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APROPRIAÇÃO INDÉBITA DOS CRÉDITOS DE EMPREGADOS, POR SEUS PRÓPRIOS ADVOGADOS — NOTIFICAÇÃO SUPLETIVA

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A P R O P R I A Ç Ã O INDÉBITA D O S CRÉDITOS DE EM P R E G A D O S , P O R SEUS PRÓPRIOS A D V O G A D O S

— NOTIFICAÇÃO SUPLETIVA

O L G A AIDA J O A Q U I M GOMIERIC)

Exercendo a judicatura trabalhista desde 1980, constatei c o m muita preocupação — durante vários anos de apuração nesse sentido — , fato que nas épocas próprias (de 1982 a 1992) fui levando a o conhecimento d a Cor- regedoria e Presidência dos Tribunais Regionais d o Trabalho, tanto d a 2*

c o m o d a 15* Região, e d a O r g e m d o s A d v o g a d o s do Brasil: um expressi­

vo contingente de advogados está se apropriando dos créditos conseguidos por seus clientes em demandas trabalhistas.

A princípio, pensei q u e isso estivesse acontecendo a p e n a s e m Ca- tanduva/SP e região onde, de 1982 (quando nessa cidade cheguei) até há pouco tempo, o maior nú m e r o d e reclamações trabalhistas era proposto por e m p r e g a d o s rurícolas, c o m p o u c a ou n e n h u m a instrução — semi-alfabe- tizados q u e às vezes mal s a b e m escrever o próprio n o m e — e, e m virtu­

d e dessa condição, são facilmente enganados por profissionais q u e n ã o pri­

m a m pela honestidade e lisura e m sua prestação de contas para c o m seus constituintes, alguns dos quais bastante conhecidos por seu mau-caratismo.

E m 1982, q u a n d o e m Catanduva e u assumira a Presidência d a J u n ­ ta, c o m o substituta, os Juízes Classistas (representantes d e e m p r e g a d o s e d e empregadores) q u e c o m p u n h a m a então única J C J d e C a t anduva (a 2 B Junta foi criada e m 18 d e nov e m b r o de 1992, dez anos após) m e adver­

tiram que, se eu checasse, através d e oficial de justiça, constataria q u e boa parte dos créditos trabalhistas liberados pelos alvarás e guias de retirada daqueles últimos três an o s imediatamente anteriores a 1982, n ã o havia si­

d o recebida pelos reclamantes, tendo sido objeto de apropriação indébita por determinados escritórios d e advocacia. Imagine-se o que essa informa­

ção significava, n u m a Junta q u e com e ç a r a a funcionar e m 1979, c o m u m a

(•) Juíza Presidente da 2* Junta d e Conciliação o Julgamento d o Catanduva o Diretora d o F ó ­ r u m Trabalhista "Juiz Dr. Roberto Gouvéa".

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m é d i a d e 4.000 processos por ano, q u e se m a n t e v e até 1992. Bastante apreensiva c o m essas denúncias, iniciei verificação d o alegado e, infeliz­

mente, comprovei que aqueles M M . Colegas Juízes Classistas estavam c o m a razão. C o m isso, por não m e omitir e c o m e ç a r a tomar providências, in­

clusive de representação criminal contra aqueles que a b u s a v a m dessa prá­

tica ilícita, passei a ser objeto d e centenas d e representações, correições parciais, m a n d a d o s d e segurança e toda sorte d e reclamação à s Correge- dorias e Presidências de nossos Tribunais (foram dirigidas até ao TS T , a o Ministro d a Justiça, ao Ministro d o Trabalho e a o Presidente d a República, s e m falar daquelas ao agora extinto Conselho Nacional d a Magistratura), q u e infernizaram minha vida por diversos anos. Mas, eu era jovem e idea­

lista e agüentei.

Apurei, no entanto, q u e n ã o só e m Catanduva isso ocorria, c o m o tam­

b é m o m e s m o fato estava s u cedendo e m várias cidades d o interior paulis­

ta e — p a s m e - s e — c o m categorias de reclamantes q u e possuem instru­

ção, assim c o m o médicos e bancários. E q u e o fato — apesar d a decepção q u e essa constatação traz — , podia s e dar até c o m escritórios d e advoca­

cia d e aparente renome.

