• Nenhum resultado encontrado

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

RESUMO

Trata-se de estudo qualitativo, utilizando como instrumento de coleta de dados entrevista semiestruturada. A saturação dos dados se deu pela riqueza dos dados, procedendo a análise de conteúdo, na modalidade da análise temática. Foram entrevistadas 04 gestantes, uma puérpera e um cônjuge. Após análise, foram identificadas duas categorias temáticas, sendo elas: os saberes sobre o Zika Vírus e suas complicações; e repercussões e apoios cotidianos na gestação com sus- peita ou diagnóstico de Zika Vírus. O saber mobilizado pelas pessoas que vivenciam o agravo enfatizou o aspecto estru- tural da cabeça do bebê, que apontou preocupação com a questão da deficiência e da aparência física. As repercussões no cotidiano da gestante e do seu entorno promoveram a reorganização dos vínculos sociais, alcançando dimensões da vida privada, com destaque para dimensão socioeconômica e espiritualidade. A experiência diante dessa situação se repercutiu nas projeções e nos planos familiares, no compasso de questões morais que sedimentam as ações e as escolhas na esfera pública e privada.

DESCRITORES: Complicações na Gravidez; Zika Vírus; Microcefalia.

ABSTRACT

This is a qualitative study, using semi-structured interviews as a data collection instrument. Data saturation was due to the wealth of data, proceeding to content analysis, in the form of thematic analysis. Four pregnant women were inter- viewed, a puerperal woman and a spouse. After analysis, two thematic categories were identified, namely: knowledge about the Zika Virus and its complications; and repercussions and daily support in pregnancy with suspected or diagnosed Zika virus. The knowledge mobilized by the people who experience the disease emphasized the structural aspect of the baby's head, which pointed to concern with the issue of disability and physical appearance. The repercussions on the daily life of the pregnant woman and her surroundings promoted the reorganization of social bonds, reaching dimensions of private life, with emphasis on the socioeconomic dimension and spirituality. The experience in the face of this situation had repercussions on family projections and plans, on the rhythm of moral issues that sediment actions and choices in the public and private sphere.

DESCRIPTORS: Pregnancy Complications; Zika Virus; Microcephaly.

RESUMEN

Este es un estudio cualitativo, que utiliza entrevistas semiestructuradas como instrumento de recopilación de datos. La saturación de datos se debió a la gran cantidad de datos, que procedió al análisis de contenido, en forma de análisis temá- tico. Se entrevistó a cuatro mujeres embarazadas, una mujer puerperal y un cónyuge. Después del análisis, se identificaron dos categorías temáticas, a saber: conocimiento sobre el virus del Zika y sus complicaciones; y repercusiones y apoyo dia- rio en el embarazo con el virus Zika sospechado o diagnosticado. El conocimiento movilizado por las personas que experi- mentan la enfermedad enfatizó el aspecto estructural de la cabeza del bebé, lo que señaló la preocupación por el problema de la discapacidad y la apariencia física. Las repercusiones en la vida cotidiana de la mujer embarazada y su entorno pro- movieron la reorganización de los lazos sociales, alcanzando dimensiones de la vida privada, con énfasis en la dimensión socioeconómica y la espiritualidad. La experiencia frente a esta situación tuvo repercusiones en las proyecciones y planes familiares, en el ritmo de los problemas morales que sedimentan las acciones y elecciones en la esfera pública y privada.

DESCRIPTORES: Complicaciones del Embarazo; Zika Virus; Microcefalia.

RECEBIDO EM: 14/08/2020 APROVADO EM: 24/08/2020 Suspected pregnancy and diagnosis of Zika virus infection

Embarazo con sospecha/diagnóstico de infección por el virus del Zika DOI: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2020v10i56p3477-3490

(2)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

Laura do Espírito Santo Soares Enfermeira.

ORCID: 0000-0001-5303-2717

Gênesis Vivianne Soares Ferreira Cruz Enfermeira

ORCID: 0000-0002-3248-1182 Fabiane Blanco Silva Bernardino

Enfermeira. Docente da Universidade Federal do Mato Grosso.

ORCID: 0000-0003-0339-9451 Andréia Lara Lopatko Kantoviscki Enfermeira. Mestre em Enfermagem.

ORCID: 0000-0003-3674-0177 Everton Rossi

Enfermeiro. Mestre em Saúde Coletiva.

ORCID: 0000-0002-1945-0744 Manuela Ribeiro Moraes Dias Enfermeira.

ORCID: 0000-0001-9787-2101 INTRODUÇÃO

Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde trouxe um alerta sobre a re- lação entre a infecção pelo Zika Ví- rus (ZIKV) em gestantes e o nascimento de recém- nascidos com microcefalia no território brasileiro, sendo, posteriormen- te, confirmada a existência dessa associa- ção pela Organização Mundial da Saúde e pelo United States Centers for Disease Control and Prevention(1-3).

