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ASPOF EN M Encarnação Carolas 2016

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V igilância e monitorização dos e spaços marítimos sob sob e rania ou jurisdição portugue sa

D isse rtação para ob te nção do grau de M e stre e m C iências M ilitare s N avais, na e spe cialidade de M arinha

O rie ntação de : C FR Fe rre ira da S ilva C oorie ntação de : C FR José Isab e l

O A luno M e strando O O rie ntador

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A concre tização de ste trab alho não se ria possíve l se m o apoio de várias pe ssoas que ,dire ta ouindire tame nte ,se mpre se mostraram disponíve is,tantocom contrib utos dire tos como com palavras de ince ntivo. D e ste modo é justo re conhe ce r-lhe s o importante pape l que tive ram ao longo de ste pe ríodo.

P rime iro de tudo, agrade ço ao C omandante Fe rre ira da S ilva, orie ntador de ste trab alho, que se mpre se mostroudisponíve lpe rante todas as minhas dúvidas, orie ntando-me e apoiando-me , passo a passo, na e lab oração de ste trab alho. S e m e le nada disto se ria possíve l.

A grade ço tamb ém ao me u coorie ntador, C omandante C arlos José Isab e l, por ao longo do me u pe rcurso na Escola N aval te r se mpre acre ditado que se ria capaz de faze r mais e me lhor, e por me te r ince ntivado a pe rcorre r e ste caminho. S e não fosse o se u apoio, de ce rte za que e ste trab alho te ria outro título.

A os oficiais que de spe nde ram parte do se u te mpo para me passare m os se us conhe cime ntos vão tamb ém as minhas palavras de agrade cime nto. A o C omandante S antos S e rafim, ao Te ne nte Gonçalve s D e us, e ao Te ne nte C unha Te ixe ira, o me u ob rigado.

A os me us pais e irmãs, que de sde que “e mb arque i na ave ntura” se mpre me apoiaram e ince ntivaram, o me u muito ob rigado por e stare m se mpre pre se nte s.

N ão pode ria faltar o agrade cime nto a todos os camaradas do curso C A L M A lme ida H e nrique s, por todos os mome ntos b ons e maus que passámos juntos, pe la camaradage m de monstrada, pe la união, e pe los grande s amigos que fiz. S e m dúvida que me fize ram cre sce r.

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P ortugal te m uma das maiore s Zonas Económicas Exclusivas a níve l mundial, e nce rrando e ste e spaçomarítimo uma rique za que ainda não se e ncontra de vidame nte afe rida, mas que se julga se r e norme . P or e la passam anualme nte milhare s de navios, com os mais dive rsos de stinos e transportando as mais variadas cargas. A posição ge ostratégica do país coloca-o no ce ntro de algumas das mais movime ntadas rotas marítimas, se ndo por isso de e xtre ma importância vigiar e monitorizar as águas portugue sas, por forma a garantir que as le is e re gulame ntos de dire itointe rnacionalmarítimosãocumpridos e que ointe re sse nacionalé de vidame nte salvaguardado.

D e ste modo, a pre se nte disse rtação te m como ob je to de e studo os siste mas de vigilância e monitorização marítimos, pre te nde ndo constituir-se como um contrib uto para a me lhoria do atual siste ma de vigilância e monitorização dos e spaços marítimos sob sob e rania ou jurisdição portugue sa, focando-se , para tal, nos siste mas aére os e e spaciais para a de te ção de me ios de supe rfície .

P ara tal, numa prime ira parte conside ra-se e studar o amb ie nte marítimo e as ame aças que oafe tam.N a se gunda parte e studam-se os atuais siste mas que contrib ue m para o conhe cime nto situacional marítimo e m P ortugal culminando na te rce ira parte com o e studo dos me ios e se nsore s que pe rmite m me lhorar a cob e rtura do e spaço marítimo, com o ob je tivo final de garantir a se gurança no mar.

A través do e studo re alizado foi possíve l concluir-se que as ae ronave s não tripuladas afiguram-se comoofuturomais ime diatopara oe sclare cime ntodo panorama marítimo, se ndo que os satélite s surge m numa se gunda linha, pois ape sar dos se us custos mais e le vados, pode rão tamb ém dar um e norme contrib uto para o conhe cime nto situacional marítimo ao se re m capaze s de cob rir maiore s áre as e mais rapidame nte .

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P ortugal has one of the large st Economic Exclusion Zones worldwide, e nclosing a maritime space full of unknown and uncountab le riche s. D ue to its geostrate gic position, P ortugal is the ce nte r of some of the mos b usie st se aways where thousands of ships sail to and from diffe re nt ports, carrying all type s of cargo. B e cause of that, it is of utmost importance to focus on surve illance and monitoring of its maritime space , in orde r to make sure that laws and re gulations of the Inte rnational M aritime L aw are b e ing me t.

The purpose of this thesis is to study maritime surve illance and monitoring syste ms that can contrib ute to improve the curre nt surve illance and monitoring syste m of the wate r space s unde r P ortugue se sove re ignty or jurisdiction, focusing on ae rial and spatial syste ms for the de te ction of surface ve hicle s.

In order to achie ve the propose d ob je ctive s, this the sis is divide d into thre e chapte rs. The maritime e nvironme nt and its thre ats are studie d in the first chapte r. In the se cond chapte r, the focus is on the surve illance syste ms that contrib ute to the maritime situationalawarene ss inP ortugal.Finally,alte rnative s tothe current surve illance syste m for maritime cove rage improve ment are pre se nte , with the final purpose of e nsuring safe ty and se curity at se a.

The main conclusion of this study is that, in a near future , unmanned aerial ve hicle s are the b est solution to improve on situational aware ne ss, where in sate llite s appe ar se cond. D e spite their highe r costs, the ab ility to cove r large r are as, faste r, make the sate llite s a major contrib utor to maritime situational aware ne ss.

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A grade cime ntos ...v Re sumo ...vii A b stract ...ix Índice ...x L ista de siglas e acrónimos ... xiv Índice de figuras ... xx Introdução ... 1 1Enquadrame nto conce ptual ... 7 V igilância e monitorização ... 8 1.1

Espaços marítimos sob sob e rania ou jurisdição portugue sa... 8 1.2

1.2.1 Águas inte riore s ... 10 1.2.2 M ar te rritorial ... 10 1.2.3 Zona contígua... 11 1.2.4 Zona Económica Exclusiva ... 11 1.2.5 P lataforma contine ntal ... 11 2C arate rização dos e spaços marítimos nacionais ... 13 A tividade s da e conomia do M ar ... 14 2.1

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xi A me aças ... 19 2.2

Re lação e ntre as atividade s marítimas e as ame aças ... 23 2.3

A organização da M arinha P ortugue sa para faze r face às ame aças ... 24 2.4

2.4.1 Funçõe s da M arinha... 25 2.4.2 C apacidade s ge néticas ... 25 3S iste ma de vigilância e monitorização marítima e suas vulne rab ilidade s ... 29 C onhe cime nto S ituacional Marítimo ... 30 3.1

Entidade s nacionais com re sponsab ilidade no e xe rcício da autoridade do 3.2

Estado no mar ... 33 3.2.1 A A N C TM e o V e sse l Traffic S ervice (V TS ) ... 34 3.2.2 A M arinha e o C e ntro de O pe raçõe s M arítimas/ M RC C L isb oa... 38 3.2.3 Força A ére a P ortugue sa... 43 3.2.4 A GN R e o S iste ma Inte grado de V igilância e C ontrolo C oste iro ... 44 3.2.5 D ire ção-Ge ral dos Re cursos N aturais, S e gurança e S e rviços M arítimos ... 45 3.2.6 D ire ção-Ge ral de P olítica do M ar ... 48 Entidade s inte rnacionais que contrib ue m para o e sclare cime nto do 3.3

panorama ... 48 3.3.1 A gência Europe ia da S e gurança M arítima... 48 3.3.2 U nião Europe ia e o V e sse l M onitoring S ystem ... 54 3.3.3 A gência de D e fe sa Europe ia e M A RS U R ... 56 3.3.4 O rganização do Tratado do A tlântico N orte ... 58 3.3.5 U nião Europe ia e o C opernicus ... 59 3.3.6 O utros ... 61 N íve is de conhe cime nto ve rsus e spaços marítimos... 62 3.4

