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Paróquia do Montijo Divino Espírito Santo Crisma 2011

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Academic year: 2021

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5º Ensinamento

A profissão de fé: “ Tu crês no Filho do Homem” (Jo 9,35) Eu creio – Nós cremos

O mistério central da fé cristã: a Encarnação do Filho de Deus, nascido da Virgem Maria.

Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer: “Creio” ou “Cremos”. Portanto antes de expor a fé da Igreja, tal como é confessada no Credo, celebrada na Liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração, perguntamos a nós mesmos o que significa “crer”. A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida.

1. A “obediência da fé”

Obedecer na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade. Desta

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obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria.

Abraão – “O PAI DE TODOS OS CRENTES”

A Epístola aos Hebreus, no grande elogio que faz da fé dos antepassados, insiste particularmente na fé de Abraão: “Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento de Deus, e partiu para um lugar que viria a receber como herança: partiu, sem saber para onde ia” (He 11,8)1. Pela fé viveu como estrangeiro e peregrino na terra prometida2. Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, finalmente, Abraão ofereceu em sacrifício o seu filho único3.

Abraão realiza assim a definição da fé dada pela Epístola aos Hebreus:” A fé constitui a garantia dos bens que se esperam, e a prova de que existem as coisas que não se vêem” (Heb 11,1). “Abraão acreditou em Deus, e isto foi-lhe atribuído com justiça” (Rm 4,3; cf. Gn 15,6). Graças a esta “fé poderosa” (Rm 4, 20), Abraão tornou-se “o pai de todos os crentes” (Rm 4,11.18; cf. Gn 15,5).

MARIA –“FELIZ AQUELA QUE ACREDITOU”

A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a “obediência da fé”. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel, acreditou que “ a Deus nada é impossível” (Lc 1, 37)3 e dando o seu assentimento: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Isabel saudou-a: “Feliz, aquela que acreditou no cumprimento de quanto lhe foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 45). É em virtude desta fé que todas as gerações a hão-de proclamar bem-aventurada (Lc 1,48). 1 Gn12,1-4 2 Gn 23, 4 3 Gn 18, 14

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Durante toda a sua vida e até à última provação (Lc 2, 35), quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, a sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer “no cumprimento” da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé.

A fé é uma adesão pessoal do homem a Deus.

Para o cristão, crer em Deus é crer inseparavelmente n’Aquele que Deus enviou – “no seu Filho muito amado” em quem Ele pôs todas as suas complacências ( Mc 1, 11): Deus mandou-nos que O escutássemos (Mc 9, 7). O próprio Senhor disse aos discípulos: “Acreditais em Deus, acreditai também em mim” (Jo 14,1). Podemos crer em Jesus Cristo, porque Ele próprio é Deus, o Verbo feito carne: “A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer” (Jo 1,18). Porque “viu o Pai” (Jo 6,46), Ele é o único que O conhece e O pode revelar4.

CRER NO ESPÍRITO SANTO

Não é possível acreditar em Jesus Cristo sem ter parte no seu Espírito. É o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus. Porque “ninguém é capaz de dizer: “Jesus é o Senhor”, a não ser pela acção do Espírito Santo” (1 Co 12,3). “ O Espírito penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus (…). Ninguém conhece o que há em Deus senão o Espírito de Deus” (1 Co 2, 10-11). Só Deus conhece inteiramente Deus. Nós cremos no Espírito Santo, porque Ele é Deus.

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A Igreja não deixa de professar a sua fé num só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

A FÉ É UMA GRAÇA

Quando Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o filho do deus vivo, Jesus declara-lhe que esta revelação não lhe veio “da carne nem do sangue, mas do meu Pai que está nos Céus” (Mt 16,17; cf. Ga 1, 15; Mt 11,25). A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele. «Para prestar esta adesão da fé, são necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo, o qual move e converte o coração, para Deus, abre os olhos do entendimento, e dá “ a todos a suavidade em aceitar e crer a verdade”» (DV 5)5

