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Estabilização e consolidação de cantarias afetadas pela ação do fogo: estudos sobre o Solar da Qta do Covelo, em Paranhos, Porto

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ESTABILIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE CANTARIAS AFETADAS PELA AÇÃO DO FOGO:

Estudos sobre o Solar da Q

ta

do Covelo, em Paranhos, Porto

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

ALEXANDRA FILIPA BRITO GOMES DE SOUSA

Orientador: Professora Doutora Maria Eunice da Costa Salavessa Coorientador: Professor Doutor Luís Manuel Oliveira Sousa

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CANTARIAS AFETADAS PELA AÇÃO DO FOGO:

Estudos sobre o Solar da Q

ta

do Covelo, em Paranhos, Porto

ALEXANDRA FILIPA BRITO GOMES DE SOUSA

Engenharia Civil, Departamento de Engenharias, Escola de Ciência e Tecnologia Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Vila Real, 2015

Palavras-chave: Restauro, conservação, reconstrução e granito

Orientador: Professora Doutora Maria Eunice da Costa Salavessa Coorientador: Professor Doutor Luís Manuel Oliveira Sousa

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Índice Geral

ÍNDICE GERAL ... I

ÍNDICE DE FIGURAS ... VII

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... XV

ÍNDICE DE TABELAS ... XVII

RESUMO ... XIX ABSTRACT ... XXI AGRADECIMENTOS ... XXIII SIMBOLOGIA ... XXVII CAPÍTULO I ... 1 1. INTRODUÇÃO ... 1 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 1

1.2. DESCRIÇÃO DOS OBJETIVOS DE TRABALHO ... 2

1.3. METODOLOGIA ADOTADA ... 2

CAPÍTULO II ... 5

2. ESTADODAARTEEFUNDAMENTOSDACONSERVAÇÃODEEDIFÍCIOSHISTÓRICOS ... 5

2.1. INTRODUÇÃO ... 5

2.2. ESTADO DA ARTE ... 5

2.3. PRINCÍPIOS,CARTAS E CONVENÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS SOBRE O RESTAURO E REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS HISTÓRICOS ... 6

(6)

2.3.3. CARTA DE FLORENÇA –ICOMOS ... 8

2.3.4. CARTA EUROPEIA DO PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO -IGESPAR ... 9

2.3.5. DOCUMENTO DE NARA SOBRE A AUTENTICIDADE DO PATRIMÓNIO CULTURAL –ICOMOS ... 10

2.3.6. CARTA DE CRACÓVIA 2000 SOBRE OS PRINCÍPIOS PARA A CONSERVAÇÃO E O RESTAURO DO PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO –IGESPAR ... 11

2.3.7. CARTA DE VILLA VIGONI SOBRE A PROTEÇÃO DOS BENS CULTURAIS DA IGREJA ... 11

2.3.8. CARTA ICOMOS DE RESTAURO ESTRUTURAL ... 12

2.4. ANÁLISE DAS CARTAS E CONVENÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS ... 13

CAPÍTULO III ... 15

3. ENQUADRAMENTOFÍSICOEHUMANODAQUINTADOCOVELO ... 15

3.1. INTRODUÇÃO ... 15 3.1.1. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA ... 15 3.1.1.1. CIDADE DO PORTO ... 15 3.1.1.2. FREGUESIA DE PARANHOS ... 17 3.1.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA ... 17 3.1.2.1. CIDADE DO PORTO ... 17 3.1.2.2. FREGUESIA DE PARANHOS ... 20 3.1.2.3. QUINTA DO COVELO ... 20 3.1.3. MORFOLOGIA DO TERRENO ... 24

3.1.3.1. ZONAS DO SUBSOLO DE INTERESSE PATRIMONIAL ... 24

 PATRIMÓNIO GEOLÓGICO... 24

 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO ... 25

3.1.3.2. CARTA GEOLÓGICA ... 25

 GEOLOGIA ... 25

ROCHAS ÍGNEAS –ROCHAS GRANÍTICAS HERCÍNICAS ... 27

3.1.3.3. DESCRIÇÃO GERAL DA MORFOLOGIA DA CIDADE DO PORTO ... 29

3.1.4. CLIMA ... 30

3.1.4.1. TEMPERATURA ... 30

3.1.4.2. PRECIPITAÇÃO ... 32

3.1.4.3. HUMIDADE DO AR E NÚMERO DE DIAS COM NEVOEIRO ... 33

3.1.4.4. NEBULOSIDADE, INSOLAÇÃO RELATIVA E RADIAÇÃO SOLAR ... 35

(7)

3.1.4.6. EVAPORAÇÃO ... 36

3.1.5. ANÁLISE DEMOGRÁFICA ... 37

CAPÍTULO IV ... 41

4. ANÁLISEARQUITETÓNICA,CARACTERIZAÇÃOCONSTRUTIVADOCASODEESTUDO. ... 41

4.1. INTRODUÇÃO ... 41

4.2. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO E GEOMÉTRICO ... 41

4.2.1. ALÇADOS ... 43

4.3. CARACTERIZAÇÃO ARQUITETÓNICA DO SÉCULO XVIII ... 44

4.4. CARACTERIZAÇÃO CONSTRUTIVA ... 50 4.4.1. FUNDAÇÕES ... 50 4.4.2. PISOS ... 53 4.4.3. ALVENARIAS ... 54 4.4.4. CANTARIAS ... 59 4.4.5. COBERTURAS... 61 4.4.6. ESCADAS ... 64

4.4.7. VÃOS DE JANELAS E PORTAS ... 66

4.4.8. ELEMENTOS DE FERRO ... 69

4.4.9. REVESTIMENTOS ... 71

CAPÍTULO V ... 75

5. DIAGNÓSTICODASANOMALIASESTRUTURAISENÃOESTRUTURAISEPOSSÍVEISSOLUÇÕESDE REPARAÇÃO ... 75

5.1. ANOMALIASCONSTRUTIVASESTRUTURAIS ... 75

5.1.1. ANOMALIAS NAS FUNDAÇÕES ... 75

5.1.2. ANOMALIAS NAS PAREDES RESISTENTES DE ALVENARIA ... 77

5.1.2.1. DESAGREGAÇÃO GRANULAR ... 77

5.1.2.2. FISSURAÇÃO EM ZONA CORRENTE E ABERTURAS ... 81

5.1.2.3. AÇÃO DO FOGO ... 85

(8)

5.2.1.1. COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE... 93

5.2.2. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS ... 98

5.2.2.1. DESTACAMENTO DO REBOCO ... 98

5.2.2.2. DESAGREGAÇÃO DO REBOCO ... 102

5.2.3. ANOMALIAS EM ELEMENTOS DE FERRO ... 106

5.2.3.1. OXIDAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FERRO ... 106

5.3. RELATÓRIO CONCLUSIVO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO EDIFÍCIO ... 108

CAPÍTULO VI ... 113

6. CAMPANHAEXPERIMENTALSOBREASAMOSTRASDEGRANITO ... 113

6.1. CARACTERIZAÇÃO DO GRANITO SÃO E AFETADO PELA AÇÃO DO FOGO ... 113

6.1.1. CLASSIFICAÇÃO PETROGRÁFICA E QUÍMICA ... 113

6.1.1.1. ESTUDO PETROGRÁFICO E MINERALÓGICO ... 113

 DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA ... 114

 DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA ... 116

6.1.1.2. ENSAIO POR DIFRAÇÃO DE RAIO X ... 122

6.1.1.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CLASSIFICAÇÃO QUÍMICO-MINERALÓGICA ... 124

6.1.2. ENSAIOS FÍSICO-MECÂNICOS ... 127

6.1.2.1. DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA À PRESSÃO ATMOSFÉRICA ... 127

6.1.2.2. DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE ABERTA ... 130

6.1.2.3. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ... 134

6.1.2.4. ENSAIO DE ULTRASSONS COM PROVETES SECOS ... 139

6.1.2.5. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO ... 142

6.1.2.6. ENSAIO DE ULTRASSONS APÓS DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO ... 148

6.2. ESTUDO COMPARATIVO ANTES E APÓS APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE ... 150

6.2.1. ENSAIO DE ULTRASSONS ANTES DA APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE ... 150

6.2.2. ENSAIO DE ULTRASSONS APÓS A APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE ... 151

6.3. TÉCNICA DE CONSOLIDAÇÃO E REPARAÇÃO ... 153

CAPÍTULO VII ... 157

7. PROPOSTAFINALDERESTAUROEDECONSERVAÇÃODACASAEDACAPELADOCOVELO ... 157

(9)

7.2. PROPOSTA DE RESTAURO E DE PRESERVAÇÃO DA CASA E DA CAPELA DO COVELO ... 158

CAPÍTULO VIII ... 167

8. CONCLUSÃOFINALEPROPOSTADEDESENVOLVIMENTOFUTURO ... 167

8.1. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS FUTUROS ... 167

8.2. CONCLUSÃO SOBRE A CAMPANHA EXPERIMENTAL E PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO FUTUROS ... 170

CAPÍTULO IX ... 173

9. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS ... 173

ANEXOS ... 179

ANEXO 1–RELATÓRIOS DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS ... 181

(10)
(11)