V ulne rab ilidade s do atual siste ma de vigilância e monitorização e m uso no 3.5

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4P ropostas para o ape rfe içoame nto da vigilância e monitorização dos e spaços marítimos... 69

A e ronave s N ão-Tripuladas ... 72 4.1

4.1.1 Tipos de U A V s ... 73 4.1.2 C apacidade s e de svantage ns dos U A V s ... 76 4.1.3 A nálise do caso e spe cífico da Grécia ... 77 4.1.4 O caso português ... 79 S atélite s ... 80 4.2

4.2.1 C arate rísticas... 81 4.2.2 P rós e contras ... 82 S iste ma de vigilância proposto... 84 4.3

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A IS – A utomatic Ide ntification S yste m A M N – A utoridade M arítima N acional

A N C TM – A utoridade N acional de C ontrolo de Tráfe go M arítimo B A M S – B road A re a M aritime S urve illance

C 2 – C omando e C ontrolo

C C C O – C e ntro de C omando e C ontrolo O pe racional N acional C E – C omissão Europe ia

C ED N – C once ito Estratégico de D e fe sa N acional C EM – C once ito Estratégico M ilitar

C EN – C once ito Estratégico N aval

C EN C O M A R – C e ntro de C omunicaçõe s M arítimas

C EN C O M A RA C O RES – C e ntro de C omunicaçõe s M arítimas dos A çore s C EN C O M A RM A D EIRA – C e ntro de C omunicaçõe s M arítimas da M ade ira C e Rvi – C e ntro de Re conhe cime nto V igilância e Informaçõe s

C IS E – C ommon Information S haring Environme nt C O M A R – C e ntro de O pe raçõe s Marítimas

C S D P – C ommon S e curity and D e fe nce P olicy C S M – C onhe cime nto S ituacional M arítimo C S N – C le anS e aN e t

C N U D M – C onve nção das N açõe s U nidas sob re o D ire ito do M ar

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xv D L – D e cre to-L e i

D S C – D igital S e lective C alling ED A – A gência Europe ia de D e fe sa

EEIN – Espaço Estratégico de Inte re sse N acional

EEIN C – Espaço Estratégico de Inte re sse N acional C onjuntural EEIN P – Espaço Estratégico de Inte re sse N acional P e rmane nte EGN O S – European Ge ostationary N avigation O ve rlay S e rvice EM – Estado-M e mb ro

EM S A – A gência Europe ia de S e gurança M arítima EO – Ele tro-ótico

EP IRB – Eme rge ncy P osition-Indicating Radio B e acon ERA – Enhance d RP A S A utonomy

ES A – A gência Espacial Europe ia

ES T – Esque mas de S e paração de Tráfe go

EU L RIT D C – Europe an U nion L ong Range Identification and Tracking D ata C e ntre EU RO S U R – S iste ma Europe u de V igilância de Fronte iras

FA – Forças A rmadas

FA P – Força A ére a P ortugue sa FL IR – Forward L ooking Infra-Re d

FRO N TEX – A gência Europe ia de Ge stão da C oope ração O pe racional nas Fronte iras Exte rnas dos Estados-M e mb ros da U nião Europe ia

GM D S S – Glob al M aritime D istre ss and S afe ty S yste m GN R – Guarda N acional Re pub licana

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H A L E – H igh A ltitude L ong-Endurance IH – Instituto H idrográfico

IM D ate – Inte grate d M aritime D ata Environme nt IM O – O rganização M arítima Inte rnacional IR – S e nsor de radiação infrave rme lha

IS R – Inte llige nce , S urve illance & Re connaissance L RIT – L ong Range Identification and Tracking O TA N – O rganização do Tratado do A tlântico N orte M A D – M agne tic A nomaly D etector

M A L E – M e dium A ltitude L ong Endurance

M A O C -N – M aritime A nalysis and O perations C e ntre - N arcotics M A RS U R – M aritime S urve illance

M C C IS – M aritime C ommand and C ontrol Information S yste m M D N – M inistério da D e fe sa N acional

M F – M e dium Fre que ncy

M ID C A S – M ID air C ollision A voidance S yste m

M O N IC A P – S iste ma de M onitorização C ontínua da A tividade da P e sca M RC C – M aritime Re scue C oordination C e ntre

M RS C – M aritime Re scue S ub -C e ntre

M S S IS – M aritime S afety and S e curity Information S yste m M T – M ar Te rritorial

N IP IM @R – N ó Inte grado de P artilha de Informação do M ar N V G – N ight V ision Goggle s

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xvii P C – P lataforma C ontine ntal

S A M – S iste ma de A utoridade M arítima

S at-A IS – A utomatic Ide ntification S yste m através de satélite S atC e n – S ate llite C e ntre

S A R – S ynthetic A perture Radar

S B A S – S ate llite B ase d A ugme nte d S yste ms

S IFIC A P – S iste ma Inte grado de V igilância, Fiscalização e C ontrolo das A tividade s da P e sca

S IGIN T – S ignals Inte llige nce

S IV IC C – S iste ma Inte grado de V igilância, C omando e C ontrolo S L A R – S ide L ooking A irb orne Radar

S N B S M – S e rviço N acional de B usca e S alvame nto M arítimo S N E – S e rviço N acional de Eme rgência

S O L A S – S afety of L ife at S ea S S N – S afe S e aN e t

TA B – Tone ladas de A rque ação B ruta TV 32 – TransV ie w

U A V – U nmanned A e rial V e hicle U C C – U nidade de C ontrolo C oste iro V H F – V e ry H igh Freque ncy

V M S – V e sse l M onitoring S yste m

V -RM TC – V irtual Re gional Maritime Traffic C entre V TO L – V e rtical Take-O ff and L anding

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U E – U nião Europe ia ZC – Zona C ontígua

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P ortugal, e m te rmos de dime nsão da supe rfície te rre stre , é o 109.

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maior país do mundo (Inde x M undi, 2014). N o e ntanto, te m a 11.

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maior áre a mundial de águas jurisdicionais (M arinha,2013).A s zonas marítimas sob sob e rania oujurisdição portugue sa têm uma importância ine gáve l de vido à sua dime nsão e à sua posição ge oe stratégica, passando por e las passam algumas das rotas come rciais mundiais mais movime ntadas, o que se traduz num e le vado núme ro diário de navios a nave gare m ne ssas zonas com os mais variados de stinos. Este contraste , e ntre a áre a te rre stre e a áre a marítima, mostra a e xtre ma importância que te m conhe ce rmos o nosso mar, e o que ne le se passa. A ce ntuando e ssa importância, o cre scime nto do comércio marítimo é uma re alidade . Em 2013 o volume de mate rial transportado asce nde u a ce rca de 9500 milhõe s de tone ladas (U N C TA D , 2014, pp. 4-5). P ara além do comércio, nas águas marítimas nacionais e xiste m tamb ém re cursos vivos e não vivos e m quantidade s apre ciáve is que importa prote ge r e pre se rvar.

C onside rando que P ortugal se e ncontra situado nas proximidade s de pontos focais de tráfe go marítimo mundial e de zonas de inte nsa atividade marítima, e ate nde ndo tamb ém a todas as outras atividade s marítimas que não são contab ilizadas ne sse tráfe go mundial, como por e xe mplo, a pe sca, a e xploração dos re cursos dos fundos marinhos e o tráfico de e stupe facie nte s, ape rce b e mo-nos que a falta de informação pode se r b astante pre judicial para P ortugal, daí que se ja importante e studar de que forma se pode rá garantir uma ade quada vigilância e monitorização das águas nacionais. É , portanto, uma ne ce ssidade de P ortugal garantir uma vigilância e monitorização ade quadas das suas águas, para garantir a se gurança marítima e a e xploraçãosuste ntáve ldos re cursos marinhos.C om a e lab oraçãoda pre se nte disse rtação de me strado procura-se apre se ntar um contrib uto que pe rmita me lhorar a vigilância e monitorização dos e spaços marítimos portugue se s.

