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Indicadores de saúde reprodutiva do município de Goiânia

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Indicadores de saúde reprodutiva do município de Goiânia

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Marta Rovery de Souza♣♣♣♣ Palavras Chaves: Gravidez; Pré-natal; Parto; Ligadura tubárea.

Resumo

Este trabalho busca criar e analisar um sistema de indicadores municipais de saúde sexual e reprodutiva que inclui informações referentes à fecundidade, gravidez, pré-natal, parto e que objetiva constituir-se em um instrumento de monitoramento do estado de saúde sexual e reprodutiva da população Goianiense e que poderá ser utilizado tanto como subsídio na programação e avaliação das ações desenvolvidas pelos gestores locais, quanto como mecanismo de “controle social” e sensibilização da sociedade civil na conquista de melhorias na qualidade dos serviços prestados às mulheres deste município.

A partir das informações oficiais obtidas dos bancos de dados do DATASUS e da Secretaria Municipal de Saúde, buscar-se-á colaborar com as principais discussões que se travam hoje no Brasil sobre estas temáticas. A série histórica construída refere-se ao período 1994 a 2002. Este esforço sintetiza as necessidades demonstradas quando se objetiva trabalhar com informações de bancos de dados muito complexos e que na maior parte das vezes requer uma familiaridade e domínio que compromete um andamento mais ágil das propostas de intervenção, além de vir de encontro às lacunas existentes nas análises e ações desenvolvidas no âmbito da saúde da mulher em Goiânia.

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Indicadores de saúde reprodutiva do município de Goiânia

Marta Rovery de Souza♣♣♣♣

Introdução

“A questão reprodutiva passou a fazer parte das políticas públicas, inicialmente, não como um direito geral, mas como um ponto específico no âmbito das políticas de saúde” (Corrêa, Jannuzzi, Alves, 2003, p 7). Neste sentido vale destacar que o próprio conceito de saúde vem sendo resignificado. Recentemente a Organização mundial de saúde (OMS) desenvolveu um conceito que vai além do viés biomédico, a saber:

Saúde é a habilidade de identificar e realizar aspirações, satisfazer

necessidades e, de mudar ou interagir com o meio ambiente. Logo, saúde é um recurso para a vida diária, não o objetivo de viver. Saúde é um conceito positivo enfatizando os recursos pessoais e sociais, assim como as capacidades físicas” (Galvão, 1999, pg 167).

A assistência tanto ao parto quanto ao nascimento sofreu inúmeras modificações nos últimos três séculos, tornando estes eventos altamente medicalizados. Medicalizar significa o processo de transformar aspectos da vida cotidiana em objetos da medicina de forma a assegurar conformidade às normas sociais (Miles, 1991).

A medicalização, e mais especificamente a do corpo feminino, se estabelece no século XIX em meio aos discursos de exaltação da maternidade, o que contribuiu, sobremaneira para a valorização da vida feminina na sociedade ocidental, na medida em que permitiu o desenvolvimento de técnicas que aumentaram a sobrevida materna. Foi justamente por meio dessa concepção que a medicina se apropriou do corpo das mulheres, transformando-o em seu objeto de saber e prática (Vieira, 1999).

A produção de idéias médicas sobre o corpo feminino não se fez de forma teórica e isolada. Por quase três séculos os médicos se prepararam para ocupar o lugar das parteiras e efetivamente transformar o parto em um evento médico. Até o século XVIII o parto era vivido como um perigo de morte real, sendo a mortalidade materna bastante elevada na Europa ocidental. A medicina necessitou de todo o século XIX para desenvolver técnicas cirúrgicas, anestésicas e de assepsia para efetivamente dominar esta prática.

O processo de hospitalização do parto foi fundamental para a apropriação do saber nesta área e para o desenvolvimento do ensino médico. Segundo Foucault (1980b), foi a partir do século XVIII que as instituições hospitalares incorporaram características diferentes daquelas que até então faziam delas um abrigo para pobres, doentes e desvalidos.

No Brasil, a assistência ao parto foi desenvolvida também por parteiras até o século XIX. Em 1809, as artes obstétricas começaram a ser ministradas na Escola do Rio de Janeiro como disciplina pertencente à cadeira de cirurgia, permanecendo por décadas como um estudo teórico em que se utilizavam bonecos para simulação de situações práticas. Até o final do século XIX muitos médicos formavam-se sem jamais terem visto um parto ou procedido a um exame obstétrico: o parto continuava sendo atributo de parteiras diplomadas ou práticas.

Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em

Caxambu-MG-Brasil, de 20-24 de setembro de 2004.

Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG)

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Data de 1911 o estágio na enfermaria de obstetrícia para estudantes da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (Magalhães, 1922).

A incidência ideal de partos cesáreos vem sendo intensamente discutida na comunidade gineco-obstétrica. No entanto, vale notar que a Organização Mundial de Saúde recomenda uma taxa de partos cesáreos entre 6% e 16%. No Brasil, esta incidência era, segundo dados da PNDS de 1986, 32%, passando em 1996 para 36%, a mais alta taxa do mundo. Liderando este percentual está São Paulo com 52% e Centro Oeste com 49%.

Segundo Diniz (1996, 2,3), “para muitas feministas, apesar de todas as críticas já realizadas, do ativismo e de eventuais ‘mudanças cosméticas’ nas práticas, as crenças depreciadoras sobre o corpo das mulheres e sobre o parto não mudaram substantivamente dos anos 60 até os dias atuais. Ao contrário, a formação médica está cada vez mais orientada para o consumo de tecnologia e, na década de 80, a proliferação de exames e outras tecnologias de intervenção na assistência ao parto teria deixado as mulheres mais vulneráveis do que nunca à idéia de que o parto é inevitavelmente arriscado e perigoso. Submeter-se a uma cirurgia tornou-se o recurso mais comum no País, tanto para ter como para evitar filhos.

O que antes era visto como um evento biológico, restrito à mulher e a sua família, passam a ser tratados como atos médicos que devem ser realizados em ambiente hospitalar e cercados de tecnologia que garanta nascimentos saudáveis. É inegável que este modelo trouxe ganhos significativos principalmente no que se refere à diminuição da mortalidade materna e infantil, mas também contribuiu para a perda do controle por parte da mulher do seu processo de parto, tornando-a mera espectadora neste evento agora protagonizado pelo saber médico (Domingues, 2002).

Este modelo de atenção denominado por Rattner (1998) como modelo de atenção ao parto “americano” quando contrastado com o denominado “europeu”, tem como principal diferença o fato deste último concebê-lo como um processo fisiológico sem o enfoque de risco potencial do primeiro, onde as taxas de cesáreas estão entre os percentuais esperados e onde os indicadores de saúde materno-infantil são aceitáveis.

Vale ressaltar que o tipo de abordagem e tratamento do parto no Brasil segue este modelo americano e tem sido um dos principais responsáveis pelo número alarmante de cesáreas no país, que hoje só perde para o Chile. Os ganhos nos coeficientes de mortalidade materna e infantil muitas vezes utilizados como justificava para tais intervenções não supera os demais riscos causados pelas mesmas intervenções (Alves, 2002).

O município de Goiânia: enfoque demográfico

O município de Goiânia registrou no Censo Demográfico de 2000, uma população de 1.093.007. A taxa de crescimento no período 1996-2000 foi de 2,2% ao ano, assim se mantivermos este mesmo coeficiente de crescimento a população em 2003 será de 1.146.103. Esta informação é fundamental principalmente se observarmos (Quadro 1) que a proporção da população feminina em idade fértil (10-49 anos) em 2003 é de 69,3%. Este percentual reveste-se de importância quando o foco das atenções está voltado para o pré-natal e o parto, experiências estas vivenciadas fundamentalmente por mulheres presentes nestes grupos etários.

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Quadro 1

População Residente por Faixa Etária e Sexo – Goiânia 2003

Faixa Etária Masculino Feminino Total

< 1 ano 9.601 9.158 18.759 1 a 4 38.827 37.541 76.368 5 a 9 48.414 47.241 95.655 10 a 14 51.849 51.286 103.135 15 a 19 59.712 64.051 123.763 20 a 29 112.865 123.619 236.484 30 a 39 87.432 100.409 187.841 40 a 49 64.630 76.168 140.798 50 a 59 38.712 44.703 83.415 60 a 69 21.146 26.557 47.703 70 a 79 9.776 13.622 23.398 80 e + 3.404 5.380 8.784 Ignorada - - - Total 546.368 599.735 1.146.103 Fonte: IBGE, Censos e Estimativas.

