A POSIÇÃO DA ATUÁRIA NOS MERCADOS DE PREVIDÊNCIA E DE SEGUROS
Como se trata de um tema muito extenso, apresentamos neste artigo uma visão panorâmica da Atuária na atualidade, com foco na situação profissional do Atuário frente aos novos cenários dos mercados em que atua e aos grandes desafios que a cada dia precisa enfrentar . Nesse contexto, se incluem também uma visão global da Ciência Atuarial, o papel da Atuária na economia, bem como o novo perfil do atuário, a sua importância e responsabilidades nos processos de transformação e desenvolvimento dos mercados, caracterizados por mudanças constantes e acirrada concorrência.
O QUE É ATUÁRIA ?
Nas discussões sobre a reforma da previdência, as expressões atuária e cálculo atuarial foram veiculadas intensamente na imprensa falada e escrita. Da mesma forma, em relação aos planos de saúde, essas expressões foram citadas e repetidas inúmeras vezes durante o longo processo que culminou na sua regulamentação pelo Congresso Nacional. O uso dessas expressões sem qualquer esclarecimento a respeito, deixou a maioria da população sem saber os seus significados.
A falta de informação sobre a Atuaria gera em casos como os citados antes a deturpação dos seus reais objetivos e muitas vezes dificuldades no exercício da profissão.
Em geral, as pessoas têm uma noção muito vaga do que seja Atuária e muito menos sabem o que faz o atuário. Esse desconhecimento ocorre em vários países e é fruto da falta de divulgação da profissão. Em que pese tratar-se de uma atividade muito antiga, o seu conhecimento ainda se restringe aos setores técnicos de seguros e previdência .
O vocábulo atuário vem do latim actuarius. É que o atuário, à época do Império Romano, era o escriba das atas do Senado.
É no século XV, no entanto, que começou a ser traçado o esboço da Atuária como Ciência.
Todavia, antes que fossem estabelecidos os fundamentos científicos da Atuária, tiveram início as operações de Seguros de Vida, Incêndio e outras, porém, por falta de técnica, eram tão fragilizadas, a ponto de ser comum a falência das empresas em pouco tempo de atuação.
Esses problemas enfrentados pelas Companhias de Seguros passaram a interessar a alguns matemáticos que se dedicaram ao estudo e compilação de óbitos e da
ocorrência de doenças, estes à época foram então chamados de atuários. O ano 1760 foi o marco da história do seguro de vida e da Ciência Atuarial, com o primeiro de cálculo de prêmio anual de capital constante baseado em experiência de mortalidade.
Assim é que, somente a partir desse momento, em que a Ciência identificou instrumentos adequados de previsão matemática dos acontecimentos futuros, fornecendo os alicerces da Ciência Atuarial, é que se tornou possível o desenvolvimento efetivo do Seguro e da Previdência em bases científicas.
Nesse passo, cabe-nos registrar a data memorável de 8 de Julho de 1848, para história da Atuária, quando foi fundado o Instituto dos Atuários de Londres, sendo que, antes dessa data, a Atuária já tinha sido estruturada na Inglaterra num tripé Matemático, Estatístico e Financeiro.
Atuária atingiu notável desenvolvimento em meados do século XX, tornando-se o principal instrumento adotado pelas seguradoras e organizações de previdência nas avaliações de riscos, nos processos que envolvem a formação de custeio dos planos, nos cálculos dos fundos atuariais e em muitas outras avaliações, inclusive as de desempenho e solvência.
DESENVOLVIMENTO DA ATUÁRIA E AS RESPONSABILIDADES DO ATUÁRIO PARA COM A SOCIEDADE
Hoje, o alcance da aplicação da Atuária é notável, assumindo esta papel preponderante nos mercados que operam com riscos.
A atividade atuarial foi reconhecida pelo Decreto-Lei 806/69. A sua regulamentação, pelo Decreto 66.408, 03.04.70, definiu o campo profissional do atuário, conforme texto a seguir transcrito:
“Entende-se por atuário o técnico especializado em matemática superior que atua, de modo geral ,no mercado econômico-financeiro, promovendo pesquisas e estabelecendo planos e políticas de investimentos e amortizações , e em seguro privado e social, calculando probabilidades de eventos, analisando riscos e fixando prêmios, indenizações, benefícios e reservas matemáticas” .
