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SERVIÇO SOCIAL. Tema: LEGISLAÇÃO DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

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Tema: LEGISLAÇÃO DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

SERVIÇO SOCIAL

SERVIÇO SOCIAL

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Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso sobre Serviço Social Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização

Vera Lúcia Hoffmann Pieritz Andréia Zanluca Denise da Silva Vieira

Joelma Bonetti Juliana Maria Lazzarini

Marines Selau Lopes Silvana Braz Wegrzynovski

Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa Maitê Karly Roeder

Revisão:

Harry Wiese Marcelo Bucci Nélson Dellagiustina

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LEGISLAÇÃO DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

EMENTA

O Código de Ética profi ssional. A Lei de regulamentação da profi ssão:

atribuições profi ssionais e o sigilo profi ssional. O Estatuto da Criança e do Adolescente: as medidas socioeducativas. A Lei das 30 horas para assistentes sociais. A Lei Maria da Penha.

1 CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS

Por: Marines Selau Lopes Caro(a) acadêmico(a)! Você sabe que nosso fazer profi ssional está pautado em princípios éticos e morais. Por conseguinte, vamos lembrar-nos de alguns detalhes muito importantes.

O que é ÉTICA? Vejamos:

Sua defi nição, de maneira geral é pautada em VALORES MORAIS E PRINCÍPIOS SOCIAIS, que contribui para o bom andamento da sociedade, mas NÃO deve ser confundida com lei. A sociedade a conduz através dos seus valores históricos e culturais.

A FILOSOFIA a concebe como uma ciência e cada sociedade a analisa através dos seus valores e princípios morais. Contudo a ética vai muito além dos princípios gerais.

Ela é específi ca em muitas áreas no campo das profi ssões; muitas possuem

seu próprio código de ética, que se caracteriza como um instrumento de

apoio para o profi ssional. A exemplo disso, o assistente social é um profi ssional

que tem seu próprio código de ética. Este código foi aprovado em setembro

de 1947, sendo que a última aprovação se deu em março de 1993.

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Ele traz os princípios fundamentais da profi ssão, as competências dos conselhos federal e regional de serviço social, os direitos, as responsabilidades, bem como as penalidades que os assistentes sociais poderão sofrer caso infrinjam o referido código. Sendo que estas vão desde multa até cassação do exercício profi ssional. Entre outras modifi cações, a 10ª edição do Código de Ética do assistente social, Lei nº 8.662/93 traz alterações introduzidas pela Lei nº 12.317, de 2010, que institui a jornada de trabalho do assistente social em 30 horas semanais, sem redução salarial.

Para saber mais acesse <http://www.

cfess.org.br/arquivos/CEP_cfess-site>.

FIGURA 1 – CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/

CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso em: 6 maio 2013.

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Compreenderam? Esperamos que sim.

2 A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE ASSISTENTE SOCIAL

Por: Marines Selau Lopes Agora, prezado(a) acadêmico(a), vamos ver um pouco mais sobre a Lei que regulamenta a profi ssão do assistente social. Vejamos:

Conforme consta na Lei nº 8.662/1993, que regulamenta o exercício profi ssional do assistente social, só poderá exercê-la quem possuir diploma em curso de graduação em Serviço Social, emitido por instituição de ensino superior existente no país.

O registro no Conselho é condição posta pela referida Lei que regulamenta a profi ssão, como requisito para o exercício da profi ssão de Serviço Social.

Exercer a profi ssão SEM registro signifi ca ilegalidade e se caracteriza infração que pode levar a processo penal.

O assistente social desenvolve suas competências em diversos CAMPOS DE ATUAÇÃO:

• Judiciário.

• Ministério Público.

• Saúde.

• Habitação.

• Empresas.

• Assistência Social,

• entre outros.

Nestes órgãos, ele elabora, implementa, executa e monitora planos,

programas e projetos que sejam da área de atuação do Serviço Social. Também

orienta, encaminha usuários para o acesso de recursos que venham a contribuir

no atendimento e defesa de seus direitos.

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Em seu art. 5º, a referida lei cita as atribuições PRIVATIVAS do Assistente Social, entre elas:

• coordenar;

• planejar;

• assessorar;

• treinar;

• elaborar;

• ocupar cargos e funções da categoria profi ssional.

Outro artigo da referida lei, que merece destaque refere-se às PENALIDADES aplicadas a quem deixar de cumprir o que consta na mesma.

