GEORGINA
DE
MELO
CARDOSO
LAcTATo
sÉR1co
coMo
FATOR
PRoGNÓsT1co DE
PACIENTES
INTERNADOS
EM
TERAPIA
INTENSIVA
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANOPOLIS
-SANTA CATARINA
GEORGINA
DE
MELO
CARDOSO
LAcTATo
sER1co
coMo
FATOR
PRoGNÓsT1co DE
PACIENTES
1NTERNAnos
EM
TERAPIA
1NTENs1vA
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
Coordenador
do
Curso:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientador:
Prof.Jorge Dias de
Matos
FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
AGRADECIMENTOS
Agradeço
ao Professor Jorge Dias de Matos, por sua orientação e dedicação.Por
separar horas valiosasdo
seutempo
para realização deste trabalho. E,principalmente, por sua capacidade de
tomar
o estudo algo tão interessante e lógico.A
Agradeço
aosmeus
pais e irmãos por sua preocupação e seu apoio.Aos
amigos
pelas orientações e companheirismo.E
a Ricardo Hardt por estarsempre
ao
meu
lado.Enfim,
agradeço a todosque
dealguma
forma
contribuíram paraminha
formação,me
apoiaram
eme
estimularam parao
estudo.ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO
... .. 2.OBJETIVOS
... .. 3.MÉTODO
... _. 4.RESULTADOS
... .. ó.CONCLUSÕES
... ._ 7.REFERÊNCIAS
... ..NORMAS
ADOTADAS
5.DISCUSSÃO
... .. . › . . . . . . . - z z z ‹- . . . . . . . . - ¢ z ‹ . z. - « - « . - . . . . . . . . . . .- . . . . ‹ - . . . z . z z . . . «- . . . . . . ú - - ¢ - › ¢ ‹ z ¢ -- . . . . . . . . «-RESUMO
... _.SUMMARY
... ..APÊNDICE
... ._ . - . - . . . . . . .z - » ‹ - z . ‹ - . . . . . . . . . . - . . . . . . . z ~ ¢ . . ..-1.
INTRODUÇÃO
Uma
das principais causas demorbidade
e mortalidadeem
pacientesgravemente
enfennos é o desenvolvimento de falência múltipla de órgãosou
outras complicações relacionadas ao
choque
ou
trauma. Essas complicaçõespresumivehnente
resultamda
persistente hipoperfusão e conseqüente débitocumulativo de oxigênio.
Dessa
fonna,um
tratamentobem
sucedido exigevigilância
médica
cuidadosa e monitoraçãohemodinâmica
rigorosa.A
avaliaçãodesses pacientes deve ser feita
com
acompanhamento
preciso e seriadoda
freqüência e
do
ritmo cardíaco, freqüência respiratória eadequação da
troca gasosa, pressão arterial sistêmica e pressão deenchimento
cardíaco, perfusãotecidual e função dos órgãos
alvo.”
Nessas
situaçõesem
queo
oxigênionão
está disponívelou
fica
insuficiente,a hipóxia tecidual leva a
um
decréscimoda
utilizaçãodo
piruvatono
ciclo deKrebs impedindo
a fosforilação oxidativa.O
metabolismo
é desviado paraprodução
de lactato euma
pequena
quantidade de energia aindapode
serliberada para as células através glicólise,
uma
vez que
as reações químicasna
degradação
da
glicose a ácido lácticonão
necessitam de oxigênio.A
hipóxiacelular resulta, então,
no
desenvolvimentodo metabolismo
anaeróbio,com
aumento da produção
de lactato e acidose tissular.3`5A
medida
da
concentração de lactato sangüíneotem
sido propostacomo
valioso instrumento de monitoração
no manuseio
de pacientesgravemente
enfermos.
No
entanto, a determinaçãoda
concentração de lactatotem
suaslimitações, especialmente
em
condições de sepse,onde
as alteraçõesmetabólicas
podem
ser complexas.6 Primeiro, aprodução
de lactatopode
ser2
inativação
da
piruvato desidrogenaseem
infecções severas. Segundo, os níveisde lactato sérico
refletem não
só aprodução
como também
a eliminaçãoda
molécula, assim, alterações
na
depuraçãodo
lactatono
figado
ou
outros órgãos,podem
contribuir para amanutenção
de altas taxas de lactato. Terceiro, lactatoacumulado
nos tecidospode
ser levado para a circulação após a resoluçãoda
hipóxia. Quarto, suporte extracorpóreo
com
hemofiltração
pode
representaruma
carga de lactato exógeno.