Índice de Figuras

FIGURA 1: DISTRIBUIÇÃO DAS FREGUESIAS DO CONCELHO DO PORTO [FONTE: ONLINE24]. ... 15

FIGURA 2: ENQUADRAMENTO DA CIDADE DO PORTO A NÍVEL NACIONAL. ... 16

FIGURA 3: BRASÃO DA CIDADE DO PORTO. ... 16

FIGURA 4: BRASÃO DA FREGUESIA DE PARANHOS. ... 17

FIGURA 5: PINTURA A ÓLEO DE SILVA PORTO, EM 1873, DA QUINTA DO COVELO, EXPOSTO NO MUSEU NACIONAL SOARES DOS REIS. ... 22

FIGURA 6: FOTOGRAFIA DA FACHADA DA CASA E CAPELA DO COVELO,1958 [FOTÓGRAFO: TEÓFILO BRAGA]. ... 22

FIGURA 7: PÁTIO INTERIOR DA CASA DO COVELO [FONTE: ARQUIVO HISTÓRICO DO PORTO]. ... 23

FIGURA 8: FOTOGRAFIA DA CASA E DA CAPELA DO COVELO NA ATUALIDADE (ALEXANDRA SOUSA, 2014)... 23

FIGURA 9: CARTA GEOLÓGICA DA CIDADE DO PORTO [FONTE:LNEG]. ... 26

FIGURA 10: CARTA GEOLÓGICA DA REGIÃO ESTUDADA COM A LOCALIZAÇÃO DO EDIFÍCIO CASO DE ESTUDO. ... 26

FIGURA 11: LEGENDA COM SINALIZAÇÃO DO TIPO DE GRANITO NA REGIÃO DO EDIFÍCIO CASO DE ESTUDO. ... 27

FIGURA 12: TEMPERATURA MÉDIA ANUAL PARA PORTUGAL CONTINENTAL [FONTE: IPMA]. ... 30

FIGURA 13: TEMPERATURA MÍNIMA E MÁXIMA REGISTADA NA SERRA DO PILAR, SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993. ... 31

FIGURA 14: HUMIDADE RELATIVA MÉDIA MENSAL ÀS 9H (%) ENTRE OS PERÍODOS DE 1970 A 1989, SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993. ... 34

FIGURA 15: MÉDIA MENSAL DE EVAPORAÇÃO TOTAL ENTRE 1970 E 1989, SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993. ... 37

FIGURA 16: LEVANTAMENTO AÉREO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO [FONTE: CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO]. ... 42

FIGURA 17: LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 42

FIGURA 18: ALÇADO SUL DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO... 43

FIGURA 19: FOTOGRAFIA DAS RUÍNAS DA CASA E DA CAPELA DO COVELO NÃO DATADA DE PHOT.ª GUEDES. ... 43

FIGURA 20: ALÇADO NORTE. ... 44

FIGURA 21: ALÇADO NASCENTE. ... 44

FIGURA 22: ALÇADO POENTE. ... 44

FIGURA 23: PAÇO DAS NECESSIDADES, LISBOA, 1ª METADE DO SÉCULO XVIII, PLANTAS DO PRIMEIRO E SEGUNDO PISOS (SEGUNDO HELDER CARITA E HOMEM CARDOSO, IN “ORIENTE E OCIDENTE NOS INTERIORES DE PORTUGAL”, S.D.)... 46

FIGURA 24: PLANTA DO RÉS-DO-CHÃO COM IDENTIFICAÇÃO DAS DIVISÕES QUE CONSTITUEM O SOLAR DA QUINTA DO COVELO (ALEXANDRA SOUSA, 2014). ... 47

FIGURA 25: PLANTA DO PRIMEIRO PISO COM IDENTIFICAÇÃO DAS DIVISÕES QUE CONSTITUEM O SOLAR DA QUINTA DO COVELO (ALEXANDRA SOUSA, 2014). ... 47 FIGURA 26: A) ESCUDO DE FAMÍLIA LOCALIZADO NA TORRE SINEIRA; B) PORMENOR DO CACHO DE UVAS LOCALIZADO NA ENTRADA

(12)

FIGURA 28: ÓCULO EM FORMA OVALADA (EM TREVO DE QUATRO FOLHAS) SITUADO NO CENTRO DA CAPELA, BASES DAS PILASTRAS E

CORNIJAS EM PERFIL RECTO E ONDULADO. ... 50

FIGURA 29: A) FUNDAÇÃO DIRETA CORRENTE; B) FUNDAÇÃO SEMI-DIRECTA COM POÇOS E ARCOS; C) PROFIL DE UMA RUA; SEGUNDO M. PATTE, 1769. ... 52

FIGURA 30: IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE UMA FUNDAÇÃO ATRAVÉS DE POÇOS DE INSPEÇÃO, SEGUNDO JOÃO APPLETON, 2003. ... 53

FIGURA 31: A) PAVIMENTO ELEVADO, SOBRADADO; B) PAVIMENTO ELEVADO DE ALVENARIA; SEGUNDO RONDELET, 1769. ... 54

FIGURA 32: A) APARELHO RÚSTICO E “OPUS INCERTUM”; B) E C) APARELHO REGULAR TOSCO DE ALVENARIA APARELHADA SEGUNDO ANDREA PALLADIO (SÉC. XVI); ADAPTADO DE EUNICE SALAVESSA, 2013. ... 55

FIGURA 33: PAREDES EM ALVENARIA DE PEDRA ORDINÁRIA - I), II) E III) PEDRA IRREGULAR; IV) ALVENARIA DE JUNTA LARGA; V) PEDRA LAMELAR; VI) PEDRA IRREGULAR CORRIGIDA [26]. ... 56

FIGURA 34: MODELO DE COMPORTAMENTO DE PAREDE DE ALVENARIA, EM RELAÇÃO À HUMIDADE, SEGUNDO JOÃO APPLETON (2003). ... 56

FIGURA 35: FOTOGRAFIA DA PAREDE DE ALVENARIA DE PEDRA ORDINÁRIA DA FACHADA NORTE DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO (ALEXANDRA SOUSA, 2014). ... 57

FIGURA 36: FOTOGRAFIA DA PAREDE DE ALVENARIA DE PEDRA ORDINÁRIA DE UMA PAREDE INTERIOR DA CASA DO COVELO... 58

FIGURA 37: CARACTERIZAÇÃO CONSTRUTIVA DAS PAREDES DE ALVENARIA DE GRANITO QUE CONSTITUEM O RÉS-DO-CHÃO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 58

FIGURA 38: CARACTERIZAÇÃO CONSTRUTIVA DAS PAREDES DE ALVENARIA DE GRANITO QUE CONSTITUEM O PRIMEIRO PISO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 59

FIGURA 39: FACHADA EM ALVENARIA E CANTARIA, SEGUNDO J. F. BLONDEL, 1771. ... 60

FIGURA 40: A) ABÓBADA DE FASQUIADO DE MADEIRA E COBERTURA CUJA ESTRUTURA EM MADEIRA CONSTITUÍDA POR ARCOS EXECUTADOS POR ADUELAS DE MADEIRA, É REVESTIDA A TELHA, COMO SE PRESUPÕE TER SIDO A COBERTURA DA CAPELA DO SOLAR DA QTA DO COVELO, ANTES DO INCÊNDIO, SEGUNDO P. B. RONDELET, LIVRO III; ... 62

FIGURA 41: FOTOGRAFIA DO QUE RESTA DAS COBERTURAS DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 63

FIGURA 42: A) EXEMPLO DE UMA VIGA DE MADEIRA UTILIZADA PARA A CONSTRUÇÃO DAS COBERTURAS APOIADA NA EXTREMIDADE ESQUERDA; B) VIGA DE MADEIRA A) APOIADA NA EXTREMIDADE DIREITA. ... 63

FIGURA 43: COMPOSIÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE COBERTURA, ADAPTADO DE JOÃO APPLETON. ... 64

FIGURA 44: DEGRAUS DE CANTARIA ASSENTES SOBRE MASSAME DE ALVENARIA, SEGUNDO PEREIRA DA COSTA [31]. ... 65

FIGURA 45: ESCADAS EXTERIORES DE ACESSO AO PISO SUPERIOR DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 66

FIGURA 46: LOCALIZAÇÃO E GEOMETRIA GERAL DAS ESCADAS EM EDIFÍCIOS DO PERÍODO POMBALINO, SEGUNDO JOÃO APPLETON. . 66

FIGURA 47: PILARES COLOCADOS NO LADO INTERIOR DO PORTÃO DE ACESSO AO PÁTIO INTERIOR DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 67

FIGURA 48: FOTOGRAFIA DO PORTÃO DE ENTRADA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO... 67

FIGURA 49: A) PORTA DE ENTRADA PARA O SOLAR DA QUINTA DO COVELO; B) PORTA DE ENTRADA PARA A CAPELA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO (ACTUALMENTE ENCERRADA). ... 68

FIGURA 50: A) JANELA COM CONVERSADEIRAS (OU NAMORADEIRAS) DA CASA DO COVELO; ... 69

(13)

FIGURA 52: A) ELEMENTO DE FERRO USADO NUM PORTÃO; B) ELEMENTO DE FERRO USADO COMO PORTADA EM JANELA E ELEMENTOS

PEQUENOS DE FERRO A EFETUAR A LIGAÇÃO ENTRE A PORTADA E A PEDRA; C) PORTA DE ENTRADA EM FERRO. ... 71

FIGURA 53: REVESTIMENTO DAS PAREDES EXTERIORES DA FACHADA SUL DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 72

FIGURA 54: REVESTIMENTO DE UMA PAREDE INTERIOR DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 73

FIGURA 55: FRATURA DE UMA PAREDE DE ALVENARIA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO DEVIDO A ASSENTAMENTOS DIFERENCIAIS DAS FUNDAÇÕES (A FISSURA DESENVOLVE-SE MAIS OU MENOS A A 45º E VERIFICA-SE A TENDÊNCIA PARA A DESCONEXÃO ENTRE O CUNHAL E A PAREDE CORRENTE). ... 76

