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Volume I - Número Vita Scientia. Revista de Ciências Biológicas do CCBS

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Academic year: 2022

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Vita Scientia

Revista de Ciências Biológicas do CCBS

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©2018 Universidade Presbiteriana Mackenzie

Os direitos de publicação desta revista são da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Os textos publicados na revista são de inteira responsabilidade de seus autores.

Permite-se a reprodução desde que citada a fonte.

A revista Vita Scientia está disponível em:

http://vitascientiaweb.wordpress.com

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Vita Scientia: Revista Mackenzista de Ciências Biológi- cas/Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Semestral ISSN:2595-7325

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Reitor: Benedito Guimarães Aguiar Neto

Vice-Reitor: Marco Túllio de Castro Vasconcelos Chanceler: Davi Charles Gomes

Pro-Reitoria de Graduação e Assuntos Acadêmicos: Marili Moreira da Silva Vieira Pró-Reitoria de Extensão e Educação Continuada: Jorge Alexandre Onoda Pessanha Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Paulo Batista Lopes

Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde: Berenice Carpigiani Coordenador do Curso de Ciências Biológicas: Adriano Monteiro de Castro Endereço para correspondência

Revista Vita Scientia

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Presbiteriana Mackenzie

Rua da Consolação 930, São Paulo (SP) CEP 01302907 E-mail: vitascientiaweb@mackenzie.br

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CONSELHO EDITORIAL Adriano Monteiro de Castro Camila Sachelli Ramos Fabiano Fonseca da Silva Leandro Tavares Azevedo Vieira Patrícia Fiorino

Renato Sebastião Saladino Roberta Monterazzo Cysneiros Vera de Moura Azevedo Farah EDITORES

Magno Botelho Castelo Branco Waldir Stefano

CAPA

Karl Stephan Mokross

Thiago Philipe de Camargo e Timo ESTAGIÁRIOS

Alexia Dionizo Toma Guilherme Tomazini Tonette PERIDIOCIDADE Publicação semestral IDIOMAS

Artigos publicados em português ou inglês

Universidade Presbiteriana Mackenzie, Revista Vita Scientia Rua da Consolação 930, Prédio 50, Sala 3

Higienópolis, São Paulo (SP) CEP 01302-907

(11)2766-7364

(4)

Apresentação

A revistaVita Scientiapublica semestralmente textos das diferentes áreas da Biologia, escritos em por- tuguês ou inglês:

Artigo resultados científicos originais.

Tradução Tradução de algum texto clássico relacionado às Ciências Biológicas.

Ensaio discussões teóricas sobre um determinado tema.

Revisão resumo do estado da arte sobre o conhecimento de algum determinado assunto.

Opinião ensaio com perspectivas pessoais.

Método descreve os detalhes de um procedimento estatístico ou alguma técnica de laboratório.

Acesse as instruções aos autores e os procedimentos de submissão no site da revista emvitascientia.

wordpress.com.

Os editores.

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Artigos 5 Concepções evolutivas de Henry Fairfield Osborn nos estudos dos fósseis: uma contribuição

Henry Fairfield Osborn evolutionary conceptions’ in the study of fossils: a contribution

Stefano, W., Almeida, S. & Inglez, M. . . 6 Chave preliminar de identificação de espécies vegetais do campo cerrado do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha (SP).

A preliminary key to identification of plant species of campo cerrado of Juquery State Park, Franco da Rocha (SP)

Teixeira Filho, R.G.B. & Vieira, L.T.A.. . . 12 Efeito das queimadas nos parâmetros abióticos do solo em áreas de Cerrado no Parque Estadual de Juquery, Franco da Rocha, SP

Effects of fire on soil abiotic parameters in areas of cerrado in Juquery State Park, Franco da Rocha, SP

Takahashi, R.A., Camargos, A.C.P., Batista, S.P., Santos, P.B., Limache, D.E.S., Castelo, L.R. & Vieira, L.T.A.. . . 17 Avaliação morfométrica cardíaca em ratos obesos induzidos por dieta hiperlipídica

Farah, V.M.A., Hukuda, D.Y. & Fiorino, P.. . . 21

Métodos 25

Desenvolvimento de um sistema automatizado para pré-análise dos interferentes do soro ou plasma, com identificação inteligente dos tubos

Saladino, R.S. & Martins, R.A.B.L.. . . 26

(6)

rrrr

BioMack (2017) 1(1):1–6

DOI: 10.7594/VitaScientia.14.01.01

Artigo

Concepções evolutivas de Henry Fairfield Osborn nos estudos dos fósseis: uma contribuição

Henry Fairfield Osborn evolutionary conceptions’ in the study of fossils: a contribution

S tefano , W., A lmeida , S. & I nglez , M

Resumo

Henry Fairfield Osborn (1857–1935) fez diversas contribuições para a biologia e para outras diferentes áreas do conhecimento como educação, ciência, religião e antropologia. Como estudante de geologia já havia feito o reconhecimento geológico de montanhas, participado de expedição científica coletando fós- seis de vertebrados e plantas, assim como dedicou-se aos estudos de paleontologia desde esse período.

Após formar-se, trabalhou durante vinte anos na universidade de Princeton, onde publicou artigos cien- tíficos sobre paleontologia de mamíferos, anfíbios e répteis. Sob a influência principalmente de Thomas Henry Huxley (1825–1895), Osborn interessou-se pela temática evolução, utilizando-se de vários mode- los evolutivos, desde os princípios defendidos por Lamarck até as propostas de Darwin, inúmeras vezes contemplando os dois naturalistas como subsídios para suas explicações para a origem das características encontradas nos fósseis que estudava. Este trabalho visou apresentar como Osborn utilizou diferentes princípios evolutivos para explicar as variações encontradas nos fósseis descobertos e descritos, assim como entender quais os pesquisadores que deram base às suas ideias e que o inspiravam.

Palavras-chave:História da evolução; história da paleontologia; Osborn; fósseis.

Abstract

Henry Fairfield Osborn (1857 - 1935) made several contributions to biology and other different areas, as education, science, religion and anthropology. As a geology student, Osborn had done the geologi- cal reconnaissance of some mountains, participated in scientific expeditions to collect vertebrate fossils and plants, and was dedicated to paleontology studies, since this period. After graduating, he worked for twenty years at Princeton University, where he published scientific articles about paleontology of mammals, amphibians and reptiles. Under the influence mainly of Thomas Henry Huxley (1825–1895), Osborn became interested in evolution, using various evolutionary models, from the principles defended by Lamarck to Darwin’s proposals, repeatedly contemplating the two naturalists as subsidies to his expla- nations for the origin of the features found in the fossils studied. This article aimed to present how Osborn applied different evolutionary principles to explain variations found in fossils discovered and described, and understand which researchers had inspired Osborn’s ideas.

Keywords:Evolution history, Paleonthology history, Osborn, fossils.

Introdução

Em relação ao estudo dos fósseis, foi necessário muito tempo para o surgimento de programas de pesquisa apropriados. Os fós- seis despertavam a curiosidade das pessoas em geral e especial- mente dos naturalistas, provavelmente devido à sua raridade e se- melhança com organismos vivos.

Mesmo aceitando os fósseis como provenientes dos organis- mos vivos, as suas origens apresentavam diferentes explicações.

Vários personagens estão ligados às primeiras descobertas de fós- seis e a popularização da paleontologia, principalmente na Eu- ropa, tais como: Georges Cuvier (1769–1832), William Buckland (1784–1856), William Daniel Conybeare (1787–1837), Gideon Al-

gernon Mantell (1790–1852), Mary Anning (1799–1847), Richard Owen (1804–1892) e muitos outros.

Os fósseis têm sido descritos desde há muito tempo, entretanto, principalmente na segunda metade do século XVIII foram corre- tamente interpretados como remanescentes de habitantes da Terra, iniciando-se nesse período, as discussões sobre questões evolutivas e paleontologia. Um exemplo clássico a ser citados é a discussão sobre a extinção das espécies com Georges Cuvier (1769–1832) em seu programa para a Paleontologia em 1796 na sua obra: Mémoire sur les espèces d´élephants vivants et fossiles. Na obra de Cuvier não houve simplesmente a descrição dos fósseis, ele os compa- rou com os seres vivos atuais além de relacioná-los aos estratos geológicos conferindo-lhes uma idade (Faria 2012, pp.297–298;

Rudwick 1985, p.2).

