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Análise de Viabilidade Econômica

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Academic year: 2021

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A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

A p r e s e n t a ç ã o

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Engenheiro Civil – UFPR

Mestre em Administração – PUCPR (área de concentração: finanças) Doutorado Sanduíche na McGill University, Montreal, Canadá

Doutorado em Administração - PUCPR (área concentração: finanças)

ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Experiência na gestão financeira de grupos educacionais de médio e grande portes Professor do Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e do Mestrado e Doutorado em Administração da PUC-PR

Possui artigos publicados em journals internacionais de primeira linha, como Applied Economic Letters, Accounting and Finance, The North American Journal of Economics and Finance e Research in International Business and Finance

INTERESSES DE PESQUISA

Eficiência do Mercado de Capitais e Modelos de Precificação de Ativos Financeiros, Finanças Corporativas e sua aplicação no mercado brasileiro

Possui artigos publicados em journals internacionais de primeira linha, como Applied Economic Letters, Accounting and Finance, The North American Journal of Economics and Finance e Research in International Business and Finance

(3)

Parte 1: Análise de Projetos de Investimento

1. Fluxo de Caixa do Projeto

2. Ferramentas de análise

Parte 2: Pontos controversos em Análise de

Viabilidade

1. Calculando a TMA do projeto

2. Projetos perpétuos

3. A “armadilha” das taxas em análise de projetos

Parte 3: Cuidados adicionais em Análise de

Viabilidade

1. Projeção “CNTP”

2. Risco na análise de projetos (panorama)

Estudo de Caso: Analisando a viabilidade de uma nova unidade escolar

(4)

1 . 1 F l u x o d e C a i x a d o P r o j e t o

• Conceitos iniciais

• O que pode ser considerado um projeto de investimento, sob a ótica da gestão

financeira?

• Projetos que envolvam um investimento monetário cujos fluxos financeiros serão

realizados em prazo superior a 1 ano

Exemplos: Ampliação de uma unidade escolar, um novo “produto” de ensino, um

novo material didático (para a editora), um novo posicionamento de marca, etc.

(5)

• Como avaliamos se um projeto de investimento é viável?

$$$$$

Gerado pelo

investimento

$$$

Consumido pelo

investimento

Entradas de caixa

Saídas de caixa

Fluxo de caixa do projeto deve ser positivo

>

>

• E como encontramos o fluxo de caixa do projeto?

• Montamos uma “DRE” específica para o projeto, com todas as receitas e despesas decorrentes dele

• O fluxo de caixa será dado pelo “resultado” da DRE (lucro líquido) com os devidos ajustes para

refletir as entradas e saídas de caixa do projeto

(6)

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Depreciação: por que a subtraímos na DRE e depois a somamos?

Depreciação: é o custo ou a despesa decorrentes do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados, como por exemplo máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações

Para apurar-se o Imposto de Renda, deve-se deduzir a depreciação do lucro bruto se a empresa for optante pelo lucro real

No entanto, como a depreciação não é uma saída de caixa, então somamo-la novamente no cálculo do

fluxo de caixa livre do projeto

CapEx

Normalmente, trata-se do gasto para o investimento propriamente dito (ex.: compra de uma máquina)

Em muitos casos, porém, ocorrem reinvestimentos ao longo da vida útil do projeto (ex.: nova unidade escolar)

(7)

Variação da Necessidade do Capital de Giro: por que a subtraímos?

O Capital de Giro significa um gasto financeiro que a empresa deverá fazer para manter suas operações.Como ele advém do balanço, o gasto em giro realizado pela empresa em determinado ano é dado pela

diferença das contas do balanço de um ano para o outro (variação)

No entanto, pela análise dinâmica do balanço, nem todas as contas de curto prazo estão relacionadas à operação da empresa.

Assim, descartamos as contas de tesouraria (ou erráticas) do circulante, e olhamos apenas para as contas operacionais para o cálculo do fluxo de caixa do projeto

(8)

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Observações sobre o Fluxo de Caixa Livre

Por que não utilizar o Lucro (Líquido) ao invés do Fluxo de Caixa?

