• Nenhum resultado encontrado

Fotografia, a experiência de um cotidiano : o caminho e as flores

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fotografia, a experiência de um cotidiano : o caminho e as flores"

Copied!
86
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO LINCENCITURA EM ARTES VISUAIS

ALBERTO GOMES DO NASCIMENTO

FOTOGRAFIA, A EXPERIÊNCIA DE UM COTIDIANO: O CAMINHO E AS FLORES

PROFESSORA DOUTORA LAURITA RICARDO SALLES

Natal/RN 2017

(2)

ALBERTO GOMES DO NASCIMENTO

FOTOGRAFIA, A EXPERIÊNCIA DE UM COTIDIANO: O CAMINHO E AS FLORES

NATAL/RN DEZ/2017 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC II, APRESENTADO A UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE NORTE, AO DEPARTAMENTO DE ARTES, COMO REQUESITO PARA A OBTENÇÃO DO TITULO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS.

(3)

NATAL (RN) 07 DEZEMBRO DE 20017.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ PROFº ME. ARTUR LUIZ DE SOUZA MACIEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

__________________________________________________ PROFª DRª LAÍS GUARALDO

UNIVERSIIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DONORTE

__________________________________________________ PROFª DRª LAURITA RICARDO SALLES (ORIENTADORA) UNIVERSIIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DONORTE

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada, especialmente:

À Deus, a quem devo minha vida.

A minha família que sempre me apoiou nos estudos e nas escolhas tomadas.

À orientadora

Profª. DRª Laurita Ricardo Salles que teve papel fundamental na elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas do DMP e amigos pelo companheirismo e disponibilidade para me auxiliar

(5)

RESUMO

O TCC apresenta conjunto de fotografias sobre flores silvestres captadas ao longo de caminhadas e trajetórias surgidas entre o Departamento de Artes - DEART/UFRN, DMP - Diretoria de Material e Patrimônio onde o autor trabalha - e a reitoria da UFRN/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte. De caráter reflexivo-prático, envolve também as referencias relativas às questões levantadas pelo conjunto das obras e as reflexões do autor sobre suas próprias obras. São apresentadas questões relativas à linguagem fotográfica propriamente dita de Susan Sontag e François Soulages, à cidade praticada e seus caminhos a partir de Michel de Certeau, sobre o situacionismo e noção de deriva, assim sobre a arte como experiência de Dewey. Por fim, é proposta uma experiência educativa referenciada na abordagem triangular de Ana Mae Barbosa.

Palavras Chaves:

(6)

ABSTRACT

The TCC presents a set of photographs of wild flowers taken along walks and trajectories that have arisen between the Department of Arts - DEART / UFRN, DMP - Directorate of Material and Heritage where the author works - and the rectory of UFRN / Federal University of Rio Grande From north. Of a reflective-practical nature, it also involves the references concerning the questions raised by the set of works and the reflections of the author on his own works. It presents questions related to the photographic language proper of Susan Sontag and François Soulages, to the city practiced and its ways from Michel de Certeau, on the situationism and notion of drift, as well as on art as Dewey's experience. Finally, an educational experience is proposed, referenced in the triangular approach of Ana Mae Barbosa.

Keywords:

(7)

SUMÀRIO

1. Apresentação ………... 07

2. Mapa Geral - Caminho – DEART / DMP / Reitoria ……….. 09

2.1 Fotos: 1º Caminho - DEART / DMP………... 10

2.2 Fotos: 2º Caminhop - DEART / DMP – Frente da capela………. 17

2.3 Fotos: 3º Caminho - Reitoria / DMP……….. 23

3. O Caminho e os Trajetos……… 27

4. Fotos das Flores Silvestres……… 29

5. Da Fotografia, Minha Experiência: Diário de Bordo……… 66

5.1 Referencias da Fotografia: Susan Sontag, François Soulages, Arlindo Machado……….. 69

6. Das derivas e dos Caminhos ……… 74

7. Proposta Pedagógica ………. 78

7.1 Fotógrafos para Referencias dos Alunos: Henri Cartier-Bresson, Edward Steichen, Cristinano Mascaro... 81

7.2 Fotos da Aula………. 82

8. Conclusão... 83

(8)

1. Apresentação

Esse trabalho trata da experiência do cotidiano entre o caminho do DEART – Departamento de Artes ao local de trabalho DPM - Diretoria de Material e Patrimônio - UFRN, próximo da capela do campus. Os trabalhadores mensalmente fazem a limpeza do local.

As fotografias capturadas neste espaço aberto são de flores silvestres, pequeninas flores singelas em cores variadas, que se misturam ao capim, mas que, a meu ver, parecem orquídeas na imagem fotográfica.

As pequenas flores me encantam; atraem o olhar pela suavidade, úmidas pelo orvalho da noite anterior, na manhã banhadas pelo sol; o ar puro do ambiente, tudo favorece ao clima harmônico e de paz que se contrapõe à correria do dia a dia; some meu estado interior frívolo, onde quase sempre me encontro e passo a desfrutar de um aconchego e calmaria.

Venho do estado de turbulência diária, quando me deparo e fixo meu olhar nestas pequeninas flores silvestres, que me transportam a outra dimensão. Em uma serenidade plena de luz, em meio aos reflexos aos raios do sol que pela manhã me banham nesse pequeno universo, vivencio o horário que costumo lá estar, das 07h30 a 08h00 quando vou para o trabalho.