A esperança de vida ao nascer (média de anos vividos) em Goiânia apresentou no período intercensitário um ganho de dois anos, chegando em 2000 aos 70 anos para a população total, melhora esta também sentida pelo indicador de mortalidade infantil (mortalidade de crianças antes de completarem um ano de idade) que alcançou patamares de 21 por mil nascidos vivos no mesmo período.

A taxa de fecundidade total (número de nascidos vivos entre mulheres de 15-49 anos) em Goiânia acompanha a tendência nacional de queda, em 1991 era de 2,04 filhos por mulher, passando em 2000 para 1,79. Outro indicador de fecundidade importante refere-se a um crescimento na percentagem de mulheres de 10-14 e 15-17 anos que possuem filhos. Neste sentido observa-se que mesmo diante de uma fecundidade declinante, o grupo etário que tem contribuído para esta percentagem tem sido alimentado pelas gestações de adolescentes. Como ilustração vale destacar que em 1991 a porcentagem de mulheres de 10-14 anos com filhos era inexistente e em 2000 este número passa a representar 0,41%. Na faixa etária subseqüente já se observa desde 1991 uma tendência importante sendo 5,23 a percentagem encontrada para em 2000 alcançar valores de 6,36 % de mulheres nesta faixa etária que já possuíam filhos. A idade em que se inicia o ciclo reprodutivo com o nascimento do primeiro filho no Brasil, tem apresentado ligeira diminuição, com maior número de gestações na adolescência, sendo a idade mediana em já 1996 de 22,4 anos.

Através das informações contidas no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, observa-se que Goiânia apresentou de 1991 para 2000 uma melhora geral em seus índices de desenvolvimento humano (IDH) (eles variam no intervalo de 0 a 1 e quanto mais se aproxima do 1 melhor as condições deste índice), passando de níveis médios (0,5 a 0,8) para altos: 0,832. Esta tendência foi observada no comportamento dos indicadores de renda, longevidade e educação fundamentalmente (0,933). O IDH mede o grau de satisfação das necessidades materiais e culturais da população ( Jannuzzi, 2001).

Faz-se necessário também, nesta linha de reflexão que aqui se propõe, apresentar como está configurado atualmente o cenário da assistência em saúde no município. Chama atenção uma participação majoritária do atendimento privado (76,5%) (Quadro 2) à saúde, tendência esta também demonstrada em outros municípios do Brasil e que pode ser entendida pelo crescimento dos planos de saúde que ocorreu principalmente em função da insatisfação popular e dos inúmeros problemas relacionados à saúde pública no Brasil

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(descredenciamento de leitos do SUS, demora nas marcações de consultas, baixa qualidade dos atendimentos prestados etc).

Quadro 2

Número e Proporção de Unidades por Tipo de Prestador- Goiânia

Dez/2002

Tipo de Prestador Unidades % Ministério da Saúde 1 0,2

Privados 504 76,5

Outros Órgãos Federais - - Estaduais 20 3,0 Municipais 106 16,1 Filantrópicas 18 2,7 Universitários Públicos 4 0,6 Sindicais 5 0,8 Universitários Privados 1 0,2 Não Especificados - - Não Identificados - - Total 659 100,0 Fonte: SIA/SUS O PRÉ-NATAL

A cobertura pré-natal vem se expandindo desde o final da década de 90 no Brasil. Em 1997 este número era de 5,4 milhões de mulheres, para 10,1 milhões em 2001. O número médio de consultas por mulher aumentou de 2,0 para 4,2 ao longo do mesmo período.

É senso comum a importância da busca pela assistência médica pela mulher grávida para verificar as reais condições de sua saúde e de seu filho, mas o que se tem observado é uma medicalização do período pré-natal, tornando-o quase que uma doença.

A tendência observada nos dados retrospectivos de Goiânia (Tabela 1) mostra com exceção do ano de 1999 um comportamento ascendente e superior a 70%, achados estes que demonstram de alguma maneira o papel que a revitalização do PAISM ocorrida em meados de 1997 teve na área de saúde da mulher e nas ações estratégicas específicas na temática gravidez, assistência ao parto e pós-parto. É importante mencionar que esta variável (número de consultas pré-natal) e como outra que veremos abaixo sofreu alterações em seus intervalos, razão esta que por sua vez explica o comportamento diferenciado dos intervalos até o ano de 1999 (exceção para 1994 quando não possuímos esta informação), ou seja, estes intervalos eram anteriormente compostos de: nenhuma, até 8 e mais de 8 consultas.

