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Academic year: 2018

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IX

Radiol Bras. 2015 Mar/Abr;48(2):IX

As infecções “tropicais” são aquelas tipicamente encontra-das na região delimitada pelos trópicos de Câncer e Capricórnio. Ao fazermos uma pesquisa mais detalhada, observamos que, no passado, estas infecções eram encontradas em zonas temperadas como na Europa e nos Estados Unidos, citando como exemplos a “peste negra”, que acometeu a Europa medieval, e também a ancilostomose e a malária, no início do século XX, nos Estados Unidos(1). É importante notar que estas infecções não eram rela-cionadas às condições climáticas e, sim, às más condições sani-tárias, de higiene, educacionais e ao difícil acesso às medicações nestas épocas passadas.

O termo “infecção tropical” foi consagrado nos tempos atuais, pois a maioria dos países em desenvolvimento e os países mais pobres do globo estão localizados na zona tropical. Estes países têm dificuldades variáveis nas condições gerais da população, como higiene, educação e acesso à saúde, sendo, portanto, mais co-mum o desenvolvimento destas infecções, com maior morbimor-talidade relacionada.

O diagnóstico por imagem é um instrumento importante no atendimento primário e no diagnóstico específico das infecções tropicais, especialmente no que se refere ao grau de comprome-timento dos órgãos alvos. Esta é outra importante discussão rela-cionada aos “países tropicais”, onde o acesso a equipamentos por imagem é restrito ou em condições inapropriadas(2). Desta forma, as conclusões diagnósticas também ficam comprometidas.

A paracoccidioidomicose é uma infecção típica do nosso país, sendo endêmica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste(1,3). Sua manifestação clássica é o acometimento pulmonar. O comprome-timento musculoesquelético pelo Paracoccidioides brasiliensis é

raro, observando-se alguns relatos de casos na literatura(1,4–6). Não

0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

O estado atual do diagnóstico por imagem no acometimento

musculoesquelético pelas infecções tropicais

Current status of imaging diagnosis of musculoskeletal involvement in tropical diseases

Marcelo Bordalo Rodrigues1

1. Médico Responsável pela Radiologia Músculo-Esquelética do Instituto de Ra-diologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InRad/HC-FMUSP), Médico Coordenador da Radiologia Músculo-Esquelética do Hospital Sírio-Libanês. E-mail: bordalo.m@gmail.com.

Editorial

existem, no entanto, estudos originais abordando esta forma es-pecífica de micose óssea. Fazendo um mea culpa, este “vazio” na

literatura é grande responsabilidade nossa, dos pesquisadores bra-sileiros, por se tratar de uma doença muito mais comum no Brasil. Na edição passada da Radiologia Brasileira, Lima Júnior et

al.(7) preencheram este “vazio” e publicaram um interessante es-tudo descrevendo os achados por tomografia computadorizada da paracoccidioidomicose no sistema musculoesquelético. Os auto-res demonstraram que a doença se manifesta por lesões líticas ósseas únicas ou múltiplas, bem definidas, com fino halo escleró-tico, acometendo preferencialmente o esqueleto apendicular. O sequestro ósseo não foi um achado frequente e a maioria dos pa-cientes apresentava-se sintomática do ponto de vista osteoarticu-lar. Propõem também que a presença destas lesões à tomografia computadorizada em pacientes que residem ou estiveram em zo-nas endêmicas deva fazer com que se inclua a paracoccidioidomi-cose no diagnóstico diferencial das lesões líticas ósseas.

Que este estudo seja apenas o primeiro a abordar os aspec-tos por imagem de uma condição que, apesar de rara, é típica e endêmica em nosso país, com o intuito de termos uma melhor compreensão e fazermos diagnósticos mais precisos.

REFERÊNCIAS

1. Peh WCG. Tropical and unusual infections of the musculoskeletal system. Semin Musculoskelet Radiol. 2011;15:439–40.

2. Ng KH, McLean ID. Diagnostic radiology in the tropics: technical considerations. Semin Musculoskelet Radiol. 2011;15:441–5.

3. Shikanai-Yasuda MA, Telles Filho FQ, Mendes RP, et al. Consenso em paracocci-dioidomicose. Rev Soc Bras Med Trop. 2006;39:297–310.

4. Marchiori E, Dalston M, Zanetti G, et al. Paracoccidioidomycosis: another cause of sternal osteomyelitis. Joint Bone Spine. 2012;79:323–4.

5. Valera ET, Mori BM, Engel EE, et al. Fungal infection by Paracoccidioides brasiliensis mimicking bone tumor. Pediatr Blood Cancer. 2008;50:1284–6.

6. de Freitas RS, Dantas KC, Garcia RS, et al. Paracoccidioides brasiliensis causing a rib lesion in an adult AIDS patient. Hum Pathol. 2010;41:1350–4.

7. Lima Júnior FVA, Savarese LG, Monsignore LM, et al. Aspectos de imagem da paracoccidioidomicose osteoarticular na avaliação por tomografia computadori-zada. Radiol Bras. 2015;48:1–6.

Referências

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