Descobri ao percorrer tal caminho o universo das coisas mínimas, através da beleza das pequeninas flores silvestres. A minha alma é preenchida de encantamento por este universo mínimo! Mínimo só no tamanho por serem pequeninas as flores, porém grandiosas pelo encanto que me atrai e me transporta a um estado de mansidão e completo abandono. Ao fotografar, meu corpo toma posições e faço alguns movimentos, como se realizasse uma dança por entre as flores; fico também a pensar que estou fazendo pequenos passos de base1, relacionado às Artes Maciais. Há uma simbiose n troca de devaneios e contemplação.

(9)

8

O registro das fotografias foi inevitável para se guardar como experiências de memórias de um tempo que vivi em meio à turbulência diária, este tempo de descobertas de um universo mínimo e descartado: estas pequenas flores silvestres, a que ninguém dá importância. Durante três meses percorri este caminho em busca de flores variadas para compor a minha história acadêmica e que se tornou um marco e situação de grande importância para mim por me envolver a este pequeno universo. Assim, me propus a compor este TCC II em uma linguagem poética de encantamento e contemplação que dê conta do que vivi.

(10)

2. Mapa Geral - Caminho – DEART / DMP / Reitoria

3º CAMINHO

2º CAMINHO

1º CAMINHO ESTES FORAM MEUS CAMINHOS E

(11)

10

(12)

Entrada pelo DEART – em direção a capela da UFRN.

(13)

12

(14)
(15)

14

(16)
(17)

16

(18)

2.2 Fotos: 2º Caminho - DEART / DMP – Frente da Capela

(19)

18

(20)
(21)

20

Chegando ao topo da Capela do Campus - uma visão parcial de cima, do lado direito, a continuar o caminho do mesmo lado.

(22)
(23)

22

(24)

2.3 Fotos: 3º Caminho - Reitoria / DMP

(25)

24

(26)
(27)

26

(28)

3. O Caminho e os Trajetos

Há três caminhos fixos. Mas há os chamados que me levam a ir até eles. Muitas vezes há pequenos desvios, porque o motivo me chama. E alguns motivos deixaram de existir. Retorno o caminho e continuo, a cada dia descubro as flores em lugares diferentes, próximos. Elas vão me guiando e fazendo o chamado diário: essa correspondência do interior para com o reflexo que há no exterior.

Esse trajeto vai tendo percalços, altos e baixos, chamados e pequenos desvios. Esse encontro que se define pela junção de melhor produzir as fotografias em diferentes focos; então há um caminho especifico para cada dia. Diferentes caminhos, mas que convergem a um determinado ponto de chegada, uma situação de experiência alargada onde acontece o disparo fotográfico, e o encontro entre a imagem real, a imagem capturada na câmera fotográfica e o motivo escolhido em relação a melhor focalização, o melhor ângulo, luz e cores e forma. Encontro flores de varias espécie nestes caminhos.

A atmosfera amena dessas manhãs e dessas experiências fotográficas, é de fato uma realidade recortada: chega-se a um ponto convergente na satisfação geral; porém, há uma preocupação relacionada ao decorrer do tempo e das horas. Então, há dois momentos, aquele onde me encontro na correria a caminho para chegar logo ao meu lugar de destino e, de outro, há também o chamado: as paradas onde me lanço pela atração do olhar em volta das pequenas flores silvestres. Vou ao encontro delas, da beleza que me encanta, da calmaria e, na palidez delas me aconchego nos afagos que me envolvem estas pequenas flores; elas conseguem me envolver e me lançam a outra dimensão, em um o campo matutino de imagens translúcidas, traço pequenos fragmentos, recortados em momentos do tempo de vida, nessa passagem pelo caminho das flores silvestres. Quando chego ao meu destino, volto-me à realidade de outro cotidiano, mas, satisfeito, recém-chegado do caminho percorrido, após mais uma etapa realizada, com as fotografias que confiro após a chegada; nesse momento estabeleço diálogos, elogios, e neste patamar há a absorção das belas fotos; então, na maioria das vezes, o meu intimo torna-se agradecido.

(29)

28

Em alguns desses caminhos havia flores belíssimas as quais não me arrisquei alcançar, por temer as dificuldades. Há sempre também a possibilidade de voltar a passar nestes caminhos em tempos diversos e, novamente, achar flores belas que renasceram.

A beleza das flores pequenas tem vida breve, então a possibilidade do encontro é passageiro. Podem estar ali uma semana e, na outra, não. Depende da resposta da natureza, de como encontra-las novamente. Mas são as mesmas espécies a renascer.

Só posso encontra-las nos caminhos, quando saio da minha moldura viva e me lanço novamente à busca dessas pequeninas e belíssimas flores silvestres.

(30)
(31)
(32)
(33)
(34)
(35)
(36)
(37)
(38)
(39)
(40)
(41)
(42)
(43)
(44)
(45)
(46)
(47)
(48)
(49)
(50)
(51)
(52)
(53)
(54)
(55)
(56)
(57)
(58)
(59)
(60)
(61)
(62)
(63)
(64)
(65)
(66)
(67)

66

5. Da Fotografia

Minha experiência: Diário de bordo

A fotografia nos revela um mundo novo através da ótica de uma câmera. Que mundo novo é esse? Como se dá esse mundo novo?

A câmara fotográfica é o dispositivo que o fotografo utiliza para realizar a ação de fotografar. Esse dispositivo seleciona, secciona e recorta um motivo de interesse do fotógrafo. Uma emoção, um chamado, o que me atraiu? Seria a beleza? O que foi além da beleza? Não somente a beleza, mas o tamanho? O valor mimético? O universo mínimo existente nessas pequenas flores? Além da beleza, do tamanho, do formato, da cor, da luz atmosférica, a luz natural naquele momento das manhãs, é essa calmaria que elas me reportam que me faz fotografá-las. Elas rebatem em mim um estado d’alma que me retira de um mundo frívolo e agitado de compromissos.