Por
fim, o nível de lactato refletesomente
mudanças
globais,
mas
não
oferece infonnação segura quanto a distribuição localdo
fluxo
sangüíneo e
consequentemente
da
presença de hipóxia regional.6°7A
concentração de lactato consideradanormal
em
pacientescom
doença
grave é
menor
ou
igual a 2mmol/L.
O
aumento do
lactatopode
ocorrer associadoou não
a acidose metabólica.Na
hiperlactatemia,há
um
aumento
moderado,
de 2 a 5 mmol/1,sem
acidose metabólica. Ocorreem
casosonde
otecido está
bem
perfundido e gerahnente está associada a 'estados
hipermetabólicos
como
trauma,queimadura
e sepse.Na
acidose lática, ocorreum
aumento nos
níveis de lactatomaior que
5mmol/L
em
associação à acidosemetabólica.
É
classificada, baseadona
presençaou
ausência de evidência clínicade hipoperfusão tecidual, respectivamente,
em
tipoA
e B.Acidose
láticado
tipoA
resulta deum
desequilíbrio entre a oferta ea
demanda
de oxigênio,como
no
choque
ena
insuficiência respiratória aguda, sendo aforma
predominante deacidose lática observada nos pacientes.
Acidose
láticado
tipoB
pode
sercausada por diabetes mellitus, doenças malignas, hepatopatia, sepse, por drogas
como
biguanidas, etanol, salicilatos, isoniazida entre outras, e por erros inatosno metabolismo
dos carboidratos.3A
relação entre concentração de lactato sangüíneo e sobrevida foi inicialmente sugerida por Broder, G. e Weil, M.3,em
1964,que
documentaram
uma
sobrevida de apenas11%
em
pacientescom
choque
circulatório e excesso de lactato (>4 mmol/L).
Em
1965, Peretz, D.; Scott, H. et al.3observaram
um
aumento
na
taxa de mortalidade de18%
para73% em
pacientesgravemente
enfermos
com
niveis de lactatomaior que
4.4mmol/L.
Em
1970, Weil,M.
eAfifi,
A.3demonstraram que
um
aumento na
concentração de lactato de 2 para 8mmol/L
diminuía a probabilidade estimada de sobrevida de90%
para10%.
A
dificuldade
em
interpretaruma
únicamedida
do
lactatocomo
indicadorprognóstico determinou investigações a respeito
da
utilidade demedidas
seriadas. Parker,
M.;
Shelharner, J. et al.3,em
um
estudo de 1987,em
pacientescom
choque
séptico,não
encontraram diferençana
medida
inicial de lactatosérico entre sobreviventes e
não
sobreviventes.No
entanto, foi observadouma
maior
reduçãodo
lactato, durante a terapia, nos sobreviventesem
relação aosque
não
sobreviveram3.Em
1995, Friedman, G.; Berlot, G. et al.6chegaram
àconclusão de
que
acombinação da
concentração de lactato edo
pH
intramucosogástrico representa
um
indicador prognóstico seguroem
pacientescom
sepsesevera.
A
concentração de lactatopermaneceu
alta nosnão
sobreviventes ediminuiu progressivamente nos sobreviventes, e
o
pH
intramucoso foimenor
nos
não
sobreviventes nas várias medidas. Bakker, J .; Gris, P. et al.7,em
1996,concluíram
que
a duraçãoda
acidose lática émais
importanteque o
valor inicialdo
lactatoem
prevero
desenvolvimento de falência múltipla de órgãos. Esteestudo
demonstrou que
sobreviventestinham
uma
pressão arterialmédia
eum
pH
arterial significativamente maiores,no
entanto,não houve
uma
diferençaestatisticamente significante nos níveis inicias de lactato entre os dois grupos,
mas
apenas os sobreviventes tiveramum
decréscimo importante nas primeiras24
horas.Um
dos maiores desafios nos cuidados de pacientes graves é defmir emanter
oxigenação tissular adequada.
