UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA__CATARINA
PROGRAMA
DE
POS
GRADUAÇAO
EM
ENGENHAR|A
DE
PRODUÇÃO
BIOÉTICA
NA ESCOLA
-
UM
ESTUDO
DE
CASO
Í
PONTA
GROSSA
2002
B|oÉT|cA
NA
Esco|_A -
UM
Esruno
DE
cAso
Dissertação apresentada
como
requisitofinal para obtenção do grau de Mestre
do Programa de Pós Graduação,
em
Engenharia de Produção, Área de
Concentração Mídia e Conhecimento,
da Universidade Federal de Santa
Catarina.
Orientador 1 Alejandro Martins
PONTA
GROSSA
K
_
BIOÉTICA
NA
ESCOLA
-
UM
ESTUDO DE CASO
Elaine
Hauer
DiasEstadissertação foi.julgada.adequada.para obtenção-doztítulo de
MESTRE.
EM
ENGENHARIADE
PRODUÇÃO
-Áreazde Concentração Mídia e ConhecimentoE
aprovadoem
sua forma final pelo Programa de Pós- Graduaçãoem
Engenharia deProdução da Universidadefederalfde Santa Catarina (UFSC)
em
29 de julho.de2002.. OProf.Ricar
Mir
nda arcia,Ph.D.Co
rdena rA
I/ I ZLÂ_‹
- Prof. * ej ú. o af' s odriguez, Dr. Orientado-PGE
1 ISC
Banca dor / O ‹ i/
ø‹¡~
› 16
.Pro -= Maria Benccive ~\i Franzoni, Dra.
Membro
-PPGEP/LED/UFSC
Profa. Christianne de Souza Reinisch Coelho, Dra.
Membro
-PPGEP/LED/UF
SC
"
ou»›;Q.
^Bm(‹Íʧ dera â«Ú‹.‹›_ Profa Maria ice Baggi Silva, M.Eng.
DED|cATÓR|A
Aos
meus
familiares,que
me
apoiaram e
me
compreenderam
em
todos osmomentos
de
minha
vida.E em
especial aminha
fi/ha Virgíniaao
meu
irmão Ariange/o
e
.minhacunhada
meus
sobrinhose
aos
meus
pais Ary e Aparecidaque
sem
os
quaisnão
poderia terV
AGRADECIMENTOS
Agradecer é
um
atode
amor, portanto agradeço primeiramentea
Deus.Aos
amigos,agradecemos
pelo companheirismoem
salade
aula.Ao
corpo docente, pela democracia paracom
seus alunos.SUMÁRIO
RESUMO
... . .VIIIABSTRACT
... .. IX1.
INTRODUÇÃO
..... 1
1.1
PROBLEMA
E
TEMA
DO
TRABALHO
..... 1 1.2
OBJETIVO GERAL.
... .. 2 1.3OBJETIVO
ESPECÍFICO
... ..2 1.4METODOLOGIA
... .. 3 1.5LIMITAÇÕES
DO
TRABALHO
... .. .4 2CONCEPÇÃO
DE
ÉTICA
... .. 6 ~ 2.1INTRODUÇÃO
... ... ..6 2.2ANÁLISE
DA
ÉTICA
NO
ENTENDIMENTO Dos PENSADORES
CLÁSSICOS
.7 2.3ESTUDOS
DA
ÉTICA
PELOS
PENSAMENTOS MODERNOS.
... .. 92.4
ÉTICA
CONCEBIDA
COMO
DOUTRINA.
... .. 122.5
ÉTICA
CIENTÍFICA
E
GRANDES
PENSADORES.
... .. 14~
2.6
O
PONTO DE
MUTAÇAO
E
O TEMPO
DAS
TRIBOS
... ... ..20 2.7ÉTICA
APLICADA
A
SOCIEDADE E
ECONOMIA
... ..22~ 2.8
CONCLUSAO
... ..23 3.BIOÉTICA
... .. 24 3.1INTRODUÇÃO
... .L ... .. 243.2
HISTÓRICO
DA
DEFINIÇÃO
DE
BIOÉTICA
... .. 26 3.3BIOÉTICA
NA
MODERNIDADE
E
PERSPECTIVA
DE
APLICAÇÃO
NO
BRASIL. ... .. 33
3.4
PROJETO
GENOMA
HUMANO
... .. 36 3.5CONSIDERAÇÕES
A
SEREM
OBSERVADAS.
..... 46
4
BIOÉTICA
COMO
INSTRUMENTO
DO
AUTO
CONHECIMENTO
..... 48
4.1
RELIGIÃO E
BIOÉTICA.. ...vii
4.2
AMISTICANA
BIOETICA
... ..524.3
A
VISÃO
DA
MORTE SEGUNDO A
BIOETICA
E
A
RELIGIÃO
... ..524.4
A
BIOÉTICA
E As
PRINCIPAIS
RELIGIÕES
DO
MUNDO
... ..574.4.1
O BUDISMO
... .574.4.2
O
ISLAMISMO
... .. 594.4.3.
O
JUDAISMO
... .. 614.4.4
O
CRISTIANISMO
... ._ 63 4.5CONCLUSÃO
... ..ós 5TENDÊNCIAS ATUAIS
NA
BIOETICA
... .. 7o óANÁLISE
DOS
DADOS
... .. 75õ.1
ANÁLISE
GERAL DOS
DADOS
... _. vó ó.2ESTUDO DE
CAMPO
... ..7ó 6.3ANÁLISE
DAS
ENTREVISTAS
(DISCURSO
DOS
PROFESSORES)
... .vs 7PROPOSTA
PARA USO
DA
BIOÉTICA
EM
AMBIENTES
EDUCACIONAIS
... ..977.1
TÍTULO
... ..977.2
ABORDAGEM DO TEMA
... ..977.3
JUSTIFICATIVA
... .. 1017.4
OBJETIVOS
... .. 1057.4.1
OBJETIVO
GERAL
... .. 1057.4.2
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
... ..1o5 7.5METODOLOGIA
... ..1oó 7.6BIBLIOGRAFIA
DE
APOIO
... ... ..1o7 SCONSIDERAÇÕES
FINAISE
RECOMENDAÇÕES
PARA FUTUROS
TRABALHOS
... . . 109RESUMO
Bioética
- Fundamentação
e Aplicabilidade, Autora: ElaineHauer
Dias, Universidade Federalde
Santa Catarina,Pós Graduação
em
Engenhariada
Produção, Area
de
Mídia e Conhecimento, Ponta Grossa, 2002.Este trabalho
tem
por finalidade apresentar a evolução da Bioéticacomo
uma
disciplina aplicada a nossa atualidade.
