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FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

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Academic year: 2019

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DEPARTAMENTO DE PROJETO,

EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

PROF. FREDERICO FLÓSCULO PINHEIRO BARRETO

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ABSTRACTS

PALAVRAS-CHAVE 1. APRESENTAÇÃO

1.1 UMA PROPOSTA DE ATELIÊ DE ENSINO DE PROJETO MAIS INTEGRADO 1.2 INTRODUZINDO UMA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE OBRA, DE FORMA ASSOCIADA À CONCEPÇÃO DE PROJETO

1.3 CONSTRUÇÃO E TRABALHO HUMANO

2. CONCEITOS BÁSICOS DA PROGRAMAÇÃO DE OBRAS 2.1 A OBJETIFICAÇÃO DA OBRA DE EDIFICAÇÃO

2.2 UMA FORMA DE COMPREENDER A OBRA DE EDIFICAÇÃO 2.3 UM MODO DE REALIZAR PESQUISA TECNOLÓGICA

2.4 AS TECNOLOGIAS DA COMPATIBILIZAÇÃO 2.5 O IMPONDERADO TEMPO

2.6 EVENTOS DEFINIDOS POR ATIVIDADES E ATIVIDADES DEFINIDAS POR EVENTOS

2.7 O DIAGRAMA P.E.R.T. COMO UM MODELO LÓGICO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DA OBRA

2.8 MÓDULOS DE TRABALHO, MÓDULOS DE TEMPO, MÓDULOS DE CUSTO 2.9 UM EXEMPLO DE SEQÜÊNCIA P.E.R.T. “SEM TEMPO”

2.10 EXEMPLO DE SEQÜÊNCIA P.E.R.T. “COM TEMPO

3. CONCEITO DE CAMINHO CRÍTICO OU SEQÜÊNCIA CRÍTICA 3.1 A TABELA-RESUMO DO P.E.R.T.

3.2 UM EXEMPLO DA TABELA-RESUMO DE ATIVIDADES

3.3 “CAMINHOS” OU SEQÜÊNCIAS DE ATIVIDADES E EVENTOS 3.4 C.P.M.: FOLGAS

3.5 C.P.M.: O CAMINHO CRÍTICO NÃO TEM FOLGAS

3.6 C.P.M.: AS ATIVIDADES EM CAMINHOS E MENOR TEMPO ACUMULADO 3.7 DIAGRAMA P.E.R.T. REVISTO COM A ABORDAGEM C.P.M.

3.8 DATAS PESSIMISTA E OTIMISTA DE ATIVIDADES

3.9 UMA OBSERVAÇÃO: QUANDO AS SEQÜÊNCIAS NÃO-CRÍTICAS SÃO NUMEROSAS, INTRINCADAS

3.10 FICHAMENTO DE ATIVIDADES E EVENTOS 3.11 PARÂMETROS

3.12 PARÂMETROS DE MÃO-DE-OBRA

3.13 PARÂMETROS DE RECURSOS MATERIAIS 3.14 PARÂMETROS DE EQUIPAMENTOS

3.15 EXEMPLO DE FICHA PARA ATIVIDADES (CAMPOS 3.16 EXEMPLO DE FICHA PARA EVENTOS (CAMPOS) 3.17 PARÂMETROS PRÁTICOS

3.18 EVENTOS CRÍTICOS

4. COMPRESSÃO E DESCOMPRESSÃO DE ATIVIDADES 4.1 AS ETAPAS FUNDAMENTADORAS DA ANÁLISE P.E.R.T. 4.2 CRONOGRAMA DE BARRAS

4.3 A PRINCIPAL SEQÜÊNCIA DO CRONOGRAMA É O CAMINHO CRÍTICO 4.4 O CRONOGRAMA DEVE PERMITIR A “HIERARQUIZAÇÃO DA CRITICALI-DADE” DE CADA SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES E EVENTOS

4.5 OS CAMINHOS SEMI-CRÍTICOS PERMITEM A CONSIDERAÇÃO DE UMA VARIEDADE DE COMBINAÇÕES DE DATAS DE INÍCIO/TÉRMINO

4.6 UMA IMPORTANTE APLICAÇÃO DA ANÁLISE DO CRONOGRAMA P.E.R.T. / C.P.M.: O NIVELAMENTO DE RECURSOS

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PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE

PROJETOS E OBRAS COM O USO

DA TÉCNICA DE PROGRAMAÇÃO

P.E.R.T.

(Program Evaluation Research Technique)

Autor: Professor Adjunto Arq. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto (Departamento de Projeto, Expressão e Representação em Arquitetura e

Urbanismo da FAUUnB)

RESUMO

As técnicas de programação de obras de edificação podem ser de grande utilidade no estudo das tecnologias empregadas por arquitetos e engenheiros. Além disso, podem ser um surpreendente instrumento de ensino de projeto, quando usada nos ateliês tradicionais de ensino. O presente artigo faz uma apresentação introdutória, de aspectos básicos, da técnica de programação P.E.R.T., contendo algumas sugestões para o desenvolvimento de pesquisas sobre os fundamentos do projeto e obra de arquitetura, como poderoso instrumento para as práticas de ensino no ateliê de projeto. O trabalho foi desenvolvido a partir de experiência de ensino de graduação, especialmente para o projeto arquitetônico de habitação popular.

ABSTRACTS

The building programming techniques can be crucial to studies about the technologies that architects and engineers employ in a range of professional works. They can also be a bold, surprising didactic tool when used to uplift the traditional architectural design undergraduate courses. This article is a preliminary presentation directed to undergraduate teachers, featuring essential traits of P.E.R.T programming technique, presented here as an auxiliary tool to architectural teaching; it intends also to show some suggestions to research development about architectural building and design fundamental questions. The present approach was developed from a teaching experience at the theme of low rent housing design.

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1. APRESENTAÇÃO

Não se ensina “a técnica” de construir fora do grande contexto da construção, sobretudo sem se prestar contas à área disciplinar que estuda o próprio significado da construção e do espaço construído. No caso da arquitetura e urbanismo, devemos fazer algumas colocações iniciais acerca da filosofia que existe subjacente às tecnologias que empregamos. Como a Arquitetura não é uma tecnologia, de saída deve-se ter claro que o modo de ensinar “técnicas para engenheiros” pode apresentar diferenças substantivas quanto ao modo de ensinar “técnicas para arquitetos”. Seus objetivos, afinal, são diferentes, ainda que tratem simultaneamente do mesmo objeto: as edificações e o espaço construído.

É uma reclamação comum dos estudantes de arquitetura a de que não aprendam a lidar competentemente com custos ou com as tecnologias da construção, de um modo que facilite o seu aprendizado das habilidades básicas necessárias ao adequado desenvolvimento do projeto de edificações. Esse é um sério problema, que era resolvido no ensino de ateliê – que empregava uma quantidade de tempo bem maior que na atualidade: mais de 12 horas por semana, contra as atuais 8 horas por semana, no máximo. Além do tempo, o ensino de projeto envolve uma enorme quantidade de informações que deve ser articulada na interação entre professores e estudantes. É notável que a redução na carga horária seja, em parte, conseqüência da perda do interesse – ou da prioridade, ou da competência docente – associada a essa articulação de conhecimentos.

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especializadas dos Grandes Vãos, das Edificações em Altura, e das Funções Complexas). Não ocorre neles a integração tradicional do vasto espectro de conhecimentos que leva ao estudante a ter uma maior capacidade de manter o processo de aprendizado continuado, e se tornar um projetista minimamente habilitado. A desintegração do ateliê (com a criação de um grande corpo de disciplinas “’tecnológicas” desvinculadas do ensino de projeto) causa prejuízos ao aprendizado e atrasa o amadurecimento que se espera ao longo do curso de graduação em arquitetura e urbanismo. Ao final, os estudantes não absorvem a grande quantidade de informações “tecnológicas” – e, pior, não sabem como aplicá-las aos seus projetos.

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especializados que não sabem aplicar aos seus próprios projetos.

Essa deficiência é provocada pela desintegração do ateliê de ensino de projeto, do isolamento das disciplinas de “tecnologia da arquitetura” (definidas de forma a cobrir os interesses dos professores e não a responder a uma proposta de formação dos arquitetos), e de um modo de ensinar a projetar que é paradoxalmente desligado dos conceitos, métodos e técnicas de construção e de concepção estrutural.

Custos e tecnologias de construção são abordados de forma isolada até mesmo nas escolas de engenharia, sem maiores prejuízos, mas no caso do ensino de arquitetura, essa separação é totalmente inconveniente e condenável – e, pior, acarretando uma situação incongruente para formação do futuro projetista e construtor, pois o ensino das tecnologias está muito distanciado do ateliê de projeto arquitetônico, na situação atual. Essas deficiências devem ser examinadas e atacadas em todas as oportunidades possíveis, ANTES de o estudante concluir sua graduação – aliás, receber sua graduação, seu grau de profissional arquiteto de uma escola de arquitetura.

