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2. DOCUMENTAÇÃO MÉDICA FORENSE 2.1. Conceito e Documentos de interesse jurídico 2.2. Laudo Pericial: interpretação e estratégia na elaboração de quesitos 3. CRIMINOLOGIA 3.1. Conceito; o crime; o criminoso, a vítima, o controle social 3.2. A Classificação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA FORENSE 1.1.Processo inflamatório

1.2.Infecção hospitalar (aspecto legal)

1.3. Dano Patrimonial, tipos e características; considerações sobre tabela da SUSEP

1.4.Incapacidade laboral previdenciária securitária – Acidente do trabalho, moléstia profissional e moléstia do trabalho

1.5.Fisiologia e anatomia: Sistema digestivo, sistema respiratório, aparelho endócrino; mão, punho, dentes, crânio, coluna, caixa toráxica, abdômen, ombro, braços

2. DOCUMENTAÇÃO MÉDICA FORENSE

2.1. Conceito e Documentos de interesse jurídico

2.2. Laudo Pericial: interpretação e estratégia na elaboração de quesitos

3. CRIMINOLOGIA

3.1.Conceito; o crime; o criminoso, a vítima, o controle social

3.2.A Classificação dos Criminosos e as Escolas: Clássica, Positiva, Eclética

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA FORENSE

1.1. PROCESSO INFLAMATÓRIO

A inflamação (do Latim inflammatio, atear fogo) ou processo inflamatório é um processo de defesa do organismo, pois se caracteriza por uma reação de vasos sanguíneos, levando ao acúmulo de fluídos e leucócitos com objetivos de destruir, diluir e isolar os agentes lesivos.

O sufixo “ite” no nome das doenças indica que correspondem a um processo inflamatório. Ex: gastrite, celulite,

etc.

O processo inflamatório pode revelar muitas situações, tais como acidente de trânsito simulado, cirurgias, etc.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

Classicamente, a inflamação é constituída pelos seguintes sinais e sintomas: 1) Calor - aquecimento

2) Rubor - vermelhidão 3) Tumor - inchaço 4) Dor

Portanto, sempre que houver tais sintomas, verifica-se a presença de processo inflamatório.

Ex: Picada de borrachudo. O mosquito deposita veneno no corpo humano, deixando uma mancha vermelha (rubor), a região quente (calor), edemaciada (inchada), aumentando de volume (tumor) e provocando dor. Cessado o veneno, acaba o processo inflamatório.

TRATAMENTO:

Existem drogas ou medicamentos capazes de interferir no processo reacional de defesa do organismo de modo a minimizar o dano (agressão por parte dos próprios tecidos frente ao agente agressor) e dar maior conforto ao paciente. Estes medicamentos são denominados anti-inflamatórios.

AGRESSÃO:

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Agentes agressivos:

Existem agressões físicas, químicas e biológicas. Qualquer que seja o agente agressor, o processo inflamatório é igual.

A agressão pode ser:

 Física - ex: tendinite; queimadura de sol (provoca processo inflamatório e cérebro manda produzir

mais melanina, formando o “bronze”... ao sair do sol, o cérebro desarma o sistema de produção de melanina).

 Química - ex: picada de inseto (veneno)

 Biológica (infecção), que pode se dar por:

o Vírus – o mecanismo de defesa do vírus é a mutação

o Bactérias – o mecanismo de defesa das bactérias é a resistência

Infecções bacterianas:

A resistência das bactérias aos antibióticos é consequência de sua natural habilidade de se adaptar. O uso incorreto de antibióticos oferece às bactérias a oportunidade de adquirir resistência. Se o médico receita um antibiótico no momento errado ou na dose errada, as bactérias podem adquirir resistência. O médico foi imperito?

1.2. INFECÇÃO HOSPITALAR

As bactérias e os vírus estão presentes em todo lugar, inclusive em hospitais. O meio ambiente hospitalar alberga uma grande variedade de microorganismos, especialmente bactérias, por ser ambiente propício para tanto.

O meio hospitalar constitui um vasto e excelente habitat para bactérias adquirirem resistência aos antibióticos. De um modo geral, o paciente internado está imunodeprimido e sujeito a diversas terapias, o que o torna suscetível a adquirir infecção hospitalar. Qualquer falha ou negligência, dos profissionais de saúde, em relação às medidas de controle de infecção hospitalar (como a lavagem das mãos), aumenta a chance de uma infecção hospitalar.

Não há hospitais com taxa de infecção "zero", e não há como reduzir a zero a quantidade de bactérias e vírus existentes nos hospitais. O melhor hospital é aquele que consegue manter as suas taxas mais baixas quanto possível. Portanto, a ANVISA coordena, em âmbito federal, o controle de infecção hospitalar, que se realiza por meio da Lei nº 9.431/97 (lei de infecção hospitalar), a qual estatui o controle de infecções hospitalares pelos hospitais.

Evidentemente, o profissional de saúde ou o hospital não contamina voluntariamente seus pacientes, mas a inobservância de princípios básicos do controle das infecções hospitalares pode ter consequências drásticas. A Lei nº 9431/97 institui o Programa de Infecções Hospitalares (PCIH), cujas diretrizes devem ser seguidas para evitar a ocorrência de infecção hospitalar.

Caso ela ocorra, o hospital deverá ser responsabilizado. A portaria nº 2616/98 oferece, em seu anexo II, critérios para a verificação da infecção hospitalar.

LEGISLAÇÃO:

O Programa de Controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em 1983, com a Portaria MS nº 196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº 930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998, que revogou a Portaria nº 930/92.

Ademais, foi publicada a Lei nº 9431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH).

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Infecção hospitalar é qualquer processo infeccioso que se manifesta quando da permanência do paciente no hospital ou que pode ser relacionado à hospitalização.

O conceito legal é dado pelo art. 1º, §2º da Lei nº 9431/97, verbis:

§ 2º - Para os mesmos efeitos, entende-se por infecção hospitalar, também denominada institucional ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após a internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a hospitalização.

Portanto, ao sair do hospital, pode-se considerar infecção hospitalar, se houver relação com alguma medida médica nele tomada.

Antes de haver internação, pode-se considerar infecção hospitalar caso tenha havido algum procedimento ambulatório (ex: uso de sonda).

O hospital deve assumir o risco do negócio, devendo indenizar a vítima da infecção. Cabe, contudo, direito de regresso contra a equipe médica.

A portaria nº 2.616/98 do Ministério da Saúde, em seu anexo II, oferece conceitos e critérios diagnósticos das infecções hospitalares:

1.2. Infecção hospitalar (IH):

1.2.1 - é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabelecidos e descritos. (...)

2.2.2 - quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;

2.2.3 - são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este período;

2.2.4 - as infecções recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;

CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PRECONIZADO PELA LEI 9431/97:

Art. 1º - Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH.

§ 1º - Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares.

Art. 9º - Aos que infringirem as disposições desta Lei aplicam-se as penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977.

