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Telefonia: A Convergência de Voz em Dados

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Academic year: 2021

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Telefonia: A Convergência de Voz em Dados

Este tutorial apresenta os conceitos da telefonia digital, especialmente o que se refere à conversão da voz em pacotes de dados, requisito básico para que se possa migrar para o mundo VoIP.

Alessandro de Souza Campos

Formado em Engenharia da Computação em 2.004 pela UNORP - Centro Universitário do Norte Paulista. Atualmente é assumiu a função de engenheiro nos processos tecnológicos da Telebrasil Telecomunicações (Grupo Telefónica).

Email: alessandro.s.campos@terra.com.br Categorias: Telefonia Fixa, VoIP

Nível: Introdutório Enfoque: Técnico

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Telefonia Digital: Introdução

O avanço tecnológico possibilitou grandes mudanças na comunicação à distância, aproximando cada vez mais o mundo.

Técnicas de processamento de sinal foram criadas, protocolos de comunicação a cada dia são mais usados, aprimorados e o crescente uso da Internet está aumentando a cada dia o tráfego de voz e dados.

A telefonia IP (Internet Protocol), que segundo Hersent (2002, p. XV) “... é o setor de telecomunicações que mais cresce e seu crescimento está ocorrendo a uma taxa mais veloz do que o crescimento da telefonia móvel”.

Este tutorial mostrará os conceitos fundamentais à compreensão do sistema de telefonia e convergência de voz em dados e principais técnicas de telefonia sobre redes de dados.

Visão Geral

Surpreendentemente, um telefone é um dos aparelhos mais simples que pode existir, ele funciona da mesma forma há aproximadamente um século.

Se alguém possuir um telefone antigo fabricado por volta de 1920, provavelmente poderá conectá-lo a uma tomada telefônica em sua casa e ele funcionará. Ele é composto por cinco dispositivos básicos, o transmissor, o receptor, a campainha, um emissor de sinais numéricos e o circuito de transmissão.

A grande evolução que houve, é principalmente com relação ao emissor de sinais numéricos, que hoje existem três tipos descritos abaixo e mostrados na figura 1.

Decádico envia informações para a rede de telefonia utilizando seqüências de pulsos;

Multifreqüencial envia informações utilizando uma combinação de pares de freqüências associado a cada tecla;

Digital envia informações no formato de dados para a rede de telefonia, onde os elementos desta estão preparados para receber e tratar esta informação neste formato.

Figura 1: Representação dos tipos de discagem telefônica. Fonte: Dígitro.

O circuito de transmissão é formado por um par de fios bidirecionais onde atua uma tensão contínua de -48 V. Quando o telefone está no “gancho”, esse circuito fica em repouso com uma corrente elétrica

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praticamente nula.

Quando o telefone é retirado do “gancho”, o circuito se fecha realizando o chamado loop de corrente. Neste momento, uma corrente de 20 mA circula nesta linha, suficiente para que a rede de telefonia perceba que este aparelho deseja realizar uma chamada. Imediatamente o aparelho recebe um tom de discagem indicando que está habilitado para utilizar os serviços da rede.

Principais fundamentos de um sistema telefônico

O sistema telefônico é composto por assinantes, sistemas de distribuição, centrais telefônicas e sistemas de transmissão. A figura 2 mostra um esboço de um sistema telefônico, e seus componentes básicos elementos:

Figura 2: Representação do sistema telefônico urbano. Fonte: Dígitro.

A rede de telefonia considerando a chamada telefônica inicia-se na casa do assinante, que está conectado à rede através do circuito de transmissão do seu aparelho telefônico. Através de um sistema de distribuição, que se constitui basicamente de uma estrutura física de conexão, esse assinante tem acesso a uma operadora de telefonia, dando origem a RTPC (Rede de Telefonia Pública Comutada). Em geral, este sistema é composto por caixas de distribuição, armários de distribuição, distribuidores gerais, meios físicos, centrais telefônicos e telefones.

As centrais telefônicas são responsáveis pela inteligência de um sistema telefônico, pois fazem o controle das chamadas, pela gerência dos serviços, promovem a sinalização acústica e a sinalização de controle. As centrais públicas são classificadas de acordo com a abrangência e os tipos de ligações que efetuam:

Local é onde “nascem” às linhas de assinantes e toda troca de informação relacionada a esses assinantes;

Trânsito local é uma central telefônica que troca informações entre outras centrais, que podem ser centrais locais ou até mesmo uma outra central trânsito;

Trânsito interurbana interliga dois ou mais sistemas locais, inclusive por intermédio de uma central de trânsito local. Também interliga centrais interurbanas;

Trânsito internacional faz a interligação entre países.

