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Didática Geral e na Prática do Ensino de Educação Musical

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Didática Geral e na Prática do Ensino de

Educação Musical

EdiçÃo nº 1 – 2017

Prof ° AnA PAulA CAsCArAni

(2)

Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 C336d Cascarani, Ana Paula.

Didática geral e na prática do ensino de educação musical. / Ana Paula Cascarani. – São Paulo : Know How, 2017.

111 p. : 21 cm.

Inclui bibliografia ISBN

1. Didática. 2. Pratica de ensino. 3. Inclusão. 4. Música.

5. Música inclusiva. I. Título.

CDD 780.7

Coordenação Geral Nelson Boni

Professora Responsável Ana Paula Cascarani

Coordenação de projetos pedagógicos Leandro Lousada

Produção Executiva Hikaro Queiroz

Diagramação Geilson Melo

Capa e projeto gráfico Larissa Cardim

Coordenação de Diagramação Larissa Cardim

Coordenação de Revisão Ortográfica

Julia Kusminsky 1º Edição: 2017

Impressão em São Paulo/SP

(3)

Este livro reúne um material que contemplará temas que vão da Didática Geral à Didática Específica para a prática do ensino da educação musical.

A didática é uma disciplina da área da pedagogia que estu- da a técnica de ensino em seus aspectos práticos e operacionais e seu foco principal são as relações entre as formas e os conteúdos que envolvem o processo de ensino e aprendizagem.

Em termos metodológicos, os temas que compõem esse livro foram organizados em quatro unidades:

Unidade 1: Didática Geral

Unidade 2: Conteúdos operacionais da didática: compo- nentes operacionais do processo ensino-aprendizagem

Unidade 3: Didática para a prática do ensino da educação musical

Unidade 4: Inclusão Escolar e Contribuições da Didática para a Educação Musical Inclusiva

Cada unidade desenvolverá os conteúdos referentes aos te- mas explorando-os na forma de texto, reflexões e indagações te- óricas. Os objetivos específicos de cada unidade serão apresen- tados no início das mesmas e ao final da quarta unidade serão apresentadas as referências bibliográficas que as compuseram.

E assim, quero desejar a todos bons estudos e a continuida- de de um bom trabalho.

Profª. Ana Paula Cascarani

(4)
(5)

Carta ao aluno ... 8

Unidade 01 ... 11

Conceito de didática ... 12

Didática Geral ... 12

Didática Específica ... 13

Desenvolvimento histórico da didática e as tendências pedagógicas no Brasil ... 15

Tendências pedagógicas ... 24

Pedagogia liberal ... 25

Pedagogia tradicional... 25

Pedagogia renovada progressivista ... 25

Pedagogia renovada não diretiva ... 25

Pedagogia tecnicista ... 26

Pedagogia progressista ... 26

Pedagogia libertadora ... 26

Pedagogia libertária ... 26

Pedagogia crítico-social dos conteúdos ... 27

Tendências liberais ... 27

Tendências progressistas ... 28

A didática na formação do educador ... 29

Unidade 02 ... 35

Conteúdos Operacionais da didática ... 36

Processos didáticos básicos: ensino e aprendizagem ... 37

O que ensinar? ...45

A quem ensinar? ...45

Como ensinar? ...46

(6)

Aprendizagem organizada ...48

E o ensino? ...53

O que é o ensino? ...53

A relação: objetivo-conteúdo-método ... 55

Relação professor-aluno ...60

A aula ... 61

Unidade 03 ... 67

Didática para a prática do ensino da Educação Musical ... 68

Objetivo ...68

Unidade 04 ... 91

Inclusão Escolar e Contribuições da Didática para a Edu- cação Musical Inclusiva ... 92

Objetivo ...92

Papel do educador musical na escola inclusiva . ...99

Pib- produto interno bruto ...90

Abordagem pedagógica do educador musical objetiva: 103 Alguns fatores que podem interferir na capacidade de aprender ... 111

Alguns fatores que podem interferir na capacidade de aprender música ... 112

Algumas propostas de educação musical ... 112

Referências ... 112

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Figura 1 https://mvmportuguese.wordpress.

com/2011/01/12/ensinando-gente-que-briga-sem-se-tornar -briguento-2-timoteo-224-26/ ... 12

Figura 2 https://genjuridico.wordpress.com/2013/04/

page/4/. ... 13 Figura 3 (http://genialmentelouco.blogspot.com.

br/2015/07/10-curiosidades-sobre-rousseau.html) ... 17 Figura 4 (http://genialmentelouco.blogspot.com.

br/2015/07/10-curiosidades-sobre-rousseau.html) ... 18 Figura 5 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinri- ch_Pestalozzi) ... 18

Figura 6 (http://herbartfae.blogspot.com.br) ... 19 Figura 7 www.professoras na web.com ... 28 Figura 8 www.mobraltecnologico.blogspot.com.

br/2010/07/educacao-ou-ensino.html?m=1 ... 42 Figura 9 www.almadeeducador.blogspot.com ... 43 Figura 10 http://a-winter-garden.blogspot.com.

br/2011/09/mapa-conceitual-didatica-instrumental

.html?m=1 ...44 Figura 11 http://cuentosehistoriasdelaabuela.blogspot.

com.br/search/label/Infancia%20feliz?m=1 ... 48 Figura 12 https://virgiliotavoracrato.wordpress.com/so- bre/ ...48

Figura 13 http://conceito.de/ensino... 53 Figura 14 http://www.portalescolar.net/2012/01/dia-na- cional-do-livro-didatico-27-de.html?m=1 ... 57

Figura 15 https://professormiguelluciano.wordpress.

com/2014/03/25/periodo-socratico-ou-antropologico-socra-

tes/ ...58

(8)

Caros alunos/ “educadores musicais”

Bem vindos à disciplina de Didática Geral e na Prática do Ensino de Educação Musical.

Convido a todos para fazermos um passeio pela memória e revi- sitarmos nossa primeira escola e a (o) nossa (o) primeira (o) pro- fessor (a). Essa lembrança nos conecta àquele espaço e a alguém que nos abriu a porta para o saber, que nos convidou para entrar e que nos deu a chave para continuarmos abrindo outras portas.

Infelizmente, já é sabido e comprovado por pesquisas recentes que alguns jovens e crianças, aparentemente, não demonstram nenhum sentimento de pertença em relação à escola e ao profes- sor, isso acontece por vários fatores.

Isso tudo nos faz pensar que, não sentir-se pertencente à escola pode ser um sinal de que as relações familiares e sociais possam estar necessitando de cuidados, pois, as relações sociais vividas na escola e na família possibilitam que o indivíduo tenha uma compreensão de seu papel e entendimento de sua posição e in- serção social e, a partir daí, consiga construir a base para ética e respeito ao próximo.

Felizmente, também é sabido que para a criança e para o jovem, a escola é um território que acolhe e que o deixa à vontade para exercitar suas vivências e convivências. É nesse território em que se dão encontros e relações, que são questionadas valores e começa a se construir um projeto de vida.

O sentimento de prazer ou desprazer pela escola está ligado à

qualidade das relações estabelecidas entre todos os envolvidos

no ambiente escolar, principalmente entre professores e alunos.

(9)

cando tenha um desenvolvimento intelectual, emocional, motor e social. Para que isto aconteça, é necessário que a escola seja um ambiente estimulante, seguro, afetivo e educativo.

Philippe Perrenoud (1993), sociólogo suíço, é uma referência essencial para educadores no Brasil, por suas ideias pioneiras sobre avaliação em sala de aula e sobre profissionalização do professor.