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Tabela 1

Freqüência por Cons Pré-Natal e Ano do Nascimento

Cons Pré-Natal 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Não classifi cados Total Nenhuma 0 754 716 568 461 393 201 151 149 0 3393 1-3 vezes 0 4162 0 0 0 746 841 546 514 0 6809 4-6 vezes 0 12348 0 0 0 5179 3668 3263 3668 0 28126 7 e + 0 0 13663 14058 14011 12335 13681 13722 13597 0 95067 1-6 vezes 0 0 4278 3665 3792 10 3 1 0 0 11749 Não informado 16326 512 299 1481 2323 1415 924 860 705 0 24845 Ignorado 0 4933 3529 2220 881 743 971 579 704 1 14561 Total 16326 22709 22485 21992 21468 20821 20289 19122 19337 1 184550 % mulheres que realizaram 7 e + - - 73,2 76,8 76,7 66,1 74,4 77,6 75,8 - 65,5

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

A tabela abaixo é elucidativa, principalmente para demonstrar que em todas as faixas etárias a menção da realização de sete ou mais consultas pré-natal é preponderante, no entanto os dados ainda demonstram um número significativo de mulheres cujo número de consultas não foi informado. Sempre é válido ressaltar a importância destes percentuais porque muitas vezes eles podem influenciar em muito as análises propostas e comprometer os resultados obtidos.

Outra constatação importante desta tabela reside no fato do crescimento da importância do pré-natal estar muito atrelado à idade desta gestante, observa-se que quanto mais velha a mulher mais consultas de pré-natal ela realiza. Exemplo disto é demonstrado quando das mulheres de 10-14 anos que não realizaram nenhuma consulta apresentar percentuais de 5,4% enquanto na faixa subseqüente este percentual cai para 3,5%. Neste sentido observa-se uma lacuna importante no que se refere aos direitos e as condições de saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes e jovens, cuja melhor abordagem seria a de não transformar a gravidez adolescente numa “crise social”, mas sim garantir informação adequada e acesso a serviços de boa qualidade para esta população (MacArthur, 2003). Tabela 2

Nascidos Vivos – Goiânia (1994-2002) Freqüência por Cons pré-natal e Fx. Etária Mãe Nº cons

pré-natal 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 65e+ Anos Ign Total

Nenhuma 49 1066 1236 639 226 93 25 5 0 33 21 3393 1-3 vezes 69 1883 2559 1386 571 222 37 5 1 54 22 6809 4-6 vezes 182 6245 10230 6639 3205 1089 193 16 0 179 148 28126 7 e + 498 17828 31824 24566 13451 4728 885 43 2 480 762 95067 1-6 vezes 110 3359 4352 2370 932 358 65 7 1 118 77 11749 Não informado 157 5111 8468 6195 3023 1065 218 15 3 285 305 24845 Ignorado 101 3019 4955 3587 1775 583 112 10 0 343 76 14561 Total 1166 38511 63624 45382 23183 8138 1535 101 7 1492 1411 184550

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Na tabela 3 observa-se que a prematuridade apresentou até o ano de 1999 uma tendência ascendente, passando a declinar a partir de 2000, mas de forma bastante discreta. Vale destacar que os partos realizados com menos de 22 semanas são fundamentalmente considerados aborto, que aqui aparecem em pequenos números e muito aquém da realidade

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nacional. Principalmente porque estes casos são realizados em sua maioria em instituições clandestinas. De novo os números de nascimentos que ocorreram e que não se sabe o tempo gestacional é preocupante, principalmente quando se pensa na formulação de políticas públicas. Também vale ressaltar que uma das principais dificuldades encontradas quando se propõe uma análise de uma série histórica as mudanças ocorridas nos quesitos observados. Neste sentido a declaração de nascidos vivos sofreu alterações em seu formato a partir de 1999, o que por sua vez explica as variações encontradas nos dados de 1994 ate 1998 da tabela abaixo.