A
quantidade de lactato produzida parece estarrelacionada
com
o débito total de oxigênio, amagnitude da
hipoperfusão e aseveridade
do
choque, etem
sidobem
correlacionada à sobrevidaem
várias4
aventa-se a importância de focar a utilidade clinica
da
determinaçãodo
lactatosérico
como
monitorda
perfusão sistêmicaem
pacientesgravemente
2.
OBJETIVOS
Verificar se a
dosagem
de lactato sérico feitana
admissão (Ladm)do
pacientena
UTI
e capaz de predizer o destino finaldo
pacientena UTI;
Verificar se a
dosagem
de lactato sérico (L1) feitana
rotinado
primeiro diaapós a admissão é capaz de predizer
o
destino fnaldo
pacientena UTI;
Verificar se a
média
de Ladm+
L1 é capaz de predizer o destino finaldo
pacientena
UTI.
3.
MÉToDo
O
trabalho foium
estudo de coorte, prospectivo,onde foram
incluídos todos os pacientes intemadosna
UTI
do
HospitalGovernador
CelsoRamos
(I-IGCR),em
Florianópolis, durante trinta dias.Foram
excluídos todos os pacientesque
intemaram
com
morte
cerebral clínicaou
com
insuficiência hepáticano
momento
da admissão
na
UTI.Foi obtido aprovação
da Comissão
de ÉticaMédica
do
referido hospital pararealização
do
estudo.Foram
coletados dados dos prontuários dos pacientes referentes ao sexo,idade
(em
anos), causa de intemação, escoreAPACHE
II 9 das primeiras24
h
deintemação e destino fmal
do
pacientena
UTI
(altaou
óbito).As
causas de internaçãoforam
classificadasem
grupos de acordocom
apatologia
que
acarretou a intemaçãona UTI:
Cardiovascular, Respiratório,Trauma,
SistemaNervoso
Central, Gastrointestinal,Renal
/ Metabólico,Endócrino
e Outros.Foram
coletados dos prontuários dos pacientes os valores das dosagens delactato sérico feita
na
admissãodo
pacientena
UTI
(Ladm) e adosagem
de lactato feitana
rotinado
primeiro dia apósa
intemaçãodo
pacientena
UTI
(Ll).Cabe
ressaltar
que
essas dosagensfazem
parteda
rotina deacompanhamento
dospacientes
na
UTI
do
HGCR.
O
lactato foidosado no
laboratóriodo
HGCR,
pela técnica de eletrodoseletivo e
sempre
no
mesmo
aparelho (Stat ProfileUltra-Nova Biomedical
-
USA),
a qual é aceitacomo
técnica padrão.O
referido laboratóriotem
controle~
de qualidade
mensal
pela Associaçao Brasileira de Patologia Clínica e7
valores de lactato sérico entre 0,63 e 2,44
mmol/1
são considerados normais(valor de referência).
As
medidas
de lactato séricoforam
avaliadasem
três etapas diferentes,avaliando diferença estatística entre os grupos de sobreviventes(S) e
não
sobreviventes(NS): 3) Lzam
b) L1
c) Ladm
+
L1Os
valores dos lactatosforam
expressosem
médias
com
seus respectivos desvios padrões.Esses dados
foram
coletadosnuma
ficha
de coleta (Apêndice) e posteriormentearmazenados
numa
planilha debanco
de dados (MicrosoftExcel®
97) para posterior análise.Os
dadosdemográficos
(sexo, idade, causada
intemação e destino finaldo
paciente
na UTI)
foram
apresentadoscomo
números
absolutos.Quando
apropriado
foram
apresentadas asmédias
com
seus respectivos desvios padrões.A
análise estatística foi realizada pelo softwareComputer
Programs
forEpidemiologists (PEPI)®. Para a análise entre as
médias
das variáveis foiusado
o
t de studentnão
pareado. Foi considerado diferença estatisticamente4.
RESULTADOS
Durante
o
períodode
30
diasem
que
foi realizadoo
estudo,intemaram 44
pacientes
na
UTI
do
HGCR
.Onze
pacientesforam
excluídos pornão
apresentarem
nenhuma
das dosagens de lactato(Lam
ou
L¡).Foram
incluídosno
estudo 33 pacientes, sendo26 (79%)
sobreviventes (S) e7
(21%)
não
sobreviventes (NS).Dois
pacientesnão possuíam
adosagem
de Ladm e 8não possuíam
a de Ll.No
grupo dos sobreviventes,não
foi realizadodosagem
de Ladmem
2
pacientes ede L1
em
quatro pacientes.Dos
não
sobreviventes, 4não tinham
adosagem
deL1. .