Ele diz que uma pedagogia que trata igual àqueles que são di-

ferentes é diferenciadora e, como consequência, produzirá fra-

casso escolar.

(10)
(11)

Unidade 1

Didática Geral

(12)

Unidade 1

Didática Geral

• Conceito de didática

• Desenvolvimento histórico da didática e as tendên- cias pedagógicas no Brasil

• A didática na formação do educador

Conceito de didática

Objetivo

Compreender o que é didática e o que ela representa para a educação.

A palavra “didática” surgiu do grego (techné didaktiké), que se traduz por “arte” ou “técnica de ensinar”.

Portanto, o objeto principal de estudo da didática é o pró- prio ensino.

Didática Geral

A Didática Geral contempla qualquer tipo de ensino para qualquer tipo de aluno.

https://mvmportuguese.wordpress.com/2011/01/12/ensina ndo-gente-que-briga-sem-se-tornar-briguento-2-timoteo- 224-26/

(13)

Didática Específica

É aquela que considera a situação de cada aluno e de cada disciplina e organiza estratégias para favorecer o aprendizado.

http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2016/04/banda-musical-reune-pessoas-com-down-cadeirantes-e-autistas-no- piaui.html(Foto: João Gilberto/Arquivo Pessoal)

Mas, então, todas as pessoas possuem a didática? É algo que todo mundo tem?

Didática é uma palavra bem antiga e muito disseminada e pronunciada quando se refere à transmissão de conhecimentos;

ou seja, quando se quer indicar o ser capaz de ensinar bem.

A partir disso surgiu a necessidade de vincular a didática e seu significado para nortear a atuação daqueles que se dedicam a arte de ensinar e à educação.

É possível que você já tenha vivido ou visto essa cena:

Nossa! A professora de Língua Portuguesa sabe muito, mas não

tem nenhuma didática.

https://genjuridico.wordpress.com/2013/04/page/4/

(14)

Quando se diz que um educador tem didática é porque se reconhece que ele sabe ensinar de modo que todos os alunos aprendam.

É por meio da didática que se pode transformar o conteúdo organizado de uma disciplina em um conteúdo interdisciplinar, multidisciplinar, transdisciplinar transformando-o em conteú- do/ matéria integrado e articulado.

O conteúdo pode ser organizado de forma didática ou não didática.

O educador que tem a noção de didática consegue organi- zar o conteúdo de forma a ser mais compreensível por parte de seu aluno, portanto a didática está diretamente ligada ao pro- cesso de construção do conhecimento, por isso, aproxima teoria e prática privilegiando o instrumental a fim de garantir e obter um processo de ensino-aprendizagem significativo.

Portanto, a didática pertence ao campo da pedagogia que se destina a colocar em prática as estratégias e as formas de ensino que favorecem os processos de aprendizagem, por isso ela está mais ligada aos processos próprios do indivíduo para a construção do conhecimento.

O ato de ensinar é de fundamental importância na forma- ção humana para vivermos em sociedade. Os educadores são agentes e parte integrante do processo educativo no contexto formal; ou seja, aquele que ocorre nas escolas. (Libâneo, 1994).

Para Libâneo (1994), a educação, a instrução e o ensino estão

interligados, mas possuem distinções em suas definições, para ele,

a educação compreende um conceito mais amplo que abrange inter

-relações e influências que caminham para a formação da perso-

nalidade social, sendo esta uma instituição social, enquanto que

a instrução está relacionada ao desenvolvimento das capacidades

cognoscitivas, mediante o domínio de certos conhecimentos e o

ensino são ações, meios, condições para que a instrução aconteça.

(15)

Estas três ações são responsáveis pelo educar, porém pode- se instruir sem educar ou vice-versa, pois, o processo de educar envolve a transformação de informações em conhecimento.

Desse modo, a Pedagogia investiga a educação na socieda- de e a sua inserção na mesma, a Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia porque estuda os modos e condições de realizarmos o ensino e a instrução. (Libâneo, 1994)

O educador, em sua formação profissional, desenvolve e aprimora a didática, pois esta envolve a dimensão técnico-prá- tica que irá representar o trabalho docente; ou seja, a didática é a mediadora entre as dimensões teórico-científica formada de conhecimentos de filosofia, sociologia, história da educação, pe- dagogia e a prática docente. (Libâneo, 1994, p. 32)

Em resumo, a didática não é um assunto recente, é uma pa- lavra bem antiga que até alunos que nunca tiveram contato com esse conteúdo, sabem identificar o que é e o que não é, pois são capazes de analisar a capacidade do educador de ensinar bem ou não os alunos.

Desenvolvimento histórico da didática e as tendências pedagógicas no Brasil

Objetivo

Conhecer o desenvolvimento histórico da didática e as ten- dências pedagógicas.

“A Didática surge de uma crise e constitui um marco revolucionário e doutrinário no campo da Educação”. (Castro, 1991)

Foi pensada, constituída e instituída como nova disciplina

por Jan Amos Komensky ou Comenius (1592-1670) em 1638 na

obra bastante conhecida: A didática Magna.

(16)

Comenius foi um importante educador e pedagogo do sé- culo XVII, sendo considerado o “pai da Didática” e, posterior- mente, também foi considerado o “pai da Pedagogia Moderna”.

Em 1647, Comenius, por meio de sua obra, popularizou a sistematização do processo de ensino.

Na Didactica Magna, o propósito de Comenius foi oferecer um tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. (Come- nius, 1954)

Comenius entendia a didática como a arte de ensinar, como uma possibilidade de ir aprimorando formas diversificadas de ensinar para todas as pessoas. (Maia, Scheibel, Urban, 2009) Sua intenção era universalizar a educação para que esta fosse aces- sível para todas as pessoas. Ratíquio também participou desse movimento, pois como Comenius, seus ideais de ensino tam- bém eram pautados por ideias ético-religiosos e acreditava que tinha encontrado um método de ensinar tudo a todos de modo rápido e agradável.

Diante desta breve biografia de Comenius, o quadro apre- sentado abaixo descreve resumidamente seus desejos em relação a manifestação da didática para todos. (Tavares, 2011)

1. Que todos os homens fossem educados de modo

pleno.

2. Que todos os ho- mens fossem educados globalmente, de modo que possam falar sobre qualquer assunto quando

necessário.

3. Que todos os homens fossem educados em todos os aspectos: para a verdade, a racionalidade, a

sapiência, a moralidade, a

honradez e para a fé.

(17)

17 No desenvolvimento histórico da didática encontramos a ideia de que pode-se ensinar por instinto ou seguindo a cultura ou prática de uma época.

E, continuando a história, baseado nas necessidades e inte- resses imediatos da criança, Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi o autor da segunda grande revolução didática (Castro, 1991, p.17) e propôs uma nova concepção de ensino, porém, não con- seguiu colocá-las em prática e mais adiante Henrique Pestalozzi (1746-1827), que trabalhava com a educação de crianças pobres foi quem as colocou em prática.

Comenius, Rousseau e Pestalozzi influenciaram muito Johann Friedrich Herbart (1776-1841), que tornou a verdadeira inspiração para pedagogia conservadora, determinando que o fim da educação é a moralidade atingida através da instrução de ensino. Herbart, portanto, delimita a didática ao mencionar instrução de ensino dando um sentido intelectualista para o en- sino dentro de sua doutrina geral de educação; ou seja, depois de Pestalozzi que enfatizava o ensino intuitivo, Herbart vem para contribuir com um enfoque na valorização das ideias dos sujei- tos. (Tavares, 2011)

Jan Amos Komensky Comenius

Viveu a maior parte da vida cercado de guerras, sendo uma delas a guerra dos 30 anos, de protestantes contra católicos. O rigor escolar e a falta de carinho marcaram sua vida a ponto de inspirar-lhe para buscar alternativas para educar melhor o ser humano. (Maia,Scheibel, Urban, 2009)

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau não teve educação regular, senão por curtos períodos, e não frequentou nenhuma universidade. A morte da mãe e o desleixo do pai deixaram-no, bem cedo, entregue a si mesmo.

