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SEXUALIDADE NO ENSINO MÉDIO: A ESCOLA AUXILIANDO NA PREVENÇÃO DA AIDS

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SEXUALIDADE NO ENSINO MÉDIO: A ESCOLA AUXILIANDO NA

PREVENÇÃO DA AIDS

MICHELE RODRIGUES PEREIRA¹*; ROZANDA GUEDES DA SILVA COSTA²

¹ Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas (Escola de Ciências da Saúde, Unigranrio); ² Docente do Curso de Ciências Biológicas (Escola de Ciências da Saúde, Unigranrio);* michelerio@gmail.com, Rua da Lapa, 86 - Centro- CEP 20021-180, Rio de Janeiro, RJ. RESUMO

Uma parcela expressiva da população brasileira é representada por adolescentes e jovens. Como características desta faixa etária estão às descobertas e dúvidas, principalmente aquelas referentes às questões voltadas para a sexualidade e as mudanças no corpo. Esses jovens, em sua iniciação sexual, podem se deparar com as chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTS) e, entre estas, a AIDS. Por inibição, falta de diálogo ou até mesmo por medo, muito dizem conhecer amplamente sobre a doença, suas formas de prevenção e suas situações de risco. Além de adolescentes e jovens, a falsa sensação de proteção acomete uma parcela adulta que freqüenta a escola, que afirma estar protegido da AIDS pelo simples fato de anos de união com um mesmo parceiro. O presente trabalho teve como objetivo revelar o conhecimento sobre questões básicas relacionadas à AIDS e a necessidade da inclusão do tema não somente nas aulas de Biologia, mas sim de uma forma mais ampla e interdisciplinar, aproveitando a escola como ponte entre o conhecimento e a saúde sexual. Foram utilizadas perguntas, em forma de questionário, aplicadas para estudantes do ensino médio no período da noite. Os resultados obtidos foram trabalhados, levando em consideração o quanto os alunos conheciam sobre a AIDS. Pode-se concluir que algumas questões primordiais são conhecidas pelos estudantes, porém existe uma grande distância entre a teoria e a prática. Questões básicas são desconhecidas por uma classe que já deveria abordar o tema com naturalidade.

Palavras-Chave: AIDS, escola, DST, sexualidade

INTRODUÇÃO

A síndrome da imunodeficiência adquirida, conhecida pela sigla AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome), é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV (Human Immunodeficiency Virus).

A AIDS foi identificada no início dos anos 80 e, atualmente, é responsável pela pandemia de maior impacto atualmente (AMATO NETO; BALDY; SILVA, 1991; AMATO NETO et al., 1996a/b; HOLMES; DELAY; COHEN; 1997). Trata-se de uma doença adquirida, ou seja, repassada por um portador do vírus mediante fluidos corpóreos, como sangue, leite materno, sêmen e secreções, que provoca deficiência grave no sistema imunológico, gerando sinais e sintomas decorrentes de infecções conhecidas como oportunistas. Estas se aproveitam da fragilidade de defesa do organismo para acometer o indivíduo sem história prévia de comprometimento imunológico (PHILIPPI; MALAVASSI; ARONE, 1994; AMATO NETO et al., 1996).

Embora as formas de contaminação sejam, em parte, determinadas por características sociais, culturais e econômicas de cada país, a

principal forma de contaminação se dá por intermédio de relações desprotegidas (www.klickeducacao.com.br).

Por se tratar de uma doença que possui apenas tratamentos paliativos, pois nenhuma cura definitiva foi encontrada, observa-se a importância de inserir o assunto no contexto social, tendo a escola como aliada na divulgação das medidas preventivas (CASTILHO EA; SZWARCWALD CL; 1998)

Na vida dos adolescentes, um grande marco é a migração do ensino fundamental para o ensino médio. Devido à faixa etária, muitas são as dúvidas e descobertas: sexo, hormônios, parceiros, opção sexual, gravidez e muito para aprender.

O contágio acontece por meio da troca de fluídos, que tem como aliado à iniciação sexual, banalização do sexo e a descoberta de novas sensações. A camisinha, principal arma contra o contágio, é um objeto de uso facultativo, no pensamento de muitos jovens, são fatores oportunos para a transmissão do vírus.

O estudo intitulado "Contracepção: afinal, de quem é a responsabilidade?", lançado no Dia Mundial da Contracepção, em 26 de setembro de 2010, mostra que quase metade dos jovens

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utilizar métodos de proteção contra DSTS (www.aids.gov.br).