TAXA DE INFECÇÃO HOSPITALAR:

O hospital tem a responsabilidade de:

 Manter sua taxa de infecção hospitalar em média em 5%;  Informar a sua taxa de infecção hospitalar.

1.3. DANO PATRIMONIAL

O dano patrimonial é toda lesão aos interesses de outrem.

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 dano estético  dano psíquico  dano moral

Para que haja responsabilização civil de indenizar o dano, é necessário o nexo causal entre este dano e a ação ou omissão do sujeito supostamente causador.

O cálculo da indenização para os danos deve ser feito de forma objetiva. Para tanto, utiliza-se como parâmetro a tabela confeccionada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), na qual para cada dano, há um percentual de indenização previsto.

A SUSEP é uma entidade da Administração Pública Federal, autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável pela autorização, controle e fiscalização dos mercados de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguros no Brasil.

1.4. INCAPACIDADE LABORAL PREVIDENCIÁRIA SECURITÁRIA

A incapacidade é a impossibilidade de exercer alguma atividade.

CLASSIFICAÇÕES:

1) Quanto ao ponto de vista previdenciário ou securitário:

 Incapacidade laboral previdenciária: Do ponto de vista previdenciário, diz respeito à falta de condições para exercer seu trabalho. Ex: O motorista que perde o braço não pode mais ser motorista.

 Incapacidade laboral securitária: Do ponto de vista do seguro, a incapacidade é a falta de condição do indivíduo de exercer qualquer atividade para o próprio sustento. Ex: O motorista que perde o braço pode exercer outra função para sustentar a si mesmo e sua família. Portanto, ele não está incapacitado para o trabalho do ponto de vista securitário.

Incapacidade é a impossibilidade do desempenho das funções específicas de uma atividade (ou ocupação), em consequência de alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente.

2) Quanto a sua extensão, a incapacidade laborativa pode ser:

 Total / Parcial

 Temporária / Definitiva

A incapacidade pode ser total de forma temporária ou definitiva, ou parcial de forma temporária ou definitiva.

RELEVÂNCIA JURÍDICA DO CONCEITO DE INCAPACIDADE:

Na Previdência Social será considerado inválido aquele que for incapaz para o seu trabalho e insusceptível de reabilitação para outra atividade que lhe garanta subsistência.

 Aposentadoria por invalidez: Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.

 Auxílio-acidente: Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho (incapacidade parcial). É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício.

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Não há como aposentar por invalidez pessoa que apresente incapacidade para sua atividade profissional, mas possa realizar atividade laborativa em outra função (falta incapacidade securitária). Exemplo do motorista que, por perder o braço, não pode mais ser motorista, mas pode exercer outra profissão, como jogador de futebol (salvo goleiro)!

1.4.1. ACIDENTE DO TRABALHO, MOLÉSTIA PROFISSIONAL E MOLÉSTIA DO TRABALHO

O acidente de trabalho é súbito, inesperado, causa dano.

Conceito do art. 19 da Lei nº 8.213/91: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.

É considerado acidente do trabalho:

Doença profissional: Decorre do exercício da profissão (ex: tendinite, surdez). A moléstia profissional é aquela que é produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. As doenças profissionais são relacionadas no Anexo II do Decreto nº 2.172/97;

Doença do trabalho: Decorre do meio ambiente do trabalho. A moléstia do trabalho é aquela que é adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97.

A lei trata as duas moléstias da mesma maneira.

Equiparam-se a acidente do trabalho:

 o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

 o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em conseqüência de:

 ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;  ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;  ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho;  ato de pessoa privada do uso da razão;

 desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior;  a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;  o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:

 na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

 na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

 em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra;

 independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;  no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de

locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho1;

 no percurso da residência para o OMGO ou sindicato de classe e destes para aquela, tratando-se de trabalhador avulso.

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 O empregado será considerado a serviço da empresa no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este.

Não são consideradas como doença do trabalho:  a doença degenerativa;

 a inerente a grupo etário;

 a que não produz incapacidade laborativa;

 a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho: A CAT é regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. Todo acidente do trabalho ou doença profissional deve ser comunicado pela empresa ao INSS por meio da CAT, sob pena de multa em caso de omissão. Deve ser feito quando o acidente ocorrer (no local de trabalho ou em outro local, se a serviço da empresa).

Exame médico admissional: É uma das medidas preventivas de medicina do trabalho. É obrigatório e deve ser pago pelo empregador. O empregado não deve desembolsar nenhum valor para efeito do exame médico. O exame médico deve ser feito não apenas no momento da admissão, mas também periodicamente, e no momento da dispensa do empregado. Verifica a aptidão da pessoa para exercer a função.

CÓDIGOS DE INTERPRETAÇÃO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS PELO INSS:

B91 = Acidentes relacionados ao trabalho (auxílio doença acidentário). Há nexo ocupacional (a empresa paga enquanto empregado está afastado, portanto conta como tempo de aposentadoria). Estabilidade por 12 meses após volta; tem FGTS; tem aposentadoria; tem direito a indenização por sequela; não exige 12 meses de contribuição; recebe o último salário.

B31 = Doenças não relacionadas ao trabalho (auxílio doença previdenciário). Não há nexo ocupacional.

Não tem estabilidade por 12 meses após volta; não tem FGTS; não tem aposentadoria; não tem

direito a indenização por sequela; exige 12 meses de contribuição como tempo de trabalho.

PPRA (Programa de Prevenção ao Risco Ambiental):

 Programa estabelecido pela Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9)2, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho.

 Tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho.

 Define a iluminação, o conforto térmico, as instalações elétricas, os equipamentos, as cadeiras, e demais condições de trabalho.

 Agentes de risco:

o Agentes físicos - são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos podem ser:

Ruído e vibrações; Pressões anormais em relação a pressão atmosférica; Temperaturas extremas (altas e baixas); Radiações ionizantes e radiações não ionizantes.

o Agentes químicos - são aquelas decorrentes da manipulação e processamento de matérias

primas e destacam-se: Poeiras e fumos; Névoas e neblinas; Gases e vapores.

o Agentes biológicos - são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação de

seres vivos microscópicos, dentre eles: Genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, e outros.

PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional):

 O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO é um procedimento legal estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho, no Brasil, mediante a Norma Regulamentadora nº 07 (NR-7), visando proteger a Saúde Ocupacional dos trabalhadores.

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 O objetivo é preservar a saúde e integridade dos trabalhadores, realizando o monitoramento e controle de possíveis danos à saúde do trabalhador causados pelos riscos existentes no ambiente de trabalho.

 Algumas de suas exigências básicas são a realização e registros dos seguintes exames em todos os empregados de uma empresa: Exame admissional; Exame periódico; Exame de retorno ao trabalho (após afastamento por doença ou acidente); Exame de mudança de função; Exame demissional.

1.5. FISIOLOGIA E ANATOMIA

SUMÁRIO: Sistema digestivo, sistema respiratório, aparelho endócrino; mão, punho, dentes, crânio, coluna, caixa toráxica, abdômen, ombro, braços.