A
distribuição quanto ao sexo nos grupos de sobreviventes enão
sobreviventes encontra-se
na
Tabela I.TABELA
I - Distribuição quanto ao sexo nos grupos de sobreviventes enão
sobreviventes.
SEXO
SOBREVIVENTES
NÃO
SOBREVIVENTES
TOTAL
MASCULINO
14 4'
18
FEMININO
12 3 15Fonte: UTI/
HGCR
- Florianópolis, 2001.Quanto
à idade, amédia
do grupo
estudado foi de 43,l8ä:l9,84.Os
valores9
TABELA
II - Idademédia
e desvio padrãono
grupo de sobreviventes enão
sobreviventes. Í
GRUPOS
(n)1DADE
MÉDTAIDP
SOBREVIVENTES
(26) 44,o7¢2o,o5NÃO
sOBREv1vENTEs(7)
39,ssi2o,19TOTAL
(33) 43,181 19,84Fonte: UTI /
HGCR
- Florianópolis, 2001.O
número
de pacientesem
cada sistema orgânico afetado, de acordocom
acausa de internação
na
UTI
apresenta-seno
Quadro
I.QUADRO
I - Distribuição dos pacientes de acordocom
O sistema orgânicoafetado.
SISTEMA
ORGÂNICO
PACIENTES
(n=
33)1.
OARDIOVASCULAR
92.
RENAL
/METABÓLICO
_3.
s1sTEMA
NERVOSO
CENTRAL
94.
TRAUMA
ó5.
ENDÓCRINO
1ó.
RESPIRATÓRIO
37.
TRATO
GASTROINTESTTNAL
2s.
OUTROS
3Fonte: UTI/
HGCR
- Florianópolis, 2001.A
média
e desvio padrãodo
escoreAPACHE
II das primeiras24
horas édescrito
na
Tabela III.Houve
diferença estatísticado
escore entre os grupos de10
TABELA
III - EscoreAPACHE
II das primeiras24
horasno
grupo desobreviventes e
não
sobreviventesem
média
e desvio padrão.GRUPOS
(11) M1=Í:D1AEscolta
APACHE
11ÍDP
p
soBREv1vENTEs
(26) 1ó,42¢7,sóNÃo
SOBREVIVENTES
(7) 24,141ó,11p
<
0,05TOTAL
(33) 1s,oó¢s,1 sFonte: UTI/
HGCR
- Florianópolis, 2001.A
análise dos valores de Ladm, L1 edo
Lactatomédio
encontra-sena
TabelaIV.
TABELA
IV
- Análise dos valores de lactatono
grupo
de sobreviventes enão
sobreviventes.
LAcTATo
MÉDLÀÍDP
P
Ladm (s)=
3,1711,sóP
= 0.144 (Ns)=
4,71¢3,7ó L1 (s)=2,o111,12 P=0.653 (Ns)=
1,óõ1o,7oLACTATQ MÉDIO
(s)=
2,ó2¢1,ó4P
= 0,184 (Ns)=
3,so13,425.
D1scUssÃo
Hipóxia
tissulartem
sido associada ao desenvolvimento de falência múltiplade Órgãos e morte.°
Com
o
intuito demanter
um
suprimentoadequado
de oxigênio aos tecidos, alguns pesquisadorestem
desenvolvido estudos nos quaisa terapia é baseada
na
obtenção de valoresacima
dos normais de oferta deoxigêniol” 8° 1°
Tuchshmidt, J .; Fried, J _ et al.1° realizaram
um
estudo paracomparar
estegrupo
com
outro de tratamento padrão. Foi observadauma
correlação entre o
grupo
com
maior
oferta econsumo
de oxigênio,com
níveismais
baixos de lactato, sugerindoque
os beneficios deuma
ofertaaumentada
estão relacionados à
melhora da
perfusão tissular,com
aumento da
depuraçãodo
lactato. 1°
No
entanto,tem
sido observada a importânciaem
desenvolvermétodos
demonitoração,
que sejam adequados
epossam
ser correlacionadoscom
asobrevida
do
paciente.Em
um
estudo realizado porFriedman
e colegasó,onde
foi avaliado a associaçãodo
lactato edo
pH
intramucoso gástricocomo
valorpreditivo de sobrevida, obteve-se os seguintes resultados
na
avaliaçãoda
admissão:
60%
de mortalidadequando
duas variáveisestavam
alteradas,30%
quando
apenasuma
delas se alterava, e20%
quando
ambas
estavam
normais.Neste estudo,
não
houve
uma
diferença significativa nos valores de lactato entreos sobreviventes e os
não
sobreviventesno
momento
da
admissão,mas
asdiferenças se
tomaram
significativas à partir de4
horas após.6 Outra pesquisa,desenvolvida por Bakl<er7 correlacionou a
medida
de lactato,o
pH
arterial, apressão arterial
média
eo
tempo
em
que
o lactato semantinha
alteradocom
asobrevida.