Teve 5 filhos, os quais foram todos enviados para um orfanato. Mais tarde, curiosamente, escreve um livro chamado Emílio, que ensina como se deve educar uma criança.

Além de escritor e filósofo, Rousseau foi um apaixonado por música.

Estudou teoria musical, escreveu duas óperas ("As Musas Galantes" e "O Adivinho da Aldeia") e publicou um "Dicionário de Música". O ponto central da filosofia de Rousseau baseia-se que a bondade é inerente ao ser

Jan Amos Komensky Comenius

Viveu a maior parte da vida cercado de guer-

ras, sendo uma delas a guerra dos 30 anos, de

protestantes contra católicos. O rigor escolar

e a falta de carinho marcaram sua vida a pon-

to de inspirar-lhe para buscar alternativas para

educar melhor o ser humano. (Maia,Scheibel,

Urban, 2009)

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1 Didática Geral Viveu a maior parte da vida cercado de guerras, sendo uma delas a guerra dos 30 anos, de protestantes contra católicos. O rigor escolar e a falta de carinho marcaram sua vida a ponto de inspirar-lhe para buscar alternativas para educar melhor o ser humano. (Maia,Scheibel, Urban, 2009)

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau não teve educação regular, senão por curtos períodos, e não frequentou nenhuma universidade. A morte da mãe e o desleixo do pai deixaram-no, bem cedo, entregue a si mesmo.

Teve 5 filhos, os quais foram todos enviados para um orfanato. Mais tarde, curiosamente, escreve um livro chamado Emílio, que ensina como se deve educar uma criança.

Além de escritor e filósofo, Rousseau foi um apaixonado por música.

Estudou teoria musical, escreveu duas óperas ("As Musas Galantes" e "O Adivinho da Aldeia") e publicou um "Dicionário de Música". O ponto central da filosofia de Rousseau baseia-se que a bondade é inerente ao ser humano, mas a sociedade corrompe essa característica natural.

(http://genialmentelouco.blogspot.com.br/2015/07/10-curiosidades-sobre- rousseau.html)

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau não teve educação regular, senão por curtos períodos, e não frequentou nenhuma uni- versidade. A morte da mãe e o desleixo do pai dei- xaram-no, bem cedo, entregue a si mesmo.

Teve 5 filhos, os quais foram todos enviados para um orfanato. Mais tarde, curiosamente, escreve um livro chamado Emílio, que ensina como se deve educar uma criança.

Além de escritor e filósofo, Rousseau foi um apai- xonado por música. Estudou teoria musical, escre- veu duas óperas (“As Musas Galantes” e “O Adi- vinho da Aldeia”) e publicou um “Dicionário de Música”. O ponto central da filosofia de Rousseau baseia-se que a bondade é inerente ao ser huma- no, mas a sociedade corrompe essa característica natural.

(http://genialmentelouco.blogspot.com.br/2015/07/10-cu- riosidades-sobre-rousseau.html)

Johann Heinrich Pestalozzi

Seu pai morreu quando ainda era criança, foi criado pela mãe, sua família empobreceu. As dificuldades para sobreviver fortaleceram sua alma ainda na infância. Ele conheceu de perto o preconceito social e teve de lutar muito para se tornar conhecido numa sociedade dividida entre ricos e pobres. Casou-se aos 23 anos e comprou um pedaço de terra, mas não sendo agricultor, fracassou.

Então, ali, fez de sua casa uma escola.

Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais.

Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi)

Johann Heinrich Pestalozzi

Seu pai morreu quando ainda era criança, foi cria- do pela mãe, sua família empobreceu. As dificul- dades para sobreviver fortaleceram sua alma ainda na infância. Ele conheceu de perto o preconceito social e teve de lutar muito para se tornar conhe- cido numa sociedade dividida entre ricos e pobres.

Casou-se aos 23 anos e comprou um pedaço de ter- ra, mas não sendo agricultor, fracassou. Então, ali, fez de sua casa uma escola.

Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia mo- derna, influenciando profundamente todas as cor- rentes educacionais. Fundou escolas, cativava a to- dos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pes-

talozzi)

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Johann Friedrich Herbart

Filho único, seu primeiro contato com o ensino foi em casa com mestre particular. Ele foi um filósofo essencialmente teórico, sistematizou a pedagogia como ciência e defende que o conhecimento fica mais acessível por meio do incentivo às áreas cognitivas da percepção, atenção, memória, associação do conteúdo novo a conhecimentos já adquiridos, e, sobretudo pelo interesse do aluno em aprender determinado assunto. Por isso, a pedagogia desenvolvida por este pensador é reconhecida como Pedagogia do Interesse.

Todo conhecimento deveria obedecer a cinco passos ao ser apresentado aos alunos:

Preparação – prepara o aluno para receber o conteúdo.

Apresentação – momento em que o conteúdo é apresentado aos alunos.

Associação – levar o aluno a fazer associações a conhecimentos já dominados por eles.

Generalização – analisar o conhecimento e estabelecer relações práticas para a vida.

Aplicação – criar estruturas para ir para a prática.

(http://herbartfae.blogspot.com.br)

Johann Friedrich Herbart

Filho único, seu primeiro contato com o ensino foi em casa com mestre particular. Ele foi um filóso- fo essencialmente teórico, sistematizou a pedago- gia como ciência e defende que o conhecimento fica mais acessível por meio do incentivo às áreas cognitivas da percepção, atenção, memória, asso- ciação do conteúdo novo a conhecimentos já ad- quiridos, e, sobretudo pelo interesse do aluno em aprender determinado assunto. Por isso, a pedago- gia desenvolvida por este pensador é reconhecida como Pedagogia do Interesse.

Todo conhecimento deveria obedecer a cinco pas- sos ao ser apresentado aos alunos:

Preparação – prepara o aluno para receber o con- teúdo.

Apresentação – momento em que o conteúdo é apresentado aos alunos.

Associação – levar o aluno a fazer associações a conhecimentos já dominados por eles.

Generalização – analisar o conhecimento e estabe- lecer relações práticas para a vida.

Aplicação – criar estruturas para ir para a prática.

(http://herbartfae.blogspot.com.br)

Duas linhas se destacam na trajetória histórica da didática, de um lado, a que acentua a importância do caminho que conduzirá o não saber ao saber, descoberto pela razão humana e a que dá ênfase no sujeito, que seria levado a aprender pela curiosidade e motivação.

Esses dois modos de interpretar a relação didática, revela a dialética das relações entre o homem e o meio, separando um caminho “de fora pra dentro” ou de “dentro pra fora” (Castro, 1991, p.18).

Com isto o panorama do final do século XX ainda é o de

revelar as inquietações das épocas passadas, mas preservando

o ensino como sendo o foco da didática. Ensino este revelador

da intenção de produzir aprendizagem como resultado desejado

(Castro, 1991 p. 24).

(20)

Ao tomarmos contato com estes intelectuais, torna-se no- tório que suas experiências pessoais os levaram a diferentes posicionamentos profissionais envolvendo diversos modos de compreender e organizar o processo ensino-aprendizagem.

Com isto, surgem as tendências pedagógicas e cada uma baseia-se em teorias do conhecimento derivadas de pesquisas nas áreas de biologia, psicologia ou sociologia.

