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Resumo - Prática Jurídica Civil I - Dafne - 3º bimestre

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 1

Prática Jurídica Civil I – 3º Bimestre

Posse Propriedade

1. Situação de fato juridicamente protegida (não está entre os direitos reais)

1. Trata-se de um direito real definido pela lei

2. Natural 2. Construção abstrata

3. Presta-se menos a acumulação de riqueza, pois é limitada pela exigência de apreensão física da coisa

3. É ferramenta do capitalismo que facilita a cumulação de riqueza

4. Não tem acesso ao registro imobiliário 4. Tem acesso ao registro imobiliário

5. Pode ser tutelado com as próprias mãos (Art. 1210 §1) 5. Não pode ser tutelado com as próprias mãos 6. A ação que ser exerce no direito de posse é

reintegração da posse

6. A ação que ser exerce no direito de posse é reivindicatória da posse

O pedido é o mesmo, o que muda é a causa de pedir.

O pedido da reintegração é a posse (entregue voluntariamente pelo vencido ou pela expedição de um mandado) e na reivindicatória o pedido é a condenação em razão da propriedade.

Variável indissociável da discussãosobre a posse: TEMPO.

O decurso do tempo vai consolidando a posição de um e fraquejando a do outro. Na posse, passada a imediaticidade não se pode mais utilizar o desforço imediato, a partir da data do esbulho até 01 ano e dia pode se utilizar o procedimento especial, autorizando a concessão de liminar (inaldita altera pars, sem que seja dado ao réu a oportunidade de se defender), após esse 01 ano e dia ainda mantem a proteção possessória, seguindo pelo rito ordinário, é possível, entretanto a utilização de tutela antecipada, seguindo os requisitos do art. 273 do CPC.

USUCAPIÃO:

Conceito: modo de aquisição da propriedade (juntamente com a acessão e o registro de titulo) e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais.

Adquire-se a propriedade no momento em que se completa o prazo para usucapião, INDEPENDE de registro:A necessidade de propor a ação de usucapião visa regularizar a situação do imóvel,principalmente para fins de alienação, pois mesmo já sendo proprietário, necessita do registro para alienar o imóvel.

• O efeito da sentença retroage no momento em que se dá o prazo (declaratória). • Defesa CONTRA a usucapião: não há usucapião, mas sim comodato verbal.

Usucapião como DEFESA NA CONTESTAÇÃO?É possível, mas o reconhecimento não dispensa o ajuizamento da ação para obter o registro.

• Razão: A usucapião exige procedimento especial, além disso, exige a citação de diversas pessoas. Usucapião na RECONVENÇÃO? Três argumentos CONTRA:

1. A reconvenção exige compatibilidade de procedimentos, ea usucapião é procedimento especial. 2. Não pode instituir litisconsórcio por meio de reconvenção.

3. O polo passivo na usucapião é erga omnes (precisa citar pessoalmente o proprietário se a área for titulada, se não for, é preciso publicar edital para que se manifestem os terceiros interessados).

POSSE:

Conceito:Para Ihering a posse é a conduta de dono, é o exercício de poderes de fato, inerentes a propriedade. 1. Corpus (apreensão física do objeto pelo sujeito): Não necessariamente exige o contato físico. Ex: é possível a

posse de um terreno não edificado muito embora o sujeito não esteja presente pode impedir a entrada de outros.

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 2 a. Animus de dono: (posse ad usucapionem) se prolonga por determinado período de tempo deferindo a

seu titular a aquisição do domínio.

b. Animus de possuidor: (posse ad interdicta) dá direito de utilizar os interditos possessórios, mas não conduz a usucapião.

Diferente do detentor: O detentor não esta ali em função da coisa, mas devido a uma relação de subordinação com outro sujeito. Para Savigny o detentor tem corpus, mas não o animus. Para Ihering ele possui ambos, mas a lei degrada esse direito.

1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

É possível o detentor/locatário, tornarem-se possuidores?

Sim, desde que comprove a inversão do animus (pagamento dos impostos, introdução de benfeitorias, esmero na conservação, forma de se comportar com os vizinhos) e ainda não esteja na constância do contrato (enquanto o locatário pagar aluguel não há animus domini). Ex: O locatário passa vários anos com a coisa (15 anos o contrato) depois de muito tempo aparece alguém dizendo que o locador morreu e diz pra sair.