A fisiologia (do grego physis = natureza, função ou funcionamento; e logos = palavra ou estudo) estuda o funcionamento do organismo.

A anatomia estuda a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente.

Alguns autores usaram este termo incluindo na anatomia igualmente o estudo das funções vitais (respiração, digestão, circulação sanguínea, mecanismos de defesa, etc).

1.5.1. SISTEMAS DO CORPO HUMANO

1.5.1.1. APARELHO DIGESTIVO

O aparelho digestivo é o sistema que, nos humanos, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão.

Digestão é o conjunto de transformações fisioquímicas que os alimentos orgânicos sofrem para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis pelo corpo.

O aparelho digestivo é formado por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmatóide, reto) e ânus, e apresenta os seguintes anexos: glândulas salivares, vesícula biliar, fígado e pâncreas.

Oralização: Transformar o hábito a serviço de valores sociais. O aparelho digestivo serve pra isso, para manter contatos, para almoços de negócio.

Amilase: Se no local do crime tiver mancha de saliva, se consegue identificar a pessoa por causa desse aminoácido responsável pela quebra dos açucares.

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Feito o processo digestivo, vai para o intestino delgado. No fígado há enzimas para quebrar as gorduras. No pâncreas há enzimas para a quebra do açúcar. O que não foi absorvido vai para o intestino grosso e a cada 24 horas você evacua esse lixo.

O nosso aparelho digestivo só serve para colocar comida quando sentimos fome. O problema é que as pessoas não fazem só isso, comem por gula, comem porque estão estressadas – somatização. Há doenças do aparelho digestivo que, por causa da somatização, pode-se dizer que são advindas do trabalho, tal como a caixa do banco, que vive em stress constante. O condicionamento distorce o aparelho biológico. A somatização pode levar também à obesidade. Operar o estômago não arruma o aspecto psíquico. Se ficar nervoso – gastrite; se brigar com o namorado – come muito!

Gastrite em caixa telemarketing – pode falar que é doença do trabalho??? PROVA?

Você pode somatizar o aparelho digestivo, respiratório, etc. O aparelho digestivo é diferenciado. Existem enfermidades do aparelho digestivo que podem ter nexo com o trabalho. Por causa do trabalho, gera patologias.

1.5.1.2. SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas do organismo dos animais com o meio ambiente.

A entrada de ar é a inspiração. A saída de ar é a expiração. A inspiração e a expiração são processos passivos do pulmão já que ele não se movimenta, o que fica a cargo do diafragma, dos músculos intercostais e da expansibilidade da caixa torácica.

- Inspirar: Levar para dentro do corpo o oxigênio que é

necessário passa o processo metabólico. A

hemoglobina é responsável por levar o oxigênio para todas as células do organismo e também é responsável

por levar o “lixo” ao pulmão para ele ser expelido, na

forma de gás carbônico.

- Expirar: Eliminar os gases e restos já utilizados no processo metabólico.

Bronquite: Processo inflamatório dos brônquios em razão da poluição enviada para dentro do organismo no processo respiratório.

- Grande poluente: enxofre.

Microorganismos no ambiente de trabalho: Substâncias que causam problemas respiratórios: - Na produção de baterias de automóveis: chumbo, mercúrio (causa argirismo3).

Tabagismo: Agressão química às vias respiratórias. Gera a bronquite crônica. Bronquite crônica é aquela que e causada pelo tabagismo. Difere da bronquite aguda, que é causada pela poluição.

1.5.1.3. APARELHO ENDÓCRINO

Estudo dos hormônios relacionados com as atividades humanas de interesse jurídico.

Hormônios são estruturas proteína que atuam em várias fases do metabolismo. São secreções produzidas pelas glândulas de secreção interna ou endócrina, que são lançados na corrente sanguínea e influenciam especificamente na atividade de determinadas células, órgãos ou sistemas.

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Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios.

Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema nervoso atua na coordenação e regulação das funções corporais.

Glândulas suprarrenais:

Produz o cortisol, hormônio que nos causa sensação de prazer. Cansaço é a quebra do ciclo de produção do cortisol, chamado de ciclo circadiano. Incide muito na área trabalhista. Uma reação física quando há a quebra desse ciclo é a insônia.

- Corticóide: medicamento para fins de tratamento inflamatório.

Glândula tireoide (T3/T4):

- Tireoidite Hashimoto: É uma doença autoimune, comum nas mulheres. Porém muitas pacientes desconhecem possuir essa doença. Os sintomas são indisposição e muita sensibilidade ao calor.

1.5.2. SISTEMA ESQUELÉTICO

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1.5.2.1. MEMBROS SUPERIORES

MÃO:

 1º quirodáctilo (polegar) = dedo 1  2º quirodáctilo (indicador) = dedo 2  3º quirodáctilo (dedo médio) = dedo 3  4º quirodáctilo (anelar) = dedo 4  5º quirodáctilo (dedo mínimo) = dedo 5

 Músculos na palma da mão = flexores  Músculos no dorso da mão =

extensores

Movimentos da mão:

Movimento de pinça

 Flexão ou apreensão = fechar a mão (é a flexão dos dedos ou apreensão)

 Extensão = abrir a mão

 Pinça = encostar o dedo 1 no dedo 2

 Oposição = encostar o dedo 1 no dedo 3, 4 ou 5

PUNHO – Movimentos:

 Flexão = punho para frente  Extensão = punho para trás  Lateralidade ou lateralização = punho para os lados

 Supinação = mão para cima (como quem pede dinheiro)

 Pronação = mão para baixo

COTOVELO – Movimentos:

 Flexão

 Extensão (deixar aberta)

OMBRO – Movimentos:

 Flexão  Extensão

 Abdução = ombro normal  Adução

 Rotação = rodar o ombro

1.5.2.2. CRÂNIO

FUNÇÕES:

Existem 4 funções relacionadas ao crânio:  visão

 olfato  paladar  audição

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OSSOS DO CRÂNIO:

Principais regiões do crânio:

1 - Região frontal direita e esquerda = testa.

2 - Região parietal direita e esquerda = tampa da cabeça.

3 - Região occipital 4 - Região temporal 5 - Mandíbula = osso móvel 6 - Cavidade nasal

7 - Cavidade auditiva 8 - Cavidade orbital – órbita 9 - Maxilar

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1.5.2.3. COLUNA VERTEBRAL

É o eixo do corpo dos bípedes.

Coluna cervical = 7 vértebras cervicais (C1 a C7).

o Movimentos:

 Cabeça para frente: flexão

 Cabeça para trás: extensão

 Cabeça para os lados: lateralização  Toráxica = 12 vértebras (T1 a T7) - não tem movimento Lombar = 5 vértebras (L1 a L5)

o Movimentos:

 Dobrar o corpo para frente: flexão

 Colocar o corpo para trás: extensão

 Inclinar a parte superior do corpo para os lados: lateralização

Sacro = osso no final (perto da cintura, atrás – osso sacro = S1).

o Levantamento de peso em excesso causa lesão

na área entre o L5 e o S1. Pode causar primeiro abaulamento, depois fica mais grave, evoluindo para protusão discal, depois pode virar hérnia de disco.

