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Águas d'alimentação : (sua purificação artificial)

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Academic year: 2021

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RAUL DO CARMO PACHECO

Aguas (Talimentação

(SUA PURIFICAÇÃO ARTIFICIAL)

DISSERTAÇÃO INAUGURAL APRESENTADA X

Escola Medico-Cirurgica do Porto

JULHO DE 1902

JOgfí

PORTO

EMPREZA LITTERARIA E TYPOGRAPHIC^ — EDITORA

775, Hua de D. Pedro, 184 1902

(2)

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(^?^#^ ^é£^i/ cZ)^?

1^L&<^*&£> a^^t^ë c^t~ s ^

(3)

DlnECTOil

Dr. Antonio J o a q u i m d e M o r a e s C a l d a s

LENTE SECRETARIO

CLEMENTE JOAQUIM DOS SANTOS PINTO

CORPO G A T H E D R A T I C O

LENTES CATHEDRATIOOS 1.' Cadeira—Anatomia doscriptiva

» i ng eía-1" " ^ / '1. C a r l o s Alberto de Lima.

» . Cadeu-a-Physiologia Antonio Placido da Costa. d." Cadeira—Historia natural dos

medicamentos e materia medica Illidio Ayres Pereira do Valle. 4.a Cadeira—Pathologia externa e

therapeutics, externa Antonio Joaquim de Moraes Caldas. S . ^a d e;r a— M e d i c i n a operatória.. Clemente J. dos Santos Pinto.

d.1' Cadeira—Partos, doenças das

mulheres de parto e dos

recem-n a s c i d o s . . . Cârecem-ndido Augusto Correia de Pirecem-nho. 1.a Cadeira—Pathologia interna e

therapeutiea interna Antonio d'OIiveira Monteiro. ■. Cadeira—Clinica medica Antonio d'Azevedo Maia.

"■. Cadeira—Clinica cirúrgica Roberto Bellarmino do Rosário Prias. lï'a Cadeira—Anatomia pathologica. Augusto Henrique d'Almoida Brandão.

An Oa d e;r a- M e d i c m a legal Maximiano A. d'OIiveira Lemos.

12." Cadeira—Pathologia geral,

se-i •> a ™eÍol.°8ia e historia medica Alberto Pereira Pinto d'Aguiar.

Id. Cadeira-Hygiene João Lopes da Silva Martins Junior Pharmacia Nuno Freire Dias Salgueiro.

LENTES JUBILADOS

Secção módica ! J °s^ d'Andrade Gramaxo.

. . . j ^ JO S (J Qa r]o s L0pe 6

-Secção cirúrgica \ Pedro Augusto Dias. " * ( Dr. Agostinho Antonio do Souto LENTES SUBSTITUTOS

Secção medica { J08^ Dias d'Almeida Junior

t José Alfredo Mendes de Magalhães Secção cirúrgica ! L u i z d e Freitas Vi

I Vaga. LENTE DEMONSTRADOR Secção cirúrgica i Vaga.

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A Escola não responde pelas doutrinas expendidas na disserta-ção e enunciadas nas proposições.

(5)

<me€64 <LSaeá

(6)

A MINHAS TIAS

A MEUS TIOS

JLZK* fàaM^a- perdiz

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(7)

AO MEU QUERIDO, INTIMO E SINCERO AMIGO E PRIMO

(8)

A I U S PRIMOS, I U S SEGUNDOS PAES

I'IMU/ÎA *ÎJ, TÎ

eiil'iii vf ^

(9)

Ao Iix.mo E Ex.""> SENHOR

(Ocnueineiio •^/Infonta ff&aauvm i^eHeiba da, ij/tíva

e tua (bee.'"*0, U'amtua

(10)

AO ILL.™ E EXr SENHOR

L-onsetHe-iio ^João <y/laice$îno (SÎ^^O'uc

(11)

à KîIIâ láDWlIá

a Sx.ma Snr.a

A MINHA EX.ma TIA

e

Suât, Sx.mas &ïaa<,, Çfàtao e Sfàjos

t-JT meta 0cc.mM C/umoi

Y), (sl/õianca uacneco J/tanna

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(12)

tSttmtâtí efe <-/neíaeó.

TÓa^téão i^ÚM&m» ^SeinMc/o d^eUeàa Símim

(13)

(S¥o iiotavet medico paitfcizo o (ô7u.mo e (§x,mo ç§enÂoz

O interno agradecido. Ml os lll.mos e Ex.mos Snrs. Drs. Julio Franchini Antonio Andrade Souza Oliveira Ramos de Magalhães Adelino Costa Tito Fontes Agostinho de Faria Dias d'Almeida Luiz Viegas Forbes da Costa Martins da Silva Urbano Cardoso Alberto de Freitas

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AOS MEUS CONDISCÍPULOS E EM ESPECIAL

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AOS MEUS CONTEMPORÂNEOS

ESPECIALMENTE A

jt)n~. Jfo~&~o~ pfo-J^.^- ÚOOUCÍÍ^ J^CLÍ^CCCO. .

yí-OK-o-ce^c-ccc?-- y t a m - C ^ a c/ye^L.e^4-a.a.

.(í-t-CL-CC

AOS MEUS AMIGOS

0~£2_T.C-íi. CLCL.

(16)

AOS ILL.mos e EX.mos SNRS.

eUJb. ^yéiéet/o- <_Jeieà,œ <_Jín/o. c/ tSZaaeab ^UJí. (ûanc/ù/o, t_stun:ai/& &oiíe/a c/e C/tn/ii ^JJt. sSZm/cwtio. jfaaaa-on c/e tj/amce- rfunecrt

(17)

AO MEU ILLUSTRE E DIGNÍSSIMO PRESIDENTE

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AGUAS D'ALIMENTAÇÀO

(SUA PURIFICAÇÃO ARTIFICIAL)

Uma agua diz-se bôa para beber quando potável, e, tanto quanto seja possível, pura. É potável a agua fresca, límpida, transpa-rente, incolor, inodora, agradável ao paladar, não adquirindo cheiro, mesmo ao fim de muito tempo, nem pondo em liberdade pro-ductos odoríferos á temperatura de 50o.