A transmissão do ZIKV pode ocorrer pelo mosquito vetor Aedes aegypti, mas, também, pela transfusão sanguínea e pela via sexual(3). A microcefalia se tornou uma das mais conhecidas formas clínicas da infecção congênita nos recém-nascidos, no entanto, existem outras manifestações clínicas abarcadas pela Síndrome Congê- nita do Zika Vírus - SCZV(4,5), devido sua capacidade de atingir o sistema nervoso central, afetando o crescimento e desen- volvimento fetal, e ocasionar alterações físicas, neuromotoras e cognitivas(4,6).

A SCZV é considerada uma condição crônica que afeta diretamente a família, exigindo dos pais o contato frequente com os profissionais e serviços de saúde e a necessidade de cuidados permanentes

da criança acometida. A microcefalia e a infecção pelo ZIKV podem ser diagnos- ticadas na gestação, gerando apreensão e incertezas por parte da família diante da suspeita ou diagnóstico, principalmente dos pais(7), pois, para muitos casos, o tra- tamento é imprevisível ou pouco acessível.

Considera-se, portanto, relevante com- preender a experiência de gestantes com suspeita ou diagnóstico de ZIKV pela necessidade de um olhar mais sensível às singularidades e subjetividades envolvidas em seus desdobramentos.

Neste cenário, valorizar os aspectos subjetivos daqueles que sentem na pele tais acontecimentos (gestantes, cônjuges), pode provocar reflexões sobre o cuidado, o cotidiano e os significados da assistência frente essa condição crônica. Entende-se a experiência como o resultado de múltiplas vivências condensadas em significados particulares e que expressam algum sen- tido para a pessoa que a vivenciou, sendo perpassada, contudo, por elementos ob- jetivos(8). Se envolvem significados, pres- supõe a interpretação, na qual os sujeitos dispõem de um estoque de conhecimento prévio(9). A experiência é o que revela o modo de ser no mundo e o meio pelo qual o mundo se coloca em nossa face e den-

tro de nós(10), se referindo, também, aos

“meios pelos quais os indivíduos e grupos sociais respondem a um dado episódio de doença”(11).

Propôs-se compreender alguns aspec- tos da experiência de gestantes, puérpera e cônjuge diante da suspeita ou diagnós- tico de ZIKV, atendidos em um serviço de referência do Estado de Mato Grosso, Brasil. Emergiram as seguintes perguntas norteadoras: Qual o saber mobilizado pe- las gestantes, puérperas e cônjuges sobre o ZIKV na gestação? Quais as repercussões desse agravo no cotidiano? E quais possi- bilidades de apoio surgiram?

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo rea- lizado em um serviço de referência para o atendimento ambulatorial e internação de gestantes com suspeita ou diagnóstico de ZIKV, entre os meses de janeiro e junho de 2018, o qual foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com se- res humanos, sob o parecer nº 1.842.018 e CAAE: 59553716.9.0000.5541.

A seleção dos participantes foi inten- cional, mediante convite pessoal durante as visitas técnicas ao local selecionado para

(3)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

a pesquisa. Os critérios de inclusão foram:

ser maior de 18 anos e receber atendi- mento no serviço de saúde relacionado à suspeita ou diagnóstico de infecção pelo ZIKV no período gestacional. A delimita- ção do número de participantes foi feita a partir da riqueza dos dados coletados nas entrevistas. De acordo com Minayo(12), uma amostra qualitativa ideal é aquela que reflete, em quantidade e intensidade “as múltiplas dimensões de determinado fe- nômeno”. Ao todo, foram 06 participantes da pesquisa: quatro gestantes, uma puér- pera e um cônjuge, os quais nos trechos de falas trazidos são identificados pelo códi- go G para gestante, seguido de numeração aleatória (G1, G2, G3 e G4), Puérpera e Cônjuge, respectivamente.

Para a produção de dados foi realizada entrevista com roteiro semiestruturado e a análise de conteúdo, na modalidade da análise temática, orientou seu tratamen- to(13). As discussões foram organizadas em duas categorias temáticas: Os saberes sobre o Zika Vírus e suas complicações e Repercussões e apoios cotidianos na gestação com suspeita ou diagnóstico de Zika Vírus.

RESULTADOS

Todas as gestantes eram casadas, idade entre 22 e 32 anos, no período da entre- vista a idade gestacional variou entre 23 a 39 semanas, três delas estavam internadas com suspeita de ZIKV e apresentavam comorbidades, como: diabetes gestacio- nal, hipertensão, pneumonia e anemia.

