Quatro
Estações
DARLAN TORRES GISELE PORTES
Quatro
Estações
Quatro Estações
Aldravipeias de
Darlan Torres & Gisele Portes
1ª Edição
Copyright © 2019
Todos os direitos reservados à Darlan Torres & Gisele Portes.
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TORRES, Hélio Darlan Martins, PORTES, Gisele.
Quatro Estações. Aldravias.
Aldravipeias primavera, verão, outono, inverno.
Gênero: Poesia minimalista.
Belo Horizonte/MG;
Medianeira/PR: 2019; 1ª Ed.;
100 páginas
1. Literatura Brasileira 2. Aldravias
3. Aldravipeias
Copyright © 2019
©
ÍNDICE TEMÁTICO
Sobre Aldravipeia Página 5 à 7 Aldravias primavera Página 11 à 30 Aldravias verão Página 33 à 51 Aldravias outono Página 54 à 73 Aldravias inverno
ALDRAVIPEIA
Construção poética proposta pela escritora Andreia Donadon Leal, Aldravipeia é
“um conjunto de vinte aldravias temáticas dedicadas a uma palavra que deverá aparecer ou ser aludida em todas as aldravias desse conjunto.”
De acordo com a teoria por ela desenvolvida em 2014,
narrativa, mas de uma nova formulação de texto que utiliza um conjunto definido de uma forma poética específica - a aldravia -, colocando em destaque um conceito, um nome, um lugar, um sentimento, uma sensação;
explorando a polifonia, isto é, a multidão de sentidos que explodem de cada palavra de uma língua.”
Após apresentar brilhante
poema autônomo e que assim deve permanecer, mesmo dentro de um conjunto que caracterize uma Aldravipeia.
De mansinho, o sol ilumina a flora, os pássaros se alegram em cantos diversos que ao poeta inspira versos enquanto as flores se acordam; umas mais belas, outras mais
Primavera
Aldravipeia
I
entre flores
e borboletas
amor floresce
II
são atores
engrandecedores d’amor
os beija-flores
III
primavera d’amor
em mim floresceu coração
IV
quiçá primaveras
tens amor
de hera
V
ela é flor
na minha primavera
VI
sejas multicolor
pois cinzas murcham
flores
VII
findado inverno
em teus braços primevero
VIII
sangra coração
envolto nos espinhos
florais
IX
primavera traz você florida
pra mim
X
tantas primaveras
vividas tantos amores
vívidos
XI
primavera oferece
flores em diversas
cores
XII
uma flor
na primavera lembra-me
ela
XIII
você em mim primavera
sem fim
XIV
vivo primaveras
febris sem amor deveras
XV
pássaros cantam borboletas
dançam anunciando
primavera
XVI
quisera ter na primavera
sorriso dela
XVII
amar só na primavera
muito alitera
XVIII
primavera a primazia
das quatro estações
XIX
noites de primavera
flores são quimera
XX
na tua quimera
fiz minha primavera
Aldravipeia
Verão
O sol mais presente se faz e provoca em nós a sede d’um mergulho em regatos profundos d’águas doces e cristalinas criando um desejo de férias, praia,
I
meu verão
sem carinho
é frio
II
burburinho veraneios
você afagando-me
o coração
III
noite de verão
você minha inspiração
IV
dia de verão
você minha interação
V
praia e mar
me aguarda
verão
VI
quentura boa mergulhar
teu mar azul
VII
você quente
me ferve
em verão
VIII
de sol verão rouba-me
da escuridão
IX
verão de calor beijos de amor
X
andorinhas não fazem
verão trocam
calor
XI
veranear contigo
à beira-mar
desejo (in)contido
XII
nosso nome
na areia
da praia
XIII
verão é quente
calor paixão
ou amor?
XV
minhas férias contigo
verão em perigo
XVI
oh verão corpo caliente
altiva sensação
XVII
quanto amor
no verão quero viver
XVIII
tenho verão
no corpo
e coração
XIX
desejo queima
feito sol de verão
XX
desejo de verão
dura estação?uma
Aldravipeia
Outono
Noites longas, dias mais curtos, chão forrado...
Passeamos sobre tapetes de folhas - cama das pétalas murchas amareladas caídas em desalinho! É o outono
I
és outono
tu folhas caducas
eu
II
folhas secas vidas curtas
amor fugaz
III
tudo ilusão folhas caídas
ao chão
IV
coração desesperado
desfolha-se jogando-se
em vão
V
outono d’amores
vida cores
me apaixono
VI
que insano paixão d’outono
é monótona
VII
tarde amanhece
cedo anoitece
todo outono
VIII
n’outono escrevo
o que será eterno
IX
tímidas de vida fugaz
flores outonais
X
o outono
é tempo
de renovo
XI
flores outonais
incitam querer
amor contumaz
XII
n’outono posso
ouvir ventos
folha cair
XIII
ventos sopram n’outono
folhas se renovam
XIV
n’outono só sei cair
no sono
XV
ventos sopram
folhas voam tempo
passa
XVI
vivo n’outono
toda paz
do ano
XVII
outono morno transtorno
pro meu entorno
XVIII
de vez
em quando
sou outono
XIX
nas tardes d’outono
ventos sopram
versos
XX
versos d’outono ventando ni’mim
quero felicidade
Aldravipeia
Inverno
Frio ameno ou intenso.
Difícil levantar da cama cedo no inverno gostoso que a todos faz charme e torna elegante.
I
sol de inverno
igual carinho materno
II
n’inverno aqueço-te acarinho-te
com meu calor
III
frio congela minh’alma
saudade queima coração
IV
n’ausência tua minh’alma
nublada sente-se incauta
V
anoiteço outono amanheço
inverno sonho contigo
VI
vicioso inverno ciclo maldoso
em mim
VII
ainda em fogo quero imaginar
inverno
VIII
solidão eterniza
inverno intenso
no coração
IX
um sol tímido aquece
minha esperança
X
dentro de mim inverno
sem fim
XI
inverno me embriaga
d’amor por você
XII
inverno de solidão coração
em desalinho
XIII
ventos frios sopram
ferido coração
gelado
XIV
neve cai frio abraça
o solitário
XV
sem você inverno
lança sono hiberno
XVI
espero frio ameno
tudo quero n’inverno
XVII
n’inverno sofro choro minguo
quero ardor
XVIII
sou sincero
só sou todo inverno
XIX
nas manhãs d’inverno
desejo teus beijos
XIX
beijos n’inverno
é vontade
de felicidade?