Disco = onde causa hérnia

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COLUNA CERVICAL: São 7 vértebras: C1, C2, C3, C4, C5, C6 e C7 (fica saltado). São contados de cima para baixo.

Movimentos:

- flexão (pescoço para frente); - extensão (pescoço para trás);

- lateralização (pescoço para os lados).

 Movimento de chicote: Pode luxar, causar hérnia de disco cervical. Aquele colar de chance usado no pescoço quando se sofre um acidente serve para impedir o movimento da coluna cervical e evitar fraturas.

COLUNA TORÁXICA: 12 vértebras (conta de cima para baixo, T1 a T12). Serve para localizar tiro e ferimento. Forma o tórax.

COLUNA LOMBAR: 5 vértebras. Tem movimentos de extensão, flexão e lateralização.

OSSO SACRO: 5 vértebras fusionadas.

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(joelho/coluna). A artrose não é doença do trabalho ou profissional, é natural do corpo. Moléstias com a terminação "ose", geralmente indicam processo degenerativo.

Coluna de trás para frente (póstero anterior) = linha reta. Escoliose. Coluna de forma lateral = linha curva

Art. 390 CLT= mulher pode carregar até 20 kg em trabalho contínuo e 25 em trabalho ocasional. Art. 198 CLT = homem pode carregar até 60 kg.

→ Se a pessoa tem escoliose não pode carregar 60kg, senão pode evoluir para hérnia de disco. Se admito alguém e a pessoa contrai hérnia de disco, não é doença profissional, pois foi somente a escoliose que se agravou, portanto é moléstia (doença) do trabalho (e não profissional). Não podia admitir na função de carregador, foi mal admitido, o que agravou a escoliose já existente no ambiente de trabalho.

2. DOCUMENTAÇÃO MÉDICA FORENSE

CONCEITO:

É o documento escrito, feito por um médico (se formou em medicina e se registrou no CRM) e que tem repercussão na área jurídica. Se é registrado no CRM de São Paulo, não é médico no Paraná.

O documento médico até pode ser verbal em juízo, mas é reduzido a termo, portanto é escrito. É documento médico e, como tal, é sigiloso.

TIPOS:

1) Atestado médico:

Há vários tipos de atestado médico: atestado de óbito; atestado de saúde ocupacional – ASO; atestado por doença; atestado de aptidão física; etc.

1.1) O atestado de saúde documento escrito feito por médico, e traz uma avaliação clínica para uma determinada atividade. É sigiloso. Não existe o "exame médico de piscina" (que só olha o pé e a mão, é muito fraco, pois pode ter epilepsia e morrer na piscina, caso em que haverá responsabilidade objetiva do clube e do médico), os clubes costumam pedir para o associado levar um atestado de seu médico, aí o ônus é do associado.

1.2) O atestado de óbito é o documento médico que declara o término da vida de um indivíduo, apontando também as causas que ocasionaram a morte. Também é sigiloso (como qualquer documento médico). É fundamental para algumas ações. É necessário para haver o sepultamento.

 Morte natural e assistida pelo médico: Ele mesmo deve fazer o atestado. Se o falecimento ocorrer em hospital e se houver médicos acompanhando o caso, o atestado de óbito será fornecido pelo próprio médico atendente.

 Morte natural não assistida pelo médico: O corpo vai para o Serviço de Verificação do Óbito (SVO) - Para mortes que não se sabe a causa (não suspeitas de violência, apesar de não se saber de início se foi ou não produto de crime).

 Morte violenta ou suspeita de violência: O corpo vai para o IML (Instituto Médico Legal).  O atestado de óbito é feito depois de ser realizado o exame necroscópico.

 O atestado de óbito é documento indispensável para registrar a certidão de óbito no Cartório de Registro Civil.

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o O CPP (art. 162) cuida do exame necroscópico, determinando que seja efetuado pelo menos 6

(seis) horas depois do óbito. Havendo casos de morte aparente, como nas hipóteses de catalepsia4 ou estados letárgicos provenientes de apoplexia, de síncope, de ingestão de tóxicos, da histeria e de outras causas, ante a possibilidade de a vítima estar viva, é feita a necropsia após 12 horas da morte, para evitar que o exame interno seja procedido estando a vítima viva. Não haverá necessidade de se aguardar o decurso do prazo de seis horas, porém, se houver evidência da morte (ausência de movimentos respiratórios, desaparecimento do pulso, batidas cardíacas e impulsos cerebrais, enregelamento do corpo etc.).

o Conforme dispõe o art. 162, parágrafo único, nem sempre será necessário o exame interno.

Basta o exame externo do cadáver nos casos de morte violenta em que não houver infração penal para apurar, como acontece em comprovada morte acidental. Também é ele desnecessário quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade do exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. Não se realiza o exame interno se houver, por exemplo, esmagamento do crânio, secção completa do tronco etc. Pode, porém, haver indícios de que tenha ocorrido, p. ex., envenenamento e as lesões tenham sido praticadas para encobri-lo, necessitando se o exame completo para a determinação da causa mortis. Também por vezes é necessário o exame interno para se apurarem circunstâncias como o número de disparos efetuados; a trajetória dos projéteis etc.

CPP, art. 162 - A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

2) Relatório:

 O mais famoso é o prontuário médico, onde se relata quando ocorreu a internação, qual a medicação utilizada, se fez fisioterapia, etc.

 O interessado (ou representante, se for menor) pode pedir ao Judiciário (sob sigilo).

3) Notificação compulsória:

 Comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde ao Estado (Ministério da Saúde).

 O médico é obrigado a comunicar nos casos em que o Estado tenha interesse (o Estado tem interesse no monitoramento de doenças, com o conhecimento de novas doenças ou a re-emergência de outras). Há o Sistema de Doenças de Notificação Compulsória (SDNC), com uma Lista de Doenças de Notificação Compulsória (LDNC). Essas doenças são selecionadas através de determinados critérios como: magnitude, potencial de disseminação, compromisso internacional com programas de erradicação, etc.

 É só de médico para médico, não pode responder para a família do paciente.  No caso de dengue, somente hospital público comunica.

 Exemplos de notificação compulsória: doença do trabalho (CAT); caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados; acidentes por animais peçonhentos; atendimento antirrábico; botulismo; carbúnculo ou antraz; cólera; coqueluche; dengue; difteria; esquistossomose; febre amarela.

Comunicação de acidente de trabalho - CAT:

o O médico envia para o INSS informando que a doença tem relação com a atividade.

o A CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas

posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.

(16)

o A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença

profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.

o Quem deve ou pode preencher a CAT? A empresa deve fazer a comunicação até o 1º

(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato. Se ela não o fizer, podem fazer a comunicação: o próprio trabalhador e seus dependentes, o seu médico, o seu sindicato, especialmente quando a empresa se recusa a fazê-lo ou qualquer autoridade pública também pode fazer a comunicação. (Lei 8.213/91, art. 22).