A
Bioéticapassou
a ser reajustadaem
seu
teor pelo
avanço
das pesquisas científicas envolvendo o serhumano. É
notável amudança
na
funçãoe na
aplicaçãoda
Bioética.O
que
antes se resumia auma
ciência enclausurada
em
seus conceitos e fechadana
sua aplicação, -passaa
partirda
evolução das pesquisasem
proldo
conhecimentodo
serhumano
- a seruma
ciência aberta a novos acontecimentos e mutável, à
medida que
novos desafios lhessão
impostos.Com
uma
fundamentação
teórica calcadanuma
revisão bibliográficaatual lhe confere e sólida, a o presente trabalho conta
também
com uma
pesquisade
campo
que
autenticidade necessária às hipóteses
que
são imputadasno
corpoda
dissertação. Outro aspecto importante
da
Bioética éque
elanão
está restrita àsCiências da Saúde.
Desde
que
nasceu, quer olhar para a vida e para tudo, paratodas as áreas
do
conhecimento que,de
uma
forma oude
outra,tem
implicaçõessobre a vida.
A
sua atuação temque
estar diretamente ligada a vida.Esse
éum
dos
pontos principais a
serem
abordados neste trabalho,que não
pretende ser únicoe
completo,
mas
tem
por objetivosomar
aos já editados. 'ix
ABSTRACT
Bioethic
-
Substantiationand
Aplicabilidade, Author: ElaineHauer
Days, FederalUniversity of Santa Catarina,
Powders Graduação
in Engineering from the Output,Area of Midia
and
Knowledge, Ponta Grossa, 2002.This work' has for purpose present to evolution from the Bioethic as a discipline
applied to our actuality.
To
Bioethicpassed
it to be readjusted in its teor by theadvancement
of the scientific researches involving thehuman
being. lt is noticeableto
change
in the functionand
in the application from the Bioethic.What
did beforethemselves it
summarize
to a science cI_oisterred in his concepts and closed in thetheirs application, -passes from the evolution of the researches in prol from the
knowledge of the
human
being - it be a science Iopen
tonew
eventsand
changeable, to the e›‹tent that
new
desafios they arethem
imposed. With atheoretical substantiation calcada in a revision bibliografic present
and
solid, the present work count also with a research- of field that confers him to autenticitynecessary to the hypotheses that they are imputadas in the
body
from thedissertation. Another aspect important thing from the Bioethic is that
she
is notrestricted to the Sciences from the Health. Since he
was
born, he want look for thelife
and
for everything, for everybody the areas of the knowledge that, of a form or ofanother one, he has implicações about the life.
To
his actionhe
has thathe be
straightly linked to life. That he is of the main points it they will beapproached
in thiswork, that does not intend be the only
one and
complete, but has for objectiveadd
tothe already edited. _
Atualmente, muito se
tem
questionado a respeito dos valores eda
éticade
um
modo
geral, principalmente pelo fatorde
se voltarem para a técnica,não
dando
ênfase à inserção social e suas influências.A
fimde
superar esteparadigma
vêm
sendo
estimulados atravésde
estudos, encontros, palestrase
outros meios, ainserção
de temas
que
incluam a éticanuma
visão dogmática.Os
primeiros estudosque
incluiriam ética,no
Brasil, já evidenciavamum
pensamento
político centralizado,com
uma
formação jusnaturalista edependente
de
instituiçõescomo
a igreja.É
a éticaque
irá predominar nos próximos anos, pois acada
época
uma
tendência se afirma,
como
por exemplo, primeiro a tecnologia, depois a qualidadetotal e atualmente existe
uma
preocupaçãocom
ahumanização
dos profissionais.Há
necessidadede
que
os profissionais sejam mais comunicativos, humanizadores,integradores e, neste sentido, a ética é fundamental, pois através dela é
que cada
um
respeita o seu limites e escolhe formasadequadas de
utilizá-locomo
um
instrumento de trabalho.
1.1
PROBLEMA
E
TEMA
DO TRABALHO
Este trabalho delimita pesquisar a bioética
como
fundamentação
eaplicabilidade dentro
da
atualidade visando o aprimoramento dos conceitosde
ética,Bioética, a visão
de
Bioéticasegundo
a religião, as principais tendências atuaise
suas conseqüências e aplicabilidades no Brasil e no âmbito educacional.
Porém, o questionamento maior e norteador deste estudo aborda
de
2
conhecimento
humano
ecomo
a Bioéticapode
influirna
conduta
do
serhumano,
enquanto agente da
sociedade.A
Hoje
em
dia, estes estudos têm a necessidade de, simultaneamente, ofereceruma
formação humanista, preparar o profissional técnico e formarmultiplicadores para os movimentos sociais,
porém
a ética é ensinada,mas
não
pode
ser inserida, ou seja, o profissionalpode
simplesmente deixá-lode
lado, trocaros valores.
Devido à importância da ética, é
que
se desenvolveu este estudo,através
de
uma
pesquisa bibliográfica ede
campo, paraque
sepudesse
conhecerprimeiramente
o que
é,como
se aplicam a éticana
pesquisa científica, qual asua
importância e influência para a formação
da
cidadania, dos conceitos morais,sociais,
humanos
e científicos.1.2
OBJETIVO
GERAL
Analisar através
de
estudoscomo
a Bioéticapode
ser inseridano
contexto escolar e quais influências ela
pode
ter na formaçãohumana
do
cidadão.1.3
oBJET|vo
EsPEci|=|co
- Pesquisar através
de
levantamentos
de dados
como
a Bioéticapode
ser aplicada
em
ambientes educacionais; H- Analisar os
dados
da pesquisabibliográfica e
de
campo;- Revisar através
de dados
bibliográficos
como
a Ética se aplica aBioética atualmente;
- Enfocar a função da religião no âmbito
das práticas e comportamentos,
e a contribuição da Teologia, enquanto instância científica
da
fé, para o1.4
METODOLOGIA
Como
metodologia a ser desenvolvida neste estudo optou-seem
primeirolugar por
uma
revisão bibliográfica sobre os conceitos utilizados durante todo otranscorrer
do
presente trabalho.Após
a revisão bibliográfica foram analisados osdados
coletados atravésdo
questionário,com
questões abertas, direcionados a estudiososdo
assunto,podendo-se
constatarque
ainda existem dificuldades e dúvidas a respeitodo
conceito
de
Ética, Bioética e suas influências na estrutura social eno
pensamento
filosófico atual.