O conhecimento sobre a AIDS foi colocado à prova em uma escola da rede Estadual do Rio de Janeiro tendo como objetivo principal desse estudo a análise do nível de conhecimento dos alunos e a necessidade de serem desenvolvidas políticas que auxiliem na promoção da saúde dos jovens.

Além de analisar o conhecimento dos estudantes com relação à AIDS, o trabalho abordou a questão da saúde sexual nas 3 séries do ensino médio e de que forma a escola aborda o assunto com seus alunos.

Paralelamente aos questionamentos citados levantou-se a questão da disponibilização de camisinhas através de máquinas nas escolas. O Ministério da Saúde em parceria com o UNICEF divulgou uma pesquisa onde afirma que os adolescentes têm dificuldade de acesso ao preservativo (http://fantastico.globo.com). Dotada dessa informação, o trabalho se propõe em mensurar e ressaltar a importância do acesso da informação sobre o HIV na escola, aliado ao fácil acesso a proteção, que resultaria em uma forma de abranger um número maior de pessoas, como adolescentes em sua fase de iniciação sexual, jovens sexualmente ativos e casais com muitos anos de união.

São incontestáveis os benefícios da inclusão de temas como a sexualidade e saúde reprodutiva no contexto educacional, uma vez que a escola é um espaço de convívio importante para adolescentes, jovens e adultos de ambos os sexos, além de possuir competência e seriedade para divulgar informações consistentes e de qualidade, contribuindo dessa forma na prevenção das DST/HIV/AIDS e questões associadas à gravidez na adolescência. (CAVASIN; 2007)

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho consistiu na aplicação de um questionário (figura 1) para os alunos de uma Escola Estadual localizado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro no mês de novembro de 2010. Foi realizado com 40 alunos do ensino médio no período da noite, com idades entre 16 e 43 anos.

As perguntas foram feitas em forma de múltipla escolha e, dentre elas, sete perguntas de foco pessoal, que tem como objetivo conhecer um pouco dos entrevistados. Outras vinte e quatro questões foram aplicadas, para que os alunos pudessem sinalizar com uma marcação na coluna “Sim” ou na coluna “Não” (Anexo I).

Essas questões abordam pontos essenciais para o entendimento da doença, como as formas de proteção e aquelas que não protegem contra o

vírus HIV, as formas de transmissão da doença e como não se transmite.

A inserção de mais perguntas no questionário seria inviável devido ao tempo de aplicação bastante reduzido, executado nos 30 minutos finais das aulas de biologia.

Antes de ministrar a pesquisa, foi explicado aos estudantes o objetivo do questionário e que era facultativo respondê-lo. Além disso, foi ressaltado que não era necessária a identificação.

Como forma de estímulo ao preenchimento do questionário, foram distribuídas camisinhas para os entrevistados (Figura 3). Como forma de informação e prevenção, as respostas foram dadas na forma impressa a cada um dos estudantes (Anexo II).

Os preservativos foram fornecidos pelo Posto de Saúde do bairro de Engenho de Dentro.

Após a aplicação da pesquisa, o método para análise dos resultados foi à apuração do percentual das respostas e o cruzamento de dados.

RESULTADOS

Alguns alunos não concordaram em responder o questionário, mas a maioria mostrou interesse em realizá-lo (figura 2). Após o recebimento da folha com as respostas sobre o tema abordado, foi obervado uma grande curiosidade dos alunos em ler sobre algumas questões. Muitos tiraram dúvidas pertinentes e se mostraram surpresos com as respostas (figura 4).

Primeiramente, os resultados obtidos foram analisados quanto às questões pessoais:

mais da metade dos entrevistados, 53% são do último ano do ensino médio;

35% possuem entre 18 e 21 anos;

55% residem com familiares, como pais, tios, avós ou demais parentes;

43% afirmaram que nem sempre usam preservativo ao fazer sexo; e

88% dos entrevistados se consideram heterossexuais.

Diante das informações foi realizado cruzamento entre estas no qual se chegou ao seguinte resultado: entre os homens, 52% afirmam que utilizam a proteção da camisinha, somente às vezes, enquanto 47% das mulheres afirmam utilizar sempre a camisinha em suas relações sexuais (figura 5). Entre aqueles que citaram que possuem uma relação estável, 79% declaram que não utilizam a camisinha em suas relações sexuais com os cônjuges (figura 6).