A didática e sua relação com as tendências pedagógicas no Brasil têm sido estudada por diversos autores, mas o autor José Carlos Libâneo (1994) será a referência principal dos conteúdos desta parte que envolve esta unidade.

As tendências pedagógicas foram classificadas por um nú- mero grande de autores em dois grupos mais conhecidos: as de- nominadas de cunho Liberal que compreendem as: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Renovada Progressivista, Pedago- gia Não-Diretiva e a Tecnicista e as de cunho Progressista:

Pedagogia Libertadora, Pedagogia Libertária e Pedagogia Crítico social dos conteúdos.

A palavra liberal que identifica o primeiro grupo das Ten- dências Pedagógicas, não possui aqui, um sentido democrático, esta educação não possui como foco a sociedade e, portanto, empenha-se para que a mesma continue como está. Já a Pedago- gia Progressista busca a transformação da sociedade.

Alguns autores não subdividem a pedagogia renovada pro- gressista da pedagogia renovada não-diretiva, apenas mencio- nam Pedagogia Renovada ou então Pedagogia da Escola Nova e também alguns não mencionam a Pedagogia Libertária.

Na Pedagogia Tradicional, a Didática é uma disciplina formali- zada com um conjunto de regras e princípios que legitima o ensino.

O professor é o centro da atividade de ensinar. Os alunos realizam

exercícios repetitivos para fixar a matéria para depois reproduzi-la.

(21)

A tendência Tradicional de educação entende que a Didá- tica deve estar focada para a propagação do conteúdo, ou seja, é a valorização do conteúdo pelo conteúdo, o centro do processo ensino- aprendizagem é o professor, que é a autoridade em sala de aula e que utiliza como recurso principal a exposição oral.

No Brasil, desde os jesuítas até o início da Primeira Repú- blica, prevaleceu a pedagogia tradicional, onde o aluno é um ser passivo, é avaliado por meio de provas e arguições e com isto é classificado.

A tendência pedagógica tradicional passa a ser criticada nos anos 20 e começa a surgir a tendência Renovada, apesar da tendência tradicional ainda prevalecer na prática de muitos educadores até hoje.

É comum, ainda nas escolas, os professores transmitirem os conhecimentos sobrecarregando os alunos que por sua vez apenas decoram os conteúdos.

Apesar de que a intenção da Pedagogia Tradi- cional era a de transmitir também cultura geral, com isto, disseminar as grandes descobertas da humani- dade, a formação do raciocínio, o treino da mente e da vontade. A intenção de formação mental, de de- senvolvimento do raciocínio, ficou reduzido a práti- cas de memorização. (p. 65)

Com o fortalecimento da psicologia como ciência indepen-

dente, no final do século XIX e início do século XX, traz como

novidade e contribuição para a educação a ideia de que é o indi-

víduo que aprende; ou seja a aprendizagem se dá na pessoa e a

partir daí o processo ensino-aprendizagem passa a estar centra-

do no aluno e não no professor.

(22)

Esse movimento de renovação da educação teve inspiração nas ideias de Rousseau e foi denominado de Escola Nova.

A didática da Escola Nova considera o aluno o centro do processo ensino-aprendizagem, requer métodos, conteúdos e es- tratégias que priorizem o desenvolvimento de habilidades, o con- tato com os sentimentos e a valorização da avaliação qualitativa e não mais a quantitativa; ou seja, não há a valorização da quantida- de de conhecimento, mas na qualidade. Não se trata do aprender fazendo, mas do aluno ativo e investigador, aquele que mobiliza toda a sua atividade global incluindo as capacidades intelectuais, expressão verbal, criatividade, escrita, plástica e outras.

O educador é aquele que terá uma postura de incentivador, orientador e organizador das situações de aprendizagem, adequando-as às capacidades de características individuais dos alunos. (p.66)

A Didática da Escola Nova ou Didática ativa tem como foco os métodos e técnicas incluindo o trabalho em grupo, atividades cooperativas, estudo individual, pesquisa, projetos, experimentações, etc., além de atividades reflexivas e de construção de conhecimentos.

Nesse momento as atenções estão voltadas para os processo de aprendizagem e não o ensino especificamente.

“O melhor método é aquele que corresponde as exigências psicológicas do aprender”. (p. 66)

Os adeptos da Escola Nova asseguram que o professor

“ajuda o aluno a aprender”; ou seja, a didática é a “orientação da aprendizagem e não a direção do ensino” (p. 66).

Infelizmente, alguns educadores não conseguem aplicar

inteiramente o que a didática ativa propõe, eles se utilizam de

algumas técnicas como o trabalho de grupo, estudo do meio,

(23)

discussões, mas não desenvolvem a capacidade de reflexão e a independência do pensamento e no momento da avaliação, os alunos precisam decorar a matéria da mesma forma que se faz no ensino tradicional.

Na segunda metade do século XX, depois da Segunda Guerra, ocorre um grande desenvolvimento tecnológico que passa a influenciar a educação, dando origem a outra tendência pedagógica, a Tecnicista.

Nessa tendência há uma supervalorização da tecnologia e dos métodos de ensino com foco em garantir a eficiência no processo de ensinar. Os conteúdos de ensino são de caráter cien- tífico exigidos por uma sociedade tecnológica e industrial.

Com o desenrolar da política no Brasil, na década 70 e 80, os cursos de formação de professores começam a convergir e estes passaram a conhecer mais teorias educacionais. Com isso, suas ações educativas foram tornando-se mais dialéticas em sala de aula e a didática, neste momento, busca atender as expectati- vas desse novo momento.

A didática orienta-se, nesse momento, pela tendência pro- gressista referente às teorias críticas que consideram mais a in- fluência da realidade social, política, econômica e cultural no processo ensino aprendizagem e na prática de ensinar.

Na tendência progressista crítico libertadora a didática se apresenta subentendida na orientação do trabalho escolar reali- zado pelo diálogo e pela relação afetuosa entre o educador e o aluno com foco em um ensino centrado na realidade social e na autonomia dos sujeitos.

Na tendência crítico social dos conteúdos, a didática tem

como foco proporcionar aos alunos o domínio de conteúdos

científicos, métodos de estudo e habilidades para o raciocínio

(24)

científico para que possam ir formando uma consciência crítica face às realidades sociais abrindo possibilidades para que sejam agentes ativos de transformação social e de si próprios. (p.71)

Mais recentemente, a didática têm se voltado para as correntes interacionistas. As duas teorias interacionistas de maior evidência são a Piagetiana e a sócio-interacionista de Vygotsky.

As tendências interacionistas apoiam-se na ideia de interação entre o organismo e o meio. A aquisição do conhecimento é entendida como um processo contínuo de construção do ser humano em sua relação com o meio, pois, o homem está para o meio assim como o meio está para o homem, a ação entre eles é recíproca.

Portanto, esta tendência prioriza ao aluno a construção e a in- teração com o conhecimento e propõe para isso atividades/técnicas que possibilitem criar, trocar, comparar ideias, fatos e conceitos.

Resumo

Tendências pedagógicas

PEDAGOGIA LIBERAL TRADICIONAL

RENOVADA PROGRESSIVISTA

RENOVADA NÃO DIRETIVA

TECNICISTA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS

LIBERTÁRIA LIBERTADORA

PEDAGOGIA

PROGRESSISTA

(25)

Pedagogia liberal Pedagogia tradicional

O principal personagem - O professor.

Perfil – autoritário.

Estilo de aula- Expositiva oral.

O principal foco - Conhecimento intelectual e moral.

O método utilizado - Repetição e Memorização Mecânica.

Aluno - Passivo/ folha em branca que irá sendo preenchi- da pelos conhecimentos transmitidos pelo professor. O aluno é testado por meio de exames para verificar a sua capacidade de memorização.