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3 re sultaram num e le vado núme ro de vítimas. A pe sar dos ataque s te rroristas contra alvos marítimos se r um núme ro pouco re le vante e m re lação aos que aconte ce m todos os dias e m te rritórios te rre stre s, a ame aça te rrorista e stá pre se nte e m qualque r me io, e é pre ciso criar me canismos de pre ve nção. Re ce nte me nte te ve início uma série de re voluçõe s no M édio O rie nte , ape lidadas de “P rimave ra árab e ”, que acab aram por se tornar b astante sangre ntas, dando orige m a gue rras civis, que conse que nte me nte provocaram um êxodo, e m grande núme ro, dos civis de sse s Estados para a Europa. C omo o norte de África e a Europa são se paradas pe lo mar M e dite rrâne o, o mar surge assim como um pote ncial me io para a migração irre gular, para o tráfico de pe ssoas e para o tráfico de armas. P ara que a se gurança nacional não se ja posta e m causa e o inte re sse nacional se ja salvaguardado é ne ce ssário asse gurar que a vigilância e monitorização dos e spaços marítimos nacionais são fe itas de forma e xímia, de uma forma e ficaz e e ficie nte .

O ob je tode e studode sta disse rtaçãosãoos siste mas de vigilância e monitorização marítimos, limitando-se o e studo aos siste mas utilizados para a de te ção de me ios de supe rfície nas águas marítimas sob sob e rania ou jurisdição portugue sas, re corre ndo para isso a siste mas b ase ados na compone nte aére a e e spacial. A níve l te mporal, e ste trab alho irá partir da atualidade e irá procurar ide ntificar te ndências de e volução dos atuais siste mas. Este e studo irá dar um e nfoque ao pape l da M arinha P ortugue sa.

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C omo fio condutor da inve stigação a que stão ce ntral se rá:

 D e que forma se pode rá me lhorar a vigilância e monitorização das atividade s humanas de se nvolvidas nas águas sob sob e rania ou jurisdição portugue sa? N oe ntanto,para se conse guir che gar a re sultados suste ntados foram formuladas várias que stõe s de rivadas, às quais após se r dada re sposta torna-se b astante mais intuitivo re sponde r à que stão ce ntral.

 Q ue tipo de atividade s de corre m nos e spaços marítimos portugue se s?  Q uais as ame aças, prove nie nte s do mar, que afe tam a se gurança nacional?  C omo é que a M arinha e stá organizada por forma a garantir o e xe rcício da

autoridade do Estado no mar?

 C omo é fe ita a vigilância e monitorização dos e spaços marítimos nacionais?  Q uais as vulne rab ilidade s do atual siste ma de vigilância e monitorização?  C omo colmatar as vulne rab ilidade s e lacunas do siste ma de vigilância?  Q ue vantage ns apre se ntam os me ios aére os e e spaciais e m re lação aos

re stante s?

D ada a nature za do te ma optou-se por uma inve stigação principalme nte asse nte na re visão da lite ratura, por forma a e stab e le ce r um ponto de partida para a disse rtação. Inicialme nte se rá fe ito um e nquadrame nto ge ral do te ma, partindo-se de pois para a caracte rização do me smo.

N o âmb ito da vigilância e monitorização e xiste m vários trab alhos focados na zona e conómica e xclusiva e re stante s áre as marítimas. N o e ntanto, para faze r um e nquadrame nto situacional, o trab alho de 2013 da autoria de V asco M arque s P rate s intitulado “O conhe cime nto situacional marítimo na U nião Europe ia” que carate riza um pe ríodo de te mpo re ce nte no conte xto ge opolítico atual, re fe rindo vários siste mas que dão um grande contrib uto para o e sclare cime nto do panorama marítimo, é um b om ponto de partida.

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5 ae ronave s nãotripuladas (U A V ’s)cuja autonomia e se nsore s têm me lhorado conside rave lme nte na última década, e como é o caso tamb ém dos satélite s de vigilância que , ape sar do se u e le vado custo, têm vindo a contrib uir cada ve z mais para a re colha de informação e m áre as que outros siste mas têm maiore s dificuldade s.

Q uanto ao dire ito inte rnacional marítimo, a C onve nção das N açõe s U nidas sob re o D ire ito do M ar é uma re fe rência b astante importante para pode r de limitar o ob je to de e studo te maticame nte .

A disse rtação e stá organizada e m quatro capítulos onde , no prime iro capítulo se pre te nde faze r um e nquadrame nto conce ptual clarificando os conce itos que e nquadram o te ma da vigilância e monitorização das águas marítimas.

N o se gundo capítulo pre te nde -se , através do conhe cime nto das atividade s praticadas no mar, pe rce b e r de onde é e xpe ctáve l que surjam novas ame aças, ou se ja, procura-se compre e nde r onde irão aconte ce r as maiore s mudanças, por forma a pode r ante cipar-se algum tipo de monitorização, face ao apare cime nto de um novo tipo de ame aça. P or isso te m particular re le vo ide ntificar as tare fas e funçõe s da M arinha, e pe rce b e r comoé que a M arinha e stáorganizada para faze r face às ame aças ide ntificadas.

É no te rce iro capítulo que se vai e studar o siste ma de vigilância e monitorização dos e spaços marítimos e m P ortugal, re fe rindoas várias e ntidade s e re spe tivos siste mas, nacionais ou inte rnacionais, que participam no me smo e qual o se u pape l ne le . N e ste capítulo se rá ainda fe ita uma carate rização do amb ie nte marítimo por forma a ide ntificar as vulne rab ilidade s do siste ma.

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V igilância e monitorização 1.1

A nte s de iniciar a ab ordage m ao te ma torna-se importante clarificar o que se vai e studar. N e sse se ntido, pe rce b e r o que vigilância e monitorização significam é o prime iro passo.

Re corre ndo à de finição da O rganização do Tratado do A tlântico N orte (O TA N ), vigilância é a ob se rvação siste mática do e spaço, da supe rfície ou sub -supe rfície , de áre as, lugare s, pe ssoas ou coisas através de me ios visuais, e le trónicos, fotográficos, ou outros. M ais e spe cificame nte , a vigilância marítima pode se r e nte ndida como a ob se rvação siste mática da supe rfície e sub -supe rfície das áre as marítimas através de todos os me ios disponíve is com oprincipalob je tivode localizar,ide ntificar e de te rminar o movime nto de navios, sub marinos ou outros ve ículos, amigos ou inimigos, que ope ram na supe rfície ou sub -supe rfície dos mare s e oce anos (N A TO , 2013,pp.2-S -3,2-S -15).A lgumas carate rísticas da vigilância sãoa pre cisãoe discriminação dos dados, a confiança dos me smos, a atualidade da informação, e a capacidade de cob e rtura contínua de grande s áre as.

M onitorização distingue -se da vigilância por se r uma ação continuame nte me lhorada ao longo do te mpo, isto é, os dados que são adquiridos se rve m para comple me ntar o conhe cime nto que já se te m de de te rminado alvo. P ara isso de ve m se r le vadas a cab o açõe s de vigilância, por e xe mplo visual, acústica ou térmica, com o ob je tivo de mante r e me lhorar proce dime ntos padrão e de se gurança, por forma a te r um me lhor panorama do amb ie nte e m que se e ncontram (N A TO , 2013, p. 2-M -9). A monitorização consiste assim, no acompanhame nto de um ou mais parâme tros por forma a de te tar anomalias.