Fotografar envolve algo que vem do interno, o interior do fotógrafo, o que acontece primeiramente dentro de mim, de dentro para fora e não de fora para dentro. Há um encontro: A pessoa que captura a imagem, a câmera – dispositivo móvel, o motivo escolhido, o foco de interesse, e realizações dos desejos incontidos, espelha-se nesta comunhão, de um resultado gerado nesta somatória; esse conjunto de elementos forma a fotografia.

No mundo individual das pessoas, elas estão enquadradas como molduras vivas.

Há o ―Mito da Caverna‖, que Marilena Chauí interpreta em seu livro (CHAUÍ: Convite à filosofia, 1999) e Sontag discorre um capitulo ―Na Caverna com Platão‖ em seu livro (SONTAG: Sobre a Fotografia, 2008).

Examinando o texto da Marilena Chauí e de Sontag. Argumento que as pessoas estando enquadradas em suas molduras vivas, elas não abrem o leque para novas visões.

(68)

A fotografia pode ajudar as pessoas a sair de suas molduras vivas. Porque elas se lançam. Como elas se lançam? Elas saem da mesmice de seu cotidiano, para um novo? Que novo?

A máquina fotográfica exige que o fotógrafo se dirija ao mundo. Ao encontro das coisas que o atraem e possa ele subtrair da vida real algo que não lhes pertence, excitando, assim, o desejo de posse daquilo que não podem ter consigo materialmente em sua totalidade, mas que, através de imagens múltiplas, conseguem capturar do real para o imaginário; do desejo a brotar em si mesmo, à fotografia das experiências a caminhos múltiplos.

A busca de retratos miméticos de vidas que passam e que o presente revela como registros fotográficos (no caso, das flores pequeninas), nos conduz de forma concreta por essas ramificações das flores silvestres quando elas rasteiramente se enroscam umas com as outras, formando como que uma teia em sua superfície; se as folhas encobrem seu ramos, vemos em algumas das fotos um segredo misterioso dentro dessas ramagens a esconder sua raiz oferecendo uma proteção à parte que fica fincada no capim; a raiz das ramagens das flores silvestres, se assemelham ao nosso modo de viver as experiências do cotidiano de nossas vidas.

Como se processa essa semelhança? O que tem a ver o universo vegetal mínimo das flores, suas ramagens semelhantes à experiência de vida do ser humano - e o fotógrafo? No caso, através dessa experiência mimética explorada das flores silvestres?

Estão no presente e há que procurar o que fotografar. Pedaços estes que a pessoa tem em suas mãos e que se revelam como um poder e posse.

Estavam no mundo e ao captar para si este recorte do mundo seccionado numa foto, este pode se levar consigo. Você o guarda. E essa guarda a torna um tesouro. E fica guardado como um presente que não está mais assim, pois houve mudanças no tempo e no espaço. Mas aquele instante, então no presente, é relembrado através do meio fotográfico, como suas memórias.

E estas voltam à tona e fazem o fotógrafo relembrar, momentos, instantes registrados pela máquina fotográfica, os encontros entre o universo exterior e a emoção que causou no fotógrafo.

(69)

68

O momento da foto tira o fotógrafo do fluxo normal da vida para um momento de afago, onde se banha com o motivo e mergulha nessa simbiose do eu com o mundo.

Quando há este mergulho - acontece uma profundidade; o fotógrafo entra em estado de êxtase; você e a imagem se unem, é um conjunto que te faz e que você se compraz. É um prazer de se doar inteiramente a fotografar; esse exercício de resultado satisfatório de imagens. A produção dessas imagens fotográficas registradas me aguça os sentidos e a respiração fica mais ofegante por amor a beleza e ao encantar-me estas pequenas flores silvestres.

A experiência do ato de fotografar estas flores, esse universo descartado, confere à minha alma uma experiência intensa. É uma intensidade do mundo. Este aparato me proporciona uma potencialização física, emocional e espiritual. Muitas vezes a respiração fica ofegante, há situações que exigem de mim movimentos de dança para não pisar nas flores, relembrando posições de base de artes marciais.

A fotografia exige enquadrar, escolher um ponto de vista, o que leva a esta dança em torno do motivo, no caso, por entre as flores, à procura de um ponto de vista especifico.

As fotos são pequenas. As fotos das flores as retiram de seu universo mínimo e as transportam para um universo maior. Elas vêm para o mundo macro, tornam-se objetos (impressas nas páginas) em um álbum, tal como Sontag diz na p.13, ―...uma antologia de imagens‖. A ampliação que a fotografia permite dá uma importância inesperada às pequenas flores. Elas são retiradas do cotidiano, onde permaneciam despercebidas, para uma manifestação onde se apresentam com mais veemência. Colocadas em evidência, elas solicitam o olhar, nos atraem e nos invadem.

(70)

5.1 Referências Da Fotografia: Susan Sontag, François Soulages, Arlindo Machado.

Susan Sontag faz uma metáfora sobre o mito da caverna para discorrer sobre a fotografia em seu texto Na caverna de Platão (SONTAG: 2008, p.12) Ela compara o mito da caverna de Platão com o mundo das imagens que cercam o homem, não sendo estas imagens da verdade, mas uma representação. As imagens fotográficas e as imagens artesanais têm códigos diferentes. Além do mais as imagens fotográficas estão em muito maior quantidade disponíveis a nosso olhar. Há muito mais imagens a nossa volta que solicitam nossa atenção. Este novo código amplia nossa possibilidade de visão e constitui uma gramatica e uma ética do olhar.