Assim, conversando c o m Colegas Juízes d e outros lugares, especial­

mente d e capitais de Estados — onde essa prática criminosa é extremamen­

te difundida — , concluí que essa ocorrência se repete c o m constância, maior o u menor, d e p e n d e n d o d a região, m a s se m p r e existindo, o q u e é altamen­

te inquietante, pois denuncia índices alarmantes de deterioração dos p a ­ drões d e conduta por parte de u m a classe — a dos a d vogados — , q u e d e ­ veria zelar pelo b o m n o m e d a Justiça m a s que, a o contrário (por parte d e alguns de seus membros), parece mais atenta a lesar os direitos d e sua clientela incauta e desavisada.

Isso gera u m a situação desconcertante para o trabalhador q u e a vi­

ve (contrária a tudo) eis que, depois d e confiar c e g a m e n t e naquele profis­

sional q u e contratou, o cliente vê ruir diante de si o objeto d e sua confian­

ça, estima, admiração, a o verificar q u e foi enganado, simplesmente por q u e m deveria defendê-lo. Mais: verifica que, depois de entrar e m d e m o r a ­ d a contenda c o m a parte contrária, no final terá ainda de se haver c o m u m adversário muito mais forte e mais temível — q u e é seu próprio adv o g a d o

— , para receber o q u e é seu.

N ã o se desconhece que, c o m o o reclamante geralmente outorga a seu patrono u m a procuração que lhe d á os poderes d a cláusula acf juditia et ex­

tra, incluindo aqueles d e promover acordos e receber as quantias q u e fo­

r e m creditadas ao trabalhador n o término da demanda, é o advogado q u e m retira, através de alvarás o u guias de retirada fornecidos pelo Juiz d a e x e ­ cução trabalhista, todas as importâncias devidas a o obreiro pelo sucesso parcial ou total d a aç ã o intentada contra seu atual ou ex-empregador.

Aqui, há que se fazer séria reflexão a respeito d a grande tentação que de v e representar para o causídico, ter e m seu poder, após o término da li­

d e — e sem que seu cliente sequer saiba dessa liberação — , valores às ve-

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zes tão altos q u e por certo poderíam realizar muitos d e seus sonhos — m a s q u e pertencem a seu constituinte. Assim, ao invés d e ficar ap e n a s c o m os honorários contratados c o m o trabalhador — que pelo Enunciado n. 219 do C. T S T n ã o p o d e m ser superiores a 1 5 % (quinze por cento) — , t e m ocor­

rido d o profissional depositar o total daquele valor liberado e m s u a própria conta bancária — c o m o se a ele todo aquele numerário pertencesse — , s e m dar n e n h u m a satisfação a o cliente, que fica esquecido, c o m o se nunca ti­

vesse existido. C o m o se tivesse servido ap e n a s d e móvel para q u e o pro­

cesso se concretizasse, sendo eliminado d a lembrança q u a n d o já não se prestasse a n e n h u m a outra utilidade.

F a z e m o s , ainda aqui, u m a observação: talvez essa n e m fosse a in­

tenção inicial daquele causídico. Mas, repito, a tentação parece ser enor­

m e — especialmente para aquele tipo d e pessoa q u e v ê no dinheiro a so ­ lução de todos os seus problemas pessoais. A l é m do que, é posta nas mãos do causídico a oportunidade para que tal ocorra; vê-se q u e a facilidade na execução dessa apropriação — que, n a maioria das vezes, se perfaz no cri­

m e perfeito, que não é descoberto por ninguém, eis que não há controle ne­

nhum sobre o destino certo dessas importâncias — , t e m estimulado essa prática e feito c o m q u e a m e s m a s e propague.

no caso de escritórios de m á índole que, como regra, desde o iní­

cio do processo t ê m a clara intenção d e se apropriar dos créditos d e seus clientes, sei que se utilizam até d e "leões d e chácara” para se proteger da revolta e fúria d e reclamantes q u e d e s c o b r e m q u e foram enganados. E s ­ ses escritórios apresentam os sinais externos da extrema difusão dessa prá­

tica: o enriquecimento vertiginosamente rápido desses m a u s profissionais que, d e jovens bacharéis apenas c o m o diploma nas mãos, de repente (de 1 a 3 anos) s e tornam proprietários de mansões, fazendas, carros impor­

tados, escritórios d e luxo, fazendo habitualmente viagens internacionalmen­

te d e lazer, c o m toda a família...

M a s alguns e m p r e g a d o s d e repente d e s c o b r e m q u e foram logrados.