FIGURA 56: LOCALIZAÇÃO DE DESAGREGAÇÃO GRANULAR NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 77

FIGURA 57: LOCALIZAÇÃO DE DESAGREGAÇÃO GRANULAR NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL... 78

FIGURA 58: LOCALIZAÇÃO DE DESAGREGAÇÃO GRANULAR NO ALÇADO NASCENTE. ... 78

FIGURA 59: ASPETOS MACROSCÓPICOS DAS PRINCIPAIS DETERIORAÇÕES QUE AFETAM O GRANITO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO: A) DESAGREGAÇÃO GRANULAR; B) PLAQUETAS (ALÇADO NASCENTE); C) PLACAS (PAREDE INTERIOR DA CAPELA DO COVELO).. 79

FIGURA 60: LOCALIZAÇÃO DAS FISSURAS NA FACHADA SUL. ... 81

FIGURA 61: LOCALIZAÇÃO DAS FISSURAS NO ALÇADO NASCENTE... 82

FIGURA 62: TIPOS DE FISSURAÇÃO EM ZONA CORRENTE E ABERTURAS: A) FISSURAÇÃO CORRENTE NUMA PAREDE DA CASA DO COVELO; B) FISSURAÇÃO JUNTO A VÃO DA JANELA DA CASA DO COVELO LOCALIZADO NA FACHADA POENTE DA ALA ADOSSADA À CAPELA; C) FISSURA NA BASE DO CAMPANÁRIO DA CAPELA, SOBRE O VÃO DE ACESSO . ... 82

FIGURA 63: LOCALIZAÇÃO DAS ZONAS MAIS AFECTADAS PELA AÇÃO DO FOGO NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 85

FIGURA 64: LOCALIZAÇÃO DAS ZONAS MAIS AFECTADAS PELA AÇÃO DO FOGO NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL. ... 85

FIGURA 65: LOCALIZAÇÃO DAS ZONAS MAIS AFECTADAS PELA AÇÃO DO FOGO NO PARAMENTO EXTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. .... 85

FIGURA 66: LOCALIZAÇÃO DAS ZONAS MAIS AFECTADAS PELA AÇÃO DO FOGO NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. .... 86

FIGURA 67: AÇÃO DO FOGO NUMA ALVENARIA DE PEDRA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO E COLAPSO PARCIAL DO EDIFÍCIO DEVIDO AO INCÊNDIO. ... 86

FIGURA 68: LOCALIZAÇÃO DE ENVELHECIMENTO E FALTA DE MANUTENÇÃO DOS MATERIAIS NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 89

FIGURA 69: LOCALIZAÇÃO DE ENVELHECIMENTO E FALTA DE MANUTENÇÃO DOS MATERIAIS NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL. ... 89

FIGURA 70: LOCALIZAÇÃO DE ENVELHECIMENTO E FALTA DE MANUTENÇÃO DOS MATERIAIS NO PARAMENTO EXTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 89

FIGURA 71: LOCALIZAÇÃO DE ENVELHECIMENTO E FALTA DE MANUTENÇÃO DOS MATERIAIS NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 90

FIGURA 72: FOTOGRAFIA DO INTERIOR DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO (FACHADA POENTE DA ALA ADOSSADA À CAPELA) ONDE É VISÍVEL A FALTA DE MANUTENÇÃO E O ENVELHECIMENTO DOS MATERIAIS. ... 90

FIGURA 73: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 93 FIGURA 74: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE NO PARAMENTO INTERIOR DA

(14)

FIGURA 75: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE NO PARAMENTO EXTERIOR DO

ALÇADO NASCENTE. ... 93

FIGURA 76: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 94

FIGURA 77: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES, MUSGOS, ALGAS E PLANTAS DE MAIOR PORTE NO ALÇADO POENTE. ... 94

FIGURA 78: A) E C) COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE LÍQUENES EM PEDRA DE CANTARIA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO; B) COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA DE PLANTAS DE MAIOR PORTE NAS PEDRAS DE CANTARIA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 95

FIGURA 79: COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA EXISTENTE NUMA PEDRA DE CANTARIA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO – A) LÍQUENES BRANCOS; B) LÍQUENES LARANJA. ... 96

FIGURA 80: LOCALIZAÇÃO DO DESTACAMENTO DO REBOCO NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 98

FIGURA 81: LOCALIZAÇÃO DO DESTACAMENTO DO REBOCO NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL... 98

FIGURA 82: LOCALIZAÇÃO DO DESTACAMENTO DO REBOCO NO PARAMENTO EXTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 99

FIGURA 83: LOCALIZAÇÃO DO DESTACAMENTO DO REBOCO NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 99

FIGURA 84: LOCALIZAÇÃO DO DESTACAMENTO DO REBOCO NO ALÇADO POENTE. ... 99

FIGURA 85: EXEMPLO DE PERDA DE ADERÊNCIA/DESTACAMENTO DO REBOCO NA FACHADA SUL DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 100

FIGURA 86: LOCALIZAÇÃO DA DESAGREGAÇÃO DO REBOCO NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 102

FIGURA 87: LOCALIZAÇÃO DA DESAGREGAÇÃO DO REBOCO NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL. ... 102

FIGURA 88: LOCALIZAÇÃO DA DESAGREGAÇÃO DO REBOCO NO PARAMENTO EXTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 103

FIGURA 89: LOCALIZAÇÃO DA DESAGREGAÇÃO DO REBOCO NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 103

FIGURA 90: PERDA DE COESÃO/ DESAGREGAÇÃO DO REBOCO NUMA PAREDE DE ALVENARIA REBOCADA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 104

FIGURA 91: LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FERRO OXIDADOS NO PARAMENTO EXTERIOR DA FACHADA SUL. ... 106

FIGURA 92: LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FERRO OXIDADOS NO PARAMENTO INTERIOR DA FACHADA SUL. ... 106

FIGURA 93: LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FERRO OXIDADOS NO PARAMENTO EXTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 106

FIGURA 94: LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FERRO OXIDADOS NO PARAMENTO INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 107

FIGURA 95: A) OXIDAÇÃO E CORROSÃO DE UMA JANELA DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO; B) OXIDAÇÃO E CORROSÃO DE UMA PORTA DE ENTRADA NA FACHADA SUL DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO; C) OXIDAÇÃO DO FERRO NA GUARDA METÁLICA DE UMA JANELA DO ALÇADO NASCENTE DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 107

FIGURA 96: A) COMPARAÇÃO ENTRE TODAS AS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NO PARAMENTO EXTERIOR E INTERIOR DA FACHADA SUL; B) COMPARAÇÃO ENTRE TODAS AS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NO PARAMENTO EXTERIOR E INTERIOR DO ALÇADO NASCENTE. ... 111

FIGURA 97: LOCALIZAÇÃO DE TODAS AS PATOLOGIAS IDENTIFICADAS NAS FACHADAS DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 112

FIGURA 98: ASPETO MACROSCÓPICO DA AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO ALTERADO – GRANITO DE GRÃO MÉDIO (2 A 5 MM), DE COR CINZA ESBRANQUIÇADA, COM ALGUMAS PONTUAÇÕES AMARELADAS. APRESENTA UMA TEXTURA RELATIVAMENTE UNIFORME. ... 114

(15)

FIGURA 99: ASPETO MACROSCÓPICO DA AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO ALTERADO – GRANITO DE GRÃO MÉDIO (2 A 5 MM), DE COR CINZA AMARELADA, DENOTANDO IMPREGNAÇÃO DOS FELDSPATOS POR ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO RESULTANTES DA ALTERAÇÃO SUPERGÉNICA DA BIOTITE. ... 115 FIGURA 100: ASPETO MACROSCÓPICO DA AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO SÃO (› 4MM) – GRANITO DE COR CINZENTA

CLARA, COM ALGUMAS PONTUAÇÕES FERRUGINOSAS AMARELADAS ENVOLVENDO CRISTAIS DE BIOTITE E IMPREGNANDO OS FELDSPATOS... 115 FIGURA 101: ASPETO MACROSCÓPICO DA AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO ALTERADO (› 4 MM) – GRANITO DE COR

CINZENTA-AMARELADA A ALARANJADA. A ORLA DE ALTERAÇÃO SUPERFICIAL DA AMOSTRA, INDICADA PELA SETA, TEM CERCA DE 2 CM DE ESPESSURA MÉDIA E APRESENTA UMA ELEVADA DISPERSÃO DE ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO DE TOM AVERMELHADO. ... 116 FIGURA 102: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ASPETO TEXTURAL MICROSCÓPICO EM QUE SE ILUSTRAM AS PRINCIPAIS

COMPONENTES MINERALÓGICAS DA ROCHA. OBSERVAM-SE, AO CENTRO, CRISTAIS INTERSTICIAIS DE FELDSPATO POTÁSSICO E QUARTZO; CRISTAIS DE MOSCOVITE E BIOTITE, NA PORÇÃO SUPERIOR DA FOTO. ... 118 FIGURA 103: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO. PORMENOR MICROSCÓPICO ILUSTRATIVO DE CRISTAIS DE BIOTITE

INTENSAMENTE CLORITIZADOS. NOTAR A PRESENÇA DE FELDSPATOS DE ASPETO TURVO, ORIGINANDO PELA ARGILIZAÇÃO RELATIVAMENTE INTENSA DOS CRISTAIS. ... 118 FIGURA 104: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO. PORMENOR MICROSCÓPICO EM QUE SE ILUSTRA UM CRISTAL DE PLAGIÓCLASE,

INTENSAMENTE MOSCOVITIZADO E ARGILIZIADO, EM CONTATO COM CRISTAL DE BIOTITE LIGEIRAMENTE OXIDADA, OBSERVANDO-SE DISPERSÃO DE ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO DE COR AMARELA ATRAVÉS DA ZONA MAIS INTENSAMENTE ARGILIZADAS DE PLAGIOCLASE (SETA NEGRA). ... 118 FIGURA 105: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO ALTERADO. PORMENOR TEXTURAL MICROSCÓPICO ILUSTRATIVO DA INTENSA