Conhecimento/ Conteúdo - Enciclopédico (não faz ne- nhuma relação com a realidade ou cotidiano do aluno).

PEDAGOGIA RENOVADA PROGRESSIVISTA Foco - Aprender a Aprender.

Aluno - levado a aprender fazendo. É o centro do processo educacional e é um ser ativo.

Métodos - Pesquisas, projetos, experiências.

Professor - auxiliar o aluno para que se auto desenvolva e para que tenha uma autoaprendizagem.

Técnicas de ensino - trabalhos em grupo.

PEDAGOGIA RENOVADA NÃO DIRETIVA

Foco - Formação de atitudes por meio do relacionamento interpessoal, realização pessoal do aluno para que possa sentir- se bem consigo mesmo e com os demais.

Professor- facilitador com disponibilidade afetiva

(26)

Aluno- O centro do processo educacional. É levado a bus- car a auto realização por meio da aprendizagem mais significati- va que possa ser aplicada na prática.

PEDAGOGIA TECNICISTA

Foco - eficiência e produtividade. Ensinar a fazer.

Técnicas - centro do processo educacional. Instrução pro- gramada (perguntas e respostas), microensino, tecnologia.

Professor - administrador das técnicas e se utiliza de um instrumento importante que é o planejamento (estabelece obje- tivos, técnicas, métodos e avaliação que serão utilizados como apoio para as aulas).

Aluno- Preparado para ser produtivo.

Pedagogia progressista Pedagogia libertadora Idealizador - Paulo Freire.

Missão - Conscientização e Transformação Social. Propõe a formação de homens capazes de refletir sobre a sua realidade, reconhecer-se como oprimido e visar mudanças estruturais na sociedade, portanto trabalha com temas geradores, por meio de grupos, grupos de discussão e realização de diálogo.

Professor - Animador que busca formar alunos críticos Material - Textos de leitura redigidos pelos próprios alunos, pois a transmissão de conteúdo é considerada como uma inva- são cultural.

Pedagogia libertária

Foco- Participação crítica dos alunos, entendimento da bu-

rocracia estatal, defende uma autogestão pedagógica.

(27)

Professor – Orientador.

Aluno – Participativo.

Método - Reuniões, vivências grupais, eleições, assembleias.

Pedagogia crítico-social dos conteúdos

Foco - valoriza o conhecimento como forma de crítica e possibilidade de superação do modelo de sociedade, portanto ela enfatiza o conteúdo vivo indissociável da realidade.

Formas de trabalho - análise crítica, teoria e prática e a experiência e o saber. Sistematizar os conteúdos à realidade do educando.

Professor- Mediador - irá oportunizar o domínio dos co- nhecimentos e habilidades que irá auxiliar o aluno capaz de cri- ticar o modelo social e também de transformá-lo.

Aluno- transformador.

Tendências liberais

Tendências Pedagó-

gicas

Tradi- cional

Renovada Progressivista

Renovada Não -diretiva

Tecnicista

Centro Professor Aluno Aluno Método

Professor Autoritário Auxiliar Facilitador Administrador

Aluno Passivo Ativo Realizado Produtivo

Método Aula expo-

sitiva Pesquisas Relacionamen- to interpessoal

Instrução Programada Foco

Conheci- mento Intelectual

Aprender a Apren- der

Formação de Atitudes

Eficiência e Produtividade

Teóricos Herbart Jesuítas

Piaget Dewey Anísio Teixeira

Carl Rogers Skinner

Bloom

(28)

Tendências

Pedagógicas Libertadora Libertária Crítico-social dos Conteúdos

Centro Autogestão pedagógica

Autogestão

pedagógica Conteúdo e sociedade

Professor Animador Orientador Mediador

Aluno Crítico Participativo Transformadora Método Temas Geradores Vivência grupal Análise crítica

Foco Conscientização e Transformação

Participação crítica

Conteúdo vivo indissociável da

realidade

Teóricos Paulo Freire Freinet Miguel Arroio

Snyders Demerval Saviani

Tendências progressistas

Pausa pra reflexão:

Se você é educador, pense sobre a sua prática pedagógica... Ela se insere em alguma das tendências estudadas?

www.professoras na web.com

(29)

O que é Didática pra você?

A didática na formação do educador

Objetivo

Compreender o caráter pedagógico da didática e sua im- portância e função na formação do educador.

Entende-se que a didática afeta diretamente a forma de en- sinar e aprender.

A didática se desenvolveu juntamente com o ensino, estan- do ligados um ao outro.

O educador é o grande responsável por fazer a ligação so- ciedade-escola, pois é capaz de criar condições cognitivas e afe- tivas que ajudarão o aluno a atribuir significados às mensagens e informações recebidas das formas variadas de intervenção edu- cativa urbana. (Libâneo,1998a)

Tem sido frequentes afirmações de que a pro- fissão de professor está fora de moda, de que ela perdeu o seu lugar numa sociedade repleta de meios de comunicação e informação. Terá chegado o tem- po em que não serão mais necessários os professo- res?... Se ainda forem úteis, serão capazes de compe- tir com os meios de comunicação, recursos muito mais poderosos na motivação dos estudantes do que a sala de aula?”(Libâneo, 1998 p.45)

Entendendo que a didática faz parte da formação de pro-

fissionais da educação e que estes necessitam de uma formação

adequada, qual será então esta formação adequada?

(30)

A formação adequada prepara que profissional? O professor ou o educador?

Existe diferença entre ser professor e ser educador?

É interessante citar Rubem Alves que, metaforicamente compara o Educador com o Professor e pode auxiliar no en- tendimento em relação aos posicionamentos pessoais e profis- sionais que envolvem este profissional da educação e que conse- quentemente auxiliará na compreensão de como a organização do processo ensino-aprendizagem e ação educativa poderá se transformar a partir desta reflexão:

Eu diria que os educadores são como velhas

árvores. Possuem uma face, um nome, uma his-

tória a ser contada. Habitam um mundo em que o

que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que

cada aluno é uma entidade sui generis, portador de

um nome, também de uma história sofrendo triste-

zas e alimentando esperanças. E a Educação é algo

pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se

estabelece a dois. Espaço artesanal. Mas professo-

res são habitantes de um mundo diferente, onde o

educador pouco importa, pois o que interessa é um

crédito cultural que o aluno adquire numa discipli-

na identificada por uma sigla, sendo que, para fins

institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a

ministra. Por isso mesmo, professores são entidade

descartáveis, da mesma forma como há canetas des-

cartáveis, coadores de café descartáveis, copinhos

plásticos de café descartáveis. De educadores para

professores realizamos o salto de pessoas para fun-

ções. (RUBEM ALVES, 1980, p. 13).

(31)

Dessa forma, entende-se que o educador amplia seu olhar para seus alunos, levando em conta suas habilidades, suas difi- culdades e segue com uma postura que visa contribuir para seu crescimento em todos os aspectos. (Cascarani, 2001)

A formação específica do educador em nível superior só começa a interessar a sociedade política a partir da década de 20, evidenciando-se na reforma do ensino estabelecida na lei 1750, de 8 de dezembro de 1920, do governo Sampaio Dória, em São Paulo. Era prevista a criação de uma Faculdade de Educação como Escola Normal Superior de Altos Estudos Pedagógicos, o que, no entanto, não foi concretizado.

A questão da formação do educador de nível superior cons- titui, pois, uma discussão bastante recente. De fato, somente a partir da década de 30 essa questão passa a ser discutida em todo o país no contexto da organização do sistema educacional, tanto na sociedade civil quanto na sociedade política, sendo cada vez mais frequente a menção à necessidade de formar profissionais para atuarem no setor educacional.