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Telefonia Digital: Voz Analógica

A maior parte da energia presente na voz humana está compreendida numa faixa de freqüências reduzida, sendo comum no sistema telefônico limitá-la a uma banda de freqüências compreendidas entre 300 e 3400 Hz, zona onde serão mantidas a integridade e confiabilidade, permitindo a adequada audição da voz.

Sinais Analógicos

Sinais analógicos são sinais físicos que se manifestam na natureza e assumem sempre valores contínuos como, a temperatura, a pressão, as vibrações acústicas, a eletricidade e o sinal de voz. Quando se fala em um microfone conectado a um osciloscópio, este mostrará uma onda que corresponde às vibrações acústicas da sua voz, conforme a figura 3:

Figura 3: Sinais senoidais (sinais analógicos). Fonte: Martignoni.

Sinais Digitais

São os que assumem valores específicos, valores binários, 1 e 0, “on" e “off", "alto" e "baixo", “high and low". São sinais processados por máquinas ou equipamentos para serem utilizados em um meio digital. O som da voz, para ser transmitido em um sistema digital deve ser codificado para o formato digital antes de ser transmitido através do meio e decodificado no outro lado para a sua forma analógica original para que o ouvinte possa compreendê-lo, como mostra a figura 4.

Figura 4: Representando uma conversação em sinal digital. Fonte: Dígitro.

Qualquer informação analógica que precisa ser armazenada em um computador ou transmitida por um sistema de comunicação digital, passa necessariamente por um processo de codificação ou digitalização do sinal, que permite grandes vantagens, tais como:

Sinais digitais são muito menos sensíveis a interferências ou ruídos;

É possível transmitir mais informação através de sistemas digitais ao invés de sistemas analógicos; Podem ser enviados diretamente a computadores, que são equipamentos que utilizam sistemas digitais. É possível através da digitalização dos sinais telefônicos, desenvolver equipamentos mais compactos, com maior capacidade, mais precisos, menos sensíveis a ruídos e uma infinita integração entre diversos tipos de transmissão de sinais.

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A qualidade dos serviços oferecidos pelas companhias telefônicas cresceu consideravelmente e com a possibilidade de utilização de processadores de sinais digitais e computadores, permitindo a expansão de serviços oferecidos aos assinantes, gerando simultaneamente economia aos usuários e maior receita às operadoras de telefonia.

O que é visto hoje é uma transformação geral em todo processo de telefonia e informática, onde ambos estarão eternamente ligados.

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Telefonia Digital: Voz Digital

Possui vantagens significativas sobre um sistema de telefonia analógico. Sabe-se que a voz é um conjunto de vibrações acústicas e a forma como ela se manifesta na natureza é analógica.

O objetivo é transmitir o sinal de voz em um sistema digital através do processo de digitalização, que permitem que esses conjuntos de vibrações acústicas sejam transmitidos em um meio digital assumindo apenas dois valores, zeros ou uns.

As figuras 5 e 6 mostram as representações dos sinais digitais.

Figura 5: Sinais analógicos e sinais binários. Fonte: Dígitro.

Para que o processo de conversão do sinal ocorra, é necessária a utilização de princípios de modulação e codificação do mesmo, a esse processo é dado o nome de digitalização.

Figura 6: Sinais digitais. Fonte: Martignoni. Digitalizando um Sinal

É o processo de transformação de um sinal analógico em um sinal digital, consiste em três fases:

Amostragem, que consiste em retirar amostras do sinal original conforme uma freqüência pré-determinada;

Quantização, que consiste em refinar o sinal amostrado;

Codificação, que transforma o sinal quantizado em um sinal binário. A figura 8 mostra todas as fases da digitalização do sinal analógico.

Figura 7: Digitalização do sinal. Fonte: Dígitro.

A digitalização do sinal ocorre quando a transformação do sinal analógico em um trem de pulsos, onde a amplitude desse trem é diretamente proporcional ao pulso da amplitude instantânea do sinal amostrado.

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Segundo Gomes (1995, p. 232) “... O sistema PAM (Pulse Amplitude Modulation), é aquele no qual se aplica mais diretamente o conceito de um sinal amostrado e do próprio Teorema de Amostragem, pois o sinal modulado pode ser compreendido como o produto do sinal modulante pelo trem-de-pulso da portadora...”.