FISSURAÇÃO DA AMOSTRA, COM PERCOLAÇÃO DE ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO NEGROS (OPACOS) NAS MICROFISSURAS DO QUARTZO E FELDSPATOS. ... 118 FIGURA 106: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO ALTERADO. PORMENOR MICROSCÓPICO, EM QUE SE OBSERVA A INTENSA

IMPREGNAÇÃO DE CRISTAIS DE PLAGIOCLASE E FELDSPATO POTÁSSICO POR PIGMENTOS AMARELADOS (ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO), QUE SE DISPERSAM A PARTIR DA BIOTITE DESFERRIFICADA (EM CIMA, À DIREITA), APROVEITANDO MICROFISSURAS. 119 FIGURA 107: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO ALTERADO. PORMENOR MICROSCÓPICO IDÊNTICO AO DA FOTOGRAFIA

ANTERIOR, SALIENTANDO-SE A INTENSA MICROFISSURAÇÃO E ARGILIZAÇÃO DOS FELDSPATOS QUE FACILITA A PERCOLAÇÃO DOS ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO E A SUA FIXAÇÃO, CONTRIBUINDO PARA A PIGMENTAÇÃO AMARELADA QUE A ROCHA APRESENTA EM AMOSTRA-DE-MÃO. ... 119 FIGURA 108: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ASPETO TEXTURAL MICROSCÓPICO COM INCLUSÕES DE BIOTITE,

MOSCOVITE, PLAGIOCLASE E QUARTZO, POR VEZES DISPOSTAS EM ALINHAMENTOS SUBPARALELOS E ORIENTAÇÕES

CRISTALOGRÁFICAS PREFERENCIAIS, MATERIALIZANDO ZONAS DE CRESCIMENTO. ... 120 FIGURA 109: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ASPETO TEXTURAL MICROSCÓPICO OBSERVANDO-SE DOIS CRISTAIS BEM

DESENVOLVIDOS DE MOSCOVITE. NOTAR A PRESENÇA DE CRISTAIS DE PLAGIOCLASE COM NÚCLEOS RELATIVAMENTE FISSURADOS E MOSCOVITIZADOS, NA PORÇÃO INTERIOR DA FIGURA. ... 120

(16)

FIGURA 111: PROJEÇÃO DAS AMOSTRAS DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO (1276RO) E DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO (1277RO) NO DIAGRAMA DE NOMENCLATURA DE ROCHAS PLUTÓNICAS (LE MAITRE ET AL., 2002). Q – QUARTZO; A – FELDSPATO ALCALINO; P – PLAGIOCLASE; 1A- QUARTZOLITOS; 1B – GRANITOIDES RICOS EM QUARTZO; 2 – GRANITOS COM FELDSPATO ALCALINO; 3 – GRANITOS; 3A- (SIENOGRANITOS); 3B – MONZOGRANITOS; 4 – GRANODIORITOS; 5 – TONALITOS; 6* - QUARTZOSIENITOS COM FELDSPATO ALCALINO; 6 – SIENITOS COM FELDSPATO ALCALINO; 7* - QUARTZOSIENITOS; 7 – SIENITOS; 8* - QUARTZOMONZONITOS; 8 – MONZONITOS; 9* - QUARTZO-MONZODIORITOS; 9 – MONZODIORITOS; 10* -

QUARTZODIORITOS ; 10 – DIORITOS, GABROS, ANORTOSITOS. ... 121 FIGURA 112: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO ALTERADO. ASPETO MICROSCÓPICO DA ORLA DE ALTERAÇÃO MAIS

SUPERFICIAL, EM QUE SE ILUSTRA A INTENSA DISPERSÃO DE ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO AMARELADOS A PARTIR DE CRISTAIS DE BIOTITE ALTERADA, APROVEITANDO A ELEVADA DENSIDADE DE MICROFISSURAS DA ROCHA. NOTAR A PRESENÇA DE MICROFISSURAS PREENCHIDAS POR MATERIAL OPACO (NEGRO), QUER NAS IMEDIAÇÕES DOS CRISTAIS DE BIOTITE, QUER CORTANDO OS FELDSPATOS... 122 FIGURA 113: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO ALTERADO. PORMENOR MICROSCÓPICO DA INTENSA DISPERSÃO DE

ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS DE FERRO EM MICROFENOCRISTAL DE FELDSPATO POTÁSSICO FORTEMENTE ARGILIZADO ... 122 FIGURA 114: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO ALTERADO. PORMENOR MICROSCÓPICO DE CRISTAL DE BIOTITE RODEADO

POR UMA DENSA REDE DE MICROFISSURAS PREENCHIDAS POR MATERIAL OPACO (ÓXIDOS DE FERRO), QUE CARACTERIZA A ORLA DE ALTERAÇÃO SUPERFICIAL DA AMOSTRA. ... 122 FIGURA 115: DIAGRAMA DRX REFERENTE Á ZONA ALTERADA DO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 123 FIGURA 116: ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA À PRESSÃO ATMOSFÉRICA NOS PROVETES DE GRANITO DE GRÃO

MÉDIO E GROSSEIRO. ... 128 FIGURA 117: RECIPIENTE DE VÁCUO UTILIZADO PARA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE ABERTA. ... 130 FIGURA 118: MÁQUINA DE COMPRESSÃO COM CAPACIDADE PARA APLICAR A FORÇA NECESSÁRIA AO ENSAIO. ... 135 FIGURA 119: ASPETO DE ALGUMAS AMOSTRAS DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO APÓS SEREM SUBMETIDAS AO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO. ... 136 FIGURA 120: ASPETO DE ALGUMAS AMOSTRAS DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO APÓS SEREM SUBMETIDAS AO ENSAIO DE

DETERMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO. ... 137 FIGURA 121: APARELHO DE ULTRA-SONS USADO PARA A REALIZAÇÃO DO ENSAIO. ... 139 FIGURA 122: EVOLUÇÃO DA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DOS ULTRASSONS EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA [49]. ... 141 FIGURA 123: CUBA DE GELO E SEU INTERIOR USADO PARA A REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO. 142 FIGURA 124: ENDURECEDOR DE SUPERFÍCIE UTILIZADO, TEGOVAKON. ... 151 FIGURA 125: AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO COM VARÃO DE AÇO INOXIDÁVEL INSERIDO ATÉ METADE DA ALTURA DA

PEDRA. ... 154 FIGURA 126: UNIÃO ENTRE OS DOIS GRANITOS COM A RESINA EPÓXI E O VARÃO DE AÇO INOXIDÁVEL E RESPETIVA SECAGEM EM

ESTUFA. ... 154 FIGURA 127: PROPOSTA DE CONSOLIDAÇÃO E REPARAÇÃO DOS GRANITOS DESAGREGADOS NO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. .... 155 FIGURA 128: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA INJEÇÃO NA ALVENARIA DA FUNDAÇÃO, ADAPATADO DE JOANA ROSEIRO, 2012, QUE

(17)

FIGURA 129: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CONFINAMENTO E ALARGAMENTO DE UMA FUNDAÇÃO EM ALVENARIA, ADAPTADO DE JOANA ROSEIRO, 2012, QUE SEGUE APPLETON, 2001. ... 161 FIGURA 130: A) FISSURAÇÃO JUNTO A VÃO DA JANELA DA CASA DO COVELO; B) SOLUÇÃO DE RESTAURO PARA A FISSURAÇÃO JUNTO

AO VÃO DA JANELA ATRAVÉS DA COLOCAÇÃO DE VARÕES DE AÇO INOXIDÁVEL (IDENTIFICADOS A TRACEJADO AZUL) E DE RESINA ÉPOXI (IDENTIFICADA A AMARELO). ... 164

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Índice de Gráficos

GRÁFICO 1: DIAGRAMA TERMO-PLUVIOMÉTRICO DO PORTO EM CONDIÇÕES CLIMATOLÓGICAS NORMAIS DE 1941 A 1970 [FONTE:

GEOGRAFIA DE PORTUGAL]. ... 31

GRÁFICO 2: PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL NA SERRA DO PILAR (1900-2000), SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993. ... 32

GRÁFICO 3: PRECIPITAÇÃO TOTAL MENSAL (1979-1989), SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993. ... 33

GRÁFICO 4: NÚMERO DE DIAS COM NEVOEIRO (1970-1989), SEGUNDO ANA MONTEIRO, 1993... 34

GRÁFICO 5: POPULAÇÃO RESIDENTE NAS DIVERSAS FREGUESIAS DO CONCELHO DO PORTO [FONTE: JUNTA DE FREGUESIA DE PARANHOS]. ... 38

GRÁFICO 6: NÚMERO DE RESIDENTES DA FREGUESIA DE PARANHOS POR NACIONALIDADE [FONTE: JUNTA DE FREGUESIA DE PARANHOS]. ... 38

GRÁFICO 7: EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DE PARANHOS [FONTE: JUNTA DE FREGUESIA DE PARANHOS]. ... 39

GRÁFICO 8: TAXA DE ANALFABETISMO POR FREGUESIA DO CONCELHO DO PORTO [FONTE: JUNTA DE FREGUESIA DE PARANHOS]. .... 40

GRÁFICO 9: RESULTADOS DO ENSAIO DE ESPETROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÓMICA COM CHAMA. ... 125

GRÁFICO 10: RESULTADO DO ENSAIO DE FLUORESCÊNCIA DE RAIO-X. ... 126

GRÁFICO 11: RELAÇÃO ENTRE AS PERCENTAGENS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA E DE POROSIDADE ABERTA ENTRE OS GRANITOS DE GRÃO MÉDIO E GROSSEIRO DO SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 133