1.1) UMA PROPOSTA DE ATELIÊ DE ENSINO DE PROJETO

UM POUCO MAIS INTEGRADO

É necessário reunir novamente o conhecimento das tecnologias de construção com as habilidades da definição do partido arquitetônico e do desenvolvimento de concepções completas, profissionais, de edificações. Nesse sentido, um experimento com uma disciplina de graduação declaradamente complementar aos ateliês de projeto (denominada

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Para isso é fundamental que o estudante projete, e individualmente, produzindo exemplares que ele possa descrever de forma tão completa quanto possível.

No caso da disciplina citada, os estudantes têm a tarefa – relativamente simples – de projetar uma pequena habitação de não mais que 60 metros quadrados, num lote de nada menos que 125 metros quadrados (um estudo preliminar de quadra residencial é feito logo nos primeiros dias do curso). O programa de necessidades é livre, mas exige-se que abrigue uma família. De modo sucinto, os alunos são orientados a desenvolver um sistema simples de coordenação modular a partir das áreas e dimensões mínimas do Código de Edificações do Distrito Federal. Três medidas “semente” são propostas para o estudo comparativo das modulações: 30 / 40 / 50 cms. Duas situações básicas de congruência, desempenho e eficiência do sistema de medidas são apresentadas: a) coordenações modulares que são disciplinadas a partir dos EIXOS de paredes e elementos componentes dos sistema construtivo, e; b) coordenações modulares que são disciplinadas a partir das ÁREAS úteis (ou, de um modo mais compreensível, mas com complicadores, desde as faces das paredes da edificação). Esse exercício poderá ser exposto em maior detalhe em um outro artigo.

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O plano de curso tem organizado os estudos em 4 unidades de ensino: 1) Estudo Preliminar e Anteprojeto de Arquitetura (de Habitação

Unifamiliar com 60 m2);

2) Levantamento de Quantitativos e Preços Unitários de materiais e componentes da edificação em estudo;

3) Caderno de Especificações e Encargos da edificação em estudo; 4) Diagrama P.E.R.T. / C.P.M. da edificação em estudo.

O levantamento de quantitativos envolve todos os componentes possíveis de se prever com base no anteprojeto. O aluno é levado a examinar o que projetou, e deve detalhar uma variedade de aspectos do projeto porque NÃO CONSEGUIRÁ LEVANTAR ESSES QUANTITATIVOS. Esse é o sentido essencial de detalhamento: os projetistas detalham para que possam expor todos os aspectos da obra de edificação. O conhecimento de seu custo, o desenvolvimento dos projetos complementares, o controle de sua execução, entre outros trabalhos, dependem dessa exposição detalhada. Essa forma de ver a natureza do detalhamento é recebida com surpresa por alguns estudantes: o detalhamento não passaria de uma pauta mais ou menos fixa, que os profissionais em seus escritórios seguem.

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O Caderno de Especificações e Encargos é objeto de uma outra ordem de discussões. Os estudantes somente viram a explicação sobre técnicas construtivas fora do contexto de seus exercícios de projeto. Esse conhecimento permanece distanciado e sem nexo com sua aplicação, e trata-se de falha de enorme gravidade na formação do arquiteto. Os estudantes não sabem como seus projetos serão construídos. Nos ateliês de ensino, são treinados para produzir representações sobre como as edificações que concebem devem aparecer ao mundo: totalmente prontas.

Quando se pergunta sobre a possibilidade de... desenhar a edificação de forma processual, representando as diferentes fases da obra, naturalmente não vêem muito sentido nisso. Por quê alguém desenharia uma casa sem telhas... ou uma casa inacabada, com seus andaimes ? A questão é que poucos alunos sabem como as tecnologias de construção devem ser aplicadas na obra. Se não sabem como as tecnologias se aplicam, como sabem se o que projetam é correto, é algo qualificado como trabalho técnico ? Saber construir e saber projetar não se conjugam no projeto de formação do arquiteto, nesse caso. Os estudantes aprendem a simular o domínio desses dois saberes, pois é isso que aprendem, é isso que vêem sancionado nos ateliês de ensino de projeto, em não poucos casos.

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revisão do Caderno de Especificações e Encargos, mas para os estudantes representa uma forma impressionante de obter uma informação que não haviam cogitado até aquele momento: quanto tempo dura a obra ?

Também compreendem que podem explorar outras questões práticas: - É possível encurtar ainda mais o tempo previsto para a execução de uma determinada obra ?

- Um atraso no cronograma pode ser minimizado ?

- Há diferentes formas de combinar o uso de mão-de-obra, materiais e equipamentos, ao longo de uma obra ?

- O projeto arquitetônico pode conter alternativas para que a obra possa ser conduzida de forma mais ou menos rápida / segura / econômica / com menor impacto sobre a vizinhança e o entorno ?

- É possível conceber projetos a partir dos conhecimentos da condução de obras, antecipando seu gerenciamento e facilitando-o, de forma estudada, sistematizada ?

Além disso, podem aprender que o canteiro de obras pode ser o mais extraordinário laboratório para a arquitetura de edificações, especialmente no campo das tecnologias de construção. É muito importante mostrar como essa pesquisa pode ser feita, quais são as oportunidades, ao longo do processo de planejamento da obra.

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1.2) INTRODUZINDO UMA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE OBRAS, DE FORMA ASSOCIADA À CONCEPÇÃO DE PROJETO

A técnica de programação de obras (ou de qualquer atividade que se deseje ordenar convenientemente) P.E.R.T. é certamente a mais conhecida e usada em todo o mundo. Apresentamos aqui uma versão básica, que se constitui numa introdução a versões mais sofisticadas – disponíveis em programas para computadores pessoais, como o Project Professional, da Microsoft, por exemplo. Para a programação de obras em pequenas edificações podemos desenvolver diagramas P.E.R.T. com papel e lápis, sem recursos computacionais. Talvez essa habilidade aprendida “sem fios e sem máquina” possa nos aproximar de um importante objetivo didático, desejado pela disciplina Projeto e Planejamento de Habitação Popular: tornar a programação de obras uma abordagem alternativa para o ensino de projeto de arquitetura e, claro, para o próprio desenvolvimento profissional de projetos de arquitetura.

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alternativa que simplifique um determinado aspecto do projeto (ou que melhore a explicação, pelo detalhamento, etc.). Também é comum que as obras apresentem atrasos ou cortes orçamentários, por exemplo, e aspectos do projeto devam ser revistos, para baratear ou tornar a obra minimamente viável, em “tempos de crise”.

As incongruências entre projeto e obra também são resolvidas de um outro modo, sem qualquer consulta, contato ou feedback para a equipe de projeto. Mesmo em grandes obras licitadas pelo governo e submetidas a um rigoroso trabalho de fiscalização, é comum que um enorme volume de pequenas decisões seja tomado “na obra”, por acordo comum entre os profissionais da execução, de fiscalização, e proprietários ou responsáveis pelo empreendimento. Sem o conhecimento da forma como a obra foi programada, e sem uma relação consistente entre as determinações do projeto e os trabalhos de execução, é provável que a equipe de projeto se torne um estorvo para os executores - que somente a chamarão em decisões de maior impacto naquilo que entendem como “a arquitetura”, a aparência da obra e a destinação de seus espaços.

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anexos às decisões arquitetônicas. Esses “anexos” são pouco explorados dentro da prática profissional tradicional (que verifica, em especial, se os projetos complementares “cumprem seu papel” e são “compatíveis com a arquitetura”, ou seja: não alteram a geometria e as especificações gerais do projeto).

Quando o projetista acompanha esse trabalho especializado de programação de obras, necessariamente verá como as tecnologias construtivas empregadas – seja quais forem, quão complexas sejam, quão variadas se apresentem – são integradas nos trabalhos da obra. Cada ato executivo de cada aspecto dos sistemas estruturais, de vedação, de instalações e equipamentos, etc., são identificados, inter-relacionados, articulados de forma rigorosa e “sistêmica”: tudo se relaciona na obra de edificação, e a sua programação corresponde a se compreender o projeto no tempo, associado ao trabalho de sua execução, de forma lógica.

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João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, arquiteto brasileiro notável pela forma como articula a concepção dos espaços com a produção da obra.