Porque o Fluxo de Caixa informa a movimentação financeira (o que de fato está sendo

movimentado no caixa da empresa), enquanto o Lucro é uma informação contábil que usualmente não reflete a movimentação de caixa

Pablo Fernandez (IESE Business School): “Cash-flow is a fact, net income is just an opinion” • É possível realizar a análise do projeto a partir de uma projeção de orçamento de caixa?

Sim! Os ajustes informados anteriormente visam transformar a projeção de lucro justamente em uma demonstração de fluxo de caixa (demonstração “por fora”)

Idealmente, uma projeção realizada com base no orçamento de caixa (demonstração “por dentro”) chegaria no mesmo valor

1 . 1 F l u x o d e C a i x a d o P r o j e t o

(9)

Exemplo: Uma Sistema de Ensino está analisando a viabilidade financeira de lançar uma nova coleção de material para a educação básica. As entradas e saídas de caixa em nível sintético estão apresentadas abaixo (em milhões de R$). A empresa estima que esse produto teria mercado para 8 anos após seu lançamento, previsto para 2020, ao final dos quais deveria ser substituído por um produto mais moderno.

Somando os fluxos de caixa encontramos o valor de R$ 33,4 milhões. Logo, conclui-se que o projeto é viável ?

(10)

1 . 2 F e r r a m e n t a s d e a n á l i s e

Valor do dinheiro no tempo:

• É fácil observar que o poder de compra de um determinado montante se modifica com

o tempo

• Assim, a soma de fluxos de caixa que ocorrem em datas diferentes é incorreta, pois um

montante hoje possui valor distinto do mesmo montante gerado daqui a alguns anos

• Para tanto, devemos “descontar” os fluxos de caixa futuros com o objetivo de ajustá-los

em função do custo do dinheiro ao longo do tempo

• Esse “desconto” dos fluxos de caixa futuros está implícito nas 3 principais técnicas de

análise de viabilidade de projetos:

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

PAYBACK DESCONTADO

TIR

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Valor Presente Líquido:

• O valor presente líquido (VPL) é obtido subtraindo-se o investimento inicial de um

projeto do valor presente de seus fluxos de caixa operacionais e terminal:

• Se o projeto tiver VPL < 0, deverá ser rejeitado. Se o

VPL > 0

, o projeto será

aprovado

(12)

Taxa Interna de Retorno (TIR)

• A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que iguala o investimento inicial ao

valor presente dos fluxos de caixa operacional e terminal. Ou seja, é a taxa de retorno do

projeto propriamente dito.

• Para analisar a viabilidade do projeto, compara-se sua TIR com o custo de financiamento

do projeto (k). Se o projeto tiver TIR < k, deverá ser rejeitado. Se o

TIR > k

, o projeto

será

aprovado

• No caso de projetos concorrentes, deverá ser aceito o de maior TIR

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

(13)

Voltando ao exemplo do sistema de ensino, suponha que a taxa de desconto estimada por seu departamento financeiro seja de 15% ao ano. Qual será o VPL e a TIR do projeto? Ele possui viabilidade financeira?

Como VPL < 0 e TIR < k, concluí-se que o projeto não é viável

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A n á l i s e d e C u s t o s e P r o j e t o s d e I n v e s t i m e n t o

Payback

Se o período de payback for menor do que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto deverá ser aceito. Se for maior do que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto deverá ser

rejeitado.

• Principais críticas ao payback:

1. Subjetivismo no critério do payback mínimo para aceitação do projeto

2. Não leva em consideração a taxa de desconto (i) do projeto

3. Ignora os fluxos de caixa posteriores ao período de payback.

Payback (anos): 3 2,5

O período do payback mede simplesmente quanto tempo (em anos e/ou meses) é necessário para a empresa recuperar o investimento inicial em um projeto.

• O período de payback máximo aceitável é fixado pela administração da empresa.

(15)

Payback

A deficiência de não levar em consideração o valor do dinheiro no tempo é corrigida pelo método do Payback

Descontado

Neste método, primeiramente os fluxos de caixa futuros são trazidos à valor presente pela taxa de desconto do projeto, para então se determinar o prazo no qual a empresa irá recuperar o valor investido

No entanto, o método continua com a limitação de não levar em conta os fluxos de caixa posteriores ao payback

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A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Qual será, agora, o Payback e o Payback Descontado do projeto mostrado anteriormente?