O inventário teve inicio em 1839, e desde então, praticamente tudo foi fotografado, ou pelo menos assim parece. Essa insaciabilidade do olho que fotografa altera as condições do confinamento na caverna: o nosso mundo. Ao ensinar um novo código visual, as fotos modificam e ampliam nossas ideias sobre o que vale a pena olhar e sobre o que temos o direito de observar. (Sontag , 2008, p. 13 ).

O mais extraordinário da fotografia é a possibilidade que nos dá de reunir esta quantidade enorme de imagens agora disponíveis como antologia de imagens. A fotografia, por ser um objeto 2 torna o mundo colecionável e transportável. ―As fotos são, experiência capturada, e a câmera é o braço ideal da consciência, em sua disposição aquisitiva... Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada‖ (SONTAG: 2008 p. 14).

O texto impresso assim como as imagens artesanais do mundo (pintura, desenho) interpreta o mundo e a foto parece oferecer uma miniatura do mundo diz a autora (SONTAG: 2008 p. 15). ― As fotos são reduzidas, ampliadas, recortadas, retocadas,

2

(71)

70

etc‖., lembra. ―As fotos fornecem testemunhos‖, aponta (SONTAG: 2008 p. 16) Certamente as flores que fotografei são testemunhos dos momentos de encontro que vivi e meu testemunho perante a beleza delas.

Através do nosso olhar, com o auxílio da câmera obtemos a percepção de observação dos fatos em plano bidimensional; verifica-se a constância de três elementos: a perspectiva de uma profundidade; e os planos diversos o intermediário e o primeiro plano, coisa que na realidade tangível não se consegue absorver no instante do momento presente.

Na imagem há detalhes a serem mais bem observados em miniaturas de pequenas realidades, das quais tomamos posse, a foto.

A coleção de fotografias de álbum de família, memórias do passado e do presente, são etapas da vida que ficam lado a lado pelo ato de fotografar e registrar momentos, em imagens, catálogos, álbuns e molduras etc.

As fotos nos direcionam a uma linguagem visual, condicionados a códigos que através da câmera, a percepção torna plausível, a luz, os objetos que fazem parte do conjunto de uma imagem capturada, a atmosfera no caso de fotografias ao ar livre, as cores, o ângulo. Os códigos visuais na imagem fotográfica nos dão o direito de possuir impressos revelados.

Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada. Significa pôs a si mesmo em determinada relação com o mundo, semelhante ao conhecimento – e, portanto, ao poder. Supõe-se que uma queda primordial – e malvista, hoje em dia – na alienação, a saber, acostumar as pessoas a resumir o mundo na forma de palavras impressas, tenha engendrado aquele excedente de energia, tenha engendrado aquele excedente de energia faústica e de dano psíquico necessário para construir as modernas sociedades inorgânicas (Sontag, 2008, p 14).

Apropriar-se das imagens nos condiciona a um momento de poder, indicado pela posse concreta da foto revelada em nossas mãos; porém, o que está sendo fotografado não pertence a nós, e sim ao motivo, que é lembrado.

(72)

A autora compara a importância da imagem em relação à imprensa escrita, ―a imprensa parece uma forma menos traiçoeira de dissolver o mundo, de transformá-lo em um objeto mental‖ e continua sua argumentação dizendo que a impressa escrita interpreta os fatos e não os mostra, porém as imagens trazem pedaços dele. ―as imagens fotográficas, que fornecem a maior parte do conhecimento que se possui acerca do aspecto do passado e do alcance do presente‖ (SONTAG, 2008, p.14).

Sontag declara ainda que ―O que se está escrito sobre uma pessoa ou um fato é declaradamente, uma interpretação,‖ e assim, ―as manifestações visuais feitas à mão. Como pinturas e desenhos‖ (SONTAG, 2008, p.14). Ela relaciona as pinturas e os desenhos, como uma manifestação visual, e ver a imagem como o próprio “mundo‖ representado em fotos, considerando as imagens, estas mais reais como prova dos vários momentos vividos. A câmera, o fotógrafo, a imagem elementos esses indispensáveis, para realização de uma construção de ideias um tema.

Sontag na p. 18 afirma ainda que a invenção da câmera fotográfica e sua propagação industrial dá condição de acessibilidade a qualquer pessoa obter uma câmera fotográfica de bolso, e ampliar sua visão a respeito deste novo instrumento. No inicio só alguns grupos ou pessoas sabiam usar a máquina e sua obtenção era para pessoas e um poder a poder aquisitivo financeiro maior.

Soulages afirma que uma estética da fotografia aborda a relação entre o real e a foto, mais especificamente o objeto fotografado (SOULAGES, 2001, p.119). Diz que o objeto a ser fotografado tem o status da coisa em si, isto é absoluto, incognoscível. Ele lembra que o homem se encontra com fenômenos e este encontro é um encontro de um fenômeno particular com um homem particular. Para este encontro depende-se de um aparato, no caso a máquina ou a uma câmera. Um negativo é criado e deste uma foto. A foto é uma coisa nova em si mesma -, a qual por sua vez, é recebida como um novo fenômeno recebido por outro homem particular. Portanto o real é infotografável e constitui, para Soulages, em um dos fundamentos da estética da fotografia.