Abri-se, pois aqui
uma
lacuna entre omodo
filosóficoe
a práticavivenciada
com
o surgimentode
novos questionamentos éticos relativos anovas
pesquisas científicas e novas posturas adotadas ou
não
pela comunidade, quersocial ou científica.
A
apresentação deste trabalho estrutura-seda
seguinte forma:No
Capítulo 1 consta a introdução ao assunto Bioética,bem como
ao
problema e tema, justificativa, os objetivos gerais e específicos e a metodologia
usada
na coletade dados
e elaboraçãoda
apresentaçãodo
presente estudo.No
capítulo 2 conceitua-se a Ética,segundo
os pensadores clássicose
ospensadores modernos, apresenta-se
também
a Éticacomo
doutrina, aspectosda
Ética Científica e os grandes pensadores.
O
estudo destes conceitos torna-senecessário pois auxilia a
compreensão
dos conceitosde
Bioéticaque
serãoapresentados no próximo capítulo.
O
capítulo 3 apresenta afundamentação
teóricade
Bioética, atravésdo
histórico da definição
de
Bioética , forma encontradacomo
a mais acertada paraa
compreensão
doque
é Bioética e sua aplicabilidade. Estemesmo
capítulo apresentatambém
osrumos da
Bioética na Modernidade e a perspectivade
sua aplicaçãono
Brasil. Outro tópico
que
compõe
este capítulo refere-se ao projetoGenona
Humano,
aonde
os conceitos de Bioéticapassaram
a ser utilizados na sua forma maisabrangente e prática.
O
capítulo 4 enfoca mais especificamente a importância da Bioéticacomo
4
como
a religião e Bioética, e a visãoda
Bioética nas principais religiões mundiais(Budismo, Islamismo, Cristianismo e Judaísmo).
No
capítulo 5 as principais tendênciasda
Bioética são apresentadas,revelando assim a importância
do
estudo e disseminação dos conceitos e valores jáapresentados nos itens anteriores. '
No
capítulo6
analisam-se osdados
coletados atravésde
questionáriosdirecionados a estudiosos e professores
que
trabalhamcom
os conceitosde
Bioética no âmbito educacional.H
O
capítulo 7 apresenta as limitações surgidas para o desenvolvimentodo
presente estudo.
As
considerações finais são apresentadasno
capítulo 8,embasadas
nos
dados
recolhidos e na revisão bibliográfica.1.5
LIMITAÇOES
DO
TRABALHO
Muito
do
que
hoje acredita existircomo
prática,também
se acredita existirna
teoria, ou aomenos
em
fundamentos já arraigadosque
sirvam de referencial paraqualquer tipo
de
consulta.Nem
sempre
esse aspecto existe.Na
elaboraçãodo
presente trabalhoalgumas
adversidades foramencontradas, o
que
porum
lado dificultou a sua elaboração, por outro serviutambém
de
incentivo para a continuidadedo
estudo. _A
principal limitação encontrada foio número
muito restritode
fontesbibliográficas confiáveis, e referendadas.
Buscou-se portanto
um
meio alternativo para a realizaçãoda
pesquisaliterária, o meio eletrônico. Esbarra-se aqui
em
maisuma
“armadilha”,que
senão
percebida
pode
colocarem
risco a confiabilidade deste estudo.No
meio
eletrônico,textos apresentados
sem
assinatura oumesmo
sem
o devido respaldode
uma
pesquisa, são apresentados
como
verdades absolutas e norteadorasde
gruposde
seguidores,
que
acabam
por acreditar nessas inverdades.O
cuidado na hora da escolha de autores e conceitos já referendados foiOutra limitação, percebida no decorrer
do
trabalho, foi apouca
informaçãodos
entrevistados.Embora
o assunto abordado estivesse fazendo partede
um
projeto sobre o conhecimento
da
Bioética, e estivessesendo
bastante discutidona
mídia atualmente, os conceitos
que
deveriam ser trabalhados,eram
por vezes falhose incompletos.
Ou
seja,não
sepode
discutir sobre Bioética e sua aplicabilidadesem
que
antestenham
conhecimento dos conceitosde
Ética, ouao
menos
a evoluçãoque
os diferentes conceitos tiveram,no
decorrerdo tempo
, quer por influênciado
meio
em
que
deveriam ser utilizados, quer por necessidadede
adaptação a essesmesmos
meios.Esta dificuldade tornou-se bastante visivel nas respostas apresentadas
pêlos entrevistados,
quando da
coleta e análise dos dados.Ultrapassadas as limitações e revistos os principais objetivos deste
estudo, pôde-se afirmar
que
o processo de auto-conhecimentohumano, é
uma
eterna busca e
uma
constante adaptação dos conceitos individuais, e por sisó
constituía a principal limitaçãoque deve
ser ultrapassada.2
CONCEPÇÃO
DE
ÉTICA
2.1 Introdução
O
Estudo da Bioéticadeve começar
com
a análise e descobrimentodo
que
passa a ser ética.A
seguir apresenta-se as definiçõesde
ética pelospensadores clássico e' a
comparação
entre estas e os pensadores modernos,traçando
um
paralelo histórico e etiológico das definições nas diferentes épocas,e
através
de
uma
revisão bibliográficao
paralelo entre os autores.Deve-se aceitar
como
Ética oque
muitas vezestambém
é designadacomo
Moral(nem sempre
adequadamente),embora
um
pouco
diversificadade
suaforma
moderna de
ser entendida.De
acordocom
LEIBNITZ
(1997, p.34),em
seu sentidode
maioramplitude, a Ética
tem
sido entendidacomo
a ciênciada
condutahumana
peranteo
ser
e
seus semelhantes.Envolve, pois, os estudos
de
aprovaçãoou
desaprovaçãoda ação dos
homens
e a consideraçãode
valorcomo
equivalentede
uma
mediçãodo que é
reale voluntarioso no
campo
dasações
virtuosas.OLIVEIRA
(2.000) acreditaque
a Ética encara a virtudecomo
práticado
bem
e estacomo
a promotora da felicidade dos seres, quer individualmente, quercoletivamente,
mas
também
avalia osdesempenhos humanos
em
relação àsnormas
comportamentais pertinentes.Segundo
a autora, a Ética analisa a vontadee
odesempenho
virtuosodo
ser
em
face de suas intenções e atuações, quer relativos à própria pessoa, querem
2.2
Aspectos de
Análiseda
Éticano Entendimento
dos
Pensadores
ClássicosExpostas essa idéias genéricas, é preciso esclarecer sobre os dois
aspectos sob os quais tem ela sido aceita pelos estudiosos
da
questão, ou seja:1°-
Como
ciênciaque
estuda a conduta dos seres humanos, analisandoos meios
que
devem
serempregados
paraque
a referida conduta se revertasempre
em
favordo
homem.
