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Tribunal de Contas da União

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Academic year: 2022

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Tribunal de Contas da União

Dados Materiais:

Acórdão 20/97 - Segunda Câmara - Ata 03/97 Processo TC 425.040/93-3

Responsável: Milton José Toniazzo (ex-Prefeito)

Entidade: Prefeitura Municipal de Terra Nova do Norte/MT Relator: MINISTRO ADHEMAR PALADINI GHISI.

Representante do Ministério Público: Dr. Paulo Soares Bugarin Unidade Técnica: SECEX/MT

Especificação do "quorum":

Ministros presentes: Bento José Bugarin (na Presidência), Adhemar Paladini Ghisi (Relator), Iram Saraiva e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.

Assunto:

Recurso de Reconsideração

Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos relativo a Recurso de Reconsideração interposto contra o Acórdão 045/95-2ª Câmara, retificado pelo 215/96-TCU-2ª Câmara que julgou irregular a Tomada de Contas Especial instaurada ante a omissão do dever de prestar contas dos recursos de "royalties", recebidos no exercício de 1992, pela Prefeitura Municipal de Terra Nova do Norte/MT e em débito o Sr. Milton José Toniazzo, ex-Prefeito daquela municipalidade.

Considerando a controvérsia instalada nos autos sobre a quem deveria ser responsabilizado pela apresentação da prestação de contas;

Considerando que a realização de novas diligências ou mesmo de inspeção, com vistas a esclarecer a controvérsia existente nos autos, trará apenas prejuízos ao Erário Federal;

Considerando a imaterialidade das importâncias envolvidas; e Considerando que o Erário Municipal já foi recomposto pelo recolhimento da importância pelo Sr. Milton José Toniazzo aos cofres da municipalidade;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão 2ª Câmara, com fundamento nos arts 1º, inciso I, 18 e 33 todos da Lei nº 8.443/92, e art. 153, §§ 4º e 5º c/c o art. 169,

parágrafo único, do Regimento Interno, em:

a) conhecer do presente recurso, por tempestivo, para, no

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mérito, dar-lhe provimento, tornado insubsistente o Acórdão 045/95-2ª Câmara, retificado pelo 215/96-TCU-2ª Câmara;

b) julgar regulares com ressalvas as presentes contas, dando quitação ao Sr. Milton José Toniazzo;

Ementa:

Tomada de Contas Especial. Royalties. Prefeitura Municipal de Terra Nova do Norte MT. Recurso de Reconsideração contra acórdão que julgou irregulares as contas e em débito o responsável pela omissão na prestação de contas. Controvérsias no processo quanto ao responsável pela prestação de contas e imaterialidade dos recursos.

Recolhimento do débito. Provimento. Insubsistência do acórdão recorrido. Contas regulares com ressalva.

Data DOU:

25/02/1977

Página DOU:

3484

Data da Sessão:

06/02/1997

Relatório do Ministro Relator:

GRUPO I - Classe I - Segunda Câmara TC 425.040/93-3

Natureza: Recurso de Reconsideração interposto em processo de Tomada de Contas Especial

Responsável: Milton José Toniazzo (ex-Prefeito)

Ementa: Recurso de Reconsideração interposto contra o Acórdão 045/95-2ª Câmara, retificado pelo 215/96-TCU-2ª Câmara que julgou irregular a Tomada de Contas Especial e em débito o Responsável.

Conhecer do presente recurso para, no mérito, dar-lhe provimento, tornando insubsistente o Acórdão recorrido. Julgar regulares com ressalvas as presentes contas, com quitação ao responsável.

Cuidam os autos de Recurso de Reconsideração interposto contra o Acórdão 045/95-2ª Câmara, retificado pelo 215/96-TCU-2ª Câmara que julgou irregulares a Tomada de Contas Especial instaurada ante a omissão do dever de prestar contas dos recursos de "royalties", recebidos no exercício de 1992, pela Prefeitura Municipal de Terra

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Nova do Norte/MT e em débito o Sr. Milton José Toniazzo, ex-Prefeito daquela municipalidade.

2. Argumenta o responsável que "o atual Prefeito FERNANDO BARROS que é arquiinimigo político do Recorrente_com o escopo deliberado de prejudicá-lo alegou '...não haver condições materiais para elaborar o Demonstrativo de Receita e Despesa em razão de inexistência, nos arquivos daquela Prefeitura, da documentação hábil para tal". (grifo do original).

3. Continuando afirma: "Destarte, tendo em conta que é totalmente impossível qualquer acesso do Recorrente ao Paço Municipal para provar e demonstrar que a documentação lá se encontra, outra alternativa não resta ao Recorrente senão 'recolher aos cofres municipais' a importância de R$ 1.494,28".

4. Considerando, assim, que recolheu o valor do débito, requer o recorrente:

"a) RECONSIDERAR a decisão que julgou irregulares as contas dos recursos do Fundo Especial relativa ao ano de 1992, uma vez que não é justo seja o Recorrente prejudicado por ato de vindita

pessoal e inimizade política capital do atual Prefeito;

b) DECLARAR EXTINTO o vertente feito, em virtude do pagamento voluntário efetuado pelo Recorrente, como já frisado.

5. A Unidade Técnica, em pareceres uniformes, "considerando o fato de que não se justifica a impossibilidade aludida de acesso à documentação em tela por questões políticas e considerando ainda o recolhimento da quantia devida", propõe conhecer do presente recurso de reconsideração para, no mérito, dar-lhe provimento parcial, dando-se quitação ao responsável.