Existe aquele e m p r e g a d o q u e fica indo diversas vezes a o escritório d e seu patrono para saber d o a n d a m e n t o d e seu processo. A d e m o r a na solução d o m e s m o é atribuída aos Juízes Trabalhistas, ou até lhe é informado q u e h o u v e insucesso e m s u a d e m a n d a , por rigor d e m a s i a d o d e q u e m a anali­

sou, ou seja: dos magistrados. Alguns reclamantes se c o n f o r m a m e desis­

t e m d e procurar maiores explicações. Outros, mais perspicazes, resolvem ir até a Junta d e Conciliação e Julgamento o n d e inicialmente foram ouvi­

dos, para “checar" essas informações. Inúmeras vezes s ã o esclarecidos pelas Secretarias dessas Juntas q u e seu processo terminou c o m êxito e que seu crédito foi retirado por seu a d v o g a d o há vários m e s e s ou anos.

Resta, então, a o trabalhador, nessa fase d e sua odisséia, se socor­

rer d o Juiz d o Trabalho, o qual deverá promover representação à O A B (Or­

d e m dos A d v o g a d o s do Brasil) e ao Ministério Público, para a apuração d a apropriação indébita d e q u e o obreiro foi vítima. O desgaste é muito gran­

d e para o trabalhador, diante d e tantas dificuldades.

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O próprio Juiz d o Trabalho que, consternado, se depara c o m os n ú ­ m e r o s desse quadro, luta até u m certo ponto para tentar resolver esse s é ­ rio problema, m a s t a m b é m vai cansando diante d a morosidade da O A B (Or­

d e m d o s A d v o g a d o s do Brasil) no e x a m e dessas denúncias; e d e u m a ju­

risprudência penal ultrapassada, que tolhe os ilustres Promotores Públicos da Justiça C o m u m e não dá a o Juiz do Trabalho qualquer respaldo para con­

seguir a punição dos culpados, c o m o mais abaixo explicarei.

Falo de minha própria experiência e de outros Colegas Juízes do Tra­

balho q u e — c o m o eu — , q u a n d o c o m e ç a r a m a combater essa advocacia criminosa, foram alvos ( c o m o já m e referi) d e inúmeras representações di­

rigidas a se u s próprios Tribunais, sob os mais variados pretextos, os mais chulos, que tinham apenas o escopo de removè-los do local onde atuavam, para não atrapalharem os negócios lucrativos desses maus advogados.

N ã o no m e u caso, m a s de alguns colegas, verifiquei, c o m tristeza, que essas representações às vezes são e n c a m p a d a s pela própria S u b s e c ç ã o d a O r d e m dos A d v o g a d o s d o local dos fatos, que por vezes é mal influen­

ciada por esses péssimos profissionais.

T a m b é m é pesaroso saber q u e aquele Juiz combativo é colocado sob suspeita por parte de seu Tribunal e, por conseqüência, d e seus próprios Colegas d e 1f instância, enquanto responde a essas espúrias representa­

ções. Tal procedimento, no entanto, faz parte d o controle interno q u e o s Tri­

bunais e x e r c e m sobre a conduta d e seus magistrados e h á d e ser neces­

sariamente aceito, e m prol d a transparência desse Poder constituído, ain­

d a q u e isso d o a — e muito.

M á g o a s à parte, n o aspecto penal, no q u e diz respeito ao Ministério Público Estadual, apesar d a imensa b o a vontade e competência d e seus m e m b r o s , verifiquei q u e tais queixas t ê m sido sistematicamente arquiva­

das localmente se o advogado reembolsa o cliente antes da denúncia, o que sempre ocorre. Isso geralmente acontece s e m q u e os juros e a correção m o ­ netária t e n h a m sido corretamente aplicados — e m prejuízo a o obreiro — , n ã o sendo o causídico a p e n a d o pelo crime d e apropriação indébita q u e co ­ meteu, eis q u e a jurisprudência entende que, c o m esse pagamento, o cri­

m e n ã o se consumou, eis que não teria restado provado que a intenção era a d e lesar o e m p r e g a d o (ainda q u e se t e n h a m passado um, dois o u mais an o s do ato d a apropriação), concluindo haver a p e n a s atraso no repasse dos créditos ao trabalhador, somente conduta relapsa e aética d o a d v o g a ­ do, a ser punida pela OAB.