São elas:

• multa no valor de uma a cinco vezes a anuidade vigente;

• suspensão de um a dois anos de exercício da profi ssão ao assistente social que, no âmbito de sua atuação, deixar de cumprir disposições do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta;

• cancelamento defi nitivo do registro, nos casos de extrema gravidade ou de reincidência acintosa.

3 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA

Por: Marines Selau Lopes Prezado(a) acadêmico(a):

Entre a legislação que norteia a atuação profi ssional do assistente social, temos o ECA – o Estatuto da Criança e do Adolescente. Você já o leu e o compreendeu?

O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA foi aprovado em

13 de julho de 1990, pela Lei nº 12.010. Ele substituiu o antigo Código de

Menores, de 1979. O art. 2º afi rma que criança é a pessoa até 12 anos de idade

incompletos e adolescente entre 12 e 18 anos incompletos.

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Na teoria, o ECA veio com o OBJETIVO de garantir que as crianças e adolescentes, até então reconhecidos como meros objetos de intervenção da família e do Estado, passassem a ser tratados como sujeitos de direitos.

Também se pensou no desenvolvimento de uma nova política de atendimento à criança e ao adolescente, com ações desenvolvidas no município e com a participação da sociedade civil. Porém, na atualidade, as desigualdades sociais se intensifi cam e as crianças e adolescentes são as principais vítimas de sua própria família, da sociedade e principalmente do Estado.

Mesmo diante da omissão de quem os deveria proteger, ainda há quem almeja que as normas de cidadania disciplinadas no sistema jurídico deixem de ser apenas afi rmativas legais e passem de fato a ser aplicadas na prática de forma efetiva.

Sabe-se que a lei, mesmo que conhecida sua importância, por si só não altera a realidade social. Conforme cita Digiácomo (2010, p. 2):

O que transforma a sociedade é, na verdade, o efetivo exercício dos direitos previstos na lei, a partir de uma atuação fi rme e decidida daqueles que, de uma forma ou de outra, detém o poder e, por via de consequência, a responsabilidade para criar as condições e os meios indispensáveis ao exercício de tais direitos.

Desta forma, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, busca-se implantar “medidas” que interfi ram de forma positiva nas regras que constam no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Uma questão muito discutida na atualidade e que gera polêmica, diz respeito ao ato infracional cometido por criança ou adolescente. Sendo que o ECA cita como ato infracional “toda conduta que a Lei (Penal) tipifi ca como crime ou contravenção, se praticada por criança ou adolescente”

(DIGIÁCOMO, 2010, p. 157). A terminologia tem por objetivo enaltecer o caráter penal do adolescente em confl ito com a lei.

Conforme foi citado no art. 112 do ECA, verifi cada a prática de ato

infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as

seguintes medidas socioeducativas: “advertência; obrigação de reparar o

dano; prestação de serviço à comunidade; liberdade assistida; internação em

estabelecimento educacional; qualquer uma prevista no art. 101, I a VI do

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ECA” (DIGIÁCOMO, 2010, p. 157).

As medidas socioeducativas de Prestação de Serviço à Comunidade – PSC e a de Liberdade Assistida – LA são cumpridas em serviços específi cos, conforme trata a Resolução n° 109, de 11 de novembro de 2009, que tipifi ca nacionalmente os serviços socioassistenciais. Sendo que este foi denominado

“Serviço de Orientação e Acompanhamento a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade” (Tipifi cação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009). O referido serviço possui vários objetivos conforme traz a tipifi cação, mas em suma, compete a ele, implementar ações socioeducativas com adolescentes autores de ato infracional, que propiciem a estes, a construção de um novo ou diferente projeto de vida, que assegura sua participação na comunidade e na sociedade como um todo.

Já a criança ao cometer um ato infracional, será tratada como tal, sendo ela encaminhada ao Conselho Tutelar para receber medidas protetivas.

Conforme consta no art. 98, as medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis quando os direitos constantes no ECA forem ameaçados ou violados, por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis ou em razão da própria conduta. As medidas de proteção constantes no referido estatuto são: encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade, sendo que essa atribuição compete à autoridade judiciária ou ao Conselho Tutelar, dependendo do nível de intervenção necessária; orientação, apoio e acompanhamento temporário por programas implantados para este fi m, sendo que o programa deve estar cadastrado no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – CMDCA;

matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento ofi cial de ensino fundamental, entretanto nada impede que a medida se estenda para a inclusão das crianças na educação infantil e adolescentes no ensino médio; inclusão em programa comunitário ou ofi cial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;