A fotograficidade é a singularidade do ato fotográfico, Designam as condições de produção da fotografia, os meios pelo qual a fotografia é elaborada. Aponta a relação entre a matriz e o produto da imagem fotografada, com inúmeras possibilidades

(73)

72

determinadas. Lembra o autor, a partir da abordagem materialista, que o corte ou enquadramento é significativo no ato fotográfico. (Soulages, 2001,p.119).

O ato fotográfico é irreversível, aponta Soulages na p.120. E o trabalho subsequente de tratamento da foto (tamanho, resolução da imagem, tratamento de luz e cor, etc) é inacabável, ou seja, proporciona múltiplas ações e escolhas do fotografo. A fotograficidade articula o irreversível ao inacabável. Desta maneira, garante o autor, a fotografia articula a perda e o resto. (SOULAGES, 2001, p. 121).

Lembra que qualquer foto é foto de algo, articulando o infotografável (o objeto fotografado) e a fotograficidade, o que é passível de ser fotografado. E, por fim e ao mesmo tempo, o fotógrafo.

Arlindo Machado e Susan Sontag apontam o fato da fotografia manter um índice (terminologia de Machado) ou um vestígio do real.Diz Machado:

―Se a fixação da informação luminosa na película gelatinosa é tomada como princípio do processo fotográfico, é de supor que em toda fotografia deve intervir uma verdade originaria, pois é o próprio objeto focalizado que ―imprime‖ seus sinais nos grãos de prata do negativo‖ (MACHADO: 2015 p.38)

Já Susan Sontag fala sobre a fotografia como vestígio:

―... antes de mais nada, uma fotografia é não só uma imagem (como o é a pintura), uma interpretação do real — mas também um vestígio, diretamente calcado sobre o real, como uma pegada ou uma máscara fúnebre. Enquanto um quadro, mesmo aquele que está conforme os padrões fotográficos da verossimilhança, nunca é mais que uma forma de interpretação, a fotografia nunca é menos que o registro de uma emanação (ondas de luz refletidas por objetos) — vestígio material do tema fotografado, a tal ponto que quadro algum se lhe pode comparar (SONTAG: 2008, p.170).

(74)

Sontag também aborda o fato de que as fotos são colecionáveis nos permitindo ter a ―sensação de reter o mundo em nossa cabeça- como uma antologia de imagens‖ (SONTAG, 2008, p. 13).

Podemos então voltar as nossas fotografias das flores. Aqui estão presentes como uma coleção ou acervo de fotos; posso dizer que fiz uma antologia das flores da UFRN.

Sontag também diz que: ―As fotos, que brincam com a escala do mundo, são também reduzidas, ampliadas, recortadas, retocadas, adaptadas, adulteradas... são reproduzidas... são afixadas em álbuns, emolduradas e expostas em mesas, pregadas em paredes, projetadas como diapositivos...‖(SONTAG, 2008, p. 15).

Tudo isso fiz ou farei com minhas fotos , fornecendo testemunho , como lembra Sontag, á pagina 16 do mesmo texto: ― uma foto equivale a uma prova incontestável de que alguma coisa aconteceu‖, pois elas atestam a existência de cada flor fotografada. Porém, também lembra a autora:

―Ao decidir que aspecto deveria ter uma imagem, ao preferir uma exposição a outra, os fotógrafos sempre impõem padrões a seus temas. Embora em certo sentido a câmera de fato, capture a realidade, e não apenas a interprete, as fotos são uma interpretação do mundo.... (SONTAG, 2008, p. 17).

Ao reunir as fotos de diferentes flores neste álbum, eu estabeleci um conjunto que as relaciona ao meu cotidiano e a minha experiência. Elas, reunidas, estão articuladas por algo em comum. Elas se entrelaçam se juntam, se têm umas às outras nessas ramagens que as unem. Não são as flores propriamente ditas, mas representações de algo delas; um vestígio e testemunho permanece para sempre neste conjunto. E como conjunto em si constitui algo que não existia na natureza, mas agora, coexistem através de uma articulação criada pela minha experiência e pela disposição num caderno de artista, na forma de livro e como

(75)

74

possibilidade expositiva. Ver as fotos em conjunto apresenta o vestígio das flores como uma articulação poética criada por minha ação e desejo.

Finalmente, Sontag nos faz ver que a foto, depois do ato fotográfico ainda existirá, ―conferindo ao evento uma espécie de imortalidade e de importância que de outro modo ele jamais desfrutaria‖ (SONTAG, 2008, p. 23). Certamente as flores que fotografei estariam esquecidas se não houvesse o registro fotográfico delas. Porém, quando as reuni num álbum são todas vistas praticamente de uma vez; este cria uma sequencia de leitura e de apresentação comum.

6. Das derivas e dos caminhos

Certamente os caminhos aqui apresentados foram determinados pelos locais de saída e chegada para o trabalho, porém seus trajetos foram sendo construídos pela deriva e pelas escolhas referentes à maior existência de flores e às determinações para a chegada ao destino. Nesse sentido estes caminhos são resultantes de uma ―cidade habitada‖ (CERTEAU,1998, p. 171).