Espaços marítimos sob sob e rania ou jurisdição portugue sa 1.2

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9 N o e ntanto, a de finição dos limite s dos e spaços marítimos se mpre criou de sacordo e ntre os Estados. C om a C onve nção das N açõe s U nidas sob re o D ire ito do M ar (C N U D M ),tamb ém conhe cida por C onve nçãode M onte goB ay,e m 1982, conse guiuche gar-se a acordo,por uma maioria,sob re ,e ntre vários assuntos re lacionados com o D ire ito do M ar, quais os limite s dos e spaços marítimos. Foi ne sta conve nção que , 9 anos após te r iniciado os se us trab alhos, saiu um docume nto que ficou conhe cido por L e i do M ar. Este docume nto de fine o re gime jurídico re lativo ao mar e os limite s da sob e rania e jurisdição de cada Estado rib e irinho (S imango, 2013, p.24).

A partir da C N U D M P ortugal de finiu os se us limite s, vindo-se a confirmar o que já tinha sido e scrito na história, que P ortugal é um país marítimo. P rova disso me smo é a proporção da áre a marítima se r ce rca de 18 ve ze s maior do que a áre a te rre stre (C ândido, 2011, p.8).

A pós te re m sido de finidas as zonas marítimas e os dire itos do Estado ne ssas me smas áre as pe la C N U D M , o Estado português promulgou um de cre to-le i que de te rminava a e xte nsão das zonas marítimas sob sob e rania ou jurisdição nacional e os pode re s que o Estado ne las e xe rce , b e m como os e xe rcidos no alto mar (D e cre to-L e i n.⁰ 34/2006, de 28 de julho). S ão zonas marítimas sob sob e rania as águas inte riore s, o mar te rritorial (M T), e a plataforma contine ntal (P C ). A zona e conómica e xclusiva é um e spaço marítimo sob jurisdição nacional (art.⁰ 4.⁰ do D L n.⁰ 43/2002, de 02 de março).

Figura 1 - Áre as te rre stre e marítima de P ortugal.

(36)

10

1.2.1 Águas inte riore s

A s águas inte riore s são um prolongame nto do te rritório te rre stre , te ndo o Estado coste iro sob e rania como se fosse e m te rra. Estas águas são de limitadas pe las linhas de b ase

1

do mar te rritorial (art.⁰ 8.⁰ da C N U D M ). 1.2.2 Mar te rritorial

O M T e ste nde -se até uma largura máxima de 12 milhas náuticas das linhas da b ase de te rminadas se gundo as re gras da C N U D M . N e ste e spaço, que e nglob a a coluna de água, o le ito, o sub solo e o e spaço aére o sob re jace nte , o Estado coste iro é sob e rano (art.

os

2.⁰ e 3.⁰ da C N U D M ).

N o e ntanto a sob e rania é limitada na me dida e m que os navios de qualque r Estado, coste iro ou se m litoral, têm dire ito de passage m inofe nsiva, isto é, têm dire ito a passage m de sde que não pre judique a paz, a b oa orde m ou a se gurança do Estado (art.

os

17.⁰ e 19.⁰ da C N U D M ). P ara além de que o Estado ne sta áre a tamb ém não te m

1

A s linhas de b ase normal corre sponde m à linha da b aixa-mar ao longo da costa, re conhe cidas oficialme nte pe lo Estado coste iro (art.⁰ 5.⁰ da C N U D M ).

Figura 2 - Espaços marítimos sob sob e rania, jurisdição e re sponsab ilidade portugue sa.

(37)

11 autoridade para e xe rce r a jurisdição pe nal (art.⁰ 27.⁰ da C N U D M ) ou civil (art.⁰ 28.⁰ da C N U D M ) a b ordo de navios e strange iros, salvo se as infraçõe s come tidas tive re m conse quências para o Estado coste iro, ou que possam pe rturb ar a paz do país ou a orde m no mar te rritorial. H á ainda outra e xce ção que é quando as me didas tomadas fore m ne ce ssárias para a re pre ssão do tráfico ilícito de e stupe facie nte s (art.⁰ 27.⁰ da C N U D M ).

1.2.3 Zona contígua

C onside ra-se zona contígua (ZC ) a áre a marítima e ntre as 12 e as 24 milhas das linhas de b ase que de fine m o M T, onde o Estado coste iro pode tomar as me didas de fiscalização ne ce ssárias a garantir que as le is e re gulame ntos nacionais são cumpridos, por forma a e vitar as infraçõe s às le is e re gulame ntos aduane iros, fiscais, de imigração ou sanitários no se u te rritório ou no se u mar te rritorial (art.⁰ 33.⁰ da C N U D M ).

1.2.4 Zona Económica Exclusiva

O Estado coste iro te m, na ZEE, dire itos de sob e rania para fins de e xploração e aprove itame nto, conse rvação e ge stão dos re cursos naturais, vivos ou não vivos, da coluna de água, do le ito do mar e se u sub solo com a e xte nsão máxima de 200 milhas e m re lação às linhas de b ase (art.

os

56.⁰ e 57.⁰ da C N U D M ).

O Estado coste iro te m ainda jurisdição no que se re fe re à inve stigação cie ntífica marinha, colocação e utilização de ilhas artificiais, e struturas e instalaçõe s e , prote ção e pre se rvação do me io marinho (alíne a b ) do art.⁰ 56.⁰ da C N U D M ).

1.2.5 P lataforma contine ntal

(38)

12

e sub solo), e me smo que não o faça os re cursos lá e xiste nte s são de sua e xclusividade (n.

os

1 e 2 do art.⁰ 77.⁰ da C N U D M ).

Figura 3 - D ire itos do Estado coste iro nos se us e spaços marítimos.

Fonte : (S imango, 2013, p.26)

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A tividade s da e conomia do M ar 2.1

O mar te m uma importância ine gáve l e um valor ine stimáve l. C onstituindo ce rca de 71% da supe rfície da te rra, é o hab itat de milhare s de e spécie s dife re nte s, tanto de fauna como de flora, é fonte de uma quantidade incalculáve l de re cursos mine rais e é tamb ém o principal me io utilizado para as trocas come rciais. P or isso é natural que à me dida que os re cursos e m te rra se tornam e scassos, a e xploração e utilização do mar re pre se nte m cada ve z mais um e norme pote ncial de de se nvolvime nto e conómico e de criação de valor (S A ER, 2009, p. 90). P ode -se assim conside rar que o mar é um ativo, que atrai muitos inve stidore s e financiame nto, que no médio-longo prazo acab arão por re pre se ntar um aume nto da qualidade de vida dos cidadãos do Estado a que pe rte nce m e ssas águas. C om vista a asse gurar dire itos e xclusivos para e fe itos de e xploraçãode re cursos naturais,P ortugal e lab oroua P roposta de Exte nsãoda P lataforma C ontine ntal, ainda suje ita a apre ciação pe la C omissão de L imite s da P lataforma C ontine ntal nas N açõe s U nidas.

D e modo a se r possíve l faze r uma análise dos riscos e xiste nte s nos e spaços marítimos sob sob e rania oujurisdiçãonacionalimporta tamb ém conhe ce r que atividade s se de se nvolve m no mar. A dotando como e xe mplo para as atividade s da Economia do M ar o mode lo de Félix Rib e iro, as atividade s pode m-se agrupar e m cinco funçõe s principais:Ene rgia,D e fe sa & S e gurança,L aze r & Turismo,P e sca & A lime ntação, e Transporte s & L ogística (Félix Rib e iro, 2010, p. 130).

2.1.1 Ene rgia

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15 de C oluna de Água O scilante no arquipélago dos A çore s (W avEC , 2008), que e m 2015 atingiu a produção re corde de 31 M W h, e da e ne rgia e ólica no mar, como por e xe mplo o proje to W indFloat ao largo da A guçadoura, na P óvoa do V arzim (D e mowfloat, s.d.). Este proje to se rviu como e xpe riência para a imple me ntação de várias turb inas na zona de V iana do C aste lo (W indFloat A tlantic) com a capacidade para alime ntar anualme nte ce rca de 18 mil hab itaçõe s (4C O ffshore , 2015).