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Embora a paleontologia começasse a se estabelecer como um corpo de conhecimento científico para uma comunidade de pes- quisadores, foi necessária a aceitação das ideias sobre evolução de Darwin para que se fosse compreendida a relação evolutiva exis- tente entre os fósseis e os seres viventes (Rudwick 1985, pp.4–5)

Principalmente no final do século XIX e início do século XX, passa-se a um maior entendimento sobre o registro fóssil. Pode-se dizer que foi um período de grandes discussões científicas sobre te- orias evolutivas e as ideias de seus propositores e defensores (como Lamarck, Wallace, Darwin e outros), influenciram diferentes áreas da biologia, e a paleontologia foi uma delas. A biologia nesse pe- ríodo se apropria de métodos experimentais e dessa maneira se uti- liza das evidências fósseis para tentar elaborar seus pensamentos a respeito da evolução dos seres vivos. Contribuem nessa área o paleontólogo do estadunidense Joseph Leidy (1823-1891) descre- vendo diversos espécimes fósseis e organizando-os de maneira fi- logenética (Faria 2012, p.310). São nesse período e contexto que se inserem os trabalhos de Henry Fairfield Osborn, que serão aqui tratados.

Osborn: vida e obra

Henry Fairfield Osborn (Figura 1) nasceu em 8 de agosto de 1857, na cidade de Fairfield em Connecticut. Filho de William Henry Osborn, presidente da Illinois Central Railroad, e Virgi- nia Reed Osborn, fundadora chefe doVirginia Day Nursery, am- bos descendentes de famílias vindas da Nova Inglaterra (Gregory, 1937, p.53; Sterling 1997, p.592).

Figura 1Henry Fairfield Osbon (1857-1935).

Estudou no Collegiate Institute em Nova Iorque e anos depois formou-se em Geologia no College of New Jersey (atual Prince- ton). Em 1878 realizou sua pós-graduação no E. M. Museum of Geology and Archaeology. No inverno de 1879–80, em Londres,

Osborn estudou anatomia comparada na Royal College of Science com Francis Maitland Balfoure e com o Professor Thomas Henry Huxley, quem o apresentou a Charles Darwin. Nesse período, fize- ram parte de seu ciclo de amigos o próprio Huxley, Francis Galton, Edward B. Poulton, Leonard Darwin e vários outros. É ainda neste momento que iniciam seus estudos e interesse por questões relaci- onadas à evolução das espécies (Gregory 1937, pp. 55–60; Colbert 1974).

Depois de voltar da Inglaterra, continuou com os seus trabalhos sobre a paleontologia, principalmente de mamíferos, publicando diversos artigos entre os anos de 1882 e 1887 sobre os ungulados do Eoceno, inclusive descrevendo novas espécies de ungulados gi- gantes. A partir desse momento, Osborn tem despertado seu inte- resse sobre os problemas taxonômicos dessa família (Titanotheri- dae), dedicando anos de pesquisa sobre esse tema (Gregory 1937, pp. 61-63).

Osborn casou-se em 1881 com Lucretia Thatcher Perry, filha do general dos Estados Unidos Alexander J. Perry, com quem teve cinco filhos.

Em 1891, foi convidado pela Universidade de Columbia para assumir o novo departamento de Biologia e pelo American Mu- seum of Natural History para cuidar do Departamento de Paleonto- logia de Mamíferos; e em 1908 tornou-se o presidente do Museu.

Permaneceu na Universidade de Columbia até 1910 e no Ameri- can Museum até sua morte em 1935 (Gregory 1937, p.68; Colbert 1974).

Henry Fairfield Osborn fez várias contribuições, não só para a Biologia, mas para outras áreas da Ciência. Na Tabela 1 e Figura 2 evidencia-se o total de páginas publicadas por ele (Gregory 1937, p.84). Alguns de seus trabalhos não diretamente relacionados às Ciências Naturais trataram de questões sobre Eugenia, Imigração e Educação (Baker 2012a).

Tabela 1Tabela modificada do artigoBiographical Memoir of Henry Fairfiel Osborn (1857-1935)– páginas publicadas para cada temática.

Temática 1878–1898 1899–1918 1919–1938 Total

Paleontologia 946 2125 3099 6170

Psicologia 34 – – 34

Neurologia 79 – – 79

Embriologia 45 4 – 49

Herança 105 – 38 143

Biografia 79 239 914 1232

Educação 85 132 439 656

Administração 51 504 786 1341

Evolução (teoria) 338 245 213 796

Antropologia 26 585 523 1134

Conservação – 49 44 93

Ciência e Religião – – 373 373

1788 3883 6429 12100

Figura 2Gráfico elaborado a partir da Tabela 1, representando como se distribuiram as contribuições de Osborn dentro de cada temática de

paleontologia e evolução.

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CONTEÚDO 8

Como membro doruling class, Osborn desempenhou um papel de influência na luta contra imigração e promoção da Eugenia. Se- gundo Baker (2012b), sua visão de raça era uma complexa mistura entre seus estudos científicos e sua religião e acabou por utilizar di- versas pesquisas, principalmente em paleontologia e evolução do homem, para promover ideias eugênicas.

Ele acreditava que os mamíferos teriamperdido sua capaci- dade de lutar para o avanço, ou seja, não teriam a necessidade de evoluir devido suas adaptações a ambientes específicos. A partir dessa teoria, estudou a evolução humana pressupondo que nossa espécie não seria única, mas deveria ser separada em vá- rias espécies diferentes. O que Osborn considerava comohumanos nórdicos, seriam mais generalizados do que aqueles que chamava dehumanos africanos e asiáticos. Sendo assim,nórdicosteriam maior potencial evolutivo em relação às outras duasespécies(Ba- ker 2012b).

Henry Fairfield Osborn morreu em 6 de novembro de 1935 (Gregory 1937, p.88).

Osborn e a Paleontologia

Os primeiros trabalhos e interesse de Osborn sobre paleontolo- gia começaram na sua graduação, quando realizou uma expedição junto com os colegas de classe, W. E. Scott e Francis Spier Jr. A Princeton Scientific Expedition of 1877, com a supervisão do pro- fessor Kargé, permitiu a realização de coletas de peixes e plantas do Colorado e de mamíferos do Eoceno, perto de Fort Bridger.

No ano seguinte, Osborn e Scott estudaram os fósseis encontra- dos, pesquisando materiais já publicados por Leidy, Cope e Marsh, copilando um catálogo sistemático dos vertebrados do Eoceno de Wyoming, fazendo os desenhos necessários e descrevendo os no- vos materiais, realizando, assim, um trabalho sistemático de orga- nização desses dados (Gregory 1937, p.57; Baker 2012).

Em 1878, Osborn liderou uma segunda expedição de Princeton para Wyoming com as companhias de McMaster, Scott, Speir, Mc- Cosh e Annin, explorando formações do Eoceno Superior. Nesta expedição, descobriram valiosos remanescentes de Loxolophodon, espécie estudada pelo professor Cope. Outras escobertas importan- tes foram descritas mais tarde por Osborn e Scott (Gregory 1937, p.58). Os trabalhos com os fósseis achados nessas expedições pro- porcionaram o início da parceria profissional entre Cope e Osborn.

Durante os seus estudos e trabalho em Princeton, Osborn dedicou-se mais à temática da paleontologia de mamíferos, espe- cialmente ungulados do Eoceno e dentes de mamíferos (Gregory 1937, p 60). Em 1886 fez uma visita à Inglaterra para estudar os mamíferos do Mesozoico, a maioria pertencente à coleção do Bri- tish Museum. Os fósseis com que trabalhou eram, em sua maioria, vestígios de dentes e mandíbulas, todos de mamíferos de pequeno porte. Seu estudo foi importante, pois deu ao trabalho uma abor- dagem evolutiva que ia de acordo com a visão de Cope sobre a ori- gem dos molares trituberculados. Surge aí a teoria Cope-Osborn para explicar a evolução dos dentes trituberculados de mamíferos (Osborn 1897a, p.1014; Gregory 1937, p.64).

Com o seu crescente interesse por evolução, Osborn utilizou- se de seus estudos em paleontologia para exemplificar e explicar questões evolutivas. No seu trabalho de 1890The Paleontologi- cal Evidence for the Transmission of Acquired Characters, utili- zou molares deHyracotheriume deDromotheriume todos os seus estágios de desenvolvimento para abordar sua opinião sobre carac- teres adquiridos. Neste artigo, Osborn discute que o lamarckismo seria a teoria mais adequada para explicar o surgimento e trans-

missão de novos caracteres, sobretudo em relação às cúspides dos mamíferos estudados.

