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Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física: estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular

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Academic year: 2020

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Universidade do Minho

Instituto de Educação

Tiago Manuel Dantas Ventura

Perceção dos alunos face à

disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos

do 10º e 12º ano do ensino regular

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Tiago Manuel Dantas Ventura

Perceção dos alunos face à

disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos

do 10º e 12º ano do ensino regular

Outubro de 2014

Relatório de Estágio

Mestrado em Ensino de Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário

Trabalho efetuado sob a orientação da

Professora Doutora Linda Saraiva

e do

Professor Doutor César Sá

Universidade do Minho

Instituto de Educação

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ii

Declaração

Nome

Tiago Manuel Dantas Ventura

Correio Eletrónico

Venturatiago@hotmail.com

Cartão de Cidadão 12090569

Título

Relatório de Estágio. Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física. Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular.

Orientadores

Professora Doutora Linda Saraiva Professor Doutor César Sá

Ano de conclusão 2014

Designação do Curso

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTE TRABALHO.

Universidade do Minho, / /2014

Assinatura:

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iii

AGRADECIMENTOS

Ao finalizar todo este processo de formação com vista a obtenção de grau de Mestre, não posso esquecer as pessoas com quem estive envolvido, e que inevitavelmente tiveram o seu papel preponderante nos resultados obtidos ao longo deste processo. Quero desta forma demonstrar a minha gratidão a todos eles, por estarem presentes e pela disponibilidade demonstrada ao longo destes meses nos momentos de insegurança, ansiedade e angústia mas também nos momentos de satisfação.

Em primeiro lugar referir a Professora Doutora Linda Saraiva e o Professor Doutor César Sá, orientadora e coorientador respetivamente, pois foram-me dando feedbacks acerca da minha evolução, seguindo e encaminhando também a concretização do meu trabalho de investigação. Agradeço as valiosas partilhas de saberes, a disponibilidade para ajudar e o estímulo e motivação que me deram ao longo deste processo. Foi um enorme prazer tê-los como orientadores deste estágio curricular.

Uma palavra também aos professores da escola onde decorreu o estágio, mais precisamente à professora cooperante Mestre Ana Paula Matos, que me deu sempre todo o apoio e ajuda necessária para melhorar o meu desempenho ao longo das aulas. Agradeço a confiança nas minhas capacidades, os conselhos e amizade demonstrada.

Não poderei esquecer, com certeza, aqueles com quem estive diretamente envolvida, e que me ajudaram a descobrir, todos os dias um bocadinho, a minha forma de estar e as minhas características enquanto professor. Estou a falar dos meus alunos, da turma do 10º A e também os meus colegas de núcleo de estágio, pois acompanharam-me ao longo deste processo.

Quero terminar agradecendo à minha família por todo o carinho e confiança. Em particular, quero agradecer aos meus pais a colaboração e o apoio manifestados em todas as etapas da minha vida.

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v

RESUMO

Relatório de Estágio. Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física. Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular.

O presente relatório surge no âmbito do estágio pedagógico, inserido no mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários da Universidade do Minho.

Na primeira parte deste relatório é contextualizada a Prática de Ensino Supervisionada, seguindo-se a descrição de todo o planeamento, organização, gestão e avaliação do processo ensino-aprendizagem, bem como a relação com a comunidade. Por último, é apresentado um estudo de natureza quantitativa que visou analisar e comparar a perceção dos alunos do 10º e 12º ano do ensino regular face à disciplina de Educação Física, assim como a importância que lhe é atribuída. Para o efeito, 292 alunos (120 rapazes e 172 raparigas), com idades compreendida entre os quinze e dezanove anos foram recrutados de oito turmas do 10º ano (184 alunos) e quatro turmas do 12º ano (108 alunos).

Na recolha de dados foi aplicado um inquérito por questionário adaptado de Tannehill, Romar, O´Sullivan, England & Rosenberg (1994), traduzido e adaptado por Brandão (2002).

Os resultados do estudo permitem concluir que existem algumas diferenças na perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física entre os dois anos de escolaridade. O 12º ano demonstrou maior apreço pela Educação Física (p=.029), atribuiu-lhe maior importância na sua formação a nível Secundário (p=.048) e nos objetivos da disciplina conferiu-lhe maior importância no parâmetro ensinar-me os princípios de ética e espírito desportivo (p=.002) que o 10º ano. Relativamente aos contributos da Educação Física, apurou-se diferenças estatisticamente significativamente no parâmetro ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness (p <.001), sendo que neste ponto o 10º ano conferiu-lhe mais importância que o 12º ano.

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vii

ABSTRACT

Practicum Report. Perception of students to the discipline of Physical Education. Exploratory study with students of 10th and 12th grade regular education.

This report is inserted under the Minho university Masters of teaching of Physical Education to the elementary school and secondary education.

The first part of this report contextualizes the Supervised Teaching Practice followed by the description of the whole planning, management and evaluation of the teaching-learning process as well as the relationship with the community. Finally, a quantitative study that aimed to examine and compare the perceptions of the discipline of Physical Education by students in 10th and 12th grade and the importance assigned to it. For this purpose 292 students (120 boys and 172 girls), aged between fifteen and nineteen years were recruited from eight classes in the 10th grade (184 students) and four classes in the 12th grade (108 students).

For data collection we used the questionnaire survey adapted from Tannehill, Romar, O´Sullivan, England & Rosenberg (1994), translated and adapted by Brandão (2002).

The results show significant differences on students’ perceptions about Physical Education. The 12th grade showed greater appreciation for physical education (p = .029), and consider this discipline of greater importance in their Secondary formation (p = .048). In respect to the objectives of the discipline, 12th grade also gave it greatest importance in the parameter "teach me the principles of ethics and sportsmanship" (p =. 002) compared to 10th grade. In respect the contributions of physical education, the results show significant differences between 10th and 12th grade in the parameter "teach me other outdoor and fitness activities" (p <.001).

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... iii RESUMO... v ABSTRACT ... vii ÍNDICE GERAL ... ix ÍNDICE DE QUADROS ... xi ÍNDICE DE FIGURAS... xi

ÍNDICE DE ANEXOS ... xiii

1.INTRODUÇÃO ...1

2. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ...3

2.1 ENQUADRAMENTO PESSOAL ...3

2.2. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL ...3

2.2.1. Caraterização do meio ...3

2.2.2. Caraterização da escola ...4

3.REALIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISONADA ...7

3.1. ÁREA 1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM ...7

3.1.1. Conceção ...7

3.1.2. Planeamento ...8

3.1.3. Realização ...13

3.1.4. Avaliação ...17

3.2. ÁREA 2 – PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E NA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE ....20

3.2.1 Atividade do núcleo de estágio ...20

3.2.2. Atividade do grupo de estágio ...21

3.2.3. Outras atividades ...23

3.3. ÁREA 3 - INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ...24

Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física ...24

3.3.1 Introdução ...24

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x

3.3.4. Metodologia ...31

3.3.5. Apresentação e discussão dos resultados ...33

3.3.6. Conclusões ...49

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...51

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...53

(13)

xi

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Caraterização da amostra...31

Quadro 2 - Nível de importância atribuído à disciplina de Educação Física ...34

Quadro 3 - Perceção dos alunos sobre o seu desempenho na disciplina de Educação Física ...35

Quadro 4 - Importância da Ed. Física atribuída pelos alunos na formação a nível do Secundário ....36

Quadro 5 - Perceção dos alunos sobre os objetivos da disciplina de Educação Física ...39

Quadro 6 - Perceção dos alunos sobre os contributos da Educação Física ...41

Quadro 7 - Fatores que mais agradam os alunos nas aulas de Educação Física ...43

Quadro 8 - Fatores que mais desagradam os alunos nas aulas de Educação Física ...45

Quadro 9 - Importância da Educação Física relativamente às outras áreas disciplinares ...47

Quadro 10 - Preferência da Educação Física face às outras áreas disciplinares ...48

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Atividade Física fora da disciplina de Educação Física ...33

Figura 2 - Tipo de Atividade Física fora da disciplina de Educação Física ...33

Figura 3 - Atividades preferidas dos alunos ...37

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ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 - Planeamento anual de Educação Física da escola para o 10º ano ...59

Anexo 2 - Plano anual inicial ...61

Anexo 3 - Plano anual final ...63

Anexo 4 - Unidades didáticas ...65

Anexo 5 - Plano de aula ...67

Anexo 6 - Avaliação diagnóstica...73

Anexo 7 - Avaliação sumativa ...75

Anexo 8 - Atividade organizada pelo núcleo de estágio ...77

Anexo 9 - Atividade organizada pelo grupo de estágio ...79

Anexo 10 - Inquérito aplicado aos alunos ...81

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1

1.INTRODUÇÃO

A organização deste relatório insere-se no âmbito do Estágio Pedagógico, integrado no 2º ano do mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários, do Instituto da Educação da Universidade do Minho.