1.3) CONSTRUÇÃO E TRABALHO HUMANO

As tecnologias mais antigas e conhecidas de construção são tão “óbvias” para nós, nos dias atuais, quanto o trabalho que leva a termos pão, alimentos, em nossas mesas. Pouco planejamento formal é realmente necessário quando trabalhamos no “modo artesanal” de produção material (Jones, 1977). Todas as atividades são guardadas de memória, e sempre sabemos o que fazer – ou que não fazer – quando alguma coisa atrasa, quando nos falta o sal ou o grão, carvão ou fermento. Contudo, quando temos que produzir pão em grande quantidade, para muitas outras famílias, sabemos que essa indústria envolve um bom planejamento – mesmo que seja para produzir algo tão “simples” e civilizado quanto o pão nosso de cada dia. Padeiros sabem que não se trata apenas de levar uma massa clara ao forno e depois tirá-la de lá. Todo o seu trabalho deve ser feito com higiene, com instrumentos e planos de trabalho muito limpos, constantemente observados. A mistura da massa deve ser exata, para que o sabor seja o desejado; o calor do forno deve ser mantido constante, e o tempo de queima da massa deve ser acompanhado com cuidado, assim como cuidadosamente é feito o trabalho de retirada dos pães quentinhos do forno, e sua guarda em prateleiras metálicas impecavelmente limpas...

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nas edificações mais simples, como no caso das habitações populares, uma quantidade fantástica de inovações e experimentos pode ocorrer, dentro de um “espaço lógico” de variações entre fatores bem conhecidos, e com a adição de um enorme elenco de tecnologias menos comuns (algumas bem antigas, envolvendo metais, madeiras, pedras, argilas, entre outros materiais ancestrais), ou emergentes, recém-descobertas, recém-propostas.

Quando examinamos o trabalho humano (mesmo que inclua robots, e mesmo no tempo em que uma nova hierarquia de robots vier a fiscalizar aquela primitiva hierarquia de executores, e tomar decisões “do construtor” de uma nova obra), vemos que há vários ritmos a serem considerados nele. O primeiro exame sistemático do trabalho humano, visando o seu planejamento racional (ou “científico”, baseado em conhecimento pertinente e efetivo) foi feito pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), com base no exame das etapas de trabalho operário, classificando atividades, registrando sua seqüência e variantes, seus tempos e movimentos, em fábricas. Embora haja um pejorativo taylorismo que denota a super-exploração com a melhor base científica, do trabalho operário, a abordagem de Taylor transformou o trabalho humano, criando as bases para várias formas de seu aprimoramento – em especial, para a compreensão e superação de doenças ocupacionais, causas de acidentes de trabalho, estresse e desgaste físico e psicológico. O nível de detalhe atingido por essa corrente de estudos levou à criação de várias áreas disciplinares novas, que estudam o trabalho humano, como a ergonomia, a psicologia das organizações, do trabalho, entre outras.

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uma qualificação “civil” ao final, numa desnecessária, equivocada e desproporcional deferência à construção “militar”, como se não fosse também civil, civilizada), quer-se indicar o uso intensivo de mão-de-obra operária em grandes canteiros que se instalam de forma semelhante a “fábricas”. As sociedades industriais (ou seja, os países que possuem indústrias que contribuem para a riqueza nacional em escala que se aproxima ou supera a produção artesanal agrícola, numa singela definição) constroem “em massa” habitações, edifícios para instituições, para os prestadores de serviços – e, entre outros, obviamente, mais indústrias.

Evidentemente, a “indústria da construção”, os grandes capitais representados pelos detentores de tecnologias, de poderosos equipamentos industriais, de acesso privilegiado ao financiamento público e aos recursos da poupança nacional, à energia elétrica barata e abundante, a grande contratos coletivos envolvendo o pagamento de salários aviltados a uma enorme massa de mão-de-obra precariamente qualificada (que sofre, no Brasil, com as mais elevadas taxas de acidentes fatais ou com lesões permanentes devido às condições de trabalho, na construção em escala industrial), tem interesse permanente na racionalização da construção – claro, enquanto isso for vantajoso. Uma conseqüência fundamental do estudo sistemático dos processos de construção é o seu barateamento e a popularização do acesso a tecnologias cada vez mais avançadas. Pelo menos essa é a regra na maioria dos demais ramos industriais – mas não é o caso da indústria da construção.

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enorme contribuição a dar. Os estudos de racionalização da construção levam, nesse sentido, a:

- descrições minuciosas de métodos e técnicas de construção artesanais ou vernaculares, ou aqueles desenvolvidos na ausência de tecnólogos profissionais, praticantes de profissões submetidas à comprovação formal de habilitação;

- descrições minuciosas de métodos e técnicas de construção elaboradas mediante pesquisa científica, especialmente aquelas que visam a produção maciça de edificações e de seus componentes;

- desenvolvimento de programas de formação de mão-de-obra especializada para atuação em empreendimentos de auto-construção, de construção em cooperativas populares, e de desenvolvimento de tecnologias alternativas e de organizações alternativas às oferecidas pela indústria da construção.

Podemos fixar registros integrais de qualquer tecnologia de construção através de redes P.E.R.T.; podemos transmitir com exatidão as ocorrências da aplicação de uma dada tecnologia usando o diagrama P.E.R.T. como uma forma de registro do processo real de construção (não mais como um instrumento de planejamento, mas como de representação de todo o conjunto de trabalhos, com o nível de detalhes que se desejar).

2. CONCEITOS BÁSICOS DA PROGRAMAÇÃO DE OBRAS

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Cada atividade pode ser descrita em termos de procedimentos ou INSTRUÇÕES que informam cada um dos trabalhos de execução, suas rotinas - partidas em etapas, sub-etapas, tão minuciosamente consideradas e descritas quanto necessário ao seu completo controle, à completa comunicação na obra, ou entre o projeto e a obra, à instrução de cada pessoa e equipe envolvidas.

Essas informações todas formam uma REDE que estrutura, no tempo e no espaço, a ação de pessoas (profissionais com diferentes especializações, cuja ocupação deve ser criteriosa, pois o custo de seu trabalho pode ser elevado), a aplicação de recursos materiais, de energia (elétrica, de combustíveis sólidos, gasosos e líquidos, ou o eventual uso de explosivos) o uso de equipamentos, a reunião de novas informações (quando, por exemplo, ocorre a aprovação ou a demora de verbas para a obra, o licenciamento da obra, a regularização de seu impacto ambiental, ou quando se reconsideram as condições meteorológicas que podem impedir ou facilitar a realização de obras a céu aberto, etc.).

2.1 - A OBJETIVAÇÃO DA OBRA DE EDIFICAÇÃO

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Há várias maneiras de desenvolver um plano de execução de uma obra de edificação. Como geralmente tratamos de obras que envolvem sistemas de diferentes naturezas (os sistemas de partes que "sustentam outras partes"... partes que separam os lugares, assim como um conjunto de espaços "interiores" e espaços "exteriores"... partes que conduzem energia elétrica... água potável... gás combustível... resíduos líquidos... ar condicionado... etc.), com uma enorme diversidade de tecnologias e detalhes técnicos específicos - há obras que são complicadas "saladas" tecnológicas, reunindo alta tecnologia e tecnologias rudimentares -, tentar entender os EVENTOS representados pelos diferentes estágios da execução, no tempo, pode ser algo bastante simples para começar.

A definição de evento abrange ainda vários “incidentes” previstos no processo, como, por exemplo, as entregas de materiais, a realização de ensaios, o desembolso de recursos, os pagamentos de determinadas equipes de execução, o início do funcionamento de uma determinada máquina, as visitas do fiscal da obra (nomeado pelo proprietário da obra para cumprir essa função), etc..

2.2 - UMA FORMA DE COMPREENDER A OBRA DE EDIFICAÇÃO

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entre as decisões de projeto e as decisões de planejamento de obras de edificação), as suas prioridades em termos de controle da obra e de qualidade de projeto devem impor soluções técnicas claramente articuladas, explicadas, desenhadas, especificadas.

Como estudantes de arquitetura, vamos simular todo o processo de condução da obra antes de “iniciá-la”; o diagrama de “eventos / atividades / tempos” nos auxiliará a compreender esse processo: nos prepararemos para cada etapa da obra, avaliaremos as condições de sua realização – e, importante, examinaremos se o nosso projeto de arquitetura realmente reflete essa compreensão, se facilita a execução, se cria um novo patamar para a geração de soluções arquitetônicas.

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2.3 - UM MODO DE REALIZAR PESQUISA TECNOLÓGICA

Cada tecnologia (por exemplo, a execução de estruturas de concreto armado in loco, com o uso de formas fixas) pode apresentar um grande conjunto de aspectos realmente definidores dos diferentes estágios de execução. Certamente escolheremos alguns desses aspectos, para se prestarem ao papel de eventos, demarcando o progresso dos trabalhos de execução de obras. É fundamental observar que essa demarcação do que seria um evento ao longo do processo de execução de toda uma edificação / de parte da edificação / de um serviço da edificação, implica numa abordagem explicativa da tecnologia com que estamos trabalhando. Estamos ao mesmo tempo abordando aspectos dessa tecnologia de construção de um modo mais ou menos genérico, nos referindo a um grande leque de opções proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico, e também abordando os aspectos pré-selecionados dessa tecnologia, naquilo que se aplica ao nosso problema imediato.

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que deve chamar a nossa atenção é o fato de que essa é via de 2 mãos: todas as aplicações particulares representam uma oportunidade de exame da própria tecnologia.