T a m b é m , nas ocorrências q u e acompanhei, n ã o observei a O A B can­

celar o registro desses profissionais inescrupulosos, apesar das denúncias terem atingido o n ú m e r o das centenas, n o caso d e alguns; sequer fui infor­

m a d a q u e tivessem sido suspensos do exercício da advocacia ou, pelo m e ­ nos, advertidos (a m e n o s que isso tenha se dado de forma sigilosa. D e qual­

quer forma, o magistrado representante haveria d e ter sido avisado). A ex­

plicação d a d a é q u e o vol u m e e n o r m e de reclamações contra esses pro­

fissionais dificulta o a n d a m e n t o desses processos, q u e a c a b a m atingindo a prescrição, s e m q u e penalidade a l g u m a seja aplicada a eles.

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Diante desse contexto, para resguardar os direitos dos trabalhadores, passei a enviar comunicados aos m e s m o s (que chamei de Notificação Su­

pletiva — supletiva porque, a rigor, o obreiro, a o recebê-la, já deverá ter si­

d o previamente comunicado sobre seu teor, por seu próprio advogado), avi­

sando-os q u a n d o d a liberação d e se u s créditos a seus patronos, através d a c o ncessão d e alvarás ou guias d e retirada aos m e s m o s .

T a m b é m essa sistemática foi violentamonte combatida por aqueles m a u s profissionais, m a s — por força de nossa extrema insistência, até obs­

tinação — , a c a b o u contando c o m o respaldo de nosso Tribunal (o d a 15®

Região), através d e suas DD. Presidência e Corregedoria e hoje tal proce­

dimento passou a ser seguido c o m o rotina por n u m e r o s o s colegas q u e — c o m o e u — , n ã o se c o n f o r m a v a m e não se c o n f o r m a m c o m esse anormal e antiético estado d e coisas.

A "Notificação Supletiva" tem sido objeto de críticas ferozes por es ­ ses m a u s profissionais, sob o argumento de que o Juiz d o Trabalho não te­

ria competência para entrar na seara d e prestação d e contas d o a d v o g a ­ d o para c o m seu cliente, eis que sua jurisdição estaria esgotada c o m a e n ­ trega dos alvarás e guias de retirada d o advogado. Es s a posição, inteira­

m e n t e c ô m o d a e que serve somente aos interesses escusos daqueles que a o p õ e m ao procedimento supracitado, encontra resistência na própria fi­

nalidade do processo trabalhista — que é proporcionar ao trabalhador, de forma efetiva (e não apenas fictícia), o recebimento dos direitos que são seus, por direito— , e nos arts. 765, 653 e 680, letras f, da CLT, que outorgam a m ­ plos poderes a o magistrado trabalhista, n a direção e a c o m p a n h a m e n t o d a solução d a lide, podendo, para tanto, requisitar as informações e exercer as atribuições que julgar necessárias ao interesse real e concreto da Justiça.

M a s — al g u é m lembrará — , há muitos escritórios q u e fornecem en­

dereços errados dos reclamantes, nas petições iniciais, justamente para que o obreiro não seja localizado pela Junta e informado sobre o final de seu pro­

cesso. O b v i a m o s esse obstáculo perguntando aos obreiros por seus e n d e ­ reços reais, tanto n a s audiências iniciais c o m o nas d e instrução e sem p r e q u e o contato direto é feito c o m o reclamante, ainda q u e e m Secretaria. E evidenciamos a o trabalhador a importância d e manter atualizado s e u e n ­ dereço nos autos, para ser localizado e poder receber seus haveres, n o final.

Entendo p o r é m que, a par d a manutenção d a “Notificação Supletiva", o trabalhador h á d e ser protegido de u m a forma mais abrangente, duradou­

ra e coercitiva, através da lei, e n ã o d e atitudes regionais, por parte de al­

g u n s magistrados q u e ficaram conscientes desse problema por terem e n ­ frentado situações q u e abriram seus olhos para a questão. Assim, por o c a ­ sião d a formulação d o Código d e Processo Trabalhista, o legislador há de inserir no m e s m o , dispositivo no sentido de que o crédito d o trabalhador de ­ va ser liberado diretamente a ele, ainda que a procuração que tenha outor­

gado a seus advogados lhes dê poderes para essa retirada. (Isso porque sustento, com toda a ênfase que, ao outorgar tal procuração, o trabalhador

— até m e s m o aquele q u e é graduado e m nível superior — , não conhece e

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não faz idéia da extensão dos poderes q u e está colocando nas m ã o s de seu patrono. O q u e se dirá q u a n d o a procuração ó concedida por rurícolas que mal s a b e m escrever seu próprio nome...). E que essa liberação, obrigato­

riamente — sob pena de responsabilidade do servidor incumbido a tanto — , seja informada ao obreiro, por notificação ou através de oficial d e justiça, para q u e ele, efetivamente, t o m e conhecimento de seu crédito e a quan­

to monta em valores atualizados (a liberação d o alvará o u guia de retirada e m m o e d a antiga, t e m d a d o ensejo a muitas falcatruas contra o trabalha­

dor), para q u e possa retirá-lo n a instituição bancária competente, s e m ser lesado por ninguém.