A agua potável deve ser pouco minerali-sada, sem materia orgânica apreciável, areja-da, sendo o ar n'ella dissolvido mais rico em oxygenio do que o ar atmospherico ; deve conter algum anhydrido carbónico, coser bem as carnes e os legumes e não formar grumos com o sabão.

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Ë pura a agua desprovida de germens. Não deve, portanto, conter saprophytas, le-ptothrix, leptomitas, algas brancas, infuso-rios, bactérias nem matérias em decomposição. Não existe agua pura no sentido bacterioló-gico da palavra; as mais profundas, estéreis no seu ponto d'emergencia, são inquinadas pouco depois; no émtanto, é acceitavel uma agua que, cultivada em gelatina, não contém bactérias capazes de a liquefazer em menos de oito dias. As aguas de rocha e de toalhas pouco profundas conteem, em geral, um pe-queno numero de germens não pathogenicos, sendo, por isso, relativamente, das mais pu-ras.

Uma agua é imprópria para a alimentação quando deixa de satisfazer aos requisitos pre-cedentes.

Raras são as aguas que se podem beber sem purificação prévia ; assim, podem conter :

i.° impurezas mechanicas (matérias em sus-pensão) ; 2.° impurezas chimicas (matérias em dissolução); 3.0 impurezas biológicas (seres

vivos microscópicos, micróbios, etc.) e toxi-nas elaboradas por estes, que entram, por conseguinte, no numero das impurezas

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chi-35

micas. Para o hygienista, é a purificação mi-crobiana a mais importante.

A purificação artificial das aguas consta das operações seguintes :

I — Clarificação, destinada a tornar a agua límpida, separando-a das partículas em sus-pensão, das impurezas visíveis, simplificando assim o papel dos filtros finos ;

II — Filtração ou esterilisação, com o fim de tornal-a aseptica ;

III — Correcção, modificadora da sua com-posição chimica, tornando-a potável ;

IV — Arejamento, destinado a fornecer-lhe oxygenio, quando este se ache n'ella insufi-cientemente dissolvido.

Ainda como meio de melhorar a agua po-deríamos accrescentar a refrigeração e o

aqueci-mento, como correctores das temperaturas

ex-tremas.

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I —CLARIFICAÇÃO

O processo mais simples de clarificação em grande escala é a decantação, imitação da natureza, que pela sedimentação mantém claras grandes massas d'agua em repouso, como os lagos A creação de reservatórios artificiaes é, ao mesmo tempo, um processo de arma-zenagem e de clarificação. N'este caso, faz-se, geralmente, preceder os filtros d'areia de ba-cias de deposito (settling basins), que fazem a decantação ; outras vezes, diminue-se a velo-cidade da agua, fazendo-a percorrer, graças a uma disposição especial, uma série de com-partimentos.

Também pode obter-se uma clarificação fazendo percorrer á agua os espaços mais ou menos contornados que deixam entre si seixos ou areia grossa ; as partículas em sus-pensão depositam-se nas paredes e no fundo d'estes espaços.

Sobre este principio repousa o apparelho

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descreveremos as suas disposições technicas por pertencerem ao ramo especial da enge-nheria sanitaria.

Estes couloirs dégrossisseurs são de fácil lim-peza, segundo affirma o auctor, que descreve processos de limpeza semanal um tanto su-perficial e limpeza completa mais rara.

Indica também a reducção do numero de bacteria obtida por este meio de clarificação em Ivry ; assim, o numero de germens por centimetro cubico de agua bruta, segundo analyses feitas no observatório de Montsou-ris em 1899, oscillava entre 27:500 e 67:500; depois da clarificação, a agua continha apenas de 2:000 a 21:000 germens por centimetro cubico.

Uma das vantagens d'esté systema é o descanço dado aos filtros propriamente ditos, que são sempre imprescindíveis ainda com este systema.

Poder-se-ia egualmente obter a clarifi-cação e talvez a aseptisação da agua pela centrifugação. Não conhecemos, porém, ne-nhuma applicação em grande escala d'esté processo.

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II —FILTRAÇÃO E ESTERILISAÇÃO Distinguiremos a filtração central em gran-de escala e a filtração ou esterilisação nos domicílios:

A) Filtração central

i.° Grandes filtros d'areia — Este processo

tornou-se clássico depois que a bacteriologia deu a explicação e a medida da sua efficacia. São indiscutíveis as vantagens hygienicas obtidas pelo emprego dos filtros d'areia, ou filtros inglezes, nas cidades que fazem o seu abastecimento d'agua em rios ou lagos. Sabe-se que a morbilidade typhica não é n'ellas mais elevada do que nas cidades que se ali-mentam de agua de fonte de primeira quali-dade. Quanto á cholera, é conhecida a immu-nidade que gosou Altona em 1892, emquanto em Hamburgo, sua vizinha (que não dispunha então de filtros), grassava a epidemia com toda a intensidade. Um considerável numero

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de cidades européas filtram as suas aguas d'abastecimento por filtros d'areia.