2.4 - AS TECNOLOGIAS DA COMPATIBILIZAÇÃO

Desde o início é importante entender que discernir esse conundrum de tecnologias que está presente na maioria das edificações - como nas casas, que são o assunto de nosso presente curso - exige o minucioso conhecimento de cada um de seus aspectos, de suas características e alternativas, assim dos modos como temos associados essas diferentes tecnologias: por exemplo, os sistemas estruturais são demandados pesadamente por exigências dos sistemas de instalações prediais; os sistemas de vedações podem "se transformar" em elementos estruturais, conter instalações, sustentar equipamentos, serem construídos como importantes componentes do sistema de condicionamento ambiental, etc..

2.5 - O IMPONDERADO TEMPO

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seu uso, de sua efetiva utilização.

Esses dois "tempos" (a seqüência dos trabalhos de execução e seqüência dos eventos de uso efetivo) estão crucialmente interligados. O modo "intemporal de projetar", que somente considera o momento instantâneo da obra finalizada - ou até onde o arquiteto conseguiu chegar nessa definição, pelo menos - pode ser profundamente alterado caso a abordagem de projeto se desenvolva processualmente, no tempo.

2.6 - EVENTOS DEFINIDOS POR ATIVIDADES E ATIVIDADES DEFINIDAS POR EVENTOS

Para o planejamento de obras, uma definição útil é de que “toda atividade tem início e fim em determinados eventos” e que “os eventos em si não têm duração”, são instantâneos, atingidos sempre que adequadamente realizados. Claro, diferentes ênfases podem nos auxiliar aqui:

(a) a própria atividade é altamente significativa, tem um conteúdo próprio, consolidado pela prática ou pela forma como a informação deve ser organizada para que seja compreendida pelas pessoas que a controlarão; assim, falamos de eventos que são “o início da atividade A” e “o fim da atividade A” – como no caso das montagens / fabricações das estruturas de maior responsabilidade, que acarretam os maiores riscos, e que provavelmente serão detalhadamente subdivididas em atividades parciais, que se complementam;

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Essas ênfases são,

evidentemente, relativas, não se pode falar em um modo definitivo de

compreender

com as atividades se articulam em torno de eventos. Toda a construção é um processo que pode ser compreendido em

sua integridade, e sua análise sempre se coloca a serviço do alcance de determinados objetivos (como por exemplo, a sua execução segura, que não coloque em risco a vida dos operários; o controle dos custos a cada momento do processo; o cumprimento dos prazos estabelecidos para a execução da obra; a fiel execução dos projetos de arquitetura e complementares, entre outros).

ATIVIDADE

Evento

Inicial EventoFinal

I F

E Atividade m1

Atividade m2

Atividade m3

Atividade n4

Atividade n5

Atividade n6 EVENTO

Ênfase na atividade: atividade “forte”, onde interessa especialmente o seu Início e seu Final

Ênfase no evento: evento nodal, notável, para o qual atividades são levadas a convergir

2.7 - O DIAGRAMA P.E.R.T. COMO UM MODELO LÓGICO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DA OBRA

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pode ser realizado por qualquer pessoa desde que devidamente instruída e com os meios exigidos.

A aparência final dos diagramas que podemos elaborar assim, associando eventos (como nodos) e atividades (como linhas que unem os nodos) é de um grafo, um diagrama desenvolvido a partir das idéias de Leonhard Euler, matemático. Esse grafo é também denominado rede P.E.R.T., sigla da denominação original em inglês (Project Evaluation and Review Technique, algo como “Técnica de Avaliação e Revisão de Projetos”).

A figura superior da página anterior mostra uma “rede” P.E.R.T. que tem um único “caminho”, desde o Evento Inicial ao Evento Final; entre esses dois memoráveis eventos podemos ter vários eventos intermediários, que devem realmente ter um significado para o (paulatino) alcance do objetivo de todo esse planejamento (embora tenhamos que lançar mão, em alguns casos, de “eventos imaginários” que servem como ponto de manobra de determinadas convergências ou inícios de atividades, como veremos... e em outros casos também poderemos ter de lançar mão de atividades fictícias, como artifício para estender a rede P.E.R.T. para eventos “externos” ao processo de construção, ou a eventos “metafísicos”).

Atividade

A2 AtividadeA(n-1)

Eventos em sucessão EventoFinal

(...) N

2 1

Atividade A1

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A definição desses eventos intermediários pode ser feita de diferentes maneiras, e não se deve perder a oportunidade de criticar qualquer que seja essa definição que nos seja apresentada, ou as que venhamos a fazer. Há várias razões para termos “Planos B”: as técnicas de construção envolvidas podem sofrer dramáticas mudanças... diferentes “ciclos de disponibilidade dos recursos financeiros, de pessoal e equipamentos, energia e insumos, de materiais e componentes pré-fabricados, de informações e projetos técnicos – até mesmo a “vontade política” que é mandatória no progresso de determinadas obras governamentais, sobretudo as de maior porte -, entre outros aspectos, podem exigir a revisão de metas tradicionais, de formas de pensar a organização das obras que não são adequadas para todos os casos.

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(...) 2

Atividade

A(n-1)1 AtividadeA(n-1)2 AtividadeA(n-1)n-1

(...) N

2 1

Atividade

A(n)1 AtividadeA(n)2 AtividadeA(n)n-1

(...) N

2 1

N 1

2.8 - MÓDULOS DE TRABALHOS, MÓDULOS DE TEMPO, MÓDULOS DE CUSTO

Se tomarmos a seqüência linear de eventos e atividades, temos que todas as atividades necessariamente consomem tempo, e que o tempo total que uma seqüência linear de eventos deve durar é dado pela soma das durações de cada uma de suas atividades. Num diagrama P.E.R.T. assim, tomamos os eventos como desfechos das atividades, sem duração temporal, mas como “marcos temporais”.

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repetitivamente, uma a uma ou em grupos / setores de andar (a depender das dimensões de cada andar, etc.). CADA laje é uma peça de enorme importância para a obra, e terá datas exatas para seu início e desfôrma ou liberação para a entrada em cena de atividades de complementação de instalações e a realização de acabamentos A “primeira laje” deve ser tão claramente assinalada e celebrada quanto a “enésima laje”.

TEMPO TOTAL “seg.1” = t1+t2+...+t(n-1)

TEMPO TOTAL “seg.2” = t1+t2+...+t(n)

TEMPO TOTAL “seg.2” = TEMPO TOTAL “seg.1” ? (...)

2 A1/t1

A1/t1

A2/t2

A2/t2

A(n-1)/t(n-1)

A(n)/t(n) A(n-1)/t(n-1)

Evento Final

(...) N N+1

2

Evento Final

1

Evento Inicial

N 1

Evento Inicial

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2.9 - UM EXEMPLO DE SEQÜÊNCIA P.E.R.T. “SEM TEMPO”

Como exemplo, podemos esboçar um raciocínio sobre a atividade “execução de laje em concreto armado” – ou algo como “execução da laje nº 18”, etc..-, analisando-a em sub-atividades ou tarefas cada vez mais específicas. Essa análise pode ser exposta na forma de uma tabela, como a seguinte:

TABELA 1 - ATIVIDADE: EXECUÇÃO DA LAJE Nº 18

Có d.

TAREFA OU SUB-ATIVIDADE EVENTOS

INÍC IO

FIN AL

A Endireitar e Cortar o Ferro 0 1

B Aparelhar as Pranchas de Madeira das Formas 0 2 C Dobragem dos Ferros (Negativos / Positivos / Estribos) 1 3

D Montagem de Formas 2 3

E Armação e Colocação das Ferragens nas Formas 3 4

F Preparação do Concreto 4 5

G Lançamento do Concreto nas Formas 5 6

H Cura do Concreto 6 7

(30)

3 4 5 6 Ciclo do Ferro

Ciclo da Madeira MONTAGEM DE LAJE Ciclo do Concreto

E F G

D C

0

1

2

7 A

B

H

(31)

dobragem, para que não se altere a forma imposta na mesa de dobragem; a sua estocagem de forma a não se perder a identificação de cada ferro dobrado (e de modo a não sofrer novas deformações); não está explícito, mas algo deve ser feito com as “sobras” dos ferros cortados, que podem ser reutilizados na obra – em emendas, estribos, etc..

Nessa figura, a lógica da sucessão de atividades está delineada, mas não há ainda o importante dimensionamento do TEMPO.

2.10 - EXEMPLO DE SEQÜÊNCIA P.E.R.T. “COM TEMPO”

(32)

TABELA 2: EXEMPLO DE ALSINA-TRILLAS

Có d.

