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Estudo da interação t. hastatus — macrófagos de camundongos e tentativa de infecção de camundongos pelas várias formas evolutivas do parasita

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Kev. Par. Trop. 13 (3): 441-450, set.jdez., 1984

ESTUDO DA INTERAÇÃO T. hastatus —

MACRÓFAGOS DE CAMUNDONGOS E

TENTATIVA DE INFECÇÃO DE CAMUNDONGOS

PELAS VÁRIAS FORMAS EVOLUTIVAS DO

PARASITA

Ana Cândido Czerewuta *, Osvaldira Seabra de Oliveira ''• e William Barbosa **

RESUMO:

A tentativa de infecção de macrófagos do peritôneo de camundongo-» "in vitro", aderidos em lâmina, deu resultado negativo, bem como a tentativa de infecção cm macrófugos não aderen-tes em tubos capilares.

Houve interação "in vitro" entre a forma tripomastigota de cultivo c macrõfagos de camun-dongos, com infecção de 50% de rmcrófagos em que se verificou discreta reprodução no máximo, 4 amastigotas por macrófago* e muitas células degeneradas.

As formas não invasivas amastigotas infectaram apenas 10% dos maerófagos não havendo re-produção evidente. O número de células e o número de parasitas diminuíram com o tempo de cul-tura.

A tentativa de infectar camundongos com fornias tripoma.stigotas, amastigotas de cultura ou com macrófagos infectados com elas, não obk-vc Ci\ito.

UNITERMOS: Tripanosoma haxtatus, desenvolvimento cm nmcróíapos de camundongos. Tentativa

de infecção.

INTRODUÇÃO réiicia de literatura é a de DIAS, que após

uma centena de tentativas consecutivas, A infecção de animais de laborató- obteve uma infecção de um camundongo, rio pelo Trypanosoma hastatus, na"o se dá, transitória e fugaz,

sendo esta uma das mais importantes ca- Em trabalhos que realizamos ante-ractensticas do parasita. A única refe- riormente, desde 1979, até agora, em

re-"• Profas. Assistentes do Dcpto de Medicina Tropical do IPTESP. Pesquisadoras da Unidade de Investigação Gaspar Viana.

* Prof. Titular do Depto. de Medicina Tropical do ÍPTF.SP. Responsável pela Unidade de In-vestigação Gaspar Viana.

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442 Re v. l'ar. Trop. l j í3): 441-450, set.jdez., 1984 petidas e consecutivas tentativas,

pratica-mente, para todos os animais de laborató-rio, corno hamsters, cobaias, ratos, ca-mundongos, macacos, cães, gatos e mes-mo quiròpteros, jamais conseguimes-mos uma infecção do T. hasratus. Apenas em tria-tomíneos, em xenos artificiais, aparecem as formas evolutivas do tripanosoma.

Mesmo tentativas realizadas com a-nimais depletados imunologicamente pelo uso de corticosteróides, mostarda nitroge-nada (Imuran) ou a radioterapia (cobalto) não obtivemos reprodução do parasita.

O uso do tumor TG l 80 cm camun-dongos não permitiu a disseminação do parasita, que permaneceu d u r a n t e algum tempo, apenas se multiplicando em suas células no peritõneo do camundongo; ao contrário do T. cruz i que se disseminou, intensamente, com aparecimento de for-mas evolutivas na musculatura cardíaca \jO CíUii*ín^cn^c o*.>scrv3co ^ítc p^i,t ií" pressão do órgão.

Como em sua cultura normal o /'. hastatus produz elevado percentual de epimastigotas, e o xeno artificial seja t r a -balhoso e moroso, oferecendo ao final poucas formas metacíciicas, desenvolve-mos estudo sobre a obtenção de formas tripomastigotas em culturas sem células com a finalidade de verificar a potencia-lidade das formas tripomastigotas de cultura de infectar animais de laboratório -o que -oc-orre c-om avidez c-om as cepas pa-logènicas do T. cruzi com elevados índi-ces de infecção. Experimentamos infectar camundongos "imbread" e "outbread". Alem disso pela razão de haver tra-balhos sugestivos de que a resultante "in vi Iro" da interação parasita macrófago l i a d u z i r i a a patogenicidade das cepas do p a r a s i t a , principalmente, hemoflagelatos e prla riu-imsl;incia particular de pretender

comparar o '/'. hastatus ao T. cruzi e haver trabalhos muito criteriosos que além de comparar a cepa de T. cruzi, patogéníca com a cepa F (MILDER e cols., 1977, MILDER e KLOTZEL, 1980), averigua o comportamento particular da cepa Y; re-solvemos também analisar o desenvolvi-mento do Trypanosoma hastatus em ma-crófagos de camundongos.