Tabela 3

Freqüência por Duração Gestação e Ano do Nascimento

Duração Gestação 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Não classifi cados Total Menos de 22* 26 10 27 22 44 67 4 3 6 0 209 22-27 semanas* 73 95 71 77 89 54 54 51 55 0 619 28-31 semanas* 424 914 0 0 0 140 136 143 127 0 1884 32-36 semanas* 15190 20520 0 0 0 1108 951 858 878 0 39505 37-41 semanas 199 173 20737 20083 19586 18325 18139 17031 16729 1 131003 42e+ 0 0 246 162 116 651 494 310 392 0 2371 28-36 semanas* 0 0 798 869 958 0 12 1 0 0 2638 Não informado 0 0 37 462 540 416 408 613 946 0 3422 Ignorado 414 997 569 317 135 60 91 112 204 0 2899 Total 16326 22709 22485 21992 21468 20821 20289 19122 19337 1 184550 % partos prematuros * (total de

nascidos-não inf e ign) 3,3 4,7 4,1 4,6 5,2 6,7 5,8 5,7 5,9 - 25,2

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

No Brasil os números de prematuridade giram em torno de 5 a 15 % entre os nascidos vivos e apresentam diversas causas, dentre elas: hipertensão arterial, antecedente de prematuridade, rotura prematura das membranas e o baixo número de consultas no pré-natal das gestantes. O recém-nascido pré-termo apresenta desvantagens que pode estender-se por toda a vida, do ponto de vista somático, neurológico e psíquico, além de ser a maior causa de morbimortalidade infantil. A prematuridade por sua vez, está estreitamente ligada à desnutrição, tanto da mãe quanto da criança que nasce. Dessa maneira é difícil determinar se a prematuridade é uma causa endógena ou exógena de morte, assim a melhor maneira de analisar esta mortalidade é contemplar a influência destes subconjuntos de causas e suas complexas interações.

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Tabela 4

Freqüência por Ano do Nascimento e Fx. Etária Mãe Ano do

Nascimento 10-14 Anos 15-19 Anos 20-24 Anos 25-29 Anos 30-34 Anos 35-39 Anos 40-44 Anos 45-49 Anos 50-54 Anos 65e+ Anos Ign Total

1994 95 3432 5750 4222 1886 587 133 9 3 0 209 16326 1995 145 4796 7936 5686 2635 897 173 14 1 0 426 22709 1996 162 4946 7726 5473 2688 879 147 7 0 0 457 22485 1997 162 4788 7654 5226 2655 898 195 15 0 0 399 21992 1998 148 4639 7345 5246 2593 902 162 14 1 1 417 21468 1999 110 4322 7202 4903 2605 958 181 6 0 0 534 20821 2000 115 4171 6848 5059 2708 995 162 18 0 0 213 20289 2001 116 3876 6484 4766 2559 987 179 9 2 0 144 19122 2002 113 3541 6678 4801 2854 1035 203 9 0 0 103 19337 Total 1166 38511 63623 45382 23183 8138 1535 101 7 1492 2902 184549

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

A importância dos dados da tabela acima se justifica pelo fato de podermos avaliar a partir desta série histórica o comportamento ano a ano dos nascimentos por idade da mãe. De imediato pode-se observar que a maior parte dos nascimentos ocorridos no período ocorreram entre mulheres de 20-24 anos, seguidas mais de longe do grupo de 25-29 anos, no entanto é importante também mencionar que as adolescentes (15-19 anos) têm apresentado uma contribuição importante nestes nascimentos. Também vem crescendo também a participação das mulheres de faixas etárias mais velhas (30 a 44 anos).

Na perspectiva de evidenciar o papel desempenhado por determinados grupos etários neste processo alguns foram selecionados. Através do quadro abaixo é possível observar que a % de mães de 10-19 anos manteve-se em média de 21%, com exceção do ano de 2002 onde este percentagem cai para 18%. Nesta análise cabe uma ressalva quando se desagrega esta informação para melhor visualizar este comportamento e neste sentido é possível dizer que a redução ocorrida no grupo em questão não se deu em virtude de uma diminuição da participação das mulheres de 10-14, porque seus patamares praticamente se mantiveram estáveis ao longo de período.

Uma discussão importante que se trava hoje na demografia, diante da queda da fecundidade que vem sendo constatada no Brasil, é do papel que as adolescentes estariam desempenhando nos coeficientes encontrados, ou seja, são elas as que estão tendo filhos e sendo assim a fecundidade encontrada atualmente torna-se fundamentalmente oriunda deste grupo etário.