CONSTITUTO POSSESSÓRIO:

Conceito:clausula que traz uma ficção, pela qual o comprador se torna possuidor sem nunca ter exercido o corpus. Ex: “A”, proprietário do imóvel, decide vende-lo a “B” e, ao mesmo tempo, realiza contrato com o adquirente (“B”), passando a ser comodatário deste.

• O constituto possessório não dá direito ao desforço imediato ao proprietário.

O que os contratos decompra e venda, locação, Comodato, leasing, doação, alienação fiduciária, compromisso tem em comum?As discussões sobre o descumprimento desses contratos têm desdobramentos possessórios. • Objetivo?Agregar a proteção possessória ao inadimplemento contratual.

• Consequência:O constituto possessório permite receber a posse fictamente, o comprador passa a ser possuidor sem nunca ter tido a apreensão física da coisa.

• Critica: o vendedor que não cumpriu o contrato não deve ser tratado como invasor de propriedade alheia, pois não se trata de esbulho, mas sim inadimplemento contratual.

CLAUSULA RESOLUTÓRIA EXPRESSA:

Conceito: Permite que o contrato deixe de existir independente de decisão judicial ou da manifestação das partes, basta a mora de um dos contratantes.

• Importância: Equipara o inadimplente ao usurpador. Sem a existência do contrato, a posse passa a ser injusta (sem causa), tornando-se o sujeito esbulhador e permitindo a aplicação da proteção possessória (inclusive a liminar inaldita altera pars)

• A prova do esbulho é feita simplesmente com a prova da mora. AÇÕES POSSESSÓRIAS:

As ações são conhecidas por interditos possessórias: é um gênero que se divide em três espécies: Reintegração: Esbulho Perda efetiva da posse

Manutenção Turbaçã o

Não afasta a invasão, o que muda é a definitividade não a extensão, ele prejudica, mas não exclui a apreensão da coisa pelo outro sujeito. Ex: abre a cerca e deixa os animais pastarem, retira frutos e colheita.

Proibitório Ameaça Cabe fixação de multa principalmente se a ameaça se transforme em fato. Embargos de terceiro.

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil

• Requisitos da reintegração e manutenção continuação ou perda da posse.(Gonçalves)

• Requisito da proibitória: posse atual do autor, a ameaça de turbação o ameaça.(Gonçalves)

Procedimento Especial: Os interditos seguem ao rito especial, constituído de duas fases (a primeira para concessão de liminar) se a ação for ajuizada no prazo de ano e dia da turbação ou do esbulho, caso em que a possessória será considerada ação de "força nova”. Passado esse p

o prazo para a contestação, a instrução e o julgamento. (Gonçalves)

Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

Audiência de justificação: existe para a hipótese do autor que não consegue produzir prova previa da posse exercida e do esbulho praticado. Serve como complemento a inicial. Não precisa chamar o réu, ela supre apenas uma insuficiência da inicial.

Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando

para comparecer à audiência que for designada.

Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.

Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre

da reintegração e manutenção: posse, turbação/esbulho, data da turbação ou esbulho e a continuação ou perda da posse.(Gonçalves)

posse atual do autor, a ameaça de turbação ou esbulho e o justo receio de efetiva

Os interditos seguem ao rito especial, constituído de duas fases (a primeira para concessão de liminar) se a ação for ajuizada no prazo de ano e dia da turbação ou do esbulho, caso em que a possessória será considerada ação de "força nova”. Passado esse prazo, o rito será o ordinário e a ação, de “força velha”, seguindo o prazo para a contestação, a instrução e o julgamento. (Gonçalves)

Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter

existe para a hipótese do autor que não consegue produzir prova previa da posse exercida e do esbulho praticado. Serve como complemento a inicial. Não precisa chamar o réu, ela supre apenas uma

al devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando

esignada.

Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.