Em algumas cidades, a agua só é levada aos filtros depois de ter sido purificada pelo systema Anderson. O principio d'esté syste-ma consiste em pôr a agua em contacto com o ferro num apparelho rotativo (revólver), e depois decantal-a. Apesar das vantagens attribuidas a este systema, o facto é que a filtração sem ajuda do ferro parece ser surfi-cierite. Uma bacia filtrante compõe-se essen-cialmente duma fossa-estanque-em geral de alvenaria ou Detonilha,coberta ou não,

con-tendo uma sobreposição de camadasle cas-calho e d'areia cada vez mais fina; a agua bruta atravessa estas camadas e é recolhida filtrada por drenos collocados na ultima ca-mada, no fundo da fossa. A composição das camadas filtrantes varia um pouco segundo as différentes cidades. A camada mais impor-tante para a filtração é a da areia fina; as outras servem-lhe de supporte. A espessura d'esta camada d'areia fina não deve ser infe-rior a o,™8o, para se poder tirar a miúdo a - camada superior d'areja_de 10 a ao^qiT^sp^1

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muitas vezes o filtro antes de substituir a areia por outra nova. O funccionamento d'estes filtros está sujeito a regras especiaes que são como que o breviário de todo o director d'uma installação de filtros. Estas regras foram publicadas em 1894 pelo

Kai-serliche Gesundheitsamt. Quanto á sua

lim-peza, existem muitos processos para lavar a areia tirada dos filtros quando se não dispõe facilmente de areia nova. O intervallo entre duas limpezas consecutivas depende natural-mente do estado da agua bruta e é muito variável ; n'um grande numero d'installaçôes esse intervallo é, em média, de um mez. É a quantidade d'agua que se pode filtrar entre duas limpezas consecutivas que, para cada installação, regula este intervallo.

_ A filtração por areia tem uma acção favo-rável sobre a composição chimica da agua, especialmente sobre a sua riqueza em maté-rias orgânicas e em ammoniaco livre ou al-buminóide. Mas o resultado principal d'esta filtração é a enorme reducção do numero de bactérias, devida á formação, á superficie da areia, d'uma membrana fenestrada, constituída pela aglomeração de particulas de lodo, algas

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e bactérias, ao grau de finura da areia e á es-pessura da camada.

Stróhmeyer reconheceu a importância da vegetação das algas, sobretudo das bacillaria-ceas, para obstruir os espaços entre os grãos d'areia e permittir a formação rápida da mem-brana que assegura ao filtro um bom funccio-namento. A arte de filtrar consiste principal-mente em saber respeitar esta membrana. Demonstrou também que as algas verdes, desenvolvendo-se, destroem as bactérias e impedem a sua pullulação. Recommenda, por isso, os filtros descobertos, expostos ao sol e á luz. Vários aperfeiçoamentos teem sido pro-postos no sentido de augmentar a eíEcacia da filtração. Assim, o systema de dupla filtração de Goetze, applicavel principalmente a aguas muito ricas em bactérias, consiste essencial-mente em fazer passar por meio d'um syphão a agua fornecida por um filtro, depois de limpo e renovado, para uma bacia em pleno funccionamento. É preciso que todos os fil-tros estejam ligados entre si pelos syphões, de modo que se possa lançar o producto de um d'elles sobre qualquer dos vizinhos. Para obter um bom resultado por uma simples

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fil-42

tração relativamente a aguas contendo grande numero de bactérias, póde-se generalisar o systema Goetze e filtrar uma segunda vez a agua sahida d'um primeiro filtro.

Um outro systema, o de Fischer, ou das placas filtrantes, tem por fim reduzir notavelmente o espaço considerável exigido pelos grandes filtros d'areia. Esta é aggluti-nada pelo silicato de soda em grandes placas cosidas a alta temperatura: a reducção do nu-mero de germens seria também satisfactoria. Com o nome de filtração intermittente, en-saiou-se também um filtro que, sendo posto em descanço diariamente, garantia o areja-mento das camadas filtrantes e o contacto da agua conyD ar nos poros da areia. O estudo d'esté systema mostrou que a oxydação das matérias orgânicas c a nitrificação n'elle se faziam"*melhor do que no filtro continuo, mas que a reducção do numero de germens (principal fim da filtração) era menor. Isto seria devido á necessidade de augmentar a velocidade de filtração para obter a mesma quantidade d'agua filtrada, único meio de re-cuperar o tempo perdido com o repouso diá-rio do filtro; além d'isso é possível que a

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membrana não conservasse a sua integridade com estas alternativas. Parece que a filtração intermittente seria applicavel, sobretudo, á pu-rificação das aguas d'esgoto em que a destrui-ção das matérias orgânicas tem a maxima importância.

2.° Filtros americanos, mechanicos ou rápidos — Estes apparelhos teem por principio

com-mum : o emprego dos coagulantes, ou preci-pitantes chimicos para obter a sedimentação rápida das matérias em suspensão, passando depois a agua por uma camada de areia para reter estas matérias á superficie.

Compõe-se todos elles duma cuba (filter-tank) de ferro fundido ou qualquer outra sub-stancia, tendo o fundo crivado de pequenos orifícios muito numerosos. Sobre este fundo estão as camadas filtrantes, geralmente de areia. Esta cuba pôde ser aberta em cima nos apparelhos sem pressão e hermeticamente fe-chada n'aquelles que devem trabalhar sob a pressão habitual da agua. A estes filtros estão associados dois accessorios importantes, um destinado á limpeza da areia, o outro servindo para addiccionar á agua o coagulante chi-mico d'ordinario o sulfato d'alumina. Com

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a addição d'esta substancia, a reducção do numero de germens pôde attingir normal-mente 97 a 98 %• A mistura regular e auto-mática do sulfato d'alumina com a agua é indispensável, traduzindo-se o mais ligeiro descuido pela passagem d'um grande numero de bactérias. Em presença dos saes terrosos da agua, o sulfato d'alumina decompõe-se, indo o acido sulfúrico unir-se á cal ou ma-gnesia, ou, se existe em excesso sobre estas bases, fica livre na agua, sendo então corro-sivo para a canalisação.