Nenhuma delas estava acompanhada do cônjuge durante a internação. Duas par- ticipantes foram selecionadas enquanto aguardavam atendimento no setor de tria- gem do serviço ambulatorial. Uma delas foi entrevistada após receber resultado positivo de exame laboratorial para ZIKV e estava acompanhada pelo marido de 32 anos, que também participou da pesqui- sa. A puérpera, no segundo dia pós-parto, estava internada sem acompanhante e o recém- nascido estava na Unidade de Te- rapia Intensiva Neonatal, com diagnóstico de microcefalia por ZIKV.

A experiência das mulheres com sus- peita e diagnóstico da infecção pelo ZIKV se mostrou como fenômeno sensível ao corpo, possuindo um importante papel para o seu delineamento, enquanto modo de viver/estar no mundo(10,14). Isso por- que é no corpo que se evidenciam os sinais de adoecimento e é nele que incidem as in- tervenções cotidianas, seja de prevenção, diagnóstico e cuidados do agravo.

Entre as manifestações corporais de sin- tomas da infecção do ZIKV, foram citadas:

“Dor nas articulações, no múscu- lo, dor de cabeça, febre, náuseas, tontura, coceira, tipo, pra mim era sarna, parecia sarna, tava muito grossa [a pele].” (G2).

“Inchaço nas juntas e nos torno- zelos, nas mãos, o corpo bastante avermelhado [...] tá empolado ain- da [...] as manchas não sumiram e febre, febre alta [...] estava com 39º de febre e muita dor de cabeça, dor no corpo” (G4).

Para além do corpo, os aspectos subje- tivos trouxeram o saber mobilizado pela experiência diante da suspeita ou diagnós- tico da infecção pelo ZIKV, o qual apre- senta- se a seguir.

Saberes sobre o Zika Vírus e suas possíveis consequências na gestação

A experiência possui aspectos tanto subjetivos como intersubjetivos, que pres- supõem a existência de quadros de refe- rência – internalizados pelos sujeitos por meio de processos concretos de interação social(11), que mobilizam os mais variados saberes que circulam no meio social, inclu- sive aqueles sobre o ZIKV e a microcefalia.

Para Schutz(9), o que uma pessoa sabe em sua vida cotidiana “é qualquer coisa que ela acha que seja conhecimento”, que diz respeito a questões práticas, constituindo seu estoque de conhecimento. Na experi- ência do adoecimento, o sentir- se mal ou o sentir que algo inesperado pode aconte- cer – como o nascimento de um bebê com microcefalia – coloca em movimento os

saberes e a capacidade de transformar essa experiência em conhecimento(11).

“O que eu sei, é que o bebê pode nascer com má formação [...] Eu sei que a criança nasce com a cabeça pequena” (G4).

“[...] ele [o ZIKV] destrói algu- ma coisa na cabeça do bebê e aí ele pode nascer com microcefalia”

(Puérpera).

“Eu sei que ele [o ZIKV], quando a gente é infectado, ele pode dar microcefalia na criança no começo da gestação [...] eu não tenho certe- za se do meio pro fim acontece isso, mas no começo da gestação pode sim ocasionar essa doença [...]” (G2).

As falas podem revelar que o saber mobilizado pelas pessoas que vivenciam o agravo enfatiza o aspecto estrutural da cabeça do bebê – tamanho, deformidade – que aponta para a preocupação com a deficiência e a aparência. Nesse sentido, o conhecimento prático e cotidiano de cada pessoa pode lhe servir como um esquema interpretativo de experiências passadas, presentes e até antecipando ocasiões do por vir, como o nascimento de uma crian- ça com microcefalia.

Nas questões que envolvem a defici- ência física, especialmente daquelas mais visíveis e identificáveis (corporificadas na aparência), como é no caso da microcefa- lia, os saberes podem denunciar a diferen- ça(15) ao se relacionar com o estigma – que remete a um atributo depreciativo e que pode se manifestar na linguagem das re- lações(16), evidenciando uma característica diferenciada daquilo que é previsto como uma norma social (“um bebê saudável”).

De fato, a microcefalia é a manifesta- ção clínica mais conhecida entre os en- trevistados e, também, a mais propagada socialmente. Porém, é importante lembrar que se trata de uma das formas clínicas da SCZV, que pode cursar com as mais diver- sas manifestações e alterações(5).

No cotidiano existem vários meios

(4)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

de divulgação e de informações sobre o ZIKV e a microcefalia, tais como: a rede social, campanhas oficiais de prevenção, orientações fornecidas pelos profissionais de saúde no acompanhamento pré-natal, bem como, pela interação social com pes- soas de seu entorno (familiares, vizinhos, colegas, comunidade, etc.); constituindo, desse modo, importantes matrizes de sig- nificados e de práticas (referências), onde as experiências prévias são sedimentadas e organizadas como conhecimento à mão(9), facilmente acessado e interpretado.