O FC acumulado fica positivo, significando que o projeto recuperou o investimento inicial. Logo, Payback = 6 + 1,7/13,6 = 6,12 anos

Como o acumulado não fica positivo, o investimento inicial não é recuperado!

Exemplo prático

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2 . 1 D e t e r m i n a ç ã o d a t a x a d e d e s c o n t o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

A Virtue Tech é uma empresa de tecnologia que está estudando a viabilidade de dois projetos mutuamente exclusivos. O primeiro, denominado “Projeto Cloud” se refere à ampliação de seu parque de servidores para

armazenamento em nuvem de arquivos de seus usuários. O segundo envolve o lançamento de um novo modelo de laptop com a tecnologia SSD embarcada. Por se tratar de um novo produto, tal projeto apresenta fluxos de caixas mais instáveis, e maior investimento em P&D. A tabela abaixo sintetiza os fluxos de caixa dos dois projetos (em $ milhões).

A empresa financiará o projeto escolhido com recursos próprios, e suas aplicações financeiras rendem, em média, 9% ao ano. Utilizando esse valor como custo de capital, quais seriam os VPLs?

VPL (Cloud) = $ 10,80

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Perguntas

Será que o custo de capital de 9% captura os riscos inerentes ao projeto (Exemplo: a empresa estaria satisfeita se os projetos apresentassem uma TIR de 11%)?

Sendo os dois projetos de naturezas (e riscos) bastante distintos, é correto supor que o custo de capital de ambos seja igual?

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

De acordo com a teoria financeira, a taxa mínima para que um projeto seja atrativo (TMA) deve incorporar o risco inerente ao projeto. Projetos de riscos distintos devem ter uma taxa mínima de atratividade distinta

Como incorporar o risco do projeto para obtermos uma TMA coerente com o mesmo?Sugestão: CAPM (Capital Asset Pricing Model)

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2 . 1 D e t e r m i n a ç ã o d a t a x a d e d e s c o n t o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

CAPM (Capital Asset Pricing Model)

Nos anos 1960, os pesquisadores Sharpe e Lintner desenvolveram um modelo para calcular o retorno mínimo que um investidor deveria esperar de modo a compensar o risco incorrido nesse investimento • A lógica do modelo é que investimentos de maior risco deveriam proporcionar um retorno maior para

compensar seu risco adicional

Esse risco é mensurado por uma estatística denominada “beta”, que é dada pela relação entre as variações do preço do ativo em questão em relação às variações do mercado no qual esse ativo se insere.

O modelo do CAPM apresenta a seguinte expressão:

E(Ri) = Rf + b x PRM Onde:

Ri: Retorno esperado do ativo

Rf: Retorno esperado da taxa livre de risco (ex.: CDI)

b: beta do ativo (medida de risco)

(21)

CAPM: Operacionalizando os parâmetros

Taxa livre de Risco (Rf)

• Comumente operacionalizada pelo CDI ou Selic.

• Contudo, o modelo fala de expectativas e, portanto, devemos olhar para o futuro. Esse conceito é ainda mais importante para a viabilidade de projetos visto que, por definição, estamos analisando fluxos futuros. Logo, a taxa de desconto deve refletir essa expectativa de juros

Recomendação: utilizar as taxas pré-fixadas do tesouro direto, de acordo com a maturidade (tempo de vida) do projeto

O uso de taxas pós-fixadas não é incorreto. Contudo, elas demandam uma segunda projeção de expectativas: a da inflação para o período

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2 . 1 D e t e r m i n a ç ã o d a t a x a d e d e s c o n t o

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CAPM: Operacionalizando os parâmetros

Prêmio pelo risco de mercado

• Reflete a expectativa de quanto “a mais” a bolsa deve retornar em relação à taxa livre de risco • Contudo, para esse parâmetro não existe uma base de dados com a precificação do mesmo. • Alternativas:

1. Base histórica: compara-se a diferença entre a rentabilidade da Bolsa e da taxa livre de risco nos últimos anos. Desvantagem: para o Brasil, em muitos anos a Bolsa rendeu menos do que a taxa livre de risco, podendo gerar um prêmio médio negativo, o que não faz sentido para o modelo do CAPM