Atividade Event o Inicia l

Event o Final

Temp o

A Compra do Material 0/2 1 1

B Aluguel do Equipamento 0/3 2 7

C Contratação de Pessoal 0/4 3 1

D Preparação do Terreno e Canteiro 2 5 1

E Escavações 5 6 2

F Entrega dos Materiais 3 6 3

G Execução de Fundações e Estruturas 6 8 13

H Entrega de Tijolos e Materiais 1 7 14

I Detalhes / Carpintaria 0 4 14

J Construção das Alvenarias 7 8 10

K Construção das Lajes Pré-Moldadas 8 9 5

L Construção da Cobertura 9 10 4

M Entrega e Instalação de Esquadrias 10/2 13 14

N Execução de Inst. Hidro-Sanitárias 10/1 13 7

O Execução de Inst. Elétricas 10/3 13 4

P Execução de Armários e Bancadas 13/2 15 4

Q Vidraçaria 13/1 15 1

R Telhado e Impermeabilização 13/3 16 3

S Azulejos e Acabamento Grosso 15 17 6

T Pinturas e Acabamento Fino 17 18 3

O diagrama que pode ser desenhado a partir dessa análise de atividades / eventos / tempos é um pouco mais elaborado que o anterior, pois apresenta o recurso a:

(33)

enfatizar; esse tipo de decisão ocorreu com o evento “0” (que apresenta as ramificações 0/2, 0/3, e 0/4), com o evento “10” (que apresenta as ramificações 10/1, 10/2, e 10/3) e com o evento 13 (que apresenta as ramificações 13/1, 13/2, e 13/3);

(b) “atividades imaginárias”: que são ligações entre eventos que, por exemplo, são acessórios, não são “executivos” de obra, mas que são imprescindíveis, e devem ser previstos dentro do cronograma de atividades (como no caso, a seqüência de atividades em torno do evento “4”, a contratação de pessoal, que é “lembrada” esquematicamente, mas que tem um grande número de problemas a serem trabalhados em particular);

atividades imaginárias são lembretes e ligações do mundo da obra com o mundo “exterior” ao canteiro, em especial com a organização da empresa construtora, com seus contratos, etc..

G

3 7 8 9 10

10/1 11 10/3 12 10/2 O 4 J

10 K5 L4 M14

N 7 A 1 F 3 H 14 C 1 B

7 D1 E2

Atividade Imaginária

0/2 1

0/4 3

0 0/3 2 5 6

4 17 18 13 15 13/2 16 14 13/1 13/2 Q 1 P

4 S6 T3

R 13

(34)

3. CONCEITO DE “CAMINHO CRÍTICO” OU SEQÜÊNCIA CRÍTICA

Numa cadeia linear de eventos, a duração prevista para cada atividade determina a “data” de ocorrência de cada evento. Quando mais de uma atividade incide num dado evento, a atividade que consome mais tempo é chamada “crítica”. Em todo diagrama P.E.R.T. há uma seqüência linear formada por todas as atividades “críticas”, de modo que determinam a duração total da obra.

Numa cadeia linear de eventos, há somente um caminho e esse é inegavelmente “crítico”. O trabalho se desdobra de modo que somente se pode passar para a fase seguinte se a fase anterior for totalmente executada, concluída, finalizada.

Mesmo assim, podem ocorrer atrasos, tanto por improdutividade quanto por acidentes, sinistros, doenças, chuvas, quebra de equipamentos, falhas na manutenção, ou mesmo embargos na obra, blecautes, falta de água, greve, quebra do contrato, interrupção no fornecimento de materiais, entre outras razões. Mesmo numa cadeia linear de eventos, há uma provisão de data “otimista” e uma “pessimista”. Para todas as atividades e ventos podemos estabelecer amplitudes de ocorrência. É compreensível que os planejadores que “aceleram” as atividades, fazendo com que o caminho crítico encurte, também adotem as menores amplitudes para as datas de ocorrência “otimista” / “pessimista” de eventos.

3.1 - A TABELA-RESUMO DO P.E.R.T.

(35)

programação de projeto e obra. Essa “correção” no planejamento é fundamentada na análise lógica, rigorosa das etapas da obra e tem como requisitos:

(a) a compreensão de peculiaridades DESTA obra, DESTE projeto, NESTE sítio físico, dentro DESTAS condições de realização;

(b) o conhecimento preciso do sistema construtivo empregado: de todos os seus componentes e variantes possíveis – repertoriadas, ao alcance do construtor-pesquisador, ou em vias de experimentação e requalificação -, de toda a seqüência de atividades de execução, montagem, fabricação, construção; controle tão absoluto quanto possível do todo e do detalhe, bem como conhecimento e monitoramento das FONTES DE ERROS existentes no sistema construtivo adotado – e iniciativa quanto ao seu aprimoramento e adequação às condições adversas de execução.

Para que a “Tabela-Resumo” da rede P.E.R.T. possa ser corretamente elaborada, é necessário discriminar todas as atividades que serão consideradas, a sua seqüência, e os eventos associados.

(36)

/ informacional empregado na consecução de cada atividade.

Essa combinação entre a lógica do sistema construtivo e os parâmetros de execução nos darão os tempos estimados para cada atividade. Esses tempos “modulam” a obra de forma única.

3.2 - UM EXEMPLO DE TABELA-RESUMO DE ATIVIDADES

ATIVIDADES EVENTO ANTERIOR

EVENTO SUCESSOR

DURAÇÃO ESTIMADA

Atividade A 0 1 1

Atividade B 1 2 3

Atividade C 2 4 2

Atividade D 1 3 2

Atividade E 3 4 4

Atividade F 1 4 8

Atividade G 4 5 8

Atividade H 5 6 8

Atividade I 6 8 8

Atividade J 5 8 21

Atividade K 5 7 10

Atividade L 7 8 5

Atividade M 8 9 14

Como exemplo, podemos montar um primeiro diagrama P.E.R.T. a partir dessa tabela-resumo. Iniciamos de um evento ZERO, o início de tudo.

Observe que somente a atividade “A” tem início no Evento Zero. A atividade A termina no Evento 1. A partir do Evento 1 iniciam-se três atividades, segundo a Tabela Resumo: “b”, “f”, e “d”.

As atividades são indicadas por setas, com letras indicando sua codificação na Tabela Resumo; sob as letras estão as indicações dos módulos temporais em dias e/ou horas.

(37)

(TABELA-RESUMO DE EVENTOS). Essas duas tabelas se complementam, embora possam ser compreendidas como abordagens distintas do mesmo processo de construção.

Observe que as atividades C e E partem respectivamente dos Eventos 2 e 3 e convergem no Evento 4. Com o acréscimo dessas informações podemos redesenhar esse diagrama inicial, enfatizando graficamente essa “simetria” entre o Evento 1 (anterior no tempo) e o Evento 4 (posterior no tempo).

A

1 F8

B 3

C 2

2

3

0

1

4

Quando redesenhamos esse início de diagrama P.E.R.T., observamos uma importante diferença entre os tempos dados pela seqüência de atividades B e C (ou, também podemos dizer, pela seqüência de eventos e atividades 1B2C4), pela seqüência de atividades D e E (ou pela seqüência de eventos e atividades 1D3E4) e pela atividade F (ou pela seqüência de eventos e atividades 1F4).

A seqüência 1B2C4 tem duração de 3 + 2 “módulos de tempo”; a seqüência 1D3E4 tem duração de 2 + 4 “módulos de tempo”;

finalmente, a seqüência 1F4 tem

duração de 8 “módulos de tempo”. A

1

2

3

0

F8

D

2 E4

B

3 C2

4

1

(38)

redesenho, a seguir, deixa claro que o Evento 4 é também o objetivo de atividades que partem dos Eventos 2 e 3 (uma vez realizados). O fato de uma atividade PARTIR de um determinado evento, é efetivamente “fato”: esse evento deve ser requisito para essa atividade. As atividades C e E se iniciam com a realização (finalização e recebimento) dos Eventos 2 e 3, respectivamente. Essa observação deve chamar a nossa atenção quanto a um aspecto essencial do diagrama P.E.R.T.: os eventos se sucedem logicamente ! Se um evento NÃO é requisito do evento seguinte, então não devem ser relacionados; Contudo, o caráter de “requisito” deve ser examinado com cuidado. “ser requisito” significará, por exemplo, que uma atividade usa a realização do Evento “N-1” para que algo (o Evento “N”) seja realizado, sem que o Evento “N-1” e o Evento “N” se relacionem SEMPRE, e NECESSARIAMENTE. Por exemplo: finalização das instalações em um andar de um edifício com vários andares não implica que os acabamentos (as cerâmicas, as ferragens, etc.) sejam colocadas imediatamente; essa atividade (os acabamentos do Andar “m”) pode ser, alternativamente, iniciada somente depois de finalizadas TODAS as instalações em TODOS os andares. Como indicar essa diferença entre o início das atividades de acabamento ? Resposta: nesse caso elas serão iniciadas depois do evento de finalização das instalações no último dos andares. Claro, outros eventos podem ser “convocados” para iniciar essas atividades. Nesses casos, a referência essencial para o planejamento não é a lógica da construção, mas o tempo em que as atividades devem ocorrer de forma mais conveniente.