requisição de tratamento médico, em regime hospitalar ou ambulatorial,

sendo que os referidos programas devem conter etapas e metas a serem

atingidas, com o objetivo de contribuir para emancipação da família; inclusão

em programa ofi cial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

dependentes de substâncias psicoativas; acolhimento institucional, sendo que

este só deve ser realizado em última instância e a permanência da criança ou

adolescente deve ser a mínima possível; inclusão em programa de acolhimento

familiar, esse trata de programa municipal, em que pessoas são preparadas

para que possam acolher crianças e adolescentes sob sua guarda; por último,

mas de grande relevância, é a medida que diz respeito à colocação da criança

e adolescente em família substituta. Esta é preferível que o acolhimento

institucional (DIGIÁCOMO, 2010).

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4 LEI DAS 30 HORAS PARA ASSISTENTES SOCIAIS

Por: Vera Lúcia Hoff mann Pieritz

Caro(a) acadêmico(a)! Você ouviu falar sobre a LEI DAS 30 HORAS para o trabalho dos assistentes sociais brasileiros? Esperamos que sim. Mas vamos lembrar alguns detalhes muito importantes. Vejamos:

FIGURA 2 – LEI DAS 30 HORAS

FONTE: Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/cfessmani- festa2011_luta30h_site.pdf>. Acesso em: 6 maio 2013.

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Na história das lutas de classes da sociedade capitalista, a REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO esteve presente desde as primeiras manifestações e greves de meados do século XIX.

No Brasil do início do século XX, podemos nos lembrar de Everardo Dias, de Pagu e de tantos outros que participavam das lutas dos(as) trabalhadores(as), reivindicando melhores condições de vida e trabalho.

Os(as) trabalhadores(as) poderiam não ter plena consciência da teoria marxista da mais-valia, mas tinham uma certeza: iniciariam seu trabalho no nascer do sol e só retornariam para casa ao anoitecer.

Portanto, lutar pela redução da jornada de trabalho, no mínimo, representava o aumento do tempo livre, mas, acima de tudo, signifi cava limitar a exploração capitalista.

Luta e resistência fazem parte da história da classe trabalhadora brasileira e de todo o mundo.

Na história do Serviço Social brasileiro, a luta por melhores condições de trabalho faz parte da agenda das entidades político-organizativas desde o fi nal dos anos 70 do século passado e, como todas as lutas dos(as) trabalhadores(as). Trata-se de uma pauta permanente.

• Valorização profi ssional

• Aumento salarial

• Condições éticas e técnicas para o exercício profi ssional

• Redução da jornada de trabalho

No ano passado, em Brasília, durante o XIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), assistentes sociais de todos os estados do país marcharam pela Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional, empunhando várias bandeiras de lutas, entre elas a aprovação do PLC 152/2008, que naquele mesmo dia foi aprovado no Senado Federal e, em seguida, no dia 26 de agosto de 2010, recebeu a sanção presidencial.

Deste dia em diante, iniciávamos outra luta, a implementação da Lei nº 12.317/2010.

E sob o lema 30 HORAS AGORA É LEI FEDERAL, animamos a incansável batalha pela garantia do direito de redução da jornada de trabalho de assistentes sociais sem redução de salários.

E outras reivindicações estavam e ainda estão presentes nas LUTAS do Serviço Social.

, em Brasília, durante o XIII Congresso Brasileiro

de Assistentes Sociais (CBAS), assistentes sociais de todos os estados do

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No cotidiano profi ssional, os/as assistentes sociais de várias partes do país, inseridos(as) em diversos espaços ocupacionais, incrementaram as negociações para reduzir a jornada de trabalho e, desta forma, garantir maior qualidade dos serviços prestados à população usuária.

Nossa luta não se restringe a uma reivindicação meramente econômico-corporativa, pois sempre a tratamos como uma pauta tático- estratégica, que faz parte da luta geral da classe trabalhadora.

O OBSERVATÓRIO DAS 30 HORAS está monitorando e registrando, no site do CFESS, as conquistas da categoria em vários órgãos públicos e privados que imediatamente implantaram a nova jornada de trabalho sem redução salarial para assistentes sociais; contudo, também têm chegado ao CFESS informações sobre o descumprimento da Lei nº 12.317/2010.

Neste processo de MONITORAMENTO, recebemos relatos de práticas de assédio moral contra assistentes sociais e os/as profi ssionais começavam a buscar, nos CRESS e junto ao CFESS, orientações para enfrentar o desrespeito à lei das 30 horas.