Não sendo o meu primeiro estágio, pois já vivenciei igual experiência na minha licenciatura, é sempre uma forma e um meio de adquirir mais formação, vivenciar novas experiências, adquirir novos conhecimentos, aprender novos métodos e pedagogias, ouvir críticas construtivas e refletir um pouco sobre todo o processo de ensino.

Neste relatório pretende-se dar uma visão de todo o trabalho que foi efetuado durante o meu estágio pedagógico, refletindo toda a minha atividade docente. Todo o trabalho apresentado foi realizado numa escola secundária, com uma turma do 10º ano de escolaridade, constituída por 27 alunos (13 do sexo feminino e 15 do masculino).

Numa primeira parte deste relatório faço um enquadramento pessoal do meu trajeto, seguindo-se a caracterização do meio, da escola e da turma onde o estágio se desenrolou.

Numa segunda parte, estão descritas a área 1 (organização e gestão do ensino e da aprendizagem) e a área 2 (participação na escola e relação com a comunidade). Na primeira descrevo toda a conceção, o planeamento, realização e avaliação que utilizei durante todo este processo, e na segunda descrevo as atividades que organizei e participei/colaborei no âmbito da comunidade escolar.

Na parte final deste relatório é apresentado o projeto de investigação, que tem por objetivo analisar as perceções dos alunos face à disciplina de Educação Física. A escolha deste tema deve-se ao facto de no início do ano letivo ter obdeve-servado alguma desmotivação pela disciplina por parte de certos alunos. O conhecimento da perceção dos alunos ajuda o professor na motivação para as tarefas, indo também de encontro às suas expectativas e necessidades. De facto os “programas devem constituir, também, objeto da motivação dos alunos, inspirando as suas representações e empenho de aperfeiçoamento pessoal no âmbito da Educação Física, na Escola e ao longo da vida. No fundo, o que está em causa é a qualidade da participação do aluno na atividade educativa, para que esta tenha uma repercussão positiva, profunda e duradoura” (Programa Nacional de Educação Física, 2001, p. 8).

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2

Este relatório termina com algumas considerações finais sobre todo meu processo docente realizado ao longo deste ano letivo, seguindo as referências bibliográficas consultadas e que sustentam este documento e os anexos.

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2. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

2.1 ENQUADRAMENTO PESSOAL

O gosto pela atividade física sempre esteve presente na minha vida. Na infância e adolescência pratiquei vários desportos, entre eles, o rugby, o futebol, a canoagem e a natação. Como vertente lúdica sempre gostei das atividades de contacto com a natureza, tendo estado muito tempo ligado ao escutismo. Ainda hoje mantenho um estilo de vida ativa, praticando várias modalidades de forma lúdica.

Não é então por acaso, que em 2001 tenha escolhido o curso de Professores de Ensino Básico Variante Educação Física como área da minha formação académica.

Em 2006 terminei a minha licenciatura, e desde então tenho estado sempre ligado à atividade física e ao ensino. Lecionei quatro anos nas Atividades de Enriquecimento Curricular na área da Expressão Físico-motora, exerci funções de treinador em várias modalidades (natação, futebol, rugby e canoagem), tendo ainda exercido funções como docente da Educação Especial também ligado à atividade física.

Em 2012 e visto na minha profissão (docente) as oportunidades de emprego serem de difícil acesso, resolvi inscrever-me neste mestrado, com vista adquirir o grau de Mestre, dando assim também continuidade à minha formação como professor, agora na etapa educativa do ensino secundário.

Espero com esta oportunidade continuar a melhorar todos os dias, tornando-me cada vez melhor docente, ou seja, debelando eventuais lacunas que evidencie nas minhas intervenções do processo ensino /aprendizagem.

2.2. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL

2.2.1. Caraterização do meio

Segundo o Projeto Educativo da escola, o concelho de Vila Verde é constituído por 33 agrupamentos de freguesias, numa área total de 228.7 km2 e com uma população de cerca de

47.887 habitantes. É um concelho pertencente ao distrito de Braga, limitado a norte pelo município da Ponte da Barca, a sul por Braga, a leste por Terras de Bouro, a oeste por Barcelos, a sudoeste por Amares e a noroeste por Ponte de Lima.

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A densidade populacional do concelho é de 209.4 hab/km2, com grande discrepância na

distribuição da população. Nas zonas rurais verifica-se um grande esvaziamento de população, nomeadamente nas fronteiras com o concelho de Ponte da Barca e de Terras de Bouro. Os maiores aglomerados populacionais verificam-se na zona urbano da sede do concelho e ao longo dos principais eixos rodoviários (Estrada Nacionais 205, 308, 101 e 201).

A comunidade escolar distribui-se por quatro territórios educativos, existindo ainda no concelho uma Escola Profissional que oferece aos jovens a vertente de formação profissional e especialização tecnológica.

Em termos de equipamentos desportivos, o concelho de Vila Verde possui um total de 104 instalações, entre as quais se destacam as quadras pequenas, campos de futebol, pavilhões e piscina. Estas encontram-se espalhadas pelo município, com natural aglomeração de instalações nas zonas urbanas, nomeadamente nas freguesias de Vila verde e do Prado.

Ao nível do associativismo desportivo, o concelho possui 67 organismos representativos das mais diversas modalidades, mas onde se destaca o futebol e a canoagem.

2.2.2. Caraterização da escola

A escola onde decorreu o estágio funciona desde o ano letivo de 1986/87, localizando-se na sede do Concelho de Vila Verde.

Esta escola foi recentemente requalificada pela empresa Parque Escolar, estando neste momento já todos os serviços em funcionamento.

Como está descrito no Projeto Educativo da escola, no primeiro piso do edifício administrativo encontra-se a receção, reprografia/papelaria, os serviços administrativos, o refeitório, o bar dos alunos com um bloco sanitário, o auditório, a biblioteca, a sala das associações de pais e de alunos, o gabinete da rádio, a sala dos assistentes operacionais e salas de reuniões multiusos e o arquivo histórico. No segundo piso está a átrio e a sala da direção, duas salas de apoio à direção, um bar para os professores, uma sala para professores e sala para os diretores de turma com três espaços fechados de atendimento e uma sala de arquivo da direção. No último piso encontram-se alguns gabinetes para o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), para o Projeto Educação para a Saúde (PES), para o Centro de Formação do Alto Cávado (CFAC) e cursos profissionais.

A escola dispõe ainda de dois blocos de sala de aulas, com vários laboratórios, duas oficinas de diferentes áreas profissionais, salas específicas das áreas curriculares, salas de informática, uma sala de Educação Especial, duas salas de artes, salas de estudo e apoio e salas

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de aulas indiferenciadas. As salas de aula estão equipadas com projetor e computador com ligação à Internet.

