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Edição 45 - Volume 15 - Número 1 - JAN/FEV/MAR- 2018

PREVALÊNCIA DE LOMBALGIA E INCAPACIDADE

FUNCIONAL EM CUIDADORES DE CRIANÇAS E

ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL

Prevalence of low back pain and functional inability in caregivers of

chil-dren and adolescents with cerebral palsy

Dalete Queiroz¹, Cristiana Brito

2

, Matheus Magalhães

3

, Eduarda Pereira

4

, Thaís Peres

5

RESUMO

A Paralisia Cerebral (PC) consiste em uma doença que pode provocar um comprometimento motor, no mecanismo postural e no movimento voluntário, causando limitações nas atividades da vida diária, transferências e locomoção. A dependência física da criança e do adolescente com PC pode influenciar a vida de seus cuidadores e familiares, visto que, o fato do cuidar, pode acarretar um desequilíbrio e dor nas estruturas que compõem a coluna vertebral, como a lombalgia. Verificar a prevalência de lombalgia e de incapacidade funcional nas atividades da vida diária em cuidadores de crianças e adolescentes com PC. Foram entrevistados 30 cuidadores familiares de crianças com PC, utilizando-se a Escala Visual Analógica (EVA) e o Índice de incapacidade de Oswestry (ODI), e para análise estatística foi utilizado o teste Qui-quadrado e exato de Fisher que analisaram a relação entre as variáveis sociobiodemográficas dos cuidado-res e a pcuidado-resença da dor lombar. Com relação aos dados clínicos, verificou-se que 80% dos cuidadores apresentaram dor lombar, referindo em sua maioria intensidade leve (33,3%) e moderada (33,3%). Além disso, foi observado que 43,3% apresentaram inca-pacidade mínima, seguido com 16,7% de incainca-pacidade moderada. Foi possível observar que a referida amostra apresentou elevada prevalência de lombalgia, em sua maioria de intensidade leve e moderada, provocando, no entanto, uma incapacidade mínima em suas atividades diárias.

Palavras-chave: Cuidadores; Lombalgia; Paralisia

Ce-rebral.

ABSTRACT

Cerebral Palsy (CP) consists in a disease that may cause impairment, whether motor, in the postural mechanism and in the voluntary movement, causing limitations in activities of daily living, transfers and locomotion. The physical dependence of the child and the adolescent with CP can influence the life of their caregivers and relatives, since the fact of the care, might cause an imbalance and pain in the structures that make up the spine, like the low back pain. To verify the prevalence of low back pain and functional disability in the activities of daily living in caregivers of children and PC with CP. Thirty family caregivers of children with CP were interviewed using the visual analogue scale (VAS) and the Oswestry disability index (ODI), and the Chi-square and Fisher’s exact test were used for statisti-cal analysis, which analyzed the relationship between the socio--bio-demographic variables of the caregivers and the presence of low back pain. Concerning the clinical data, it was verified that 80% of the caregivers presented low back pain, referring mostly light intensity (33.3%) and moderate intensity (33.3%). Moreover, it was observed that 43.3% had minimal disability followed by 16.7% with moderate disability. It was possible to observe that the referred sample presented a high prevalence of low back pain, mostly of mild and moderate intensity, causing, however, a minimal disability in their daily activities.

Keywords: Caregivers; Cerebral Palsy, Low Back Pain.

1 Fisioterapeuta pela Universidade Católica de Pernambuco. Pós-graduanda em Fisioterapia em Traumato-Ortopedia e Esportiva no Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), Recife, Pernambuco, Brasil. 2 Professora do Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Doutora em Psicologia Clínica pela UNICAP, Recife, Pernambuco, Brasil.

3 Matheus Gustavo Silva Magalhães. Fisioterapeuta pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Mestrando em Fisioterapia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

4 Fisioterapeuta pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Pós-graduanda em Fisioterapia Neurofuncional no Centro de Formação, Aperfeiçoamento e Pesquisa (Grupo Cefapp), Recife, Pernambuco, Brasil. 5 Fisioterapeuta pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Pós-graduanda em Fisioterapia Neurofuncional no Centro de Formação, Aperfeiçoamento e Pesquisa (Grupo Cefapp), Recife, Pernambuco, Brasil.

Autor para correspondência: Matheus Gustavo Silva Magalhães

Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, Recife, Pernambuco, Brasil.