Ao mesmo tempo a alumina posta em liberdade sob a forma d'uma massa flocono-sa precipita lentamente, produzindo, á manei-ra da albumina do ôvo, uma clarificação pela qual é arrastada uma grande parte dos micró-bios e outros corpúsculos em suspensão.

Além d'isso este precipitado gelatinoso produz, depositando-se sobre a areia dos fil-tros rápidos, o mesmo feito da membrana dos filtros lentos. Concebe-se que seja neces-sário um certo minimum d'alumina para pro-duzir este effeito de precipitação; ora, de duas uma : ou a riqueza da agua em saes ter-rosos é tal que a quantidade d'acido sulfúrico,

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posto em liberdade pela decomposição d'esté minimum d'alumina, seja inteiramente satu-rado pelas bases, e n'este caso o minimum será suficiente mas não nocivo, podendo-se mesmo excedel-o para obter um effeito de coagulação mais poderoso; ou a agua não contem bastante cal e magnesia para saturar todo o acido sulfúrico ; e então, para que este acido não fique em liberdade, é preciso jun-tar uma certa quantidade de cal ou soda. São, portanto, as aguas calcareas as mais vantajo-sas para os filtros americanos, porquanto

permittem forçar a dose de sulfato d'alumina e obter assim um melhor effeito de sedimen-tação. Determina-se por tentativas, em cada caso particular, a dose conveniente de sulfato d'alumina que deve empregar-se, dose variá-vel de resto com o estado da agua, sua tur-vação, etc. Geralmente emprega-se uma parte de sulfato d'alumina para 58:230 d'agua.

A velocidade de filtração dos filtros ame-ricanos é maior do que a dos filtros inglezes. Muitas experiências têm sido feitas e se fa-zem ainda para conhecer o valor hygienico d'estes filtros. Segundo Allen Hazen as con-clusões a tirar são :

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a) As aguas que contem uma grande

quantidade de matérias em suspensão como as -aguas dos rios, ou uma grande quantidade de matérias orgânicas provenientes d'esgotos, etc.. devem, tanto quanto possivel, ser evita-das para a alimentação publica.

b) Quando tenha de se recorrer a taes

aguas, é necessário filtral-as.

c) A filtração intermittente que assegura

a mais poderosa oxydação das matérias orgâ-nicas pelo oxygenio do ar é recommendavel quando se trate d'aguas muito ricas em ma-térias orgânicas.

d) Se a contaminação é menor, a filtração

contínua por filtros inglezes é excellente : é assim para as aguas de rios ou lagos que não são habitualmente muito turvas ; mas no mo-mento da turvação produzida pelas cheias, é preciso recorrer previamente a bacias de se-dimentação. A dupla filtração é, de resto, muito recommendavel, e pode-se para a pri-meira passagem adoptar utilmente a filtração intermittente.

e) Se se trata de rios turvos uma grande

parte do anno, é preciso começar por empre-gar os precipitantes chimicos para precipitar

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a maior parte das partículas em suspensão : depois d'esta precipitação, podem servir os filtros inglezes ou os filtros rápidos america-nos. Estes últimos são um pouco menos efi-cazes sob o ponto bacteriológico, mas em-bora a sua exploração se torne um pouco mais cara que a dos filtros lentos, a sua pri-meira installação é notavelmente mais econó-mica.

j.° Outros systetnas de filtração ou de esteri-lisação cm grande escala — Poderemos

distin-guir os seus processos em mechanicos, phy-sicos e chimicos.

A) Processos mechanicos

OUTKOS FILTROS D ' A R E I A E CASCALHO. FILTROS INDUSTRIAES

A's camadas d'areia e cascalho cabe ainda o principal papel num certo numero d'appa-relhos, que são antes clarificadores do que filtros verdadeiramente capazes d'eliminar os micróbios. São muito numerosos os mode-los d'esté género. Um d'elles, o filtro Howat-son, pôde ser completado por um filtro mais fino do mesmo auctor que utilisa as

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priedades oxydantes d'um composto especial, a polarité, mistura d'oxydo de ferro magné-tico, silica, cal, alumina, magnesia e alcalis. A polarité actuaria como a esponja de plati-na, absorvendo o oxigénio do ar e concen-trando-o sobre as matérias orgânicas. Se-gundo o auctor, a reducção das matérias orgânicas seria de 8o a 85 % e de l/% a i /o

r do numero de bactérias. Se assim é, não se ! comprehende por que o auctor procurou

as-! sociar ao seu apparelho um outro processo V d e esterilisação, o processo Berge que utilisa

as propriedades oxydantes do peroxydo de chloro, e do qual nos occuparemos quando tratarmos dos processos chimicos.

Nos filtros chamados industriaes, desti-nados sobretudo a clarificar os liquidos tra-tados em certas industrias, a substancia fil-trante é constituída por esponjas, feltro, etc., que, como corpos putresciveis, tornam estes filtros impróprios para o tratamento das aguas potáveis.

N'outros filtros mechanicos é o amianto ou a betomilha ou pedra porosa que fazem

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B) Processos physioos

i.° Esterilisação pelo calor — A ebulliçjo

é-um bom aneio de destruição de bactérias; prolongada durante 10 ou 20 minutos, de-duz-lhe o numero a uma proporção de5_%_ approximadamente.

A' temperatura de 120 o durante alguns

minutos, a esterilisação torna-se absoluta. Este processo é, porém muito caro e pou-co pratipou-co para grandes quantidades d'agua.

Existe um grande numero d'apparelhos de esterilisação pela ebullição ou aquecimento d'agua sob pressão, tendo, a maior parte, uma disposição que permitte aproveitar o calor da agua que sahe purificada, para elevar a tem-peratura da agua fria que vae sofFrer a este-rilisação. A agua tratada por este processo é ensóssa, indigesta, privada d'oxygenio, de anhydrido carbónico e de bicarbonatos úteis, por vezes turva pelo deposito de carbonatos calcários tornados insolúveis e difEcil de con-servar.