Idade da mãe 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

% de mães de 10-19 anos 21,9 22,2 23,2 22,9 22,7 21,8 21,3 21,0 18,9 % de mães de 10-14 anos 0,6 0,6 0,7 0,8 0,7 0,5 0,6 0,6 0,6

É sabido que crianças nascidas com baixo peso (<2500g), tem menor chances de sobreviver, no Brasil a média de nascimentos de baixo peso representa 8% dos nascidos vivos. Os dados abaixo nos permitem observar ao longo dos anos esta evolução. É notório que a grande maioria dos nascimentos concentram-se nos grupos de 3000g a 3999g, peso este considerado “ideal” nos nascimentos. No entanto não se deve sucumbir na magia dos grandes números, para não incorrer no erro de não enxergar mudanças, alterações que mesmo com aparições singelas podem demonstrar a necessidade de mudança nos focos das análises.

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Tabela 5

Freqüência por Ano do Nascimento e Peso ao Nascer Ano do

Nascimento 0g a 999g* 1000g a 1499g* 1500g a 2499g* 2500g a 2999g 3000g a 3999g 4000g e mais Ignorado Não classificados Total

1994 57 86 959 3563 10633 798 230 0 16326 1995 66 102 1339 5042 14749 1179 232 0 22709 1996 67 105 1402 5030 14577 1136 168 0 22485 1997 73 126 1278 4482 14561 1298 174 0 21992 1998 235 115 1306 4660 14094 1057 0 1 21468 1999 577 103 1217 4339 13466 1119 0 0 20821 2000 123 119 1202 4387 13404 1054 0 0 20289 2001 133 132 1257 4086 12563 951 0 0 19122 2002 126 102 1248 4398 12504 959 0 0 19337 Total 1457 990 11208 39987 120551 9551 804 1 184549

* Considerados nascimentos com baixo peso ao nascer Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Nesta perspectiva, observa-se que em Goiânia estes números estão dentro da média nacional, mas se olharmos da perspectiva do que este valor representa no contexto da saúde da mulher, esta análise deixa de ser simplista, ou seja, os fatores que podem contribuir para um nascimento de baixo peso podem também estar relacionada com uma baixa qualidade do pré-natal, principalmente no que se refere à falta de precisão da idade gestacional, cesariana precipitada, além das questões de qualidade de vida da mãe.

Peso ao nascer 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

% com baixo peso ao nascer 6,8 6,7 7,1 6,8 7,0 6,8 6,8 7,6 7,4

Outra relação que também pode ser percebida é a freqüência (Tabela 6) do baixo peso ao nascer entre mulheres de 10-24 anos (jovens) chegando o primeiro grupo de 10-19 anos a registrar 24,8% e o grupo de 20-24 anos 33%, ou seja, somente nestas faixas etárias encontram-se quase 60% dos nascimentos de baixo peso. Esta é uma informação que merece

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Tabela 6

Nascidos Vivos – Goiânia (1994-2002)

Freqüência por Fx. Etária Mãe e Peso ao Nascer(6) Fx. Etária

Mãe 0g a 999g 1000g a 1499g 1500g a 2499g 2999g 2500g a 3000g a 3999g 4000g e mais Ignorado Não classificados Total

< 10 Anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10-14 Anos 13 12 103 327 680 24 7 0 1166 15-19 Anos 324 238 2668 9616 24164 1339 162 0 38511 20-24 Anos 475 286 3710 13943 41904 3042 263 1 63624 25-29 Anos 325 198 2422 8931 30590 2753 163 0 45382 30-34 Anos 174 144 1362 4508 15349 1550 96 0 23183 35-39 Anos 79 86 626 1662 5056 571 58 0 8138 40-44 Anos 19 9 136 349 912 95 15 0 1535 45-49 Anos 3 3 10 20 54 8 3 0 101 50-54 Anos 0 0 1 1 2 3 0 0 7 55-59 Anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60-64 Anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 65e+ Anos 6 6 87 308 961 87 37 0 1492 Ign 39 8 83 322 880 79 0 0 1411 Total 1457 990 11208 39987 120552 9551 804 1 184550

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

O grau de escolaridade (Tabela 7) é outra variável importante a ser considerada quando se busca conhecer as suas interfaces nos aspectos referentes ao pré-natal e parto, ou seja, quanto mais anos de estudo maior é a probabilidade de realização de consultas pré-natal. Mulheres em Goiânia com 12 anos ou mais de anos de estudo em 84,7% dos casos realizam 7 ou mais consultas pré-natal, sendo este percentual praticamente reduzido pela metade quando a mulher é analfabeta. O investimento na educação já tem demonstrado o importante papel que desempenha na melhoria da qualidade de vida das mulheres e de seus filhos, como demonstram os indicadores de mortalidade infantil e materna quando recortado por grau de instrução.