MATERIAL E MÉTODOS

PARASITAS: Empregamos uma ce-pa de T. hastatus isolada do P. hastatus hasratus da Caverna de Fercal, DF., em 1973 e mantida em meio LIT, por repi-ques quinzenais, desde 1975, dois anos após seu isolamento e recentemente colo-cados em meios adequados à sua diferen-ciação.

Ia. AMOSTRA: T. hastatus no 10o. dia de crescimento em meio RQ + Soro de g a l i n h a 10%' contendo 8xl06 cel/ml.

A população se constituía exclusivamente de células amastigotas.

2a. AMOSTRA: T. hastatus no lOo. dia de crescimento em meio RQ + Soro de pato 20% + Cloridrato de tctracicli-na 0,%mg/ml contendo 7x106 cel/ml,

85% de tripomastigotas e 5% de amasti-gotas, alguns epimastigotas e formas indi-ferenciadas.

3a. AMOSTRA: T. hastatus cresci-do em meio LIT, a 280C por 10 dias, 0,5ml de 8 x l 05, constituído

praticamen-te de epimastigotas.

MACRÓFAGOS: Foram obtidos do peritõneo de camundongos Swiss "out-bread". que após anestesiados, foram san-gradas por decaptação (para evitar "con-taminação" por sangue, dos macrófagos). Injetou-se então 6m! de RPMI + Soro felal bovino a 20% e 100^ de

penicili-CZEREWVTA, A.C; BARBOSA, W. & OLIVEIRA, OJS.de 443 na/ na cavidade peritoneal, após ligeira

massagem por 3 minutos retira-se o lí-quido peritoneal, contendo cerca de 2xl06 cel/ml, contada em câmara de

Newbauer.

EXPERIMENTO A: Verificação da potencialidade de formas do T. hastatus infectar os macrófagos "in vivo".

Seis camundongos Swiss estimula-dos com injeção de l ml de tioglicolato por via intraperitoneal, 2 dias sequen-cialmente, foram inoculados no 3o. dia, pela mesma via, com 0,5ml de formas epi-mastigotas de cultivo em LIT a 28°C, 6xlOs foi retirado o líquido peritoneal e

examinado na segunda, quarta e sexta hora de 3 camundongos e examinados um de cada grupo de três, na segunda, quarta e sexta hora.

EXPERIMENTO B: Verificação da potencialidade de formas do T. hastatus infectarem os macrófagos "in vitro".

EXPERIMENTO l: Observações em tubos capilares. Uma mistura de líquido peritoneal, contendo 2xl05 macrófagos,

8xlO! epimastigotas cultivados cm LIT,

lavados em RPMI e diluídos em RPMI + Soro fetal bovino 20% foi distribuído em vários tubos capilares de vidro siliconiza-dos, após "laqueados", foram incubados a 35°C e à temperatura ambiente, c observados ao microscópio após, l , 3, 5, 8, 12, 24,48, 72 e 98 horas, depois de fixados em lâminas, corados pelo Giemsa e azultripan (diluído 1/10 da solução mãe). No exame de 72 horas, foram tam-bém reinoculados em LIT a 28°C.

EXPERIMENTO 2: Realizado com macrófagos aderidos a lamínulas.

Macrófagos recolhidos do peritõneo de camundongos, ajustado para 2x10* em ml de meio RPMI + 20% de S.F.B., foram

colocados em tubo chato siliconizado contendo uma lamínula, em seguida, ino-culou-se uma alíquota de l ml 8x10* T. hastatus cultivados por 10 dias cm RQ + Soro de pato 20% + cloridrato de tctraci-clina 0,96mg/ml contendo 85% de tripo-mastigotas, alguns amastigotas e poucos epimastigotas. (Fig. 1). O tubo foi incu-bado em câmara de C02 a 35°C, úmida (dissecador).

A leitura da lamínula foi realizada 24 horas depois, após lavada, fixada e co-rada pelo Giemsa. Muitos cultivos foram lidos até 96 horas. Por contagem de 100 células se determinou o índice de infec-ção.

Esta mesma experiência foi repetida com inoculo de T. hastatus crescido em meio RQ mais soro de galinha, contendo 95% de amastigotas em 24 horas.