2° Esterilisação pela electricidade, ozono, etc.

— Tem sido propostos vários processos

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d'applicaçao da electricidade á esterilisação da agua. Assim Leeds submettia a agua á acção dos gazes nascentes provenientes da sua pro-pria decomposição electrolytica : o seu me-thodo não sahiu do dominio da theoria.

Em New-York experimentou-se o proces-so de Woolf, que consiste em decompor pela electrolyse uma solução fraca ( 2 3 3 %) de chloreto de sódio e juntar o liquido á agua na proporção de 1 para 5833 em peso. O seu poder bactericida provém da acção do hypo-chlorite de soda e peroxydo de chloro for-mados na decomposição do sal.

O processo de Webster consiste na produc-ção por electrolyse, d'oxydo de ferro hydra-tado substituído, ultimamente, pelo alumínio, que sendo attacado, produz hydrato d'alu-mina que se precipita, fazendo a purificação como nos filtros americanos, o sulfato d'alu-mina. Oppermarm, propôz ainda, uma dupla electrolyse, a primeira com eléctrodo de pla-tina, tendo sobretudo por fim oxydar as ma-térias orgânicas, a segunda com eléctrodos d'aluminio como précipitante dos corpúscu-los em suspensão.

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Si

e bactericidas do o\ono, que representa uma espécie de condensação do oxygenio, com grande augmente do seu poder comburente, á esterilisação da agua, foi imaginada em 1891 por Frõhlich, de Berlim. Experiências de la-boratório demonstraram que a agitação da agua com o ar ozonisado, tornava esta ase-ptica e destruía uma grande parte das maté-rias orgânicas. O ar ozonisado deve estar num grau de concentração superior a um certo mi-nimum, assim como é necessário empregar correntes alternativas d'alta tensão, para ven-cer a resistência do ar ; além d'isto é preciso manter os ozonadores a uma temperatura baixa.

Em 1893 fizeram-se experiências de este-rilisação da agua do Rheno seguidas do me-lhor resultado.

Marmier e Abraham mediram o grau de concentração dum ar ozonisado, doseando o ozono pela sua acção sobre o iodeto de potás-sio e investigando por meio d'uma solução titulada d'hyposulfito de soda a quantidade d'iodo posto em liberdade; determinaram o grau de concentração minimum para que o ar ozonisado seja efficaz, concluindo serem

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necessários 5 a 6 grammas d'ozono por metro cubico d'ar; por ultimo, tornava-se preciso saber em que condições devia ter logar o contacto do ar ozonisado com a agua : reco-nheceram que era indispensável uma grande divisão da agua e uma mistura muito intima d'esta com o ar.

Das experiências que tiveram logar em Lille sobre agua proveniente das toalhas sub-terrâneas d'Emmerin (agua clara, mas conten-do de 2500 a 4000 bactérias por centímetro cubico), a commissão d'ellas encarregada, composta dos Drs. Roux, Calmette e Saes-Blame e de MM. Buisine et Bouriez concluiu o seguinte:

«Em resumo, o conjuncto das analyses bacteriológicas e chimicas que effectuamos, durante o periodo que vae de 10 de dezem-bro de 1898 a 12 de fevereiro de 1899, leva-nos a concluir que :

i.° O processo de esterilisação das aguas d'alimentaçao pelo ozono, baseado sobre o emprego dos apparelhos ozonadores e da co-lumna d'esterilisaçao de MM. Marmier e Abra-ham, é d'uma efficacia incontestável e superior á de todos os processos de esterilisação

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actual-53

mente conhecidos, susceptíveis de sêr applica-dos a grandes quantidades d'agua.

2.° A disposição muito simples d'estes apparelhos, a sua solidez, a constância do seu fornecimento e a regularidade do seu funccio-namento dão todas as garantias que se de-vem exigir de apparelhos verdadeiramente in-dustriaes.

3.0 Todos os micróbios pathogenicos ou

saprophytas que se encontram nas aguas por nós estudadas, são perfeitamente destruídos pela passagem d'estas aguas na columna ozo-nadora. Somente resistem alguns germens do

bacillus subtilis. Conta-se cerca de um gérmen

d'esta espécie por 15 em 3 d'agua tratada com uma concentração d'ozono egual a 6 milli-grammas, o numero dos germens do bacillus subtilis, cultivados em caldo, desce a menos de 1 por 25 com 3 d'agua tratada.

Importa observar que o bacillus subtilis-(micróbio do feno) é completamente inoffen-sivo para o homem e para os animaes ; e, de resto, os germens d'esté micróbio resistem á maior parte dos meios de destruição, taes como o vapor sob pressão a n o0. Não é util,

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das aguas destinadas ao consumo, e nós con-sideramos como muito suííiciente a esterili-sação obtida pelo ar ozonisado com uma concentração de 5 a 6 milligr. por litro, nas condições em que as collocam MM. Marmier et Abraham.

4.0 — A ozonisação da agua não

accres-centa a esta elemento extranho algum, pre- • judicial á saúde das pessoas que d'ella façam uso. Pelo contrario, em virtude de não aug-mentar a sua riqueza em nitratos e diminuil-a consideravelmente em matérias orgânicas, as aguas tratadas pelo ozono são menos subjei-tas a polluições ulteriores e são, por conse-guinte, muito menos alteráveis. Emfim, não sendo o ozono senão um estado molecular particular do oxygenio, o emprego d'esté corpo apresenta a vantagem d'arejar energi-camente a agua, e de tornal-a mais sã e mais agradável para consumo, sem lhe tirar ne-nhum dos seus elementos mineraes úteis.

