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A liberdade do índio no discurso da Companhia de Jesus no Brasil

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Academic year: 2018

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A LIBERDADE DO íNDIO NO DISCURSO

DA COMPANHIA

DE JESUS NO BRASIL

xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Aécio Feitosa

Durante todo o período de permanência dos Padres da

ompanhia de Jesus no Brasil (1549-1759), a obra que eles

n talaram traz uma nota característica: o denodo, a coragem,

tenacidade e o pioneirismo com que se puseram a serviço

liberdade do índio.

Neste artigo, abordaremos este assunto dentro de um

Ii-mlt histórico bem preciso' e período compreendido entre

"49 e 1568. Este período corresponde aos primeiros dezeno-

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

V I nos da formulação do discurso dos Jesuítas na colônia.

Impomo-nos este limite por uma razão de ordem documental,

I é , nosso interesse em examinar o problema a partir do

Iludo de diversas cartas escritas pelos Padres da Companhia

dlll nte o citado período (1).

Quando chegaram a Bahia os primeiros membros da

. c mpanhia de Jesus - aos 25 de março de 1549 -, contava

I

r colônia com meio século de existência. Um projeto de

Iol nlzação, cuja base econômica repousava na exploração

ti I na-de-açúcar, estava em execução. A escravidão negra

I l1 f J I ena assegurava a mão-de-obra necessária a este

pro-I

1 1 . isto significa dizer que encontram os Jesuítas no Brasil

1 1 1 1 1 ociedade agro-escravocrata, a sociedade das

Casas-I Casas-I Casas-I" e das senzalas ou ainda uma sociedade const.tuída

I'1 / 1 1 m minoria burguesa - a aristocracia dos senhores de

1 1 I I 1 1 1 os - e por uma minoria sujeita aos caprichos e

ínte-I mercantilistas desta minoria.

Ior razões de ordem cultural que não cabem aqui

ana-II I ("),sabemos que o índio brasileiro, contrariamente ao

(2)

negro trazido da Africa, não se adaptou ao regime de

escra-vidão imposto pelos senhores da cana-de-açúcar. Ele sempre

resistiu a este regime e, sobre o tema, são abundantes as

crô-nicas coloniais.

Por meio século (1500-1549), a metrópole manteve uma

atitude silenciosa face à caça e ao aprisionamento do índio.

Este silêncio de Portugal era uma aprovação evidente de que

a metrópole com pactuava com o regime em consideração Em

conseqüência, ele favorecia a concentração de riquezas nas

mãos dos senhores de engenhos e, com estas riquezas. um

largo poder político que não só rivalizava com aquele da

me-trópole como ostensivamente desprezava-o.

Contudo, a partir da instalação do sistema de Governos

Gerais em 1549, Portugal muda sua atitude. Neste ,:!nO

chega-va ao Brasil o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza.

Em sua bagagem trazia Tomé de Souza um documento

que consubstanciava esta mudança de atitude que lançava

um golpe mortal contra os interesses escravagistas indígenas

dos senhores de engenhos. Dissemos contra os interesses

sscravaq'stas "indígenas" porque de fato em nenhum

mo-mento este documento eram os "Regimentos" ou, em

ou-do negro. Este ou-documento eram os "Regimentos" ou, em

ou-tras palavras, um conjunto de normas juridicc-adminlstrativas

estabelec.das para o governo da colônia. Junto com este

do-cumento trazia igualmente o Governador uma máquina

po-derosa que iria assumir a luta pela liberdade do índio. Esta

máquina eram os missionários da Companhia de Jesus.

Segundo os "Regimentos", razões de ordem religiosa

move-ram a metrópole a velar pela liberdade do índio. Todavia, um

exame mais acurado do documer.to face ao contexto da

colô-nia nos leva a constatar que interesses políticos também

es-tavam em jogo. Estes interesses se resumem numa tentativa de

Portugal em readquirir o poder concentrado nas mãos dos

se-nhores de cana-de-açúcar

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

( 3 ) . Emprgamos o termo

"tentati-va" porque, na realidade, o poderio destes senhores se

man-teve intacto até meados do século XVIII, quando é substituído

por outro, o dos senhores da mineração ( 4 ) .