EXPERIMENTO 3 - A: Dez ca-mundongos Swiss "outbread" foram ino-culados por vias subcutâneas, intrapcrito-neal e/ou intracardíaca, ao acaso, com as formas tripo e amastigotas de cultura e com macrófagos infectados por T. hastatus.

B): Dez camundongos CH3 "im-bread" foram inoculados por vias sub-cutâneas, intraperitoneal c/ou intracardía-ca, ao acaso, com formas tripo e amasti-gotas de cultura e com macrófagos infec-tados.

O acompanhamento foi seguido pelo exame direto, por dez dias, de san-gue da cauda, procurando o parasita e através de necropsia de de^ dias em dian-te, até trinta dias.

C: Foram inoculados dez camun-dongos adultos com peso de 15 a 25g e dez camundongos recém-nascidos, de am-bos os sexos, com 5x l Ofi e 3x l O6,

respec-tivamente, formas amastigotas por ml de T. hastatus crescendo em meio 199 +

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444 Rei: t'aí Trop. I j(3i: 441-450, sef.-dez., 1984

lixtrato de Barbeiro com inoculo de 0,6 ml para cada camundongo.

Também foram inoculados dez ca-mundongos adultos e dez recém-nascidos com /'. hasta tu s em cultura de 199 + SFH com vinte dias. cerca de 45/í de tripomas-ligotas. Cada camundongo recebeu 0,6ml do inoculo com 8x106 formas

tripomas-tigotas.

RESULTADOS:

EXPERIMENTO 1: Maciofago "m

VIVO

A leitura de duas horas do líquido peritoneal de ambos os camundongos mostraram presença de alguns epimas-tigotas livres e macrófagos não parasita-dos. Com quatro horas, havia diminui-ção do número de epimastigotas e macró-tagos não parasitados. Com seis horas, não foram vistos epimastigotas no líquido peritoneal e nem macrófagos parasitados.

Quando o T. hastatus foi inoculado intraperitonealmente em camundongos observou-se que o líquido retirado da ca-v u l a d e peritonea] a interca-valos regulares, apresentava uma crescente diminuição dos parasitas, que não são vistos, mesmo q u a n d o o líquido é colocado para adesão c m lamínulas no tubo. em cultura a

h X P E R I M L N T O l : Macrófagos em lubos capilares "in vitro".

O exame do cultivo foi feito na pri-meira e lerceira hora, foi praticamente o mesmo, verificamos amastigotas e esfero-iii,ish}',ittas envolvendo os macrófagos e u n i s epimastigotas livres. Na q u i n t a hora, .1 M U N I U , i e r a i K1 am.isiigola em volta dos

in. n i " l , i j ' , < > s c os epmiasiijíotas alongados i « M H l l . i f f l n i i i i t n , ;n udoiulaUos c o m d i

-visão do núcleo e ctneloplasio; em Iodos os demais apareciam formas degeneradas.

Na oitava hora. mesmo aspecto an-terior, com divisão nuclear dos amastigo-tas. Na décima segunda hora. divisão de amastigotas.

Na vigésima quarta c quadragésima oitava horas, amastigotas em divisão en-volvendo os macrófagos que d i m i n u e m de número, 72 horas, ídem, com poucos macrófagos. í) material foi reinoculado em MT fresco a 2<S«f, as formas amasti-gotas voltaram a epimastigota no terceiro dia de cultivo.

98 horas não se encontra macrófa-gos, só se observa amastigotas, coráveis pelo azul trypan.

EXPERIMENTO 2: Experimento de macrófagos aderidos em lamínuias.

A) Macrófagos postos a incubar em culturas onde havia 85</í- de tripomastigo-tas revelou após as primeiras 24 horas que alguns macrófagos estavam infectados com poucos amastigotas e a fornia tripo-mastigotas estavam livres, aderidos ao ma-cro fago, ou com a parte anterior dentro dele (sendo fagocitado). ( F R U I R Á S l e

A contagem de 100 macrófagos evi-denciam que t i n h a interiorizado l amasti-gota, não havendo aparente multiplicação dentro do macrófago, como já observa-mos em /.(.'ishniatiia ou 7. cruzi, e além disso estavam presentes formas

degenera-das.