Nesse
aspectoo
homem
torna-se o centroda
observação,em
consonância
com
o meioque
lhe envolve.Cuida das formas ideais
da ação
humana
e busca a essênciado
Ser,procurando conexões entre o material e o espiritual.
2°-
Como
ciênciaque
busca osmodelos
da conduta conveniente, objetiva,dos seres humanos.
A
correlação, neste aspecto, é objetiva, entre ohomem
e seu ambiente.Os
modelos,como
valores,passam
a guiar a estrutura normativa.Tais critérios
de
entenderpossuem
posicionamentos distintosem
seusdesenvolvimentos,
embora possam
parecer semelhantes.O
primeiro situa-seno
campo
do
ideal e osegundo
no das forçasque
determinam a conduta,ou
seja,das
causas
que
levamao
ato comportamentaldo
ser.Um
estuda a essência a natureza e, outro, os motivos ou relaçõesque
influem sobre a conduta.
Embora
seja possível identificar tais posicionamentos,no
aprofundamento das obras dos tratadistas, a realidade é
que
entrelaçamentose
mesclas diversas foram e ainda são operados.
Comum
entre tais aspectos é, todavia, a análisedo
bem,como
práticade
amor
em
suas variadas formas; igualmente relevante destaca-se oda
condutarespeitosa
que
evita prejudicar a terceiros,bem como
ao
próprio ser.A
definiçãode bem,
de rara profundidade filosóficade
Buda,quando o
aceita
como
aquiloque
não prejudica a si próprio enem
a terceiros.Existem os
que
contestam, todavia, essa forma imprecisade
estudar o8
ser
tomado
como
um
modelo
parauma
finalidade ideal (oque deve
ser objetode
vontade).
Sao
detalhes da forma sob a qual se estudaum mesmo
objeto eque é o
bem.
Os
que
criticam essa duplicidadede
enfoquesalegam que
uma
coisaé
estudar-se o
bem
como
uma
realidade(como
algo concreto)e
outra ode
sua análisecomo
meta
a ser atingidaou
vontadede
sua prática.Sao
aspectosde
uma
só coisa, mas, competentes paramudar
a formade
tratamento no desenvolvimento
de
um
tema,embora
considerada irrelevanteou
como
preciosismo, por escritoresfamosos da
atualidade.Quando
ARISTÓTELES
(sld, p.123), afirmouque
“parao
homem
não
existe maior felicidade
que
a virtudee
a razão” situou talpensamento no
sentidode
que
a práticado
bem
(que defluido
exercício da virtude) é a felicidadee que
eladeve
ser praticadacomo
ideale
como
ato consciente.É
uma
verdade aceita pelo grande pensadorque
bem
caracteriza oaspecto ético, sob o prisma
de
uma
realidade aceitacomo
modelo'de
condutaracional.
ARISTÓTELES
(sld) afirmaque
isto se confirma na asserçãodo
mesmo
filósofo,
quando
escreveque
a felicidade é diferentemente concebida peloleigo
(forma empírica) e pelo sábio (forma científica) e
que
obem
é oque
se relacionacom
o espírito ecom
a mente,mas
não apenas
concebida,senão
praticada, atravésda
atividade virtuosa.Ao
afirmarque
“pe/os atosque
praticamosem
nossas
relaçõescom
os
homens
nos
tornamos justosou
injustos” eque
“É preciso atentar, pois, pela qualidadedos
atosque
praticamos, porquantode
sua diferença sepode
aqui/atara
diferença
de
caracteres”,ARlSTÓTELES
(sld, p.89) deixa claroque
mesmo
as
situações ideais
não alcançam
todoo
valor senão
materializam pela conduta virtuosa.A
Ética das virtudes,ou
seja, aque
consideracomo
objetode
seuexame
essa disposição da alma é a
que
exploraPLATÃO
(sld), estudando as funçõesda
alma, forma essa
de
desenvolver,que
haveria de influenciar bastante os estudosOs
filósofosusam menos
rigor na dissertação dessa matéria, poisapresentam a Ética
como
uma
conduta vo/vida à rea/idadede cada
época, portanto,mutável.
_
Tal mutabilidade tem-se feito presente nas grandes alterações
de
concepções
ede
costumes, provocadas por efeitos contundentes, conceituais,provenientes das diversas ciências,
como
por exemplo, os Princípiosde
IsaacNewton
(século XVII), osde
Dan/vin (sobre a origemdo homem),
osde
Adam
Smith(1759), os
de Rousseau
sobre o Contrato Social (1762), osde
Freud (sobreo
sexo),os de Pavlov (sobre os reflexos condicionados), os
da
Informática (na atualidade).Entre todos esses estudos filosóficos,
mesmo
diante dasmudanças
do
ambiente por alterações conceituais, observa-se
que
a preocupação é ohomem,
em
suas formações espiritual e mental,
com
vistas aos seus procedimentos peranteterceiros,
mas
sempre buscando
praticar oque não venha
a ferirou
prejudicar aquem
que
seja, inclusive o responsável pelo ato.2.3
Estudos da
Ética pelosPensamentos
Modernos.