4) Parecer:

 O parecer médico é avaliação do profissional para utilização como prova em processo judicial ou administrativo. O médico atua, neste caso, como assistente técnico da parte.

 Se o médico for requisitado pelo Juízo para realizar a avaliação médica, ele será perito (e não assistente, tal como quando é ao ser contratado pelas partes).

 Perícia médica: É atribuição privativa do médico. Trata-se de avaliação médica com diversas finalidades administrativas (tais como verificação da incapacidade laborativa para o INSS, para fins de conceder ou não benefícios previdenciários) e judiciais (tais como, verificação de capacidade mental para fins de interdição judicial). Possui quesitos pré formulados por quem a requer.

5) Exames médicos ocupacionais:

Os principais exames ocupacionais, segundo a NR 07, são: ─ Exames Admissionais

─ Exames Periódicos

─ Exames de Mudança de Função ─ Exames de Retorno ao Trabalho ─ Exames Demissionais

A NR 7 estatui o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), estabelecendo a obrigatoriedade de elaboração e implementação do Programa, por todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

 Exame médico admissional:

o Deverá ser realizado antes da contratação do colaborador, visando avaliar suas aptidões físicas

e mentais, de maneira a verificar se o mesmo está apto para a função desejada e se o exercício da função pretendida não trará agravos à saúde do mesmo.

o Este exame consiste no preenchimento de questionário, seguido da anamnese

clínica-ocupacional e realização de exame de aptidão física e mental.

 Exame médico periódico: Deve ser feito nos intervalos mínimos de tempo estabelecidos pela NR 7, para trabalhadores expostos a riscos e para os demais5.

 Exame médico de retorno ao trabalho: Deve ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

 Exame médico de mudança de função: Deve ser realizado antes da data da mudança. Entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que

5

(17)

implique a exposição do trabalhador à risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança.

 Exame médico demissional: Deve ser realizado até a data da homologação da demissão, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: (I) 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco leve e médio; (II) 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco grave.

3. CRIMINOLOGIA

Crimonologia: latim crimino (crime) + grego logos (tratado ou estudo) = "estudo do crime".

É uma ciência empírica e interdisciplinar.

 É empírica porque se baseia na experiência da observação, nos fatos e na prática, mais que em estudo bibliográfico.

 É interdisciplinar porquanto formada pelo diálogo de várias ciências e disciplinas, tais como a biologia, a psicopatologia, a sociologia, política, a antropologia, o direito, a criminalística, a filosofia, etc.

Em seu estudo, a criminologia abrange o crime, o criminoso, o controle social dos delitos (ação do estado), e as vítimas (vitimologia).

- Conceito analítico de crime. O professor disse que é fato típico, antijurídico e culpável (psicopata não é culpável)6.

- O criminoso é quem realiza a ação ou a omissão.

- Ação do Estado = jus puniendi (devido processo legal para punir).

- Vítima = quem é constrangido ao ter seu direito violentado. Sofre no aspecto material (carro roubado) e no psíquico (constrangimento – ex: ao fazer o B.O. ouvir da autoridade policial "nossa, você não sabe que não

pode deixar o carro num lugar perigoso como esse?!”).

3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS (HILÁRIO DA VEIGA)

Hilário da Veiga classifica os criminosos em 5 tipos, sendo 2 inimputáveis (pseudocriminosos) e 3 imputáveis (verdadeiros criminosos).

Pseudocriminosos:

Mesocriminoso puro: Comete o ilícito em virtude do meio em que vive. A pessoa age dentro de uma situação de valores sociais diferentes daqueles existentes na sociedade de onde ela veio (“puro”, porque são valores aceitos pela sociedade dele), mas esta pessoa é inimputável. Ex: Índio mata a carpa

(18)

no aquário do restaurante e come. Se um árabe vai numa outra sociedade e toma sexualmente uma mulher livre, ainda que seja normal na sociedade dele, responde por estupro na nossa sociedade. Diferentemente do índio, ele é imputável. Agiu pelo meio, mas responde pelo crime.

Biocriminoso puro: Comete o ilícito em virtude de aspectos psicológicos (ex: incapacidade de discernimento, sociopata). Ex: Pessoa matou as crianças na escola do RJ, mas não entendeu o caráter ilícito da atitude.

Verdadeiros criminosos:

Mesocriminoso (ou mesocriminoso preponderante): Pessoa que comete crime, pela preponderância do aspecto social. Ex: Flanelinha furta um tênis que deseja comprar, mas que não tem dinheiro para tanto. O fator meio justifica o crime (sociedade desperta nele o desejo de ter o tênis, mas não dá condições de comprá-lo).

Biocriminoso (ou biocriminoso preponderante): Pessoa que comete crime pela preponderância de fator psíquico. Ex: Um homem deixado pela mulher não aceita a situação por ser extremamente arrogante (fator psíquico), achando que está acima de todos. Pelo fato de a mulher tê-lo deixado, ele entende que ela não pode existir, então, friamente, a mata com 5 tiros, porque quis e não se arrepende. Há arrogância e desprezo pela mulher (fator psíquico preponderante). O criminoso passional é diferente. Este pratica o crime guiado pela violenta emoção, logo após a provocação da vítima. Não é planejado.

 Biomesocriminoso: Crime cometido tanto pelo fator social quanto pelo psicológico juntos. Ex: Pessoa é assaltada 5 vezes dentro de casa, o que a deixa abalada psiquicamente (biologicamente). Então ela compra uma arma de fogo, e quando uma pessoa força a porta a noite, ela grita que vai atirar. A pessoa continua a forçar a porta, então ela atira, mas era seu próprio filho. Havia o fator social (insegurança) e o biológico/psíquico (medo).

3.2. ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS

CLÁSSICA POSITIVA ECLÉTICA

Crime Desobediência à lei Fato social (sintoma social)

Caso concreto

(desobediência ou fato social)

Criminoso Age por livre arbítrio Age por determininismo

biológico

Caso concreto

(livre arbítrio ou determinismo)

Pena Castigo + ressocialização Tratamento Caso concreto

Clássica: O crime é a desobediência à lei. A pena visa castigar e prevenir, reeducar a sociedade. O criminoso age por livre arbítrio.

Positiva: O crime é fato social e o criminoso age sob o efeito do determinismo biológico (ele não pode viver em sociedade). A pena consiste num tratamento (atual medida de segurança). Há mais racionalismo científico, tudo precisa ter um nexo. Baseada em Darwin e Lombroso.