Quanto às infraestruturas desportivas, a escola possui dois espaços exteriores descobertos, com marcações para a prática de várias modalidades (4 balizas e 4 cestos), uma pista de atletismo e uma caixa de areia para o salto em comprimento. Existe ainda um pavilhão gimnodesportivo coberto, ventilado, com três pares de balneários/vestiários, sala multiusos (utilizado para a ginástica ou outras modalidades) com dois pares de balneários/vestiários para os desportos de exterior, uma sala de aulas teóricas, um gabinete com balneários/vestiários para professores e um posto médico. No que se refere a recursos materiais, o departamento encontra-se bem apetrechada, pois permite que os alunos tenham acesso a todo o material necessário para cada tarefa (bola, raquete, colete, arco, etc.). O material disponível permite até realizar trabalho individual, o que proporciona aos alunos uma maior probabilidade de desenvolverem as capacidades técnicas inerentes à utilização destes materiais.

Após esta caracterização da escola conclui-se que oferece boas condições para se desenvolver um processo de ensino-aprendizagem adequado aos alunos.

2.2.3. Caraterização da turma

O objetivo da caracterização da turma é conhecer os alunos quer no seu mundo dentro da escola como fora dela.

Os dados biográficos que refiro nesta caraterização foram recolhidos pela diretora da turma e facultados a todos os professores do conselho de turma. Toda esta informação permitiu-me conhecer melhor os meus alunos e assim melhorar o relacionamento com eles. Ajudou-me a interpretar as dificuldades ao nível da disciplina de Educação Física e também na deteção de outros problemas externos à disciplina, tais como saúde e socioecónomicos, sendo muito útil no desenrolar do meu papel de educador.

A minha turma frequenta o 10º ano (turma A) sendo constituída por 27 alunos. É composta por treze alunas do sexo feminino e catorze alunos do sexo masculino, tendo uma média de idades de 14,9 anos. Dos 27 alunos, três já ficaram retidos no seu percurso escolar.

A maioria dos alunos vive longe da escola, demorando no mínimo 15 minutos e no máximo uma hora até chegar à escola. Apenas dois alunos vêm para a escola de carro, sendo que os restantes se deslocam de autocarro. São alunos oriundos de uma classe média/baixa, havendo quatro alunos com escalão “B” e vinte com escalão “A”.

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Em média o agregado familiar é composto por 3 pessoas e no que concerne às profissões dos pais, verifica-se uma grande maioria de trabalhadores do setor Secundário (24 pais), seguindo-se o seguindo-setor Terciário (9 pais) e depois o seguindo-setor Primário com apenas um pai. Existem ainda alguns casos de desempregados (11 pais), quatro mães domésticas e dois casos de falecimentos de um dos progenitores.

Quanto às habilitações literárias dos mesmos, nenhum possui curso superior, apenas uma mãe tem o ensino secundário, sendo que os restantes dividem-se entre o 1º, 2º e 3º ciclo de ensino básico.

No que respeita à ocupação dos tempos livres, os alunos responderam que gostam de ver televisão, ouvir música, de redes sociais, pesquisar na internet, tocar instrumentos, estar com os amigos e praticar desporto.

De referir que a maioria dos alunos tem o objetivo de seguir os estudos e terminar um curso superior, havendo apenas dois alunos que pretendem terminar só o 12º ano e outro que pretende seguir a carreira militar.

Nesta turma não existe nenhum caso de alunos enquadrados no Decreto-lei 3/2008, ou seja, alunos com Necessidades Educativas Individuais.

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3. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISONADA

3.1. ÁREA 1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

Nesta parte vou descrever todo o trabalho desenvolvido na minha atuação como docente, ou seja, todo o processo de organização e gestão do ensino e da aprendizagem. Esta área é dirigida para o trabalho prático e mais específico relacionado com a tarefa docente, abrangendo a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino.

3.1.1. Conceção

Ao longo deste estágio coloquei em prática todos os conhecimentos que adquiri durante a minha licenciatura e mestrado, tentando proporcionar aos alunos as melhores condições de aprendizagem. A experiência que já tenho como docente foi fundamental no relacionamento com os alunos, assim como em outros aspetos como o planeamento, realização e até no processo de avaliação.

Este estágio pedagógico começou na primeira semana de setembro de 2013, quando eu e os meus colegas de núcleo de estágio nos apresentamos na escola. O intuito era conhecer os professores cooperantes, a instituição e o meio educativo. Neste primeiro contacto ficou decidido a composição dos dois grupos de estágio, os seus cooperantes e ainda as turmas que cada um ia lecionar.

Nessa mesma semana tivemos a primeira reunião de grupo de Educação Física, onde foram debatidos vários aspetos fundamentais para o desenrolar do ano letivo, e nos foi facultado alguns documentos importantes para o planeamento e para melhor conhecer os regulamentos da escola. De uma forma geral, os aspetos mais importantes debatidos foi a definição das datas das atividades extracurriculares, as datas para avaliação da Aptidão Física e ainda o mês onde se iria lecionar a modalidade de Dança (nesta escola esta modalidade é lecionada ao mesmo tempo por todas as turmas). Foi ainda estabelecido que não se iria realizar avaliação inicial mas sim avaliações diagnósticas nas primeiras aulas de cada modalidade. De referir que este último ponto foi aprovado por unanimidade por todos os professores do grupo de Educação Física. Todos os assuntos tratados nesta reunião serão abordados mais à frente neste relatório, de forma mais aprofundada, sob a forma de reflexão ou crítica.

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Para melhor desempenhar o papel docente é fundamental que cada professor tenha conhecimento do meio educativo onde está inserido, conhecendo assim a realidade da comunidade escolar e dos seus alunos.

Neste sentido, tive a preocupação de analisar o Projeto Educativo da escola de modo a conhecer melhor a instituição, o seu meio, os seus recursos humanos e materiais, os seus princípios, valores, metas e estratégias. O Projeto Educativo é um instrumento elementar para as escolas, pois representa os valores, identifica as necessidades e problemas, estratégias de mudança e melhoria da qualidade do processo educativo, tendo em conta a realidade do meio.

O regulamento interno da escola foi também consultado e analisado, pois este documento estabelece os princípios gerais pelos quais se devem reger todos os intervenientes no processo educativo da escola.

Depois de analisados todos os documentos acima referidos, seguiu-se uma análise rigorosa do Programa Nacional da disciplina de Educação Física e ainda do Projeto de Educação Física da escola, em particular o planeamento anual para o 10º ano de escolaridade (Anexo 1), onde tive conhecimento das modalidades a lecionar e o número de aulas destinada para cada uma.

Posto isto, estava preparado para iniciar o meu planeamento de todo processo de ensino-aprendizagem para o ano letivo.

3.1.2. Planeamento

Cada professor deve planear todo o processo de Ensino, partindo de um sistema macro para o micro. Para Gandin (2010) planear é transformar a realidade na direção pretendida, dando certeza e precisão à ação com o intuito de aproximar uma realidade a um ideal. Para Bento (2003) o planeamento é uma tarefa muito importante que deve ser elaborada com muito rigor, pois será a base de toda atividade do professor, evitando planear separadamente as ações pedagógicas.

O primeiro passo para a elaboração do meu plano anual foi a consulta do Projeto de Educação Física da escola pois constitui uma “referência fundamental para a orientação e organização do trabalho do conjunto dos professores e de cada um em particular (à escala plurianual e anual) (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 24). Neste documento consultei de forma mais detalhada o planeamento anual para o 10º ano de escolaridade, pois a minha turma encontrava-se neste ano de ensino Secundário. Verifiquei as matérias que tive de abordar, assim como o número de aulas mínimas previstas para cada uma delas. O plano anual “é um plano de perspetiva global que procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas

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pessoas envolvidas. Os objetivos indicados para cada ano, no programa ou normas programáticas, são objeto de uma formulação avaliável e concreta para professores e alunos. Constitui, pois, um plano sem pormenores da atuação ao longo do ano, requerendo, no entanto, trabalhos preparatórios de análise e de balanço, assim como reflexões a longo prazo” (Bento, 2003, p. 59).