Para aplicações em telefonia, a freqüência de amostragem adotada internacionalmente é de 8.000 amostras por segundo, definido pelo Teorema de Nyquist. Neste caso, cada nível de valor corresponde a um código de 8 bits, o que permite serem quantizados níveis distintos.

Fazendo-se uma conta simples, teríamos então, 8.000 amostras/segundo x 8 bits/amostra, onde obteríamos uma taxa de 64.000 bits/segundo (64 kbit/s). Este procedimento é chamado PCM (Pulse Code Modulation), a Figura 08 representa a taxa de amostras PCM.

Figura 8: Quantificação das amostras. Fonte: Dígitro.

O PCM é a técnica mais comumente utilizada dentro de um processo de digitalização de áudio, pois produz uma aproximação razoável da voz humana. Porém, para se reproduzir adequadamente sons mais complexos, como músicas, por exemplo, devem-se utilizar técnicas mais sofisticadas. O antigo CCITT padronizou categorias de PCM. As mais conhecidas são a padronização americana e a européia, onde:

América utiliza 24 canais de áudio ou 1544 Mbit/s de velocidade e consiste no chamado estágio ou enlace T1;

Européia utiliza 30 canais de áudio ou 2048 Mbit/s de velocidade e consiste no estágio ou enlace E1, o Brasil adota essa codificação.

Amostragem

Consiste em um processo, onde são retiradas amostras do sinal original que serão utilizadas para a reconstituição desse sinal no receptor.

A figura 9 mostra que segundo o teorema de Nyquist, que demonstrou que um sinal pode ser perfeitamente reconstituído, se deste forem extraídas amostras com no mínimo o dobro da largura de banda deste sinal, a largura de banda ou banda passante de um sinal, é o intervalo de freqüências que compreende a diferença entre a maior e a menor freqüência que compõe o sinal.

Figura 9: Representação da faixa de freqüência. Fonte: Dígitro.

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do sinal de voz, é feito levando em conta a faixa de freqüência de 1 Hz a 4 kHz, porém no processo de amostragem somente é considerado o sinal variante de 300 Hz a 3kHz, pois o sinal a ser recuperado será o mais próximo possível do original.

Figura 10: Sinal sendo amostrado. Fonte: Dígitro.

Quantização

Como não é possível transmitir esses valores tal como são amostrados, realiza-se o processo que tem o objetivo de funcionar como um "arredondamento" dos diversos valores amostrados sobre níveis de valores estabelecidos, esse processo modula o sinal em PAM dentro desses níveis estabelecidos de tensão chamados de valores de decisão.

Quando um pulso está acima de um nível de decisão, ele é aproximado para o nível superior e quando o pulso está abaixo da linha de decisão, ele é aproximado para o nível inferior imediato. A aproximação para o número inteiro mais próximo origina um erro de quantificação que é minimizado se for utilizado um número elevado de patamares ou níveis.

Se houvesse, por exemplo, 128 ou 256 níveis de sinal, e não os 8 do exemplo, o erro na atribuição por aproximação, de um número inteiro a cada amostra, seria substancialmente inferior. Cada nível é designado por um código digital "n" bits. É possível ter 2n (dois elevado a n) níveis de valores quantizados.

Nas figuras 11 e 12, são mostrados os códigos digitais de 3 bits é possível ter até 8 níveis para quantizar as amplitudes amostradas do sinal analógico utilizado neste exemplo, sendo quatro para amplitudes positivas e quatro para amplitudes negativas.

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Figura 11: Sinal amostrado sendo quantizado. Fonte: Martignoni.

Figura 12: Sinal quantizado. Fonte: Dígitro.

Codificação

Consiste em pegar todo o sinal quantizado e transformá-lo em um sinal binário, levando-se em conta a seqüência em que o mesmo foi gerado pelo trem de pulsos. O sinal resultante será uma cadeia de “Zeros” e “Uns”. Este sinal está pronto para trafegar em um determinado tipo de enlace RTPC, LAN (Local Area Network) ou WAN (Wide Area Network).

Obtém-se um sinal PCM através de uma onda quantizada, temos que analisar a máxima amplitude do sinal quantizado, para que possamos definir os seus estados como zero ou um, o número de bits da codificação está relacionado à quantidade de intervalos em que meço essa amplitude, que pode ser de 8, 16, 32, 64, 128 bits e assim por diante, a Figura 13 define como é codificado o sinal quantizado.