Em re lação à prospe ção de pe tróle o e gás natural, de sde 2007 foram assinados 13 contratos de conce ssão de áre as para prospe ção no de e p offshore da b acia do A le nte jo, da b acia de P e niche e da b acia do A lgarve (EN M C , s.d.), não se ndo ainda viáve l a sua e xtração para produção de comb ustíve is. N o e ntanto, a prospe ção de pe tróle o e gás natural, ape sar de pode re m significar um aume nto da rique za de P ortugal,nãoé um assuntoconse nsualpe los e le vados riscos amb ie ntais que comporta. N o A lgarve , uma re gião e m que a e conomia asse nta principalme nte no turismo,foi le vantada uma forte oposiçãocontra a e xploraçãode pe tróle o argume ntando que e xiste uma sub avaliação dos riscos de catástrofe amb ie ntal, que não foram e fe tuados quaisque r e studos de impacte amb ie ntal e que não foram salvaguardadas quaisque r contrapartidas para o A lgarve a níve l amb ie ntal e e conómico (Gome s e t al, 2016).

Este se tor de atividade de se nvolve -se principalme nte e m áre as junto a costa comportando, e sse ncialme nte , riscos amb ie ntais.

2.1.2 D e fe sa & S e gurança

“A lib e rdade da nave gação, a prote ção de re cursos e as atividade s criminosas no mar e xige m instrume ntos de força que garantam um grau de se gurança ade quado” (C ajarab ille , 2009, p. 1). P or isso, o e xe rcício da autoridade do Estado no mar te m de se r asse gurado pe las e ntidade s compe te nte s que através de uma postura pró-ativa de vigilância, monitorização, fiscalização e comb ate a atividade ilícitas cumpre m as missõe s atrib uídas.

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16

P olícia de S e gurança P úb lica, a P olícia Judiciária, o S e rviço de Estrange iros e Fronte iras, e a A utoridade N acional de C ontrolo do Tráfe go M arítimo (A N C TM ). O ob je tivo do S A M é garantir o cumprime nto da le i nos e spaços marítimos nacionais, se ndo que para isso são suas atrib uiçõe s: se gurança e controlo da nave gação; pre se rvação e prote ção dos re cursos naturais, do património sub aquático e do me io marinho; pre ve nção e comb ate à poluição;pre ve nçãoe re pre ssãoda criminalidade ,nome adame nte comb ate ao narcotráfico, ao te rrorismo e à pirataria; pre ve nção e re pre ssão da imigração clande stina; e se gurança da faixa coste ira e no domínio púb lico marítimo e das fronte iras marítimas e fluviais (D e cre to-L e i n.⁰ 43/2002, de 02 de março).

P or isso, de ntro de ste se tor e nglob am-se as unidade s e b ase s navais (B ase N aval de L isb oa e os dive rsos P ontos de A poio N aval), que colab oram de pe rto com algumas de stas e ntidade s por as me smas não te re m capacidade de proje ção no mar; os arse nais re sponsáve is pe la manute nção dos navios; e os me ios da A M N e da U nidade de C ontrolo C oste iro (U C C ) da GN R. Faze m ainda parte de sta função as plataformas de ob se rvação oce ânica, aére as e no e spaço (Félix Rib e iro, 2010, p. 132).

2.1.3 L aze r & Turismo

P ortugalse ndoum país naturalme nte turístico,com clima ame noe b oa gastronomia, atrai milhare s de pe ssoas ao se u litoral que de uma forma ou de outra têm algum tipo de ligação com o mar. P or e xe mplo, e m te rmos de turismo de cruze iro, fize ram e scala e m portos nacionais, e m 2012, 880 navios de cruze iro transportando 1,254 milhõe s de passage iros, o que re pre se nta uma acréscimo de 8,8% e m re lação ao anoante rior (IN E,2013,pp.17-18).N oe ntanto,é pre cisore alçar tamb ém a quantidade de e mb arcaçõe s de re cre io que passam ao largo da nossa costa, ce rca de 12.000 por ano (S A ER, 2009, pp. 193, 158), e vide nciando assim o contrib uto do mar para e ste se tor da e conomia.

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17 A s atividade s re lacionadas com o laze r e turismo no mar têm vindo a aume ntar nos últimos anos, se ndo e xpe ctáve l que nos próximos anos e sta te ndência se mante nha. O aume nto do núme ro de navios e de passage iros não irá te r grande s re pe rcussõe s a níve l de risco, pois os corre dore s de circulação e stão de finidos e a se gurança da nave gação é continuame nte monitorizada.

2.1.4 P e sca & A lime ntação

Este se tor e nglob a a captura, armaze name nto e transformação de pe scado, a aquacultura e a construção de navios de pe sca (Félix Rib e iro, 2010, p. 132).

P ortugal é o país com o maior consumo de pe scado da U nião Europe ia (U E)

2

, atrib uindo ao se tor das pe scas uma grande importância. N o e ntanto, ao níve l da U E P ortugal não te m muito re le vo, com ape nas 3,65% da produção total, o e quivale nte a ce rca de 225 mil tone ladas de pe scado (C omissão Europe ia, 2014, p. 19), não conse guindo satisfaze r as suas próprias ne ce ssidade s. A não satisfação das próprias ne ce ssidade s de ve -se e m parte às re striçõe s da P olítica C omum de P e scas da U E, e à re dução da frota pe sque ira nacional

3

(Rib e iro, 2010a, p. 153).

Em 2014,P ortugaltinha 8.236e mb arcaçõe s de pe sca re gistadas com uma arque ação b ruta de aproximadame nte 100.000 tone ladas (C omissão Europe ia, 2014, p. 12), se ndo que de stas são, e m núme ros aproximados, 6500 e mb arcaçõe s polivale nte s de comprime nto fora-a-fora infe rior a 12m, 400e mb arcaçõe s polivale nte s com comprime nto supe rior a 12m, 80 de stinadas à pe sca de arrasto, 150 à pe sca de ce rco, e 40 e mb arcaçõe s para a pe sca ao largo e m águas inte rnacionais (D GP M , 2012).

N o que toca à aquacultura, e sta indústria te m sido alvo de um inve stime nto significativo pois cada ve z mais é uma alte rnativa à pe sca tradicional, focando-se e m e spécie s-alvo não comprome te ndo os níve is de suste ntab ilidade dos e cossiste mas marinhos, e m te rmos de núme ros (Félix Rib e iro, 2010, p. 155). N o e ntanto, e m te rmos de poluição isto não pode se r dito, pois se as raçõe s e os produtos utilizados ne sta

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S e nsive lme nte 56,7 kg por hab itante por ano (C omissão Europe ia, 2014, p.41).

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18

prática não fore m tratados pode m pre judicar o e cossiste ma. P ara além disso, com a maior conce ntração de pe ixe numa me sma áre a a propagação de doe nças é tamb ém mais rápida o que se traduz num me nor te mpo de re ação para faze r face a qualque r prob le ma.

2.1.5 Transporte s & L ogística

“Em te rmos mundiais, os transporte s marítimos e as atividade s portuárias e de logística associadas constitue m a principal compone nte do H ype rcluste r da Economia do M ar e m te rmos de produção” (S A ER, 2009, p.165). O comércio mundial te m vindo a cre sce r mais de pre ssa do que a produção mundial (Félix Rib e iro, 2010, p.134) que , parale lame nte com o alargar do canal do P anamá e com a utilização por pe ríodos de te mpo cada ve z maiore s da passage m do noroe ste

4

é de e spe rar que haja um aume nto do tráfe go nas águas nacionais (Ânge lo, 2015, p. 98).

N e sta função inclue m-se todos os inte rve nie nte s do proce sso de transporte marítimo, come çando pe los armadore s e todos os se rviços pre stados para que o navio e ste ja le gitimame nte a faze r o transporte , até finalme nte che gar ao porto de de stino, onde para além de se incluíre m os se rviços de movime ntação portuária inclue m-se tamb ém os se rviços logísticos associados e nglob ando os se rviços de construção e re paração naval (Rib e iro, 2010a, pp. 130-131).

D ando um maior ênfase às atividade s de transporte marítimo, e stas de sagre gam-se e m quatro se gme ntos: granéis sólidos, granéis líquidos, carga ge ral e transporte conte ntorizado.