Neste momento são situadas as origens do curso de peda- gogia.

Os estudos pedagógicos em nível superior, dos anos 30 até os 60, tanto públicos como privados, tiveram uma evolução, via de regra, lenta e irregular.

Com a chegada da década de 70, iniciam-se os debates em relação à formação de professores, incluindo referenciais teóri- cos, currículos e metodologias que auxiliam na construção de programas para tal fim. (Pino, 1995)

Na década de 80 não houve mudanças inovadoras nesta

área. Apenas, com o aumento de escolas, apareceram também

indivíduos sem as necessárias habilitações acadêmicas.

(32)

Na década de 90, as alterações estavam voltadas à formação contínua dos profissionais da educação. Uma vez que se trata de Reforma do Sistema Educativo, a intenção é de qualificá-los e não apenas reciclá-los por meio da capacitação.

O curso superior que forma o profissional da educação deve fornecer uma formação abrangente e generalista, na qual o educador em sua formação deverá experienciar seus limites, seus valores a fim de que possa contribuir na formação de seus alunos passando a perceber o potencial de cada um, formando novos indivíduos, encontrando novas alternativas que facilitem a aprendizagem. (Cascarani, 2001)

Nóvoa (1995), diz que se deve trabalhar o educador como pessoa, sua identidade, seus próprios projetos, não formá-lo co- mente por acumulação de cursos, técnicas, mas sim por refle- xões sobre as práticas. A troca de experiências fortalece o dina- mismo e cria espaços de formação mútua.

Nóvoa (1995), Schon (1992), Perrenoud (1993), falam sobre a formação do educador de maneira mais atualizada e argumen- tam sobre ela no que se refere ao desenvolvimento pessoal, pro- fissional e organizacional (produzir e recriar a escola).

Só refletindo, estudando e indo em busca de novos hori- zontes, num desejo de valorização do profissional em seu traba- lho é que se chegará a um critério para definir como deverá ser a formação de um educador em meio às reformas e mudanças atuais, que pedem informação x formação de maneira dinâmica, criativa e prática.

A frágil tradição teórica da ciência pedagógica no Brasil faz

com que os pedagogos não sustentem a defesa teórica de sua

área, enfraquecendo o prestígio acadêmico, quanto ao reconhe-

cimento social do próprio campo profissional.

(33)

No próprio meio acadêmico, enfatiza-se seu papel repres- sivo, reprodutor e seletivo, provocando neles um profundo mal estar por serem educadores, gerando um sentimento de impotência. Pela via de um argumento político-ideológico dis- cutível é negado o sentido e a utilidade do trabalho pedagógi- co. Há um descaso ou incapacidade dos governos de viabilizar um sistema de ensino de qualidade, pondo um fim à degrada- ção dos salários, às deficiências da formação dos educadores, à ausência de metodologias adequadas para enfrentar a diversifi- cação das culturas na sala de aula. (Libâneo, 1998a)

Libâneo (1998a), então, destaca alguns pontos que sinali- zam um posicionamento sobre as novas atitudes docentes diante das realidades do muno Pós-Moderno.

- Assumir o ensino como mediação: aprendizagem ativa do aluno com ajuda pedagógica do educador, o educador deve mediar a relação ativa do aluno com sua matéria, considerando os conteúdos, os conhe- cimentos, as experiências vividas por eles fora da escola; ofere- cer condições para que eles consigam refletir e expor suas idéias sobre o assunto estudado; ouvi-los e permitirem que expressem seus sentimentos, desejos, de modo que tragam para a aula sua realidade vivida: “É nisso que consiste a ajuda pedagógica ou a mediação pedagógica”.

Investir na atualização científica, técnica e cultural, sem desconside-

rar a dimensão afetiva do trabalho docente. É preciso que o professor

esteja sempre buscando inovações e uma autoformação contí-

nua como requisito para exercer sua profissão. É preciso fazer

uma ligação de sua matéria com o cotidiano do aluno; o aluno

precisa conectar o que aprendeu com situações variadas, sejam

eles: sociais, culturais, éticas; ou seja, o educador deve traba-

lhar com situações-problema, isto implica em saber discutir

(34)

um problema sob vários enfoques (interdisciplinaridade) 1 , to- das as disciplinas do currículo precisam estar conectadas ao dia-a-dia do aluno.

Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma prática interdisciplinares, a escola pluridiscipli- nar é a escola que conhecemos. As disciplinas são justapostas e isoladas, geralmente sem integração com os demais conteúdos.

Ao se trabalhar de maneira interdisciplinar, além de fazermos uma interação entre as disciplinas, também fazemos uma inte- ração entre pessoas; ou seja, os demais profissionais discutem um mesmo tema colocando seus pontos de vista, havendo uma grande troca de experiências. Os alunos, deste modo, percebem a inter-relação dos vários ramos que possuem o conhecimento, sem perder a especificidade de cada área.

- Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar aprender a apren- der, a ideia do “ensinar aprender a aprender” está associada aos esforços dos educadores em prover os meios da auto-sócio- construção do conhecimento pelos alunos. Observar o aluno, ouvi-lo e refletir sobre ele e suas habilidades é, segundo Schon (1992), formar um educador “ouvinte” reflexivo.

A reflexão na ação é encontrada na arte em geral; pois im- plica um tipo de aprender fazendo. Por exemplo, mesmo antes de compreenderem racionalmente o que se faz, os alunos po- dem perfeitamente cantar, acompanhar um ritmo musical, sem saber o que é música. É a arte musical surgindo aos poucos, antes que a teoria seja explicada.

No curso de formação de professores, primeiro se ensi- nam os princípios científicos, depois a aplicação dos mesmos e,

1 A interdisciplinaridade diz respeito à transferência de métodos

de uma disciplina para outra. (Nicolescu, 1999 p.45)

(35)

por último, há a prática cotidiana e das ciências aplicadas. Para Schon, devemos incrementar os practicums reflexivos (a prática reflexiva), uma vez que se envolvem outros conhecimentos di- ferentes do saber escolar: o saber usar o potencial humano e criativo.

O educador deve persistir no empenho de auxiliar os alu- nos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos para que assim possam se habituar a apreender as realidades enfocadas nos conteúdos escolares de forma crítico-reflexiva.

- Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacio- nal e desenvolver capacidade comunicativa. A concorrência a que o pro- fessor fora submetido com outros meios de comunicação obriga -o a melhorar suas técnicas comunicacionais, postura corporal, controle da voz e outros meios de comunicação em sala de aula, para isso necessitará utilizar linguagens não só para a busca de informação, mas também para emissão de informação.

- Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e in- formação na sala de aula. A lousa, os cadernos, ainda são recursos muito usados na sala de aula e que continuarão ainda por algum tempo, mas sabemos que estes recursos, assim como os livros, não são as únicas fontes do conhecimento. Os alunos estão acostumados a aprender por sons, fotografias, internet, games;

ou seja, o mundo ao redor desses alunos é chio de cores, sons e imagens. A escola e o educador não podem descartar estas aprendizagens e informações e ajudarem os alunos a estabele- cerem distâncias críticas e a preencher lacunas do que não foi apreendido.

- Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto

da escola e da sala de aula. Os educadores sabem que diferenças so-

ciais, culturais, intelectuais, de personalidade, são geradoras de

(36)

diferenças na aprendizagem. Portanto esta é uma preocupação em estar vinculado o trabalho que se faz na sala de aula com as vidas que os alunos levam fora dela e com as diferentes capaci- dades, habilidades e formas de aprendizagem.

- Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em va- lores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas e a si próprio. As escolas deveriam assumir que precisam ensinar va- lores, mas isto é um desafio para os educadores que necessitam de preparo para ajudar seus alunos nos problemas morais tais como a luta pela vida, a solidariedade, a democracia, a justiça, a convivência com as diferenças, o direito de todos à felicidade e a autorrealização. Para isso, há muita tarefa pela frente em ten- tar resgatar a competência profissional do educador, redefinir as características da profissão, fortalecer as lutas sindicais por um salário mais digno e condições de trabalho.

Com isto, fala-se e pretende-se fazer uma reformulação nesta área, a fim de melhorar a formação do profissional que a sociedade está exigindo.

Busca-se uma pedagogia que trabalhe com a autonomia.

Isto não significa isolamento da escola, fechamento numa cultu- ra particular, mas sim escola curiosa, ousada, que busca dialogar com a cultura de seu aluno; isto é “PLURALISMO, ou seja, saber conviver com as diferenças proporcionando a liberdade dos sujeitos com respeito a solidariedade.

Foi elaborado pela “Comissão Internacional sobre educa-

ção para o século vinte e um” um relatório ligado a UNESCO e

presidido por Jacques Delors que enfatiza quatro pilares de um

novo tipo de educação: aprender a conhecer, aprender a fazer,

aprendera viver em conjunto e aprender a ser. (Nicolescu, 1999)

(37)

Aprender a conhecer significa estabelecer relações entre os diversos saberes, entre estes saberes e seus significados para a nossa vida; incluindo capacidades interiores.

Aprender a fazer significa fazer o novo, permitir-se criar, conhecer e reconhecer suas potencialidades e as dos outros.

Aprender a viver em conjunto significa respeitar as regras sociais que compõem uma coletividade e não apenas respeitá-las para tolerar o outro, é preciso compreende-las internamente e não as sentir como pressão externa.

Aprender a ser é um aprendizado permanente, no qual educador orienta educando e educando orienta educador; é co- nhecer seus limites, respeitar a si próprio e questionar o que a palavra “existir” significa para nós; é descobrir-se como ser individual e social.

A educação viável para o século vinte e um (era pós-mo- derna) é aquela que trabalha o homem em sua totalidade, é a que não privilegia apenas a inteligência, mas também a sensibilidade e o corpo. É aquela que procura desenvolver o equilíbrio entre o homem exterior e interior. Estamos falando de uma abordagem transdiciplinar 2 de educação, onde os conteúdos são assimilados e compreendidos não somente pela linguagem verbal, mas tam- bém com o corpo e com o sentimento.

Podemos incluir neste contexto transdisciplinar de educa- ção, sem receio de excessos, a música, pois é considerada lin- guagem não verbal, que envolve suas regras próprias na qual a abordagem é intuitiva, sentida e expressada.

2 “A transdisciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo

que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de

qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos

imperativos é a unidade do conhecimento”. (Nicolescu, 1999 p.46)

(38)

Sem dúvida, a parceria entre a escola e o educador promo- verá a construção de aprendizagens significativas para o aluno, desde que haja uma organização escolar, metodológica e didáti- ca de procedimentos adequados ao trabalho com os alunos.

Para o exercício profissional do educador, relacionar alguns temas da didática com os fundamentos educacionais faz-se ne- cessário.

Enquanto a pedagogia analisa a essência da função da edu- cação como processo social, a didática coloca-se para apoiar o fazer pedagógico na escola, portanto a didática é mediadora es- colar entre objetivos e conteúdos do ensino.

Segundo Libâneo (1994) os temas fundamentais da didá- tica são:

1) Objetivos sócio-pedagógicos;

2) Conteúdos escolares;

3) Princípios didáticos;

4) Métodos de ensino aprendizagem;

5) Formas e organização do ensino;

6) Aplicação de técnicas e recursos;

7) Controle e avaliação da aprendizagem.

Portanto, o objetivo do estudo da didática é o proces-

so de ensino e este por sua vez, segundo Libâneo (1994) é

uma sequência de atividades do professor e dos alunos que

tem como foco a apropriação de conhecimentos e habilidades,

pois o trabalho docente é de extrema importância na media-

ção da relação entre o aluno e as matérias de ensino. Libâneo

acrescenta que ensinar e aprender são duas características do

mesmo processo que se dá ao redor das matérias de ensino sob

orientação do educador.

(39)

Como diz Libâneo (2002 p. 10):

A Didática é uma disciplina pedagogicamente orientada... Pedagogia, na minha concepção, é a teo- rização sobre finalidades e formas de intervenção na prática educativa num determinado contexto sócio -histórico. Algo é “pedagógico” à medida que carre- ga uma intencionalidade, isto é, quando traduz uma ação intencional orientada para objetivos explícitos...

Então o processo de ensino implica uma comunica- ção intencional entre professor e alunos voltada para fins sociais e para ações definidas destinadas à apren- dizagem. É o que chamo de caráter ético-valorativo da didática.”

Para Libâneo (2002 p. 10), os três pontos que sintetizam sua concepção de didática são:

1. A didática é um ramo da ciência pedagógica. Por esta razão a didática está voltada, intencionalmente para a formação do aluno em função de finalidades educativas.

2. A didática tem como objeto de estudo o processo de en- sino e aprendizagem, especificamente os nexo e relações entre o ato de ensinar e o ato de aprender.

3. A didática aborda o ensino como atividade de mediação para promover o encontro formativo, educativo, entre o aluno e a matéria de ensino, explicitando o vínculo entre teoria do ensino e teoria do conhecimento.

Sendo assim, o processo didático está centrado na relação

entre ensino e aprendizagem e os elementos que a constituem

são: os conteúdos das matérias, a ação de ensinar e a ação de

aprender. (Libâneo, 1994)

(40)
(41)

Unidade 2

Conteúdos Operacionais

da didática

(42)

Unidade 2

Conteúdos Operacionais da didática

• Processos didáticos básicos: ensino e aprendizagem

• A relação: objetivo-conteúdo-método

• A aula

Processos didáticos básicos: ensino e aprendizagem

Objetivo

Compreender como o ensino e a aprendizagem se concre- tizam nas situações didáticas.

Esta unidade contará com a contribuição do autor José Carlos Libâneo (1992) como referência principal.

Antes de mencionarmos os temas: ensino, aprendizagem e a didática, a partir do que estudamos até aqui, é importante fazermos uma pausa para reflexão:

www.mobraltecnologico.blogspot.com.br/2010/07/educacao-ou-ensino.html?m=1

(43)

Esse é um tema bastante polêmico, pois para alguns au- tores quando o professor se preocupa em educar ele acaba per- dendo seu papel e comprometendo a qualidade de ensino. Para o autor do livro: Professor não é educador (Armindo Moreira, 2013) a ação de educar deve ser da família.

Esse autor preconiza que o professor deve cumprir com o seu papel que é o de ensinar e ensinar é transmitir conhecimen- to enquanto que educar representa transmitir hábitos e valores.

Portanto, pode se ter pessoas bem instruídas e mal educadas e pessoas pouco instruídas e muito bem educadas.

Para outros pesquisadores da área de educação, ensinar signifi- ca ter intenção de promover uma aprendizagem e quando a apren- dizagem ocorre é porque houve a transmissão de uma informação, o desenvolvimento de uma competência e o resgate de uma habili- dade. Nesse caso, o ensinar e o educar caminham juntos.

Partindo desse pressuposto, o professor também é conside- rado um educador, pois politicamente a população tem direito à educação e ao ensino que é ministrado na escola e nos demais institutos de ensino.