Os saberes mobilizados (disponíveis) no cotidiano circulam/propagam de for- ma dinâmica na sociedade e são diversa- mente apropriados pelos sujeitos, os quais são culturalmente construídos, elaborados e articulados(17), como nos noticiários e nas mídias televisivas:

“Aí, de uma hora pra outra, você sabe que sua mulher tá com esse ví- rus da zika [...] você já sabendo pela televisão o que causa” (Cônjuge).

“Eu não conheço muito. Só vi o que passava na televisão, né? Naquela época que teve surto. Aí, via as- sim, mais ou menos, mas nunca me aprofundei não [...] Só via a ques- tão da microcefalia” (G1).

Notou-se que a mídia estava presente na vida cotidiana e que suas conexões mi- diáticas poderiam ser úteis para trazer in- formações, (re)produzir e partilhar os sig- nificados socioculturais diante do agravo.

Além de transmitir conteúdo simbólico, os meios de comunicação também podem influenciar na formação do pensamento político e social(18), contudo, tal proces- so não é algo mecânico e passivo, pois há de se considerar a capacidade das pessoas na (re)elaboração e na (re)integração dos saberes para a composição do estoque de conhecimento.

De modo que, “até mesmo as ideias culturais mais estereotipadas existem so- mente na mente dos indivíduos que as ab- sorvem, e que as interpretam com base em suas próprias situações de vida”(9), confe-

rindo a elas um registro pessoal e singular.

Ou seja, as pessoas não utilizam exclusi- vamente de informações específicas sobre o ZIKV e a microcefalia fornecidas pela mídia popular e/ou científica, pela possi- bilidade de se aportar em conhecimentos/

ideias sobre outras condições que afetam o corpo (física e mentalmente), que lhes fo- ram transmitidos anteriormente e que são atualizadas e ressignificadas na situação cotidiana que se lhes apresenta.

Assim, nas diversas situações do mun- do da vida as pessoas podem ser con- duzidas à reflexão e interpretações nos contextos socioculturais compartilhados com outros – mundo intersubjetivo(14). De modo prático, no que diz respeito aos cuidados com o corpo das mulheres, os saberes sobre as formas de transmissão do ZIKV também são importantes para se pensar em medidas mais efetivas para a prevenção do agravo(19) e que estejam mais coerentes com a realidade.

Os depoimentos revelaram maior ênfa- se da transmissão do vírus pelos mosquitos vetores e na adoção de medidas de contro- le sobre o ambiente que são mais ampla- mente divulgados nos meios de comunica- ção social:

“[disseram] que era pra mim passar repelente, que era pra mim evitar roupas escuras [...] limpar minha casa, num deixar água, pneu as- sim, água no pneu, essas coisas [...]”

(Puérpera).

“Em casa mesmo não deixamos nada de água parada, sempre cui- dando, entendeu? Tela [antimos- quito] [...] ela [a gestante] pas- sando o protetor dela também - os repelentes [...]” (Cônjuge).

Não obstante, outro depoimento re- produziu elementos do saber biomédico menos divulgados:

“[o ZIKV é] contraído pelo mosquito ou sexualmente transmissível” (G2).

Tais saberes respaldam-se em campa-

nhas oficiais individualizantes sobre o que é esperado que a mulher faça em todo o período de gestação, seja através de me- didas de proteção, antimosquito (repe- lentes de uso tópico, roupas com menor exposição da pele, telas domésticas, etc.), seja pelo uso de preservativo nas relações sexuais(19). Estas estão ancoradas na ma- triz biomédica de conhecimento que for- temente sustenta a assistência pré-natal nos serviços de saúde e que tem orientado a elaboração de manuais e protocolos de atendimento direcionados aos profissio- nais de saúde.

“[...] desde que eu descobri [a sus- peita do ZIKV] eu estava fazendo acompanhamento, tava quinzenal [...] Depois do oitavo mês passou a ser semanal por conta que ela [a bebê] não tava desenvolvendo e a gente tá acompanhando pra ver se é por conta do vírus.”(G3).

Os rápidos avanços nas tecnologias para o diagnóstico pré-natal de doenças e malformações fetais têm sido acompanha- dos pelo deslocamento da identificação de deficiências e condições específicas através de cálculos morfofuncionais e o controle de riscos, esmaecendo suas fronteiras no âmbito privado. Por exemplo, nas altera- ções congênitas graves, que inclui a SCZV, as opções de escolha das mulheres pare- cem bem restritas, pois a possibilidade de interrupção da gravidez por decisão pró- pria é perpassada por elementos morais e burocrático-legais(20).