Segundo Gomes (2002, p. 287) “... A grande vantagem do PCM reside justamente no fato de só haver dois níveis distintos para o sinal modulado, reduzindo-se de forma substancial o ruído que interfere sobre o sinal modulado, pois este pode ser constantemente regenerado, reassumindo sua forma original”.

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Figura 13: Sinal codificado. Fonte: Dígitro.

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Telefonia Digital: Multiplexação de Sinais

Mesmo com a digitalização do sinal analógico, ainda é preciso maximizar a transmissão do mesmo de um ponto a outro e essa maximização é feita através da multiplexação, que nada mais é do que, a transmissão simultânea de dois ou mais elementos, sinais, de informação utilizando o mesmo meio de transmissão. Para compreender este conceito, a figura 14 apresenta uma breve analogia ao tráfego simultâneo de veículos através de uma grande avenida.

Figura 14: Simplificação da multiplexação. Fonte: Dígitro.

Analogamente à transmissão de sinais, cada veículo corresponderia a um sinal, a rua procedente de cada veículo representaria a largura de banda necessária para a circulação deste veículo, e a avenida corresponderia ao meio de transmissão de maior capacidade de tráfego que as ruas anteriores e que possibilita o tráfego simultâneo de veículos.

Sempre que a largura de banda de um meio físico for maior ou igual à largura de banda de um determinado sinal, este meio poderá ser utilizado para transmitir este sinal. Na prática, a banda passante necessária para um sinal é em geral bem menor do que a banda passante dos meios físicos disponíveis.

Portanto, dentro deste fundamento de aproveitar a banda passante extra para a transmissão simultânea de outros sinais se baseia o conceito de multiplexação, que nada mais é do que a técnica que permite a transmissão de mais de um sinal em um mesmo meio físico, assim como é mostrado na figura 15.

A multiplexação resulta na otimização dos meios de transmissão, normalmente de capacidade limitada, com a transmissão de diversos sinais simultaneamente.

Existem duas formas básicas de multiplexação:

Domínio do tempo, o chamado TDM ou Time Division Multiplexing;

Domínio da freqüência, o chamado FDM ou Frequence Division Multiplexing.

Segundo Hersent (2002, p. 8) “A principal vantagem da multiplexação estatística é que ela permite que a largura de banda seja usada de maneira mais eficiente...”.

Figura 15: Sinal multiplexado. Fonte: Dígitro.

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Multiplexação por Divisão de Tempo utiliza-se do conceito de alocação de “espaços de tempo”, chamados time-slots, para os sinais previamente amostrados. Para compreender como são alocados estes time-slots e o funcionamento do TDM, será utilizada uma analogia com um PCM de 30 canais e uma chave seletora rotativa conforme a figura 16, onde na periferia desta chave, existem 32 posições correspondentes aos canais do PCM.

Figura 16: Contador de Time-Slot. Fonte: Dígitro.

A chave gira no sentido horário e demora em cada canal um intervalo de tempo e cada vez que a chave passa por um canal ela retira uma amostra da amplitude do seu sinal naquele instante. O tempo em que a chave comuta cada canal, denomina-se time-slot.

A velocidade de 8000 revoluções por segundo, que é a freqüência de amostragem, pois de cada canal serão retiradas 8000 amostras por segundo. A volta completa da chave toma então 1/8000 do segundo que equivale a 125 µs e chama-se quadro.

Como cada ponto da chave corresponde a um time-slot, analogamente um quadro conterá 32 time-slots, cada um com duração de 125 µs/32. Assim, a chave abre um "espaço de tempo" ou time-slot para amostragem do canal durante 125 µs/32 = 3,9 µs.

Outro termo utilizado é o multiquadro, que é o conjunto de 16 quadros consecutivos que corresponde a 16 vezes o tempo de um quadro. Logo, um multiquadro equivale a 16 x 125 µs = 2 ms. A figura 17 representa os quadros e multiquadros.

Figura 17: Quadro e Mulitquadro. Fonte: Dígitro.

Isto provoca uma multiplicação na taxa de transmissão, quando comparada com a taxa de cada sinal individualmente e conseqüentemente a ampliação da banda passante total. Este aumento é proporcional ao número de canais multiplexados. Os sinais de voz são amostrados a uma taxa de transmissão de 8000 amostras/segundo.

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Como todos são codificados com 8 bits/amostra, produzem uma taxa de transmissão de 64 kbit/s por canal. Sendo assim, se tivermos 32 canais, a saída deste sistema terá uma banda passante de 32 vezes 64 kbit/s que é igual a 2048 kbit/s .