GRÁFICO 12: ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO DOS GRANITOS DE GRÃO MÉDIO E GROSSEIRO FACE AO ENSAIO À COMPRESSÃO. ... 138

GRÁFICO 13: ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO DO GRANITO DE GRÃO MÉDIO FACE AOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO ANTES E APÓS O ENSAIO DE GELO/DEGELO. ... 146

GRÁFICO 14: ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO DO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO FACE AOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO ANTES E APÓS O ENSAIO DE GELO/DEGELO. ... 146

GRÁFICO 15: ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO DOS GRANITOS DE GRÃO MÉDIO E GROSSEIRO FACE AO ENSAIO À COMPRESSÃO APÓS GELO/DEGELO. ... 147

GRÁFICO 16: RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NOS GRANITOS DE GRÃO GROSSEIRO E MÉDIO NO INÍCIO E NO FINAL DOS 56 CICLOS DE GELO/DEGELO. ... 147

GRÁFICO 17: PERCENTAGEM DE VARIAÇÃO NOS GRANITOS DE GRÃO GROSSEIRO E DE GRÃO MÉDIO. ... 148

GRÁFICO 18: PROPAGAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS P, ANTES E APÓS O ENSAIO DE GELO/DEGELO NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 149

GRÁFICO 19: PROPAGAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS P, ANTES E APÓS O ENSAIO DE GELO/DEGELO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 150

GRÁFICO 20: RESULTADO DO ENSAIO DE PROPAGAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS P NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO ANTES E APÓS APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE. ... 152

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Índice de Tabelas

TABELA 1: SINOPSE DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS E RESPETIVAS SOLUÇÕES PARA O SOLAR DA QUINTA DO COVELO. ... 110

TABELA 2: COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA MODAL DAS AMOSTRAS DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO E DE GRANITO DE GRÃO MÉDIO, PROVENIENTES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NO EDIFÍCIO DA QUINTA DO COVELO. ... 117

TABELA 3:RESULTADO DO ENSAIO DE DIFRAÇÃO DE RAIOS X DA AMOSTRA DE GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 123

TABELA 4: RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ABSORÇÃO ATÓMICA NOS GRANITOS DA QTª DO COVELO. ... 125

TABELA 5: RESULTADO DO ENSAIO DE FLUORESCÊNCIA DE RAIO-X NOS GRANITOS DA QTª DO COVELO. ... 126

TABELA 6: ANÁLISE QUÍMICA DO GRANITO DE CAMPIA [LARA CONCEIÇÃO, 2012]... 127

TABELA 7: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA À PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 129

TABELA 8: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA À PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 129

TABELA 9: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE ABERTA NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 131

TABELA 10: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE ABERTA NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 132

TABELA 11: VALORES LIMITE DA DENSIDADE APARENTE E DA POROSIDADE ABERTA DE GRANITOS DE MONUMENTOS E EDIFÍCIOS HISTÓRICOS DO NORTE DE PORTUGAL. ... 133

TABELA 12: VARIAÇÃO DA POROSIDADE COM A TEMPERATURA [49]. ... 134

TABELA 13: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 136

TABELA 14: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 137

TABELA 15: CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS QUANTO À SUA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO UNIAXIAL (ISRM, 1977). ... 138

TABELA 16: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 140

TABELA 17: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 140

TABELA 18: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 143

TABELA 19: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 143

TABELA 20: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO APÓS 56 CICLOS DE GELO/DEGELO NO GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 144

TABELA 21: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO APÓS 56 CICLOS DE GELO/DEGELO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 145

(22)

TABELA 23: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO APÓS O ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO GELO NO GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 149 TABELA 24: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO ANTES DA APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE NO

GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 150 TABELA 25: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO ANTES DA APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE NO

GRANITO DE GRÃO GROSSEIRO. ... 151 TABELA 26: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO APÓS A APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE NO

GRANITO DE GRÃO MÉDIO. ... 152 TABELA 27: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO IMPULSO APÓS A APLICAÇÃO DO CONSOLIDANTE NO

(23)

Resumo

O fogo é uma grande ameaça para o património cultural construído em pedra e esta tese, que pretende desenvolver um estudo sobre os danos que o fogo provoca num edifício de pedra, cujas estruturas envolventes são destruídas pelo incêndio, inclui uma campanha experimental sobre o granito de um edifício histórico afetado pela acção do fogo. Os blocos de granito têm tendência a lascar e fissurar durante o arrefecimento após um fogo intenso. A consequente fissuração severa das alvenarias e cantarias de granito, conduz à infiltração de água que se acumulada no núcleo dessas estruturas, agravando o seu decaimento.

A presente dissertação tem como objetivo a caracterização do Solar da Quinta do Covelo, através da análise dos processos construtivos, materiais usados, anomalias existentes e possíveis causas e formas de restauro e reconstrução. A Casa e a Capela do Covelo são um belo conjunto de arquitetura setecentista que em 1832, durante o Cerco do Porto, foram incendiadas e destruídas. O incêndio sofrido constituiu uma oportunidade de investigação de um método menos intrusivo que possa ser utilizado como base de consolidação, restauro e reparação para as cantarias de granito.

Neste sentido, efetuou-se um estudo pormenorizado, caracterizando-se a nível arquitetónico e construtivo o edifício, e analisando o estado do granito afectado pela acção do fogo através de ensaios de absorção, densidade, resistência à compressão e resistência ao gelo/degelo. Estes ensaios em conjunto com o diagnóstico exaustivo das anomalias permitiu sugerir as soluções de intervenção, tendo sempre em conta os critérios de autenticidade, compatibilidade e reversibilide referidos nas cartas e convenções internacionais.

Finalmente efetuou-se o estudo sobre técnicas de reparação e reconstrução, dado o estado avançado de degradação e ruína do material pétreo. Neste sentido recorreu-se a ensaios de caracterização mineralógica e à utilização de produtos consolidantes, que forneceram informações importantes na escolha da proposta mais persuasiva de consolidação da rocha.

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(25)

Abstract

Fire is a major threat to the cultural heritage built in stone and this thesis, which aims to develop a study about the damage that fire causes on a stone building, whose surrounding structures are destroyed by fire, includes an experimental campaign about the granite of an historic building affected by fire action. The granite blocks tend to chipping and cracking during cooling after an intense fire. The consequent severe cracking of the masonry and granite stonework, leads to water infiltration which accumulates in the nucleus of these structures, aggravating their decay.

This work aimed to characterize the “Solar da Quinta do Covelo”, analyzing the construction processes, used materials, anomalies and possible causes and restoration and reconstruction ways. The “Casa & Capela do Covelo” are a beautiful set of the eighteenth-century architecture, which in 1832, during “Cerco do Porto”, were burned and destroyed. This fire provided an opportunity to research a less intrusive method that can be used as a consolidation base, restoration and repair for granite stonework.

Thus, a detailed study was done, characterizing the building in an architectural and constructive level, and analyzing the Granite State affected by fire action through absorption tests, density, compressive strength and frost/thaw resistance. These tests together with comprehensive assessment of anomalies allowed making the intervention solutions, taking into account the authenticity specifications, compatibility and reversibility referred in international charters and conventions.

Finally, a study about repair and reconstruction techniques was done, given the advanced state of degradation and ruin of the stone material. Thus, mineralogical characterization tests and consolidants products were used, which provided important information in choosing the most persuasive proposal for rock consolidation.

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Agradecimentos

A elaboração desta dissertação não seria possivel sem o apoio e colaboração de algumas pessoas e entidades, a elas deixo expresso, individualmente, os meus sinceros agradecimentos: À Professora Doutora Eunice Salavessa, pela orientação, pela disponibilidade, pelo empenho e interesse e pelos conhecimentos que me transmitiu, o que me permitiu ultrapassar os obstáculos com que me fui deparando ao longo da elaboração desta dissertação.

Ao Professor Doutor Luís Sousa, pela orientação, interesse, disponibilidade e pelos conhecimentos transmitidos ao longo da execução da campanha experimental, o que me permitiu aprender e solidificar novos conhecimentos sobre a caracterização do granito e por me ter dado a oportunidade de realização dos ensaios no Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que me possibilitou, para além da realização desta dissertação, um contínuo crescimento académico ao longo do meu percurso universitário.

Ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia, que me acolheu com todo o interesse e simpatia, possibilitando a realização dos ensaios da campanha experimental nas suas instalações.

Ao Diretor do Laboratório Nacional de Energia e Geologia do Pólo de S. Mamede Infesta, Professor Doutor Machado Leite, por ter prontamente aceite a realização dos ensaios da campanha experimental nas instalações do laboratório.

À Engenheira Cristina Carvalho, por todo o interesse, empenho e disponibilidade com que sempre fui recebida e por me ter prontamente aceite no laboratório de ensaios físico-mecânicos, mesmo com a elevada quantidade de trabalho existente, estando sempre pronta para transmitir os seus conhecimentos.

Ao Sr. Mário Monteiro, pelo interesse, pelo empenho, pela simpatia e pela disponibilidade com que fui acolhida ao longo dos dois meses passados no laboratório de ensaios físico-mecânicos, deslocando-se muitas vezes de longe somente para me auxiliar na execução dos ensaios.

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Ao Sr. Carlos Leal, pela disponibilidade e simpatia com que me acolheu ao longo da realização das lâminas delgadas do granito para a posterior análise petográfica e mineralógica. Ao Dr. Álvaro Oliveira, à Drª. Adelaide Ferreira e ao Eng. Rogério Calvo, pela simpatia, pelo interesse e pelos conhecimentos transmitidos ao longo da execução dos ensaios por difração de raios X e de composição química do granito.