Os caminhos começam ao ―rés do chão, com passos‖(CERTEAU,1998, p. 176),onde:

―... os jogos dos passos moldam espaços. Tecem os lugares. Sob esse ponto de vista, as motricidades dos pedestres formam um desses ―sistemas reais cuja existência faz efetivamente a cidade‖, mas ―não tem nenhum receptáculo físico‖. Elas não se localizam, mas elas que especializam.‖( CERTEAU:1998, p. 176)

―O ato de caminhar parece, portanto, encontrar uma primeira definição como espaço de enunciação‖, afirma Certeau (CERTEAU: 1998 p. 177). Segundo Certeau, é como a fala perante a língua. Aprendi com ele que é como uma demarcação vivida do espaço. Diz o autor que há vários caminhos possíveis latentes em um determinado espaço, sendo alguns atualizados pelo

(76)

34caminhante. ―Deste modo, ele tanto as faz ser como aparecer. Mas também as desloca e inventa outras, pois as idas e as

vindas, as variações ou as improvisações da caminhada privilegiam, mudam ou deixam de lado elementos espaciais ‖ ( CERTEAU,1998, p. 178), o que minha experiência com minhas caminhadas na UFRN neste TCC são a concretização.

Tal como Certeau diz, quando caminho defino meu espaço pois como diz Certeau ( CERTEAU:1998, p. 179) trata-se de uma ‖arte de moldar percursos‖ . Afinal, diz Certeau, o uso e o caminho de cada um, definem um estilo. Caminhar ―conota um singular. O uso define o fenômeno...‖ (CERTEAU, 1998 p. 179).

Certeau define duas figuras de estilo: sinédoque³ e assíndeto4. Interessou-nos particularmente a segunda, que segundo o autor na caminhada ―seleciona e fragmenta o espaço percorrido; ela salta suas ligações e partes inteiras que omite.‖ (CERTEAU, 1998, p. 181). Também as minhas caminhadas definiram seleções, porque em minha trajetória para o trabalho a existência de flores no espaço determinou escolhas de caminhos durante o período deste TCC. Foi o uso e a experiência que moldaram os três caminhos apontados neste TCC e, em cada um deles a emergência das flores era intermitente e, quando ocorriam, era um fenômeno de maravilhamento. Como diz o autor ―o espaço assim tratado e alterado pelas práticas se transforma em singularidades aumentada em ilhotas separadas‖. E, ainda: ... por elisão, cria um ―menos‖, abre ausências no continuum espacial e dele só retém pedaços escolhidos, até restos‖.

Porém em certo sentido, a primeira figura de estilo, a sinédoque, apontada por Certeau pode ser útil para compreender meus atos de fotografar: ―substitui as totalidades por fragmentos‖ um menos em lugar de um mais... ―uma densifica, amplifica, o detalhe e miniaturiza o conjunto‖. (CERTEAU, 1998 p. 181).

As minhas caminhadas sempre tinham e tem uma trajetória de inicio e destino definida, porém, posso dizer que a busca pelas flores definia pequenas derivas e descobertas no sentido dos situacionistas que, segundo Jacques compreendiam que ―a

3

A sinédoque é uma figura de linguagem, similar à metonímia e, às vezes, considerada apenas uma variação desta. Consiste na atribuição da parte pelo todo (pars pro toto), ou do todo pela parte (totum pro parte): "Moscou caiu às mãos dos alemães",

4 Assíndeto é uma figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, aquelas separadas por vírgulas. Ex: “Vim, vi, venci.” (Júlio César).

(77)

76

deriva é uma técnica de um andar sem rumo. Ela mistura a influência do cenário.‖ (JACQUES, 2003, p.2) , e, parafraseando os autores: ―todas as flores são belas‖, pois eu me desviava dos caminhos mais rápidos para meu destino, para encontra-las.

Eu me desviava dos caminhos para ter uma experiência. Dewey comenta que a experiência é singular com começo, meio e fim, ―porque a vida não é uma marcha e nem tão pouco um fluxo ininterrupto‖ (DEWEY: 2010 p.110); há histórias diversas com enredo próprio, com um inicio e movimento para um fim, um ritmo particular em qualidade e individualização, e não por uma progressão indiferenciada.

―A experiência, nesse sentido, vital, define-se pelas situações e episódios que nos referimos espontaneamente como experiências reais‖ – aquelas coisas que dizemos, ao recordá-las: ―isso é que foi experiência‖ (DEWEY, 2010 p.110)... ―A experiência singular tem uma unidade que lhe confere seu nome‖-.... A existência dessa unidade é constituída por uma qualidade impar que perpassa a experiência inteira, a despeito da variação das partes que a compõem.

Relembrando minhas palavras no inicio deste texto, onde relato que ao caminhar, mudava em direção a um ponto de chegada ao encontrar ―uma situação de experiência alargada para um disparo fotográfico‖, verifico que se trata desta experiência singular que fala Dewey, destacando-se daquelas do fluxo normal do cotidiano.

Quando faço o disparo, enquadro e posteriormente corto a foto colocando a flor em uma escala amplificada posso dizer que, segundo Dewey, que da experiência singular passei a uma percepção estética. O dispositivo fotográfico me permite ―moldar e remoldar‖ a imagem, como afirma Dewey, ―fazer chegar a um fim, quando o seu resultado é vivenciado como bom‖ - e essa experiência não vem por um mero julgamento intelectual e externo, mas na percepção direta...a expressão é emocional e guiada por um propósito‖ (DEWEY, 2010, p.130,131).

Porém, para atingir o expectador, uma obra de arte, no caso, minhas fotos exigem que o desenvolvimento de uma experiência seja controlado, em referencia a essas relações diretamente sentidas, de ordem e realização, para que esta experiência possa alcançar uma natureza predominantemente estética‖ (DEWEY: 2010, p. 131).Pela minha vivencia neste TCC, o

(78)

que me impulsionou a encontrar as flores, foi a percepção do que elas puderam gerar em mim, em consequência disso, houve o ato de fotografar, e nisso elas se tornaram propulsoras de uma ação estética.

