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Relatório de Estágio Profissional na equipa Sub-17 do CD Celoricense, na época 2012-2013

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL NA

EQUIPA SUB-17 DO CD CELORICENSE, NA

ÉPOCA

2012-2013

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM: 2º CICLO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

ESPECIALIZAÇÃO EM JOGOS DESPORTIVOS

COLETIVOS

Nuno Miguel Alves Carvalho

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

(2)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL NA

EQUIPA SUB-17 DO CLUBE DESPORTIVO

CELORICENSE - ÉPOCA 2012/2013

Nuno Miguel Alves Carvalho

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

Composição do Júri:

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

(3)

iii

AGRADECIMENTOS

Ao longo da elaboração deste trabalho, tornou-se indispensável a colaboração e o apoio de algumas pessoas, sem as quais não seria possível realiza-lo e às quais não podia deixar de agradecer.

Ao Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João, que no decorrer das suas aulas me fez ver por outras perspectivas a importância da Tomada de Decisão nos Jogos Desportivos Coletivos.

Aos jogadores com os quais tive o privilégio de treinar, ao clube que me deu a oportunidade de trabalhar, bem como a todos os colegas de formação com quem tive o prazer de privar.

Á minha mulher, pelo carinho e pela grande paciência que tem comigo em especial durante a realização deste trabalho.

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RESUMO

Este relatório surge no âmbito do estágio profissionalizante do Mestrado em Ciências do Desporto- Especialização em Jogos Desportivos Coletivos da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, realizado na equipa de Juvenis do Clube Desportivo Celoricense, que disputou o Campeonato Distrital – Divisão de Honra, na época de 2012/13.

O relatório focar-se-á na descrição, fundamentação e reflexão das decisões e ações subjacentes ao treino desportivo da equipa. Procuraremos evidenciar os pontos essenciais da nossa maneira de treinar dando especial ênfase a importância da Tomada de Decisão na criação do nosso Modelo de Jogo. Será o Modelo de Jogo que irá direcionar todo o processo de treino, cabendo ao treinador através da criação de exercícios e de feedbacks ajustados permitir a sua aplicabilidade. Assim, esta concepção de treino implica a criação de exercícios que reproduzam as condições de variabilidade de jogo, em que exista uma grande identificação em termos técnico-táticos com o modelo de jogo pretendido, contemplando também as capacidades físicas sempre assente no princípio de especificidade.

Para que o Modelo de Jogo surta efeito a avaliação e controlo de treino assume-se de vital importância no processo de treino renovando-assume-se e aperfeiçoando-assume-se assume-sempre em busca do máximo rendimento desportivo.

Em suma, neste relatório de estágio, para além de criarmos um Modelo de Jogo e salientarmos a importância da Tomada de Decisão no jogo de futebol, fazemos referência a vários princípios que achamos fulcrais para atingir o êxito que passam pela decomposição dos diferentes níveis de organização, pela especificidade e pelo controlo das diferentes capacidades de treino.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL; FUTEBOL; MODELO DE

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ABSTRACT

This report documents the work and results of a master’s thesis in Sport Science - Specialization in Collective Sports Games at University of Trás os Montes e Alto Douro, carried out at the Youth Team of Clube Desportivo Celoricense, which competed for the District Championship - Division of Honor, 2012/2013 season.

The report will focus on description, reasoning and reflection of the underlying decisions and actions to the sports team training. We'll seek to highlight the main points of our way of training emphasizing the importance of Decision Making in the creation of our Game Model. The Game Model will guide the entire workout, being the responsibility of the coach by creating exercises and adjusted feedbacks to allow its applicability. Thus, this model of training involves creating exercises that reproduce conditions of variability of game, where there's a strong identification in technical and tactical approach to the desired Game Model, also contemplating physical capabilities always based on the principle of specificity.

For the Game Model results, the evaluation and control training are vital in the training process, renewing and perfecting themselves always looking for maximum sports performance.

To sum up this report, we create a Game Model emphasizing the importance of Decision Making in the football game and we also refer to several principles we think are crucial to achieve the success that are related with the decomposition of the different levels of organization, the specificity and controlling the various capabilities of training.

KEY WORDS: PROFESSIONAL INTERNSHP; FOOTBALL; GAME MODEL;

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ÍNDICE AGRADECIMENTOS ...iii RESUMO ... v ABSTRACT ... vii ÍNDICE ...viii ÍNDICE DE TABELAS ... xi

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ... xii

ÍNDICE DE ANEXOS ...xiii

ÍNDICE DE ABREVIATURAS ... xiv

INTRODUÇÃO... 1 1. IDENTIFICAÇÃO ... 4 1.1 Nome ... 4 1.2 MORADA ... 4 1.3 CÓDIGO POSTAL ... 4 1.4 DATA DE NASCIMENTO ... 4 1.5 CARTÃO DE CIDADÃO ... 4 1.6 ARQUIVO DE IDENTIFICAÇÃO ... 4 1.7 TELEFONES ... 4 1.7.1 RESIDÊNCIA ... 4 1.7.2 SERVIÇO ... 4 1.7.3 TELEMÓVEL... 4 1.7.4 E.MAIL ... 4