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INTRODUÇÃO

A Paralisia Cerebral (PC) constitui a deficiência física mais comum na infância, sendo definida como consequência de uma lesão no Sistema Nervoso Central durante o desenvolvimento cerebral, de caráter não progressivo, que pode ocorrer no período pré-natal (malformação, infecções congênitas), perinatal (trabalho de parto demorado, descolamento prévio de placenta, prematu-ridade, traumatismos cranioencefálico) ou pós-natal (traumas, lesões), podendo gerar alterações no mecanismo postural, motor e no movimento voluntário. O comprometimento neuromotor da criança e adolescente com PC pode ser definido de acordo com o local da lesão, classificando-se em hemiplegia, diplegia e tetraplegia/quadriplegia, bem como em relação ao tônus em espástica, atáxica, atetósica e mista.1,2

Crianças e adolescentes que apresentam PC necessitam do suporte frequente de cuidadores ou familiares, uma vez que as atividades da vida diária, transferências e locomoção são extre-mamente limitadas. Essa demanda de cuidados tem uma grande influência na saúde física desses cuidadores, visto que, o fato de cuidar da criança e do adolescente, funcionalmente dependente, pode acarretar um desequilíbrio e dor nas estruturas que compõem a coluna vertebral, por conta dos movimentos repetitivos e da permanência de posturas adotadas.3,4 Em função disso, cuida-dores de crianças com limitações funcionais estão mais sujeitos a apresentar lombalgia, quando comparados aos cuidadores de crianças sem incapacidades devido à grande necessidade de auxílio nas transferências.5,6

A lombalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, é um sintoma musculoesquelético na região inferior da coluna lombar, com ou sem irradiação para o membro inferior. Pode ser ocasionada por diversos fatores (mecânicos, degenerativos, inflamatórios, neoplásicos, metabólicos, infecciosos, psicogênicos ou viscerogênicos), surgindo após esforço físico de estruturas normais ou ação de força física normal sobre estruturas lesadas. É capaz de expressar consequências clínicas similares as de di-versas doenças, gerando impacto não apenas físico, mas também na funcionalidade e qualidade de vida dos indivíduos.7,8

Considerando que os cuidadores de crianças e adolescentes com deficiência são submetidos a uma sobrecarga física na rotina diária e que o impacto da lombalgia tem sido pouco estudado, o presente estudo, tem como obje¬tivo verificar a prevalência de lombalgia e de incapacidade funcional nas atividades da vida diária em cuidadores de crianças e adolescentes com PC.

MATERIAIS E MéTODOS

O estudo é parte integrante do projeto de pesquisa “Pre-venção e avaliação de alterações do desenvolvimento neurop-sicomotor”, com número de CAAE: 09726013.6.0000.5206, aprovado pelo comitê de ética, com número de aprovação 226.764 e pertencente ao grupo de pesquisa “Fisioterapia Ba-seada em Evidências”.

Trata-se de um estudo de corte transversal, analítico, realizado no período de abril a setembro de 2015, nos Labora-tórios de Fisioterapia e Terapia Ocupacional Corpore Sano da Universidade Católica de Pernambuco. A amostra foi composta por 30 indivíduos de ambos os sexos, que cuidam integral-mente de crianças ou adolescentes com diagnóstico de PC, as quais frequentam o referido local de estudo e que assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos da pesquisa aqueles que apresentavam patologias preexistentes associadas à lombalgia.

Inicialmente, foi realizada uma palestra explicativa, escla-recendo os objetivos da pesquisa associadamente a assinatura do TCLE. Os indivíduos que concordaram em participar, foram submetidos a um questionário, no qual foram coletados dados relativos ao perfil sociobiodemográfico (nome, sexo, idade, parentesco e prática de atividade física), enquanto os dados da criança ou do adolescente foram verificados em seus prontu-ários (diagnóstico físico-funcional, idade e peso da criança). Em seguida, o voluntário foi avaliado nos aspectos da dor e da incapacidade funcional.

A dor foi avaliada quantitativamente pela Escala Visual Analógica (EVA), a qual consiste em aferir a intensidade da dor do paciente. Trata-se de uma régua de 10 cm onde o extremo 0 (zero) é a ausência total de dor e o extremo 10 (dez) o nível de dor máxima.9

A incapacidade funcional foi avaliada através do Índice de Incapacidade de Oswestry (ODI) que consiste em uma fer-ramenta utilizada para avaliar a incapacidade ge¬rada pela dor lombar em várias atividades da vida diária. Este questionário, validado no Brasil por Vigatto et al.10, inclui 10 questões re-ferentes às atividades diárias (cuidados pessoais, levantamento de pesos, sentar, ficar de pé, andar, perturbações no sono, vida sexual e social) que podem ser prejudicadas ou interrompidas pela dor lombar. As afirmações são pontuadas de 0 a 5, sendo 50 a pontuação máxima e a interpretação dos dados é feita da seguinte maneira: de 0% a 20% - inca¬pacidade mínima; de 21% a 40% - incapacidade moderada; de 41% a 60% - inca-pacidade severa; de 61% a 80% - incainca-pacidade muito severa e de 81% a 100% - incapacidade total.10

Todos os dados foram analisados no programa de Sof-twares IBM SPSS Statistics versão 20 e no Microsoft Excel 2013. As variáveis avaliadas estão descritas e apresentadas em tabelas de frequências. Para análise das variáveis, foi aplicado o teste Qui-quadrado e exato de Fisher para analisar a associação entre o perfil sociobiodemográfico dos cuidadores e a presença da lombalgia. Todas as conclusões foram tomadas ao nível de significância de 5%.