Osborn, utilizando evidencias paleontológicas, discutiu os me- canismos evolutivos capazes de explicá-las, propondo algumas te- orias. Uma das teorias mais importantes propostas foi a dosQua- tros Fatores Inseparáveis da Evolução, na qual Osborn diz que não se deve separar os principais fatores para evolução, que seriam: a hereditariedade, o ambiente, a ontogenia e a seleção. Baseando- se em milhares de medidas de crânios e dentes de titanotérios, o autor aplica sua teoria evolutiva para essa espécie (Osborn 1908, pp.148–149).

No estudo da evolução e da hereditariedade, para Osborn, os paleontólogos teriam uma vantagem em relação aos zoólogos, pois conseguiriam acompanhar certo caractere através de milhões de anos, com uma visão mais precisa de quais caracteres são impor- tantes e quais não são. Em relação a uma desvantagem, para ele, há um problema em relação ao consenso quanto à velocidade do sur- gimento de novos caracteres (Osborn 1907a, p.745). Como resul- tado de suas pesquisas sobre a evolução e os dentes de mamíferos, Osborn publicou um livro denominado "Evolution of Mammalian Molar Teeth"(Osborn 1907b).

Osborn (1913) ficou conhecido ainda por seu trabalho sobre evolução dos cavalos, no qual explorou, principalmente, perisso- dáctilas e os titanotérios. Como curador e presidente do Americam Museum of Natural History, Osborn ajudou a construir e estudou a coleção completa de fósseis de cavalos e a partir de seus estudos escreveu o livroThe Horses: Past and Present.

Além de utilizar a paleontologia como evidência para as ques- tões sobre a evolução, Osborn resolveu problemas taxonômicos, descreveu novas espécies de animais extintos, trabalhou com con- servação e restauração de fósseis, etc. Apesar de ter realizado seus diversos e principais trabalhos com mamíferos, Osborn tra- balhou com peixes, anfíbios, répteis e dinossauros, como em seu artigo de 1905:Tyrannosaurus and other Cretaceous carnivorous dinosaurs: American Museum of Natural History, Bulletin, v.21, pp. 259–265 (Ripley 1916, pp. 5–25). Seus manuscritos paleonto- lógicos exibiram um vasto panorama sobre a evolução e a disper- são de animais deste aEra dos Répteisaté aEra dos Mamíferos (Sterling 1997, p. 594).

Osborn e suas concepções evolutivas: influência das teorias evolutivas em suas obras

A análise de diversas publicações de Osborn nos permite iden- tificar que a construção de suas ideias teve como base teorias e trabalhos de diversos pesquisadores que o inspiraram.

Identificou-se que suas maiores influências foram os pesqui- sadores naturalistas Jean Baptiste Lamarck (1744–1829) e Char- les Darwin (1809–1882), além de Hugo Marie de Vries (1848–

1935), Wilhelm Heinrich Waagen (1841–1900), Thomas Henry Huxley (1825–1895), William Bateson (1861–1926) e Edward Cope (1840–1897).

Osborn estudou profundamente os trabalhos desses pesquisa- dores para tentar entender os processos que levariam a evolução das espécies.

Desde o início de sua carreira, Osborn teve contato com os tra- balhos do professor Edward Cope, por quem sempre expressou sua gratidão, em especial por sua ajuda em conselhos e no material de- positado em sua confiança para a realização de seus estudos, con- forme evidenciado no tópico anterior (Gregory 1937, p.57).

De acordo com Gregory (1937, p.58), as primeiras abordagens e interesses de Osborn referem-se às questões de taxonomia, em

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especial de vertebrados do Eoceno e de mamíferos do Mesozóico.

Para tais questões, muitas vezes Osborn recorreu aos trabalhos de Cope, utilizando ainda materiais que estavam sob sua guarda, como os espécimes de Loxodophodon, Symborodon.

No período em que tais estudos foram realizados, Osborn sus- tentou a visão de Cope sobre a forma do tipo tritubercular de mo- lar, encontrada em muitos mamíferos do Eoceno, que teria surgido a partir de molares de ponta única do Dromatherium do Triássico Superior. Estudando os dentes desses antigos mamíferos contem- porâneos dos dinossauros jurássicos, Osborn desenvolveu e apli- cou a teoria de Cope (Osborn 1888, 1897a,b). Com Cope fundou a teoriaCope-Osborn de tritubecular, de valor incalculável para paleontólogos como chave para a complexidade dos padrões alta- mente diversificados dos molares em mamíferos (Gregory 1937, p.64).

Observando-se a publicação de Ripley (1916), são identifica- das muitas publicações em parceria com Cope dentro dos campos de paleontologia e taxonomia de vertebrados. Além disso, em inú- meros trabalhos, Cope aparece como referência, em especial rela- cionadas à concessão de materiais (Osborn 1910, pp. 202-208).

Outra interessante citação de Cope por Osborn, está em seu tra- balho "Men of the old stone age"(Osborn 1915a, p.218), de acordo com o qual o nome Homo neandertalensis teria sido proposto por Cope em 1893, quem também comparou e estudou crânio e esque- leto de La Chapelle.

Percebe-se que a afinidade e a frequente colaboração mútua en- tre Osborn e Cope durou anos de pesquisa conjunta, até a morte de Cope, aos 57 anos em 1897.

Além das colaborações nos estudos taxonômicos de diferen- tes achados fósseis, algumas das concepções evolutivas que funda- mentam os trabalhos de Osborn em diferentes momentos, também partem de pressupostos e discussões já apresentados por Cope.

Uma das discussões que permeiam os trabalhos de Osborn e deriva-se de premissas apresentadas previamente por Cope refere- se a ideias sobre a origem de novas adaptações. Osborn considera tal origem, num primeiro momento, a partir da teoria chamada por Cope de Archaesthetism. De acordo com tal teoria, ocorreria o crescimento estimulado por irritabilidade e sensibilidade, ou em outras palavras, a produção de um novo órgão ou parte resultaria de uma nova necessidade ou vontade que continua a ser sentida, e para o novo movimento o qual iniciou essa necessidade e causa de continuar (Osborn 1896).

Ainda de acordo com Osborn (1896), o fator físico na teoria de Lamarck foi denominado deArchaesthetismpor Cope, ou seja, o conceito apresentado por Lamarck e Herbert Spencer (1829–1903) segundo o qual a adaptação a novas condições decorrentes da von- tade e necessidade dos animais, é primeiro expresso por Aristóteles e depois por Cope em sua teoria do Archaesthetismo.

As influências de Lamarck nos trabalhos de Osborn, talvez pelo contato com Cope que também o seguia, ficam expressas ou ficam evidentes, por exemplo, no caso da explicação para a evolução dos dentes de mamíferos. Osborn diz que assim como o previsto por Lamarck, o desgaste dentário sofrido durante o desenvolvimento é transmitido para os descendentes (Osborn 1890, pp.110–111).

Em trabalho posterior, contudo, Osborn (1915b, pp.217–218) acredita que a hipótese dereação mecânicade Lamarck e Cope se demonstra falha e a problemática das cúspides é utilizada para explicar tais falhas.

Osborn (1925, p.749) diz ter abandonado a interpretação La- marckista referente a este conceito de que a continuidade na ori- gem e evolução de adaptações mecânicas deve-se à continuidade

de modificações adaptativas em somatória. Isso porque, para ele, embora possa parecer a interpretação correta para poucas adapta- ções, se contradiz para a maioria. Nos caracteres biomecânicos, a origem das espécies seria um processo absolutamente contínuo.

No artigo de 1892, Osborn abandona da mesma maneira o con- ceito deuso e desuso, também apresentado nos trabalhos de La- marck, acreditando que a seleção natural poderia explicar todos os fatos da evolução (Let us examine the evidence for and against the Lamarckian theory, and inquire how far natural selection can explain all the facts of evolution, p.540).

Os trabalhos de Darwin aos poucos, vão influenciando as con- cepções evolutivas de Osborn, que como apresentado acima, co- meça a abandonar alguns conceitos lamarckistas. Em 1912, por exemplo, Osborn discute algumas interpretações feitas a partir dos estudos realizados por Darwin. De acordo com Osborn (1912, pp. 77–78), Darwin defendeu que, de maneira geral, não ocorre- riam saltos evolutivos, valorizando as sutis e pequenas diferenças individuais dos tipos mais diversificados.