Os
pacientesque
vieram à Óbitotinham
lactato séricomais
altoque
os
não
sobreviventes.No
entanto, foi observadoque não
só valor inicialdo
i
12
lactato sangüíneo,
mas também
a duraçãoda
hiperlactatemiatem
importantevalor prognóstico.7
Em
nosso estudo,não houve
diferença estatisticamente importante entreo
lactato
da
admissão, o lactatoda
primeira rotina e amédia
dos lactatos nosgrupos de sobreviventes e
não
sobreviventes.Parker e colegas3,
em
um
estudoem
pacientescom
choque
séptico,observaram que
os valores de lactato iniciaisnão
diferem entre os sobreviventese os
não
sobreviventes.No
entanto, importante reduçãodo
lactato durante aterapia foi notado nos sobreviventes
em
comparação
ao outro grupo.Da
mesma
fomia, Vincent e colaboradores3
observaram que
pacientescom
choque
circulatório
que
apresentavamuma
reduçãodo
lactatoem
5%
do
valor inicialtinham
melhor
prognóstico.Os
resultados de nosso estudoforam
diferentesda
literatura estudada,podendo
ser indicativo deque o
lactatona
realidadenão
discrimina sobrevidaou
então esse resultado foi decorrente de
um
número
pequeno
de pacientesavaliados. Possivelmente
não houve
número
suficiente para atingir diferençasignificativa, pois
o
grupo de sobreviventes apresentouum
lactatona
admissãomaior que
osque
foram
à óbito. Jána
avaliaçãodo
lactatoda
rotina (L1),como
tivemos apenas três pacientes
no
grupo
dosnão
sobreviventesque
realizaram essa medida,tomou-se
impossível qualquer análise.Merece
comentárioo
fato deque
apesar de ser rotinana
UTI
a solicitaçãoda
dosagem
de lactato, ll pacientesnão
tiveram essasmedidas
feitas. Isto indicaque
muitosmédicos deixam
de solicitar a suadosagem
apesardo conhecimento
que
setem
sobre as informaçõesque
o lactatopode
trazer edo
seu importante papelcomo
guia terapêutico. _Encontramos
em
nosso estudouma
média
de idadeno
grupo denão
sobreviventes
menor
que
no
grupo de sobreviventes.Novamente
deve ser13
no
resultadoou
esseachado
ser por causada
população vítima detrauma que
correspondeu a quase
20%
da
amostra estudada .O
escoreAPACHE
H
dasprimeiras
24
h
de internação entre os dois grupos atingiu diferença significativa,mostrando que
omesmo,
na
nossa amostra oAPACHE
IImanteve
o seu poderpreditivo
como
índice prognósticoem
UTI.Apesar
de alguns dadosda
literatura sugeriremque o
lactato poderia serum
guia prognóstico e terapêutico importante,
em
nosso estudo issonão
foió.
coNcLUsÕEs
No
presente estudoo
Lactato de admissão (Ladm) dos pacientesna
UTI
não
foi capaz de predizer
o
destino fmal dos pacientesna UTI;
No
presente estudoo
Lactato (L1) colhidona
rotinado
primeiro dia após suainternação
na
UTI
não
foi capaz de predizero
destino final dos pacientesna
UTI;
No
presente estudoo
Lactatomédio
(Ladm+
L1)não
foi capaz de predizero
7.