2. Fontes que buscam calcular esse prêmio com base nas expectativas de especialistas (Survey do Prof. Pablo Fernandéz, IESE) ou com base no prêmio histórico das dívidas soberanas dos países (Base de dados do prof. Damodaran, NYU)

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2 . 1 D e t e r m i n a ç ã o d a t a x a d e d e s c o n t o A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a Fonte: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3560869 Fonte: http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ctryprem.html Survey Prof. Pablo Fernandez Base de dados Damodaran

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Betas de algumas empresas brasileiras*

*Medidos pelos retornos semanais entre 2014 e 2018

CAPM: Operacionalizando os parâmetros

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2 . 1 D e t e r m i n a ç ã o d a t a x a d e d e s c o n t o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Aplicando o CAPM para a TMA de projetos

Ao calcularmos os betas das empresas de determinado setor e tirarmos uma média, teremos uma percepção do risco daquele setor econômico

Assim, substituindo os betas setoriais na fórmula do CAPM, e tendo os demais parâmetros, obteremos uma medida objetiva quanto ao retorno mínimo exigido para investimentos em distintos setores

Aplicando essa lógica à análise de projetos, o CAPM é uma forma de calcular a Taxa Mínima de Atratividade do projeto a depender do risco setorial que ele representa.

• Como obter os betas setoriais?

Para o Brasil: Grupo de Pesquisa em Finanças Corporativas (PUC-PR) – ver material de suporte do curso

Globalmente: site do prof. Damodaran, da NYU

(27)

Voltando ao caso, suponha que a taxa livre de risco pague 6% ao ano e o prêmio pelo risco de mercado seja de 8%, quais seriam os custos de capital desses projetos?

K (Cloud) = 6% + 0,90 x 8% = 13,20% K (SSD) = 6% + 1,57 x 8% = 18,56%

VPL (Cloud) = 4,32

VPL (SSD) = -2,95

Utilizando esses custos no cálculo dos VPLs teremos:

Utilizando a tabela do prof. Damodaran para achar os betas setoriais

Em função do maior risco do setor, o Projeto SSD deixa de ser viável se incorporamos esse risco no

cálculo da TMA!

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2 . 2 P r o j e t o s p e r p é t u o s

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Em alguns casos, o investimento analisado irá gerar caixa por um tempo indefinido. Como então

analisar a viablidade de um projeto se não sabemos quando se encerra sua vida útil (projetos

perpétuos)?

Essa situação é bastante comum em projetos enolvendo novas unidades de negócios (ex:

construção de uma unidade escolar), ampliação de unidadades de negócio (ex: aumento de

leitos em um hospital) e aquisição de concorrentes.

Para resolver esse impasse, projeta-se o fluxo de caixa do empreendimento até que o mesmo

atinja sua maturidade (período de crescimento acelerado) e então assume-se que a partir desse

momento os fluxos de caixas gerados pelo projeto crescerão a uma taxa constante.

Ao fazer essa simplificação, a soma do valor presente dos fluxos do período de crescimento

constante pode ser facilmente calculada pelo valor de perpetuidade

(29)

Onde:

g: taxa de crescimento do fluxo de caixa k: custo de financiamento do projeto FCj: Fluxo de caixa no último período projetado

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2 . 2 P r o j e t o s p e r p é t u o s

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Como definimos a taxa de crescimento constante: “g”?

A perpetuidade ocorre a partir do momento em que assumimos que os fluxos cresçam de forma constante. Logo, uma operacionalização desse conceito é assumir que a partir da perpetuidade o crescimento se dá de maneira “orgânica”, isto é, pela reposição de preços (e não de “unidades”). Neste caso, uma boa aproximação é a taxa de correção de preços usualmente adotada pela unidade de negócios

Outra possibilidade é pelo cálculo da taxa de crescimento de unidades (ou empresas) maduras atuantes no mesmo setor

Por fim, caso não se tenham informações “internas” pode-se adotar a taxa de inflação de longo prazo implícita nos títulos do governo. Exemplo:

(31)

Como definimos a taxa de crescimento constante: “g”?

Convém ressaltar que o VPL é muito sensível ao valor de perpetuidade. Consequentemente, deve-se ter cautela na escolha da taxa de crescimento. Em casos de grande incerteza, assumir um g=0 pode ser recomendado a fim de evitar VPLs “inflados”

A partir de quando adotamos um crescimento constante?