Mas por que 32 canais se foram mostrados 30? Bem, os outros dois canais são para sinalização e controle, por isso não são mencionados, pois os outros 30 canais são os que funcionam como canais de serviço ou de áudio.

Figura 18: Representação dos times-slots. Fonte: Dígitro.

Conforme a figura 18, no time-slot 0 de todos os quadros que compõe um multiquadro é transportado o sincronismo dos respectivos quadros. No time-slot 16 do quadro 0, sempre é transportado o sincronismo de multiquadro. Onde sincronismo é uma espécie de negociação entre os dois lados interconectados para garantir a operação.

Consiste em um procedimento utilizado para que o sistema reconheça o início e o fim de um quadro ou multiquadro. A cada quadro, ou seja, a cada 125 µs são enviadas no time-slot 16 informações de dois canais específicos. Portanto, em um multiquadro, a cada 2 ms são transportadas informações referentes aos 30 canais. Repetidamente, a cada 2 ms, estas informações são enviadas mesmo que os estados dos canais não tenham sido alterados, isto é, mesmo que as informações sejam repetidas.

FDM

Multiplexação por Divisão de Freqüência se assemelha ao TDM, o FDM é uma tecnologia que transmite múltiplos sinais simultaneamente sobre um único caminho de transmissão. Porém, esta técnica funciona através de modulação, que permitem o deslocamento de um sinal no espectro de freqüência.

Figura 19: Esboço de um sinal FDM. Fonte: Dígitro.

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Para compreender o FDM, considerando o exemplo da figura 19. Estão representados dois sinais de voz através de seus espectros. Um dos sinais foi modulado e, por isso, encontra-se deslocado para uma outra faixa de freqüência.

Após a modulação, os sinais são passados por filtros de forma a impedir conflitos caso existam componentes destes sinais em outras freqüências diferentes da faixa para eles reservada, permitindo que esses sinais trafeguem simultaneamente pelo mesmo meio físico.

Os filtros utilizados nesta operação são filtros passa-faixa, filtros que só permitem a transmissão de sinais que se encontram dentro de uma faixa de freqüências.

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Telefonia Digital: Transmissão PCM

Em telefonia, são freqüentes o uso de linhas com alta velocidade e conseqüentemente de grande capacidade designados pelo termo tronco, usando PCM conjuntamente com a multiplexagem TDM, por exemplo, para o enlace T1 de 1544 Mbit/s, constituído por 24 canais de voz digitalizados (PCM24), utilizado no EUA, e o enlace E1 de 2048 Mbit/s, constituído por 30 canais de voz digitalizados (PCM30), amplamente usado na Europa.

Figura 20: Representação da sinalização T1. Fonte: EPPET.

Princípios do PCM24 e PCM30

Realizam-se amostragens consecutivas dos canais de voz, ao ritmo de 8.000 amostras por segundo. De acordo com o Teorema de Nyquist, considera-se fh = 4000 Hz, o fato dos filtros existentes terem roll-off, ou seja, não cortarem abruptamente o sinal para as freqüências de corte, mínima, e máxima, de 300 e 3400 Hz do canal definido para a voz.

A quantificação utiliza 7 bits por amostra, o que permite 2 7 = 128 patamares ou níveis distintos de tensão para o sinal codificado, assegurando assim uma razoável qualidade ao processo. A adição de um 8º bit de controle a cada amostra, permite constituir um grupo de bits, representativo de uma amostra de todos os 24 canais.

Aos 24 canais x (7 + 1) bits/canal = 192 bits assim obtidos é ainda acrescentado um outro bit para enquadramento e sincronismo, dando origem a um total de 193 bits, conjunto este que se designa por multiquadro.

As Figuras 21 e 22 representam os quadros contendo as sinalizações PCM 24 e PCM30. O bit 193 de cada trama é usado freqüentemente para sincronização, podendo, por exemplo, conter alternadamente os valores binários 0 e 1 (... 0101010101...) o que permite ao multiplexer do receptor obter uma informação de “timing”, e sincronizar o seu relógio de leitura dos bits com o do relógio de transmissão usado pelo emissor, resultando em uma comunicação sincronizada.

bc - bit de controle ou sinalização; bs - bit de sincronismo.

Cada um desses quadros, quando enviados pela linha de transmissão, sendo a “amostra composta” de todos os canais, tem de ser transmitida em 1/8000 = 125 microssegundos, visto que se efetuam 8000 destas amostras por segundo.