B) Os macrófagos postos a inocular com formas de amastigotas predominan-tes, cultivados em RQ + Soro de galinha estavam infectados na ordem 10 para cada 100 tendo interiorizado l ou 2 a-masligotas. Com 48 e 72 horas o aspecto era mais ou menos idêntico não havendo

CZEREWUTA, A.C: BARBOSA, W. & OLIVEIRA. O.S.tk- l-sntJo i/a... 445

l'ig. i - A e B --- Formas de cultivo vendo-se amastigotas. epfmastigôtas e tripomastigotas, estas culturas constituindo um "dmnp".

f'if> . l 'i\tttili.'tiç(i<> t/f macrófago tom tni)tnfínstiei>ta.\

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Rev. Pat. Trop. 13(3}: 441-450. set./dez., 1984

multiplicação intensa ou diferenciação dos amastigotas e muitas formas degene-radas. ( F I G U R A 3 e TABELA l ) .

EXPERIMENTO 3: Não houve in-fecção de camundongos com formas tri-pomastigotas ou amastigotas de culturas inoculados diretamente, nem pelo "ma-crófago" infectado por T. hasta tua.

COMENTÁRIOS:

O estudo da inter-relação entre T.

cruzi e macrõfagos peritoncais de animais

de laboratório "in vitro" já tem sido feito por muitos autores, seja com

epimastigo-TABELA l : T. hastams - Infecção

tas de cultura, amastigotas ou com tripo-mastigotas de sangue periférico de camun-dongos infectados ( l , 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10 e l O em microscopia ótica e ou ele-trõnica.

Tendo se observado que as cepas de

T. cruzi virulentas penetram por

fagocito-se, com maior ou menor intensidade, so-frem ação do fagosoma por algumas ho-ras, depois se libertam ganhando o cito-plasma do macrófago, diferenciam-se e se multiplicam, até se liberarem no meio, enquanto cepas avirulentas como a F (6) tcrn a maioria dos seus parasitas destruí-dos cm duas horas de infecção (4 e 6).

de macrófagos aderidos e não adendos

EXPER. 1 Za 2b RHI.AC.Di; TEMPO PARAS. P/ INFEC/ MACROF. HORA 1-3 4:1 5 -H 12 24 24 4:1 48 72 24 4:1 18 72 MAC RO PAGOS NÃO ADERURENTES IC. INFEC.P/MACR. n* o <!* 0 n * o 0- 0 _

-_ -MACROFAGOS ADERENTES

'«CEL. INFEC. P/MACR.

. -_ -40-SO 1-1 ,S*" 40-50 1-2 50-52 1-2 K - 1 (1 1 - 2 * •' S- 1(1 1 - 2 fc-10 1-2

* - l.m tubo capilar observou-se amastigotas dos macrõfagos da T>a. até a 72a. horas, com d i v i s ã o cie amastigotas e evolu-ção de c p i m a s t igot.i c s u b c u l t i v o era LIT fresco a 2H graus C c l c i u s , norma l após 72 horas.

* - Ausência de iBultiplicação dentro do macrófago.

* - F a l t a de m u l t i p l i c a ç ã o c diferenciação e muitas formas de

Sieneradas.

CZEREWUTA, A.C; BARBOSA, W. &OUl'MRA. O.fi.dc fanuio da... 447

Fig. J - Macrófagos infectados com T. hastafits.

Ao que parece também, mesmo as cepas virulentas, podem ser mortas "in vitro" por macrófagos peritoncais de camundongos sensibilizados por '/'. cm:i ou BCG embora isto não signifique imu-nidade cruzada "m vivo" à inlecçiio poi esta mesma cepa (2).

Em um dos nossos experimentos usando macrófagos livres n Só aderidos ve-rificamos evolução de formas epimastigo-tas para amastigoepimastigo-tas quase total, na oita-va hora, que circunscreveram e se fixaram à superfície dos macrófagos livres, sem adentrá-los, aparentemente. Embora se mantivessem viáveis e capazes de se repro-duzirem, normalmente em LIT, por 72

horas eram coráveis pelo a/ul trypan até 9(> horas; ao mesmo tempo pareciam lesi-vos para os iiKKTÓIagos que foram des-l i u i d o s rapidamente, as 72 horas, ainda que livres do parasitas cm seu interior.