Como referi anteriormente, no plano anual da escola para o 10º ano estavam previstas número de aulas mínimas para cada matéria. Refletindo sobre este facto penso que o número de sessões em cada matéria deverá ser consoante o nível (introdutório, elementar ou avançado) de cada turma em cada matéria. Haverá com certeza turmas em níveis de ensino que necessitam de menos aulas para atingir os objetivos, e outras que necessitam de mais sessões. Acho que teria sido importante realizar uma avaliação inicial (e não diagnósticas), averiguando logo no início do ano letivo o nível da turma em cada matéria, podendo prever de forma mais assertiva o número de aulas necessárias para atingir os objetivos.

As matérias selecionadas pelo departamento estão de acordo com as condições de composição do currículo apresentadas no Programa Nacional de Educação Física. De acordo com as normas de referência para o sucesso as matérias lecionadas devem conter 2 Jogos Desportivos Coletivos, 1 Ginástica ou Atletismo, 1 Dança e 2 Outras (Raquetas, Combate, Natação, Patinagem, Atividades Exploração Natureza, etc.).

Como se pode observar no Anexo 1 foram abordados dois Jogos Desportivos Coletivos (andebol e basquetebol), a Ginástica e o Atletismo, a Dança e ainda duas matérias da categoria Outras (luta e badminton).

De realçar que no Programa Nacional da disciplina a Luta não está prevista para o 10º ano de escolaridade. No entanto, o grupo de Educação Física desta escola acha importante a sua abordagem, visto se observar que os alunos até este ano de escolaridade não têm qualquer tipo de abordagem na modalidade. A inserção dos desportos de Combate na Educação Física acarreta inúmeras vantagens nas várias faixas etárias. Na puberdade, e segundo Lima (1998), proporciona o desenvolvimento de relações sócio afetivas, relações interpessoais e progressos importantes no processo de socialização, permitem a libertação de impulsos agressivos, possibilitam a realização das ações de oposição direta, utilizando as técnicas fundamentais de controlo e desequilíbrio, com segurança (própria e do opositor), aplicando as regras e os princípios éticos.

Além das modalidades abordadas, tive em conta também as capacidades condicionais e coordenativas, pela importância que têm, quer a nível anátomo-fisiológico quer em termos neuromuscular na aprendizagem e desenvolvimento de habilidades desportivas e ações motoras.

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Um dos objetivos comuns a todas as áreas nesta disciplina é “elevar o nível funcional das capacidades condicionais e coordenativas gerais, particularmente de resistência geral de longa e média durações, da força resistente, da força rápida, da flexibilidade, da velocidade de reação simples e complexa, de execução, de deslocamento e de resistência, e das destrezas geral e específica” (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 14).

Estas foram trabalhadas durante as várias aulas, de forma alternada e também contínua. Tentei ser criativo, criar situações que desafiassem e estimulassem o interesse dos alunos, provocando-lhes curiosidade e motivação, através da exploração das habilidades motoras e do prazer proporcionado por essas novas aprendizagens. Como é natural, o trabalho das capacidades condicionais, exercícios de esforço, não é do agrado dos alunos, pelo que tive de ter em atenção as questões da motivação, alertando os alunos para a enorme importância deste tipo de trabalho e os seus benefícios. No entanto, penso que obtive resultados positivos, pois houve uma melhoria dos resultados da primeira para a segunda avaliação da Aptidão Física. Além disso, com o trabalho de resistência aeróbica consegui motivar alguns alunos a participarem no corta-mato escolar, tendo obtido grandes resultados. Uma aluna ganhou o seu escalão e outro aluno obteve a 3ª posição.

No seguimento do que foi dito anteriormente, foram dedicadas quatro aulas para avaliação da Aptidão Física (duas em outubro e duas em maio). Para o sucesso nesta disciplina são consideradas três áreas: A - Atividades Físicas (Matérias), B - Aptidão Física e C- Conhecimentos. Nessas aulas foram utilizados alguns testes da bateria Fitnessgram para avaliar se os alunos se encontravam na zona saudável. “O significado do nível de aptidão física e suas implicações como suporte da saúde e bem-estar e como condição que permite ou favorece a aprendizagem, tornam fundamental que em cada ano de escolaridade os alunos atinjam essa zona saudável” (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 29).

As matérias foram lecionadas por blocos, com número de sessões dependendo da modalidade (previstas no planeamento anual do 10 º ano da escola). Estas foram calendarizadas no meu plano anual (Anexo 2 e 3) de acordo com a rotatividade dos espaços de aula contemplados no “roulement”, que me permitiu saber em que espaços lecionava em cada semana. O “roulement” da escola contempla 4 espaços, dois no pavilhão (P1 e P2), a sala multiusos e o espaço exterior. A organização dos espaços com as modalidades é um processo algum difícil de conciliar, visto ter de haver uma articulação com os outros professores da disciplina.

Na calendarização do meu plano anual, além dos aspetos acima referidos, tive em atenção outros aspetos que ficaram aprovados no início do ano letivo em departamento. As quatro aulas

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destinadas à avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) foram realizadas por todas as turmas nas mesmas semanas, ou seja, na terceira semana de outubro e terceira semana de maio.

A modalidade de “Dança” foi também lecionada por todas as turmas na mesma altura (mês de fevereiro), sendo as suas aulas lecionadas em conjunto pelos professores que tinham turmas em simultâneo. Esta foi uma estratégia adotada pelo grupo de Educação Física para debelar algumas dificuldades que alguns professores (inclusive eu) tinham em lecionar esta matéria. Segundo o Programa Nacional de Educação Física (2001) professores com aulas simultâneas podem aplicar estratégias que abranjam o conjunto das suas turmas. “A interação de alunos de turmas diferentes permite a atribuição do papel de demonstração ou de monitor a alunos com aptidões mais elevadas em determinada matéria (ensino recíproco). A realização de atividades comuns a essas turmas possibilita ainda a diferenciação do papel dos professores, de modo a aproveitar capacidades especiais dos próprios professores” (Programa Nacional de Educação Física, 2001, p. 22).

A primeira matéria abordada foi a Ginástica, aproveitando assim o facto de começar a lecionar na sala multiusos, mais propícia para estas modalidades e onde se encontra todo o material necessário (colchões, trampolins, bancos suecos, etc.). Antes de terminar esta modalidade realizou-se as duas aulas destinadas avaliação da Aptidão Física, seguindo-se a modalidade de Andebol lecionada no espaço exterior.

Estas duas primeiras aulas destinadas avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) serviram como forma de diagnosticar a performance dos alunos nas capacidades condicionais e, mediante os resultados obtidos planificar da melhor forma o trabalho destas capacidades para o ano letivo.

O primeiro período terminou com a modalidade de Basquetebol a ser lecionada no espaço “P2”.

O segundo período começou ainda com o basquetebol no mesmo espaço, passando de seguida para o espaço “P1” com a modalidade de Raquetes (badminton). A modalidade seguinte foi a Dança, onde não havia espaços predefinidos, pois como já foi referido anteriormente era dado em conjuntos com as outras turmas. Depois de finalizada esta modalidade voltamos à sala multiusos onde foi lecionada a Luta. Mais uma vez por precisar dos colchões e por serem aulas que necessitam menos espaço resolvi abordar esta matéria nesta sala.

O segundo período terminou com a modalidade de atletismo neste mesmo espaço, lecionando o salto em altura pela mesma razão anteriormente referida.