No exemplo em exame, o passo seguinte é colocar a Atividade G, com duração de 8 “módulos de tempo”, que vida atingir o Evento 5.

(39)

respectivamente. Essas três atividades terminam nos Eventos 6, 8, 7, respectivamente.

A

1 G8

0

2

3

F 8

D

2 E4 B

3 C2

4

1 5

K 10 H

8 6

7

J 21

L 5 I 8

8

A

1 G8

2

3

0

F8

D

2 E4 B

3 C2

4

5

1

J21

H 8

K 10

6

7

8

O Evento 8, como o Evento 4, desfecha três atividades, fechando mais um “elo”

– composto, desta vez, pelos Eventos 5,6,7,8.

(40)

Esse diagrama atende a todas as indicações da Tabela-Resumo de atividades.

A

1 G8

0

2

3

F 8

D

2 E4 B

3 C2

4

1 5

K 10 H

8 6

7

J 21

L 5 I 8

8 M14 9

3.3 - “CAMINHOS” OU SEQÜÊNCIAS DE ATIVIDADES E EVENTOS

Chamamos de “caminho” de atividades e eventos a todas as seqüências que se iniciam no Evento Zero e vão até o Evento Final, de forma a que nenhuma atividade ou evento se repita.

Quantos caminhos há entre o Evento Zero e o Evento Final, nesse diagrama ?

i) 0-A-1-B-2-C-4-G-5-H-6-I-8-M-9; ii) 0-A-1-B-2-C-4-G-5-J-8-M-9; iii) 0-A-1-B-2-C-4-G-5-K-7-L-8-M-9; iv) 0-A-1-F-4-G-5-H-6-I-8-M-9; v) 0-A-1-F-4-G-5-J-8-M-9; vi) 0-A-1-F-4-G-5-K-7-L-8-M-9; vii) 0-A-1-D-3-E-4-G-5-H-6-I-8-M-9; viii) 0-A-1-D-3-E-4-G-5-J-8-M-9; ix) 0-A-1-D-3-E-4-G-5-K-7-L-8-M-9. Agora, a pergunta crucial:

(41)

i) 44 módulos de tempo; ii) 49 módulos de tempo; iii) 43 módulos de tempo; iv) 47 módulos de tempo; v) 52 módulos de tempo; vi) 46 módulos de tempo; vii) 45 módulos de tempo; viii) 50 módulos de tempo; ix) 44 módulos de tempo.

O caminho “v” é o de maior duração. Por praticamente definir a duração total dessa “obra”, dizemos que esse é o seu CAMINHO CRÍTICO. Por quê recebe essa denominação ? Porque é exatamente essa seqüência a que mais provavelmente gerará alguma ATRASO na obra – se a obra registrar atraso.

A esse Caminho Crítico aplicaremos as regras de programação C.P.M. (Critical Path Method). Essa metodologia, por isso, também é comumente chamada “P.E.R.T./C.P.M.”.

3.4 - C.P.M.: FOLGAS

Como vimos, há uma variedade de seqüências “parciais” e “totais” possíveis de serem consideradas. Por exemplo, no diagrama que acabamos de fazer, entre o Evento Zero e o Evento 4 há três caminhos:

a) 0-A-1-B-2-C-4; b) 0-A-1-F-4; c) 0-A-1-D-3-E-4.

Cada uma dessas seqüências parciais dura, respectivamente: 6, 9, e 7 módulos de tempo. A seqüência 0-A-1-F-4 é “crítica”, é a de maior duração. Por coincidência também pertence ao caminho crítico “pleno” (0-A-1-F-4-G-5-J-8-M-9).

(42)

Resposta: as seqüências (parciais ou plenas) de menor duração significam que há FOLGAS a serem consideradas.

As “folgas” somente existem por comparação com o maior tempo, o tempo “crítico”. Nesse caso, as três seqüências parciais consideradas iniciam-se no Evento Zero e terminam no Evento 4. As folgas, nessas três seqüências são as seguintes:

Seqüências Parciais Duração (módulos de tempo)

Folga

0-A-1-B-2-C-4 6 9 – 6 = 3

0-A-1-F-4 9 9 – 9 = 0

0-A-1-D-3-E-4. 7 9 – 7 = 2

O quê significa a “folga” considerada nessas seqüências parciais coincidentes (ou seja: que se iniciam num mesmo evento e terminam num outro evento comum a todas essas seqüências) para uma dada Atividade ?

Significa que a Atividade pode começar com “atraso” (ou seja, um ou mais módulos de tempo depois que o Evento que marca seu início foi alcançado). Também significa que pode acabar mais “cedo”, pode ser “antecipada” (ou seja, pode acabar antes do Evento que desfecha ser efetivamente concluído, pois esse Evento depende, com certeza, da conclusão de outras atividades coincidentes nesse mesmo Evento).

Em outras palavras: num cronograma, atividades com “folgas” possuem mais de uma alternativa de data para serem iniciadas e/ou para serem finalizadas. Visualizaremos as folgas quando fizermos os cronogramas de barras.

3.5 - C.P.M.: O CAMINHO CRÍTICO NÃO TEM FOLGAS

(43)

atividade no caminho crítico implica em atraso na duração total da obra – a não ser que as atividades “empurradas para adiante” no tempo sejam compactadas, aceleradas, como discutiremos adiante. De acordo com o planejado, o caminho crítico determinada a duração total da obra.

As atividades que determinam o caminho crítico acabam por ser “a espinha dorsal” da obra, mesmo que não as consideremos tão importantes, nobres. Não importa se são atividades “caras” ou “baratas”, se envolvem pessoal com elevada especialização ou com pouca especialização, se a tecnologia envolvida é relativamente mais avançada ou não. Isso, naturalmente, vale para o caso em que o planejamento da obra definiu atividades de forma realmente compacta, sem alternativas mais rápidas, sem forma de aceleração. Nessa hipótese de inelasticidade, não há como realocar recursos, não há como fazer trocas entre as atividades.

Esse caso é especialmente visado na pesquisa tecnológica em sistemas construtivos. Materiais que podem ser obtidos mais rapidamente, fornecimento de concreto produzido em usinas segundo acuradas especificações técnicas, curas aceleradas de concretos e argamassas, formas recicláveis / reutilizáveis, “kits” de componentes combinados de instalações, pré-fabricação do maior número de componentes da obra, por exemplo, são formas de reduzir substancialmente tempos anteriormente “inelásticos” na obras de construção. A esses avanços tecnológicos somam-se as medidas de administração do canteiro – e a programação da obra é a forma agora mais óbvia de gerenciar cm eficiência o tempo.

(44)

“crítico” por definição). Quando temos seqüências de atividades paralelas partindo e terminando em eventos iquais, mas com os mesmos tempos de duração, teremos a mesma consideração da ausência de folgas: essas

seqüências se tornam todas “críticas”. Podemos ter mais de um caminho crítico, nesse caso. Veja o diagrama abaixo:

Há três caminhos entre os Eventos 1 e 3:

F

7 G8

B 5

I 6

E 6

D 5

C 5

11

12

H 3

5

6

3

1

2

- 1B11C12D3; - 1F2G3; - 1E5H6I3.

Todos eles têm a mesma duração acumulada (no caso, 15 módulos de tempo). Todos estabelecem um mesmo tempo para a obra, um atraso em qualquer um deles implica em atraso na obra. Na prática, a seqüência com atividade(s) cm maior probabilidade de atraso deve ser considerada “crítica”, mesmo que os tempos de pelo menos outra seqüência seja idêntico. Mas esse tipo de consideração depende da análise que se faça das atividades – de cada atividade.

3.6 - C.P.M.: AS ATIVIDADES EM CAMINHOS DE MENOR TEMPO ACUMULADO

(45)

atingir todas as atividades em determinadas seqüências parciais, ou apenas uma parte delas. Distribuir essas folgas (trabalhando com a hipótese dominante de que o tempo crítico total será respeitado) é uma tarefa de planejamento.

As folgas permitem “ir e vir” com essas atividades, ao longo das datas que, como veremos, podem ser estabelecidas claramente para cada evento. Ao “ir e vir”, a planejador da obra pode conseguir alternativas para o seu trabalho de gerente de pessoas e equipamentos, de recursos financeiros, de energia, de insumos para a obra.

Essa redistribuição de datas de início e final das atividades que apresentam “folgas” também é denominada “nivelamento” dos recursos. A princípio, o nivelamento busca impedir que as folgas virem uma causa de desorganização e perda de tempo, paradoxalmente.

Podemos definir, para cada atividade em caminhos de menores tempos acumulados, as seguintes datas:

• Data Otimista de Início da Atividade; • Data Pessimista de Início da Atividade; • Data Otimista de Término da Atividade; • Data Pessimista de Término da Atividade.