RESULTADOS

A amostra do estudo foi composta por 30 cuidadores com faixa etária variando de 23 a 66 anos, a maioria do gênero feminino e não praticante de atividades físicas. Além disso, a maior parte das crianças e adolescentes com PC apresentava a mãe como cuidador principal (Tabela 1).

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Com relação aos dados clínicos analisados, investigando a presença ou não de dor, verificou-se que a maioria dos cuidadores apresentou lombalgia, referindo intensidade leve e moderada. Além disso, quanto à presença de incapacidade, foi observado que a maior parte apresentou incapacidade mínima, seguida de incapacidade moderada (tabela 2).

No que diz respeito à relação entre a lombalgia e a dis-tribuição do parentesco, sexo, idade e nível de atividade física dos cuidadores, não foi evidenciada associação estatisticamente significativa (tabela 3).

DISCUSSÃO

O perfil sociobiodemográfico da amostra analisada revelou que a maioria dos cuidadores era composta por mães (90,0%), sendo apenas 3,3% de pai, prima e avó, o que reflete o perfil dos cuidadores de crianças com PC apontado no estudo de Jung11 sobre desconforto corporal, realizado com 30 cuidadores de crianças com disfunção neurológica, no qual 93,4% eram mães, sendo apenas 3,3% de irmã e avó.

A prevalência do sexo feminino no presente estudo assemelha-se aos resultados dos trabalhos de Jung11 e Bazegio, Veronese12, que envolviam cuidadores de crianças com disfun-ções neurológicas, nos quais todos os cuidadores eram do sexo feminino (100%). Resultados semelhantes foram apontados por Cerqueira, Oliveira13 e Felício et al.14, revelando a prevalência maior do sexo feminino como cuidador principal, mesmo no caso de pacientes adultos.

Nesse sentido, Milbrath et al.15 relatam que o ato de cui-dar está associado primordialmente à mulher, devido ao instinto materno e ao papel que a sociedade impõe, independente do país. Dessa forma, a mulher, e em especial a mãe, prioriza o papel de cuidar, abdica da vida social, profissional e, até mesmo pessoal, assumindo sem restrições a responsabilidade pelo cuidado do filho com necessidades especiais.

No que se refere à prática de atividade física, 93,3% dos cuidadores não praticavam atividades. Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Jung11, no qual dos trinta cuidadores da amostra, vinte (66,6%) não praticavam nenhuma atividade

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física. Toscano, Egypto16 relata que o sedentarismo contribui para o desconforto corporal e ressalta a importância do tempo e a intensidade do exercício físico na manutenção da saúde. Esse sedentarismo foi evidenciado na população dos cuidadores, o que interfere nas condições de saúde dos mesmos e pode influenciar nos desconfortos relacionados à presença de dor.

No que diz respeito à sintomatologia dolorosa, evidenciou--se que a maioria dos participantes apresentou lombalgia (80%). No estudo de Almeida et al.17, que investigou a prevalência de algias da coluna vertebral em 30 mães de crianças com PC não deambulante, 86,67% relataram queixas de dor na coluna ver-tebral com uma frequência de 42,30% na região lombar. Dados semelhantes foram encontrados nos estudos de Almeida, Con-ceição18, revelando que 66,7% dos participantes apresentaram dor lombar, e nos estudos de Bazo, Gimenez19, 56,4% referiram dor lombar, sendo que destes, 33,3% referiram ainda irradiação para os membros inferiores.

De acordo com Andrade et al.20 a coluna lombar por ser uma região que sustenta a maior parte do peso corporal, é consi-derada como o segmento que acomete a população adulta, com maior frequência de desconforto e lesões, sendo na maioria dos casos agravada pelo excesso de peso carregado pelo indivíduo. Essa situação pode ser facilmente visualizada no cuidador, que apresenta uma rotina de segurar e transferir a criança ou adoles-cente com disfunção de um lugar para outro, estando, portanto, mais susceptível a esse tipo de agravo.