Página 3 : posse, turbação/esbulho, data da turbação ou esbulho e a u esbulho e o justo receio de efetiva

Os interditos seguem ao rito especial, constituído de duas fases (a primeira para concessão de liminar) se a ação for ajuizada no prazo de ano e dia da turbação ou do esbulho, caso em que a possessória será razo, o rito será o ordinário e a ação, de “força velha”, seguindo-se

Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter

existe para a hipótese do autor que não consegue produzir prova previa da posse exercida e do esbulho praticado. Serve como complemento a inicial. Não precisa chamar o réu, ela supre apenas uma

al devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 4 PRINCIPIO DA FUNGIBILIDADE:

Conceito: Em regra a fungibilidade não é admitida pelo ordenamento jurídico diante da proibição de sentença ultra petita, entretanto, o ordenamento admite a fungibilidade nas ações possessórias. Ex: O juiz pode converter um interdito proibitório em reintegração de posse.

• Justificativa: Há uma dinâmica própria do conflito que pode implicar nessa situação • O juiz determinara a expedição do mandato adequado aos requisitos provados (Gonçalves)

Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.

PODE O JUIZ, NO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL, COMETER ESBULHO? Existe uma serie de atos processuais (arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão, arrolamento de inventario) que repercute na posse. Quando um desses atos não for feito de forma legal, caracterizando esbulho.

• O meio pelo qual o sujeito que for parte no processo se insurge sobre esse esbulho são os recursos. • Se o sujeito prejudicado por essa iniciativa judicial não for parte do processo caberá embargos de terceiro. EMBARGOS DE TERCEIRO:

Conceito: ação autônoma de impugnação no qual o sujeito que NÃO faz parte do processo e teve seu bem apreendido ilegalmente por um pronunciamento judicial.

• Sujeito passivo: parte beneficiada no ato de apreensão no processo (NÃO O JUIZ).

• NÃO cabem em caso de ameaça: A indicação, mas sem decisão do juiz não é gravoso a parte.

• No CPC: precisa ser possuidor mas não precisa necessariamente ser proprietário. No NCPC pode ter fundamento exclusivamente petitório, mesmo sem ser possuidor.

• Endereçados: (Art. 1.049)

Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.

§ 1oOs embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor.

§ 2oEquipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial.

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil AÇÕES RELATIVAS A PROPRIEDADE:

Não há regras especificas processuais da propriedade: As ações fundadas na propriedade tramitam pelo r ordinário. Não há tutela de urgência na propriedade.

A ação fundada na propriedade é chamada de

• Pressupostos: titularidade do domínio, individualização da coisa, posse injusta do reu.

• Imissão de posse: é espécie de reivindicatória utilizada pelo proprietário que nunca teve a posse.Na reivindicatória ele pode ter tido a posse e a perdeu em algum momento.

AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA:

A adjudicação compulsória é a transferência obrigatória (compulsó

comprador de um imóvel celebram um compromisso de venda e compra diversas, negar-se a concluir o negócio

judicial de adjudicação compulsória com a finalidade de obter, através de sentença, a denominada adjudicação, o que substitui a lavratura da escritura

ADJUDICAÇÃO REAL:A adjudicação compulsória envolve regularização de domínio,

fica definido como direito real, sendo oponível a terceiro se celebrado por instrumento público ou particular registro.

Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por

ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.

Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de te

direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre

Não há regras especificas processuais da propriedade: As ações fundadas na propriedade tramitam pelo r . Não há tutela de urgência na propriedade.

A ação fundada na propriedade é chamada de REIVINDICATÓRIA (art. 1228 CC)

titularidade do domínio, individualização da coisa, posse injusta do reu.

é espécie de reivindicatória utilizada pelo proprietário que nunca teve a posse.Na reivindicatória ele pode ter tido a posse e a perdeu em algum momento.

a transferência obrigatória (compulsória) de um bem quando o vendedor e o comprador de um imóvel celebram um compromisso de venda e compra mas alguma das partes, por razões

- lavrar a escritura definitiva - a parte interessada pode ingressar com a finalidade de obter, através de sentença, a denominada lavratura da escritura definitiva.

A adjudicação compulsória envolve regularização de domínio, o direit

fica definido como direito real, sendo oponível a terceiro se celebrado por instrumento público ou particular

Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por

ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de te

direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

Página 5 Não há regras especificas processuais da propriedade: As ações fundadas na propriedade tramitam pelo rito

titularidade do domínio, individualização da coisa, posse injusta do reu.