Nesse sentido, o escrutínio dos fetos e os saberes científicos, mesmo que necessá- rios sob a perspectiva biomédica, podem se tornar inúteis diante da inexistência de tratamento que possa interferir no desen- volvimento anormal do cérebro fetal e da impossibilidade jurídico-legal de escolha da mulher pela interrupção da gravidez no Brasil(20). De modo que, questiona-se a que serve o diagnóstico pré- natal para além do estresse da mulher e família e do considerável consumo dos procedimentos biotecnológicos onerosos ao sistema de saúde (seja público ou privado)?

(5)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

No tópico seguinte destacam-se ques- tões que envolvem as repercussões desse agravo no cotidiano de gestantes e de suas famílias, compreendendo quais as possí- veis fontes de apoio que surgiram com- pondo a experiência.

Repercussões e apoios cotidianos na gestação com suspeita ou diagnósti- co de Zika Vírus

Os sentimentos relatados pelos par- ticipantes se mostram entre as repercus- sões mais imediatas geradas pela suspeita ou confirmação do diagnóstico do ZIKV durante a gestação, os quais incluem: o medo, a frustração, as incertezas e os con- flitos emocionais:

“Eu vim aqui pegar o resultado do exame, estou com medo” (G4).

“Eu fiquei desesperado, chorei, pen- sei muito o porquê disso acontecer, fiquei triste pra caramba, fiquei muito chateado” (Cônjuge).

“Chorei. Chorei bastante até antes de fazer a ultrassom por conta que ela [bebê] não tava desenvolvendo, não tava ganhando peso e ela não tava também no tamanho adequa- do. Eu fiquei bastante preocupada, né [...] fiquei até com dificuldade pra dormir” (G3).

Nota-se a intermediação das repercus- sões pelas tecnologias diagnósticas e sobre este aspecto, as reflexões da Sociologia do Diagnóstico podem fornecer elementos importantes a essa discussão ao trazer o diagnóstico como categoria, processo e consequência(21). O diagnóstico intraute- rino de microcefalia é mediado, portanto, duplamente pelo exame do corpo da mu- lher e do feto(20), que se repercutem (con- sequências) de modo diferenciado em to- dos envolvidos(21,22) - gestantes, cônjuges, família, etc.

“[...] até pra dormir, deito na cama e penso [...] poxa, será que minha filha vai nascer com problema de

saúde, com algum defeito? [...] Eu fiquei desesperado [...] no mesmo dia levei no médico, sabemos que era zika, viemos pro hospital, já fizemos exames, já fomos no mé- dico, fizemos ultrassom, mediram pra ver como que tava o formato da criança [...]” (Cônjuge).

Considerar a situação das gestantes e familiares em relação aos procedimentos diagnósticos permite abordar o diagnósti- co como um ato, um processo interpreta- tivo, que se desdobra em emoções, saberes e nas interações, em particular, com os serviços e profissionais de saúde, produ- zindo efeitos que repercutem muito além do hospital e/ou consultório do médico(21) para espraiar-se nas interações e arranjos familiares ao incidir sobre seus planos e projetos futuros.

Contudo, as expectativas e os proje- tos de vida das famílias afetadas podem se reconfigurar a longo prazo, através de renegociações, decisões e iniciativas que abranjam os diferentes âmbitos da vida(8) e redimensionamento de projetos futu- ros(17). Após a suspeita/diagnóstico do agravo, ocorreram mudanças na rotina familiar, especialmente da gestante, sen- do requeridos maior tempo e dedicação durante o acompanhamento pré-natal, o que por vezes levou a deixar de lado outras atividades cotidianas, como casa, estudos, trabalho e lazer(7).

“[...] agora vou ter que fazer um ultrassom por semana pra acompa- nhar o bebê. Pelos sintomas e pela diabetes [...]” (G2).

“[...] de uma hora pra outra, revira a vida da gente, mas é uma criança que está nascendo, é seu filho que está nascendo” (Cônjuge).

Além da rotina imposta pela própria gestação, período de significativas mudan- ças, soma-se que a família é demandada a se mobilizar e se reorganizar, ainda mais, para atender as necessidades geradas por essa circunstância incomum. As novas de-

mandas podem impulsionar o rearranjo dos vínculos e das atividades rotineiras de cada familiar(23), como evidenciado:

“Ela [a esposa] está indo várias vezes no postinho lá perto de casa, mas eu trabalho [...] aí, o meu pai busca ou o meu irmão [...]. Aqui no Hospital fica meio distante e eu te- nho que acompanhar ela também, porque aqui eu não sei que horas vai terminar, demora” (Cônjuge).

