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Rev. adm. empres. vol.25 número3

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Academic year: 2018

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Hill, Christopher.

A Revolução.

Inglesa de

1640. 2 ed. Lisboa, . Presença, 1983. 111 p.

No Prefácio deste pequeno grande li-vro, Christopher Híll informa que es-tamos lendo a terceira edição de seu trabalho, publicado pela primeira vez em 1940 (o Prefácio é de março de 1 955). Acrescenta, a inda, que esta edição "sofreu algumas pequenas al-terações", pois no seu entender, "se-riam necessários uma revisão e um desenvolvimento mais substanciais para que pudessem ser incorporados os resultados de recentes trabalhos . sobre o período, em particular o de Maurice Dobb, em Studies in the de-ve/opment of capitalism. Entretanto, este ensaio deve ficar como uma pri-meira aproximação, com todas . as suas imperfeições e simplificações" (p. 7). Cuidados à parte, este ensa_io de H i li e duas outras de suas "obras (Puritanism and revolution, de 1958, e The century of levo/ution

1603-1174, de 1961} constituem-se em contribuições decisivas para a com-preensão da Revolução Inglesa do século XVII.

Com seu estilo claro e direto, Hill começa a tecer considerações acerca do objetivo do presidente en-saio, qual seja, o de "sugerir uma in-. terpretação dos acontecimentos do

século XVtl ·que nada tem a ver com aquela que é habitualmente apresen-tada nas escolas" lp. 11 ). De maneira

ber;n resumida, o h ゥウエセイゥ。、ッイ@ inglês tentará provar e ilustrar セウ@ seguintes generalizações: a Revolução lng lesa de 1640-60 foi um grande movimen· to social, como a Revolução France-sa de 1789. Nesse sentido, o poder de Estado que protegia uma velha or-dem essencialmente feudal foi derru-bado, ''passando o poder para as

mãos de uma nova classe,

e

tornan-do-se possível o livre desenvolvimen-to do capitalismo. A Guerra Civil foi

uma guerra de classe, em que o des-potismo de Carlos I foi defendido por forças reacionárias da Igreja vi-gente e pelos proprietá1rios de terras conservadores. O Parlamento venceu . o Rei porque pôde apelar para o

Resenha Bibliográfica

apoio entusiástico das Classes mercan-: tis e industriais na cidade e no cam-i po, para os pequenos proprietários1 rurais e a pequena nobreza progressi< va ·e para as massas mais, vastas da populaÇão, sempre que, pela livre dis-cussão, estas se tornavam capazes de· compreender as causas reáis da luta" 1

(p. 11-2).

O livro de Christopher Hill é de-senvolvido através de quatro partes,· a

saber: Introdução; Fundo Econômico . da Revolução Inglesa (A terra

I

A in-dústria e o comércio); Fundo políti-co da Revo IUç.ão Inglesa (A monar-quia Tudor/A resistência aosStuarts}; A Revo.lução. Sua análise acompanha a evolução dos acontecimentos até a Restauração de 1688, a chamada "Revolução Gloriosa". Restauração esta que não foi, de modo algum, uma restauração do antigo reg i me, "tornando evidente não a fraqueza da burguesia e da pequena nobreza, · mas a sua força. Os funcionários da Administração,_ o tribunal, os finan-ciadores do Governo fizeram poucas mudanças depois de 166Ú. Carlos 11 voltou, pretendendo que era rei por di-reito hereditário divino desde que a cabeça do pai r o Iara no cadafalso (. .. ). Contudo, não recuperou a po-sição do pai. Os tribunais de privi-légios não foram restabelecidos e Carlos li não tinha qua.lquer autori-dade executiva independente" (p. 102-3).

Muita coisa ainda poderia ser r essa ltad a acerca do estudo de H i li e de sua importância. Mas gostaria apenas de chamar a atenção para o que José Jobso n de Andrade Arru-da afirma em A Revolução Inglesa (São Paulo, Brasiliense, 1984). De acordo com Jobso n, foi uma revo-1 ução de co·mpro m isso socia J· entre a nobreza e a burguesia, uque eli-minou drasticamente o antigo modo de produção artesanal, suprimiu as barreiras para o avanço dos· cerca-mentos das terras e completou a

Re·-カッャオセッ@ Agrária, constituindo · o tr

i-pé Banco da I ng !aterra-Governador do Tesouro-Primeiro Ministro, res-ponsável pela conquista dos merca-dos mundiais, realizando, assim, do

ponto de vista. da implantação dQ ca-pitalismo, a grande revolução burgue-sa da Europ·a. Seguindo as sugestões de C. Hill e Eric Hobsbawn, pensa-mos que é necessário, além do mais, . estabelecer .uma imbricação estrutu- ·- __

ral entre a Revolução Inglesa e a Revolução Industrial. entendendo-as como partes do mesmo processo. Tão víscera/mente relacionada·s que uma é condição da outra, tornando-se prati-camente impossível entender a eclo-são da Revolução lndustria I sem as transformações econômicas e políti-cas decorrentes da Revolução lngle· sa'' { p. 8-9).

Afrânio Mendes Catani

Professor no Instituto de Letras, Cifmcias Sociais e Educaç5o da Unesp (Campus de Araraquara).

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