Sobre isso, Osborn (1912, pp. 78-79) compara essas peque- nas variações com as "Minor Saltations"ou Mutações de De Vries.

Tais mutações são definidas como alterações de estruturas e fun- ções, sendo sua ocorrência maior em plantas, pois seria dependente de alterações moleculares. Podem ser definidos como saltos des- contínuos ou repentinos a partir dos quais novos caracteres surgem (Osborn 1911, p. 328). Osborn (1916) ainda tenta diferenciar as mutações de De Vries das mutações de Waagen: The essential fe- ature of de Vries’s observations, in contrast to Waagen’s, is that of discontinuous saltations either in indefinite or non-adaptive direc- tions(p.332).

Para Osborn (1916), as mutações de Waagen seriam estágios de transição entre linhagens de espécies em linha direta de ascensão fi- lética, sendo sua principal característica o acúmulo gradual de mo- dificações que são observadas após algum tempo com uma direção definida (adaptativa) e que surgem continuamente, tornando-se de- finitivas. Essas considerações seriam importantes, pois mostrariam as diferenças entre De Vries e Waagen, apesar de ambas estarem ligadas às mudanças na cromatina.

Na tentativa de entender a evolução das espécies, percebe-se uma mescla de concepções e enfoques evolutivos, já que Osborn vai construindo suas hipóteses a partir de diferentes pesquisado- res. Ainda em seu trabalho de 1912 (p.78), Osborn afirma que as diferenças individuais seriam hereditárias, de acordo com Darwin, descontínuas de acordo com Bateson ou representariam mutações, de acordo com De Vries.

Em seu trabalho de (1907a), Osborn diz ainda que "Teorica- mente não há conflito entre as hipóteses da continuidade e a da descontinuidade, se a uma predisposição hereditária para a evo- lução em uma direção definida, esta se manifesta ou subitamente (saltation ou mutação de De Vries) ou muito gradualmente (Recti- gradation ou mutação de Waagen)"(p.748), reforçando sua visão de que diferentes conceitos poderiam não ser excludentes, mas com- plementares, o que se percebe na construção de suas próprias hipó- teses.

Exemplificando, para Osborn (1912, pp. 81–82), os diferentes tipos de variação cairiam em uma das quatro classes: 1) varia- ção individual (minor mutants defendidas por De Vries); 2)Major Saltations, que não ocorreriam na natureza, exemplificando com híbridos; 3) Flutuações das proporções equivalentes às variações quantitativas de Bateson, citando ainda que Darwin as utiliza para explicar o pescoço da girafa e 4) variabilidade flutuante que para Darwin, não estaria relacionada à evolução.

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CONTEÚDO 10

Outro exemplo aparece em um de seus estudos que explica e compara princípios de Darwin, Lamarck e Weisman1 (Osborn 1891, p.27). Para Osborn (1891, p.216) pelo princípio de Weis- man explica-se a herança mas não a evolução, enquanto com os princípios de Darwin e Lamarck, explica-se evolução, mas não he- rança, percebendo-se a dificuldade de uma explicação significar a exclusão de outra.

Osborn (1908, pp. 148-149), a partir de Darwin, DeVries e Bat- son, formula resumidamente que hereditariedade, ontogenia, am- biente e seleção seriam fatores interoperantes e que em conjunto levariam a evolução das espécies.

Esses mesmos quatro fatores são importantes e bastante explo- rados por Osborn. Para o autor, diferentes pesquisadores já os te- riam descrito, dando diferentes enfoques para os mesmos, o que para ele era errôneo, já que estes seriam interoperantes e jamais atuariam de forma isolada na natureza (Osborn 1908, p.149). Buf- fon teria dado maior enfoque para o ambiente, Lamarck para a on- togenia, Darwin para a seleção e a escola moderna por sua vez, focava na hereditariedade (Osborn 1908, p.148).

Osborn (1908, p.148) apresenta ainda o significado desses qua- tro fatores. Para ele hereditariedade incluiria somente modifica- ções nas células embrionárias, ontogenia incluiria a expressão da hereditariedade, as modificações e adaptações, e a influência do ambiente nas células embrionárias (germe do plasma), ambiente incluiria toda a natureza externa do organismo e seleção represen- taria toda a competição, a sobrevivência e/ou a eliminação das re- presentações individuais combinadas com a ontogenia, hereditari- edade e fator ambiental.

Os quatro fatores seriam inseparáveis e interagiriam entre eles desde o começo. Uma alteração em um alteraria todos os outros.

Somente o fator seleção poderia ser removido pelo homem, os ou- tros poderiam apenas ser modificados, mas não removidos. Todas as mudanças na ontogenia, meio ambiente e seleção, mais cedo ou mais tarde são refletidas na hereditariedade e todas as mudanças na hereditariedade se originariam ou de dentro ou de fora através de ontogenia, ou do ambiente ou da seleção. A origem de novos caracteres, não a origem das espécies, seria o problema central na evolução (Figura 3) (Osborn 1908, pp.148–150).

Figura 3Os quatro fatores inseparaveis: Hereditariedade, Ontogenia, Ambiente e Seleção.

Sintetizando sua ideia de interoperância dos quatro fatores acima descritos, a vida e a evolução poderiam ser representadas pela formula: H×O×E×S, representando as letras iniciais dos fatores evolutivos (Osborn 1908, p. 148).

Considerações finais

Osborn baseou-se em vários princípios evolutivos para explicar suas observações dos fósseis, como a transmissão de caracteres ad- quiridos, conceito aceito por muitos zoólogos nesse período. Para Henry F. Osborn havia evidências paleontológicas e morfológicas suficientes mostrando que esses caracteres são transmitidos.

Osborn utilizou vários modelos evolutivos como processos res- ponsáveis pelas origens de várias características encontradas nos fósseis que estudou, desde princípios defendidos por Lamarck até as ideias apresentadas por Darwin, inúmeras vezes contemplando os dois naturalistas como subsídios das suas explicações evoluti- vas. Este trabalho mostra de que maneira Osborn utilizou princí- pios evolutivos como forma de explicar as variações encontradas nos fósseis descobertos e descritos no período e quais foram os pesquisadores que orientaram o suporte de suas ideias.

Referências

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(12)

rrrr

BioMack (2017) 1(1):1–6

DOI: 10.7594/VitaScientia.14.01.01

Artigo

Chave preliminar de identificação de espécies vegetais do campo cerrado do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha (SP).

A preliminary key to identification of plant species of campo cerrado of Juquery State Park, Franco da Rocha (SP)

T eixeira F ilho , R.G.B. & V ieira , L.T.A.

Resumo

O trabalho apresenta a chave dicotômica preliminar de identificação de plantas de campo cerrado do Parque Estadual do Juquery que foram identificadas com ajuda de especialistas e incorporadas no Herbário MACK. A chave é composta por 28 espécies pertencentes a 16 famílias que foram divididas em três chaves pela filotaxia em Chave I (folhas simples e alternas), Chave II (folhas simples opostas) e Chave III (folhas opostas).

Palavras-chave:taxonomia vegetal; caracteres vegetativos; chave dicotômica.

Abstract

This paper presents a preliminary dichotomous identification key of campo cerrado plants of Juquery State Park that were identified with expert help and incorporated in the Herbarium MACK. The key is composed by 28 species of 16 families and were divided into three keys by phyllotaxy: Key I (simple and alternate leaves), Key II (simple opposite leaves) and Key III (opposite leaves).