Essa definição já nos dá uma idéia do grau de envolvimento do atuário em segmentos chaves da economia, onde a sua atuação profissional tem reflexos significativos nos direitos da população sobre serviços e planos de benefícios.
Hoje, a Atuária passa por um período de grandes transformações impulsionada pela expansão dos mercados e pelo aumento das exigências dos Órgãos Governamentais de Fiscalização, cada vez mais pressionados por uma legislação forte de proteção aos direitos dos consumidores. Vale destacar também a participação ativa de órgãos de defesa dos consumidores, a partir da edição do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse contexto é que se insere a questão da responsabilidade profissional do atuário, que começa a ser avaliada e acompanhada pelos Órgãos de defesa do consumidor, associações de empregados e órgãos de classe de trabalhadores, com interesses em benefícios.
A responsabilidade do atuário em relação à previdência complementar está delineada de forma inequívoca no art. 63, Parágrafo Único, da Lei Complementar 109, de 29.05.2001, respondendo civilmente por danos ou prejuízos que causar, seja por ação ou por omissão.
Diante desse quadro, os atuários precisam conscientizar-se dessa tendência atual de lhes atribuir maiores responsabilidades na sua atuação profissional, que se dá, de fato, em áreas essenciais da economia, como seguros, previdência complementar aberta, previdência complementar fechada, planos e seguros de saúde, entre outros, principalmente no que se refere a cálculos atuarias de custeio, reservas e fundos garantidores, em operações que envolvem recursos de significativo contingente da população brasileira.
ALGUNS FATOS MARCANTES PARA A ATUÁRIA E PARA A PROFISSÃO DO ATUÁRIO NO BRASIL
Para melhor situar a posição da Atuária na atualidade, apresentamos a seguir um pequeno retrospecto de suas atividades mais recentes, registrando alguns fatos que marcaram a trajetória dessa Ciência no Brasil:
1 – O marco inicial da atividade atuarial na área de seguros, foi a criação do Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização, através do Decreto 24.783, de 14.07.34, o qual contava com uma Divisão Técnica e esta com uma Seção Atuarial;
2 – Sob o prisma legal, teve início a atividade atuarial na previdência social brasileira no ano de 1934, com a criação do Atuariado e do Conselho Atuarial no Ministério do Trabalho pelo Decreto 24.747/41. Essa atividade somente se consolidou, no entanto, com a criação do Serviço atuarial daquele Ministério, através do Decreto-Lei 3941, de 16.1.41.
3 – Outros fatos marcantes consolidaram a atividade atuarial no país, num contexto amplo, dentre os quais: o funcionamento do Instituto de Resseguros do Brasil a partir de abril de 1940, embora criado em 1939, a criação do Serviço Atuarial do Ministério do Trabalho e a Publicação da Revista Brasileira de Atuária. Sobre esta revista, cabe-nos registrar as palavras a seguir transcritas, que muito dignificam a profissão do atuário, vindas do então Presidente Getúlio Vargas, ao prefaciar o seu primeiro número, em 1941:
“A atuária como técnica especializada indispensável ao êxito das organizações de previdência social é, geralmente, pouco conhecida pelo público que colhe os benefícios de sua aplicação. É pois digna de aplausos a publicação da “Revista Brasileira de Atuária”, que tem por objetivo, no nosso país e no estrangeiro, a vulgarização dos elementos essenciais dessa ciência, e de louvores o esclarecido
esforço dos seus paladinos, colaboradores do bem estar social do Brasil”
4 – Em 1944, ocorreu mais um fato importante, a fundação do Instituto Brasileiro de Atuária, conforme ata publicada na Seção I, páginas 20.729 a 20.731, do Diário Oficial da União, de 14.09.44;
5 - O ensino efetivo da Atuária, reconhecido como de nível superior, teve início, no plano legal, com a edição do Decreto-Lei 7.988, de 22.09.45, numa regulamentação conjunta dos cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeis e Atuariais, sendo que a Lei 1.401, de 31.07.51, desmembrou o curso atuarial;