Em resposta à categoria profi ssional, o conjunto CFESS-CRESS iniciou ações políticas e jurídico-administrativas; entre elas, audiências ministeriais, reuniões parlamentares e manifestações públicas com o objetivo de exigir o respeito ao direito conquistado.

A Confederação Nacional de Saúde, entidade que representa nacionalmente os interesses econômicos das empresas prestadoras de serviços de saúde e planos de saúde, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 4.468, afi rmando que a lei das 30 horas compromete a livre negociação entre patrões e empregados, respectivamente, donos dos hospitais e assistentes sociais.

Mais uma batalha se iniciava e o CFESS decidiu fi gurar como

Amicus Curiae (Amigos da Corte), o que, em linguagem jurídica, signifi ca

poder defender, no Supremo Tribunal Federal (STF), os direitos dos(as)

assistentes sociais brasileiros(as). Outra importante ofensiva teve origem

no próprio governo federal, que, através do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MPOG), expediu uma orientação normativa para o

não cumprimento da lei das 30 horas, pois, equivocadamente, normatiza

que, para reduzir a jornada de trabalho, os/as assistentes sociais deverão

optar pela redução salarial – prova inequívoca do desrespeito à lei.

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As CONDIÇÕES DE TRABALHO do/a assistente social se assemelham às de outros(as) profi ssionais que também têm o direito à jornada reduzida.

Caso dos médicos, que fazem jus à jornada mínima de 2 horas e máxima de 4 horas diárias (art. 8º, ”a”, da Lei nº 3.999, de 15 de dezembro de 1961); dos auxiliares (auxiliar de laboratorista e radiologista), cuja jornada legal é de 4 horas diárias (art. 8º, ”b”, da Lei nº 3.999, de 1961);

dos técnicos em radiologia, que têm jornada de 24 horas (art. 14 da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985) e dos fi sioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que trabalham 30 horas por semana (art. 1º da Lei nº 8.856, de 1º de março de 1994).

A jornada de trabalho de 30 horas semanais tem o OBJETIVO de preservar a saúde e a segurança dos/as trabalhadores/as.

Por isso, A LEI Nº 12.317/2010 DEVE SER CUMPRIDA PARA TODOS/AS OS/AS ASSISTENTE SOCIAIS, independentemente da área em que atuam: Saúde, Assistência Social, Sociojurídica, Previdência, ONGs, setor privado e muitas outras.

Os/as profi ssionais estão expostos/as a situações cotidianas de jornadas extenuantes e alto grau de estresse, decorrentes das pressões sofridas no exercício de seu trabalho junto à população submetida a situações de pobreza e violação de direitos.

Por esse motivo, a redução da carga horária semanal do/a assistente social sem perda salarial é uma CAUSA JUSTA e impacta principalmente na qualidade dos serviços prestados aos/às usuários/as do Serviço Social.

[...]

Recordemos uma antiga lição:

“Os proletários nada têm a perder senão os seus grilhões. Têm um

mundo a ganhar” (MARX, 1848).

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FONTE: Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/cfessmanifesta2011_luta30h_

site.pdf>. Acesso em: 6 maio 2013.

“A redução da carga horária semanal do/a assistente social sem perda salarial é uma causa justa e impacta principalmente na qualidade dos serviços prestados aos(às) usuários(as) do Serviço Social”.

FONTE: <http://www.cfess.org.br/

arquivos/cfessmanifesta2011_luta30h_

site.pdf>. Acesso em: 6 maio 2013.

5 LEI MARIA DA PENHA

Por: Silvana Braz Wegrzynovski

Caro(a) acadêmico(a)! Você ouviu falar sobre a LEI MARIA DA PENHA?

Esperamos que sim. Mas, vamos lembrar alguns detalhes muito importantes.

5.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER E A LEI MARIA DA PENHA

O que é violência doméstica contra mulher? Vejamos:

O tema violência doméstica não pode ser tratado como um fenômeno

social novo. São refl exos construídos ao longo do século, através das questões

culturais e sociais voltadas ao empoderamento da mulher.

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Na nossa cultura, as questões de gênero estão incluídas em uma série de suposições aos papéis masculinos e femininos, que constituem verdades defendidas pelo nosso povo.

A história comprova que a família estava estruturada no modelo patriarcal, através de uma extensão dos vínculos do patriarca com suas amantes e fi lhos ilegítimos. A hierarquia estava baseada no poder da força e no direito à violência.