A ação da família mostra-se funda- mental nessa situação, principalmente quando há comprometimento dos planos para a gestação no bojo das incertezas do desenvolvimento fetal/infantil, o apoio da família pode ser acionado conforme as circunstâncias da vida e as necessidades cotidianas. Deste modo, a família pode se tornar um elemento estável que permi- tiria às pessoas encontrarem um sentido para a sua ação(24). Todavia, as expectati- vas geradas em torno da família devem ser consideradas como possibilidades à vista e não garantias concretas. O apoio familiar não é incondicional e absoluto, pois depende do contexto sociocultural no qual se insere(25).

Nesse contexto, o apoio familiar pode- ria reforçar as potencialidades com uma importante participação: o fortalecimen- to dos laços de solidariedades(24) – que desempenha um papel fundamental na provisão das necessidades individuais e na prestação de diversos cuidados ao longo do ciclo de vida, como da gestação ao cres- cimento/desenvolvimento da criança, no qual cada membro da família se tornaria nó/nós ativos na prestação de cuidados e na manutenção da vida cotidiana(26).

“[...] ele [o esposo], começou a acom- panhar mais no pré-natal, um pou- co mais de atenção que antes” (G3).

“ele [o esposo] dá apoio [...] [eu re- cebo] apoio da minha mãe [...]. Te- nho falado muito com minha mãe, todos os dias eu converso com ela”

(G4).

(6)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

Os depoimentos mostraram que, quando há uma preocupação ou neces- sidade durante a gestação, pessoas mais próximas podem se envolver com a situ- ação/problema tornando-se parte essen- cial na rede de apoio – os nós mais fortes e ativos nos laços de solidariedade(24,26). No entanto, esse fato não é uma norma social, pelo contrário, pois alguns estu- dos têm apontado o abandono e a falta de vínculos familiares(25,27). De modo que, a influência da rede social pode se mostrar tanto de forma positiva quanto negativa(24).

Quando atuam positivamente, as redes de apoio podem ser definidas pela dispo- nibilidade de apoio a partir dos vínculos sociais significativos(24), como no caso dos cônjuges e familiares da gestante, diante de situações de crise, dúvidas e preocupações, propiciando estratégias de enfrentamen- to através do encorajamento ou cuidado, principalmente, em períodos de transição e de grandes mudanças(28).

Após o nascimento de um filho com alguma deficiência e/ou malformação congênita, a exemplo da SCZV, con- tinuam a ocorrer mudanças na rotina, dinâmica e estrutura familiar, entre elas os custos financeiros demandados pe- los cuidados contínuos, idas/vindas de consultas/exames específicos e especia- lizados, bem como a constante neces- sidade de acesso a serviços de saúde(23), nem sempre cobertos por planos de saúde, insumos/produtos (alimentares, de higiene, etc.) específicos e, igual- mente, não cobertos ou subsidiados pelo sistema de saúde. Como apontado por uma gestante:

“[...] começa com fralda, roupas, acessórios, leite [...]. Tudo isso tem um gasto [...] A gente queria pri- meiro construir uma casa [...] E um filho é uma casa construída, né?”

(G2).

Relatos como evidenciaram certa vul- nerabilidade econômica dessas famílias que, potencialmente, pode ser amplificada pela ocorrência de uma condição crônica.

As mais diversas necessidades sociais exi- gem suporte e melhor administração dos recursos financeiros, assim como, o esta- belecimento de prioridades para a destina- ção desses recursos, que pode, a depender das condições financeiras de cada família, modificar projetos individuais/coletivos futuros(18,22,23).

“Eu estava com plano de fazer fa- culdade o ano que vem. Eu vou fa- zer, mas agora vai demorar mais”

(G2).

Existiram diferentes fontes de apoio social às gestantes e suas famílias que re- ceberam a notícia da suspeita/diagnóstico de infecção por ZIKV, que lhes ajudaram no dessa fase crítica(28). Uma dessas fontes foi a fé:

“Mas a gente tem fé em Deus que vai dar tudo certo [...] No meu cora- ção, do jeito que Deus mandar pra mim vai ser bem vinda” (Cônjuge).

“Todo mundo [da família] orando pra dar tudo certo” (G3).

A fé pode ser compreendida como uma manifestação da espiritualidade que proporciona esperança, conforto e bem-estar, na tentativa de superar as adversidades geradas pela notícia, auxi- liando na aceitação e minimizando so- frimento e ansiedade(6,7). Não obstante, há de se ponderar as questões morais que permeiam o ser mulher e o ser mãe, exigindo uma conduta de devoção e mis- são quase que inescapável:

“Deus nunca dá um fardo pra gen- te, que a gente não consiga carregar [...] com certeza ia ter que ter uma adaptação, porque mãe é mãe, né?