6 – Por fim, temos o reconhecimento legal da profissão, com a edição do Decreto-Lei 806, de 04.09.69 e a sua posterior regulamentação através do Decreto 66.408, de 03.04.70, (o dia 03.04 é considerado o dia do atuário). É oportuno registrar o longo caminho percorrido até o reconhecimento e regulamentação da profissão. A primeira iniciativa nesse sentido foi do Deputado Federal Aluizio Alves, que em 12 de abril de 1958 apresentou a Câmara Federal o projeto-de-lei 1.250, o qual não teve êxito. Outro projeto de lei semelhante ao anterior foi apresentado 3 anos depois pelo Deputado Fernando Ferrari. Como é notório, a regulamentação só foi alcançada através do DL 806/69, editado pela Junta Militar que governava o país à época
O PAPEL DA ATUÁRIA NA ECONOMIA
Na prática, distingue-se o papel efetivo da Atuária na economia brasileira em 3 níveis. No primeiro nível estão os setores de Seguros, Previdência Complementar Aberta, Previdência Complementar Fechada e Capitalização que apoiam fortemente suas estruturas técnicas na Atuária. Num segundo nível, predomina uma quantidade significativa de organizações atuando ainda sem uma estrutura atuarial, temos o segmento dos planos de saúde (apesar da atuação da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, baixando normas e exigindo das operadoras estruturas técnicas e atuariais) e o segmento de Previdência de Estados e Municípios (em que pese a atuação da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência no sentido de dotar os Entes Governamentais de estrutura técnica). Por fim, temos as Previdências dos Militares, Congressistas, Servidores do Executivo e do Judiciário e a Previdência Pública dos Trabalhadores Urbanos e Rurais, que operam em regime de caixa, ou seja: sem uma estrutura atuarial, em que pese alguns estudos e análises de variáveis populacionais e financeiras feitos nesses planos, que, porém, nada tem a ver com estruturação atuarial.
É de se destacar que, na estruturação dos setores técnicos das Seguradoras, Sociedades de Capitalização e das Entidades de Previdência Complementar, as exigências atuarias são respaldadas por legislações próprias, cabendo-nos destacar os seguintes aspectos relevantes: exigência de que o custeio dos planos seja estruturado através de bases atuariais, bem assim as reavaliações do mesmo; exigência da constituição de fundos atuariais (reservas técnicas ) para o suporte financeiro das operação; exigência de margem de solvência; exigência de
avaliações atuariais, nos segmentos de seguros, capitalização e previdência complementar aberta; e exigência de avaliações atuariais e auditoria atuarial e de Benefícios, nos segmento de previdência complementar fechada.
O ATUÁRIO E OS NOVOS CENÁRIOS DO MERCADO
A atuação do atuário se dá em mercados e segmentos distintos, como exemplo: Seguros, Capitalização, Previdência Complementar Aberta, Previdência Complementar Fechada, Planos de Saúde e Previdência de Estados e Municípios. No mercado de seguros temos uma distinção nítida na atuação do atuário nos ramos elementares e no Seguro de Vida e Previdência Complementar Aberta
Nas áreas de seguros e de previdência complementar aberta, novos cenários se destacam por uma acirrada concorrência, além de um nível acentuado de exigências técnicas por parte da SUSEP, de modo que se tem um mercado em profundas transformações. Tudo isso exige do atuário uma postura dinâmica e criativa.
Nestes últimos anos, a SUSEP vem se destacando por uma atuação voltada para o acompanhamento e monitoramento da solvência das empresas por ela fiscalizadas, com ênfase para o controle de reservas técnicas, aferição de bases técnicas através de elaboração de tábuas e estudos biométricos, criação de novas provisões técnicas IBNR, PIP e PIC, instituição de avaliação atuarial, revisão de planos de contas, aprimoramento dos critérios de geração de informações periódicas (FIP), exigências de apurações de dados estatísticos e outras iniciativas. Algumas dessas iniciativas ainda estão em processo de assimilação pelos atuários e pelas empresas.
Essas iniciativas se reverterão em benefício do mercado no médio prazo. É o caso do IBNR, quando instituído gerou problemas de ajustes nas bases de dados de sinistros das seguradoras e uma certa incompreensão e resistência do mercado. Hoje, no entanto, se reconhece que muitas seguradoras aprimoraram bastante as suas bases de sinistros, beneficiando-se significativamente dessa melhora.