A violência marcava uma distância entre os sexos que caracterizou a relação homem/mulher, articulada nas imagens do macho – ativo – dominador e fêmea – passiva – dominada. Deste modo foram defi nidos conceitos de feminilidade e de masculinidade, com o homem sendo superior legitimamente violento e a mulher, contrastante, como inferior, bela e desejável, sujeita à dominação absoluta.

FONTE: WEGRZYNOVSKI, Silvana Braz. A realidade da violência doméstica com mulheres em Indaial/SC. [monografi a]. Orientador: Luiz Carlos Chaves. Florianópolis: 2011.

Segundo a defi nição da Assembleia Geral das Nações Unidas na Declaração sobre a Eliminação da Violência contras as Mulheres, de dezembro de 1993, “consiste em toda a manifestação de relação de poder que, historicamente, vem conduzindo à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e impedindo o pleno avanço das mulheres”.

Também em 1993, a Organizações das Nações Unidas (ONU), na Conferência das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, declarou que a violência contra as mulheres constitui-se em violação de diretos humanos.

Em 1994, na convenção de Belém do Pará – Convenção Interamericana

para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra Mulher, adotada pela

Organização dos Estados Americanos (OEA), foi reconhecido como violência

contra mulher.

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“Qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada” (OEA, 1994).

FONTE: Assembleia Geral das Nações Unidas na Declaração para a Eliminação da violência contra as Mulheres, de dezembro de 1993.

No Brasil, a violência contra a mulher, conforme a Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres é considerada:

Toda e qualquer conduta, ação ou omissão, de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo fato da vítima ser mulher, causadora de dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial, podendo ocorrer em espaços públicos ou privados. Por outro lado, considera-se a violência sofrida pela mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição como de gênero (SPM, 2004).

FONTE: BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres. Brasília: SPM, 2004.

FIGURA 3 – LEI MARIA DA PENHA

FONTE: Disponível em: <http://monaemulher.blogspot.com.

br/p/lei-maria-da-penha-nao-depende-de_11.html>. Acesso em: 27 maio 2013.

No Brasil, a violência contra mulher vem ganhando visibilidade com a

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aprovação da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, chamada “Lei Maria da Penha”, uma homenagem para a mulher que se tornou símbolo pela resistência à violência sofrida por parte de seu ex-esposo.

Para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (2007) a lei acima citada responsabiliza, no capítulo das disposições gerais, o Poder Executivo dos estados, dos municípios e da União, quanto à criação de serviços de atendimento à mulher com seus direitos violados, que são os Centros de Referência à Mulher e seus Dependentes, Abrigos, Defensoria Pública, Serviço de Saúde, Instituto Médico Legal, Centro de Reabilitação para Agressores.

A Lei tem por objetivo modifi car as relações entre mulheres vítimas de violência doméstica e de seus agressores, sendo necessários agilizar os mecanismos de implementação através dos dispositivos legais de responsabilidade de cada Poder, que consistem em garantir o acesso à Justiça e prevenir a violência. A lei busca a equidade entre os seres humanos e é neste sentido que se acredita ser possível garantir os direitos humanos das mulheres.

Despertar a consciência social sobre a gravidade da violência conjugal e o controle social sobre o Estado para que ocorram as mudanças e a criação e manutenção de políticas públicas para que as mulheres possam alcançar a igualdade de gênero.

Conhecendo Maria da Penha:

Maria da Penha é biofarmacêutica cearense. Foi casada com o professor universitário Marco Antônio Herredia Viveros. Em 1983, ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.

Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a

denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro

do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu oito anos depois

dos crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o

julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado a dez

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anos de reclusão, mas conseguiu recorrer.

Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justifi cativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveros só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão.

O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então se reuniu para defi nir um anteprojeto de lei defi nindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, como também prestar assistência às vítimas.

Em setembro de 2006, a Lei nº 11.340/06, fi nalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada como um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

FONTE: Disponível em: <http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha>. Acesso em: 15 maio 2013.

Acesse a Lei nº 11.340/06 em: <http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2006/lei/l11340.htm>.

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5.2 TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

O art. 7° da Lei Maria da Penha defi ne as formas de violência doméstica e familiar contra mulher:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que confi gure calúnia, difamação ou injúria.

FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/

lei/l11340.htm>. Acesso em: 27 maio 2013.

Então:

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A violência doméstica contra a mulher, segundo a Lei Maria da Penha, não se restringe somente às agressões físicas ou às sexuais, mas envolve também as psicológicas, morais e patrimoniais.

Acesse o site: <http://www.youtube.com/

watch?v=8G9Ddgw8HaQ>.