ALIBERDADE DA FÉ

Para ser humana, «a resposta da fé, dada pelo homem a Deus, deve ser voluntária. Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçar a fé contra vontade. Efectivamente, por sua própria natureza, o acto de fé tem a característica de voluntário (DH10)67.«É certo que Deus chama o homem a servi-Lo em espírito e verdade; mas, se é verdade que este apelo obriga o homem em consciência, isso não quer dizer que o constranja (…) Isto foi evidente, no mais alto grau, em Jesus Cristo» (DH 11). De facto, Cristo convidou á fé e á conversão, mas de modo nenhum constrangeu alguém. «Deu testemunho da verdade, mas não a impôs pela força aos seus contraditores. O seu Reino (…) dilata-se graças ao amor, pelo qual, levantado na cruz, Cristo atrai a Si todos os homens» (DH11).

5 Dei Verbum (Documento da Igreja) 6 DH – Dignitatis humanae

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ANECESSIDADE DA FÉ

Para obter a salvação é necessário acreditar em Jesus Cristo e n’Aquele que O enviou para nos salvar7. «Porque “sem a fé não é possível agradar a Deus” (He 11,6) e chegar á partilha da condição de filhos seus; ninguém jamais pode justificar-se sem ela e ninguém que não “persevere nela até ao fim” (Mt 10, 22; 24,13) poderá alcançar a vida eterna» (Conc. Vaticano I: DS3012)8.

A PERSEVERANÇA NA FÉ

A fé é um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos perder este dom inestimável. Paulo adverte Timóteo a respeito dessa possibilidade: «Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé» (1 Tm1, 18-19).

Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente9; ela deve «agir pela caridade» (Ga 5,6: cf. Tiago 2, 14-26), ser conduzida pela esperança10 e permanecer enraizada na fé da Igreja.

A fé é um acto pessoal: resposta livre do homem à proposta de Deus que Se revela. Mas não é um acto isolado. Ninguém acredita só, como ninguém vive só. Ninguém se deu a fé a si mesmo, como ninguém a si mesmo deu a vida. Foi de outrem que o crente recebeu a fé; a outrem a deve transmitir. O nosso amor a Jesus e aos homens impele-nos a falar aos outros, da nossa fé. Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé.

7 (Cf. Mc 16,16; Jo 3, 36; 6, 40; etc.) 8 (Cf. Conc. De Trento: DS 1532) 9 (Cf. Mc 7,24; Lc 17,5; 22,32) 10 (Cf. Rm 15,13)

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Os Símbolos da Fé

Quem diz «creio» diz «dou a minha adesão àquilo em que nós cremos». A comunhão na fé tem necessidade duma linguagem comum da fé, normativa para todos e a todos unindo na mesma confissão de fé.

Desde a origem, a Igreja apostólica exprimiu e transmitiu a sua própria fé em fórmulas breves e normativas para todos11. Mas bem cedo a igreja quis também recolher o essencial da sua fé em resumos orgânicos e articulados, destinados sobretudo aos candidatos ao Baptismo.

A estas sínteses da fé chamamos-lhes «profissões de fé», porque resumem a fé professada pelos cristãos. Chamamos-lhe «Credo», pelo facto de normalmente começarem pela palavra: «Creio». Igualmente lhes chamamos «símbolos da fé».

A primeira «profissão de fé» faz-se por ocasião do Baptismo. O símbolo da fé é antes de mais nada, o símbolo baptismal. E uma vez que o Baptismo é conferido «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19), as verdades da fé professadas por ocasião do Baptismo articulam-se segundo a sua referência às três pessoas da Santíssima Trindade.

O símbolo divide-se, portanto, em três partes: «em primeiro lugar, trata da Primeira Pessoa divina e da obra admirável da criação; em segundo lugar, da Segunda Pessoa divina e do mistério da redenção dos homens; finalmente, da Terceira Pessoa divina, fonte e princípio da nossa santificação». São estes «os três capítulos do nosso selo (baptismal)».

Referências Bibliográfica

FALAR COM DEUS, FRANCISCO FERNADÉZ-CARVAJAL, QUANDRANTE,SÃO PAULO,1999

A FÉ EXPLICADA,LEO J.TRESE,QUADRANTE,SÃO PAULO,1990

TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A ROMA,DIEL,LISBOA,2002

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Referências

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