O levantamento dos resultados expõe a forma que os estudantes obtêm informações sobre o tema, e expõe a internet e os amigos como principais fontes para falar sobre o assunto (figura 7).

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Figura 2: Preenchimento do questionário.

Figura 3: Questionário com as respostas e o preservativo ofertado para os estudantes

Figura 1: Aplicação e explicação do objetivo de questionário.

Figura 4: As respostas foram consultadas pelos

alunos e alguns tiraram dúvidas.

Figura 5: Incidência do uso de camisinha entre homens e mulheres TOTAL DE ENTREVISTADOS NÃO USAM CAMISINHA UTILIZAM ÀS VEZES UTILIZAM SEMPRE HOMENS 21 8 11 2 MULHERES 19 4 6 9 21 8 11 2 19 4 6 9 0 5 10 15 20 25 Q ua nt ida de

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Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.2, p.24-30, jul-dez 2010. Página 27 Figura 6: Utilização de camisinha entre casais com relacionamento estável

Figura 7: Como os entrevistados buscam informações sobre DSTS ou sexualidade TOTAL QUE POSSUEM PARCEIROS(AS) NÃO USAM CAMISINHA UTILIZAM ÀS VEZES UTILIZAM SEMPRE USA CAMISINHA COM

CÔNJUGE? 14 11 2 1 14 11 2 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Q u an ti d ad e

Uso de preservativo com companheiros

Total Jornais e

revistas Internet Escola Amigos

CITAÇÕES DE FORMAS DE INFORMAÇÃO 97 11 30 18 38 97 11 30 18 38 0 20 40 60 80 100 120 Q ua nt ida de

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Após quantificar as questões pessoais, foram gerados os resultados sobre o conhecimento dos estudantes com relação a AIDS, foram expressos dados para cada uma das vinte quatro perguntas do questionário relacionadas à AIDS:

90% dos entrevistados afirmam que uma pessoa pode pegar AIDS se transar sem camisinha;

85% acreditam que a doença não pode ser transmitida no compartilhamento de objetos, como pratos, talheres e copos;

73% assinalaram que não se pode pegar a doença usando um mesmo banheiro que uma pessoa com AIDS;

93% dos alunos acertaram ao responder que a AIDS não é transmitida pelo suor;

73% disseram que a mãe pode repassar o vírus para a criança durante a gestação; e

68% que o leite materno pode infectar o bebê.

Com relação ao contágio através de picadas de moscas, mosquitos, pernilongos e afins, 88% sabem que não se trata de uma forma de contágio. Mais de 90% dos alunos entrevistados afirmam que uma pessoa pode pegar AIDS se receber sangue contaminado e se houver compartilhamento de seringas e agulhas. Para 78% a aparência da pessoa não assegura se a pessoa está infectada. Mais de 80% afirmam que as pessoas podem morrer com a AIDS e o mesmo percentual é a favor da distribuição gratuita de camisinhas nas escolas.

Todos os alunos assinalaram que a mulher tem direito de pedir que o homem utilize a camisinha, e 85% acham que um portador do vírus HIV pode conviver em um ambiente de trabalho sem problemas.

Sobre a transmissão do HIV através do beijo na boca, as respostas demonstraram um percentual interessante, onde 53% afirmaram que não se pode contaminar e 47% que podem contrair o vírus através dessa ação. Sobre o anticoncepcional como forma de proteção contra a AIDS, 55% afirmam não ser uma forma contraceptiva, enquanto 45% acham que essa ação evita o contágio do vírus HIV.

Algumas respostas foram destacadas para o estudo, por conseqüência dos resultados alarmantes: 73% afirmam que não existe possibilidade de tratamento a fim de evitar a transmissão do vírus da mãe infectada para o filho. Surpreendentes 73% acham que a camisinha deve ser dispensada caso ambas as pessoas tenham o vírus. Mais de 60% dos alunos responderam de forma preocupante, pois afirmam

que através do sexo oral não é possível a transmissão da AIDS e que o DIU é uma forma de proteção contra a doença.

Todos os resultados foram analisados, havendo destaque nas respostas mais preocupantes, como forma de acentuar a necessidade de ações que possibilitem a inserção de temas sobre sexualidade e DSTS nas escolas, preferencialmente, em todos os anos do ensino médio.