Os
filósofosmodernos buscaram
inspirações remotas para seus estudos,mas
aplicaram, alguns, certasdoses de
radicalismo, de acordocom
suaspreferências
em
entender o idealdo
bem
eda
condutado
ser._
Não
faltaram osque
analisaram obem
como
algo natural, inerente àalma,
nem
osque
o encararamcomo
auto-afirmaçãodo
sere
nem
osque
confundiram a lei e o Estado
como
as materializaçõesdo
bem. Particularizarou
universalizar
o
bem
são tendênciasque
sedesenvolvem
aindano
campo
da
ciênciaÉtica, assim
como
asde
avaliação dos agentes ativos e passivos.Entender a ação ética,
como
o desejar assumir a Deus, estecomo
algoinfinito
em
virtude, foi, também,uma
posiçãosupremamente
idealque
invadiu osestudos
modernos
dessa ciência.Existem muitos aspectos na filosofia
moderna que abordam
filigranasde
um
alicerceque não
seconsegue
totalmente modificarem
relação aos clássicos;apenas
aprimora-se e acrescenta-se algo, através dos maiores recursosde
que
hoje se dispõeem
face das evoluções tecnológicas e das ciências da mente,mas
10
merecem
o mais profundo respeito os escritos dos clássicos, ainda plenosde
imensa sabedoria.
No
pensamento
moderno, todavia,merecem
destaque alguns filósofosque
se dedicaramao
assunto entre os quais pode-se citarBERGSON,
SCHELER,
HARTMANN
eWAGNER,
entre outrosde
igual importância.BERGSON
(1911) enfocou os estudos morais e éticos sob dois ângulosdistintos a
que denominou de
mora/ fechada e mora/ aberta,como
conceitosde suas
razoes.
A
moral fechada, no entender desse filósofo, é derivadado
instinto,na
preservaçao das sociedades
em
que
seagrupam
os seres.Ao
comparar
ocomportamento
derivadode
uma
inspiração religiosacom
aquelada formação do
indivíduo, esse filósofo termina por aceitar
uma
Éticado
fim, ou seja,como
finalidadea ser perseguida.
Admitindo a necessidade
ou
idealde
uma
renovação moral, terminou elepor deduzir
que
existem forçasque
se destinam a promover essamesma
renovação,fazendo a apologia
da
intuição.A
aproximaçãodo
sentimentohumano
auma
perfeiçãoque
Deus
criou,para o
desempenho
de
uma
conduta, pareceque
sepode
despreenderdo
expressado por
BERGSON,
em
seuspensamentos
comparativoscom
ARISTÓTELES,
ESPINOSA
e outros,na
tentativade
uma
situaçãode
seus estudoséticos. ~
Deveras significativa para a Ética, entende-se, sob o ponto
de
vistada
explicação
do
comportamentohumano,
é a afirmativade
BERGSON
(1911, p.73)na
mesma
conferência referida: “a vida consiste precisamentena
liberdade inserindo-sea
necessidade e uti/izando-aem
seu
benefício".-`
Nesse
conjuntode pensamentos
reside toda a complexidadecomportamental
do
homem,
ao
defrontar-secom
a condição de liberdade,em
contraposição
com
as limitações das necessidades para a vida.O
objetivo,dessa
luta humana, é
sempre
ode
conseguir eficácia, efeito este obtidocom
a riqueza,quando
ela anula a necessidade.Com um
espírito crítico muito acentuado esse filósofo,em
sua ansiedadecomportamento
virtuoso e pragmático,não poupou
os demaisque pesaram
diferentemente sobre a questão ética.
Defende
ele a consciênciacomo
um
super estado, alémdo
própriocérebro
quando
afirma, “há infinitamente maisuma
consciênciahumana, do que o
cérebro correspondente".
Com
esta afirmativa defende a atividade éticacomo
relação entre omaterial e o espiritual.
Reconhece que
o conhecimentoda
própria personalidade,do
próprio ser,mais dificil
que
aqueleque
se dedica, a saber, sobre as coisas exteriores;com
istodenunciou
que
a consciência pode,mesmo
formada, nos ser difícil deuma
universalcompreensão
sobre certas circunstâncias, logo, criando aspectos peculiaresno
estudo dos problemas éticos.
A
Éticade
BERGSON
(1911) caracteriza-se, pois, por análises restritas ,fechadas e
amplas ou
abertas,mas
denunciaum
forte sentimentode
respeito ãconsciência ética
como
regenteda
atividade ética euma
forte ligação entre osfenômenos
da matéria edo
espirito.WAGNER
(1932) enfoca a conquistada
energia, o preçoda
vida, aobediência, a simplicidade, a guarda interior, a
educação
heróica, oscomeços
difíceis, o esforço e o trabalho, a fidelidade, a jovialidade, a honra viril,
o medo, o
combate, o espírito
de
defesa, abondade
reparadora, formas comportamentaisque
considerou relevantes e o faz
de
maneira a ressaltarem
tudo o valorcomo
oque
sedeve
eleger para qualidadede
vida.Estes estudos centraram-se no
combate
auma
ética materialdo
bem,ou
seja, aquele
que
considera estecomo
apenas
um
desejoou
vontade própria,sem
que
isso possa representarum
efeito perante os agregados humanos.Quando
oque
se escolheou
se elege torna-seum
objetivoda
vontade,quando
a eleição se transformaem
dever, torna-seum
valor, dentroda acepção que
lhe foi
dada
filosoficamente nocampo
da
Ética.Tal
concepção não
éde
todo moderna,em
suas bases, há milênios oshistoriadores já a possuíam na
acepção
dos objetosda
escolha moral.Só
no século12
SCHELER
(1928), todavia, o admitiumesmo
sob as condiçõesde que
não
representasseuma
aspiração. Para ele, a Éticanão
se baseianem
nanoção de
bem,
nem
em
aspirações desejadas,mas
na
intuição emotivados
valores,obsen/ados
em
suas diversas hierarquias.Outras questões sobre o valor, na Ética, surgiram através dos estudos
de
seus aspectos, ou seja, se é algo conectado
com
ohomem
ou
se é algoindependente; se fundado no ressentimento,
ou
no “vital” etc., ou seja, qual oparâmetro para a atribuição
do
“valor“'.O
relativismo dos valores transformou-seem
uma
escolade pensamento
ainda
em
nossos dias prestigiada.O
valorcomo
algo desejável,como
norma
ecritério
de
juízo,como
possibilidadede
escolha inteligente, é aqueleque
modernamente
é aceito nocampo
da
Ética. Atéque
ponto, todavia, a substituiçãoconceptual
de
bem
pelade
valor poderá persistir eque
vantagens reaispode
trazerao
campo
do
raciocínio,não
sepode
afirmar.Antes
de
abordar a questão da Ética na Educação, é convenienteque
seesclareça o
que
o conceito conduta procura expressar,em
sentido amplo, genérico.O
comportamentotambém
éuma
resposta aum
estímulo cerebral,mas
é
constante,
ou
seja, ocorresempre da
mesma
forma, e, nisto, diferencia-seda
conduta, pois esta se sujeita à variabilidade
de
efeitos.O
que
a Ética estuda, pois,é
aação
que,comandada
pelo cérebro,é
observáve/
e
variável, representando a condutahumana.