1.8 Nº.DE CARTEIRA PROVISÓRIA DE IDENTIFICAÇÃO DE TREINADOR ... 4

1.9 CURSO (PARTE CURRICULAR) REALIZADO ... 4

1.9.1 LOCAL ... 4

1.9.2 DATA ... 4

1.9.3 FORMADORES ... 5

1.10 CLUBE ... 5

1.11 ESCALÃO ETÁRIO E SEXO ... 5

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1.13 TREINADOR: ... 5 2. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPA ... 6 3. COMPETIÇÕES ... 7 3.1 OFICIAIS... 7 3.2 PARTICULARES ... 7 4. QUANTIFICAÇÃO DO TRABALHO ... 8

4.1 NÚMERO DE TREINOS SEMANAIS E SUA DURAÇÃO ... 8

4.2 NÚMERO DE TREINOS DA ÉPOCA ... 8

4.3 DATA DE INÍCIO DOS TREINOS ... 8

4.4 DATA DE FINAL DOS TREINOS ... 8

4.5 NÚMERO DE SEMANAS EFETIVAS DE TREINO ... 8

4.6 Nº. DE JOGOS OFICIAIS REALIZADOS ... 8

4.7 Nº. DE JOGOS-TREINO REALIZADOS ... 8

4.8 TREINOS OBSERVADOS ... 8

4.9 JOGOS OBSERVADOS... 8

5. OBJETIVOS DEFINIDOS NO INÍCIO DA ÉPOCA ... 9

6. AVALIAÇÃO DO TRABALHO ... 11

6.1 CONDIÇÕES GERAIS DE TREINO ... 11

6.2 QUALIDADE GLOBAL DA EQUIPA: ESTADO INICIAL E EVOLUÇÃO ... 11

6.3 QUALIDADE DA COMPETIÇÃO EM QUE PARTICIPOU ... 13

6.4 COMO AVALIA OS RESULTADOS DO TRABALHO FACE AOS OBJETIVOS DEFINIDOS ... 14

6.5 APRECIAÇÃO GLOBAL DO PRÓPRIO TRABALHO ... 16

6.6 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS ... 17

6.7 REUNIÕES COM PAIS DOS JOGADORES ... 18

7. APRECIAÇÃO DA FORMAÇÃO ... 19

7.1 NA PARTE CURRICULAR ... 19

7.2 NO ESTÁGIO ... 19

8. CARATERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ... 20

9. MODELO DE JOGO ... 21

9.1 MODELO DE JOGO.O SUPORTE DA TOMADA DE DECISÃO ... 21

9.2 O PROCESSO DE TREINO DO CDC, APOIADA POR UMA ORGANIZAÇÃO DE JOGO, ONDE A TOMADA DE DECISÃO EMERGE COMO PILAR FUNDAMENTAL... 22

(10)

9.3 PRINCÍPIOS DE JOGO:PADRÃO DE COMPORTAMENTOS QUE AJUDAM A TOMADA DE DECISÃO

NOS DIFERENTES MOMENTOS DE JOGO... 23

9.3.1 ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA ... 24

9.3.2 ORGANIZAÇÃO OFENSIVA ... 25

9.3.3 TRANSIÇÃO DEFENSIVA (ATAQUE-DEFESA) ... 26

9.3.4 TRANSIÇÃO OFENSIVA (DEFESA-ATAQUE) ... 26

10. FATORES QUE INFLUENCIARAM A METODOLOGIA DE TREINO ... 29

10.1 TOMADA DE DECISÃO ... 29

10.2 CRIATIVIDADE NO FUTEBOL ... 31

CONCLUSÃO E PERSPETIVAS PARA O FUTURO ... 33

11. BIBLIOGRAFIA... 35

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Constituição da Equipa de Juvenis CDC ... 6 Tabela 2 – Equipas da Divisão de Honrra (Sub 17) da AFB ... 13

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Fígura 1- Imagens do Estádio Municipal ... 20 Figura 2- Os quatro Momentos do Jogo de Futebol ... 24

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ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1- Dez Planos de Unidade de Treino ... I Anexo 2 – Mapa Resumo das Presenças em Treino ... XXII Anexo 3 – Ficha de Controle de Presenças em Treino ... XXIII Anexo 4 - Avaliação Individual da Equipa ... XXIV Anexo 5 - Avaliação dos Atletas ao Treinador Principal ... XXVI

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS

Associação de Futebol de Braga (AFB) Clube Desportivo Celoricense (CDC)

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INTRODUÇÃO

Futebol é uma modalidade desportiva coletiva, fazendo assim parte de um conjunto de modalidades designadas como jogos desportivos coletivos (Garganta, 1994). De entre todas, a atividade citada é a forma de desporto mais popular do mundo, sendo praticada por todas as culturas à escala planetária (Reilly & Williams, 2005).