Keywords:plant taxonomy; vegetative characters; dichotomous key

Introdução

O Cerrado é um domínio fitogeográfico pertencente ao bioma Savana (Batalha 2011, Sano et al. 2008). O Cerrado ocupa 23%

do território brasileiro, estando presente nos estados de Goiás, To- cantins e no Distrito Federal, onde alcança sua máxima continui- dade espacial, apresentando diversificada formação fitofisionômica e florística (Ratter et al. 1997). Existem diversas formações no Cerrado devido a influência do solo e condição climática e, se- gundo Coutinho (2013), as principais fisionomias do Cerrado são as formações florestais, savânicas e campestres. No Estado de São Paulo, o Cerrado apresenta peculiaridades como a sujeição às ge- adas, duração do período seco menor do que em comparação com o Cerrado do Planalto Central e a grande mescla com formações florestais, formando mosaicos não bem definidos entre Cerrado e floresta ombrófila (Bitencourt & Mendonça 2004). Originalmente, o estado tinha 14% do seu território ocupado pelo Cerrado, po- rém o continuo desmatamento fez com que essa área decaísse para menos de 1%, sendo que apenas metade se encontra protegida em unidades de conservação (Kronka et al. 2005). Uma dessas unida- des de conservação é o Parque Estadual do Juquery, que segundo Baitello et al. (2013), possui 4 fitofisionomias de Cerrado, que são campo limpo, campo sujo, campo cerrado e cerradosensu stricto alterado, além de possuir a formação florestal de fundo de vale, pertencente a floresta ombrófila.

Dentre as fitofisionomias de Cerrado encontradas no Parque Estadual do Juquery, a que possui maior diversidade de espécies é o campo cerrado, contando com 265 espécies dentre as 420 en-

contradas no parque (Baitello et al. 2013). O campo cerrado é caracterizado pela escassez de árvores, cobrindo cerca de 5 a 20%

do terreno e não passando dos 3 metros de altura. Além disso, são encontrados arbusto e árvores subterrâneas, com solo muito pobre e ácido. (Bitencourt, Mendonça 2004).

Segundo Braz et al. (2004) a elaboração de chaves de iden- tificação com base em caracteres vegetativos tem sido o foco de diversos autores por conta da dificuldade em se encontrar indiví- duos em estado fértil, ou seja, flores e frutos.

O presente trabalho teve como objetivo principal elaborar uma chave de identificação com base em caracteres vegetativos de algu- mas das espécies encontradas na área de campo cerrado do Parque Estadual do Juquery (PEJY), Franco da Rocha, SP, facilitando as- sim a identificação das plantas coletadas no local e ajudando nos programas de educação ambiental do parque junto à população.

Material e métodos

O PEJY teve o início de suas atividades no ano de 1993, no ter- reno onde anteriormente funcionava o Departamento de Psiquiatria II do Hospital de Franco da Rocha e é definido como uma unidade de conservação de proteção integral. O parque está situado entre os municípios de Caieiras e Franco da Rocha e conta com uma área de 2.058,09 ha (Figura 1), entre as coordenadas geográficas de 23º19’S e 23º25’S e 46º45’ e 46º35’W (Baitello et al. 2013).

(13)

Figura 1Localização e limites do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha, SP. (Crédito: Leandro T. Azevedo Vieira)

Para a criação da chave dicotômica, foram utilizadas as exsica- tas pertencentes ao trabalho de Antonucci (2015) que realizou um levantamento fitossociológico na área de campo cerrado do PEJY, onde foram feitas 2 parcelas de 20 m×20 m e coletados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro ao nível do solo (DNS) igual ou superior a 1 cm. Esses indivíduos foram levados ao Herbário Muni- cipal de São Paulo (PMSP) e ao Herbário Dom Bento José Pickel do Instituto Florestal de São Paulo (SPSF) para serem identifica- dos com ajuda de especialistas. Depois de devidamente identifica- dos, foram feitas exsicatas que foram enviadas e armazenadas no Herbário da Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACK) que foram tombadas e incorporadas à coleção.

As espécies presentes na chave de identificação são aquelas que possuem indivíduos tombados no Herbário MACK e que conti- nham todas as informações de identificação. A terminologia das características seguiu o padrão empregado nos trabalhos de Gon- çalvez & Lorenzi (2011) e Durigan et al. (2004) e os nomes cientí- ficos seguiram APG III (2009) e conferidos no aplicativo Plantmi- ner (Carvalho et al. 2010).

As exsicatas foram analisadas e algumas características foram registradas em fichas. As fichas continham campos para filotaxia, tipo e tamanho do pecíolo, comprimento e largura da folha, for- mato do limbo, ápice e base, tipo de venação, indumentação de ambas as faces da folha, padrão de nervura principal em ambas as faces e curvatura da margem do limbo. Assim, com base nessas características, as espécies analisadas foram descritas.

Resultados e discussão

Das 37 espécies, coletadas por Antonucci (2015), 28 espécies puderam ser utilizadas para o presente trabalho, sendo pertencen- tes a 16 família diferentes, tendo a família Asteraceae como maior representante com 6 espécies. As plantas foram divididas em três chaves diferentes com base na filotaxia: folhas simples e alternas (Chave I), folhas simples e opostas (Chave II) e folhas compostas (Chave III).

As chaves por caracteres vegetativos possibilitam a identifica- ção das plantas, porém carecem de material herborizado para me- lhor observação das características, além disso para que o objetivo de auxiliar outros pesquisadores a identificar com facilidade as co- letas realizadas no PEJY é necessário que mais trabalhos como esse sejam realizados para contemplar a totalidade das espécies encon- tradas no parque. Dessa forma, busca-se aumentar as espécies co- letadas e identificadas, e consequentemente apresentar uma chave de identificação completa para a vegetação de campo cerrado do Parque Estadual do Juquery.

Descrição das espécies

• Araliaceae

Schefflera macrocarpa(Cham. & Schltdl.) Frodin

Folhas compostas alternas palmadas, folíolos medianos de 5- 11,5 cm de compr., 2-5,5 cm de larg., ápice retuso a emargi- nado, base cordada a truncada, obelíptica, margem sinuada, involuta, face superior glabra, nervura sulcada, face infe- rior pilosa, nervura sulcada, pecíolo de 13-21 cm de compr., Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Anto- nucci, M.C 75 (Herbário Mack, 2557)

• Asteraceae

Baccharis dacrunculifoliaDC.

Folhas simples alternas, 0,9 cm de compr., 0,3 cm de larg., ápice agudo, base atenuada, formato linear, margem inteira, involuta, venação hifódroma, face superior serícea, nervura impressa, face inferior serícea, nervura plana, pecíolo sés- sil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 28 (Herbário Mack, 2569)

Chrysolaena cognata(Less.) Dematt.

Folhas simples alternas, 4-8,5 cm de compr., 1-2 cm de larg., ápice agudo, base atenuado, formato elíptica, mar- gem inteira, revoluta, venação cladódroma, face superior ás- pera, nervura impressa, face inferior estrigosa, nervura sul- cada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 91 (Herbário Mack, 2571) Grazielia intermedia(DC.) R.M.King & H.Rob.

Folhas simples opostas, 2-7 cm de compr., 0,5-1,5 cm de larg., ápice acuminado, base atenuada, formato lanceolado, margem lobada a crenada, venação camptódroma, revoluta, face superior áspera, nervura impressa, face inferior pubes- cente, nervura sulcada, pecíolo séssil. Material examinado:

SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 144 (Her- bário Mack, 2572)

Moquiniastrum paniculatum(Less.) G. Sancho

Folhas simples alternas, 7,5-9 cm de compr., 2,2-4 cm de larg., ápice agudo a arredondado, base cuneada a arredon- dada, formato elíptico, margem levemente ondulada no ápice e inteira no restante, revoluta, venação broquidódroma, face superior sericea, nervura plana, face inferior pilosa, nervura sucada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO:

São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 105 (Herbário Mack, 2573)

Moquiniastrum polymorphum(Less.) G. Sancho

Folha simples alterna, 6,5-9 cm de compr., 5 cm de larg., ápice acuminado, base arredondada, elíptica, margem in- teira, involuta, venação comptódroma, face superior glabra, nervura sulcada, face inferior pubescente, nervura sulcada, pecíolo de 1-2 cm de compr., Material examinado: SÃO

(14)

CONTEÚDO 14

PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 76 (Herbário Mack, 2558)

Stomatanthes dictyophyllus(DC.) R.M.King & H.Rob.

Folhas simples alternas, 6 cm de compr., 4 cm de larg., ápice arredondado, base atenuada, formato romboide, mar- gem crenulada, involuta, venação cladódroma, face superior hirsuta, nervura plana, face inferior estrigosa, nervura sul- cada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 49 (Herbário Mack, 2588)

• Bignoniaceae

Jacaranda oxyphyllaCham.