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A transmissão do sinal de voz relativo a um canal telefônico necessita assim de (7 bits + 1 bit de controle) /amostra x 8000 amostras/segundo = 64 000 bit/s. Uma vez que 7 bits em cada amostra de um canal correspondem efetivamente à informação útil (data) os canais são na verdade de 7 x 8000 = 56 kbit/s. A esta “velocidade efetiva” de transmissão dos dados do assinante dá-se a designação de “throughput”.

A taxa de amostragem em cada canal implica o envio de 8000 quadros/segundo, ou seja, uma velocidade de transmissão relativa à “Portadora T1” de 193 bits/quadro x 8000 quadro/s = 1.544 kbit/s. A transmissão dos canais exige o uso de 2 Multiplexers devidamente sincronizados, fazendo um deles a desmultiplexagem à chegada do sinal. Terá ainda de se proceder à conversão digital-analógica a fim de recuperar o sinal de voz original.

Na Europa, bem como no Brasil, utiliza-se o sistema PCM30, e as portadoras E1 de 2048 Mbit/s, utilizadas em troncos digitais de grande porte, comportam 30+2 = 32 canais de 64 Kbit/s o que perfaz 32 x 64 = 2048 Kbit/s.

Figura 21: Representação da sinalização E1. Fonte: EPPET.

Contudo, 30 canais dos 32 canais existentes transportam informações úteis, pois a velocidade efetiva da transmissão (throughput) da portadora E1, é de 30 x 64 = 1920 Kbit/s, os outros 2 canais restantes (canal 0 e canal 16), destinam-se à sinalização (sistema designado por "Sinalização por Canal Comum") e o alinhamento de quadros ou tramas, estabelecendo um sincronismo entre os pontos.

As “portadoras” T1 (1,544 Mbit/s) e E1 (2,048 Mbit/s), fazem parte de um sistema hierárquico de velocidades de transmissão existente nas redes digitais americanas e européias, designado por PDH (Plesiochronons Digital Hierarchy) que a seguir se transcreve, segundo a tabela abaixo.

Europa Estados Unidos

Nível Velocidade Nº de canais Nível Velocidade Nº de canais

E1 2048 Mbit/s 30 T0, DS0 64 kbit/s 1

E2 8448 Mbit/s 120 T1, DS1 1544 Kbit/s 24

E3 34368 Mbit/s 480 T2, DS2 3612 Kbit/s 96

Referências

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Disponível em: http://ensinare.locaweb.com.br Acessado em 18 jul. 2004.

DÍGITRO, Ensinare. Redes Convergentes: Curso on-line, 2003. Disponível em: http://ensinare.locaweb.com.br

Acessado em 14 Ago. 2004.

EPPET, Escola Profissional Pública de Eletrônica e Telecomunicações. Telecurso, 2001. Disponível em: http://www.eppet.pt/data/linkserv/telei/curso_telei/

Acessado em: 10 Ago. 2004.

GOMES, Engº Alcides Tadeu. Telecomunicações: Transmissão, Recepção AM-FM - Sistemas Pulsados. 11 ed. São Paulo: Érica, 1995.

HERSENT, Oliver.; GURLE, David.; PETIT, Jean-Pierre. Telefonia IP: Comunicação multimídia baseada em pacotes. São Paulo: Prendice Hall, 2002.

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Telefonia Digital: Teste seu Entendimento

1. Qual das alternativas abaixo representa um tipo de discagem telefônica?

Decádica, que envia informações para a rede de telefonia utilizando seqüências de pulsos.

Multifreqüencial, que envia informações utilizando uma combinação de pares de freqüências associado a cada tecla.

Digital, que envia informações no formato de dados para a rede de telefonia, onde os elementos desta estão preparados para receber e tratar esta informação neste formato.

Todas as anteriores.

2. Qual das alternativas abaixo não representa usa das fases de transformação de um sinal analógico em um sinal digital?

Amostragem, que consiste em retirar amostras do sinal original conforme uma freqüência pré-determinada.

Contagem, que consiste identificar o número de inversões do sinal analógico. Quantização, que consiste em refinar o sinal amostrado.

Codificação, que transforma o sinal quantizado em um sinal binário.

3. No contexto deste tutorial, quais são as duas formas básicas de multiplexação citadas? TDM (Time Division Multiplexing) e FDM (Frequence Division Multiplexing).

TDM (Time Division Multiplexing) e PDM (Phase Division Multiplexing).

TDMA (Time Division = Multiple Access) e FDM (Frequence Division Multiplexing). TDM (Time Division Multiplexing) e CDMA (Code Division Multiple Access).

Referências

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