DISCUSSÃO

A quantidade de pesquisas chegou a 40 e a análise dos dados foi realizada de forma que fosse possível mensurar itens como: freqüência de utilização de preservativo, a incidência do uso de preservativo entre homens e mulheres, tipo de acesso a informação sobre DSTS, conhecimentos básicos sobre a forma de transmissão e de como se previnir contra a AIDS.

Alguns dados foram animadores, como a consciência dos alunos de que a AIDS pode ser transmitida mediante relações sexuais sem proteção e que a camisinha é uma forma eficiente de se proteger contra o vírus. Isso leva a crer que, a informação já chegou ao aluno de alguma forma.

De maneira geral, os alunos sabem que não há que se discriminar os portadores do vírus HIV, pois afirmam que o contato diário, em objetos, banheiros e a exposição ao suor de um portador do vírus não oferecem riscos de contaminação.

É importante o resultado expressivo dos alunos que tem consciência que a AIDS pode ser transmitida da mãe infectada para o filho, conhecida como transmissão vertical, assim como a real contaminação por meio da lactação. Todavia, a falta de informação da existência de tratamentos com medicamentos que reduzem o risco de contágio da transmissão vertical contribui para o grande número de bebês infectados pelo vírus da AIDS.

Os dados comparativos entre os alunos homens e mulheres em relação ao uso de preservativo em suas relações sexuais (gráfico 1) demonstram que o sexo masculino utiliza menos proteção. Mais da metade afirma que só utilizam, às vezes, o preservativo. Em uma breve discussão com alguns dos alunos do sexo masculino, foram relatados motivos para “utilizar de vez em quando” a proteção, como a falta de camisinha no momento da relação sexual, a diminuição da sensibilidade, utilização apenas com garotas promíscuas, o incômodo e o clima, que muitas vezes pode ser quebrado para a colocação do preservativo.

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Dentre algumas alunas, foi mencionada a inibição em pedir para o parceiro usar proteção e a falta do preservativo na hora do sexo. Para aqueles que não têm o costume de usá-la, alguns motivos levantados são a confiança na fidelidade do parceiro (a), incômodo e até mesmo esterilidade. Muitas alunas afirmaram não utilizar sempre camisinha, podendo ser justificado pela religião, opção, inibição ou falta de coragem de falar sobre o assunto.

Entre os entrevistados que relatam ter companheiros(as) fixos(as), uma informação alarmante é a não proteção nas relações sexuais. Entre casais com longos relacionamentos, o nível de contaminação é real, uma vez que aventuras extraconjugais sem proteção também acontecem. Na concepção dos alunos, quanto maior o tempo de união, menor é a necessidade de utilizar preservativo, porém, relações estáveis não previnem a doença.

A fonte de informação entre os alunos varia em sua maior parte entre amigos e a internet. A escola não é considerada um local de busca de informação. Inibição? Falta de estrutura da escola em receber esse tipo de dúvidas? Não abordagem do tema? Muitas podem ser os questionamentos e a forma de encontrar as respostas é analisando o ensino como um todo.

No estudo ficou claro que existe uma base teórica, mesmo que deficiente, em parte dos alunos, porém a prática não é exercida na grande maioria dos casos. Dúvidas simples possuem respostas desastrosas e os alunos não tem a escola como fontes de informação sobre o tema preferem recorrer à internet ou a amigos. Nesse último caso, o preocupante é a possível falta de conhecimento de ambos, com afirmações errôneas, que podem colocar em situações de risco e exposição ao vírus da AIDS.

As respostas alarmantes apenas ressaltam a insuficiência da abordagem de questões pertinentes ao assunto na educação dos alunos. Jovens e adultos, que deveriam estar em posição de prestar esclarecimentos, possuem sérias afirmações erradas sobre a AIDS.

Os alunos possuem uma falsa sensação de “saber tudo” sobre a AIDS, mas as informações erradas que chegam até eles por pessoas despreparadas os levam a uma falsa sensação de proteção.

Com a pesquisa, consegue-se afirmar que é preocupante a exposição de jovens e adultos, e que a escola é um canal que deveria ser mais bem aproveitado para a disseminação das informações corretas sobre a AIDS e sobre DSTS.

CONCLUSÃO

Houve uma grande receptividade da escola na aplicação da pesquisa. A coordenação afirmou que, quanto mais informações sobre o tema forem divulgadas, maior o auxílio na propagação de informações para os alunos e para a sociedade. A própria escola sugeriu a distribuição de preservativos.