Pela definição, quando entendermos que a “capacidade instalada” do projeto atinja seu máximoQuando falamos de aquisições de empresas, a prática comum é adotar um crescimento constante a

(32)

2 . 2 P r o j e t o s p e r p é t u o s

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Cuidado com o CapEx ao se calcular a perpetuidade…

Na perpetuidade entendemos que o projeto não possui vida útil determinada e, portanto, seus ativos não possuem valor residual

Logo, a premissa implícita sobre ativos permanentes (PPE) é que os mesmos estarão sujeitos a uma política de renovação contínua capturada pelo CapEx do ano de perpetuidade

Essa premissa deve ser lembrada quando avaliamos projetos com baixo CapEx nos anos finais da projeção com crescimento não-constante, pois devemos ter o cuidado de adotar um valor mais elevado para esse parâmetro quando calcularmos o Fluxo de Caixa da Perpetuidade. Do contrário, iremos adotar uma premissa excessivamente otimista sobre a renovação de ativos em um projeto perpétuo

(33)

Taxas de desconto única ou variável a cada ano?

Pela formulação do CAPM, a taxa livre de risco (Rf) é representada pela remuneração do título livre de risco local (dívida soberana)

(34)

2 . 2 P r o j e t o s p e r p é t u o s A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a 0.0 0.1 0.3 0.4 0.7 0.8 1.0 1.2 1.4 1.7 2.0 2.4 2.7 3.1 3.5 3.9 4.6 5.6 6.8 8.6 10.3 12.3 13.7 15.7 18.1 20.4 22.8 26.0 28.9 32.2 35.4 40.9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Curva de Juros Brasil

Anos C D I p ro je ta d o Fonte: B3

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Taxas de desconto única ou variável a cada ano?

Pela formulação do CAPM, a taxa livre de risco (Rf) é representada pela remuneração do título livre de risco local (dívida soberana)

Contudo, como essa taxa se modifica com os anos, devemos usar uma taxa única ou móvel?

Exemplo: A tabela abaixo apresenta o fluxo de caixa de certo projeto com duração de 10 anos. Ao lado é apresentada a curva do CDI para cada ano conforme dados da B3. Supondo um beta setorial de 0,80 e um prêmio pelo risco de 8%,

calcule o VPL do projeto usando: a) Um único valor de Rf referente ao título de 10 anos do governo; b) Rf móvel de acordo com a curva de juros.

a) b) Rf = 7,80% Kp = 7,8% + 0,80 x 8% = 14,2% VPL = 347,69 Ano FCL CDI (Rf) 1 50 2.61 2 55 3.85 3 60 4.97 4 65 5.80 5 70 6.40 6 75 6.84 7 80 7.12 8 85 7.36 9 90 7.59 10 95 7.80

Ano FCL CDI (Rf) Kp Valor Presente

1 50 2.61 9.01 45.87 2 55 3.85 10.25 45.25 3 60 4.97 11.37 43.44 4 65 5.80 12.20 41.01 5 70 6.40 12.80 38.33 6 75 6.84 13.24 35.57 7 80 7.12 13.52 32.93 8 85 7.36 13.76 30.30 9 90 7.59 13.99 27.70 10 95 7.80 14.20 25.18 VPL => 365.58

(36)

2 . 3 A r m a d i l h a s d a s t a x a s

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Taxas de desconto única ou variável a cada ano?

Percebe-se, portanto, que a diferença é quase imperceptível. Por esse motivo, não se costuma adotar uma taxa livre de risco variável com a curva de juros: muito trabalho para pouco resultado “prático” • Para projetos perpétuos essa diferença é ainda menor, pois o valor de perpetuidade (se aplicado

corretamente) não está sujeito às diferenças da curva de juros, pois o Kp utilizado é o mesmo (14,2% no exemplo anterior)

Inflação

Consistência: se as receitas são influenciadas pela inflação (reposição de preços), então os gastos também devem ser

Se projetamos sem inflação, então receitas e gastos não devem ter reposição de preços. Neste caso, se o projeto for perpétuo, não podemos utilizar o “g” baseado na inflação por consistência: estamos

assumindo inflação zero.