O terceiro período foi lecionado praticamente no espaço exterior na modalidade de atletismo, sendo apenas as aulas de avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) no espaço interior.

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Estas correspondiam à segunda semana da aplicação do fitnessgram e serviam para avaliar os alunos nas capacidades condicionais, verificando se houve evolução entre o primeiro momento e o segundo momento de avaliação.

Quando terminei a calendarização do meu plano anual ficaram 4 aulas no final do ano letivo em aberto, que segundo a professora cooperante iam ser importantes para questões de acertos. De facto isso veio acontecer, pois tive de prolongar em duas aulas a modalidade de Atletismo. No dia 3 de abril a aula não foi lecionada por ausência da professora cooperante da escola, e no dia 29 de abril os alunos tiveram uma visita de estudo à casa de Camilo Castelo Branco. As outras duas aulas ficaram destinadas ao tema da Educação sexual, visto em conselho de turma terem sido distribuídas 12 sessões sobre esta temática pelas várias disciplinas curriculares. Tratou-se de duas aulas teórica (90+90), lecionada na sala normalmente destinada à turma, tendo como conteúdo/tema a Educação Sexual e como subtema “comportamentos assertivos”. A informação e as atividades realizadas foram retiradas do PRESSE (Programa regional de Educação Sexual em Saúde Escolar). A última aula ficou como forma de despedida da turma, para fazer o balanço do ano e a autoavaliação.

No início de cada modalidade abordada era elaborada uma unidade didática (Anexo 4), de modo a organizar e descrever a forma como ia lecionar os conteúdos programáticos e a sua sequência metodológica. Cada unidade didática era composta por um bloco constituído por várias aulas. A estruturação das unidades didáticas era elaborada sob duas formas distintas, ou seja, por um modelo mais complexo de descrição dos conteúdos e critérios de êxito e pelo modelo de Vickers (1990) mais simples. As unidades didáticas faziam parte de um documento extenso que eu realizava para cada modalidade, onde se incluíam ainda outros documentos, como por exemplo, progressões pedagógicas para os gestos técnicos, recurso materiais e humanos, objetivos, avaliação diagnóstica, justificação e reflexão das unidades didáticas, avaliação sumativa, planos de aulas e suas reflexões, etc.

Numa vertente mais micro realizei um plano de aula (Anexo 5) para cada sessão e no final era elaborado um relatório da mesma, de forma a refletir sobre a minha intervenção. Nos planos de aula constavam os objetivos, os conteúdos, os exercícios, os critérios de êxito, a forma de organização e o material a utilizar.

Todo o planeamento elaborado teve a supervisão da professora cooperante, que me orientou em todo o processo, dando-me instruções e feedbacks importantes para o melhor planeamento do processo de ensino.

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O processo de planeamento não é novidade para mim, por este facto não senti grandes dificuldades ao longo deste processo. No entanto, ao longo deste estágio tive a oportunidade de lecionar pela primeira vez algumas modalidades, como foi o caso da Luta e da Dança. Por este motivo, estas foram as modalidades nas quais tive de me aplicar e pesquisar mais para realizar a planificação. Para colmatar as minhas lacunas nestas modalidades, consultei diversos manuais da escola, páginas da internet e segui alguns conselhos da professora cooperante. O trabalho com o meu colega de grupo de estágio foi também bastante importante, principalmente nestas modalidades, pois houve muita troca de ideias e partilha de documentos.

3.1.3. Realização

Quanto à realização do processo de ensino-aprendizagem tentei proporcionar sempre as melhores condições aos meus alunos para que os objetivos fossem alcançados com o maior sucesso.

Gostaria de começar este ponto, fazendo referência à minha experiência na área da docência e da Educação Física, pois levou-me a sentir sempre grande segurança e à vontade no trabalho desenvolvido.

Tive a preocupação em respeitar as linhas orientadoras da conceção e desenvolvimento do currículo, tentando criar aulas inclusivas onde se verificasse o desenvolvimento de todos os alunos sem exceção, aprendizagens ativas, integradas e significativas, onde todos pudessem sempre trabalhar ao seu próprio ritmo. Tentei adaptar os objetivos ao nível geral da turma e, em particular, a algum dos alunos, promovendo tarefas e estratégias para incutir responsabilidade e autonomia nesses alunos num contexto de certos valores como o respeito, tolerância, espírito de equipa, e que lhes permitissem avaliarem-se a eles próprios, ganharem consciência dos seus atos e da sua motricidade.

Logo nas primeiras aulas tentei criar regras e rotinas que se foram mantendo ao longo do ano letivo, criando hábitos que permitiram uma melhor organização das sessões, diminuindo os atrasos, interrupções, momentos de indisciplina e fora da atividade motora.

Uma dessas rotinas foi a estruturação das aulas que seguiram sempre a mesma lógica durante todo o ano letivo. As sessões começavam com uma pequena conversa com a turma sobre os objetivos da aula e sobre outros assuntos que achava pertinentes. Ainda na parte inicial era realizado um aquecimento, de forma a predispor o organismo para as tarefas a desenvolver, aumentando a capacidade articular, a taxa metabólica, diminuindo assim a probabilidade de lesões.

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Seguidamente, a parte fundamental era dedicada à temática em questão e na parte final eram realizados alongamentos ou exercícios de baixa intensidade. As aulas terminavam sempre com o arrumo do material utilizado e uma pequena conversa com a turma sobre questões relativas à sessão, introduzindo a próxima.

Em todas as modalidades tentei introduzir os conteúdos de forma progressiva, ou seja, do mais simples para os mais complexos, de forma a facilitar a aprendizagem dos alunos e assim alcançar a sua consolidação mais facilmente. Tentei que a exercitação de cada elemento técnico introduzido fosse trabalhada nas aulas seguintes, possibilitando a correta aquisição e consolidação dos conteúdos e objetivos propostos (introdução – exercitação – consolidação).

As condições e regras de segurança foram sempre tidas em conta, pois estas são fundamentais para prevenir acidentes, salvaguardando a integridade física dos alunos. “ As questões ligadas à segurança dos praticantes são, sem dúvida, importantes para quem ensina, e, por isso, o ajudante deve ter sempre em consideração que, se não for possível ajudar o aluno a fazer bem o exercício, o mais importante é impedir que se lesione ao fazê-lo. A integridade física e psíquica das crianças e jovens deve ser uma preocupação constante” (Araújo, 2003, p.14).

Em todas as modalidades foi garantida a segurança dos alunos, com especial atenção para a Ginástica e para a luta. Nesta foram utilizados colchões de proteção para a grande maioria dos exercícios, devido ao seu complexo grau de execução e de perigosidade. No entanto, na maioria das vezes, os alunos quando têm colchões ou outro material de ginástica à sua disposição, começam a brincar com ele de maneira indevida e sem olhar aos eventuais perigos que determinadas brincadeiras podem causar. Para que isso não acontecesse, sensibilizei todos os alunos para os perigos que uma simples brincadeira pode causar, bem como as formas adequadas de utilização do material, no que diz respeito à montagem e desmontagem do mesmo.

Visto as aulas de Educação Física serem muito movimentadas e dinâmicas um aspeto bastante importante para o desenrolar da sessão é o tempo de empenho motor. Este foi sempre tido em conta, com a planificação de aulas e exercícios motivantes, formação de grupos no início da aula e com organizações dinâmicas, minimizando os tempos de transição entre exercícios. No entanto, certos contratempos, como as condições climatéricas, dificultavam a organização. Por vezes tinha de alterar a aula para espaços mais reduzidos, o que obrigava a efetuar modificações ou reajustes na organização das aulas.