No que toca à liberdade do índio, os "Regimentos" de

Tomé de Souza, aprovados aos 27 de dezembro de 1548, reza:

"Eu sou informado, diz o monarca D. João 1 1 1 , que nas ditas

terras e p o v o a ç õ e s do Brasil há algumas pessoas que têm

navios e caravelões, e andam neles de umas Capitanias para

outras e q u e por todas as vias e maneiras que podem, saneam

66

E d u c a ç ã o e m D e b a t e , F o r t . ( 1 1 ) J a n e i r o / J u n h o : 1 9 8 6

e roubam os gentios". A seguir, decreta o Rei: "Hei por bem

que daqui em diante, pessoa alguma, de qualquer

qualida-de e cond.ção que seja, não vá saltear nem fazer guerra aos

gentios, por terra nem por mar". E, contra. aqueles que

des-respeitarem esta determinação, a penalidade é drástica: o

"perdimento" dos bens, cuja renda será revertida "metade

para a redenção dos cativos e a outra metade para quem o

acusar" ( 5 ) .

O texto é muito claro dispensando comentários ou

inter-pretações. ~ firme a vontade do monarca em salvaguardar a

liberdade do indígena a ponto de recompensar

economica-mente aqueles que denunciarem a prática da escravidão, junto

às autoridades competentes (metade da renda cabe a quem

denunciar esta prática).

Em termos teóricos, estava decretada a total liberdade do

índ!o no Brasil. Em termos políticos, era proclamada a luta

contra os interesses dos senhores de engenhos. Em termos

práticos, todavia, até 1568, vinte anos após a aprovação do

documento, a única voz que na colônia se levantava

efetiva-mente em favor da liberdade do índio era a voz dos Padres da

Companhia. Com efeito, aos 19 de novembro deste ano, em

carta endereçada ao Superior Geral dos Jesuítas em Roma,

_Padre Francisco de Borja, o Vlsitador da Companhia, Padre

lnác:o de Azevedo escrevia: nestas terras, "não há quem

de-fenda os índios senão os Padres da Companhia" ( 6 ) .

Historicamente, o engajamento dos Jesuítas em prol da

causa indígena surge já na primeira carta que elas envarn a

Portugal com data de 10 de abril de 1549. Seu autor, o Padre

Manuel da Nobrega, comunica ao Provincial de Portugal,

Padre Simão Rodrigues: "temos determinado viver com as

aldeias" ( 7 ) . Na segunda carta, também de Nobrega, que

data de 9 de agosto do mesmo ano, procura ele chamar a

atenção das autoridades da metrópole para o problema ( 8 ) .

Desde então, são numerosas as correspondências dos

ina-cianos denunciando este mesmo problema e/ou propondo

med.das concretas tendo em vista salvaguardar a liberdade

do índio.

Contudo, enquanto em termos objetivos a metrópole

va-cilava, os Padres da Companhia assumiam com denodo a

defesa dos direitos do indígena e isto, como vimos, a partir

da decisão de viverem "com as aldéias".

Está na origem desta decisão a instalação de diversos

aldeamentos organizados pelos Jesuítas. Motivos de ordem

(3)

reli~iosa revelam as cartas, moveram os inacianos na

implan-taçao destas institlliçc.es, por sinal já previstas no texto dos

"Regimentos" de Torné de Souza

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

( 9 ) . Embora estes motivos

sejam evidentes, não restam dúvidas de que os aldeamentos

concorreram positivamente para o enfraquecimento do poder

dos senhores de engenhos. Daí, certamente, uma das razões

do apoio irrestrito conferido a estas instituições pelas

auto-ridades pClíticas da metrópole e da colônia ( 1 0 ) .

Os aldeamentos constituiram a medida mais objetiva

usa-da peles Padres da Companhia visando preservar a liberdade

do indígena. Neles construiram os missionários uma base

eco-nômica e jurídico-religiosa muito sólida, congregando índ'os

de várias tribos ( 1 1 ) , estabelecendo um regime de

"proteto-rado" ( 1 2 ) , organizando a vida econômica dos

aborígi-n:s ( 1 3 ) , nomeando "superintendentes" com atribulções

jurí-dicas ( 1 4 ) , instalancr, confrarias ( 1 5 ) , acolhendo índios

fugiti-vos dos engenhos ( 1 6 ) , e, coordenando dezenas, centenas e

até milhares deles ( 1 7 ) .