N o prime iro se me stre de 2015, foram movime ntadas, nos se te principais portos

5

do contine nte , ce rca de 44,4 milhõe s de tone ladas de carga, traduzindo-se num aume nto de 11,2% re lativame nte a igual pe ríodo do ano ante rior. P ara e ste valor contrib uiu principalme nte o porto de S ine s, com um aume nto de 25,4%, se ndo e ste re sponsáve l por 49,1% do total da carga movime ntada. N o que toca aos se gme ntos e m

4

Esta passage m pe rmite o trânsito de navios e ntre o oce ano P acífico e o oce ano A tlântico através do Ártico. Em te rmos de distância, um trânsito e ntre L ondre s e O saka passando pe lo canal do P anamá são ce rca de 12.580 mi, passando pe lo canal do S ue z 11.450 mi e pe la passage m do noroe ste ape nas 8.480 mi.

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19 si, e m todos ve rificou-se um aume nto da carga movime ntada no prime iro se me stre de 2015, se ndo que os granéis sólidos (ce re ais, soja e outros produtos agrícolas e alime ntare s, made ira, pasta e pape l, minérios) tive ram um aume nto de 12,2%, os granéis líquidos (produtos pe trolífe ros, produtos químicos e o gás natural lique fe ito) de 19,1%, a carga ge ral de 4,8%, e a carga conte ntorizada de 6,8% (Instituto da M ob ilidade e dos Transporte s,2015).A pe sar de a níve lmundialotransporte conte ntorizado e star a cre sce r a uma taxa supe rior à do comércio mundial, fruto do aume nto das e xportaçõe s asiáticas de produtos industriais para o ocide nte (Rib e iro, 2010a, p. 134), o se gme nto do transporte conte ntorizado, e m P ortugal, te ve um ab randame nto do se u cre scime nto, de 2014 para 2015 (Instituto da M ob ilidade e dos Transporte s, 2015). N o e ntanto, numa pe rspe tiva de médio prazo, a movime ntação de conte ntore s aume ntou significativame nte te ndo passado de 602 mil e m 2004, para 1.643.517 e m 2014 (Instituto da M ob ilidade e dos Transporte s, 2015a).

A níve l nacional é de re fe rir que nos portos portugue se s são movime ntadas mais de 60% do volume de me rcadorias transacionadas, re pre se ntando 69% do volume de me rcadorias importadas e 30% e m valor, e ce rca de 43% das me rcadorias e xportadas (25% e m valor).

A me aças 2.2

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20

A pe sar das ame aças pore m e m causa a se gurança dos navios, e ste ponto da se gurança pode se r e ncarado por duas pe rspe tivas dife re nte s. P or um lado, as ame aças no âmb ito da se gurança e por outro, no âmb ito da prote ção

6

.

N o que diz re spe ito às ame aças no âmb ito da se gurança, e stas carate rizam-se por pore m e m causa a suste ntab ilidade amb ie ntal ou por colocare m e m risco a vida humana. M ais concre tame nte , duas das principais causas, com grave s implicaçõe s no amb ie nte marítimo e na sua suste ntab ilidade , são a sob re -e xploração de re cursos e a poluição. N o que toca às situaçõe s que pode m originar risco para a vida humana no mar,e stas pode m surgir de acide nte s com e mb arcaçõe s oude fe nóme nos me te orológicos ou oce anográficos adve rsos, com conse quências no mar ou na faixa litoral, que possam vir a implicar apoio humanitário e inte rve nção pós catástrofe (Rib e iro, 2010b , p. 67).

A s ame aças noâmb itoda prote çãosãob astante mais comple xas porque de pe nde m de te rce iros que procuram agir de forma e ncob e rta.C omotal,os pe rpe tuadore s dos atos ilícitos te ntam aprove itar as vulne rab ilidade s dos Estados coste iros, criando ame aças que pode m se r e nquadradas de ntro de dois tipos: e rosivas e sistémicas.

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D e acordo com o D e cre to-L e i n.⁰ 226/2006, de 15 de nove mb ro, prote ção é o te rmo adotado para traduzir se curity, e nquanto se gurança traduz o te rmo inglês safe ty.

A me aças

S e gurança

(S afe ty)

P rote ção

(S e curity)

S istémicas Erosivas

Figura 4 - Esque ma da organização das ame aças.

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21 O s e ve ntos que dão orige m a ame aças e rosivas procuram atuar nas falhas do siste ma, clande stiname nte , tal é o caso da criminalidade transnacional e da pirataria (C ajarab ille , 2010, p. 186). Estas ame aças têm de se r pe rmane nte me nte comb atidas, apostando na me lhoria do conhe cime nto situacional marítimo, através de uma maior quantidade de me ios de fiscalização no mar e e m te rra (Rib e iro, 2010b , p. 66).

A s ame aças sistémicas,ao contrário das e rosivas,visam a instab ilidade pe rmane nte . Gue rras inte re statais, crise s inte rnacionais, te rrorismo transnacional e a usurpação de re cursos juridicame nte atrib uídos a outro Estado re pre se ntam um conjunto de e ve ntos que se e nquadram ne ste âmb ito, e que pre cisam de se r comb atidos. M as e stas ame aças, por procurare m a instab ilidade pe rmane nte , ob rigam à inovação constante de me ios de ne utralização ou conte nção (C ajarab ille , 2010, p. 186-189), e à criação de capacidade s para inte rvir fora do te rritório nacional, le vando, por e xe mplo, à ne ce ssidade de de se nvolve r parce rias com outros paíse s com o intuito de criar re de s de vigilância (Richardson, 2015, p. 82).

A níve l de doutrina nacional, a ame aça marítima ve m de scrita e m três docume ntos e struturante s: o C once ito Estratégico de D e fe sa N acional de 2013 (C ED N ) promulgado pe lo Gove rno, o C once ito Estratégico M ilitar de 2014 (C EM ) aprovado pe lo ministro da D e fe sa N acional e , e spe cífico para a M arinha P ortugue sa, o C once ito Estratégico N aval de 2015 (C EN ) promulgado pe lo C he fe do Estado-M aior da A rmada.

O C ED N é o docume nto orie ntador que de uma mane ira ge ral apre se nta os ve tore s e linhas de ação e stratégicas com os ob je tivos de e xe rce r sob e rania, ne utralizar ame aças e riscos à se gurança nacional, re sponde r às vulne rab ilidade s nacionais e valorizar os re cursos e as oportunidade s nacionais. N o conte xto ge opolítico atual, as principais ame aças à se gurança nacional, com ligação ao mar, ide ntificadas ne ste docume nto são: o te rrorismo, a prolife ração de armas de de struição massiva, a criminalidade transnacional organizada, a cib e rcriminalidade e a pirataria (Re solução do C onse lho de M inistros n.⁰ 19/2013, de 5 de ab ril, pp. 1984-1985).

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22

sozinhas não re pre se ntam um pe rigo significativo. O me smo já não é ve rdade quando algum grupo te rrorista se conse gue apropriar de algum e nge nho de ste tipo, que de ce rtote ráum e fe itoaltame nte de se stab ilizador (Re soluçãodoC onse lhode M inistros n.⁰ 19/2013, de 5 de ab ril, p. 1984). P or forma a contrariar e stas ame aças é ne ce ssário mante r um dispositivo ade quado, atuando na pre ve nção, fiscalização e dissuasão (Ânge lo, 2015, p. 93).

A pirataria é uma ame aça que afe ta principalme nte o Espaço Estratégico de Inte re sse N acional C onjuntural (EEIN C ), mas cujas conse quências alcançam tamb ém o te rritório nacional, na me dida e m que o aume nto do pe rigo no mar se traduz num aume nto dos custos dos b e ns e se rviços. P or forma a minimizar e ste s e fe itos é ne ce ssário que o país contrib ua para a se gurança coope rativa dos re cursos glob ais

7 . Já a cib e rcriminalidade surge como ame aça porque os ataque s cib e rnéticos pode rão de sab ilitar infrae struturas críticas

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para o b e m-e star da socie dade (Re solução do C onse lho de M inistros n.⁰ 19/2013, de 5 de ab ril, p. 1984).