O advogado poderá se resguardar, quanto a seus honorários, através de contrato d e prestação d e serviços, previamente assinado entre as par­

tes e q u e poderá ser executado, n o caso d e n ã o - p agamento pelo e m p r e ­ ga d o d o valor combinado, o que dificilmente ocorrerá (o trabalhador, via de regra, t e m por honra cumprir s u a s obrigações para c o m seu advogado).

Outra alternativa seria a liberação simultânea, através d e duas guias de retirada: uma, e m n o m e do advogado, c o m o p a g a m e n t o d e seus h o n o ­ rários em até 15% do crédito do empregado, conforme tenha sido co n v e n ­ cionado entre o obreiro e o causídico; outra, e m n o m e do autor, c o m a im­

portância de s e u crédito trabalhista, que não poderá ser inferior a 85% do valor da condenação, devidamente acrescido d e juros e correção monetária.

N e s s e caso, o Diretor de Secretaria da Junta ou funcionário encarre­

g a d o para tanto, s e m p r e deverá alertar o e m p r e g a d o d e a u e o a d v o g a d o já retirou s e u s honorários e q u e o obreiro n a d a mais precisa lhe pagar.

C o m essas medidas moralizadoras, principalmente a economia e a ce­

leridade na resolução dos processos serão beneficiadas, eis q u e grande quantidade dos recursos, por parte dos advogados de relclamantes, tem in­

tuito apenas procrastinatório, d e jogar o término d a lide b e m para a frente, a fim d e q u e os clientes se c a n s e m de esperar e a c a b e m desistindo d e ir a o escritório de seu patrono o u à Junta para saber notícias d e seu a n d a ­ mento; o u m u d a n d o d e cidade e desaparecendo; o u morrendo.

P o d e parecer muito árido, até grosseiro, o m o d o c o m que está sendo tratado esse assunto, m a s o objetivo não é estabelecer n e n h u m confronto c o m a classe dos advogados. É que, de outra forma, não aca b a r e m o s c o m o tão difundido e s q u e m a de apropriação fraudulenta dos créditos do e m p r e ­ gado, praticado por inúmeros escritórios de advocacia, q u e visa enodoar a i m a g e m da Justiça do Trabalho perante a opinião pública. E s q u e m a q u e é, principalmente, uma violência muito grande praticada contra o trabalhador.

Finalizando, esclareço que, c o m as medidas moralizadoras q u e tomei nas d u a s J C J s de Catanduva, posso dizer q u e o quadro q u e hoje se nos apresenta é b e m diferente daquele que enfrentei na década de 1982/92, pos­

to q u e agora a região se encontra saneada, tendo alijado d e si, para b e m longe, os piores profissionais. Que se precavenham os Juízes do Trabalho das regiões para as quais esses causídicos se mudaram.

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Socorramo-nos do modelo abaixo, enquanto não m u d a m as regras so­

bre a matéria:

M O D E L O D E " N O T I F I C A Ç Ã O SUPLETIVA"

(cujos termos foram sugeridos pelo então M M . Juiz Corregedor d a Jus­

tiça d o Trabalho d a 15* Região, Dr. O s w a l d o Preuss):

“P R O C E S S O N .. D A J C J D E ..

C o m u n i c a m o s q u e a guia de Retirada no valor d e R S .... q u e lhe é destinado e m razão d o processo supra, foi entregue a seu advogado e m d a ­ ta d e ..

O processo, conseqüentemente, está encerrado. (Se n ã o estiver, e houver outras quantias a receber, esclarecer o fato).

O valor acima, q u e já está acrescido d e correção monetária e juros de m o r a (se n ã o estiver, esclarecer o fato), de v e ter-lhe sido entregue por seu advogado, descontados honorários.

C a s o tal tenha ocorrido, queira desconsiderar os termos d a presente.

E m ca s o contrário, ou de qualquer dúvida, c o m p a r e ç a a esta Junta.

Juiz Presidente"

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