Mãe não importa. O filho pode vir sem a perna, sem o braço, sem ca- belo, pelado, do jeito que for [...] A gente aceita do mesmo jeito” (G2).

Sobre as questões morais adjacentes, Löwy(20) aponta criticamente o peso que

recai, sobretudo, às mulheres ao assumir as consequências do nascimento de seus filhos e dos respectivos cuidados perma- nentes e agravados progressivamente, a depender do grau de dependência - cujo prognóstico é reconhecidamente impre- ciso. Destarte, homens e mulheres, em medida desigual, respondem às questões morais que estão implicadas na experi- ência do cuidar dos filhos, todavia, as trajetórias biográficas estão sensíveis aos contextos em que se inserem e se expres- sam de diferentes formas, sendo impeli- dos por um conjunto de códigos culturais das diversas matrizes de significados(18), entre elas, a matriz religiosa - tradicional e extremamente fértil à compreensão da experiência em tela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender a experiência de gestan- tes com suspeita/diagnóstico de ZIKV im- plicou em reconhecer e valorizar os aspec- tos subjetivos que marcaram a trajetória de vidas, os saberes mobilizados e os contex- tos, para ampliar o olhar sobre a realidade das mesmas e para, potencialmente, atuar de forma mais sensível, levando em conta os aspectos socioculturais.

A experiência revelou significativas mudanças no cotidiano da gestante e dos que estavam em sua volta, promovendo a reorganização dos vínculos sociais e alcançando dimensões da vida privada, com destaque para dimensão socioeco- nômica e espiritualidade. Além disso, repercutiu nas projeções e planos fami- liares, no compasso de questões morais que sedimentaram as ações e escolhas na esfera pública e privada.

Nesse sentido, as repercussões se re- velaram no entrelaçamento de elemen- tos materiais e imateriais/simbólicos, clínicas e sociais, de modo dinâmico e marcante, alcançando pessoas em seu en- torno (familiares, profissionais de saúde, etc.) na tessitura das redes de apoio so- cial. No entanto, o apoio social não deve ser fornecido apenas pelas pessoas e pelas suas relações, pesando sobremaneira na individualização e na responsabilização

(7)

artigo

Soares, L.E.S.; Cruz, G.V.A.F.; Bernardino, F.B.S.; Kantoviscki, A.L.L.; Rossi, E.; Dias, M.R.M.;

Gestação com suspeita/diagnóstico de infecção pelo Zika Vírus

da família no bem-estar social(25), mas prioritariamente pela responsabilização do Estado-providência quanto ao aparato jurídico-legal, políticas públicas, sistema de recursos e serviços sociais, em resposta a um problema de saúde pública.

Os afetamentos gerados pelas reper- cussões/impactos se somam e, por vezes, se confundem a outras questões de ordem

social, imbricando-se. De modo que, am- pliar o contexto estudado para abarcar aspectos estruturantes (classe, gênero, políticas sociais, etc.) ao compreender a experiência das famílias afetadas pelo ZIKV ainda se torna essencial.

Portanto, a compreensão do fenôme- no estudado não se esgota, nem pode ser dada como pronta e acabada. É necessário

explorá-lo e analisá-lo em diferentes con- textos socioculturais a partir de diversos pontos de vista dos sujeitos envolvidos.

Enfim, almeja-se que as reflexões trazidas possam instigar outros estudos desta natu- reza envolvendo a presente temática, em especial, na vertente socioantropológica, que muito tem contribuído em pesquisas no campo da saúde.

REFERÊNCIAS

1. World Health Organization. Neurological syndrome, congenital malformations, and Zika virus infection. Implications for public health in the Americas. Geneva; 2015.

2. Centers for Disease Control and Prevention. Zika em bebês e crianças. Atlanta; 2016.

3. Ministério da Saúde (BR). Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Brasília (DF): Secretaria de Vigilância à Saúde; 2017.

4. Eickmann S, et al. Síndrome da infecção congênita pelo vírus Zika. Cad. Saúde Pública. 2016; 32(7):1-3.

5. Tolulope AMD, et al. Update: Interim Guidance for the Diag- nosis, Evaluation, and Management of Infants with Possible Congenital Zika Virus Infection. MMWR Morbidity and mortality weekly report. 2017; 66(41):1089-1099.

6. Rocha MCP, et al. Experiência da família da criança com micro- cefalia. Saúde Revista. Piracicaba. 2015; 15(40):49-66.

7. Freitas AAF. Avaliação do impacto familiar em pais de crianças diagnosticadas com microcefalia pelo Zika Vírus [dissertação].

Goiânia: Pontifícia Universidade Católica de Goiás; 2018.

8. Adam P, Herzlich C. Sociologia da doença e medicina. Bauru:

EDUSC; 2001.