5.° —Pelo que diz respeito á cidade de Lille, é que se deve recommendar á admi-nistração municipal a adopção do processo de MM. Marmier e Abraham, o qual, confor-me nos convencemos, asseguraria a

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dade absoluta e permanente das aguas d'Em-merin que alimentam a população de Lille.

Pensamos também que, sendo dada a se-gurança d'esté modo de depuração, a cidade de Lille teria uma vantagem immediata aug-mentando a caudal das fontes actuaes pela captagem d'aguas de rio, ou de canaes da vizinhança, grosseiramente filtradas por areia e esterilisadas, em seguida, ao mesmo tempo que a agua das fontes, por meio d'apparelhos ozonificadores.»

Os systemas Marmier e Abraham, Otto e da casa Liemens e Hallske, comprehendem fundamentalmente:

i.° A producção da corrente eléctrica;' . 2.° A producção do ozono ;

3.0 A esterilisação da agua.

Estas três operações realisam-se em appa-relhos engenhosíssimos, de cuja descripção nos abstemos.

C) Processos chimicos

São muito numerosos os corpos dotados de propriedades bactericidas e oxydantes:

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permanganato de cal ou de potassa, peroxydo de chloro, agua oxygenada, superoxydo de sodio, chloreto de cobre, alúmen, perchloreto de ferro, o ozono a que já nos referimos, in-tervindo apenas a electricidade, nos processos d'esterilisaçao por este corpo, para a produ-cção do ar ozonisado, etc. Á dosagem exacta das quantidades necessárias d'estes corpos para não deixar na agua, depois da esterilisa-ção, algum elemento toxico ou desagradá-vel, torna o emprego d'um grande numero d'elles, sobretudo em grande escala, um tanto difficil.

Chloreto de cal e hypochlorites (Traube) —

Addiccionando á agua chloreto de cal, pro-longando por 2 horas o contacto e neutra-lisando, em seguida, o chloro não trans-formado, pelo sulfito de cobre obtem-se a esterilisação da agua. Bassange affirma que um contacto de 10 minutos basta para des-truir os micróbios pathogenicos, sendo a proporção de chloro de Vioooo, ou sejam 3cm,3

d'uma solução de chloreto de cal a i %• No seu processo, a neutralisação do excesso de chloro faz-se pelo bisulfito de cal, que dá um sulfato innoffensivo. Reconhece-se que a

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neutralisação é completa pelo gosto e olfato, dispensando qualquer reagente. O chloreto de cal em pó serve egualmente: lança-se em cada cinco litros a quantidade de sal que pode comportar a ponta duma faca.

Iodo (Attain)—Addicionando iodo á agua,

na proporção de \/lmoo e juntando 750ooo

d'hy-posulfito de soda, decompõe-se o iodo e têm-se duas substancias innofensivas em fra-ca dose : o iodeto do sódio e o tetrathionato de soda. Pode filtrar-se em seguida a agua, por carvão puro. •

'Bromo (Schumburg) —Em cada litro d'agua

lançam-se o,0m32 duma solução contendo 20

gr. de bromo e outro tanto de brometo de potássio e 100 gr. d'agua; ao fim de 5 minu-tos, juntam-se o,cm 32 d'uma solução aquosa

de ammoniaco 3 9 % : forma-se sub-bromato e brometo d'ammoniaco, innofensivos. A agua deve permanecer corada d'amarello por meio minuto antes de se juntar o ammoniaco.

Permanganato de cal ou de potassa —

Junta-se permanganato de potassa á agua até per-sistir a côr de rosa indicando o excesso d'esté corpo. O inconveniente d'esté systema é a introducção de potassa na agua.

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5B

MM. Bords e Girard, preconisaram o per-manganato de cal cujo excesso empregado é reduzido por um oxydo inferior de manga-nesio.

Os productos da reacção são insolúveis e facilmente separáveis. É este o principio do

filtro Lutèce.

O processo Làpeyrére basea-se sobre a oxydação das matérias orgânicas e dos ger-mens pelo permanganato de potassa junto á acção esterilisante do alúmen, associado ao carbonato de soda e á*cal. O pó empregado

para a esterilisação é o seguinte :

Permanganato de potassa 3 gr

-Alúmen de soda secco pulverisado 10 »

Carbonato de soda 9 s

Cal • • • • • 3 »

Lançam-se na agua 25 centigr. d'esté pó por litro e agita-se durante um ou dois mi-nutos. A agua torna-se côr de rosa um tanto violácea e turva-se em virtude de

combina-ções chimicas.

Deixa-se repousar ; ao fim de 4 ou 5 mi-nutos, se a côr de rosa persiste, está feita a eterilisação ; se, pelo contrario, se torna^ parda

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ou desapparece, junta-se nova quantidade de pó até persistência da côr rosada. Filtra-se em seguida por turfa purificada.

Lapeyrère mandou construir filtros de dif-férentes dimensões e modelos.

Peroxydo de chloro — O peroxydo de

chlo-ro é, como o ozone, um oxydante enérgico, destruindo, porisso, as bactérias e as matérias orgânicas, propriedade que mr. Bergè appli-ca á esterilisação da agua em grande esappli-cala. O dr. Ogier, encarregado d'estudar o pro-cesso em França, declarou-o pratico e efficaz em face das analyses bacteriológicas e chimi-cas. Assim, em Ostende, a agua depois de purificada não continha mais de 5 a 6 ger-mens inoffensivos por centimetro cubico, tendo a agua bruta 20 a 30000. As maté-rias orgânicas soffriam uma reduccão de 50 a 60%.