Conclui-se que o professor pode ensinar sem educar e o aluno pode ter absorvido a informação. E quando o professor educa, automaticamente, ele ensina, pois nesse processo o aluno além de absorver, também assimila a informação.

www.almadeeducador.blogspot.com

(44)

Vamos relembrar alguns conceitos:

Educação é uma prática social que acontece também fora da escola, em outras instituições e nas atividades humanas (família, escola, comunidade, etc.), ela pode ser intencional e não intencional.

A educação intencional ocorre na escola (educação escolar) e a não -intencional refere-se às influências do contexto social e do meio.

O ensino corresponde a ações, meios e condições para se realizar a transmissão de conhecimento ou instrução, ele é o principal meio e fator da educação, não é o único, mas o princi- pal, portanto ao mencionarmos o termo educação escolar refe- rimo-nos ao ensino. (p.23)

O trabalho docente se efetiva na tarefa de ensinar e essa tarefa abrange a didática.

A didática e a metodologia específica de cada disciplina orientam a ação docente, partindo das situações concretas em que se realiza o ensino. (p. 33)

Para que se tenha um ensino de qualidade é necessário que o professor ensine com didática. O professor que não tem didá- tica não possibilita ao aluno um possível domínio da matéria.

É muito comum os professores justificarem as dificuldades dos alunos pela falta de acompanhamento dos pais, problemas emocionais, imaturidade e outros, mas o ensino pode propor- cionar um ambiente necessário de estimulação desde que o pro- fessor tenha um preparo profissional e isto inclui a didática.

http://a-winter-garden.blogspot.com.br/2011/09/mapa-conceitual-didatica-instru-

mental.html?m=1

(45)

A ação docente envolve um processo coordenado das ati- vidades de ensino, estas por sua vez, são elaboradas a partir das respostas de indagações principais: a quem ensinar?, O que ensinar? E como ensinar? Sob que condições deve se en- sinar?

O que ensinar?

A quem ensinar?

Como Ensinar?

Sob que condições se deve se ensinar?

O que ensinar?

Refere-se à seleção e organização dos conteúdos e estes, por sua vez, são decorrentes demandas culturais que estão liga- das aos objetivos que revelam o propósito da ação docente.

A quem ensinar?

Essa questão está ligada a outra questão: Para que ensinar?

Ensina-se para transmitir conhecimentos que de certo

modo estão ligados aos projetos políticos e sociais e se ensina

(quem se ensina) baseando-se nas idades adequadas referentes

ao desenvolvimento intelectual dos alunos.

(46)

Como ensinar?

Fazendo (professor) a mediação entre o aluno e os objetos de estudo.

Sob que condições deve se ensinar?

Deve-se ensinar sob a condição dinâmica que há na escola e na sala de aula de uma organização da relação social entre professor e aluno, professor e disciplina (matéria), aluno e disci- plina que se materializa na sala de aula e nas demais relações que ocorre na escola e também a relação que os alunos estabelecem do estudo com o conhecimento.

Tudo isso que vimos até aqui envolve uma atuação do- cente e é essa ação docente que determina a qualidade do ensino.

Os principais objetivos da atuação docente, segundo Libâ- neo (1992) são:

1) Assegurar ao aluno o domínio duradouro e seguro dos conhecimentos.

2) Criar condições e os meios para o desenvolvimento de capacidades e habilidades intelectuais nos alunos de modo que eles consigam dominar métodos de estudo e de trabalho intelectual visando sua autono- mia no processo de aprendizagem e independência de pensamento

3) Orientar as tarefas de ensino para os objetivos educa-

tivos de formação de personalidade, a fim de auxiliar

os alunos para que consigam tomar atitudes e opções

diante das situações da vida.

(47)

Para o autor, a relação professor aluno é bilateral e necessá- ria para que o processo de ensino aconteça.

Na escola, o ensino é uma atividade realizada pelo pro- fessor e o estudo é uma atividade realizada pelo aluno que se concretiza pela aprendizagem.

O processo de ensino tem como foco transmitir informa- ção e construir conhecimento.

Já a unidade de ensino aprendizagem apresenta-se em dois momentos: momento da transmissão de conhecimentos e habi- lidades e o momento da assimilação ativa dos conhecimentos e habilidades; ou seja, esta unidade acontece na relação professor – aluno, pois esses momentos são indissociáveis e se apresentam nas diversas situações didáticas.

Mas afinal...

O que é aprendizagem?

Como as pessoas aprendem?

A aprendizagem, de modo geral, é qualquer atividade hu- mana exercida a todo momento no ambiente que vivemos. Por- tanto as pessoas estão constantemente aprendendo.

Agora vamos diferenciar e especificar dois tipos de apren-

dizagem:

(48)

Aprendizagem casual

Surge naturalmente da interação entre as pessoas e com o ambiente em que vivem.

http://cuentosehistoriasdelaabuela.blogspot.com.br/search/label/Infancia%20feliz?m=1

Aprendizagem organizada

É aquela que pode ocorrer em vários lugares, porém é na escola que são organizadas as condições específicas para a transmissão e assimilação de conhecimentos e habilidades. Esta aprendizagem tem por finalidade aprender determinados co- nhecimentos, habilidades e normas de convivência social e por ser uma organização intencional, planejada e sistemática das fi- nalidades e condições de aprendizagem escolar é tarefa especí- fica do ensino. (p.82)

https://virgiliotavoracrato.wordpress.com/sobre/

(49)

Vejamos alguns exemplos de aprendizagem escolar segun- do Libâneo (1992)

Professora conta uma estória

Aluno recebe o conteúdo da estória

Aluno faz a ligação da história com sua experiência de vida

A luno está aprendendo A professora apresenta um tema

alunos alunos

(50)

alunos (discutem, analisam, perguntam e abrem para a conversação)

A professora vai organizando as ideias para sistematizar o conhecimento

Estudo no livro, exercícios

Consolidação do conteúdo aprendido (fizeram relações, interiorizaram conceitos, formaram es- truturas mentais, desenvolveram a capacidade de

observação, comparação, síntese e serão capazes de aplicar os conhecimentos aprendidos).

História

(51)

Alunos estudando juntos um tema, memorizando nomes, localidades e períodos; ou seja, adquirindo entre eles e entre os livros e os conteúdos digitais conhecimentos e habilidades.

A aprendizagem escolar é, assim, um proces- so de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orien- tados no processo de ensino. Os resultados da apren- dizagem se manifestam em modificações na ativida- de externa e interna do sujeito, nas suas relações com o ambiente físico e social. (Libâneo, p. 83)

Embora mesmo sendo estabelecidos objetivos, conteúdos e métodos trabalhados no processo de ensino, estes não podem ser transferidos diretamente da cabeça do professor para a cabeça do aluno, a assimilação é consequência da atividade mental dos alunos.

Efetivamente a aprendizagem escolar acontece quando são mobilizadas as atividades físicas e mentais dos alunos pela influ- ência do professor, que em situação didática estimula fatores ex- ternos: objetivos, conteúdos e fatores internos: características dos alunos (percepção, motivação, compreensão, memória, atenção, atitudes, conhecimentos já disponíveis na sua prática de vida).

O professor, durante o processo de ensino e aprendizagem

propõe situações didáticas organizadas para que o aluno possa

perceber o objeto a ser estudado, de forma direta (ações físicas

com o meio ambiente, ilustrações, demonstrações) ou por forma

indireta pelo uso da linguagem falada. Durante o processo de

ensino o aluno encontra-se em atividade mental de apreensão

do conteúdo concreto para um conteúdo “invisível”, “ideia”,

conteúdo pensado/abstraído e aí opera mentalmente com os

conteúdos aprendidos (assimilados).

Referências

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