No mais, em prol da defesa do índio não hesitam mesmo

os Jesuítas em feChar as portas de suas igrejas e negar os

Sacramentos aos COlonos escravaq.stas ( 1 8 ) , prática, por sinal,

também utilizada à esta época por outras Ordens Religiosas,

como os Dominicanos, entre os indígenas do México ( 1 9 ) .

Nestas circunstâncias, como não poderia deixar de

acon-tecer, foram freqüentes os mal-entendidos registrados entre

os senhores de engenhos e os Padres da Companhia ( 2 0 ) .

Aqu~les, dizem as cartas, iam às praças públicas ameaçar os

Jesuítas, acusá-los de escravagistas e, conforme escreve o

Padre Antonio Bla~quez, "com suas espadas

desembainha-das" penetravam as residências dos missionários enquanto

outros dizimavam Completamente alguns aldeamentos ( 2 1 ) .

Estamos assim diante de uma luta aberta onde estão em

jogo interesses religiosos, econômicos e políticos ( 2 2 ) .

A esta luta permaneceram sempre fiéis os Padres

Jesuí-tas. Durante o período histórico aqui em estudo, vários

ina-cianos se destacam de forma especial nesta luta. Entre

ou-tros, citamos os nomes dos Padres Manuel da Nóbrega,

Azpi-cuelta Navarro, JOSé de Anchieta, Ambrósio Pires, Gregório

Serrão, Luis da Grã e o Irmã') Pero Correia.

No transcorrer do século XVII, quando a obra jesuítica

se estende da Bahia a Amazônia, outros nomes integram esta

galeria de homens ençalados à toda prova em defesa do índio.

No Ceará, por exemplo, lembramos os nomes dos Padres

68

~ducação em Debate, Fort. (11) JaneirolJunho: 1986

Francisco Pinto e Luiz Figueira ( 2 3 ) . No Maranhão, surge o

nome de um Padre Antonio Vieíra ( 2 4 ) .

Em resumo, durante todo o período de permanência da

Companhia de Jesus no Brasil seu discurso foi um programa

de ação posto ao serviço da liberdade do índio, constituindo

fato um dos motivos que levaram Sebastião de Carvalho e

Meio (Marquês de Pombal) a decretar a expulsão dos

rnisslo-nár.os da colônia em 1759.

Notas

e

Referências Bibliográficas

1) Um estudo mais cornple:o destas cartas apresentamos recentemente à Universidade Católica de Louvain (Bélgica) tendo em vista a obten-ção do titulo de doutoramen.o em Ciências da Educação. Este e s ,

tudo traz por titulo Letires des Jésuites: une con:ribulion à l'His-totre de I'Éducation au Brésll, Univorsidade Católica de Louvain, 1984. Sobre o assunto ver Josué de Cas ro - Géographie de Ia. Falm, edi-ções Seuil, Paris. 1964, p. 11.. Gilberto Freyre - Maílres et Esclaves; dições Gallimard, Paris, 1974, p. 176. Sérgio Buarque de Holanda - Raizes do Brroil, 13a. edição, Livraria José Olyrnp.o Editora, Rio de Janeiro, 1979, p. 17. Manoel Maurício de Albuquerque - Pequena Hi ória da Formação Social Bras'leira, edições GraaJ LIda., Rio de Janeiro, 1981, p. 28.

• ) No que toca a este problema ver Nelson Werneck Sodré - Formação Histórica do Brasil, 9a edição, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1976, p. 80.

sta queda da aristocracia açucareira coincide com a perda do mono-pólio econômico do açucar por Pcr.ugal. Com efeito, neste período, poiada por sua Revolução Industrial, a Inglaterra, que era a maior compradora do açúcar português, adquire a hegemonia da

explora-ç o e venda deste produto no mercado ln.ernaclonal.

"Rogimentos" do Governador Tomé de Souza. citado por Serafim L Ite in Monumen'a Bras:liae, vol. I, Roma, 1956; p. 6.

I) ratim Leite - Monumenta Brasiliae, vol. IV, Homa, 1960, p. 370. 1) rafim Leite - Monumenta Brasltlae, vol. I, opus cit. p. 112. li) Monumenta Brssil:z.e. opus cit., vol, I, p. 123.

) V r texto do documento in Monumenta BrasiUae, opus cito vol. I,

r>. 6 , 7 .

til) Ou nto a este apoio ver Monumenla Brasiliae, O ! ) U S cito vol. I, p. 175;

Monumen a Brasiliae, vol. li, São Paulo, 1954; p. 466; Monumentm rnslllae, vol. 111,Roma, 1958; p. 16, 86, 255, 418; Monumenta Brasi-I , vol. IV, Roma; 1960, p. 354 a 357, 359, 360.