é espécie de reivindicatória utilizada pelo proprietário que nunca teve a posse.Na

ria) de um bem quando o vendedor e o alguma das partes, por razões a parte interessada pode ingressar com ação com a finalidade de obter, através de sentença, a denominada carta de

o direito do promitente comprador fica definido como direito real, sendo oponível a terceiro se celebrado por instrumento público ou particularlevado a

Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 6 ADJUDICAÇÃO PESSOAL: Se o contrato não for registrado ou se cartório impede o registro, PODE pleitear a adjudicação do art. 466-B do CPC, mesmo que sem o registro.

Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.

Súmula 239 STJ: “O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis”.

ADJUDICAÇÃO REAL ADJUDICAÇÃO PESSOAL

1. Exige registro do contrato

2. Refere-se exclusivamente ao contrato de compra e venda de imóveis

3. Fundado em direito real.

1. Não exige o registro do contrato

2. Aberto a qualquer tipo de contrato preliminar

3. Fundado em direito pessoal.

Se curso do processo o vendedor alienar o imóvel a um terceiro e este registrar, a adjudicação real esta garantida pois o contrato já esta registrado, aquele que não possuir o contrato registrado pode ganhar a ação mas não registrar, pois a garantia é pessoal.

Natureza da sentença proferida: A sentença que acolhe a adjudicação tem natureza CONSTITUTIVA, apesar de advir de inadimplemento do contrato, torna-se constitutiva quando permite que a vontade do juiz substitua a vontade da parte. Ex: Ao invés do réu ser condenado a ir ao cartório e assinar pode levar a sentença, o bem da vida esta materializado na sentença.

ANALISE DA SÚMULA 487:A referida sumula dispõe que “será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada”.

O primeiro legislativo que levou a edição da sumula foi o art. 505 do CC/16:Não obsta a manutenção, ou reintegração na posse, a alegação de domínio, ou de outro direito sobre a coisa. Não se deve, entretanto, julgar a posse em favor daquele a quem evidentemente não pertencer o domínio.

Consagrava-se a plena distinção entre juízo possessório e o petitório, bem como a exceção do domínio.

O artigo inspirou a redação original do art. 923 do CPC: Na pendência do processo possessório é defeso assim ao autor como ao réu intentar a ação de reconhecimento do domínio. Não obsta, porém, à manutenção ou à reintegração na posse a alegação de domínio ou de outro direito sobre a coisa; caso em que a posse será julgada em favor daquele a quem evidentemente pertencer o domínio.

Posteriormente o art. 923 passou a vigorar com a seguinte redação: Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio.

A típica ação de reconhecimento de domínio é usucapião. Impede a propositura autônoma de usucapião (em outro processo). Na contestação pode alegar usucapião (dentro do processo).

A exceção de domínio somente foi revogada no Código Civil em 2002, no art. 1.210:Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Pode intentar ação autônoma reivindicatória (outro processo), a vedação é alegação de domínio dentro do processo.

A EXCEÇÃO DE DOMÍNIO:A alegação de domínio pode ser feita de duas maneira:

1. Pedir que seja entregue a posse pois tem o domínio (reinvindicatoria),

2. Pedir a posse pois a posse é melhor (já tinha) e decorre de justo titulo (propriedade) (possessória).

DISTINÇÃO ENTRE ALEGAÇÃO DE DOMÍNIO E A ALEGAÇÃO DE POSSE ADVINDA DO DOMÍNIO:Atualmente, não se pode alegar domínio como defesa em ação possessória. A alegação de domínio é relevante, mas não para defesa da posse, e sim para justifica-la (a posse) e requerer sua proteção. Quando se alega o domínio para requere a posse a ação será

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 7 petitória e não possessória.

ANALISE DO ACÓRDÃO: Um condômino propôs ação reivindicatória contra o condomínio, alegando que adquiriu duas vagas de garagem e só lhe foi disponibilizada uma, sendo ambas em local indeterminado, ou seja, em área comum. Tendo vencido em Primeira e Segunda Instâncias, o Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao Recurso Especial do condomínio, pois não cabe reivindicatória de vagas em local indeterminado.

