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ARTA AOE
DITOR ISSN 1413-3555Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 12, n. 4, p. 338, jul./ago. 2008 Revista Brasileira de Fisioterapia©
A Fisioterapia e sua relação com as evidências
Physical Therapy and its relationship with evidence
Azevedo FM
N
o cartesianismo, uma evidência refere-se à constatação de uma verdade que não suscita qualquer dúvida. A relexão a cerca de sua rubrica ilosóica demonstra que esta é uma palavra forte, principalmente quando é empregada no âmbito proissional. Basear ou fundamentar uma conduta em evidências é, incontestavelmente, degrande importância para a boa prática proissional. Esta airmativa constitui uma temática amplamente discutida
nos meios formais e informais da Fisioterapia. Basta ir a um congresso ou conversar com um colega que,
certa-mente, o termo “isioterapia baseada em evidências” será mencionado.
Retomo aqui este assunto, pois acredito que a Fisioterapia não estabelece uma relação honesta com as
evi-dências inerentes ao desenvolvimento da proissão. Muitos isioterapeutas são expostos a verdadeiras falácias
terapêuticas mascaradas pelo manto da “isioterapia baseada em evidências”. Neste contexto, um bom exemplo
são os cursos de pós-graduação lato sensu na área da Fisioterapia. Atualmente, um isioterapeuta pode se
especia-lizar em temas que, indiscutivelmente, apresentam uma forte carga de empirismo em detrimento das informações
baseadas no método cientíico.
Os cientistas formados, aqueles capacitados a estabelecer o delineamento metodológico para a resolução de
um problema e conseqüentemente evidenciar seus resultados, estão sendo esquecidos. O equilíbrio entre o
em-pírico e método cientíico, a muito, está sendo deixado de lado em nossa proissão. Como conseqüência, o termo
“isioterapia baseada em evidências” seria bem empregado, atualmente, como sinônimo de dicotomia e não de
integração proissional.
Certamente, a Fisioterapia não conseguirá atingir níveis elevados de credibilidade, enquanto as verdadeiras
evidências não izerem parte de nosso cotidiano proissional. Por enquanto, na prática, ainda vivemos no início do
século 20, na fase em que o tratamento com as sanguessugas representava a cura de todos os males.
Laboratório de Fisioterapia Aplicada ao Movimento Humano (LAFAMH), Departamento de Fisioterapia, Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT-Unesp) – Presidente Prudente (SP), Brasil
Correspondência para: Fábio Mícolis de Azevedo, Rua Coriolano Gomes Palmeira, 160, Jardim Paulistano, CEP 19013-790, Presidente Prudente (SP), Brasil, e-mail: micolis@uol.com.br
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