Neste último contexto, podemos substituir o “g” por alguma projeção (ou média histórica) do crescimento do PIB (que é líquido de inflação), ou simplesmente a igualamos a zero

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(38)

3 : C u i d a d o s a d i c i o n a i s n a p r o j e ç ã o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Taxas de desconto única ou variável a cada ano?

Uma situação corriqueira na análise de projetos de longo prazo (superior a 5 anos) é que os fluxos de caixa são projetados com um crescimento suave

Exemplo: FCL projetado para a empresa M. Dias Branco (MDIA3)

Pergunta: será que o

futuro é tão “comportado”

quanto assumido pela

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(40)

3 : C u i d a d o s a d i c i o n a i s n a p r o j e ç ã o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

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Ser Educação Anima Educação

“mas o setor educacional é mais resiliente a crises....”

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3 : C u i d a d o s a d i c i o n a i s n a p r o j e ç ã o

A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

Crises são recorrentes. Ignorar “choques” nos fluxos de caixa de projetos de longo prazo é

assumir uma hipótese falsa

Não falamos aqui de cenários pessimistas. É razoável que o cenário base tenha um choque de

fluxo de caixa incorporado em sua projeção

Se a empresa possui unidades de negócio comparáveis, a recomendação é incluir um choque

com base no que se observou com as unidades “pares” quando um choque passado tenha

ocorrido (ex.: queda no número de alunos, aumento da inadimplência, etc.)

Na ausência de dados internos para essa comparação, recomenda-se olhar para dados setoriais

Um cuidado adicional: bom senso. Não assumir que crises muito pontuais (e agudas) se

repitam reiteradamente. Ex.: COVID.

(43)

Nos exemplos apresentados, os fluxos de caixa foram projetados com base em uma série de premissas. E se tais premissas se mostrarem equivocadas?

O risco na análise de projeto está associado à variablidade do fluxo de caixa previsto em função da alteração das premissas adotadas no cenário base.

Logo, a principal finalidade da análise de risco em projetos não é tanto a busca por maior acurácia na previsão inicial, mas principalmente simular o efeito da alteração das premissas iniciais no VPL do projeto • Os modelos clássicos de risco em análise de projetos (Análise do Ponto de Equilíbrio, Análise de

Sensibilidade e Análise de Cenários) apresentam limitações nesse sentido:

Ponto de Equilíbrio e Análise de Sensibilidade: apenas uma variável é alterada por vez

Análise de Sensibilidade e de Cenários: abordam apenas cenários extremos (pessimista/otimista), não havendo simulações para variações intermediárias dos parâmetros

Análise de Cenários: a probabilidade de ocorrência dos cenários extremos ou é ingorada, ou é arbitrada, aumentando o grau de subjetividade (e, portanto, de incerteza) das projeções

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A Simulação de Montecarlo busca contornar esses problemas ao propôr uma abordagem estocástica (probabilística) ao invés de uma abordagem determinística, implícita nos demais métodos.

Em síntese, esse método consiste em realizar diversas simulações entre os valores extremos (cenários pessimista e otimista) das principais variáveis que compõem o fluxo de caixa do projeto

Os valores gerados pela simulação de cada variável relevante são então combinados, resultando em diversos fluxos de caixa simulados, para os quais são calculados os respectivos VPLs (e/ou TIR)

Cenário Otimista: Receitas = R$ 800 mil

• Exemplo:

Cenário Pessimista: Receitas = R$ 500 mil

Geram-se uma

série de

valores

aleatórios

3 : C u i d a d o s a d i c i o n a i s n a p r o j e ç ã o A n á l i s e d e V i a b i l i d a d e E c o n ô m i c a

(45)

Uma vez que os vários VPLs foram calculados a partir de dados gerados aleatoriamente, eles irão se distribuir de acordo com a curva normal

Assim, pode-se inferir a viabilidade financeira do projeto em termos probabilísticos

Exemplo: Qual a probabilidade de que o projeto não se torne viável, ou qual a probabilidade de que o projeto gere uma TIR > 25%

Portanto, a Simulação de Montecarlo não busca dar uma resposta determinística à viabilidade do projeto, mas sim

(46)

3 . 1 : A v a l i a n d o a v i a b i l i d a d e d e u m a n o v a u n i d a d e e s c o l a r

Referências

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