Todo esse conjunto de exigências significa para os atuários desafios e principalmente uma tendência para se caracterizar um novo perfil para a profissão atuarial, com ênfase para a criatividade, aprimoramento constante, maior participação e intercâmbio.
Do lado das entidades de previdência complementar fechada teve início também um processo de acompanhamento e monitoração das operadoras, onde a Secretaria de Previdência Complementar – SPC, vem criando novas exigências em relação à geração de dados de controle. A avaliação atuarial exigida desde o início da regulamentação da previdência, vem sendo aprimorada. Recentemente, a SPC e o Conselho de Gestão instituíram as Auditorias de Benefício e Atuarial.
FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ATUARIAIS
Trata-se de uma questão vital para a atividade atuarial no Brasil, que passa por um momento crítico, merecendo, portanto, toda a atenção dos atuários. A seguir, apresentamos uma síntese dos principais problemas a serem enfrentados.
De acordo com a regulamentação da atividade atuarial, coube ao Ministério do Trabalho exercer a fiscalização das atividades profissionais do atuário. Com a edição da Lei 9.649/98, o Ministério do Trabalho passou por uma profunda mudança na sua estrutura, eximindo-se das atribuições de fiscalizar profissões regulamentadas, de modo que hoje a única atribuição da regulamentação da profissão do atuário que aquele Ministério cumpre é o registro dos atuários que concluem o seu curso, porém mediante delegação ao IBA.
Em contrapartida, a citada Lei 9.649/98, em seu art. 58, disciplinou a criação e o funcionamento de Conselhos Profissionais, admitindo implicitamente delegação de competência através de Lei Federal para fiscalização de atividades profissionais, já que essa competência legal para fiscalizar profissões é exclusiva do Poder Público. Essa questão foi analisada minuciosamente, em busca de solução viável para o caso do atuário. Foi estudado, inclusive, a alternativa aparentemente simples que seria a de se alterar os diplomas legais que regem a regulamentação da profissão do atuário, para neles incluir a fiscalização da profissão. Essa iniciativa foi descartada, uma vez que o Decreto Lei 806/69 só pode ser alterado por lei ou por outro decreto lei, o que é inviável atualmente. Alterar a regulamentação, por Decreto-Lei, leia-se medida provisória, que hoje está absolutamente restrita a situações de grande interesse nacional. Alterar o Decreto-Lei 806, através de lei, significa enfrentar as mesmas dificuldades já enfrentadas perante a Câmara Federal.
A alternativa que nos resta é, portanto, criar o conselho de atuária. Assim é que, partir da edição da Lei 9.649/98, alguns atuários se empenharam arduamente para conseguir da Câmara Federal a aprovação de uma Lei criando o conselho Federal de Atuária, para que assim, pudessem ser cumpridas as tarefas antes atribuídas ao Ministério do Trabalho. Todas as iniciativas nesse sentido foram barradas, por uma reação dos partidos de esquerda, capitaneados pelo PT. Primeiro, esses partidos impetraram ação no STF argüindo inconstitucionalidade para o art.58, da Lei 9.649/98, que recebeu provimento, porém até hoje não teve julgamento de mérito. De outro lado, qualquer projeto de lei sobre conselhos profissionais tem sido torpedeados na Câmara, sob as alegações mais estapafúrdias.
Os projetos de lei criando o Conselho Federal de Atuária (2 apresentados pela Deputada Yeda Crusius e 1 pelo Deputado Freire Jr.) foram rejeitados sob a alegação de estabelecer reserva de mercado.
Essa alegação é um absurdo, sendo desprovida de lógica e fundamento, pois o projeto apenas cria mecanismos de fiscalização das atividades atuariais, enquanto que o campo de atuação do atuário já se encontra definido no Decreto-Lei 806/98, que regulamentou a profissão.
O campo profissional é delimitado pelo campo de aplicação de um conjunto de técnicas apoiado em bases científicas. O requisito para o exercício da profissão é a aquisição por meio de um processo reconhecido pela sociedade do conhecimento das técnicas necessárias. Nas profissões de nível superior, a formação reconhecida é aquela adquirida pelo cumprimento de um currículo acadêmico em que a universidade propicia um nível mínimo de conhecimento.