Após a análise dos resultados pode-se destacar um quantitativo de respostas que demonstram um baixo nível de conhecimento dentre os entrevistados, levando a conclusão que o tema deve ser abordado de forma mais efetiva no âmbito escolar.

Com a quantidade de alunos e a diversificação da faixa etária, a abordagem da saúde sexual deve ser amplamente explorada, utilizando-se de cartazes, núcleos de atendimentos, palestras, jogos lúdicos, filmes e, até mesmo, inserindo o tema como matéria fixa na grade dos 3 anos do ensino médio.

O aumento da citação dos assuntos relacionados à sexualidade pode auxiliar no desenvolvimento da conscientização e atitude da classe estudantil quanto à prevenção. A fonte de informação dos estudantes entrevistados demonstra que, para sanar suas dúvidas, são utilizados meios como internet e amigos, que podem levar a informações incorretas sobre o tema. Conclui-se que se faz necessária a aproximação desses estudantes com a escola, tornando o professor figura primordial para que os alunos expressem suas dúvidas e tomem as decisões corretas, que levem a efetiva proteção durante as relações sexuais.

A distribuição de camisinha de forma gratuita nas escolas foi levantada, e pode-se concluir que essa ação traria bons resultados, uma vez que fatores como falta de dinheiro e timidez em comprar o preservativo são reais dentro do grupo analisado, conforme relato dos próprios alunos durante a realização do trabalho.

Decorrente deste conjunto de informações considera-se como grande objetivo a inserção da educação sexual a fim de contribuir, mesmo que parcialmente, para uma vivência mais segura, informada, autônoma e responsável da sexualidade. Esse “saber mais” dado pela escola pode oferecer respostas positivas não só com finalidade de evitar a contaminação da AIDS, mas também para o controle da natalidade e maior responsabilidade nas questões pertinentes ao sexo e ao corpo.

Mais que conhecer o corpo humano, os estudantes devem conhecer o seu corpo, se valorizar e ter consciência que a camisinha não é

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um instrumento apenas para evitar a gravidez, mas sim para se proteger de DSTS, como a AIDS. Todavia, para falar sobre o assunto, os professores devem estar preparados e dotar de linguagem de fácil entendimento. Demonstrações de como se insere a camisinha, como não se deve abrir a embalagem, e de que não se devem usar duas camisinhas ao mesmo tempo, precisam estar contidas no cronograma das aulas, assim como políticas de incentivo de realização de testes de HIV e explicação sobre a janela imunológica.

O tema deve ser abordado de uma forma ampla, interdisciplinar e a preocupação deve se tornar real, não somente teórica, assim como se devem tornar efetivas ações que garantam mecanismos de apoio para a saúde do estudante.

Pode-se afirmar que muitas perguntas que parecem óbvias para muitos, ainda são consideradas um mistério para tantos outros. O ambiente escolar é um local assertivo na inserção de medidas profiláticas para conter esse mal incurável e que causa tanto sofrimento, que é a AIDS.

BIBLIOGRAFIA

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SAÚDE. Diretrizes para implantação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas– Brasília, 2006.

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5. PAIVA, V; PERES, C; BLESSA, C. Artigo: jovens e adolescentes em tempos de aids reflexões sobre uma década de trabalho de prevenção. São Paulo. 2002.

6. PHILIPPI; MALAVASSI; ARONE, 1994; AMATO NETO et al.,1996b. VAL, L.F. estudo dos fatores relacionados À aids entre estudantes do Ensino médio. Dissertação de Mestrado. São Paulo. 2001.

7. WEREBE, M.J.G; Sexualidade, Política e Educação . Autores Associados, 1998. SITES CONSULTADOS 1. www.aids.gov.br. Acessado em 25 de outubro de 2010. 2. www.bvsms.saude.gov.br. Acessado em 20 de outubro de 2010. 3. www.klickeducacao.com.br. Acessado em 01 de novembro de 2010. 4. www.veja.abril.com.br. Acessado em 30 de outubro de 2010.. . Recebido em / Received: 2010-12-12 Aceito em / Accepted: 2011-04-04

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Figura 5: Incidência do uso de camisinha entre homens e mulheres TOTAL DE ENTREVISTADOSNÃO USAM CAMISINHAUTILIZAM ÀS VEZES UTILIZAM SEMPREHOMENS218112MULHERES 19469218112194690510152025Quantidade
Figura 6: Utilização de camisinha entre casais com relacionamento estável

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