`A
evolução conceitual é natural nas ciências e aténo
campo
empírico;quanto mais evolui
um
conhecimento, tanto mais tende a ter mais e melhoresconceitos.
Esses
conceitos são palavrasou
expressõesque
sintetizam idéias,ou
seja, são representantes de muitos raciocínios
em
tornode
um
objeto,de
um
fenômeno ou
mesmo
de
idéias.2.4 Ética
Concebida
como
Doutrina.O
estudo doutrinário a respeitodo
motivoque
leva a produzir a conduta éprazer ou felicidade é, nesta forma de entender a questão, mais
que
analisar obem
como
uma
coisa isolada ou ideal, simplesmente.Deixa-se o estado
apenas
estático, oucomo
algunsexpressam
“contemplativos”
do
bem, para conhecer as razõesque
levam aomesmo
e asconveniências
que
ditam as variaçõesem
torno dos estímulos mentaisnessa
mesma
direçao.Não
ê, pois, a coisaem
si,mas como
sepode
consegui-la, quais oscaminhos
que
àmesma
conduzem
que
se torna o embrião doque
sebusca
conhecer
como
verdadeiro, ou, pelo menos, lógico.O
que
se torna predominante é a práticaque
ohomem
segue
eque
provoca os fenômenos, nessa forma
de
estudar-se a Ética.O
bem
passa a seruma
decorrência
do
móvelda
conduta,ou
ainda, oque
seconsegue
atravésde
seguir-setal ou qual direção.
Essa é a forma que, já tradicionalmente, grande
número de
pensadoresentende
como
certa egressade
alguns outros clássicos ede
alguns pensadoresmodernos
e contemporâneos.A
Ética,como
estudoda
conduta, todavia, jáé
percebidaem
PITÁGORAS,
quando
em
seus ensinamentos pregava oque
fazer para ser virtuosoperante terceiros.
XENOFONTE
(427, a.C.), indicoucaminhos de
açãodo
homem
paraque
fossem obsen/ados
de
forma adequada, perantecada
um' dos aspectosde sua
presença, ou seja, perante a divindade, os amigos, a sociedade,
a
pátria etc.,cada
um
exigindouma
ação
específica,uma
conduta peculiar a ser observada.Consciente
como
foiem
relação à administração,não
só militar,mas
na
vida prática
do
governoda
riqueza para a satisfação das necessidadeshumanas,
com
grande objetividade, escreveu ele oque de
sua experiência colheu.Apresentou entendimentos
de
condutasque
realmente nosparecem de
uma
lógica irrepreensível,como
oque
diz respeito à gestãodo
bem
público,quando
sugeriu
que
aqueleque não
sabe administrar sua casanão
sabe,também,
administrar o Estado.
Os
pensadores daépoca
entenderam por Ética a ação virtuosa,desde
14
A
Ética,como
um
estudo visando apresentar oque
sedeve
buscar paraque
se sinta e se pratique o bem, hoje acolhidade
forma relevante,também
foi aforma
de
entenderdo pensamento
da Idade Clássica, inclusivecomo
veículo para oprazer ou felicidade,
mas
no decorrerdo
tempo, arrefeceu-se na Idade Média, para,depois tomar nova força
quando do
Renascimento.2.5 Ética Científica e
Grandes
Pensadores.
A
formade
entender a condutahumana,
em
favor da vidado
homem,
apartir dos
caminhos
básicosque deve
assumir, variou, no tempo,em
relação adiversos ilustres pensadores.
ESPINOSA
(1661),em
sua obranão
apresentou a matéria dentrodas
convenções
epistemológicas,nem com uma
lógicaque pudesse
ser classificadacom
rigorosamente científica,mas
emitiu suas opiniões filosóficascom
convicção suficiente paraque
sepudesse
avaliar sua formade
entender a conduta.Todavia,
não
aceita eleapenas
a uniãocomo
um
fatorque conduz
aproteção e conservação da existência, mas, sobretudo, dentro dela, o respeito
que
entre si
devem
guardar os seres, tutelados porum
Poder que
torne possível talcondição. Escreveu, sobre a questão, o seguinte: “os
homens
não
tiram prazeralgum da companhia uns dos
outros (e sim, pelo contrário,enorme
desprazer),quando não
existeum
poder capaz de manter a
todosem
respeito”.Atribui aos interesses pelo lucro, pela segurança e pela reputação a
existência dos referidos elementos
que produzem
móveisde
uma
ação
antiética.Defende
objetivamente a liberdade, a justiça,o
cumprimento daspromessas ou
acordos
feitos entre os seres e atribui ao descumprimento o sabor da culpa.ESPINOSA
(1661), traçaum
caminho
mais qualificado cientificamente,com
um
tratamentode
grande qualidade teórica, entendendo que desejar obem
para si
mesmo
éuma
condicionante relevante,mas
que
conhecer a natureza divinaé algo
que
a tudo se sobrepõe.Assim
escreve: “Namedida
em
que
uma
coisa estáde
acordocom
nossa
natureza é necessariamente boa,
nenhuma
coisapode
serboa ou
má
para nós, aSeguindo, entretanto, sua vocação, enunciou:
“O
bem
supremo da alma é
o
conhecimentode
Deus, e asuprema
virtudeda alma é
conhecer Deus”.Não
concluiu, entretanto, os aspectosda
conduta perante terceiros etambém
realizou a seguinte proposição: “Namedida
em
que os
homens
são
dominados
pe/as afeçõesque são
paixões,podem
ser contrários unsaos
outros”.Importante, igual e relevante,
como
abrangênciade
suas intenções,na
exposição científica
que
produz, são os Principiosde
que
parte e que são:1° -
O
respeitoe
a proximidade a Deus, peloconhecimento;
2° -
Do
determinismona
vontadedivina;
3° -
Da
utilidadeem
jamaisodiar, desprezar
e
ridicu/arizaro
próximo, tercólera
ou
invejar; contentar-secom
o que o
destino oferece,de
forma racional enão
por influências externas;
4° - Presen/ar a liberdade,
sendo
esteum
dever
de
todose do
Estado.O
respeitomáximo
auma
inteligência superior, autora de tudo e absolutacomo
determinante, é guia emétodo na
obra deESPINOSA
(1661).Para ele, se a natureza criou o ser, foi para
que
omesmo
pudesse
exercer sua função
como
tal e, portanto, seguir oque
mais fosse conveniente a suaconservação e bem-estar. Por esta razão, o filosófico holandês,
mas
de
ascendênciaportuguesa, escreveu
que
a alegria é hierarquicamente superior à tristeza eque
estaé inferior no
campo
da
perfeição, classificando oamor
como
a plena satisfaçãoda
alma.