(19)

PROF. ANTONIO WAGNER ROSINO

RENATA VALERA - 5º AN - 2º BIMESTRE - FDSBC

SUMÁRIO

LESÕES CORPORAIS ... 1

INSTRUMENTOS QUE CAUSAM AS LESÕES CORPORAIS ... 3

BALÍSTICA ... 4

IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO ... 7

MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO ... 7

IDENTIFICAÇÃO ÓSSEA POR ANTROPOMETRIA ... 7

DATILOSCOPIA ... 8

IDENTIDADE GENÉTICA ... 10

MANCHAS E SECREÇÕES ... 10

LESÕES CORPORAIS

PREVISÃO LEGAL: Art. 129 do Código Penal

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta:

I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos. [Lesão corporal gravíssima] § 2º Se resulta:

I - incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão Corporal Seguida de Morte

§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

TIPOS DE LESÃO CORPORAL: 1. Leve  art. 129, caput, CP

2. Grave  art. 129, §1º, CP

3. Gravíssima  art. 129, §2º, CP

4. Seguida de morte  art. 129, §3º, CP

Lesão Corporal Leve:

(20)

Verificada por exclusão (se não for grave, gravíssima ou seguida de morte é leve).

Diz o caput que é lesão corporal a ofensa à:

 Integridade física:

o Lesões corporais anatômicas

 Saúde: É o bem estar físico, psíquico e social.

o Lesões corporais psíquicas (o assédio moral é um exemplo de lesão corporal como ofensa à

saúde em seu aspecto psíquico, como agressão ao psíquico)

o Lesões corporais sociais (ex: bullying)

Lesão corporal grave e gravíssima:

Lesão corporal grave Lesão corporal gravíssima “incapacidade para as ocupações habituais,

por mais de trinta dias

- ocupações habituais são as atividades que se realiza de forma reiterada

- não se refere a trabalho

- mais de 30 dias (a partir do 31º dia) - abrange crianças e aposentados

“incapacidade permanente para o trabalho

- a incapacidade permanente é total

- para o trabalho, especificamente (atividade profissional remunerada)

- caráter perpétuo

“perigo de vida”

- na verdade é perigo de morte, risco de morrer (hemorragia, coma, traumatismo)

“enfermidade incurável”

- doença sem cura, apenas com tratamento (ex: lesão que provoca contaminação pelo vírus HIV ou que gera ataques epiléticos)

debilidade permanente de membro, sentido ou função”

- diminuição da capacidade funcional para o resto da vida

- membro é tudo que há em dupla

- sentidos são tato, visão, olfato, paladar e audição

- função refere-se ao funcionamento fisiológico do corpo (função renal, respiratória, circulatória, etc).

- perda ou inutilização do membro, sentido ou função”

- perder (sai do corpo); pode ser por mutilação, no momento das lesões ou por amputação, após cirurgia

- inutilização continua no corpo

- “deformidade permanente”

- dano estético, exterior

- causa prejuízos de ordem emocional e trabalhista

- sempre que não houver recuperação natural

“aceleração de parto”

- antecipação de parto (ex: agredir mulher grávida e provocar a antecipação do parto)

“aborto”

- o bebê morre

Lesão corporal seguida de morte:

§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

- Da lesão resulta morte.

- O agente não queria o resultado. Sistema preterdoloso (dolo antecedente e culpa consequente). Se ele quisesse matar seria homicídio.

Pegadinha:

(21)

Qual é o tipo de lesão corporal que Nayara sofreu?

A atividade de Nayara se enquadra no termo “ocupação habitual” do §1º do art. 129 CP, pois não é sua profissão (trabalho remunerado). Ademais, não poderia assim ser, tendo em vista que ela é aposentada.

Apesar de ter sido um atropelamento que a deixou impedida de realizar suas ocupações habituais por bastante tempo, este período não ultrapassou 30 dias (ela ficou afastada por exatamente 30 dias). Para que fosse caracterizada a lesão corporal grave, Nayara precisaria ficar afastada por MAIS de 30 dias, ou seja, com o 31º dia de afastamento estaria caracterizada a lesão corporal grave.

Se, além disso, Nayara não sofreu risco de morte (“perigo de vida”), debilidade permanente de membro, sentido ou função, nem aceleração de parto, não há como enquadrar a lesão por ela sofrida como grave.

Deste modo, por exclusão, trata-se de lesão corporal leve.

INSTRUMENTOS QUE CAUSAM AS LESÕES CORPORAIS

Podem ser:

 Puros (simples): instrumentos simples são aqueles que num único ato provocam um único

ferimento.

 Complexos (mistos)

Superfície de ataque:

O método de estudo é a superfície de ataque (a parte do instrumento que entra em contato com nosso corpo e causa dano).

As superfícies podem ser:

 (ponto) ─ (linha)

 (plano)

SUPERFÍC

IE FERIDA

MECANISMO DE AÇÃO (como o instrumento

causa o dano)

INSTRUMENTO (AGENTE) TIPO DE INSTR UME NTO

Ponto

PUNCTÓRIA

- Ferida punctória transfixante: Atravessa o corpo;

- Ferida punctória

penetrante: Não atravessa o corpo.

E

1

+ PENETRAÇÃO

2

(profundidade)

Não basta o contato entre a superfície e o corpo. É necessário um mecanismo de ação que faça o instrumento penetrar no corpo, ou seja, é necessária pressão, sendo que quanto maior a pressão, maior será a lesão. Além disso, deve ser considerada a profundidade da lesão no corpo.

PUNTIFORME (PERFURANTE)

Ex: agulha, prego, alfinete, estilete.

SI

M

P

LE

S

─ Linha

INCISA

Caudas:

- Cauda de entrada: Na entrada do instrumento a profundidade é maior. Início do ferimento. - Cauda de saída: Profundidade menor na saída. Término do ferimento.

Se a pessoa for destra (força motora no membro superior

E + DESLIZAMENTO

CORTANTE

Ex: faca, bisturi, navalha, estilhaço de vidro sem ponta.

(22)

direito) o corte será da esquerda para a direita. Assim, do lado esquerdo, teremos uma incisão maior do que do lado direito. Se for sinistro, é o contrário.

PROVA: Caso: Simulação de suicídio.

Destro morto por esgorjamento. Cauda de entrada na direita e de saída na esquerda. Foi homicídio!

Ferimento inciso ao nível do pescoço:

- Esgorjamento: Ferimento na parte anterior ou laterais do pescoço. Ex: Motoqueiro ferido com linha de cerol.

- Degolamento: Ferimento na parte posterior do pescoço. - Decapitação (resultado possível do degolamento ou esgorjamento): Instrumento cortante atua sobre o pescoço e separa a cabeça do resto do corpo.

Plano

CONTUSA

Lesões contusas: - Fratura

- Rubefação: Vermelhão (ex: tapa no rosto)

- Luxação: Deslocamento, os ossos deixam de se articular.

- Edema: Acúmulo de linfa. - Hematoma: Bolsa de sangue no tecido; é visível.

- Escoriação: Retirada de epiderme com o atrito (“esfolou”, em Carapicuíba!)

- Equimose: Do 1º ao 3º dia o ferimento é vermelho, do 4º ao 8º é azul, do 9º ao 12º é verde, e do 13º ao 20º é amarelo) - VAVA. - Laceração: Rasgar o tecido.