À Dª. Helena Coelho, à Dª. Margarida Valente e ao Sr. Fernando Monteiro, pela disponibilidade e interesse com que me receberam para a execução da moagem do granito, realização dos ensaios de determinação de resistência à compressão e ensaios de classificação químico-mineralógica.

Ao Engenheiro Rui Afonso, da Divisão Municipal de Parques Urbanos da Câmara do Porto, pelo interesse e simpatia com que sempre fui tratada e por me ter possibilitado a entrada no Solar da Quinta do Covelo.

Ao Sr. José Gramaxo e à sua esposa, pela disponibilidade e pela simpatia com que me trataram enquanto efetuaram o levantamento topográfico do Solar da Quinta do Covelo.

Ao Professor Rui Carreira, pela disponibilidade, pela simpatia e pelo contributo histórico que me transmitiu sobre a Quinta do Covelo.

À Drª. Graça Laje, Técnica Superior da Câmara Municipal do Porto, não só pelo empenho e interesse que sempre mostrou ao longo da realização desta dissertação, mas também, por todo o carinho e amizade que sempre me transmitiu ao longo do meu crescimento pessoal e académico.

Ao meu Tio Augusto Oliveira, Técnico Superior no Laboratório Nacional de Energia e Geologia, não só pelo apoio e carinho com que me tratou ao longo da realização dos ensaios no laboratório, mas também, pelo cuidado e afeto que sempre me transmitiu ao longo do meu crescimento pessoal e profissional.

À minha mãe, Fernanda Sousa, pelo apoio, pelo carinho, pelo amor e pelos valores transmitidos, o que me possibilitou atingir os meus objetivos ao longo do meu percurso pessoal e académico e que contribuíram para me tornar na pessoa que sou.

Ao meu irmão, Engenheiro Igor Sousa, pelo carinho, pelo apoio, pelo amor e por toda a preocupação que sempre teve comigo ao longo de todo o meu crescimento.

A toda a minha familia, pelo amor, carinho, amizade e apoio que tiveram para comigo ao longo da minha vida fazendo-se presente em todos os momentos.

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A todos os meus amigos, que ao longo desta década de amizade se fizeram presentes em todos os momentos, estando sempre prontos para dar uma palavra amiga, um apoio ou um incentivo.

A todos os meus colegas e amigos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que me acompanharam durante o curso de Engenharia Civil.

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Simbologia

ºC – Graus Celsius mm – Milímetro

Km/h – Quilómetro por hora cm – Centímetro % - Percentagem W – Watt g – Grama NP – Norma Portuguesa h – Hora t0 – Instante inicial min – Minuto

md – Peso do provete seco mi – Peso do provete húmido ms – Massa do provete saturado

Ab – Valor de absorção de água à pressão atmosférica kPa – Quilo Pascal

ρb – Densidade aparente

ρrh – Valor da massa volúmica da água ρ0 – Porosidade aberta

kg/m3 – Quilograma por metro cúbico

MPa/s – Mega Pascal por segundo KN – QuiloNewton

R – Resistência à compressão uniaxial F – Força máxima

Rc – Resistência à compressão

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µs – Microssegundo º - Graus

(33)

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1. Considerações Iniciais

Os primeiros trabalhos de investigação sobre a ação do fogo na pedra incidem sobre as observações macroscópicas; posteriormente os cientistas desenvolveram várias técnicas de investigação que simulavam os efeitos do fogo sobre a pedra (aquecimento a elevadas temperaturas em fornos, lasers, testes de chama real), e que identificavam os diferentes aspectos desses danos, ampliando os seus conhecimentos sobre como as alterações microscópicas podem afetar as propriedades físicas e mecânicas do material pétreo.

Este estudo procura pôr em evidência a necessidade de aprofundar os conhecimentos científicos sobre a ameaça que o fogo representa para as estruturas de pedra e os efeitos imediatos e a longo prazo.

A Casa e a Capela da Quinta do Covelo, objecto deste estudo, foram incendiadas e destruídas durante o Cerco do Porto, em 1832, na sequência de combates entre liberais e miguelistas. Inerente à Arquitetura setecentista, a Casa e a Capela, apresentam uma belíssima construção usando granito de grão-grosso e granito de grão-médio. A principal causa da degradação dos edifícios remonta ao incêndio de 16 de Setembro de 1832, no entanto, os Invernos rigorosos e o abandono da propriedade são alguns motivos que têm contribuído para o atual estado de deterioração.

Nos finais do século XX era usual a recorrência a resinas para reparação “in situ” de monumentos em pedra, no entanto, muitas vezes essas reparações eram executadas sem sucesso. O restauro de alvenarias e cantarias estruturais fraturadas têm consistido em reparações tradicionais, envolvendo a substituição do material afetado com réplicas em pedra sã. Contudo, o incêndio sofrido pelos edifícios – objecto de estudo, ofereceu uma oportunidade de investigação de um método menos intrusivo de reparação da pedra afetada pelo fogo, que alcance bons resultados e que possa ser utilizado como base de consolidação de todas as cantarias de granito de que é constituído o Solar.

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1.2. Descrição dos objetivos de trabalho

O restauro e a reabilitação de um edifício histórico exigem técnicas específicas, que só após um rigoroso diagnóstico fundamentado em análises detalhadas e estudos aprofundados torna possível avaliar o valor histórico do edifício e as patologias existentes. Após esta avaliação torna-se necessário estabelecer certos princípios a adotar no projeto e aprofundar os diversos tipos de intervenção de reparação. Como objetivo inicial pretende-se formular um processo que implique uma intervenção mínima e com o menor impacto negativo possível sobre a autenticidade do edifício histórico. O incêndio sofrido constituiu uma oportunidade de investigação de um método menos intrusivo que possa ser utilizado como base de consolidação, restauro e reparação para as cantarias de granito.

A reparação deve assegurar a integridade estrutural das paredes, de forma a tornar possível a reutilização do edifício nas suas plenas condições.

Esta dissertação pretende estudar técnicas contemporâneas de consolidação de cantarias fraturadas ou o desenvolvimento de uma técnica pioneira, tentando minimizar o impacto negativo sobre a autenticidade do edifício histórico. Sendo assim, um dos objetivos trata a investigação das alterações macroscópicas e microscópicas do granito sujeito à ação do fogo e de que forma estas alterações podem colocar em causa a estabilidade da estrutura. Neste sentido, pretende-se investigar os métodos menos intrusivos de consolidação das cantarias fraturadas pela ação do fogo, que sejam compatíveis com o estado fragilizado do edifício e da rocha, em termos físicos, químicos e mecânicos. Por fim, e como objetivo final, pretende-se propor técnicas de reabilitação e reconstrução das estruturas afetadas pela ação do fogo.

1.3. Metodologia adotada

O diagnóstico da segurança estrutural do edifício conduzirá a uma intervenção de proteção da integridade física e estrutural que possa evitar o seu desabamento. A metodologia adotada englobou diversas vertentes, por forma, a determinar as operações de reparação que melhor se adequassem à consolidação de alvenarias e cantarias afetadas pela ação do fogo, neste caso, durante o Cerco no Porto, no século XIX, do Solar da Quinta do Covelo.

No Capítulo II apresentam-se os Fundamentos e Princípios da Conservação de

(35)

internacionais que se tornam relevantes para o presente edifício, sendo bastante importante a noção dos critérios defendidos nas mesmas antes de qualquer proposta de restauro e reconstrução.

Em seguida, no Capítulo III efetua-se o Enquadramento Físico e Humano da Quinta

do Covelo, efetuando-se a análise da história, morfologia do terreno e tipo de clima a que o

edifício se encontra exposto.

Posteriormente, no Capítulo IV apresenta-se a Análise Arquitetónica e a

Caracterização Construtiva do Caso de Estudo, identificando-se os diferentes estilos

arquitetónicos presentes no edifício, bem como, os materiais e métodos construtivos utilizados na construção do Solar.

No Capítulo V efetua-se o Diagnóstico das Anomalias Estruturais e Não Estruturais

e suas possíveis Soluções de Reparação, identificando-se as diferentes patologias encontradas,

suas possíveis causas e os métodos possíveis de serem usados como solução de reparação da anomalia.

Em seguida, no Capítulo VI efetuou-se a Campanha experimental sobre as Amostras

de Granito, onde se submeteu o granito a diversos ensaios químicos, mineralógicos e

mecânicos e se efetuou uma análise detalhada e comparativa.

No Capítulo VII apresenta-se a Proposta Final de Restauro e de Conservação da

Casa e da Capela do Covelo, onde se detalha as soluções de reparação mais indicadas para a

estabilidade do Solar da Quinta do Covelo.

Por fim, no Capítulo VII efetua-se a Conclusão Final e Proposta de Desenvolvimento

Futuro, onde para além das conclusões se apresentam as propostas de estudos futuros que

seriam interessantes de serem desenvolvidas.

Para toda esta análise recorreu-se a Princípios, Cartas e Convenções Nacionais e Internacionais sobre o restauro e reabilitação de edifícios históricos. Tendo em conta, estes princípios, cartas e convenções tornou-se necessário definir o significado dos conceitos de “restauro”, “conservação”, “reconstrução” e “granito”.

Por “restauro” entende-se todo o processo que tem como objetivo colocar um edifício, ou parte deste, que se encontra desagregado, em ruína ou que se considera que sofreu uma reparação inapropriada no passado, de acordo com o desenho e aparência de uma prévia data

(36)

pelo passado leva a que anteriormente à execução do projeto exista uma investigação e seleção das soluções mais adequadas para cada caso [1].

Por “conservação” entende-se todas as ações que salvaguardem acidentes históricos com combinação de proteção e reabilitação ativa [1].