Os grupos de trabalho estavam pré-definidos desde o início do ano, no entanto, eram reajustados no início de cada sessão, sempre que havia alunos ausentes da mesma. Sempre que

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algum aluno por alguma razão não fazia a parte prática tinha de elaborar um relatório sobre a aula e ainda ajudar na distribuição e arrumação do material utilizado.

De uma forma geral, a turma participou sempre de forma empenhada e motivada em todas as modalidades, verificando-se um maior empenho nos Jogos Desportivos Coletivos (Basquetebol, Andebol) em comparação com as outras modalidades, especialmente a Ginástica e as Expressões Rítmicas Expressivas (Dança). Nestes casos, tentei utilizar estratégias de forma a motivar os alunos embora nem sempre com o sucesso desejado.

A organização das sessões foi variada dependendo da modalidade lecionada, com trabalho em grupos, individual ou a pares. As formas mais utilizadas foram as estações, circuitos e vagas para a Ginástica, Atletismo e Luta, e as formas jogadas para os desportos coletivos (3x3, 5x5, 6x6 e 7x7) e Badmínton (1x1 e 2x2).

O clima relacional estabelecido entre professor/alunos e aluno/aluno foi uma dos aspetos que mais contribuiu para o bom desenrolar do ano letivo. Consegui criar uma boa relação com os alunos e assim as coisas ficaram, desde logo, mais fáceis. Desde as primeiras aulas não tive problemas de maior no que se refere ao controlo da turma, pois a turma teve um comportamento quase sempre exemplar. Sempre que havia algum comportamento de indisciplina fazia uma reprimenda aos alunos na hora ou então na reunião final da aula. Penso que, no contacto com os alunos, a humildade associada à valorização das minhas ideias ajudou a estabelecer um bom clima relacional e um nível de participação adequado. Foi essencial que a forma de comunicar com os alunos fosse realizada corretamente, de modo a abranger o maior número possível de alunos para que o ensino-aprendizagem fosse contínuo. Embora lecionar nesta faixa etária (adolescência) fosse para mim uma novidade, penso que consegui de forma positiva estabelecer um bom clima, que foi evoluindo ao longo do ano, com momentos de seriedade quando foi preciso mas também de divertimento e brincadeira quando possível.

Passo agora a falar um pouco sobre as dimensões da instrução e do feedback. A primeira refere-se às intervenções do professor sobre a matéria de ensino ou sobre a realização de um exercício. A segunda são as ações verbais ou não verbais sobre a prestação dos alunos, tendo por objetivo interrogar, avaliar ou corrigir. O bom comportamento da turma e o seu empenho ajudou-me bastante nestas dimensões, pois consegui ser mais rápido na transmissão das instruções e feedbacks dos aspetos importantes, sendo conciso e claro. Nunca me senti inibido em emiti-los, e julgo que foram transmitidos com frequência e com pertinência adequada, de forma individual ou

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coletiva. Quando emitia um feedback corretivo individual, ficava a observar o aluno para me certificar que este corrigia o que estava mal, imitindo logo de seguida outro feedback avaliativo.

Por vezes, quando as aulas eram lecionadas dentro do pavilhão, onde permaneciam mais turmas e existia bastante barulho, as instruções eram de difícil transmissão e causavam algum transtorno. Nestes casos, quando pretendia dar instruções, ou pequenas correções, pedia aos alunos para pararem os exercícios e se juntassem para conseguir passar a mensagem de forma a todos terem acesso a essas informações. Quando as aulas eram lecionadas em espaços mais calmos, para dar instruções pedia aos alunos para pararem os exercícios, e nos seus lugares, ouvissem o que eu dizia, maximizando assim o tempo de aula.

Um dos aspetos que tive de melhorar bastante foi a discurso utilizado com a turma. Mais uma vez o facto de ter trabalhado sempre com crianças levou-me a ter um discurso pouco adequado para adolescentes. Apercebi-me disso logo nas primeiras aulas, e com o passar do tempo, foi-me adaptando e melhorando este aspeto.

Uma das minhas preocupações enquanto professor foi o posicionamento e supervisão dos alunos. Procurei sempre circular bastante pelo espaço de aula, o que permitiu observar melhor os alunos, corrigi-los, dar-lhes feedbacks individuais e também uma maior aproximação da minha parte. Este modo posicional também ajudou a prevenir comportamentos desviantes e de indisciplina.

Na introdução de cada exercício ou gesto técnico foram sempre realizadas demonstrações do mesmo, executadas sempre dentro do campo visual de todos e juntando os alunos ao redor do executante, com o objetivo de melhor compreensão dos gestos técnicos e dos diferentes exercícios. As demonstrações eram realizadas por mim ou por um aluno que executasse bem o gesto, sendo acompanhadas pela instrução dos critérios de êxito e repetidas tantas vezes quantas os alunos necessitassem.

Ao longo de todas as aulas tentei seguir o plano e os objetivos previamente definidos mas nem sempre foi possível. Quando os alunos não atingiam facilmente certos objetivos reajustava e adaptava o plano, tendo às vezes de eliminar certos conteúdos, passando esses para as sessões seguintes. Penso que o bom professor é aquele que tem a capacidade de verificar as dificuldades dos seus alunos, conseguir reajustar o trabalho às suas dificuldades para que consigam atingir o sucesso.

Após todas as considerações feitas à realização das minhas aulas, é pertinente falar sobre as modalidades que lecionei. Como já referi anteriormente as modalidades de Dança e da Luta

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foram experiências novas, nunca as tinhas lecionado, pelo que foi bastante motivante e onde aprendizagem foi grande. Nas outras modalidades pus em prática os meus conhecimentos, tendo sempre a curiosidade e o empenho de aprender sempre mais, oferecendo as melhores condições aos meus alunos. A Ginástica, apesar da sua complexidade e dificuldades que os alunos apresentam, foi a modalidade que mais à vontade senti em lecionar. Esta disciplina exige bastante concentração do professor, pois além dos aspetos técnico complexos e de difícil execução, existe ainda as questões de segurança que têm de ser asseguradas.

3.1.4. Avaliação

A avaliação é um processo bastante delicado. É fundamental que haja critérios rigorosos e imparcialidade nos momentos de apreciação dos alunos. Para Barlow (2006) avaliar é um processo de calcular com exatidão uma dada quantidade, em função de critérios bem definidos e, se for preciso com ajuda de aparelhos de medição.

Os alunos ao longo do ano letivo foram avaliados através dos três tipos de avaliação, ou seja, diagnóstica, formativa e sumativa.

Logo na primeira reunião de grupo de Educação Física ficou definido que não seria realizada uma avaliação inicial mas sim avaliações diagnósticas (Anexo 6) no início de cada modalidade. No entanto, o Programa Nacional da Educação Física salienta a importância da realização de uma avaliação inicial pois permiti “a cada professor orientar e organizar o seu trabalho na turma, possibilita aos professores assumirem compromissos coletivos, aferindo decisões anteriormente tomadas quanto às orientações curriculares, adequando o nível de objetivos e/ou procedendo a correções ou alterações na composição curricular à escala anual e/ou plurianual, caso considerem necessário” (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 25).

Teria sido importante a realização de uma avaliação inicial entre as primeiras quarto a seis semanas, sobre as matérias dos anos anteriores e do presente ano letivo. Ter-me-ia permitido observar se os conteúdos dos anos anteriores estavam consolidados, planeando da melhor forma a continuidade do trabalho realizado. No fundo, seria um modo de fazer uma revisão dos conteúdos anteriores, avaliando em simultâneo as dificuldades e limitações dos alunos nas diferentes matérias, prognosticando o seu desenvolvimento.

No entanto, por decisão então do grupo de Educação física foram realizadas avaliações diagnósticas, que segundo Ribeiro (1999) têm como objetivo verificar o nível dos alunos face às aprendizagens que vão ser propostas e face às anteriores, podendo diagnosticar dificuldades futuras

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e presentes. Têm como objetivo avaliar as aptidões dos alunos relativamente à modalidade a lecionar, determinando o nível da turma, no início de cada unidade temática.