Percebo então que fazer este TCC remete-me as condições do artista tão bem expressas por Dewey:

―... o artista é alguém não apenas especialmente dotado de poderes de execução, mas também de uma sensibilidade inusitada às qualidades das coisas. Essa sensibilidade também orienta seus atos e criações‖ (DEWEY: 2010, p.130). Porém, a fotografia será vista por alguém, por isso ‖o artista ao trabalhar incorpora em si a atitude do espectador‖ (DEWEY: 2010, p.128) .

Concluo que a minha experiência é como uma teia em que há uma interligação entre os caminhos vivenciados à busca de flores silvestres, que se entrelaçam em suas ramagens e personificam metaforicamente minha experiência. Ainda citando Dewey: Para que a habilidade seja artística, ela precisa ser ―amorosa‖; precisa importar-se profundamente com o tema sobre o qual a habilidade é exercida (DEWEY, 2010 p.128).

(79)

78

7. Proposta Pedagógica

Plano de Aula Objetivos

Apresentar princípios da fotografia utilizando conceitos de composição fotográfica;

Ajudar aos estudantes a perceberem a utilidade desses conceitos na técnica de fotografia;

Ajudá-los a aplicar o conceito em um exercício e promover uma análise crítica das peças produzidas.

Público Alvo Funcionários do DMP O que foi usado

Vídeos explicativos, texto e celulares etc. Duração

3 ciclos: aula introdutória (2horas, 29.11.2017) fotografia livre (4 horas 1.12.2017) e análise do trabalho ( 2 horas 1.12.2017) Assunto tratado

I. Introdução teoria II. Debate

(80)

III. O que é composição fotográfica?

É a organização dos elementos que vão compor a fotografia, feitos de acordo com a intenção do fotográfico pelo uso do posicionamento dos elementos, angulação da câmera, uso da iluminação, e outras técnicas.

Podem-se utilizar algumas orientações para compor imagens agradáveis a maioria dos leitores, tais como: simplicidade, equilíbrio, enquadramento, regra dos terços, linhas. Essas guias não são leis absolutas e normalmente encontramos várias dessas orientações numa mesma fotografia.

a) Simplicidade

Para uma composição simples da fotografia não existe uma regra fixa, porém é necessário que o autor selecione o(s) elemento(s) do(s) qual(is) quer destacar. Utilizando diferentes meios para dar mais ênfase a determinado elemento comparado aos outros da mesma fotografia. Um exemplo é diferenciar um objeto pela cor, maior tamanho comparado aos outros elementos, etc.

b) Enquadramento C) Regras dos terços

A regra dos terços seria o traçado de duas linhas verticais e duas linhas horizontais igualmente separadas, forma parecida ao ―jogo da velha‖, dividindo a imagem em nove espaços iguais. Nessa forma podemos ver quatro interseções de linhas próximo ao centro da imagem. Esses pontos de interseção são onde os leitores fitam seus olhos inicialmente antes de ler o restante da imagem.

d) Linhas

Em uma imagem podemos encontrar linhas que fazem parte dos objetos retratados que, se forem intencionalmente utilizadas, podem comunicar uma sensação de movimento e destacar elementos da foto. Essas linhas podem ter diferentes formatos como linha reta, linha em ‖S‖, em forma de caracol e a repetição de muitas linhas para destacar alguma área da foto.

(81)

80

Relatório

A aula foi ministrada no DMP- Diretoria de Material e Patrimônio aos funcionários na sala do setor de Pós Compra; meu público alvo são pessoas que trabalham comigo colegas trabalho, a atividade apresentada foi uma aula sobre Composição Fotográfica, em que utilizei um vídeo do YouTube sobre: ―composição: guia básico para surpreender com suas fotografias‖. Explanei sobre conceito da composição bem como a regras dos terços, solicitei que fizessem algumas fotografias e observando as regras dos terços. Eles tiveram um dia para fotografar e analisaremos os resultados ao final.

Reflexões sobre abordagem triangular do ensino da arte, por Ana Mae Barbosa. E a aula ministrada: Composição Fotográfica

Com relação à aula e as reflexões de Ana Mae Barbosa na p.337, ―postula a construção do conhecimento em arte com o cruzamento entre experimentação, codificação e informação‖. E Ana Mae Barbosa propõe na abordagem de três ações básicas que executamos quando relacionamos com arte, são elas: ―Fazer arte, contextualizar e ler as obras de arte‖, nesse sentindo quando peço para que leia um pequeno texto o aluno esteja se informando a respeito do tema, no caso, a fotografia e, depois peço para que fotografe algo de seu interesse, eles estão praticando o que leram, depois peço que identifiquem elementos estudados nas fotografias que tiraram, eles estão fazendo análise crítica das fotos.

Ana Mae Barbosa sistematizava uma postura transdisciplinar como abordagem para a construção de conhecimento em arte; articular e não disciplinar, os três âmbitos e ações: ler, contextualizar e fazer. (Barosa,2008, p.343)

(82)

7.1 Fotógrafos para Referencias dos Alunos: Henri Cartier-Bresson, Edward Steichen, Cristinano Mascaro.

FRANCE. O departmento de Var. Hyères. 1932 Henri Cartier-Bresson

Edward Steichen , Rosas pesadas, Voulangis, França, 1914

(83)

82

7.2 Fotos da Aula

(84)

8. Conclusão

As flores os caminhos e as escolhas diárias de vida, as quais trilhei à procura de flores variadas silvestres, levaram-me a andar em deriva, encontrando os caminhos e demarcando o espaço percurso o qual não mais esqueço. Com uma câmera na mão ou um celular e sempre em busca de focar uma flor um ângulo, para alcançar uma cor e foto perfeita que pudesse melhor ser visualizada.