• Teoria da asserção: para avaliar as condições da ação é preciso analisar se estão presentes exclusivamente a leitura da inicial. Ex: Vizinho mandou caseiro alterara cerca de lugar e o autor ajuiza ação em face do caseiro, se o autor na inicial diz que o caseiro fez aquilo pois teve orientação do caseiro a parte legitima é quem determinou, o caseiro é mero detentor. Na própria petição do inicial percebe-se a ilegitimidade. A vaga pode ter duas naturezas jurídicas:

1. Unidade autônoma: (art. 1.331, § 1º, do CC) é imóvel autônomo, exige matricula individualizando a vaga (direito real).

• Escritura não gera direito real mas somente a matricula. A escritura gera direito obrigacional entre as partes.

2. Direito Acessória: Vinculada ao apartamento, de uso particular. A vaga é indeterminada, pode ate constar na matricula mas não de forma determinada.

• Não é direito real pois não esta individualizada, é estabelecida na convenção.

• Não se pode obter por usucapião uma vaga indeterminada, que não tem matricula independente. 3. Área comum: quando sua fruição couber a todos os condôminos indistintamente.

Solução adotada: Ajuizaram ação reivindicatória, porem, além de não ser possível reivindicar algo que não existe, as vagas deveriam ter sido determinadas na matricula.

• A reinvidicatoria tem como requisitos: posse injusta do réu, o dominio e a individualização do bem (requisito essencial da reivindicatória).

• Ementa do acórdão: A via da ação reivindicatória não é franqueada àquele que pretende obter direito exclusivo de vaga no estacionamento, quando este, na verdade, configura direito acessório da unidade autônoma ou área de uso comum, uma vez que, nessas hipóteses, inexiste requisito essencial ao seu ajuizamento, qual seja, a individualização do bem reivindicando. No caso em exame, as vagas na garagem encontram-se na área comum do edifício ou são acessórias aos apartamentos, a depender do que regula a convenção do condomínio, o que se torna ainda mais evidente ante a ausência de matrícula autônoma no Registro de Imóveis, descabendo, por isso, o manejo da ação reivindicatória.

Possível solução:

1. Proteção possessória somente quando puder comprovar a posse. 2. Ação deIndenização por perdas e danos contra construtora (mais obvia)

3. Ação de obrigação de fazer (demarcação) contra o condomínio: forçando o condomínio a cumprir direito acessório na convenção (não com base no dominio, mas no direito acessório)

Outros comentários: Ainda que haja condomínio é possível a posse exclusiva de uma pessoa. Sujeito descobriu que o irmão (ambos condôminos de um imóvel) alugou imóvel comum sem o consentimento do outro. Não pode mover despejo contra o locatário do irmão (pois não é parte do contrato de locação), pode mover ação contra o irmão (locador) para ter metade do aluguel do imóvel comum.

Se a situação fosse inversa: (pessoa tem a posse durante anos de 02 vagas, mas ele tem direito a 01 apenas) Se a segunda vaga tem matricula pode pensar em usucapião, se for direito acessório ou área comum deve buscar na convenção um eventual fundamento para incorporar a vaga.

RECURSOS:

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Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 8 Desistência x renúncia: A desistência e a renúncia não alteram a sentença, para efeitos de custas e efeitos fiscais considera-se a decisão.

1. Renúncia:

a. Em 1° grau: é feita ANTES da sentença (Art. 269 CPC), independe da anuência da parte contrária, renuncia-se ao direito em que se funda a ação, há o julgamento do mérito (relativa ao direito material). b. Em sede recursal não é em relação ao pedido, mas também em relação à faculdade de recorrer. A

renúncia ao recurso deve ser apresentada ANTES da interposição deste (da decisão até o termino do prazo para interposição do recurso).

2. Desistência:

a. Em 1º grau: é feita ANTES da sentença (Art. 267 CPC), depende da anuência da parte contraria, não há julgamento do mérito.

b. Em sede recursal independe da parte contraria e é apresentada DEPOIS da interposição do recurso até o seu julgamento.

O tribunal pode deixar de homologar desistência? é possível que o tribunal deixe de homologar a desistência ao se perceber que a finalidade é evitar a criação de um precedente desfavorável.

Os recursos admitidos somente serão aqueles taxativamente previstos na lei. O critério para identificar o recurso a ser manejado é a natureza do ato (art. 162 CPC)

• Sentença é o ato do juiz que implica em alguma das situações previstas no art. 267 e 269 do CPC.