Estas avaliações foram realizadas nas primeiras aulas das unidades de ensino, de modo avaliar e recolher informações sobre o nível dos alunos (introdutório, elementar ou avançado), percebendo assim quais as dificuldades destes em termos de aprendizagem e para melhor estruturar todo o processo de ensino. Essa avaliação consistia na execução dos conteúdos que iam ser lecionados, de forma analítica ou global, individualmente ou em grupo.

Em concordância com a professora cooperante decidiu-se não realizar avaliação diagnóstica em todas as modalidades, visto haver algumas com poucas aulas programadas (ex. Luta, Badminton) e porque, segundo os alunos, nunca tinham sido lecionadas em anos anteriores. Este facto causou-me alguma perplexidade, pois as atividades de Combate e as Raquetas estão consagradas nos programas da disciplina nos ciclos de ensino anteriores, pelo que deveriam ter sido abordadas.

No que respeita à avaliação formativa era realizada aula após aula, sob a forma de observação, para certificar a evolução dos alunos e assim ajustar conteúdos para as aulas futuras. Os aspetos mais relevantes eram registrados numa grelha digital disponibilizada pelo grupo de Educação Física. No fundo consistia numa reflexão constante das aprendizagens dos alunos, reajustando os avanços e recuos nos conteúdos de cada unidade didática. Ribeiro (1999) refere que este tipo de avaliação auxilia o processo de ensino/aprendizagem, verificando o sucesso e dificuldades das aprendizagens, definindo estratégias para as dificuldades e levando ao sucesso nas tarefas que realizam. Os aspetos socio afetivos como o empenho e assiduidade também eram registados diariamente.

Quanto à avaliação Sumativa (Anexo 7) foi realizada nas últimas aulas de cada unidade didática, com o objetivo de avaliar se os conteúdos inicialmente previstos foram aprendidos pelos alunos. Esta tem por finalidade classificar os alunos no final da unidade didática, podendo o professor observar os comportamentos dos alunos nos conteúdos abordados, de forma a conferir a sua progressão e a sua consolidação.

Refletindo acerca deste processo constatei que a avaliação é mais complicada e ainda mais difícil, quando os valores são atribuídos numa escala de 0 a 20 valores, quando comparado com a escala de 0 a 5. A primeira foi para mim uma novidade, tendo tido no início deste processo algumas dificuldades em atribuir certas notas.

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Um dos aspetos que facilitou todo o meu processo de avaliação foi o facto do grupo de Educação Física disponibilizar um documento em formato digital “Excel” onde continha todas as percentagens das avaliações, fazendo diretamente as médias das notas. Neste documento eram registados outros aspetos como assiduidade, faltas de material, dispensas e o empenho.

Nesta escola os critérios de avaliação final de cada período definem uma percentagem de 70% para as competência e conhecimentos a nível motor, onde 60% é destinado à avaliação das modalidades e 10% para a Aptidão Física, avaliado através da bateria de testes do fitnessgram. Os restantes 30% são destinados ao domínio socio afetivo, sendo 10% para a assiduidade e 20% para as intervenções adequadas, respeito pelas regras, solidariedade, cooperação, etc. Estes critérios valorizam aquilo que é uma disciplina prática, sem desvalorizar outros aspetos que, embora tenham um peso menor em termos avaliativos comparados com o domínio motor, também são importantes na avaliação final. Os critérios de carácter sócio afetivo valorizam os alunos empenhados e motivados, penalizando aqueles que não mantém atitudes adequadas e pretendidas nas aulas da disciplina.

No entanto, constatei algumas diferenças entre este tipo de avaliação e o que está estipulado no Programa Nacional de Educação Física (2001). Este documento menciona que nos critérios de classificação não deve haver fracionamento dos domínios nem atribuição de percentagens. Das matérias que foram avaliados seleciona-se um conjunto de níveis para que os alunos obtenham o sucesso na disciplina. Existem três domínios fundamentais para o sucesso dos alunos na disciplina, sendo eles, as Atividades Físicas (Matérias), Aptidão Física e os Conhecimentos. As normas de referências para o sucesso definem metas de aprendizagem, definindo objetivos gerais para cada ciclo e ano de escolaridade. O programa nacional garante o ecletismo, pois os alunos não necessitam dominar todas as matérias nucleares, nem se encontrarem no mesmo nível (introdutório, elementar e avançado).

Segundo o Programa nacional de educação Física (2001) os alunos do 10º ano nas Atividades Físicas devem evidenciar competências de 5 níveis introdutórios e 1 nível elementar, devendo as matérias selecionados ser das seguintes categorias: 2 dos Jogos Desportivos Coletivos, 1 Ginástica, 1 de Dança e 2 da categoria Outras. Na Aptidão física devem encontrar-se na zona saudável para a sua idade e devem revelar Conhecimentos sobre o programa definidos pelo departamento da disciplina.

No final de cada período, e por norma da escola, os alunos preenchem uma ficha com a sua autoavaliação. Penso que esta tarefa é bastante interessante, pois permite que os alunos

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tomem consciência dos seus aspetos “positivos” e “menos positivos”, refletindo assim um pouco para tentar encontrar soluções no sentido de melhorar.

3.2. ÁREA 2 – PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E NA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

O papel do professor não se restringe apenas à lecionação das aulas e ao contacto com os alunos. Este deve procurar relacionar-se com a comunidade escolar, participar e realizar atividades no sentido de tentar melhorar as condições de aprendizagem não só dos seus alunos mas também de toda a escola.

Neste contexto, durante este estágio estive envolvido na organização de duas atividade, uma proporcionada pelo meu núcleo (“Lançando e Dançando”) e outra pelo meu grupo de estágio (Peddy-Paper). Estas tinham por objetivo principal a mobilização massiva da população escolar.

3.2.1 Atividade do núcleo de estágio

A atividade “lançando e dançando” (Anexo 8) foi aquela que me deu mais prazer e trabalho para a sua concretização. Esta decorreu na manhã do dia 7 de março, incorporada nas comemorações do “Dia da Escola”, sendo destinada a toda a comunidade escolar, com a participação ativa dos alunos com Necessidades Educativas Individuais. Os objetivos eram promover medidas inclusivas, desenvolver atividades em ambientes diferenciados, desenvolver a autonomia e socialização dos alunos com Necessidades Educativas especiais, promover o bem-estar e qualidade de vida, adquirir hábitos de vida saudável, etc. Escolhemos estes objetivos para a nossa atividade de modo a sensibilizar a comunidade para a necessidade de promover eventos onde haja integração da população portadores de deficiências, quer motoras, quer cognitivas.

Depois de várias mudanças ao longo da organização, o programa ficou definido da seguinte maneira: 9:30h palestra acerca do Boccia com o professor André Soares, com o atleta Paraolímpico José Carlos Macedo e seu acompanhante Roberto Mateus; 11h demonstração do jogo (Boccia) com a participação da APPACDM de Melgaço e às 12h apresentação de uma coreografia realizada por alguns alunos da nossa escola.

Uma das partes mais difíceis na preparação e organização do evento foi o ensaio com os alunos para a preparação da coreografia. A incompatibilidade dos horários quer dos estagiários, quer de todos os alunos foi bastante difícil de gerir. No entanto, com muito esforço, conseguimos organizar e ensaiar a coreografia, dividindo as tarefas por todos os elementos do núcleo, sendo que na maioria das vezes nos ensaios só participaram metade dos alunos que entraram na coreografia. Quanto à divulgação da atividade, foi um dos pontos que considero negativos, pois o cartaz apenas

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esteve pronto no dia anterior. Com as alterações ao programa e algumas confirmações de última hora, só conseguimos ter o cartaz pronto depois das férias do carnaval.