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Tuchschmidt
J, Fried J, AstizM, Rackow
E. Elevationof
cardiac outputand
NORMAS
ADOTADAS
As
normas
adotadasno
presente estudoobedeceram
à resolução n.° 003/O0RESUMO
Um
dos maioresdesafios
nos cuidados de pacientes graves é definir emanter
oxigenação tissular adequada.
A
medida
da
concentração de lactato sangüíneotem
sido propostacomo
valioso instrumento de monitoraçãono
manuseio
destespacientes, e
tem
sidobem
correlacionada à sobrevidaem
várias formas deinsuficiência circulatória aguda. Foi realizado
um
estudo de coorte, prospectivo,na
UTI
do
HospitalGovemador
CelsoRamos,
duranteum
mês,com
o
objetivode verificar se a
dosagem
de lactato sérico é capaz de predizero
destino fmaldo
paciente
na
UTI.Foram
coletados dados dos prontuários dos pacientesreferentes ao sexo, idade , causa de intemação, escore
APACHE
II das primeiras24
h
de intemação, destino finaldo
pacientena
UTI
edosagem
de lactato sérico.Foram
incluídosno
estudo 33 pacientes, sendo26
sobreviventes e 7não
sobreviventes.
Do
total de 18 pacientes masculinos, 14 sobreviveram e 4vieram
a óbito.
No
sexo feminino tivemos 12 sobreviventes e 3não
sobreviventes.A
média
de idadedo grupo
foi de 43,l8il9,84.Houve
diferença estatísticado
escoreAPACHE
II entre os grupos (p<
0,05).Não
houve
diferençaestatisticamente irnportante entre
o
lactatoda
admissão,o
lactatoda
primeirarotina e a
média
dos lactatos nos grupos de sobreviventes enão
sobreviventes.Apesar
de alguns dadosda
literatura sugeriremque o
lactato poderia serum
guiaprognóstico e terapêutico importante,
em
nosso estudo issonão
foi observado,SUMMARY
One
of
the greatest challenges in the careof
critically ill patients isdefming
and
maintaining adequate tissue oxygenation.Blood
lactate concentrationshave
been
proposed as valuable monitoring tools in themanagement
of
these patientsand have been
well correlated to survivalfrom
various formsof
acutecirculatory failure. It has
been perfonned
a prospective,coohn
study inICU
atHospital
Governador
CelsoRamos,
duringone month,
with the objective toverify if
blood
lactate concentrations are capable to predict theICU
patientoutcome.
Data
about sex, age, admission cause,APACHE
IIfrom
first24
hoursof
admission, finaloutcome and
dosagensof
lactate are collected. lt hasbeen
included in the study 33 patients, with
26
survivorsand
7 nonsurvivors.From
l8 male, l4had
sun/ivedand 4
had
died.Twelve
femalehad
survivedand
3had
not.The
mean
agewas
43,18: 19,84. There is statistical diference forAPACHE
II.
There
isn't statistical diferencebetween
survivorsand
nonsurvivors forblood
lactate concentratios. In spite
of
some
literatures sugest that lactate couldbe
aprognostic
and
terapeutic guide, it hadn'tbeen
noted in our study, probablyAPÊNDICE
Protocolodo
Lactato 1.NOME:
2.REGISTRO;
3.SEXO; O
M
O
F
4.IDADE;
5.CAUSA
DA
INTERNACÃOz
O
CARDIOVASCULAR
O
ENDÓCRINO
O
RENAL
/METABÓLICO
O
RESPIRATÓRIO
O
SISTEMA
NERVOSO
CENTRAL
O
TRATO
GASTROINTESTINAL
O
TRAUMA
O
OUTROS
ó.
APACHE
IIDAS
PRIMEIRAS
24 HS;
7.
DATA
INTERNAÇÃO
UTI;
___
/___
/___
S.
HORA
1NTERNACÃOz
9.
DATA
DA
ALTA
UTI;
___
/__
/_
Io.
DESTINO
FINAL
UTI;
O
ALTA
O
ÓBITO
11.
LACTATO
ADMISSÃO:
12.
LACTATO
DA
SEGUNDA
MEDIDA;
13.NÚMERO
DO
PROTOCOLO;
'ICC
UFSC
CM
0464 Ex.l
“~\~"¡""' ILL U|"DLz LAVI U¿+O¿+
Autor: Cardoso, Georgina V
Título: Lactato sérico como fator prognó
972810500 Ac. 253613
Ex.I UFSC BSCCSM