Em
decorrência produziu, dentre outros afins, o importante enunciado:“O
Ódio,
que é
inteiramente vencido pelo amor, transforma-seem
amor.Esse
amor, poressa razão,
é
bem
maiorque o
Ódioque o
precedeu”.A
conduta ética, por conseguinte, no entenderdo
emérito mestre, peloque
se depreendede
sua tão qualificada obra, temno amor
um
elementode
raraimportância, típico de
um
gênioque
viveuuma
vida simples ede
dificuldadesfinanceiras,
mas
intensaem
riquezas da alma,com
conveniências eamizades
16
ESPINOSA
(1661) dedicou sua vida a pensar, inclusive sobre as razõesdo próprio
pensamento
eque
no seu entender “éum
dos
atributos infinitosde
Deus,expressando
uma
essência eterna e infinita de`Deus”.E
afirma,como
conclusão: “A substância pensantee
a substância extensa sãouma
e
amesma
substância, compreendidadesde
logo sobum
atributo,como
sob outro".
Sendo
um
cientistada
Ética, genialcomo
foi,não
deixou, pois,de
conectar os objetos
que
a seu alcance podia observar e os fatos sobre os quais podia perceber os efeitoscom
a complexa organizaçãodo Cosmos,
presidido poruma
inteligência geradorade
todas asdemais
e estascomo
decorrênciasou
parcelas da maior.
A
consciência ética, pois,no
entenderdo
pensador holandês, possuíafortes sabores cósmicos,
uma
vezque
ohomem,
em
sua formade
observar, agiade
acordo
com
a energiaque
recebia, ecom
a responsabilidadede
moldá-laao
necessário,
sem
deformar sua gênese.Por isso afirmou que: “Pertence à natureza
da
razão consideraras
coisasnao
como
contingentes,mas como
necessárias”. HA
conduta, pois, para ser natural, útil,deve
ser envolvidaao
amor,ao
útil,não
por ser obrigatória,mas
por ser necessária. Isto é oque
sepode
inferirde
seusraciocínios, especialmente porque para ele a vontade
não deve
ser indefinida,mas
ade
“causa necessária”.Entende
ESPINOSA
(1661)que
a vontadetem
uma
causa formada,um
embrião impregnado
de
dependências (nega a liberdadecomo
essência,na
Vontade).
E
É
óbvioque
a liberdade aque
se referia era aquela falsamenteapregoada
“podemos
tudo oque
quisermos”, equívoco enfoqueque
se esbarra nas muitaslimitações
da
existência eque não
condiz,em
verdade,com
oencadeamento de
causas e efeitos
de
que
está impregnada toda a organizaçãodo
universo (cada vezmais
comprovada
pela própria ciência).Escreveu
ESPINOSA
(1661)que “Não há na
alma vontadealguma
absoluta
ou
livre; porque a alma ê determinada por outra e esta, por sua vez, aindapor outra, e assim até o infinito".
A
subordinação dohomem
fazde
seus atos aparentemente livresapenas
a expressão de
uma
vontadeque
já foimodelada
em
outras causas,não
possuindo,pois, o sentido
de
absoluta vontade,mas
de
um
impulsoque
se originaem
determinações muitas vezes alheias às
que
se cria (se éque
se criade
formaabsoluta
alguma
coisa...). Negar, todavia, a capacidade de exerceruma
vontadeseria contraditório se
ao
admitir possuir amesma
naturezado
divino, e a ele atribuí-se o exercício da vontade,
não
podendo
admiti-laem
nósmesmos.
O
sentidoque
ESPlNOSA
(1661) quis ressaltarde
liberdade, pois,não é
oque
se refere à consciência,mas
aos efeitosque
sobre elaatuam
na construçãode
nossos pensamentos.
O
fatode
se reconhecer as causas exteriores(como
apregoa Espinosa)não
exclui a aceitaçãode
força interior, competente para discernir e entender aprópria vida. Seria absurdo admitir
que
os atos /esivosque
sepossa
praticar contranós
mesmos
enosso
próximo,fossem
frutosde
nossa causa agente sobre a qualnão
possuínenhum
domínio; elimina-se os atos da determinação própria,o
atodoloso encontraria justificativa
em
uma
vontade alheia enão
naquelaque
levou oser à prática de tal conduta e, nesse caso, seria injusto punir-se a
quem
querque
fosse, pois
ninguém
seria responsável por coisa alguma.Se
a virtude éda
essênciado
homem,
o vicio é sua antítese,mas
não
deixa
de
ser sua vontade, decorrentende seu poderde
contrariar sua natural conformação.ESPINOSA
(1661)não negou
a formação dos desejos enem
suashierarquias,
nem
sequer a capacidadedo
homem
ter vocação para oque
lheagrada,
como
exercíciode
vontade e assim, admito, deve-se entendersuas
observações sobre os aspectos relativos
de
uma
liberdade do ser.lsto se confirma no teorema
de
ESPINOSA
(1661 ):“O
homem
livre jamaisage
enganado;age sempre de
boa-fé.O homem
dirigido pela razão é mais livre na cidade,onde
vivede
acordocom
a /eicomum.