N A C Y e l)|(;<iSS (11>81) estudando

.. <;oiiip;iraç;]() de replicaçao de amastigo-i;is ile f.cislttiiania tropica em macrófa-gos aderentes e não aderentes obtiveram melhores resultados em tubos de 12mmx 75nim com macrótagos não aderentes, ha-vendo intensa replicação da leishmania dentro dos macrófagos. A falha de pene-tração dos nossos amastigotas nos macró-fagos não tem explicação. MC'CABE RE e cols. (1984) verificaram que

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amas-Rev. Pat. Trop. 13(3): 441450, set./dez., 1984 tigotas obtidas de baço de camundongos

infestados com diferentes cepas de T. cru-zi foram examinados quanto à sua capa-cidade de invadir macrófagos e células L 929 para iniciar infecção em camundon-gos. Ambos foram rapidamente invadidos por organismos das cepas Y, MR e Tula-huen. Organismos de cepas CL, penetram ambos os tipos de células em um índice significativamente, mais baixo do que os organismos das outras cepas: todavia, to-das as cepas multiplicam-se intracelular-mente. Macrófagos ativados inibiram a re-plicação de organismos intracelulares. Tratamento do macrófago normal por Ci-tochalasin B, Tripsina, Químo-tripsina ou pronase inibem, significativamente, a fa-gocitose mas, o efeito inibitório foi re-versível (3).

Camundongos infestados com amas-tigotas do baço desenvolvem parasitemias e morrem da infecção. Estes resultados demonstraram que amastigotas do baço são capazes de infectarem, sobreviverem e replicarem-se dentro dos fagócitos e de iniciarem infecção "in vivo". A interio-rização de amastigotas de baço por fago-citose depende de um receptor sobre a superfície da célula do macrófago hóspe-de protease sensitivo.

VILLALTA e cols. (1984), exami-nando por microscopia eletrõnica e ciné-tica a inter-relação entre macrófagos do peritôneo de camundongos com formas ainustigotas de T. cruzi demonstraram que tão somente, 5 minutos após serem colocados em contato os amastigotas já foram vistos presos à superfície do erófago e com 8 minutos dentro do ma-crófago, os amastigotas permaneceram dentro dos vacúolos fagocíticos. Sinais de lcsflo dos amastigotas apareceram após 4 horas - com desintegração por volta de

12 horas do contato inicial. Similares re-sultados foram observados em monócitos do sangue humano (8).

Estes padrões de entrada de amasti-gotas e destruição estão de acordo com os resultados de ensaios quantitativos em que o número de amastigotas contidos em 200 macrófagos e percentagem de infecta-dos foram mediinfecta-dos. Na comparação infecta-dos padrões mútuos da interação dos macró-fagos de camundongos com amastigotas (não invasivos) e tripomastigotas (invasi-vos) mostraram que após a internalizaçffo ambas as percentagens dos amastigotas por 200 macrófagos declinavam dramati-camente acima de 72 horas de incubação enquanto a percentagem de macrófagos infectados por tripomastigotas por 200 células aumentaram marcadarnente. Este contraste indica que os amastigotas sito destruídos enquanto os tripomastigotas têm meios de sobreviverem transforman-do-se em amastigotas e multiplicantransforman-do-se dentro do macrófago (8).

Os resultados obtidos nestes experi-mentos demonstraram que o T. hastatus é capaz de penetrar os macrófagos de pe-ritôneo de camundongo "in vitro", prin-cipalmente em sua forma ativa (tripo-mastigotas) na proporção de 40 a 50% se reproduzindo muito discretamente, e apresentando muitas células degeneradas, e na leitura de 24 horas em infecções por amastigotas apenas 10% de macrófagos se mostram infectados.

O T. hastatus se comporta em rela-ção à infecrela-ção do macrófago como uma cepa de T. cruzi pouco virulenta, atenua-da.

CZEREWUTA,Â.C;BARBOSA, W. & OU VEIRA, O.S.cIc lisltulo tia. •f.f»

SUMMARY Investígation about of the

attempt to infect with amastigote and trypomastígote fonn of T. cruzi peritoneal macrophages

of mouse and itself

Attempt to infect peritoneal macro-phages mouse in vivo was negative. As well as, the attempt to infect macropha-ges in vitro was note exitous.

In contrast, there were interactíon between trypomastigotes culture forms and mouse macrophages with infection of 50% of cells in monolayers and the num-ber of intracellular amastigotes is very scarce: 2 or 4; no replication of the para-site was observed. Various degenerate cells were observed.

The no invasives (amastigotes) forms infected only 10% of macrophages, and replication was not observed.

Both the percentage of cells infec-ted and the number of intracellular amas-tigotes decreased with time in culture.

The attempt to infect mi cê with culture forms (amastigotes of trypomas-tigotes) and with macrophages infected was not exitous.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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