Folhas compostas opostas bipinadas, foliololos de até 3 cm compr., 1,3 cm larg., ápice acuminado a agudo, base cune- ada, elíptica a romboide, margem levemente sinulada, revo- luta, venação broquidódroma, face superior glabra, nervura impressa, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo com 1,5-3 cm compr., Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 90 (Herbário Mack, 2559)

• Caryocaraceae

Caryocar brasilienseCambess. Folhas compostas alternas trifolioladas, pecíolo com 3-6 cm de compr., folíolo mediano com 5-6,5 cm de compr., 5-6,5 cm de larg., ápice arredon- dado, base arredondada, formato orbicular, margem crenada, revoluta, venação broquidódroma, face superior pilosa, ner- vura primaria plana, face inferior pilosa, nervura primaria sulcada, cartácea. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 86 (Herbário Mack, 2574)

• Erythroxylaceae

Erythroxylum campestreA.St.-Hil.

Folhas simpes alternas, 3-6,5 cm de compr., 2-5 cm de larg., ápice retuso a arredondado, base arredondada, formato oval, margem inteira, revoluta, venação reticulódroma, face su- perior glabra, nervura sulcada, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO:

São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 43 (Herbário Mack, 2576) Erythroxylum suberosumA.St.-Hil.

Folhas simples alternas, 3,2-5 cm de compr., 1,2-3 cm de larg., ápice retuso, base atenuada, formato obovado, margem inteira, menos frequente ondulada, revoluta, venação reticu- lódroma, face superior glabra, nervura impressa, face infe- rior glabra, nervura sulcada, pecíolo de até 0,4 cm. Mate- rial examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 33 (Herbário Mack, 2575)

• Lamiaceae

Aegiphila verticillataVell.

Folha simples opostas, 6,5-8 cm de compr., 3-3,6 cm de larg., ápice acuminado, base atenuada, oboelíptica, margem inteira, revoluta, venação camptódroma, face superior gla- bra, nervura sulcada, face inferior canescente, nervura sul- cada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 04 (Herbário Mack, 2589)

• Malpighiaceae

Byrsonima intermediaA.Juss.

Folhas simples opostas, 2,4-6,5 cm de compr., 1,5-3,3 cm de larg., ápice retuso, arredondado ou agudo, base arredondada a cuneada, formato oval a orbicular, margem inteira, revo- luta, venação broquidódroma, face superior glabra, nervura

sulcada, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo sés- sil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 64 (Herbário Mack, 2585)

Byrsonima guilleminianaA.Juss.

Folhas simples opostas, 6,5-15 cm de compr., 1,5-6 cm de larg., ápice agudo, base atenuada, formato espatulado, mar- gem inteira, revoluta, face superior glabra, nervura sulcada, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo séssil. Mate- rial examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 150 (Herbário Mack, 2586)

Byrsonima subterraneaBrade & Markgr.

Folhas simples opostas, 13,5-25 cm de compr., 3-8,5 cm de larg., ápice acuminado a apiculado, base atenuada, formato elíptica, margem inteira, revoluta, face superior glabra, ner- vura plana, face inferior tomentosa, nervura sulcada, pecíolo séssil, Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 94 (Herbário Mack, 2584)

• Melastomataceae

Miconia albicans(Sw.) Triana

Folhas simples opostas, 4,5-7 cm de compr., 2-4 cm de larg., ápice arredondado a agudo, base cordada, oval a elíptica, margem inteira, involuta, venação curvinérvea, face superior glabra, nervura impressa, face inferior canescente, nervura sulcada, pecíolo de 0,5-1 cm de compr.. Material exami- nado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 110 (Herbário Mack, 2560)

Miconia ligustroides

(DC.) Naudin Folhas simples opostas, 2,5-4 cm de compr., 1-1,5 cm de larg., ápice agudo, base acuneada, lanceolada, margem inteira, revoluta, venação curvinérvea, face supe- rior glabra, nervura impressa, face inferior glabra nervura impressa, pecíolo de 0,5-1 cm de compr., Material exami- nado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 140 (Herbário Mack, 2561)

• Myrtaceae

Eugenia bimarginataDC.

Folhas simples opostas, 6,5 cm de compr., 3 cm de larg., ápice arredondo, menos frequente agudo, base cuneada a atenuada, formato obovado, margem inteira, involuta, vena- ção broquidódroma, face superior glabra, nervura sulcada, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo séssil. Mate- rial examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 20 (Herbário Mack, 2565)

Eugenia punicifolia(Kunth) DC.

Folhas simples oposta, 2,5-3,5 cm de compr., 1-1,5 cm de larg., ápice agudo a arredondado, base cuneada, formato elíptico a ovalado, margem lisa, revoluta, venação broqui- dódroma, face superior glabra, nervura plana, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo séssil. Material examinado:

SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 02 (Herbá- rio Mack, 2564)

Pimenta pseudocaryophyllus(Gomes) Landrum

Folhas simples opostas, 8,5-11 cm de compr., 4,5-5 cm de larg., ápice mucronado, base cuneada, formato oval, mar- gem crenada, revoluta, venação broquidódroma, face supe- rior glabra, nervura impressa, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO:

São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 80 (Herbário Mack, 2567)

(15)

Psidium grandifoliumMart. ex DC.

Folhas simples opostas, 3,5-9 cm de compr., 2,2-7 cm de larg., ápice cuspidado a acuminado, base cuneada, margem inteira, revoluta, venação broquidódroma, face superior gla- bra, nervura impressa, face inferior canescente, nervura sul- cada, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 61 (Herbário Mack, 2577)

• Primulaceae

Myrsine umbellataMart.

Folhas simples alternas, 3-9,5 cm de compr., 2-5 cm de larg., ápice acuminado, agudo ou arredondado, base cune- ada, formato elíptico a obovado, margem inteira, revoluta, venação broquidódroma, face superior glabra, nervura plana, face inferior glabra, nervura sulcada, pecíolo de 0,5-1 cm de compr., Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 143 (Herbário Mack, 2578)

• Rubiaceae

Sabicea brasiliensisWernham

Folha simples oposta, 3-8cm de compr., 1,5-4,4 cm de larg., ápice acuminado, base arredondada, oval, margem inteira, revoluta, venação camptódroma, face superior canescente, nervura plana, face inferior canescente, nervura sulcada, pe- cíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 141 (Herbário Mack, 2579)

• Sapotaceae

Chrysophyllum marginatum(Hook. & Arn.) Radlk.

Folhas simples alternas, 1-2,1 cm de compr., 0,5-1 cm de larg., ápice retuso, base atenuada, formato oblanceolada a obovada, margem lisa, revoluta, face superior estrigosa, ner- vura impressa, face inferior glabra, nervura impressa, pe- cíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 149 (Herbário Mack, 2581)

• Sapindaceae

Dodonaea viscosaJacq.

Folhas simples alternas, 5,5-11 cm de compr., 1,5-2 cm de larg., ápice agudo a acuminado, base atenuada, formato lan- ceolado, menos frequente romboide, margem inteira, revo- luta, face superior glabra, nervura sulcada, face inferior gla- bra, nervura plana, pecíolo de 0,5-1 cm de compr.. Mate- rial examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 59 (Herbário Mack, 2580)

• Symplocaceae

Symplocos oblongifoliaCasar.

Folhas simples alternas, 3-6 cm de compr., 1,5-2,5 cm de larg., ápice agudo a arredondado, base atenuada a cuneada, formato elíptico, menos frequente obovada, margem serre- ada, menos frequente inteira, revoluta, venação broquidó- droma, face superior glabra, nervura sulcada, face inferior glabra, nervura plana, pecíolo de até 0,5 cm de compr., Mate- rial examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 81 (Herbário Mack, 2582)

• Verbenaceae

Lippia origanoidesKunth

Folhas simples opostas, 1,5-4 cm de compr., 0,5-1 cm de larg., ápice arredondado, retuso ou agudo, base arredondada a cuneada, formato oval a ovalada, margem crenada, revo- luta, venação camptódroma, face superior áspera, nervura impressa, face inferior canescente, nervura sulcada, pecíolo

séssil. Material examinado: SÃO PAULO: São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 15 (Herbário Mack, 2583)

• Ochnaceae

Ouratea floribunda(A.St.-Hil.) Engl.