P or último, a dime nsão do e spaço marítimo sob sob e rania ou jurisdição portugue sa é tal que se torna difícil monitorizar tudo o que lá aconte ce , e me smo pode ndo fazê-lo, uma image m aére a ouinformaçõe s prove nie nte s dum siste ma e le tróniconão pe rmitiriam avaliar a situação da me sma forma que a pre se nça humana. O tráfico de pe ssoas, de armas e de e stupe facie nte s é fe ito de uma forma dissimulada, e por isso aqui, mais do que a vigilância e monitorização, importam tamb ém as informaçõe s prove nie nte s de outras e ntidade s, isto é, a coope ração é e sse ncial (Ânge lo, 2015, p. 99).

Re fe rindo-me agora ao C EM , e ste docume nto de corre do C ED N e por isso é mais re strito na me dida e m que ape nas se aplica às Forças A rmadas, onde as linhas e ve tore s e stratégicos de ação são ve rtidos nos ce nários de e mpre go das forças armadas

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A atuação de P ortugal e m áre as fora da sua jurisdição faz-se ao ab rigo de parce rias e alianças. N o caso da pirataria, e sta aconte ce principalme nte e m áre as cujo Estado sob e rano te m fraco controlo do se u te rritório. A ope ração A talanta da U nião Europe ia na S omália é um e xe mplo do possíve l contrib uto para o incre me nto da se gurança no mar.

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23 e no conce ito de ação militar. N o e ntanto o C EM faz tamb ém um e nquadrame nto das ame aças e xiste nte s.

P ara além das ame aças acima me ncionadas, o C EM re fle tindo o se u caráte r militar, re fe re tamb ém a pe rsistência das ame aças de tipo conve ncional, e m te rritórios de outros Estados; a propagação de formas de comb ate assimétrico, se ndo e xpe ctáve l que e sta ame aça se manife ste principalme nte além-fronte iras; a fragilização de Estados, que irá ce rtame nte afe tar a se gurança, a e conomia ou o modo de vida nas re giõe s vizinhas; os fluxos migratórios ile gais, que pode rão constituir, principalme nte , um risco de pande mias e outros riscos sanitários; e as disputas pe lo controlo de re cursos naturais (M D N , 2014, p. 8-16).

A todas e stas ame aças é transve rsal a ne ce ssidade de te r um siste ma de vigilância e monitorização ade quado e e m te mpo re al, que pe rmita re sponde r de forma e ficaz e e ficie nte . P or isso, o conhe cime nto do que se passa no mar é fundame ntal para que haja um aviso ou ale rta ante cipado para pote nciais ame aças.

N o que toca ao C EN , as ame aças que são e nunciadas vão no se guime nto dos docume ntos ante riore s, e spe cificando os ataque s ao te rritório nacional ou a um país aliado, a pe rturb ação da orde m constitucional de mocrática, as crise s e os conflitos dos paíse s acolhe dore s da diáspora portugue sa e as açõe s adve rsas que impe çam a circulação inte rte rritorial nacional (EM A , 2015, p. 2.4).

Re lação e ntre as atividade s marítimas e as ame aças 2.3

A maior parte das atividade s que de corre m no nosso e spaço marítimo não se constitue m como uma ame aça, mas não que r isto dize r que se possam de scurar as me didas de vigilância. M uito pe lo contrário, é quando a autoridade no mar e stá ause nte ou fragilizada que e stas ame aças se mate rializam (C ajarab ille , 2009, p. 107), e por isso é pre ciso mante r um níve l de conhe cime nto situacional marítimo e le vado, te ntando se mpre e star um passo à fre nte para ante cipar e contrariar quaisque r te ntativas de práticas de atividade s ilícitas.

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não autorizadas (Ânge lo, 2015, p. 99). À prime ira vista pode pare ce r que a poluição marinha, a pe sca ile gal e as atividade s cie ntíficas não re pre se ntam uma grande ame aça para a salvaguarda do inte re sse nacional, mas no e ntanto re pre se ntam uma ame aça b astante séria para a b iodive rsidade , para a suste ntab ilidade , para o amb ie nte e para os inte re sse s nacionais, e não pode m se r e ncaradas com le viandade , porque indire tame nte irão afe tar o b e m-e star da socie dade .

O tráfico de e stupe facie nte s e de armas, conve ncionais ou de de struição massiva, são muito difíce is de se re m de te tados pois são dissimulados no navio que os transporta. P ara além de que o navio pode se r de qualque r tipo, de sde os grande s cargue iros conte ntorizados a e mb arcaçõe s de pe sca, ou até me smo pe que nos ve le iros. “A vigilância te m de ab range r todo o tipo de atividade s porque as ame aças pode m vir de qualque r lado, me smo o mais ine spe rado” (Rodrigue s, 2014, p. 220). P or isso, a colab oração e ntre agências é tão importante , na me dida que proporciona um aviso ante cipado para e stas ame aças.

Q uanto à pe sca ile gal e às atividade s cie ntíficas não autorizadas e stas não pade ce m das me smas dificuldade s re lacionadas com os tráficos porque são e mb arcaçõe s e spe cializadas e por isso mais facilme nte controladas. N o e ntanto, as pe que nas e mb arcaçõe s de pe sca, por não te re m ob rigação de re portar a sua posição, e por se re m mais dificilme nte de te tadas pe los se nsore s e m te rra (C ândido, 2011, p. 15) pode rão re pre se ntar uma pre ocupação de se gurança no que toca à prática de atos ilícitos (Ânge lo, 2015, p. 98).

A organização da M arinha P ortugue sa para faze r face às ame aças 2.4

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25 2.4.1 Funçõe s da M arinha

A D e fe sa M ilitar e A poio à P olítica Exte rna é o que de fine a M arinha como um dos ramos das Forças A rmadas, focando-se e sse ncialme nte na de fe sa da inte gridade te rritorial de P ortugal, ou se ja a de fe sa das suas fronte iras. M ais e spe cificame nte , uma das tare fas atrib uídas a e sta função é a de de fe sa militar própria e autónoma, que inclui a dissuasão militar como forma de agir. A M arinha atua aqui como garante da sob e rania e inde pe ndência de P ortugal no mar, asse gurando, com a pre se nça de unidade s navais nas águas nacionais, que os atore s pe rpe tuadore s de atividade s ilícitas se jam de movidos da prática das me smas. N o que toca ao A poio à P olítica Exte rna, a tare fa de prote ção dos inte re sse s nacionais e a diplomacia naval pe rmite a ope ração da A rmada além-fronte iras por forma a impe dir que ame aças como a pirataria che gue m ao te rritório nacional, ou que afe te m dire ta ou indire tame nte a nação (EM A , 2015, p. 3.2).

Enquanto a função ante rior se focava no e xte rior do te rritório e na de fe sa das suas fronte iras, a função de S e gurança e A utoridade do Estado, indica quais as ope raçõe s que a M arinha pode e de ve e xe cutar de ntro do te rritório nacional. P or um lado de ve garantir a se gurança marítima no âmb ito da prote ção e salvaguarda da nave gação, e por outro, de ve tamb ém re alizar ope raçõe s de vigilância, de fiscalização e contrib uir para as atividade s da A M N . Esta função é o suporte da ação da M arinha no comb ate aos ilícitos marítimos, dos vários tipos de tráfico à poluição, passando pe las atividade s de pe sca ile gais (EM A , 2015, p. 3.3).

2.4.2 C apacidade s ge néticas

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26

com e ste níve l de amb ição foi de finido um D ispositivo N aval P adrão para o te rritório nacional.

