem pouco a pouco, entidades e especialistas em saúde pública seguem defendendo a adoção de duas estratégias essenciais para controlar a pandemia e para que os números não voltem a subir daqui a algum tempo.

A primeira delas já falamos logo acima: levar as vacinas a todos os brasileiros. Ao que tudo indica, isso ajudará a evitar os casos mais graves (que estão relacionados a internação, intubação e morte) e pode até diminuir a taxa de contágio e transmissão do vírus na comunidade.

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Getty Images

Uma boa cobertura vacinal contra a covid-19 pode significar hospitais menos lotados e um melhor controle da pandemia

A segunda é reforçar as medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico, o uso de máscaras ao sair de casa, os cuidados com a circulação de ar pelos ambientes e a higiene das mãos.

O momento de maior calmaria também deveria servir de oportunidade para criar políticas públicas que já se mostraram efetivas em outros países, mas não foram implementadas a contento no Brasil.

É o caso, por exemplo, do melhor controle de fronteiras, portos e aeroportos e um amplo programa de vigilância epidemiológica, com testagem em massa, rastreamento de contatos e isolamento de casos confirmados de covid-19.

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da Anvisa

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Esse pacote de ações permitiria não apenas lidar com o atual cenário da pandemia, mas também nos deixaria mais preparados para o que pode vir pela frente, especialmente a partir da chegada ou da descoberta de novas variantes no país, como é o caso da Delta.

Referências

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