E + MASSA DO

OBJETO

O corpo possui grande massa, então, mesmo com pouca energia de vibração, a lesão será considerável (ex: locomotiva a 5km/h que bate contra uma pessoa, a lesão pode ser grave porque o corpo é grande apesar da velocidade ser baixa).

CONTUNDENTE

Não tem ponta nem gume.

Ex: tábua de madeira.

 ─

PÉRFURO-INCISO

PRESSÃO +

PROFUNDIDADE +

DESLIZAMENTO

PÉRFURO-CORTANTE

Ex: Punhal. É possível tanto perfurar uma pessoa, quanto provocar uma incisão.

M

ISTO

S

PÉRFURO-CONTUSO

PROFUNDIDADE

E + MASSA +

PÉRFURO-CONTUNDENTE

Tem ponta romba (Ex: caneta bic por trás, furador de gelo, ponteira de guarda-chuva,

bala de revólver)

CORTO-CONTUSO

IMPACTO (MASSA X

VELOCIDADE) +

DESLIZAMENTO

A lâmina age por impacto, e não pressão e deslizamento.

CORTO-CONTUNDENTE

Ex: machado, enxada (tem gume,

mas não afiado).

BALÍSTICA

Balística é a ciência que se preocupa em estudar o movimento de corpos lançados ao ar livre, o que geralmente está relacionado ao disparo de projéteis por uma arma de fogo.

FERIMENTOS:

(23)

PARTES DO PROJÉTIL:

Quando o revólver é disparado, o estojo fica e o projétil é atirado.

MECANISMO DA ARMA DE FOGO:

Ao ser acionado o mecanismo de disparo de uma arma de fogo, a espoleta é atingida e é produzida uma faísca. Este impacto produz chamas que dão início à combustão dos grãos de pólvora, gerando um gás que empurra a pólvora de dentro do estojo contra as paredes. Esta pressão empurra o teto do projétil para fora, e o projétil corre pelo cano sendo jogado para frente.

O projétil é expelido pelo cano e sai na direção do alvo. Quando o projétil corre pelo cano ele passa pelas suas estrias/raias, que fazem com que o projétil gire em torno de seu próprio eixo. O projétil, por estar em contato direto com a superfície interna do cano, passa a incorporar suas marcas e micro-estriamentos, que permitem identificar de qual arma ele saiu (comparação balística: comparação das marcas e microestriamentos deixados pela arma nas cápsulas; as riscas das balas são como impressões digitais).

RESÍDUOS DA ARMA DE FOGO:

No momento do tiro são expelidos, além do projétil, diversos resíduos sólidos (provenientes do projétil, da detonação da mistura iniciadora e da pólvora) e produtos gasosos (monóxido e dióxido de carbono,

vapor d’água, óxidos de nitrogênio e outros).

Parte desses resíduos sólidos permanecem dentro do cano, ao redor do tambor e da câmara de percussão da própria arma. Porém, o restante é projetado para fora, atingindo mãos, braços, cabelos e roupas do atirador, além de se

espalharem pela cena do crime.3 A nuvem de fumaça criada durante a descarga de uma arma de

fogo deixa resíduos nos objetos próximos.

(24)

TIPOS DE TIRO:

O tiro será:

 à distância

 a queima roupa

 encostado

Tiro à distância Tiro à queima roupa Tiro encostado

Só tem orlas. Zonas + orlas. “Efeito mina”ou “blow-up”

Somente o projétil atinge o corpo, os gases não. Portanto, no corpo da vítima só aparecem as orlas.

Orla de contusão ou

escoriação (fica vermelho em volta da pele onde rompeu, porque a derme fica com micro pontos hemorrágicos);

Orla de enxugo (sujeiras que o projétil adere ficam na pele no momento em que a atinge).

Zonas:

Tatuagem verdadeira: A pólvora atinge ao redor do alvo, penetrando na epiderme, portanto, ficam uns pontos de pólvora na pele, que não saem se lavar. Só no orifício de entrada.

Tatuagem falsa

(esfumaçamento): Fumaça. A pólvora não penetra na epiderme, ficando apenas superficialmente, portanto, se lavar sai.

Queimadura

Depressão (só dura 3 minutos).

Todos estes tipos de zonas podem ser encontrados juntos, ou somente alguns deles.

O orifício é grande e disforme.

A pólvora e os gases provocam laceração no corpo, causando

“explosão” no local atingido.

Deste modo, não dá para ver o que é orla, nem o que é zona. Ocorrerá uma expansão violenta dos gases e as paredes do orifício ficarão dilaceradas a ponto de não se poder identificar nem orlas nem zonas.

É o tiro desferido a uma distância superior a 40 cm.

Para que seja considerado tiro à distância, depende do calibre da arma, mas para concursos públicos costuma-se considerar a partir de 40 cm entre a arma e a vítima.

PROVA: 40 cm = 0,4 m = 4 dm (decímetros) = 400 mm (milímetros).

É o tiro desferido numa distância de até 40 cm. Disparado a menos de 40 centímetros da vítima, mas não está o cano da arma encostado na pessoa. Nesse pequeno intervalo entre o cano e a pessoa, podem ser encontradas as zonas.

Nesta modalidade a extremidade do cano deve estar encostada na pessoa.

SATURNISMO:

O projétil eleva a temperatura do local do corpo atingido a mais ou menos 600 graus. Esta alta temperatura esteriliza o projétil, que se torna estéril. Por isso, os médicos não tem a preocupação em extraí-lo do corpo, só o fazendo em casos que houver risco de embolia ou estiver prejudicando uma articulação, podendo acarretar uma doença chamada saturnismo (contato do chumbo e do líquido sinovial - da articulação), podendo levar a pessoa a óbito.

TESTE RESIDUOGRÁFICO/PARAFINA:

(25)

ORIFÍCIO DE ENTRADA CIRCULAR:

Se o cano da arma estiver a 90 graus do corpo da pessoa, o orifício que se formará será circular. Caso o cano da arma esteja a 45 graus do corpo da vítima, gerará um orifício ovulado ou em elipse.

IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO

Identificação é a ação de se estabelecer a identidade, pelo uso de técnicas específicas.

Identidade é o conjunto de características psicofísicas que tornam o indivíduo único (se tirar o aspecto

“psicofísicas” o conceito de identidade vale para qualquer objeto; com este aspecto o conceito vale só para humanos; assim sendo a identidade é o conjunto das características individuais das pessoas). Existem 2 tipos de identidade:

a) Identidade subjetiva: Imagem que temos de nós mesmos. Relacionada à personalidade, que é o

conjunto das características genéticas + ambiente + experiência de vida. Existe um mecanismo de

proteção para não falar de si mesmo.

b) Identidade objetiva: É como a pessoa é vista externamente. É a aparência física. É determinada pelo:

Genótipo: Nunca se altera. É a composição genética do indivíduo (DNA).