9. Schutz A. Sobre a fenomenologia e relações sociais. Petrópo- lis: Editora Vozes; 2012.

10. Alves PC. A fenomenologia e as abordagens sistêmicas nos estudos sócio- antropológicos da doença: breve revisão crítica.

Caderno de Saúde Pública. 2006; 22(8):1547-1554.

11. Alves PC. A experiência da doença: considerações teóricas.

Cadernos de Saúde Pública. 1993; 9(3):239-262.

12. Minayo MC. Amostragem e Saturação em Pesquisa Quali- tativa: consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa.

2017; 5(7):01-12.

13. Gomes R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qual- itativa. In: Minayo MCS, Deslandes SF, Gomes R, organizadores.

Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 30. ed. Petrópolis:

Vozes; 2011. p. 79-108.

14. Rabelo MC, Alves PCB, Souza IMA (org.). Experiência de doença e narrativa. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 1999.

15. Barsaglini RA, Biato ECL. Compaixão, piedade e deficiência física: o valor da diferença nas relações heterogêneas. História, Ciências, Saúde-Manguinhos. 2015; 22(3):781-796.

16. Goffman E. Estigma: notas sobre a manipulação da identi- dade deteriorada. 4. ed. São Paulo: LTC; 1988. Tradução: Lambert M.; 2004.

17. Velho G. Projeto e metamorfose: antropologia das socie- dades complexas. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed; 2003.

18. Amaral VM, Laguardia J. Mídia e risco à saúde: O caso dos emagrecedores nas revistas semanais de informação. Peru:

ALAIC; 2014.

19. Ministério da Saúde (BR). Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de Atenção Básica. Brasília (DF): Secretaria de Atenção à Saúde; 2012.

20. Löwy I. Imperfect pregnancies: a history of birth defects and prenatal diagnosis. Baltimore: Johns Hopkins University Press;

2017.

21. Jutel A. Putting a name to it: diagnosis in contemporary soci- ety. Foreword by Peter Conrad, Johns Hopkins University Press;

2011.

22. Oliveira MC, Sá SM. A experiência parental após o diagnósti- co da microcefalia por Zika vírus: Um estudo de caso. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2017;7(4):64- 70.

23. Baltor MRR, Dupas G. Experiências de famílias de crianças com paralisia cerebral em contexto de vulnerabilidade social. Re- vista Latino Americana de Enfermagem. 2013; 21(4).

24. Portugal S. Família e redes sociais: Ligações fortes na pro- dução de bem-estar. Coimbra: Edições Almedina; 2014.

25. Carvalho MCB. O lugar da família na política social. In: CAR- VALHO MCB et al., organizadores. A família contemporânea em debate. 4. ed. São Paulo: EDUC/Cortez; 2005.

26. Portugal S, Nogueira C, Hespanha P. As Teias que a Doença Tece. DADOS – Revista de Ciências Sociais. 2014; 57(4).

27. Cruz GVSF. “Microcefalia não é o fim”: experiência de famílias no contexto da condição crônica [tese]. Cuiabá: Faculdade de En- fermagem da Universidade Federal de Mato Grosso; 2019.

28. Andrade MN. Perfil sociodemográfico e sentimentos vividos por gestantes com malformação fetal [dissertação]. Goiânia:

Universidade Federal de Goiás; 2014.

Referências

Documentos relacionados

Diferentemente disso, constata-se que, em qualquer dos casos, o valor dos de avales prestados pelo Governo, de USD 622 milhões em favor da ProÍndicus, SA, em 2013, e de USD

Estabelecidas essas questões centrais para a elaboração dos TCC/SDs, a disciplina vai se construindo em torno de reflexões que abrangem a transposição didática das práticas de

Um pacote chamado gaal com func¸ ˜oes que s ˜ao direcionadas para o estudo de Geometria Anal´ıtica e ´ Algebra Linear pode ser obtido na web na p ´agina do autor, as- sim como um

Eventuais situações não contempladas neste edital serão decididas pela Coordenação Geral do Centro de Idiomas e Relações Internacionais e pelos Diretores dos campi

Desde o início de minha carreira trabalhou em renomados e reconhecidos escritórios de Belo Horizonte, adquirindo experiência em projetos diversos e de diversas escalas,

Provedores de dados Coleções Biológicas Pesquisadores Instituições de Pesquisa Desenvolvimento de Aplicativos Modelo de dados Protocolos de Comunicação Integração

Garreta-Harkot et al (1991) e Acserald (2006) consideram que tais conflitos comprometem a manutengao das atividades no espago e o desconhecimento das vulnerabilidades e limites

j) Cópia do alvará de utilização, ou se o edifício é anterior à entrada em vigor do RGEU, a respetiva certidão emitida pela CMVVR. 4- A Câmara Municipal