Essas datas são fundamentais para operarmos o nivelamento dos recursos, bem como para operarmos Compressões e/ou Descompressões das atividades.

(COMPRIMIR uma atividade significa realiza-la em tempo menor que o normalmente previsto, de acordo com as práticas vigentes, com os parâmetros de tempo estabelecidos nessas práticas);

(46)

que pertencem a seqüências não-críticas ou “semi-críticas”, ou aquelas em que a folga é nula ou inferior a uma porcentagem de sua duração, geralmente estabelecida por cada planejador).

3.7 - DIAGRAMA P.E.R.T. REVISTO COM A ABORDAGEM C.P.M.

Data de Data

Realização do de Realização do Evento... Evento...

Otimista Pessimista A

1 G8

0 2 3 F 8 D

2 E4

B

3 C2

4 1 5 K 10 H 8 0 0 4 7

1 1 9 9 17 17

3 5 6 7 J 21 L 5 I 8

8 M14 9

38 38 52 52

27 33 25 30 Data de Início Otimista

da Atividade H

Data de Término Pessimista da Atividade H

Vamos rever o exemplo já trabalhado a partir de uma sumária “Tabela-Resumo”.

Agora nossa tarefa é indicar, no diagrama, as datas otimista / pessimista de início / término de Atividades, bem como as datas otimista / pessimista de realização de cada Evento.

Como fazer isso ?

(47)

realize é necessário que seja produzido através de trabalho. Como vimos, as atividades formam uma “rede” heterogênea, pois as atividades são desiguais e demandam tempos distintos. Como encontrar uma referência para as “datas” ?

A solução mais direta para esse problema é dada pela acumulação do tempo das atividades ao longo do caminho crítico.

Como o caminho crítico é dado pela seqüência 0-A-1-F-4-G-5-J-8-M-9, as datas dos eventos 0, 1, 4, 5, 8 e 9 são dadas pelas atividades que incidem em cada um deles, cumulativamente. Assim, a data do Evento 1 é de apenas UM módulo de tempo, pois apenas essa duração é requerida pela Atividade A.

A data do Evento 4 é 1 + 8 = 9, ou seja: o Evento 4 ocorre na passagem de 9 módulos de tempo desde o início da obra.

A data do Evento 5 é 1 + 8 + 8 = 17, ou seja: o Evento 5 ocorre na passagem de 17 módulos de tempo desde o início da obra.

A data do Evento 8 é 1 + 8 + 8 + 21 = 38, ou seja: o Evento 8 ocorre na passagem de 38 módulos de tempo desde o início da obra.

A data do Evento 9 é 1 + 8 + 8 + 21 + 14 = 52, ou seja: o Evento 9 ocorre na passagem de 52 módulos de tempo desde o início da obra, desfechando a obra.

Como todos esses eventos marcam o caminho crítico, a temporalmente mais longa seqüência de todas, a “Data Otimista de Realização do Evento” coincide com a “Data Pessimista de Realização do Evento”. NÃO HÁ FOLGA, portanto.

(48)

não-críticas têm, por definição, durações menores (ou em alguns casos, iguais) que as durações que separam no tempo os eventos críticos em que se implantam.

No caso do Evento 2, a sua Data Otimista de Realização ocorre depois de decorridos 1 + 3 módulos de tempo (as durações das Atividades A e B). E a sua Data Pessimista de Realização (indicada no quadrante superior direito) ?

A Data Pessimista de Realização do Evento 2 ocorre de forma a NÃO DAR FOLGA às atividades seguintes, no restante dessa seqüência parcial. No caso do Evento 2, há somente uma “atividade seguinte” que leva ao evento crítico 4: é a Atividade C, que tem duração de 2 módulos de tempo. Como o Evento 4 está FIXADO no 9º módulo de tempo, devemos subtrair a duração da Atividade C dessa importante data:

Data Pessimista de Realização do Evento 2 = 9º módulo de tempo MENOS 2 módulos de tempo; a Data Pessimista de Realização do Evento 2 é o 7º módulo de tempo decorrido a partir do início da obra.

No caso do Evento 3, sua Data Otimista de Realização é o 3º módulo de tempo decorrido a partir do início da obra. Sua Data Pessimista de Realização é o 5º módulo de tempo decorrido a partir do início da obra.

No caso do Evento 6, sua Data Otimista de Realização é o 25º módulo de tempo decorrido a partir do início da obra. Sua Data Pessimista de Realização é o 30º módulo de tempo decorrido a partir do início da obra.

(49)

3.8 - DATAS OTIMISTA E PESSIMISTA DE ATIVIDADES

Se estabelecermos as datas otimista e pessimista de realização de cada evento, temos que a data otimista de início de uma atividade é a mesma Data Otimista de Realização do Evento em que essa atividade se inicia.

Já a sua data pessimista de início implica na SUBTRAÇÃO da duração dessa atividade da Data Pessimista de Realização do Evento em que ela termina. Elimina-se assim a folga que poderia ter quanto à sua finalização.

A data otimista de finalização de uma atividade é obtida pela SOMA de sua duração à data otimista de seu início.

Já a data pessimista de sua finalização coincide com a Data Pessimista de Realização do Evento em que essa atividade termina.

3.9 - UMA OBSERVAÇÃO: QUANDO AS SEQÜÊNCIAS NÃO-CRÍTICAS SÃO NUMEROSAS, INTRINCADAS.

F

8 G8

B 5

H 2

J

2 K 3 1 L 3M I

2 N2

D

5 P 1 C

5

11

12

3

1

51

61

71

2

Na figura a seguir, temos que o caminho crítico é dado pela seqüência 1-F-2-G-3, que tem a duração máxima de 16 módulos de tempo.

(50)

crucialmente da compreensão que o planejador tenha da atividade, desde seu fichamento e de sua prática profissional de obra. Veja a tabela abaixo, onde outras seqüências (todas obedecendo ao critério “iniciam no Evento1 e finalizam no Evento 3”) apresentam seus respectivos tempos e tempos de folga.

SEQÜÊNCIA TEMPO DE

DURAÇÃO

TEMPO DE FOLGA

1-H-51-I-11-C-12-D-3 14 16 – 14 = 2

1-H-51-I-11-C-12-N-71-P-3 12 16 – 12 = 4

1-H-51-I-11-K-61-L-12-D-3 13 16 – 13 = 3

1-H-51-I-11-K-61-M-71-P-3 11 16 – 11 = 5

1-H-51-I-11-K-61-L-12-N-71-P-3 11 16 – 11 = 5

1-H-51-J-61-M-71-P-3 8 16 – 8 = 8

1-H-51-J-61-L-12-N-71-P-3 8 16 – 8 = 8

1-B-11-K-61-L-12-D-3 14 16 – 14 = 2

Se listarmos todas as seqüências possíveis obteremos uma distribuição de tempos de folga (e de tempos de duração total de cada seqüência) que se relaciona com a “conectividade” dos eventos em nosso diagrama – isso é, do número de atividades que são desfechadas e que se iniciam em cada uma deles. Quanto maior for a conectividade, maior o número de alternativas para a distribuição de folgas e de definição das Datas Otimista / Pessimista de Início / Término de uma Atividade ou de Realização de um Evento.

Na figura acima, vamos identificar as Datas “C.P.M.” de alguns eventos, a título de exemplo:

- O Evento 1 é o inicial, e suas datas são idênticas: ZERO.

(51)

O Evento 51 é realizado através de uma atividade apenas (H). Essa atividade parte diretamente do caminho crítico, do Evento 1. Logo, a data otimista é dada pela soma de sua duração à data de realização (unificada, como vimos) do evento no caminho crítico. Para o Evento 51, a data otimista de sua realização é o 2º módulo temporal decorrido desde o início da obra.

Mas, e sua data pessimista ? A Data Pessimista de Realização do Evento 51 pode ser razoavelmente complicada de definir: ela depende da identificação da seqüência com maior duração, que inclua esse Evento 51, desfechando no Evento 3, o evento final.

Por quê ?

Porque essa seqüência “sub-crítica” que passa pelo Evento 51 é a que definirá um somatório de “folgas” que se aplica especificamente a esse evento e aos outros pertencentes a essa seqüência. No caso do Evento 51, essa seqüência é a 1-H-51-I-11-C-12-D-3, que tem uma duração total de 14 módulos de tempo. A folga dessa seqüência é de 2 módulos de tempo.

Observe que o Evento 51 precede o Evento 11, nessa seqüência. O Evento 11 tem uma data otimista de início de 0 + 5 módulos de tempo, pois há uma atividade que parte diretamente do caminho crítico e é desfechada no Evento 11. De forma otimista, o Evento 11 deve ser iniciado no 5º módulo temporal decorrido desde o início da obra.

(52)

tempo OU em 4 módulos de tempo. A maior duração, o maior comprometimento de tempo, é determinante na programação P.E.R.T. / C.P.M.; assim HÁ UMA FOLGA de um módulo de tempo que BENEFICIA O EVENTO 51 MAS NÃO BENEFICIA O EVENTO 11.