M as para de finir e ste dispositivo importa prime iro pe rce b e r qual o ob je tivo do me smo. Foi por volta do início dos anos 90 que a M arinha P ortugue sa de cidiu e dificar as suas forças e m virtude das capacidade s que e stas proporcionariam, ao invés do até à data, que e rigia o se u siste ma de forças e m função da ame aça. C omo as ame aças, com o passar do te mpo, se tornaram mais difusas, ince rtas e de nature za variada, o custo ne ce ssário para lhe s faze r face se ria muito e le vado, por isso uma alte ração na conce ção do siste ma de forças e ra ne ce ssária (C ajarab ille , 2002, p. 22).

A ab ordage m por capacidade s foca-se e m re sponde r ao “como” é que as forças opositoras irão agir, pode ndo te r duas variante s: uma orie ntada para as missõe s, e outra, orie ntada para os re cursos, se ndo que a constituição do siste ma de forças irá se r função da e ficácia com que se pre te nde cumprir as missõe s atrib uídas e dos re cursos disponíve is (C ajarab ille , 2002).

P e de -se e ntão à M arinha P ortugue sa que te nha as capacidade s: de C omando e C ontrolo N aval (C 2), O ce ânica de S upe rfície , S ub marina, de P roje ção de Força, de Gue rra de M inas, O ce anográfica e H idrográfica, de A poio à A M N , de A poio ao D e se nvolvime nto e B e m-e star, de C oope ração e A ssistência M ilitar, Re se rvas de Gue rra e , P atrulha e Fiscalização (M D N , 2014a).

P ara e ste trab alho inte re ssa apontar que no âmb ito do e xe rcício da sob e rania, jurisdição e re sponsab ilidade s nacionais (missão das Forças A rmadas),mais e spe cificame nte para a vigilância e controlo, incluindo a fiscalização e o policiame nto aére o, dos e spaços de sob e rania e jurisdição nacional, concorre m, no ramo da M arinha, os me ios das capacidade de C 2, O ce ânica de S upe rfície , S ub marina e , P atrulha e Fiscalização (M D N , 2014a).

Em te rmos práticos, e xiste m cinco zonas marítimas (A çore s, M ade ira, N orte , C e ntro, e S ul) e a cada uma de las e stão atrib uídas, pe rmane nte me nte , unidade s navais.

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27 uma lancha de fiscalização fluvial e porve ntura mais um navio de patrulha; na da M ade ira e ncontra-se um navio patrulha ou navio b alizador; e na Zona M arítima dos A çore s uma corve ta ou um navio de patrulha oce ânico. É ainda atrib uído uma corve ta ou um navio de patrulha oce ânico, mais um de re se rva, à Re gião de B usca e S alvame nto de L isb oa por forma a cumprir com as re sponsab ilidade s ne ste âmb ito (M arinha, s.d.). N o contine nte o dispositivo é constituído principalme nte por navios que incide m a sua atividade na zona coste ira, contando no e ntanto com um navio de maior e nve rgadura (corve ta ou navio de patrulha oce ânico) para missõe s mais distanciadas de costa,nome adame nte noe mpre goe m missõe s de B usca e S alvame nto.

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C omo de monstrado no capítulo ante rior, e xiste um grande núme ro de navios no mar a re alizar as mais dive rsas atividade s, junto a costa ou e m alto mar, e m trânsito ou a pairar, criando-se por ve ze s situaçõe s de risco para a nave gação e porve ntura com conse quências para o amb ie nte . A ssim, pode mos carate rizar o amb ie nte marítimo como se ndo b astante dinâmico, por e star e m constante mudança, pode ndo dar orige m a várias situaçõe s de pe rigo ou até me smo a mate rialização de uma qualque r ame aça. Tal como o Estado garante a se gurança e m te rra, cab e tamb ém ao Estado coste iro garantir a se gurança no mar, vigiando e fiscalizando as suas águas marítimas e construindo simultane ame nte um panorama da supe rfície .

D a ne ce ssidade de se te r um panorama marítimo e sclare cido, sab e ndo e m qualque r altura quantas e mb arcaçõe s e stão no mar, onde e stão, para onde vão, e o que e stão a faze r, surge o conce ito de C onhe cime nto S ituacional M arítimo (C S M ).

O C S M se rvirá como b ase para suste ntar a ne ce ssidade de re colha e tratame nto da informação para criação dum panorama marítimo. N o e ntanto, para a e dificação do me smo contrib ue m várias e ntidade s e siste mas, e por isso, por forma a me lhor e struturar o pe nsame nto, ne ste capítulo irá se r analisado o conce ito de C S M , se ndo e studadode se guida as várias e ntidade s nacionais e re spe tivos siste mas que contrib ue m para o panorama marítimo, e tamb ém as e ntidade s inte rnacionais que têm um pape l importante na construção do quadro situacional. P or último, irá se r fe ita uma análise dos vários siste mas e vão se r apontadas as vulne rab ilidade s dos me smos para, no capítulo se guinte pode re m se r ide ntificados os aspe tos que pode rão dissipar e stas lacunas.

C onhe cime nto S ituacional M arítimo 3.1

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31 Esta capacidade pre te nde , de forma siste mática, agre gar informação re colhida de várias fonte s por forma a “criar conhe cime ntoe ide ntificar padrõe s de comportame ntos da comunidade marítima, que pe rmita, de forma automática, ge rar ale rtas e de se ncade ar as açõe s atine nte s,aprofundando o e mpe nhame nto colab orativo,de modoa aprontar capacidade s modulare s e criar sine rgias de e xploração ope racional”, para que se atue de forma oportuna, pre cisa e e ficaz, minimizando os riscos e re ntab ilizando o e mpre go de re cursos. A supe rioridade de informação nos e spaços marítimos, conse guida através de um proce sso que asse nta na aquisição de dados, no de se nvolvime nto de e le me ntos de informação e na criação de conhe cime nto, dá uma vantage m pote ncial ao Estado coste iro e m re lação aos de mais inte rve nie nte s, re sultando numa tomada de de cisão mais suste ntada (EM A , 2012, pp. 2-1 – 2-3).

C omo tal, foram de finidos, para a aplicação ope racional do conce ito de C S M , os ob je tivos se guinte s (EM A , 2012, pp. 3-7 – 3-8):

 Re colha de dados contínua e fide digna de modo a produzir informação sob re o domínio marítimo no Espaço Estratégico de Inte re sse N acional P e rmane nte (EEIN P )

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, que r através de me ios e se nsore s próprios, que r e m coope ração com outras e ntidade s nacionais e inte rnacionais;  O e studo das condiçõe s amb ie ntais para apoio às ope raçõe s;

 A de te ção, ide ntificação e análise de toda e qualque r atividade ilícita;  O de se nvolvime nto de mode los de pre visão e de análise dos padrõe s

de comportame ntos da comunidade marítima que pe rmitam, de forma automática, ge rar ale rtas e de se ncade ar as açõe s atine nte s;

 O apoio a toda e qualque r ope ração no âmb ito da e xe cução das funçõe s e tare fas atrib uídas à M arinha.

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P ara a análise de informação e criação de conhe cime nto, torna-se importante , ne sta altura, re alçar o facto que o C S M toma uma forma multidime nsional, pode ndo o conhe cime nto se r dividido nas três dime nsõe s se guinte s (EM A , 2012, pp. 3-2 – 3-3):

 Física, que inclui a supe rfície do mar, a coluna de água e o le ito marinho, a te rra adjace nte e o e spaço aére o e e spacial circundante . N e ste caso e spe cífico, te ndo e m vista as funçõe s da M arinha, o e spaço físico se rá se mpre o EEIN P e rmane nte ou C onjuntural;

 V irtual, que e nvolve os dados ge rados a partir dos se nsore s, os siste mas de informação e as re de s de distrib uição de informação que pe rmite m que se e fe tue o ciclo comple to da criação de conhe cime nto;

 H umana, que compre e nde os e le me ntos sociais, morais e cognitivos e sse nciais à ação do home m ne ste âmb ito. Esta dime nsão é e xtre mame nte importante porque pe rmite a e volução do siste ma e o se u me lhorame nto contínuo, através principalme nte das liçõe s ob se rvadas.

Figura 5 - D ime nsõe s do C S M .

Referências

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