Ao examinar essas fotos observando vários detalhes, tantos disparos e ângulos preferidos vejo a cor, iluminação, enquadramento e, posteriormente, o corte da foto, colocando a flor em uma escala amplificada; posso dizer que, segundo Dewey, que da experiência singular passei a uma percepção estética.

Os caminhos foram três, mas que em experiências várias se multiplicam e se assemelham a diversos outros parecidos que já percorri e onde também encontrei tantas outras flores iguais ou não; o que marcou profundamente ainda mais essa experiência. A minha vivencia neste TCC, o que me impulsionou a encontrar as flores, foi à percepção do que elas puderam gerar em mim, em consequência disso, houve o ato de fotografar, e nisso elas se tornaram propulsoras de uma ação estética.

Assim as flores designaram caminhos, e lembrando a semelhança vegetativa de como é processada e são vivenciadas as flores com as nossas vidas; apesar de serem diferentes em cores, formas e tamanhos suas ramagens são juntas; há uma interligação entre elas, evidenciado que não só existem nesses caminhos em especifico, mas que estão em todos os lugares. Pude observar semelhança com as nossas vidas, pois nós também passamos por muitos caminhos; deparamos-nos, marcamos vários outros caminhos que se entrecruzam.

Essa minha experiência é como uma teia em que há uma interligação entre os caminhos vivenciados à busca de flores silvestres, que se entrelaçam em suas ramagens e personificam metaforicamente minha experiência.

(85)

84

Referências

ARCOVERDE, Leo. De volta a técnica fotográfica: Composição. Disponível em:< http://plugcitarios.com/2012/07/04/de-volta-a-tecnica-fotografica-composicao/>. Acesso em: 28 nov. 2017.

AVELAR, Luiz Eduardo Franca. Composição fotográfica. Disponível em:< http://docplayer.com.br/9950334-Composicao-fotografica.html>. Acesso em: 28 nov. 2017.

BARBOSA, A. M. (Org) Ensino de arte: Memória e História. São Paulo: Perspectiva, 2008.

BRESSON, Henri Cartier. Man cycling down street. 1932. Disponível em: <https://www.pbmag.com.br/henri-cartier-bresson-em-sao-paulo/>. Acesso em: 15 dez. 2017.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1998.Disponível em:

<https://identidadesculturas.files.wordpress.com/2011/05/a-invenc3a7c3a3o-do-cotidiano-artes-de-fazer-michel-de-certeau.pdf>. Acesso em: 14 set. 2017.

DEWEY, J. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

JACQUES, P. B. Breve histórico da Internacional Situacionista – IS in Arquitextos, ano 3, portal Vitrivius. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2003. Disponível em:

<http://chroniquedupieton.blogs.com/chronique_du_pieton/files/vitruvius%20%7C%20arquitextos%20035.05.pdf>. Acesso em: 29

nov. 2017.

JUNIOR, Luiz Carlos. Composição: os 7 mandamentos para surpreender com suas fotos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Zh1Pp8UUcu8>. Acesso em: 28 nov. 2017.

MACHADO, A. A ilusão especular – Uma teoria da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2015. MASCARO, Cristiano. Faróis no Parque Dom Pedro. 2010. Disponível em: <

(86)

SCHRAMM, Marilene de Lima Körting. As tendências pedagógicas e o ensino-aprendizagem da arte. In: PILLOTTO, Silvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting (Org.). Reflexões sobre o ensino das artes. Joinville: Ed. Univille, 2001. v. 1, p. 20-35.

SONTAG, S. Sobre a fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

SOULAGES, François. Desde uma Estética de la Fotografia hacia una Estética de la Imagen, in Universo da Fotografia Nº 4, Ano III. P. 114-128, 2001, Departamento de Desenho II, Desenho e Artes da Imagem, Faculdade de Belas Artes, Universidade Complutense de Madri. Disponível em: <

http://www.ecfrasis.org/wp-content/uploads/2014/06/F.-Soulages-Desde-una-est%C3%A9tica-de-la-fotograf%C3%ADa-hacia-una-est%C3%A9tica-de-la-imagen.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017.

STEICHEN, Edward. Rosas Pesadas. 1914. Disponível em: < https://www.pinterest.co.uk/pin/90142430019880584/>. Acesso em: 15 dez. 2017.

Referências

Documentos relacionados

Dessa forma, os níveis de pressão sonora equivalente dos gabinetes dos professores, para o período diurno, para a condição de medição – portas e janelas abertas e equipamentos

Núbia Ivete Monteiro de Oliveira, constituída pela Portaria nº 290/2012, publicada no DOE de 20/06/2012,alterada pela Portaria SEGESP nº 023/2013, publicada no DOE de

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

By interpreting equations of Table 1, it is possible to see that the EM radiation process involves a periodic chain reaction where originally a time variant conduction

O desenvolvimento desta pesquisa está alicerçado ao método Dialético Crítico fundamentado no Materialismo Histórico, que segundo Triviños (1987)permite que se aproxime de

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

Com base nos resultados obtidos no capítulo 4, foram escolhidos os índices capacidade de carga, memória propriamente livre + swap, número de escritas e leituras, e o número

Por vezes, as empresas negligenciam os custos do aprovisionamento devido à sua complexidade. Todos os processos inerentes a uma empresa como o marketing, produção e