Tabela 7

Freqüência por Cons Pré-Natal e Grau de Instrução

Cons Pré-Natal analfabeta 1-3 anos 4-7 anos 8-11 anos 12e+ Total

Nenhuma 225 1915 738 336 60 3274 1-3 vezes 177 2991 1973 1219 238 6598 4-6 vezes 312 5578 9168 8765 2802 26625 7 e + 750 19046 23341 29448 17921 90506 1-6 vezes 258 7578 1926 1595 141 11498 Não informado 561 8650 4432 5747 2228 21618 Ignorado 173 4663 2501 3367 898 11602 Total 2456 50421 44079 50477 24288 171721 % 7+ consultas por escolaridade 43,5 51,3 62,8 71,2 84,7 65,3

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O PARTO

Como demonstrado anteriormente, os anos de estudo têm influenciado sobremaneira alguns índices, no entanto esta influencia não pode ser vista apenas “positivamente”, ou seja, as informações abaixo nos permitem dizer que existe um efeito perverso, no que se refere à análise desta variável cruzada por tipo de parto realizado. O parto cesáreo é um procedimento que está influenciado pelos anos de estudo da mulher, como pode demonstrar os cálculos abaixo, neste sentido a questão que fica é que se essa mulher realiza mais consultas pré-natal, o que por sua vez poderia indicar uma gestação sujeita a menores riscos controláveis e conseqüentemente mais propensa à realização de um parto espontâneo e sem intercorrências. No entanto esta explicação não da conta de explicar o comportamento desta variável sobre o tipo de parto realizado, ou seja, mulheres que a priori teriam mais condições (pelo menos físicas) de realizar um parto normal, são as que menos o fazem (Tabela 8).

Tabela 8

Freqüência por Tipo de Parto e Grau de Instrução (1994-2002)

Tipo de Parto analfabeta 1-3 anos 4-7 anos 8-11 anos 12e+ Total

Espontâneo 1393 26161 21801 16141 5534 71030 Operatório 1051 23955 22074 34107 18657 99844 Fórceps 1 46 22 11 3 83 Outro 0 7 0 6 0 13 Ignorado 11 252 182 212 94 751 Total 2456 50421 44079 50477 24288 171721 % operatório/grau de instrução 42,9 47,7 50,3 67,8 77,1 58,4

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Ao analisarmos por ano os tipos de partos ocorridos (Tabela 9), duas conclusões são passíveis de serem observadas, primeiramente uma melhora nos preenchimentos das declarações de nascidos vivos neste quesito, quando da queda importante no número de partos ignorados, a segunda mais desalentadora constitui-se ainda nos percentuais alarmantes de partos operatórios, que ainda estão muito distantes daqueles aceitáveis pela OMS de até 16% do total de partos realizados. Nesta análise ainda é importante que se diga que ações foram realizadas pelo governo federal através das portarias de 1998,1999 e 2000 que pretenderam diminuir estes abusos. No entanto como elas se referem apenas aos serviços públicos, mesmo que nestes os patamares tenham diminuído até os esperados por estas portarias – 35%, ainda os números estão influenciados pelo setor privado que se constitui no grande lócus de realização dos partos cesáreos no Brasil.

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Tabela 9

Freqüência por Ano do Nascimento e Tipo de Parto

Ano do Nascimento Espontâneo Operatório Fórceps Outro Ignorado Total % partos operatórios

1994 5911 10168 31 9 207 16326 63,1 1995 8480 13965 56 4 204 22709 62,0 1996 8631 13733 0 0 121 22485 61,4 1997 8413 13471 0 0 108 21992 61,6 1998 8957 12396 0 0 115 21468 58,1 1999 9275 11342 0 0 204 20821 55,0 2000 8919 11326 0 0 44 20289 55,8 2001 8400 10687 0 0 35 19122 56,0 2002 8770 10543 0 0 24 19337 54,6 Total 75756 107631 87 13 1062 184549 58,7