Na
solidãonão obedece senão
a18
morte; sua sabedoria é
uma
meditação,não
sobre a morte,mas
sobre a vida".(ESPlNOSA, 1661, p.69).A
Ética, nos séculos XVII e XVIII, parecenão
ter discrepância quantoao
sentido
de
uma
valorizaçãodo
ser, pelos caminhosde
sua preservação e felicidadee este filósofo
não
discrepa dessa linha. -Conservar-se
em
prazer,como
móvel,como
conduta ética preponderante,foi
uma
formade
apresentar,com
roupagem
nova, velhos pensamentos.LEIBNIZ (1684) entendeu
que
asnormas
da moralnão
são inatas,mas
que
existem verdades inatas;de
uma
forma extremamente singela apresentou aque
lhe pareceu a mais importante: “não façais
aos
outrossenão
aqui/oque
gostaríeisfosse feito a vós
mesmos".
Quanto
à existência da verdade natural escreveu o ilustre filósofoalemão
que
elas se encontramem
nós pelo instinto e pela /uz eque “somos
levadosaos
atos
de
humanidade
por instinto”.LEIBNIZ (1684), nas obras
que
dele foram encontradas inéditas, todavia,segue de
perto opensamento de
ESPINOSA
com
um
rigor e lógica extraordinários.Ao
admitirum
número
indeterminadodo
que
chamou
de
“monadas”,proclamou a existência
de
substâncias múltiplasde
que
secompõe
o ser,ou
seja,o
homem
de
LEIBNIZ é todoum
universode
substânciascom
suasalmas
consideradas abstratas,
mas
com
suas propriedades especificas.Isto
dá
uma
idéiade
como
era complexa sua formade
apresentar aconsciência, geradora
da
conduta. Ele entendeutambém,
que
muitosmundos
existem e
que
Deus age
dentrode
uma
razão lógica, havendo, pois, razão para tudoo
que
acontece eque
obem
sempre
prevalece sobre o mal. Sobre os males,entretanto, entendeu
como
necessários, porque estão associados a grandes bens.Dá
a entenderque
obem
seria difícilde
identificar-se e atéde
desfrutar-se, caso
não
existissem os malesque servem
para avaliar oque
ê bom.Exemplifica,
em
sua obra, condutas de sociedadeshumanas
que nos
inspiram espanto e asco,
mas
perfeitamente aceitas pelo grupo,como
aque
exemplifica dos caraíbas
que
castravam as crianças paraque engordassem
e depoisNeste particular questiona o conceito re/ativo
de
bem
em
faceda
sociedade
humana
e destacao
ma/
em
si paraque
secompreenda
a essênciado
bem em
sentidoamplo
e substancial, afirmandoque Deus
é a bondade. Afirmaque
o criador,
sendo
o bem, esteem
cada
um
imprimiu,mas nem
todossabem
e
souberam
fazer tal leitura.Complementa
afirmandoque
os limitesde
justiçanem
sempre são
assimiláveis pela sociedade e
que
a condutahumana
absolutamente justa terminapor conflitar-se
com
aquelado
grupo social.Nega, pois, o caráter verdadeiro, inato,
da
lei e admiteque
a sociedadepode
consentirem
transgredi-la, pornão
se afinarao
conceitode
justiçados
seres(no Brasil, por exemplo, na atualidade, isto ocorre
com
diversos fatos, bastandocitar
o
exemplo do cheque
pré-datado que,sendo
ilegal, é até regulado peloBanco
Central, por ser aceito pela comunidade).
Entende
LElBNlZ
(1684), pois, que;"A ciência moral (além
dos
instintos,como
o que nos
fazabraçar a a/egria
e
evitar a tristeza) é inata damesma
formaque o é
a aritmética, pois eladepende
também
das
demonstrações que
a /uz internanos
fornece”.(LEIBNlZ, 1684,p.97).
Determinista, LElBNlZ( 1684) admite
que cada
serage
como
se fosseum
universo à parte, por suas próprias idéias,
mas
em
buscasempre
de'uma
composição
entre os outros seres existentes.As
influências dos estudosdesse
notável pensador ocorreram mais na
Alemanha que
em
outros países,
mas
trouxeram contribuições no
campo
da ética, notadamente noque
se refereaos
20
2.6
O
Ponto de
Mutação
eo
tempo
das
tribos.Uma
outra faceta doque
vem
a ser Ética na modernidadetem que
serrevisada. Para abordar essa faceta mais
avançada
e moderna, deve-se lançar olharsobre a obra de Fritsoj
Capra
e sua obraO
Ponto deMutação
-
Visão Holística.FRITJOF
CAPRA
(1997) recebeu seu Ph. D. na Universidadede
Viena na Áustria erealizou pesquisas sobre Física
de
alta energiaem
várias universidades daEuropa
edos Estados Unidos.
Além de
seus muitos ensaios técnicos sobre suas pesquisas, oDr. Capra fez muitas conferências e publicou vários trabalhos sobre as implicações
filosóficas
da
ciência moderna.Deve-se
também
analisar auma
outra obra importante sob o pontode
vista
da
atualidade dasconcepções de
Ética e,mas
especificamente oque
tange aconcepção
dacomunidade
que
fará uso destas noções.Na
obraO
Tempo
das Tribos -O
Declíniodo
individualismo nasSociedades
de
Massa,de
MICHEL MAFFESOLLI
(1987), o autor, professorde
Sociologia
na
Sorbone, fazuma
análiseda
mudança
de
enfoqueda
sociedade pós-moderna.
O
individualismo é substituído pela necessidadede
identificaçãocom
um
grupo, aspecto verificado na moda, por exemplo, e
que
é reforçado pelodesenvolvimento tecnológico: televisão a cabo, computador entre outros.
Porém, se nas ciências sociais as tribos são analisadas
em
sua relaçãocom
o contexto social maisamplo
no qual se inserem, a psicanálisepode
contribuirpara esta discussão trazendo à tona a questão
do
sujeito e sua singularidade.O
que
buscam
os sujeitos através destesagrupamentos?
Qualé
adinâmica
de
funcionamento destas tribos urbanas? Seráque
atravésde
uma
compreensão
do funcionamento das tribospodemos
levantaralgumas
hipótesessobre a questão da constituição
do
sujeito na contemporaneidade?Do
pontode
vistada
teoria psicanalítica, ofenômeno
das tribos nosremete principalmente a dois pontos fundamentais: à
compreensão dos
grupossem
líder - já