6. O Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta da Unidade Técnica. É o Relatório.

Voto do Ministro Relator:

Ponho-me de acordo com as conclusões da Unidade Técnica, endossada pelo Ministério Público, quando afirmam que as alegações do

responsável de que questões políticas o impediram de apresentar a prestação de contas dos recursos e o simples recolhimento do débito não o isenta da responsabilidade que lhe fora atribuída. Entendo necessário, no entanto, tecer os seguintes comentários.

2. De pronto, transcrevo o art. 2º ("caput")da Resolução/TCU 229, de 27.10.87, que dispunha, à época destas contas (1992), sobre a aplicação, fiscalização e comprovação dos recursos oriundos de

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"royalties", para, em seguida, trazer aos meus Pares um breve histórico sobre os fatos acontecidos até o julgamento destas Contas:

"art. 2º As prestações de contas anuais a que se refere o artigo anterior serão encaminhadas, até o último dia do mês de março do exercício seguinte, à Inspetoria-Regional de Controle Externo do Tribunal de contas da União no respectivo Estado, e conterão Demonstrativo de Receita e Despesa assinado pelo Ordenador e pelos responsáveis dos setores financeiros e contábil, devendo nele constar:" (grifei)

...

3. Observando o dispositivo acima reproduzido, a SECEX/MT, verificando que a gestão do Sr. Milton José Toniazzo junto à Prefeitura terminara em 31/12/92, acertadamente, solicitou, por meio do Ofício IRCE/MT nº 02/93, de 20 de abril de 1993, ao seu sucessor na Prefeitura, Sr. Fernando Barros, que assumira o cargo em 1º de janeiro de 1993, que encaminhasse a prestação de contas relativas ao exercício de 1992.

4. Em resposta, o Sr. Fernando Barros, por meio do Ofício nº 150/GP/93, de 23 de abril de 1993, informou que ao assumir a prefeitura constatou "várias irregularidades na administração anterior", dentre as quais, não foi encontrada a documentação do Fundo Especial, o que o impossibilitou de prestar contas desse recursos. Esclareceu, outrossim, que o Município denunciou o ex-prefeito ao Poder Judiciário sobre o desmazelo em que se encontrava o Poder Executivo.

5. A Unidade Técnica, com fundamento em julgado desta Corte, acolheu como verdadeiros os fatos narrados pelo Sr. Fernando Barros, e considerando a impossibilidade material de ser apresentada a prestação de contas, promoveu a citação do Sr. Milton José Toniazzo.

6. Revel o Sr. Milton, os presentes autos foram convertidos em tomada de contas especial, julgada irregular e em débito o

responsável, consoante Acórdão nº 045/95-TCU-2ª Câmara, retificado pelo nº 215/96-2ª Câmara.

7. Inconformado, vem este aos autos, e afirma exatamente o contrário do que afirmara o Sr. Fernando Barros: que este não apresentou a prestação de contas por questões políticas e "com o escopo deliberado de prejudicá-lo", além de não permitir o acesso do "Recorrente ao Paço Municipal para provar e demonstrar que a documentação lá se encontra".

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8. A boa doutrina e a jurisprudência são unânimes ao afirmar que o ônus da prova incumbe a quem diz, ou afirma, ou age. Nesse sentido, verifico que nenhum dos Prefeitos trouxeram provas aos autos demonstrando a veracidade de suas afirmativas.

9. Não posso, sob pena de estar violando tal princípio,

acolher como verdadeira a afirmativa do Sr. Fernando Barros. Não obstante o julgado desta Corte, utilizado como antecedente pela Secretaria, compreendo que a simples declaração expressa do prefeito sucessor não é suficiente para isentá-lo de

responsabilidade pela apresentação das contas. Entendo que este, mais do que declaração expressa, teria perfeitas condições de demonstrar o destino dado aos recursos, se gastos em benefício da comunidade ou desviados em proveito do antecessor. Para isto, bastaria promover-lhes o rastreamento, mediante a obtenção de extratos bancários e verificação dos beneficiários dos cheques emitidos.

10. Já o Sr. Milton José Toniazzo, poderia, também, ter

demonstrado o cerceamento, por parte do seu sucessor, no acesso à documentação ora questionada, apresentando prova escrita da restrição alegada.

11. Instalada está, por conseqüência, a controvérsia entre as afirmativas de ambos, pois, repetindo, verifico inexistirem nos

autos provas que demonstrem a sua veracidade o que me impossibilita firmar a convicção sobre a responsabilidade de um ou do outro.

Desse modo, novas providências seriam necessárias para o regular deslinde deste processo.

12. Diante desses fatos, não me restaria outra alternativa

para o saneamento do processo, senão a promoção de novas diligências ou, melhor ainda, determinar a realização de inspeção junto à Prefeitura com o objetivo de esclarecer a dúvida levantada nos autos e, dependendo do resultado, realizar novamente a citação do Sr. Fernando Barros.

13. Acontece que os valores já foram recolhidos pelo Sr.

Milton José Toniazzo, e a adoção de outras providências, com vistas ao saneamento do processo, apenas trará maiores prejuízos ao Erário.

14. Desse modo, mesmo considerando os demais efeitos do julgamento pela irregularidade destas contas - aplicação de multa e inelegibilidade dos responsáveis - estou certo, motivado pela imaterialidade da importância envolvida, e, por isso mesmo, amparando-me no princípio da proporcionalidade da pena, que o

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julgamento pela regularidade com ressalvas, seguindo o que preceitua o art. 153, §§ 4º e 5º c/c art. 169, parágrafo único, do Regimento Interno, seria a melhor solução dada a este processo, no estágio em que se encontra.

Ante o exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto ao Colegiado.

Indexação:

Tomada de Contas Especial; Royalties; Prefeitura Municipal; Terra Nova do Norte MT; Recurso de Reconsideração;

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