Folhas simples alternas, 3-6 cm de compr., 1,3-2,5 cm de larg., ápice agudo a arredondado, base cuneada, formato elíptico a oblongado, margem serreada no ápice e inteira no restante, revoluta, venação eucamptódroma, face supe- rior glabra, nervura sulcada, face inferior glabra, nervura plana, pecíolo séssil. Material examinado: SÃO PAULO:

São Paulo, PEJY, Antonucci, M.C 44 (Herbário Mack, 2568)

Chaves de identificação

As chaves de identificação se encontram após as referências bibliográficas desse artigo.

Agradecimentos

Os autores agradecem à Marina Castellari Antonucci pela dis- ponibilização do material analisado; ao Dr. João Batista Baitello e ao Instituto Florestal pela ajuda nas identificações botânicas; à Bárbara Mellado pelo apoio e revisão da chave de identificação;

ao Francisco de Assis Honda e toda equipe do Parque Estadual do Juquery pelo apoio incondicional à pesquisa científica dentro do parque. Autorização COTEC/IF 001.823/2015 e SISBio 49710-2.

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C have de I dentifica c ¸ ao ˜

ChaveI:plantas com folhas alternas

1. Venação Eucamptódroma, Cladódroma ou Reticulódroma

2. ’ Venação Eucamptódroma . . . Ouratea floribunda 2. Venação Cladódroma ou Reticulódroma

3. Margem crenada . . . Stomatanthes dictyophyllus 3. Margem inteira a levemente ondulada

4. Sem estipula intrapeciolar . . . Chrysolaena cognata 4. Com estipula intrapeciolar

5. 2-5cm de comprimento; 2-5cm de largura; ambas as faces com nervura sulcada . . . Erythroxilum campestre 5. 3,2-5,5cm de comprimento; 1,2-3cm de largura; face superior com nervura impressa e superior com nervura sulcada

Erythroxylum suberosum 1. Venação Camptódroma, Hifodódroma ou Broquidódroma

6. Venação Camptódroma ou Hifódroma

7. Pecíolo de 1-2cm, 6,5-9cm de comprimento, 5cm de largura, face inferior pubescente . . . Moquiniastrum polymorphum 7. Subsessil, 0,9cm de comprimento, 0,3cm de largura, face inferior serícea . . . .Baccharis dracunculifolia 6. Venação Broquidódroma

8. Face inferior com nervura central plana ou impressa

9. 1-2,1cm de comprimento, 0,5-1cm de largura, margem inteira, oblanceolada a obovada . . . Chrysophylum marginatum 9. -6cm de comprimento, 1,5-2,5cm de largura, margem serreada, elíptica . . . .Symplocos oblongifolia 8. Face inferior com nervura central sulcada

10. Margem levemente ondulada no ápice . . . Moquiniastrum painculatum 10. Margem inteira

11. 3-9,5cm de comprimento, 2,5cm de largura, elíptica a obovada, pecíolo de 0,5-1cm de comprimento . . . .Myrsine umbellata 11. 5,5-11cm de comprimento, 1,5-2cm de largura, lanceolada a romboide, pecíolo de 0,5-1cm de comprimento . . . .Dodonaea viscosa ChaveII: Plantas com folhas opostas

1. Venação acródoma ou camptódroma 2. Venação acródoma

3. 4,5-7cm de comprimento, 2-4cm de largura, oval a elíptica . . . Miconia albicans 3. 2,5-4cm de comprimento, 1-1,5cm de largura, lanceolada . . . .Miconia ligustroides 2. Venação camptódroma

4. Margem inteira

5. Disposição dística das folhas . . . Sabicea brasiliensis 5. Disposição decussada das folhas

6. 6,5-8cm de comprimento, 3-3,6cm de largura, oboeliptica, ambas as faces sulcadas . . . Aegiphila verticillata 6. 13-25cm de comprimento, 3-9,5cm de largura, elíptica, face superior plana, face inferior impressa . . . Byrsonima subterranea 4. Margem crenada/lobada

7. 1,5-4cm de comprimento, 0,5-1cm de largura, oval a ovalada, ápice arredondado, retuso ou agudo, base arredonda a cuneada

Lippia origanoides 7. 2-7cm de comprimento, 0,5-1cm de largura, lanceolada, ápice acuminado, base atenuada . . . Grazielia intermedia 1. Venação broquidódroma

8. Margem crenulada . . . Pimenta pseudocaryophyllus 8. Margem inteira

9. Face superior com nervura impressa ou plana

10. 3,5-9cm de comprimento, 2,2-7cm de largura, obovada . . . Psidium grandifolium 10. 2,5-3,5cm de comprimento, 1-1,5cm de largura, elíptica a ovada . . . Eugenia punicifolia 9. Face superior com nervura sulcada

11. Limbo foliar involuto . . . Eugenia bimarginata 11. Limbo foliar revoluto

12. 2,4-6,5cm de comprimento, 1,5-3,3cm de largura, oval a orbicular . . . Byrsonima intermedia 12. 6,5-15cm de comprimento, 1,5-6cm de comprimento, espatulada . . . Byrsonima guilleminiana ChaveIII:plantas com folhas compostas

1. Folhas palmadas ou trifoliadas; face inferior pilosa

2. Foliolos mediano de 5-6,5 cm comprimento e 5-6,5 cm largura; face superior pilosa; margem crenada . . . .Caryocar brasilense 2. oliolo mediano de 5-11,5 cm de comprimento e 2-5,5 cm de largura; face superior glabra; margem inteira . . . chefflera macrocarpa 1.

3. Folha Bipinada; glabras em ambas as faces; venação broquidódroma . . . Jacaranda oxyphylla

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rrrr

Efeito das queimadas nos parâmetros abióticos do solo em áreas de Cerrado no Parque Estadual de Juquery, Franco da

Rocha, SP

E ff ects of fire on soil abiotic parameters in areas of cerrado in Juquery State Park, Franco da Rocha, SP.

T akahashi , R.A., C amargos , A.C.P., B atista , S.P., S antos , P.B., L imache , D.E.S., C astelo , L.R. & V ieira , L.T.A.

Resumo

Atualmente o Cerrado brasileiro encontra-se entre domínios fitogeográficos mais afetados pela ação do homem, chegando a ter 80% de sua extensão modificada. Um fator característico dos cerrados é a incidên- cia de incêndios naturais. O fogo interfere na estrutura de populações vegetais, direta ou indiretamente, afetando a composição do solo e sua disponibilidade de nutrientes. Sendo assim, o seguinte trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da queimada no solo, em diferentes profundidades, em relação ao pH, matéria orgânica e umidade relativa em áreas de cerrado do Parque Estadual do Juquery. O teor de matéria orgânica foi maior próximo à superfície do solo e maior em áreas queimadas em relação às áreas intactas com vegetação natural. Isso se deve pelo acelerado processo de mineralização provocados pelas queima- das, que pode diminuir a concentração de alumínio da camada superficial do solo, aumentando o valor do pH encontrado superficialmente na área recentemente queimada. Já a umidade relativa do solo a 20 cm de profundidade foi menor no solo onde a vegetação estava intacta, provavelmente por estar em locais mais elevado em comparação com as áreas queimadas. Assim, o presente trabalho evidencia alguns efeitos do fogo sobre parâmetros abióticos do solo.

Palavras-chave:Fogo, matéria orgânica, pH, umidade relativa

Abstract

Currently, the Brazilian Cerrado is among of phytogeographic domains more affected by action of man, reaching 80% of its extent modified. A characteristic factor of cerrados is the incidence of natural fires.

Fire interferes on structure of plant populations, either directly and indirectly, affecting the composition of the soil and its availability of nutrients. Therefore, the objective of this work was to analyze the effects of fire on soil, at different depths, in relation to pH, organic matter and relative humidity in cerrado areas of Juquery State Park. The organic matter content was higher near the soil surface and higher in burned areas than intact areas with natural vegetation. This occurs due to accelerated process of mineralization caused by fires, which may decrease the aluminum content on the soil surface layer, thus, increasing the pH value found superficially in the area recently burned. However, the relative humidity of the soil at 20 cm depth was lower in the soils where the vegetation was intact, probably because it is in higher places compared to the burned areas. Thus, the present work evidences the effect of fire on abiotic soil parameters.

Keywords:Fire, organic matter, pH, relative humidity.

Introdução

Atualmente o Cerrado brasileiro encontra-se entre os domínios fitogeográficos mais afetados pelo homem devido ao alto grau de ação econômica como a pecuária e monocultura de grãos como a soja.(Machado et al. 2004) chegando a ter cerca de 80% de sua extensão total modificada (Myers et al. 2000).