No que se refere à intensidade da dor, a presente pesquisa encontrou que a maioria dos cuidadores referiu dor leve (33,3%) e moderada (33,3%). Esses níveis de intensidade se assemelham aos dados apresentados na pesquisa de González et al.21, na qual 30% dos entrevistadores relataram intensidade leve e 25% intensidade moderada. Por outro lado, no estudo de Maia et al.22, no qual foi investigada a incapacidade funcional associada à lombalgia em cuidadores de crianças com PC grave, 78% dos cuidadores referiram uma intensidade moderada e intensa. Intensidade moderada também foi apontada em 57,14% dos participantes no estudo Bazegio, Veronese12, o que difere do presente estudo. De acordo com Kovacs et al.23 a dor pode interferir direta-mente na incapacidade e sofrer influência indireta dos fatores psi-cossociais, podendo se tornar um ciclo vicioso caso não haja uma abordagem ampla de todos os fatores que geram incapacidade. Além disso, segundo Brehaut3, a demanda por cuidados gerada pela alta dependência das crianças pode causar um sentimento de auto cobrança e limitar o tempo para cuidar de si mesmos, o que tem impacto negativo no nível de sobrecarga física e emocional, bem como na qualidade de vida dos cuidadores.

Em se tratando da correlação entre a presença de dor e os dados sociobiodemográficos, no presente estudo, não foi eviden-ciada nenhuma associação estatisticamente significante, ou seja, o p-valor foi maior que 0,05, entre a lombalgia e a distribuição do sexo, idade e a prática de atividade física dos cuidadores, dados estes que se assemelham aos encontrados por Almeida, Conceição18, assim como Jung11. Por outro lado, Silva et al.24 observaram que a dor lombar crônica aumentava com relação a idade dos indivíduos, havendo uma tendência de aumento linear da intensidade e frequência da dor no decorrer do tempo.

No tocante à incapacidade funcional, observou-se que 43,3% dos cuidadores apresentaram incapacidade mínima, en-quanto 16,7% apresentaram incapacidade moderada. Da mesma forma Lopes, Casa Junior25 em uma amostra com 46 indivíduos, obtiveram uma incapacidade mínima de 90,9% e apenas 9,1%

apresentaram uma incapacidade moderada. Por outro lado, os resultados obtidos por Maia et al22 revelaram uma maioria de incapacidade moderada.

Nesse contexto, Moraes26 cita que a dor lombar raramente incapacita totalmente uma pessoa para exercer as atividades do cotidiano, entretanto, pode limitá-la parcial e temporariamente, podendo inclusive acontecer de forma recorrente. Esse fato concorda com os dados encontrados no presente estudo, no qual a lombalgia não foi vista como fator que leva os indivíduos à incapacidade total, apenas os limita para a realização de certas atividades diárias.

De acordo com Freire et al.27 essa incapacidade funcional vai além do desempenho físico, demonstrando como os indivíduos absorvem o impacto da dor lombar em suas atividades diárias, tais como vestir-se, banhar-se, caminhar, entre outros, refletindo assim, em sua rotina diária. Porém, Mascarenhas, Santos28 relatam que indivíduos com lombalgia geralmente apresentam tanto a incapacidade funcional como a física, uma vez que a sintomatologia dolorosa restringe a amplitude de movimento com consequentes alterações posturais e diminuição da força muscular, levando a limitações ou incapacidades funcionais para o desenvolvimento das atividades da vida diária.

Os estudos epidemiológicos de Marras29 apontam a asso-ciação da dor e das desordens lombares às sobrecargas e movi-mentos repetitivos, que funcionam como agressores às estruturas musculoesqueléticas da coluna lombar e, consequentemente, são fatores determinantes da lombalgia.

Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Ocarino et al.30 no qual a lombalgia apresenta manifestações também no domínio que envolve as intera¬ções do indivíduo em seu meio sociocultural, sendo assim comum observar uma diminuição no nível das atividades esportivas, dias perdidos no trabalho e diminuição da vida social. Esses dados são ainda mais agravados quando se tratam de cuidadores de pessoas com deficiência, que além da sobrecarga física, muitas vezes abdicam das atividades sociais, além de não dispor frequentemente de tempo para se exercitar, visto que se encontram envolvidos todo o tempo com o ato de cuidar.

Como conclusão do presente estudo, observou-se uma elevada prevalência de lombalgia nos cuidadores de crianças e adolescentes com PC, cuja intensidade da dor se revelou leve e moderada, no entanto o grau de incapacidade funcional encon-trada foi mínimo. No que diz respeito à limitação da pesquisa, verificou-se que talvez o número da amostra tenha sido pequeno, devido ao número reduzido de pacientes que apresentavam a patologia analisada no estudo.

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