Fenótipo: É a aparência externa do indivíduo. Ex: Possui ou não barba, cabelo, bigode, a cor do cabelo (tingido ou não), a cor dos olhos, a forma como se veste e é influenciado. É possível a modificação do fenótipo mudando a cor do cabelo, cortando a barba, alterando a

face através de cirurgia plástica, entre outros meios. O método de identificação

datiloscópico analisa uma característica fenotípica (impressão digital).

MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO

Para a identificação usam-se as técnicas adequadas para estabelecer a comparação com exatidão.

 Fotografia - rápida desatualização

 Tatuagem -campos de concentração

 Retrato-falado - casos especiais (descrição para leigos)

 Estigmas - particularidades de profissão (ex.: andar dos marinheiros)

 Antropometria - sistema de medidas corpóreas (ex: craniometria) - auxiliar

 Associação de métodos - fotografia + tatuagens + descrição, etc.

 Arcada dentária - carbonização

 Datiloscopia - método científico seguro (formação 6º mês de gestação)

IDENTIFICAÇÃO ÓSSEA POR ANTROPOMETRIA

Antropometria é o conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes. Usa-se a antropometria na área da saúde, como na Pediatria (no acompanhamento do desenvolvimento infantil) e na Ortopedia (avaliação de fraturas; diagnóstico e tratamento de doenças que mudem a forma ou o tamanho do organismo como um todo ou parte dele). Em medicina legal, a avaliação antropométrica pode ser utilizada como método que auxilia a identificação do ser humano.

Pela análise do esqueleto é possível identificar:

1) Estatura: Medindo-se o fêmur, por uma tabela, se sabe a altura do dono daquele osso. É um valor aproximado.

2) Sexo: Através da análise da bacia óssea, podemos distinguir o sexo do “de cujus”. O sexo masculino possui bacia mais fechada e a mulher mais aberta.

(26)

Dentição:

- Decídua (dentes de leite): Decídua é a dentição de leite, que começa no 6º mês após o nascimento, e vai até 6 ou 7 anos quando vem a dentição definitiva. Pelo número de decíduas sabe-se aproximadamente a idade da criança.

- Dentição definitiva: Surge com 6 ou 7 anos. A decídua é substituída pela definitiva, que se completa com 13 anos.

- Terceiro molar (dente do siso): Aparece com aproximadamente 18 anos. Dente que não nos serve, pois não nos auxilia na mastigação. É um dente vestigial (servia apenas aos nossos antepassados).

Fontanelas: Moleira do recém nascido. Perdura até 2 anos, quando calcifica. O cérebro cresce até essa idade, e a caixa craniana deve se expandir para acomodá-lo. Num acidente em que o corpo é carbonizado, é comparada a arcada dentária com a ficha do dentista da vítima, para identificá-la.

Punho direito: Todos os ossos crescem até uma certa idade (+/- até os 21 anos) em razão do hormônio do crescimento. Através do raio-X do punho pode-se determinar a idade óssea do indivíduo antes de ter seu crescimento terminado.

- Nanismo: Os hormônios do crescimento cessam antes da hora. - Gigantismo: Os hormônios do crescimento não cessam.

- Alterações do esqueleto: Surgem partir da 4a década de vida, tal como a osteoartrose (bico-de-papagaio em Carapicuíba!). Osteoartrose: A ligação entre uma articulação e outra é feita por um

tecido fibroso que calcifica e se parece com um “bico de papagaio”. É um processo degenerativo das

articulações.

Centro de ossificação: Ocorre mediante o hormônio do crescimento. Quem não tem este hormônio, para de crescer, fica anão. Esses hormônios atuam nos centros de calcificação. Todo osso tem um centro de calcificação. O osso é rígido porque possui cálcio. Se tirar, vira cartilagem. A diáfise é o centro do osso e as epífises são as extremidades. Se houver calcificação total das extremidades pára de crescer. Nas extremidades há a produção de cartilagem. No Raio-X verificar-se se as extremidades ainda estão produzindo cartilagem. Se não estiver mais produzindo cartilagem e estiver calcificado, o indivíduo é maior de 18 anos.

DATILOSCOPIA

A datiloscopia trata da identificação e exame das impressões digitais. É o sistema de identificação humana através da impressão digital.

A impressão digital existe desde o 6º mês de gestação.

Requisitos científicos para identificação:

 Unicidade (unidade): uma impressão é distinta da outra

 Perenidade: Perene = existe sempre

 Imutabilidade: Imutável = não muda enquanto existe. Não pode mudar ao longo do tempo, tal

como muda, p. ex., o cabelo.

 Classificabilidade: Fácil de ser estudado.

(27)

Sistema datiloscópico de Vucetich:

O Sistema decadactilar de Vucetich é o adotado no Brasil. Compreende a identificação utilizando as impressões de todos os dedos de ambas as mãos.

Conceitos introdutórios para entender o sistema de Vucetich:

Delta: confluência das linhas basilar, marginal e nuclear.

Tipos fundamentais de Vucetich: Servem de base para a classificação datiloscópica.

Arcos (A): as linhas formam-se em um lado e tendem a sair pelo outro lado. Não forma nenhum delta.

Verticilos(V): as linhas tendem a apresentar um padrão concêntrico, espiralado ou sinuoso no centro da impressão. Formam dois deltas, um de cada lado da impressão digital.

Presilhas Externas (E): as linhas formam-se na direita do observador, curvam-se no centro da impressão e tendem a voltar para o mesmo lado. Forma delta do lado esquerdo do observador.

Presilhas Internas (I): as linhas formam-se à esquerda do observador, curvam-se, e tendem a voltar para o mesmo lado. Forma um delta do lado direito de quem observa.

Sendo assim, as impressões poderão ser classificadas em quatro padrões diversos: - não ter delta (arco);

- ter um delta, à direita do observador (presilha interna); - ter um delta, à esquerda do observador (presilha externa); - ter dois deltas, um de cada lado (verticilo).

Classificação:

Para fins de classificação, essas quatro formas fundamentais se designam pelas letras (A, E, I, V) quando se encontram no polegar, e por números (de 1 a 4), quando se encontram em qualquer um dos outros dedos: - Arco (A ou 1) - adéltico (sem deltas)

- Presilha Interna (I ou 2) - 1 delta à direita) - Presilha Externa (E ou 3) - delta à esquerda - Verticilo (V ou 4) - 2 deltas

Algumas situações especiais recebem notações próprias: - Dedos amputados (0)

- Dedos defeituosos ou com cicatriz que impede a classificação (X)

Fórmula datiloscópica de Vucetich:

(28)

Todas as impressões são coletadas e distribuídas em uma ficha específica que contém a sequência polegar, indicador, médio, anular e mínimo. Como no modelo abaixo:

IDENTIDADE GENÉTICA

É a que se verifica com o exame do DNA. Tem 99,99% de chance de dar certo.

MANCHAS E SECREÇÕES

São os vários tipos de vestígios que podem ser deixados no local do crime, tais como esperma, sangue, secreção vaginal, etc.

Muitos recursos bioquímicos são utilizados para determinar manchas e secreções. Há 2 tipos de reações:

Referências

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