Na realidade, o problema crucial para se conseguir a fiscalização da profissão do atuário é a ação que tramita no STF em que os partidos de esquerda contestam, sob prisma constitucional, a delegação do poder de fiscalização de profissão ( que é considerada como sendo do poder público).
Portanto, criar instrumentos de fiscalização de sua própria profissão é o grande desafio que os atuários precisam enfrentar.
A SITUAÇÃO DA ATUÁRIA E A NECESSIDADE DE MUDANÇAS
A atividade atuarial no Brasil passa por um período de grandes transformações, porém marcada por extrema contradição.
Ao mesmo tempo em que as legislações reconhecem a relevância da atividade, atribuindo aos atuários tarefas relevantes com as responsabilidades decorrentes, a Câmara Federal, empenhada numa contenda político partidária já relatada neste artigo, se nega a exercer o seu papel de legislador em benefício da sociedade, impedindo a tramitação de projeto de lei instituindo a fiscalização da atividade atuarial.
Essa falta de ação do poder público trará reflexos negativos para atividade atuarial se essa situação não vier a ser modificada em curto prazo.
Diante desse quadro, algumas questões se tornam essenciais para o desenvolvimento da Atuária no Brasil, na medida em que se caracteriza forte oposição a criação de dispositivos legais que possibilitem a fiscalização da atividade atuarial. A esse respeito, merecem registro iniciativas que podem gerar reflexos bastante negativos para a atividade atuarial em nosso pais, tais como: a criação de cursos MBA e outros incluindo pinceladas de técnicas atuariais, referentes a precificação e cálculo de provisões técnicas com promessas de qualificação no campo atuarial. Mudanças de currículo em cursos de graduação em profissões afins, para incluir técnicas atuariais, dado a facilidade que há atualmente para pessoas não qualificadas exercerem a atividade atuarial. Cursos universitários de formação atuarial criados recentemente sem o currículo mínimo indicado pelo IBA.
Iniciativas predatórias como as citadas, tenderão a ocorrer com maior freqüência na ausência de uma fiscalização das atividades atuariais, tendo como conseqüência inevitável o rebaixamento do nível da profissão atuarial.
quando se compara a situação da Atuária no Brasil com a de outros países, que há outros problemas igualmente importantes que precisam ser resolvidos. Dentre eles, destacamos alguns que se constituem necessidades básicas para o aperfeiçoamento da Atuária em nosso país:
a) Criação de um processo de exames de qualificação para ingresso na atividade;
b) Criação de um curso de pós graduação em atuária;
c) Fomento a pesquisas no campo atuarial;
d) Adoção de um currículo mínimo obrigatório em todos os cursos de formação acadêmica do atuário;
e) Criação de cursos de aperfeiçoamento no campo atuarial de forma regular para atuários;
f) Realização periódica Seminários (incremento nas iniciativas que o IBA já realiza atualmente); e
g) Definição de regras e procedimentos para avaliação e auditoria atuarial.
O PERFIL DO PROFISSIONAL DE ATUÁRIA
Sem incluirmos a atividade de professor, temos a atividade dos atuários em vários segmentos: Seguros de Vida, Previdência Complementar Aberta, Previdência Complementar Fechada, Seguros de ramos elementares, Planos de Saúde, Capitalização, Consultoria, Previdência de Estados e Municípios, Consultoria, Atuários das Áreas Governamentais.
Diante de uma atuação em tantos segmentos, fica difícil traçar um perfil único. O que nos parece mais indicado é identificar pontos comuns, que são, em realidade requisitos e aptidões básicos:
a) Disposição para o estudo, principalmente matemática; b) Criatividade;
c) Formação multidisciplinar;
d) Cultura técnica específica do segmento em que atua;
e) Disposição para aquisição de conhecimentos de informática;
e) Pensamento lógico;
f) Ter interesse na participação na condução dos negócios da empresa; g) Domínio da língua portuguesa ;
h) Conhecimento dos idiomas inglês e espanhol, o ideal é o domínio; e i) Formação generalista, principalmente para os que atuam em Consultoria.
Severino Garcia Ramos Atuário e Diretor da
SETAT Serviços Técnicos e Atuariais