M. Schoofs, porém, n'um artigo da Revista

d'hygiène de 30 de junho de 1900,

collocando-se exclusivamente no terreno da chimica contesta uma parte das aífirmações de M. M. Bergé e Ogier e a innocuidade da agua trata-da. A agua conteria, segundo elle, hypochlo-rites e chloratos e seria muito prejudicial

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6o

para os canos metallicos, especialmente de chumbo : finalmente, a reducção das matérias orgânicas seria insignificante. Eis a 8.a

con-clusão do seu artigo :

«8.° Em resumo o processo Bergé tem dois graves inconvenientes que deveriam fazel-o rejeitar : não melhora a agua sob o ponto de vista das suas propriedades chimicas e intro-duz-lhe corpos estranhos, cuja presença é, pelo menos, suspeita.»

B) Filtração nos domicílios

A filtração domiciliaria torna-se necessá-ria sempre que a filtração central, quando existe, não forneça agua pura, ou, d'uma ma-neira geral, quando a pureza d'uma dada agua nos pareça um tanto duvidosa. Esta operação utilisa um grande numero d'apparelhos, cuja maior parte é incapaz d'esterilisar a agua e dos quaes os melhores não podem reter os micróbios por muito tempo sem uma limpe-za ou uma regeneração. Não ha nenhum per-feito, demandando todos elles um cuidado e uma conservação minuciosos, que se não1

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él

que os empregam. Cital-os-hemos segundo a natureza da sua materia filtrante.

i.° Filtros de carvão — São numerosíssi-mos. Filtro Buhring, filtro Mòller, filtro Ri-chard-Gerville, filtro Atkins, filtro Chearing, filtro Buron, filtro A. Rogge, filtro de coke pulverisado de H. Kocb, filtro Marcaire, filtro Wittmann, filtro de Defries (combinação de carvão mineral e de pedra pomes pulverisa-da), filtro universal de Chabrier J.or

(combi-nação de carvão e porcelana), filtro Jakob Barstow e filhos (combinação de carvão e pe-dra porosa), filtro Lipseombe e C.a, e filtro

Maignen (combinação de carvão e amianto), filtro Doulton (carvão manganesiado), filtros de carvão silicatado, filtros americanos que associam o carvão á areia, etc. Todos estes filtros são clarificadores, mas nenhum d'elles retém suficientemente os germens em sus-pensão na agua.

2.° Filtros de esponja de ferro ou ferro

ma-gnético — O filtro BischofT de esponja de ferro,

muito espalhado na Inglaterra, foi apreciado por Frankland, que affirmava o seu grande valor na reducção das matérias orgânicas, e algum tempo depois depreciado por não

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re-62

têr suficientemente os micróbios. A esponja de ferro é um ferro muito poroso que se obtém pela reducção da hematite pelo carvão. A agua, depois de filtrada por esta substancia, era passada novamente por mármore pulve-risado ou por uma mistura de areia e bróxydo de manganesio natural, com o fim de fixar o ferro que pudesse ter sido arrastado ou dis-solvido.

Dos filtros magnéticos, que utilisam o oxy-do de ferro magnético, o melhor é, sem du-vida, o de Mr. Brosseau, que junta ás proprie-dades chimicas d'esté corpo as vantagens da filtração de baixo para cima.

3.° Filtros de papel e de cellulose — N'estes filtros usa-se o papel ou a cellulose, em geral simples ou addiccionados d'amianto ou outra substancia ; são d'esta categoria o filtro Mõl-ler e Holberg (cellulose e amianto), o filtro Euziger (papel), o filtro Grandjean (cellulose), o Eden-Filtro (carvão e cellulose), os filtros Dame> Poitevin, Piot, etc. Os dois últimos impedem, satisfatoriamente, a passagem aos micróbios, segundo Mace.

4.0 Filtros d'amianto—O filtro Breyer, de

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grande escala, foi estudado por Weichsel-baum que o declarou bom debaixo do ponto de vista microbiano. Cada elemento compõe-se, essencialmente, d'uma folha de ferro cheia de canelladuras e revestida d'uma camada de amianto que serve de filtro.

São d'amianto os filtros Treukler, Kuhn, Jeusen, o filtro «Nibestos» e o «Rapid Safety filter», assim como o filtro Selleuscheidt, o filtro «Puritas» de Sonnenschein e o filtro rápido d'Arnold e Scbirmer. Todos elles são médiocres como esterilisadores e diminuem rapidamente de caudal.

Fabricaram-se de amianto (porcelana de amianto de M. Garros) vellas análogas ás ve-las do filtro Chamberland.

O filtro Mallié adoptou esta vela cujos poros seriam mais finos do que os d'outra qualquer. Segundo Bouchard, Gautier Girard e Mique, este filtro é excellente, não deixando passar germens durante os 12 primeiros dias, afflrmando os experimentadores inglezes ser isto verdadeiro durante, pelo menos, 4 dias.

5.° Filtros de pedra, terra, porcellana, etc. —

Além dos antigos filtros de grés, citaremos o filtro DufT, que utilisa a porosidade d'uma

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pedra natural e retém rasoavelmente os ger-mens, o filtro Burcq (pedra artificial e serrim de madeira), o filtro Slack and Brownlow (porcelana), o filtro Múller e Hesse (terra ar-gilosa), o filtro Olschewsky (pó d'argila, car-bonato de cal e substancias combustiveis muito finas), o filtro Maas e Cohufeld, seme-lhante ao precedente, os filtros Pukall, Sta-vemann (porcelana), o filtro Berkefeld, o me-lhor d'Allemanha, de terra d'infusorios, o filtro silicioso d'Howatson, também de terra d'infusorios, o filtro Chamberland, conhecido universalmente e espalhado por todo o mun-do, de efficacia bacteriológica reconhecida du-rante os primeiros 4 a 12 dias, tendo apenas o inconveniente de filtrar pouco e de ir dimi-nuindo progressivamente a quantidade d'agua filtrada á medida que se vae limpando e este-rilisando, o filtro de W. Weir, Aeratingfilter, formado por duas velas de porcelana concên-tricas, deixando entre si um espaço cheio de carvão animal comprimido; além d'isso o cylindro d'envolucro está sob uma campa-nula d'ar comprimido, ar que se renova e que é destinado á oxydação das matérias orgâni-cas depositadas no filtro, etc" etc.