(4)

7 0

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Educação em Debate, Fort. ( 1 1 ) I a n e i r o / I u n h o : 1 9 8 6

1 1 ) Monumenta Braslliae, opus cito vol. I, p. 4 9 6 .

1 2 ) Monumenta Brasil;ae, opus cito v o l . I, p. 1 5 7 , 1 7 5 ; Monumen:a Brasi· lif'.e" vol. IV, p . 3 6 0

1 3 ) Mc'numenta Brasiliae, opus cito vol. I, p, 1 2 6 , 1 2 7 , 1 3 5 . 1 4 8 . 3 1 9 , , , 5 2 ; Monumenta Brasiliae. vol. 11, p. 1 1 2 , 2 8 2 , 2 9 1 , 3 2 3 .

1 4 ) Monumen'a Brasiliae. opus cito v o l , IV, p. 1 8 8 ; 1 9 0 ; 1 9 4 .

1 5 ) Monumenta B r a s l l l a e , opus cito vol, 11, p. 1 0 3 ; Monumenta Bras:lima, vcl. IV, p . 3 1 2 .

1 6 ) Monumen'a Bré',siliae, opus cit. vol. I, p. 4 3 7 .

1 7 ) Monumenta Brasil'ae, opus cit. vol. 111, p. 1 2 6 , 4 3 0 , 4 6 7 . 4 8 3 , 5 0 3 ; IMonumenta Brasiliae, opus cit. vol, IV, p. 6 , p. 4 4 4 .

1 8 ) Monumen!~ Brasiliae, opus cit. vol. 11,p . 3 9 9 ; Monumenta Bras:liae, vol. 111,p . 6 6 , 8 0 .

1 9 ) Sobre o assunto ver A. Vacan! e ou.ros - DicUonnaire de Théologie Cetholique, Tomo V, Livraria Letouzay e Ané, Paris; 1 9 3 9 ; p. 4 9 4 . 2 0 ) Quanto a estes mal·entendidos ver John Hemming - Red.Gold: lhe

conquesl of braztllan indians, edições Camelot Press Ltda. Grã

Breta-nha, 1 9 7 8 , p. 3 3 .

2 1 ) .MO'llumenta Brasiliae, opus cit., vol. 11. p. 4 3 4 - 4 3 5 .

2 2 ) Esta lu.a, afirmam diversos escritores contemporâneos, revelam que a

obra dos aldeamen:os foi instalada pelos Padres da Cornpanh.a tendo

em vista interesses de ordem material, econômica e a é mesmo po.

lítica por parte dos Jesuítas. Sobre o assunto ver Teófilo Braga

-História da Universidade de Coimbra, Tomo 111, Lisboa, 1 8 9 8 . p. 3 2 9 ;

Mário Domingos - O Marquês de Pombal: o homem e sua época..

3a. edição, Livraria Romano Torres, Lisboa, 1 9 7 0 p. 1 5 b - 1 5 7 ; 1 5 9 ;

lzabel Ribeiro Freire - Le Sysleme Scolaire Brésilien: une approche

soelo-hlstorlque, tese de doutoramento, Universi:lade Catól.ca de Lou, vain (Bélgica), 1 9 8 2 . p. 7 1 " Contrariando a es!es autores ver Serafim

Lite História da compenhía de Jesus no Brasil, Instituto Nacional

do Livro (Rio de Janeiro) e Livraria Portugália (Lisboa), 1 9 4 3 , Tomo 11, Livro I, p. 9 2 .

2 3 ) Quanto à obra destes missionários no Ceará ver Aécio Foitosa - Les Jésui.es dans Ia Capitainerie du Ceará (Brésil), Universidade Católica

de Louvain (Bélgica), 1 9 8 2 .

2 4 ) Sobre o assunto ver J. Lúcio de Azevedo - Cartas do Padre Antonio Vieira, Imprensa Nacional Lisboa, 1 9 7 0 , vol. I; p. 2 9 9 - 3 0 1 ; 3 2 7 ; 4 1 4 . 4 2 3 .

Ver igualmente a obra de Serafim Leite - His.6ria da Companhia de

Referências

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