O Cerrado é constituído por um complexo de formações que abrangem diversos tipos de vegetação, desde campos limpos com suas formações campestres até os cerradões com composições flo-

restais (Coutinho 1978). Possui um clima predominantemente tro- pical sazonal com invernos secos, onde as temperaturas podem chegar a extremos de 40ºC nos meses de dezembro e janeiro e pró- ximos ou até mesmo abaixo de zero nos meses de junho e julho (Coutinho 2000). Além disso, o Cerrado é considerado como um doshotspotsmundiais para a conservação da biodiversidade devido seu elevado número de espécies endêmicas e alto grau de degra- dação ambiental (Myers et al. 2000, Mittermeier et al. 2011).

Levando em conta a diversidade biológica, o cerrado brasileiro é considerado como a savana mais rica do mundo (Klink & Machado

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CONTEÚDO 18

2005), dispondo de 12.669 espécies de plantas nativas já cataloga- das (Forzza et al. 2012).

Um fator característico dos cerrados é a incidência de incêndios naturais, que segundo estudos feitos por Ledru (2002), já se encon- travam presentes muito antes da chegada do Homem, há cerca de 32 mil anos. De fato, a flora do Cerrado evoluiu em resposta ao regime natural do fogo (Simon, Pennington 2012). Entretanto, as queimadas atualmente nos cerrados são em sua maioria de origem antrópica e sua alta frequência pode afetar negativamente as popu- lações de plantas (Hoffmann, Moreira, 2002). Os incêndios antró- picos ocorrem devido à expansão da pecuária que usa o fogo para limpar a terra e incentivar o crescimento de novas pastagens, em especial de gramíneas africanas (Klink, Machado, 2005) Pode-se considerar que o fogo interfere na estrutura de populações vegetais (Hoffmann, Moreira 2002), seja diretamente, afetando a compo- sição do solo e sua disponibilidade de nutrientes (Zanine, Diniz 2006) ou indiretamente, removendo competidores como arbustos e gramíneas nativas (Klink, Machado 2005)

Assim, o fogo e o solo possuem uma relação íntima, pois am- bos interagem criando condições características que possibilitam o estabelecimento de espécies com diferentes necessidades de nu- trientes e resistência ao fogo. Por exemplo, Da Silva e Batalha (2008), apontaram diferenças nos solos com queimada, sendo estes mais ricos em matéria orgânica, nitrogênio e argila, enquanto que os solos intactos se mostraram mais ácidos e com maior presença de alumínio. Além disso, com a remoção da cobertura vegetal e da serrapilheira pelo fogo, os níveis de nutrientes do solo aumentam localmente e o habitat se encontra mais propício para a ocorrência de espécies exóticas (Milberg et al. 1999).

É importante o estudo de solos para compreender o desenvolvi- mento e sucessão ecológica de uma vegetação, todavia, ainda exis- tem poucos estudos sobre os efeitos de queimadas sobre os solos do cerrado (Pivello et al. 2010). Dentre os escassos trabalhos, Mi- randa et al. (1993) estudaram a temperatura de solo em diferentes profundidades durante a queimada, Kato & Haridasan (2002) ava- liaram o impacto do fogo na dinâmica de água do solo, e Nardoto e Bustamante (2003) estudaram as consequências da queimada sobre a microbiota do solo e mineralização do nitrogênio.

Tendo em vista a necessidade de compreender sobre a intera- ção entre o fogo e o solo do cerrado, o seguinte trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da queimada sobre o solo, em diferentes profundidades, em relação ao pH, matéria orgânica e umidade re- lativa em áreas de cerrado do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha, SP.

Materiais e métodos

O Parque Estadual do Juquery (PEJY) é uma Unidade de Con- servação que engloba o último remanescente de Cerrado preser- vado na região Metropolitana de São Paulo (Raimundo 2006, Bai- tello et al. 2013). O Parque se encontra no município de Franco da Rocha e foi criado em 1993, sendo composto pelos terrenos até então da Fazenda Juquery. É constituído em sua maior parte por campo limpo (Baitello et al. 2013), o que pode ser aferido a alta frequência de queimadas no local (Figueiredo et al. 2000).

A coleta de solo foi realizada no dia 17 de setembro de 2017, durante o VI Curso de Ecologia de Campo no Parque Estadual do Juquery realizado pelo curso de Ciências Biológicas da Universi- dade Presbiteriana Mackenzie (UPM). A coleta de solo foi reali- zada em quatro diferentes condições, sendo elas: região que sofreu queimada a uma semana (Queimada Recente), que sofreu quei- mada a um ano (Queimada Antiga), intacta e uma região próxima

à queimada recente (Próxima) mas com vegetação presente. Essa região próxima à queimada localizava-se atravessando o acero, ou seja, o acero impediu a passagem do fogo ao outro lado.

Em cada local, foram retiradas quatro amostras do solo de acordo com sua profundidade, sendo: superfície do solo, 10 cm, 20 cm e 30 cm abaixo da superfície, que foram medidas com o au- xílio de uma fita métrica. O solo foi perfurado com o Trado Holan- dês, e coletado com uma pá e armazenado em sacosZiplockidenti- ficados previamente. Somente para a região de queimada recente, foi coletado também uma amostra da serapilheira.

O teste de matéria orgânica foi realizado a partir do dia 16 de outubro de 2017 no laboratório de Ciências Biológicas da UPM, devido a necessidade recursos para tal teste. As amostras fica- ram armazenadas em geladeira nos respectivos sacos plásticos fe- chados, para minimizar efeitos de volatilidade de componentes do solo, até a realização do teste.

Para o teste de matéria orgânica, foram selecionadas as amos- tras que foram retiradas a 10 e 20 cm de profundidade. O procedi- mento para avaliação do teor de matéria orgânica seguiu a norma NBR 13600 (ABNT 1996). Assim, foi transferida 30 gramas para os cadinhos que foram colocados na estufa à temperatura de apro- ximadamente 105°C a 110°C, onde permaneceram por 24 h. Dado o tempo, as amostras foram vedadas com papel alumínio e colo- cadas no dessecador até atingir a temperatura ambiente para que pudesse ser registrado o peso dos cadinhos pós-estufa, ou seja, sem umidade presente no solo.

Depois de registrar o peso, os cadinhos foram para a mufla (sem papel alumínio) por 12 h, que teve sua temperatura aumentada gra- dualmente até atingir 440°C aproximadamente. Os cadinhos foram retirados da mufla e vedados com papel alumínio, deixando-os des- cansar para atingir a temperatura ambiente no dessecador. Após isso, foi registrado o peso novamente e os cadinhos foram lavados e secos na estufa para registrar seu peso.

A expressão utilizada para calcular o teor de matéria orgânica no solo foi:

MOS = 1−b a

!

×100

Onde,aé o peso da amostra pós-estufa ebé o peso pós-mufla.

Esses pesos foram adquiridos a partir da diferença do peso do ca- dinho e o peso do conjunto cadinho mais amostra.

Para o teste de pH, foi retirada duas colheres de sopa (apro- ximadamente 30 g por colher) de cada solo e colocadas em co- pos plásticos (200 ml), onde foi acrescentado de água. A medida de água foi igual para todas as amostras, sendo aproximadamente 250 ml. Depois de misturadas, foram utilizadas fitas de pH para todas as amostras, incluindo o pH da água pura.

O teste de pH foi realizado nos laboratórios da UPM no dia 16 de outubro de 2017, com o auxílio de um pHmetro, para as mes- mas amostras armazenadas em geladeira. Primeiro foi transferida 10 g de solo para um copo plástico de 200 ml, e deixado secando a temperatura ambiente por pelo menos 24 h, com exceção da serra- pilheira que já havia sido misturada com o solo de 10 cm no saco de armazenamento.

Após as 24 h, foi transferido 25 ml de água destilada para todos os copos que foram agitados ao longo de 30 minutos, com o auxílio de bastão de vidro. Depois de 30 minutos, o eletrodo do pHmetro, devidamente calibrado, foi imerso na suspensão do solo e feita a leitura do pH somente após 60 segundos, já que havia partículas em suspensão que poderia desestabilizar a leitura.

Referências

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Folhas cartáceas; pecíolo 1−3 mm compr., glabrescente; lâmina 2,5−4,5 × 1−3 cm, ovoide a elíptica, base arredondada, ápice agudo a acuminado, mucronado, margem