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Na relação proposta entre tipo de parto realizado e duração da gestação (Tabela 10), não se observou correlação, ou seja, o tipo de parto não está influenciado pela duração da gestação, o que mais uma vez traz preocupação, dado que as indicações para realização de cesáreas deveria estar mais concentrada nos casos de partos prematuros e de gestação pós-termo. A incidência de parto cesáreo no período analisado foi da ordem de 58%. Tabela 10

Freqüência por Duração Gestação e Tipo de Parto (1994-2002)

Duração Gestação Espontâneo Operatório Fórceps Outro Ignorado Total

Menos de 22 128 76 1 0 4 209 22-27 semanas 454 159 0 3 3 619 28-31 semanas 891 979 2 0 12 1884 32-36 semanas 14770 24425 81 8 221 39505 37-41 semanas 54268 76314 1 0 420 131003 42e+ 1152 1203 0 0 16 2371 28-36 semanas 1298 1330 0 0 10 2638 Não informado 1823 1477 0 0 122 3422 Ignorado 972 1669 2 2 254 2899 Total 75756 107632 87 13 1062 184550

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Relacionando a idade com o tipo de parto (Tabela 11) observa-se que este já representa em idades bastante precoces patamares de 43%, sendo ascendente e superando a metade dos partos realizados a partir da faixa etária de 20-24 anos (54,3%). Esta discussão é importante porque se estas cesáreas já começam a ser realizadas logo no primeiro parto a chance desta mulher de realização de um parto normal numa próxima gestação fica bastante comprometida pela cultura médica existente de que uma vez cesárea sempre cesárea.

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Tabela 11

Freqüência por Fx. Etária Mãe e Tipo de Parto (1994-2002)

Fx. Etária Mãe Espontâneo Operatório Fórceps Outro Ignorado Total

< 10 Anos 0 0 0 0 0 0 10-14 Anos 664 492 1 0 9 1166 15-19 Anos 21790 16507 29 3 182 38511 20-24 Anos 28852 34401 28 6 337 63624 25-29 Anos 15129 30010 15 1 227 45382 30-34 Anos 6036 17028 10 3 106 23183 35-39 Anos 1773 6321 2 0 42 8138 40-44 Anos 342 1175 1 0 17 1535 45-49 Anos 45 55 0 0 1 101 50-54 Anos 4 3 0 0 0 7 55-59 Anos 0 0 0 0 0 0 60-64 Anos 0 0 0 0 0 0 65e+ Anos 526 860 1 0 105 1492 Ign 595 780 0 0 36 1411 Total 75756 107632 87 13 1062 184550

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Ao analisarmos o comportamento das consultas pré-natal é muito interessante perceber que quanto mais consultas pré-natal a mulher realiza mais sujeita ela fica a ter um parto cesáreo, ou seja, parece que este crescimento no número de consultas realizadas pelas mulheres deve ser analisado em termos não numéricos mas da qualidade destas consultas e em que medida elas tem trazido ganhos reais para a saúde da mulher de seu filho (Tabela 12). Tabela 12

Freqüência por Cons Pré-Natal e Tipo de Parto (1994-2002)

Cons Pré-Natal Espontâneo Operatório Fórceps Outro Ignorado Total

Nenhuma 2646 727 6 0 14 3393 1-3 vezes 4251 2507 15 1 35 6809 4-6 vezes (44,8%) 12562 (55,1%) 15439 22 2 101 28126 7 e + (36,6%) 34652 (63,4%) 60136 0 0 279 95067 1-6 vezes 7220 4495 0 0 34 11749 Não informado 9287 15105 35 9 409 24845 Ignorado 5138 9223 9 1 190 14561 Total 75756 107632 87 13 1062 184550

Fonte: DATASUS e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

As conquistas do feminismo no Brasil e no mundo, além de serem significativas têm permitido uma evolução da sociedade em relação ao reconhecimento dos direitos igualitários entre homens e mulheres, também no campo da saúde, no entanto, apesar disto tem se observado que a grande maioria das iniciativas relacionadas à saúde da mulher tem sido no sentido de manipular seus corpos, visando objetivos que vão além do seu bem-estar. Possivelmente por esta razão que muitas das iniciativas não tenham tido sucesso na

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BIBLIOGRAFIA

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Referências

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