FIGURA 4 – LIGUE 180

FONTE: Disponível em: <https://sistema3.planalto.gov.br//spmu/at- endimento/central.htm>. Acesso em: 27 maio 2013.

As principais mudanças da Lei Maria da Penha:

QUADRO 1 – MUDANÇAS DA LEI MARIA DA PENHA

ANTES DA LEI MARIA DA PENHA DEPOIS DA LEI MARIA DA PENHA Não existia lei específi ca sobre a

violência doméstica.

Tipifi ca e defi ne a violência doméstica e familiar contra a mulher e estabelece as suas formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

Não tratava das relações entre pessoas do mesmo sexo.

Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de orientação sexual.

Nos casos de violência, aplica- se a Lei nº 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, onde só se julgam crimes de "menor potencial ofensivo" (pena máxima de dois anos).

Retira desses Juizados a competência para julgar os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher.

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Esses juizados só tratavam do crime.

Para a mulher resolver o resto do caso, as questões cíveis (separação, pensão, guarda de fi lhos) tinha que abrir outro processo na vara de família.

Serão criados Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com competência cível e criminal, abrangendo todas as questões.

Permite a aplicação de penas pecuniárias, como cestas básicas e

multas. Proíbe a aplicação dessas penas.

A autoridade policial fazia um resumo dos fatos e registrava num termo padrão (igual para todos os casos de atendidos).

Tem um capítulo específi co prevendo procedimentos da autoridade policial, no que se refere às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

A mulher podia desistir da denúncia

na delegacia. A mulher só pode renunciar perante o Juiz.

Era a mulher quem, muitas vezes, entregava a intimação para o agressor comparecer às audiências.

Proíbe que a mulher entregue a intimação ao agressor.

Não era prevista decretação, pelo Juiz, de prisão preventiva, nem fl agrante, do agressor (Legislação Penal).

Possibilita a prisão em fl agrante e a prisão preventiva do agressor, a depender dos riscos que a mulher corre.

A mulher vítima de violência doméstica e familiar nem sempre era informada quanto ao andamento do seu processo e, muitas vezes, ia às audiências sem advogado ou defensor público.

A mulher será notifi cada dos atos processuais, especialmente quanto ao ingresso e saída da prisão do agressor, e terá que ser acompanhada por advogado, ou defensor, em todos os atos processuais.

A violência doméstica e familiar contra a mulher não era considerada agravante de pena. (Art. 61 do Código Penal).

Esse tipo de violência passa a ser prevista, no Código Penal, como agravante de pena.

A pena para esse tipo de violência doméstica e familiar era de seis meses a um ano.

A pena mínima é reduzida para três meses e a máxima aumentada para três anos, acrescentando-se mais 1/3 no caso de portadoras de defi ciência.

Não era previsto o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação (Lei de Execuções Penais).

Permite ao Juiz determinar o comparecimento obrigatório do

agressor a programas de recuperação e reeducação.

O agressor podia continuar

frequentando os mesmos lugares que a vítima frequentava. Tampouco era proibido de manter qualquer forma de contato com a agredida.

O Juiz pode fi xar o limite mínimo de distância entre o agressor e a vítima, seus familiares e testemunhas. Pode também proibir qualquer tipo de contato com a agredida, seus familiares e testemunhas.

FONTE: Disponível em: <http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos>. Acesso em: 27 maio 2013.

(21)

Para aprofundar seu conhecimento, acesse:

<http://www.prrr.mpf.gov.br/arquivos/pgr_cartilha-maria- da-penha_miolo.pdf>.

<http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/

gender/pub/lei%20n.%2011340_maria%20da%20 penha_965.pdf>.

(22)

REFERÊNCIAS

Assembleia Geral das Nações Unidas na Declaração para a Eliminação da violência contra as Mulheres, de dezembro de 1993. Disponível em: <http://direitoshumanos.

gddc.pt/3_4/IIIPAG3_4_7.htm>. Acesso em: 28 maio 2013.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres. Brasília: SPM, 2004. Disponível em: <http://www.spm.

gov.br/>. Acesso em: 28 maio 2013.

BRASIL. Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em: <http://www.

planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 27 maio 2013.

DIGIÁCOMO, Murillo José. DIGIÁCOMO, Ildeara de Amorim. Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado. Curitiba. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 2010.

WEGRZYNOVSKI, Silvana Braz. A Realidade da Violência Doméstica com Mulheres em Indaial.[monografi a]; orientador Luiz Carlos Chaves. - Florianópolis, SC, 2011.

Referências

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