Compreendeu ?

Assim, o Evento 51 tem como Data Otimista de Realização o 2º módulo de tempo decorrido, e como Data Pessimista de Realização o 3º módulo de tempo decorrido.

Prossiga, e preencha o restante dos dados da tabela abaixo (os dados que acabamos de ver já estão nessa tabela-exercício):

EVENTO SEQÜÊNCIA DE

MAIOR DURAÇÃO (S.M.D.)

DURAÇÃO DA S.M.D.

DATA

OTIMISTA DE REALIZAÇÃO DO EVENTO

DATA

PESSIMISTA DE

REALIZAÇÃO DO EVENTO

1 1-F-2-G-3 16 0 0

2 1-F-2-G-3 16 8 8

3 1-F-2-G-3 16 16 16

11 12

51 1-H-51-I-11-C-12-D-3 14 2 3

61 71

(53)

ATIVIDADE EVENTO INICIAL

EVENTO FINAL

DATA OTIMISTA DE INÍCIO

DATA PESSIMISTA DE INÍCIO

DATA OTIMISTA DE

TÉRMINO

DATA PESSIMISTA DE

TÉRMINO

F 1 2 0 0 8 8

G 2 3 8 8 16 16

H 1 51 0 1 2 3

B 1 11 0 0 5 5

C 11 12

D 12 3 16

I 51 11

N 12 71

J 51 61

K 11 61

L 61 12

M 61 71

P 71 3 16

Até aqui, a lógica básica de um diagrama P.E.R.T. / C.P.M. está explicada. Até onde fomos, a explicação ação foi feita para a diagramação em “lápis e papel”. Uma programação com cerca de meia centena de Eventos e Atividades (as 2 tabelas acima reúnem 21 Eventos e Atividades) pode ser facilmente solucionada sem o uso de programa de computador. Quanto à lógica da programação P.E.R.T. / C.P.M., uma outra abordagem recomendada se inicia com programas como o “MS-Project”, da Microsoft, ou mesmo o programa de planilhas “Excel”, também da Microsoft.

A seguir, devemos retomar aspectos básicos da programação de obras, examinado o fichamento das próprias atividades e eventos, que vai gerar a já citada – e superficialmente examinada – Tabela Resumo de Eventos e Atividades.

3;10 - FICHAMENTO DE ATIVIDADES E EVENTOS

(54)

laje”... “montagem de treliça metálica”... “aplicação de revestimento interno na caixa d’água”... etc.).

Você deve desenvolver seu próprio modelo de planilha inicial. Seus objetivos de planejamento podem ser mais simples, ou mais elaborados, e diferir significativamente da proposta aqui feita. Para os interesses de nossa disciplina, os campos indicados oferecem questões relevantes para a compreensão do planejamento da obra pelo uso do diagrama P.E.R.T., mas a prática profissional efetiva exige procedimentos próprios – não necessariamente mais simples, mas com diferentes ênfases. Por exemplo, o detalhamento de aspectos da tecnologia empregada... riscos específicos (campos para riscos químicos / biológicos / contaminação de materiais da própria obra, etc.)... elementos especiais de custos (royalties, juros diferenciados pagos pelo aluguel ou leasing de equipamento, etc.)... disposições contratuais que devem ser lembradas por ocasião da atividade e / ou de evento, entre muitos outros aspectos de interesse podem levar a “fichamentos” mais adequados a cada episódio – e estilo – de gestão de obras.

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experiência (assim esperamos).

A alternativa expedita, rápida e impaciente, para a realização desse importante passo no planejamento da obra é, simplesmente, listar os eventos que se considera importantes e que nortearão a conduta da obra. Esses eventos são colocados sucintamente por ordem de execução, indicando-se sua provável simultaneidade ou relativa independência, e iniciando-se rapidamente um primeiro esboço do diagrama P.E.R.T.; esse procedimento não é, com certeza, “acadêmico”, não examina de forma exaustiva e cuidadosa cada uma das indicações (feitas, espera-se, por construtores experimentados e apressados), mas acaba por funcionar na prática de obras: afinal, que planeja assim, na prática sobretudo de pequenas obras ?

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Os fichamentos têm importante função metodológica e se prestam ao estudo de métodos e técnicas na construção, bem como à geração de procedimentos inovadores / aprimoradores (e, em alguns casos, feitos sob demanda, como pesquisa aplicada que reflete a realidade regional, e de uma determinada empresa) das tecnologias e dos negócios na construção.

Fichamentos “maduros”, de atividades e eventos, são uma importante base de dados para a geração e atualização de parâmetros de produtividade na construção. Há uma enorme variedade de desenvolvimentos a partir dessa base de dados. Uma especialmente promissora como linha de pesquisa aplicada, é o fichamento de sistemas construtivos mistos, com as variações adotadas na prática profissional, ou “experimentais”, contendo descrições completas de obras para a sua comparação e desenvolvimento.

3.11 - PARÂMETROS

O dimensionamento do tempo consumido por cada atividade utiliza parâmetros empíricos que relacionam as quantidades de mão-de-obra, equipamentos, materiais e componentes da construção, energia, informação, entre outros elementos, em relações que dependem da organização da atividade. Veja como um parâmetro é formulado:

Atividade: confecção de formas para concreto armado: Parâmetro (1): relação de 12,30 m3 de forma de pinho ou compensado de 18 mm por 1,00 m3 de concreto; Parâmetro (2): consumo de 10-15 m3 / dia / por grupo de 2 carpinteiros e 2 ajudantes;

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ajudante (ver tabela anexa).

Esses parâmetros são aplicados linearmente, de modo geral. Aumentando-se os recursos necessários à execução da obra, contudo, pode não alterar linearmente (na mesma proporção) o tempo empregado na atividade, e na obra como um todo. A cura do concreto pode ser acelerada, mas há um módulo mínimo de tempo, no estado atual da tecnologia, para que ocorra a cura: tempo de reação química complexa agindo sobre toda a extensão, que exige sua espera.

O controle rigoroso do tempo, a racionalização do trabalho, o desenvolvimento tecnológico, a qualificação da mão de obra – e, em especial, determinados atributos do projeto da edificação (padronização, simplificação de soluções anteriormente compostas de partes que foram melhoradas e integradas, eliminação de soluções associadas a erros, perdas, atrasos, imperfeições de execução freqüentes, e acidentes, por exemplo) geram continuamente novos parâmetros.

(58)

No desenvolvimento de parâmetros a partir do estudo dos fichamentos (como procedimento de Avaliação Pós-Construção, ou de todo o episódio de gestão de uma determinada obra), podemos enfatizar os seguintes “3 aspectos básicos”:

• parâmetros de mão-de-obra: número de pessoas, por qualificação, por atividade, por responsabilidade;

• parâmetros de recursos materiais: material ou componente empregado, por atividade, por sistema ou “macro-componente” do sistema construtivo; associa-se ao emprego de mão-de-obra • parâmetros de equipamentos: tipo de equipamento (por

categoria, ou com referência a uma máquina específica, ou a um sistema específico, como os equipamentos que são fixados e são servidores permanentes da edificação, em contraste com os equipamentos que somente servem ao canteiro, ou necessários à segurança das pessoas e de outros componentes da obra, etc.), por atividade, por grupo ou número de operários / operadores, por faixa de consumo de energia, por insumos necessários ao funcionamento, pelo preço do aluguel por hora / dia, etc.;

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3.12 - PARÂMETROS DE MÃO-DE-OBRA

Por categoria de operário, por especialidade e qualificação, compreendendo-se que há sub-categorizações, a depender da tecnologia empregada, de acordos coletivos, das práticas adotadas, ou mesmo da cultura profissional dos artífices:

ƒ pedreiro (há sub-categorização);

ƒ serralheiro;

ƒ carpinteiro;

ƒ marceneiro;

ƒ bombeiro;

ƒ eletricista;

ƒ vidraceiro;

ƒ ferreiro ou armador;

ƒ estuquista;

ƒ gesseiro;

ƒ azulejista, etc..

3.13 - PARÂMETROS DE RECURSOS MATERAIS

Cada tecnologia – ou, de forma mais ampla, cada sistema construtivo – tem um rol de materiais essenciais, um “pacote” de materiais tipicamente utilizado por uma “equipe típica” definida por atividade, por dia de trabalho ou por tarefa.

Imagem

TABELA 1 - ATIVIDADE: EXECUÇÃO DA LAJE Nº 18  Có
TABELA 2: EXEMPLO DE ALSINA-TRILLAS  Có d.  Atividade Evento  Inicia l  Evento Final  Tempo  A  Compra do Material  0/2  1  1  B  Aluguel do Equipamento  0/3  2  7  C  Contratação de Pessoal  0/4  3  1
Tabela de Parâmetros de Produtividade

Referências

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