Quanto à palestra decorreu de forma natural, muito familiar, com os alunos e professores a fazerem perguntas aos convidados. Foi uma hora bem passada e bastante motivante, com alunos e convidados apreciarem o momento. No entanto, e quando havia ainda muitas perguntas a colocar, tivemos de encerrar a palestra pois a hora já ia adiantada.

Finalizada esta parte, todos se dirigiram para o pavilhão onde decorreu a demonstração do jogo. Enquanto se preparava o som e todo o material, os alunos da APPACDM de Vila Verde realizavam algumas coreografias de dança folclore. Após tudo estar pronto, deu-se inicio à demonstração, com muitos alunos assistir, quer no pavilhão, quer na bancada. Esta foi bastante dinâmica, pois enquanto o professor ia falando e explicando o jogo, os alunos iam jogando. Na demonstração participaram os alunos da APPACDM de Melgaço e de Vila Verde, professores, os alunos com Necessidades Educativas Especiais da nossa escola e ainda outros alunos. Foi muito gratificante ver alegria dos alunos quando lançavam as bolas e o público batia palmas. Mais alunos queriam participar e experimentar o Boccia mas como já era meio-dia tivemos de encerrar esta parte.

Para a última parte da nossa atividade houve uma grande mudança, pois a coreografia foi apresentada no átrio e não no pavilhão como estava inicialmente previsto. Penso que esta mudança foi muito positiva, pois o átrio estava completamente cheio, sendo o impacto ainda maior. Nesta parte tive um papel bastante ativo, pois também participei na dança, fazendo a coreografia com um aluno de cadeira de rodas. Este era um dos grandes objetivos da nossa atividade, atividades para todos, atividades inclusivas.

Com esta apresentação, terminou a nossa atividade, que de uma forma geral correu muito bem. Adesão dos alunos foi maior do que estava à espera, e a sensibilização e o impacto que pretendíamos penso que foi conseguido.

3.2.2. Atividade do grupo de estágio

Com atividade do “Peddy-Paper” (Anexo 9) pretendíamos que os alunos, fora do ambiente escolar, pudessem praticar atividade física, articulando com a comunidade de Vila Verde. A prova seria realizada pela vila, sendo a partida e chegada à escola secundária, junto ao pavilhão gimnodesportivo.

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Os objetivos pretendidos eram adquirir hábitos de vida saudável; desenvolver a socialização e afirmação da personalidade; desenvolver a autonomia; expandir a capacidade de resolução de enigmas; aumentar a rapidez e destreza de raciocínio; promover a formação integral dos alunos, fomentando o sentido de interajuda e cooperação.

O facto de a atividade ter bastantes pontos de controlo e de o meu grupo de estágio ser constituído por apenas dois elementos levou-nos a pedir ajudar à turma do 12º F, que frequenta o curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva. Abordamos o professor responsável desta turma, que foi muito recetivo, prontificando-se logo para ajudar.

No entanto, e apesar de tudo estar preparado para o desenrolar deste evento, tivemos um percalço no dia da atividade. Por más condições climatéricas esta teve de ser adiada, pois a muita chuva não permitia o desenrolar da mesma. Assim, logo pela manhã do dia 4 de abril, foi afixado na escola um cartaz para informar os alunos do adiamento e justificação para tal.

No início do 3º período, em reunião com a professora cooperante decidiu-se remarcar nova data para a atividade, ficando para o dia 15 de maio, na semana aberta da escola (12 a 16 de maio). Foram afixados cartazes com alteração da data, abrindo novas inscrições e mantendo as já efetuadas.

Com a impossibilidade de participação na organização da turma que estava prevista (12º F), decidimos falar com os professores da turma do 10º ano do curso de Apoio à Gestão Desportiva para nos ajudarem neste evento. De realçar a importante contribuição destes alunos, participando de forma muito ativa no decorrer da prova, disponibilizando-se logo para ajudar na organização.

Como tudo estava já devidamente organizado, nesse dia foi só colocar em prática a atividade. Estava um dia bonito de calor e sol, pena algumas equipas que estavam inscritas não comparecerem, devido a uma visita de estudo que havia no mesmo dia e a greve dos autocarros, nomeadamente da TRNSDEV, que abrange esta zona.

No entanto, e fazendo uma avaliação geral, o desenrolar da atividade decorreu bastante bem, sem percalços de organização, com os alunos a competirem de forma empenhada e respeitando as regras. A atividade começou sensivelmente às 10 horas da manhã, tendo terminado a última equipa por volta do meio-dia. À medida que iam terminando, os alunos recebiam os diplomas de participação.

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23 3.2.3. Outras atividades

Para além das atividade acima referidas, participei em todas as atividades que estavam a cargo do grupo de Educação Física. Entre elas destaco o Corta-Mato escolar realizado no dia 13 de dezembro, o torneio de basquetebol no dia 17 de dezembro e o torneio de voleibol no dia da escola (4 de abril).

No meu envolvimento com a escola procurei estar presente em vários tipos de reuniões, como as do departamento de Expressões, as do grupo de Educação Física e especialmente nas reuniões relativas à minha turma. Estas últimas destinavam-se apenas aos professores pertencentes ao conselho de turma e tinham como objetivo discutir a avaliação final de cada período ou averiguar o desenvolvimento dos alunos ao longo do período, as ditas reuniões intercalares.

Estive presente em todas as aulas lecionadas pelo meu colega de grupo de estágio e ainda em algumas aulas da professora cooperante. Participei também em vários jogos de futebol entre professores/auxiliares educativos e alunos, onde a interação entre todos os intervenientes foi bastante próxima, e me possibilitou conhecer melhor a comunidade educativa.

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3.3. ÁREA 3 - INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física

3.3.1 Introdução

Este projeto de investigação, realizado no âmbito do Estágio Pedagógico do Mestrado em Ensino da Educação Física no Ensinos Básicos e Secundários do Instituto da Educação da Universidade do Minho tem como principal objetivo analisar e compreender a perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física.

Trata-se de um estudo de investigação quantitativo que visa identificar as perceções dos alunos face a esta disciplina, as perceções sobre as suas matérias de ensino, estudar a importância que é atribuída pelos alunos, perceber as suas atitudes e experiência nas aulas de Educação Física. No fundo, pretendemos perceber o que os alunos acham da disciplina, a sua importância, o que mais lhes agrada e lhes desagrada.

Neste contexto, torna-se importante, os profissionais da Educação Física, os seus professores, perceber os motivos que levam os alunos a gostarem, ou não gostarem da disciplina e que perceção têm dela.

Palavras-chave: Perceção; Educação Física; Ensino Secundário.

3.3.2 – Enquadramento Teórico

O conceito de Educação Física

A Educação Física é uma disciplina curricular e segundo Januário (1995) apresenta a sua maior riqueza na conceção eclética das suas atividades e na variedade de áreas da sua intervenção. Para este autor esta disciplina é um “campo profissional e académico que integra os saberes relativos à intervenção sobre os percursos e processos de formação, estreitamente ligados ao desenvolvimento físico e motor, tendo repercussões e efeitos educativos na totalidade do ser humano, numa filosofia de formação permanente” (Januário, 1995, p. 204).

Por sua vez, Mota R. (1997) citado por Mota J. (2001) aponta dois conceitos diferentes sobre o papel da Educação Física. O primeiro em que esta disciplina estabelece uma ligação entre o corpo e o cérebro, de modo adquirir a capacidade de adaptação a novas situações, com o intuito do aluno reagir de forma adequada e inteligente às situações que se lhe colocam, tendo em conta as

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Figura 2 - Tipo de Atividade Física fora da disciplina de Educação Física
Figura 4 - Atividades menos preferidas

Referências

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