Por “reconstrução” entende-se as operações associadas ao projecto e conceção. Assim sendo, o projecto poderá ser reconstruído com base em evidência ou documentos, fazendo-se, posteriormente a reposição parcial ou total dos elementos segundo o projecto original. Este processo é normalmente usado para colmatar o desaparecimento de partes significativas da construção original [1].

Por “granito” entende-se um tipo de rocha ígnea que pode ser aplicada como rocha ornamental, mediante as suas características físicas e o seu grau de alteração [48].

(37)

CAPÍTULO II

2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTOS DA CONSERVAÇÃO DE EDIFÍCIOS HISTÓRICOS

2.1. Introdução

Neste capítulo abordar-se-á o estado da arte e a temática sobre os Princípios, Cartas e Convenções Nacionais e Internacionais.

Ao longo do século XX os conceitos e as doutrinas sobre o património cultural sofreram uma evolução extraordinária. Portugal, nos últimos anos, revelou um crescente interesse no que respeita à identificação, preservação e divulgação do património arquitetónico. Neste contexto, torna-se necessária a abordagem dos principais conceitos difundidos por diferentes cartas e convenções oriundas de organismos nacionais e internacionais.

2.2. Estado da Arte

O fogo é uma ação que provoca alterações nas propriedades dos mais diversificados materiais, levando a uma perda rápida de rigidez e da resistência nas estruturas.

Nas estruturas de betão armado os pilares são elementos bastante suscetíveis à ação do fogo, tendo em conta que suportante a grande maioria da carga vertical, surgindo grandes deslocamentos laterais que agravam os esforços de 1ª ordem [65]. O aquecimento no betão e no aço provoca a redução da resistência mecânica e o aumento da deformabilidade. Este efeito tem como consequência a perda de resistência e rigidez dos elementos estruturais, deformações permanentes elevadas, esfoliação do betão superficial, encurvadura dos varões, eventual colapso da estrutura, a carbonatação do betão e a contaminação do betão por cloretos [66].

A ação do fogo consiste numa variação de temperatura dos elementos que a constituem. Assim, resulta a ocorrência de dilatações térmicas e a alteração das propriedades dos materiais constituintes desses elementos. As alterações das propriedades dos materiais ocorrem a nível químico e físico, levando a uma degradação das mesmas em função das temperaturas atingidas,

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Nas rochas o comportamento da ação do fogo depende da sua tipologia, sendo o granito uma rocha mais resistente que o calcário. Contudo, num incêndio forte o granito estala facilmente principalmente se for efetuado um arrefecimento rápido com água. Perante um incêndio a rocha fratura-se e desagrega-se levando ao colapso do edifício [38].

As anomalias produzidas por um incêndio dependem da condutividade térmica da rocha, dos coeficientes de expansão e ds respetivas capacidades de absorção de calor dos diferentes minerais [39].

O aumento de temperatura no granito faz com que os minerais de feldspato e quartzo se possam soltar um do outro enfraquecendo, desta forma, a resistência da rocha. O granito, após um determinado intervalo de tempo exposto a temperaturas elevadas começa a desagregar e a ruir, podendo desmoronar quando manuseada.

2.3. Princípios, Cartas e Convenções Nacionais e Internacionais sobre o restauro e

reabilitação de edifícios históricos

O aumento de interesse pela preservação do património arquitetónico centrava-se, inicialmente, na proteção dos monumentos de maior importância histórica, contudo, posteriormente alargou-se aos centros históricos e até a abordagens ambientalistas e ecologistas, tentando combater as agressões provocadas pelas rápidas e pouco qualificadas alterações urbanísticas.

Esta consciencialização relativa aos problemas inerentes à salvaguarda do património tem levado a uma infinidade de abordagens de critérios sobre o património a preservar e a forma mais prática de o fazer. Assim sendo, analisar-se-á, em seguida, as Cartas e Convenções de maior interesse para o edifício em estudo.

2.3.1. Carta de Atenas - CIAM

A Carta de Atenas, 1931, representa um dos textos internacionais fundamentais, em conjunto com a Carta de Veneza, 1964, por proporem uma fidedigna filosofia de conservação e restauro. A Carta de Atenas trata-se do texto das conclusões da conferência promovida pelo Serviço Internacional de Museus. Esta conferência, para além, dos monumentos da cidade de Atenas, discutiu um conjunto de temas que resumem as principais preocupações técnicas ligadas à conservação e restauro dos bens culturais.

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Na conferência foram ouvidas as declarações sobre os princípios gerais e as doutrinas relativas à proteção de monumentos. Defende que sempre que seja necessária na edificação a intervenção de restauro, este deve respeitar as obras históricas e artísticas do passado, sem excluir o estilo da época. A conferência recomenda a manutenção da ocupação dos edifícios, o que garante a sua continuidade. As declarações legislativas têm como propósito proteger os monumentos de interesse histórico, artístico ou científico pertencente a diferentes países.

A conferência defende que a construção de edifícios deve respeitar a aparência das cidades, especialmente nas proximidades de monumentos antigos. Evidencia a necessidade do estudo da vegetação ornamental adaptada a determinados monumentos ou conjunto de monumentos, preservando o seu carácter antigo [1]. A Carta de Atenas recomenda a remoção de qualquer tipo de publicidade, uso indevido de postes, qualquer indústria ruidosa, até mesmo chaminés altas que estejam colocadas na periferia de monumentos de arte e história.

Dentro dos materiais de restauro foram aprovados todos os recursos da tecnologia moderna, especialmente, o uso de betão armado. No entanto, tal consolidação deverá ser ocultada sempre que possível, de forma a não alterar a aparência e o carácter do edifício a ser restaurado. A conferência recomenda evitar a remoção e a instalação de elementos que possam provocar riscos na manutenção do edifício.

Em matéria de degradação de monumentos, é defendida a colaboração de cada País e de cada conservador e arquiteto em conjunto com representantes das ciências físicas, químicas e naturais, para alcançar os métodos aplicáveis aos diferentes casos.

Por fim, defende que a conservação de monumentos deverá constituir um objeto educacional para a juventude, bem como, exigir uma cooperação intelectual e universal.

2.3.2. Carta de Veneza – IGESPAR

Os princípios de restauro e preservação de edifícios antigos devem assentar em acordos de âmbito internacional, para que cada País se ocupe e se responsabilize pela aplicação em conformidade com as tradições e cultura do local [1]. A Carta de Veneza é até aos dias de hoje atual e muitas vezes mencionada para justificar a grande maioria de opções de restauro. Esta Carta resultou do II Congresso de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, em Maio de 1964, onde foi aprovado:

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particular, uma evolução significativa ou um acontecimento histórico. Esta noção estende-se não só às grandes criações mas também às obras modestas que adquiriram com o tempo um significado cultural”;

Como seu objetivo “A conservação e o restauro dos monumentos visam salvaguardar

tanto a obra de arte como o testemunho histórico”;

Que a conservação dos monumentos deve estabelecer em primeiro lugar uma

manutenção permanente dos mesmos;

“O restauro […] destina-se a conservar e a revelar os valores estéticos e históricos dos

monumentos e baseia-se no respeito pelas substâncias antigas e pelos documentos autênticos. […] numa reconstituição, qualquer trabalho complementar, que se reconheça indispensável por causas estéticas ou técnicas, fica condicionado a uma conciliação ou harmonia arquitetónica e terá que acusar a data de intervenção. O restauro será sempre precedido e acompanhado de um estudo arqueológico e histórico do monumento.”;

A consolidação de um monumento pode ser assegurada com a utilização de técnicas

modernas de conservação cuja eficácia tenha sido demonstrada por dados científicos e garantido pela experiência;

No artigo 12 refere que “Os elementos destinados a ocupar as falhas existentes devem

integrar-se harmoniosamente no contexto, tendo que se distinguir das partes originais” com o

intuito que o restauro não adultere o documento de arte e de história;

“Os sítios monumentais devem ser objeto de cuidados especiais com o intuito de

salvaguardar a sua integridade e assegurar a sua sanidade, organização e valorização”.

2.3.3. Carta de Florença – ICOMOS

O Comité Internacional dos Jardins Históricos reuniu em 21 de Maio de 1981 para elaboração da Carta Sobre a Salvaguarda dos Jardins Históricos (Carta de Florença). Esta Carta

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foi registada como complemento da Carta de Veneza pela ICOMOS em 15 de Dezembro de 1982 [1].

Logo no seu 1º artigo, é definido como objetivo que um jardim histórico é uma

composição arquitetónica e vegetal que apresenta interesse público dos pontos de vista histórico e artístico. Defende que o jardim histórico não pode ser afastado do seu contexto

urbano ou rural, haja ou não, ligação entre o mesmo a um edifício. No artigo número 8 define um sítio histórico como uma paisagem definida por um facto memorável, pelo local de um

grande acontecimento histórico, como por exemplo, um combate épico.

No que se refere a operações de manutenção, conservação, restauro ou reconstituição de um jardim histórico ou de uma das suas partes, o artigo 10, estabelece que se deve ter em

conta o conjunto de todos os seus elementos.

Contudo, defende no artigo 17 que se um jardim deixou de existir completamente ou se

apenas existem elementos conjeturais dos seus estados anteriores, não deve ser efetuada qualquer tentativa de reconstituição baseada na noção de jardim histórico.

2.3.4. Carta Europeia do Património Arquitetónico - IGESPAR

Adotada pelo Comité dos Ministros do Conselho da Europa, em 26 de Setembro de 1975, a Carta Europeia do Património Arquitetónico foi posteriormente anunciada no Congresso realizado em Amsterdão.