(51)

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III-CORRECÇÃO

Esta operação, muito frequente para as aguas destinadas a usos industriaes, é raras vezes applicada ás aguas de bebida. É isto devido, sem duvida, á natural repugnância em introduzir compostos chimicos na agua d'alimentaçao, á difficuldade de calcular exa-ctamente as doses necessárias e suficientes para obter a correcção desejada e não deixar excesso de reagentes, etc. Embora a influen-cia d'uma agua rica em saes mineraes sobre a saúde esteja longe de ter a importância que se julgava outr'ora, é certo que ha um limite de mineralisação, acima do qual não se deve beber a agua sem previamente lhe applicar um dos processos de correcção empregados na industria. Algumas cidades inglezas, como Southampton, submettem as suas aguas de bebida a uma correcção antes de serem distri-buídas. As aguas que necessitam correcção

são as que contêm saes terrosos em grande

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carbo-66

nato de cal, que as tornam respectivamente selinitosas ou calcareas.

Os processos mais usados para a corre-cção das aguas são:

i.° Exposição ao ar e agitação — Este pro-cesso só tem utilidade quando se trata de aguas contendo carbonato de cal, pois que aproveita a propriedade que teem estas aguas, quando em contacto com o ar, de depositar o carbonato de cal em virtude do despren-dimento de anhydrido carbónico, á custa do qual a maior parte d'esté sal estava dissolvido. Obtem-se isto agitando a agua ao ar, fazen-do-a cahir em cascatas, etc.

Pelo contrario, ha aguas muito pouco mineralisadas, ás quaes é necessário juntar carbonato de cal, com o fim de as tornar mais rápidas e mais digestivas. Faz-se para isso passar a agua através de pedras calca-reas.

2." Aquecimento e agitação com o vapor d'agua

— O aquecimento, a ebulição e a agitação com o vapor d'agua actuam de dois modos : por um lado, expulsando o anhydrido carbó-nico, precipitam os carbonatos terrosos ; por outro lado, produzindo no liquido

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movi-67

mentos e correntes, fazem depositar as partí-culas solidas n'uma parte do recipiente posta ao abrigo da agitação. Este methodo não desembaraça completamente a agua do sul-fato de cal, sendo preciso completal-o chi-micamente. Além d'isso, aquecendo a agua torna-o pouco acceitavel para as aguas de bebida.

j.° Tratamento chimico — Consiste em

pre-cipitar o carbonato de cal por um oxydo dum metal alcalino ou alcalino-terroso (Emprega-se geralmente a cal).

Precipita-se egualmente o sulfato de cal por meio dum carbonato alcalino solúvel (carbonato de soda habitualmente). As quan-tidades de reagente a empregar são calculadas com mais ou menos rigor. O commercio, ba-seando-se na chimica, tem fabricado uma in-finidade de productos anticalcareos ou desin-crustantes, muitos d'entre elles combinam différentes corpos. É necessário, antes de em-pregal-os conhecer-lhes a composição assim como a da agua a corrigir. Para todos os pro-cessos de correcção ha uma enorme varieda-de d'apparelhos.

As aguas ferruginosas, que teem ás vezes

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um gosto desagradável e uma côr de ferru-gem mais ou menos accentuada, podem ser corrigidas por muitos processos, que consis-tem principalmente na sua divisão e areja-mento, tendo por fim a oxydação do proto-xydo de ferro e sua transformação em oproto-xydo insolúvel retido depois por filtração, ou quan-do o ferro exista n'outras combinações, em empregar o ozono que oxyda o ferro e ao mesmo tempo esterilisa a agua. Também se podem tratar as aguas ferruginosas pelos pre-cipitantes chimicos como o perchloreto de ferro associado á cal e filtrar em seguida.

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IV —AREJAMENTO

Sendo a agua privada d'ar mal saborosa e indigesta, é necessário arejal-a. Os processos de correcção já citados, são, na sua maior parte, processos de arejamento. Nos grandes reservatórios póde-se arejar a agua artificial-mente para impedir o desenvolvimento exa-gerado d algas, que dão á agua um cheiro e um gosto desagradáveis. Usa-se então do ar comprimido insuflflado por meio de apparc-lhos especiaes.

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PROPOSIÇÕES

Anatomia—O principal meio de fixação do ovário é o

ligamen-to ovaro-pelvico.

Physiologia — A secreção physiologica do pancreas não possue

acção digestiva propria sobre a albumina.

Therapeutka— No tratamento da urethrite blennorragies

ante-rior aguda ou chronica, dou preferencia, como tópico, ao acido pi-crico em soluto aquoso (0,5 a 1 °/0).

Pathologia geral — A febre é sempre uma reacção contra a

hy-pothermia.

Anatomia pathologica—A maior percentagem dos casos de

morte súbita na diphteria, pertence á thrombose cardíaca.

Pathologia cirúrgica — Nos casos de appendicite só o

hemo-diagnostico nos pôde indicar a opportunidade d'uma intervenção.

Pathologia medica—É muito frequente a ausência do vomito

nos casos de tumores malignos do estômago.

Medicina operatória—Prefiro a a entero-anastomose á

extirpa-ção dos grandes tumores malignos do intestino.

Obstetrícia — Nas applicações de forceps, depois de

desembara-çada a cabeça, condemno a precipitação na extracção do tronco.

Medicina legal—Na morte por asphyxia mechanica o coração

esquerdo contem menos sangue que o direito.

Hygiene — O melhor reagente, da qualidade d'uma agua é a

saú-de da população que a consome.

Visto. Pôde tmprimir-86.

Lopes Martins. °

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Referências

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