• A definição é feita pelo conteúdo, entretando, o correto é identificar se a sentença pelo efeito que ela produz, isso é enfatizado pelo §3 do art. 475-M do CPC (a decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação) Ex: O pronunciamento que reconhece a prescrição com relação a um dos pedidos é decisão interlocutória, essa decisão não é atacada por apelação, mas sim agravo.

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. § 2oDecisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.

§ 3oSão despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

§ 4oOs atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

Observações:

1. Alguns procedimentos especiais têm duas sentenças. Ex: consignação de pagamento quando houver mais sujeitos. A primeira sentença libera o autor, a segunda determina qual dos réus pode levantar a importância. 2. Quanto ao “Cite-se” alguns entendem como despachos ou entendem com carga decisória: tem conteúdo

decisório, fica subentendido que estão presentes os pressupostos da ação, mas entende-se que não é recorrível pois não há preclusão, pode apresentar argumentos na contestação, se houver nítido conteúdo decisório interponha agravo.

Recurso na forma adesiva:

1. Objetivo:fazer com que a parte se contente a decisão.

2. O recurso adesivo não precisa ser conexo com o principal, basta que ambos sejam sucumbentes, podem recorrer de matérias autônomas.

3. Pode interpor o recurso adesivo mesmo perdendo o prazo do recurso principal?(1:06-1:08)

a. Inadmissivel: Se o principal não for conhecido perde o adesivo, o artigo é norma restritiva não se interpreta de forma mais ampla.

b. Admitido: Não existe proibição expressa, e se esta não existe não pode o interprete criar proibição. Preenchidos os requisitos do art.500 não pode o tribunal deixar de analisar.

Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes

(9)

Dafne Sobral – Resumo de Prática Civil – 3º Bimestre Página 9 A não interposição de embargos gera preclusão na matéria discutida na apelação? (Art. 515) Não haverá preclusão tendo em conta que a apelação devolve toda matéria, ainda que não decidida pelo juiz.

• A omissão é erro in procedendo, matéria de ordem pública, a rigor, o tribunal poderia até de ofício resolver a questão.

Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1oSerão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.

§ 2oQuando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3oNos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.

§ 4oConstatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.

Interposição de apelação ANTES de julgado o embargo de declaração: Parte da doutrina entendia que existia uma tempestividade por antecipação.

• Solução: A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo para propositura dos demais recursos. No momento em que o prazo reabrir deve a parte reinterar a apelação, especialmente se houve modificação de decisão embargada, conforme o caso podendo até mesmo reapresentar novamente, tendo em vista as alterações feitas pela decisão embargada.

Efeito suspensivo da apelação x tutela de urgência:

• Problema: o juiz pode conceder a liminar ou tutela apenas na sentença a favor do autor, entretanto, a interposição de recurso de apelação com efeito suspensivo retira totalmente a eficácia da decisão do juiz de primeiro grau.

• Solução para o magistrado: conceder a tutela de urgência por decisão interlocutória (cujo recurso correspondente é o agravo, que não possui efeito suspensivo).

• Solução criada pelo sistema: Posteriormente surge a tutela antecipada:

Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;

Art. 521. Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no processo; recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta.

"Outra decorrência importante da natureza executiva da ação possessória é a que se relaciona com a eficácia não suspensiva da apelação que ataca a sentença, quando esta ordena a expedição do mandado de tutela da posse. Em se tratando de executiva lato sensu, a discussão que se trava no bojo da ação possessória equivale aos embargos de executado, para os fins do art. 520, no V, do CPC. Daí ensinar Pontes de Miranda que, tanto na ação de manutenção como na de reintegração de posse, não pode incidir a eficácia suspensiva da apelação. Assim como a medida liminar deferida initio litis não se suspende quando o vencido apela da sentença que a confirma, também não pode deixar de cumprir-se o mandado deferido pela sentença final só porque houve apelação. Nesses casos de ação executiva, “não se deve negar o cumprimento da sentença desde logo” e, por isso, “ao receber a apelação, cabe-lhe (isto é, ao juiz) dizer que só a recebe no efeito devolutivo”.

Referências

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