O seu propósito passa pela promoção de uma política europeia comum e uma ação concertada de proteção de Património Arquitetónico [1]. A sua leitura atenta é indispensável para a conceção da noção de Património Arquitetónico Europeu formado não apenas pelos

nossos monumentos mais importantes mas também pelos conjuntos que constituem as nossas cidades antigas e as nossas aldeias com tradições no seu ambiente natural ou construído.

Nos artigos número 3 e 5 define-se que o património arquitetónico é um capital

espiritual, e cultural, económico e social de valor insubstituível e que possui um valor educativo determinante.

Ao longo da Carta é claramente identificado o sentido da expressão «conservação integrada» que é o resultado da ação conjugada de técnicas de restauro e da procura das funções

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planeamento urbano ou regional, deve, também, exigir a disponibilização dos meios jurídicos, administrativos, financeiros e técnicos.

2.3.5. Documento de Nara sobre a autenticidade do património cultural – ICOMOS

O Documento de Nara foi elaborado pelos participantes da Conferência de Nara sobre a Autenticidade em Relação à Convenção Mundial do Património, reunida em Nara, no Japão, entre 1 a 6 de Novembro de 1994. Este Documento foi concebido no âmbito da Carta de Veneza e é como um complemento à mesma, tendo em conta o crescente objetivo das preocupações e dos interesses do património cultural no nosso mundo contemporâneo [2].

Nela estabelece-se que a conservação do património cultural, sobre todas as suas formas e em todos os períodos históricos, está enraizada nos valores atribuídos ao próprio património. No ponto 10 é possível verificar que a autenticidade aparece como fator essencial de

qualificação respeitante aos valores. A compreensão da autenticidade desempenha um papel

essencial em todos os estudos científicos sobre o património cultural, no planeamento da conservação e do restauro, bem como no âmbito dos procedimentos de inscrição usados pela Convenção do Património Mundial e de outros inventários do património cultural.

Dentro de cada cultura é de enorme importância que seja estabelecido o reconhecimento

da natureza específica dos seus valores culturais, bem como, da credibilidade e da veracidade relativas às fontes de informação.

A autenticidade pode estar associada ao valor de uma grande variedade de fontes de informação, sejam elas, desenhos, formas, materiais, utilização, função, tradições, localização e sentimento. O uso destas fontes permite a elaboração de específicas dimensões artística, histórica, social e cientifica do património cultural que está a ser examinado.

Defende que a conservação deve ser executada com todos os esforços destinados à compreensão do património cultural, ao conhecimento da sua história e do seu significado, à garantia da sua salvaguarda material e, se necessário, à sua apresentação, restauro e valorização.

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2.3.6. Carta de Cracóvia 2000 sobre os princípios para a conservação e o restauro do património construído – IGESPAR

À semelhança de outras Cartas e Convenções, a Carta de Cracóvia 2000 sobre os princípios para a conservação e o restauro do património construído, tem por base a Carta de Veneza, e foi elaborada na Polónia em 26 de Outubro de 2000.

O objetivo desta Carta é a conservação do património arquitetónico, urbano ou paisagístico resultante de uma dialética entre os diferentes monumentos históricos e os respetivos contextos socioculturais [1].

O processo de conservação do património é constituído fundamentalmente pela manutenção e reparação.

Contudo, defende que no decorrer deste processo devem ser evitadas reconstruções de

partes significativas de um edifício, baseadas no que os responsáveis julgam ser o seu verdadeiro estilo. No entanto, se for necessária a incorporação de elementos espaciais e

funcionais para o uso adequado do edifício, a Carta aprova o seu uso, desde que exprimam a linguagem da arquitetura atual.

A conservação dos monumentos e dos edifícios com valor histórico tem como objetivo manter a sua autenticidade e integridade.

2.3.7. Carta de Villa Vigoni sobre a proteção dos bens culturais da Igreja

Realizou-se em Villa Vigoni, na Itália, em 1994, um encontro promovido pelo Secretariado da Conferência Episcoal Alemã e pela Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja, sobre o tema “A proteção do património cultural como dever do Estado e da Igreja” [2].

Neste encontro os especialistas alemães e italianos aprovaram que os bens culturais da Igreja constituem uma das expressões mais elevadas da tradição cristã, evidenciada por inúmeras gerações de crentes, representando uma parte da herança cultural da Humanidade. Esta Carta defende que a Igreja e a sociedade devem ter consciência da responsabilidade enorme que é conhecer, proteger, valorizar e transmitir às gerações futuras o valor deste património.

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A Carta de Villa Vigoni defende que todas as dioceses devem proceder à elaboração de catálogos e inventários dos seus bens culturais, proporcionando a base científica indispensável à proteção e à valorização eficazes desses bens culturais. A conservação constante do bem

cultural deve ser considerada como uma obrigação concreta da maior importância em cada comunidade responsável pela sua proteção.

Os restauros identificados como necessários devem respeitar escrupulosamente a

substância cultural dos bens e o seu carácter religioso, e devem ser confiados a especialistas de reconhecida experiência. Para cada restauro devem ser efetuados estudos e projetos

aprofundados e deverá fazer-se acompanhar da adequada documentação sobre as diversas fases de intervenção.

2.3.8. Carta ICOMOS de Restauro Estrutural

A Carta ICOMOS de Restauro Estrutural incide sobre alguns princípios entre as quais que uma possível alteração da utilização deve ter em conta as exigências de conservação e

segurança e que a remoção das estruturas internas mantendo apensas as fachadas não se adequa

aos critérios de conservação.

Estabelece que o diagnóstico, terapia e controlo correspondem, respetivamente, à análise da informação histórica, identificação das causas de danos e degradações, seleções das ações de consolidação e controlo da eficácia das intervenções. Desta forma, será possível

assegurar a eficiência da utilização dos meios disponíveis e o impacto mínimo no património arquitetónico. Assim sendo, todas as ações devem ser delineadas com a prévia averiguação dos

benefícios e prejuízos prováveis para o património arquitetónico.

No que respeita a investigação e diagnóstico, é essencial a recolha de informações sobre a estrutura no seu estado original, sobre as técnicas e os métodos usados na sua construção, sobre as alterações posteriores e os fenómenos que ocorreram, e finalmente, sobre o seu estado presente.

Como medidas de consolidação e controlo admite que o tratamento deverá ser dirigido até à raiz das causas que provocaram os danos, em lugar dos sintomas. A avaliação da segurança e a compreensão do significado histórico e cultural da construção deveram ser a base para as medidas de conservação e restauro. Na escolha das técnicas, entre as “tradicionais” e as “inovadoras”, deverá ser vista caso a caso, sendo que deverá ser dada preferência para as

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técnicas menos invasivas e mais compatíveis com o valor patrimonial. Contudo, as alterações e as imperfeições que se tornaram parte da história da estrutura devem ser mantidas, logo que não comprometam as exigências de segurança. Por fim, todas as atividades de controlo e

monitorização deveram ser documentadas e mantidas como parte histórica da construção.

2.4. Análise das Cartas e Convenções Nacionais e Internacionais

Embora os princípios defendidos nas Cartas e Convenções Nacionais e Internacionais sejam bastante importantes no que respeita a salvaguarda do património histórico e cultural de uma dada cultura a sua aplicabilidade nem sempre é possível. Na Carta de Veneza é defendido que os elementos que irão substituir as partes destruídas devem-se integrar harmoniosamente no conjunto, contudo nem sempre é possível principalmente em edifícios em ruína como é o caso do Solar da Quinta do Covelo. Na Carta de Cracóvia 2000 defende-se que devem ser evitadas reconstruções de partes significativas de um edifício, o que também nem sempre puderá ser aplicado. Após a análise das Cartas e das Convenções é inegável o interesse que as mesmas possuem no que respeita a obras de restauro, conservação e reconstrução, contudo, não são aplicáveis em todos os casos uma vez que a estabilidade estrutural deverá de ser a prioridade em qualquer intervenção de restauro e reconstrução.

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CAPÍTULO III

3. ENQUADRAMENTO FÍSICO E HUMANO DA QUINTA DO COVELO

3.1. Introdução

No que respeita ao enquadramento físico e humano da Quinta do Covelo, a abordagem detalhada da localização, geologia, clima e demografia permitirá aprofundar o tipo de exposição a que o local esteve sujeito. Esta análise em conjunto com a evolução histórica do edifício permite a perceção das causas que levaram à deterioração atual do Solar, auxiliando na escolha da proposta de restauro que melhor se adeque ao tipo de ações destrutivas a que o local esteve sujeito.

Neste âmbito, analisar-se-á, em seguida, as características físicas e humanas de maior interesse para o enquadramento do edifício em questão.

3.1.1. Situação Geográfica

3.1.1.1. Cidade do Porto

Localizada a noroeste da Península Ibérica e de Portugal e na região do Douro Litoral, a Cidade do Porto, encontra-se rodeada pelas sub-regiões de Ave e Cávado a Norte, pelo Tâmega a Este, Entre Douro e Vouga a Sul, e finalmente, a Oeste é banhada pelo Oceano Atlântico, local onde desagua o Rio Douro. Segundo o Censos de 2011 [INE] esta Cidade tem uma população de 237 591 habitantes e uma área de 41,66 km2, sendo a segunda maior Cidade Portuguesa e a capital do Distrito do Porto.

Imagem

Figura 5: Pintura a óleo de Silva Porto, em 1873, da Quinta do Covelo, exposto no Museu Nacional  Soares dos Reis
Figura 8: Fotografia da Casa e da Capela do Covelo na atualidade (Alexandra Sousa, 2014)
Figura 11: Legenda com sinalização do tipo de granito na região do edifício caso de estudo
Gráfico 4: Número de dias com nevoeiro (1970-1989), segundo Ana Monteiro, 1993.
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Referências

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