Como consequência de tal popularidade, existem diferentes análises do processo de treino. Sendo essas diferenças evidentes quando olhámos para o passado e analisamos a evolução desse mesmo processo. Fruto de novos conhecimentos, temos hoje em dia jogadores cada vez mais preparados e empenhados, colocando mais e melhores duvidas aos seus treinadores.

Neste contexto cabe ao treinador a procura incessante de novos conhecimentos para que a “tarefa” complexa de treinar assente numa estrutura sólida, onde o conhecimento (aliada a outras competências) seja o pilar de toda a estrutura/organização. Observar, planear, conduzir, intervir e avaliar o processo de treino é uma tarefa imprescindível, é neste contexto que este relatório integra uma reflexão na área do treino desportivo, permitindo desta forma uma maior assimilação e transferência de conhecimentos (teoria/prática; proporcionadas pelas vivências práticas que só o estágio pode oferecer).

Neste trabalho propomo-nos a desenvolver um estudo sobre o planeamento e realização de uma época desportiva, no escalão Sub-17 do CDC, participante na Divisão de Honra do Campeonato Distrital de Juniores B, da AFB.

O presente relatório encontra-se estruturado da seguinte forma.

Foi realizada uma pequena introdução onde se faz uma abordagem ao estado de conhecimento sobre o processo de treino e a caracterização geral do estágio e seus respetivos objetivos.

De seguida, o documento encontra-se dividido por capítulos, organizados em duas partes distintas.

A primeira parte, engloba os primeiros sete capítulos onde é feita uma descrição mais objetiva do trabalho desenvolvido, através dos capítulos de identificação do treinador-estagiário, constituição da equipa, competições, quantificação do trabalho, objetivos definidos no início da época, avaliação do trabalho e apreciação da formação.

A segunda parte é mais expositiva em que se pretendeu explorar outros assuntos que o treinador-estagiário considerou pertinente incluir e explorar, constituindo uma

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parte mais reflexiva do relatório de estágio. Começa com o capítulo oito onde é feita uma caraterização geral do clube onde é realizado o estágio profissional, no capítulo nove é explicada a importância de se criar um modelo de jogo e os traços gerais do modelo criado e no último capítulo são explorados alguns temas que influenciaram a metodologia de treino utilizada durante a época.

O documento termina com uma conclusão e perspetivas para o futuro, em que se fez uma consideração final acerca da experiência prática realizada ao longo do estágio profissional enquanto treinador-estagiário e dos conhecimentos adquiridos ao longo da realização do relatório.

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1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 Nome

Nuno Miguel Alves Carvalho

1.2 MORADA

Lugar do Vale - Molares

1.3 CÓDIGO POSTAL 4890-420 Celorico de Basto 1.4 DATA DE NASCIMENTO 5 – Agosto – 1981 1.5 CARTÃO DE CIDADÃO 11967118 1.6 ARQUIVO DE IDENTIFICAÇÃO Braga 1.7 TELEFONES 1.7.1 RESIDÊNCIA 255368403 1.7.2 SERVIÇO 253650000 1.7.3 TELEMÓVEL 965490720 1.7.4 E.MAIL numiac@sapo.pt

1.8 Nº.DE CARTEIRA PROVISÓRIA DE IDENTIFICAÇÃO DE TREINADOR (Não possui)

1.9 CURSO (PARTE CURRICULAR) REALIZADO

1.9.1 LOCAL

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

1.9.2 DATA

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1.9.3 FORMADORES

Mestrado (2º Ciclo) em Ciências do Desporto de Especialização em Jogos Desportivos Coletivos

• Diretor do curso:

Prof. Doutor Luís Miguel Teixeira Vaz • Vice-diretor do curso:

Prof. Doutor Nuno Miguel Correia Leite • Vogal do curso:

Prof. Doutor Victor Manuel Oliveira Maças

1.10 CLUBE

Clube Desportivo Celoricense

1.11 ESCALÃO ETÁRIO E SEXO

Juvenis (Sub-17) Masculino

1.12 ASSOCIAÇÃO

Associação de Futebol de Braga (AFB)

1.13 TREINADOR:

Nuno Carvalho (Treinador Principal) Joaquim Domingos (Treinador Adjunto) Supervisor Técnico (Coordenador do CDC):

Pedro Machado (Curso Técnico Nacional de Futebol – Nível II – Associação de Futebol do Porto)

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2. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPA

Peso Altura IMC Posição Idade AE

77 Pedro Miranda 68 1,74 22,46 GR D Sub 17 6 71 Guilherme 66 1,75 21,55 GR D Sub 16 6 12 Carlos 83,5 1,76 26,96 GR D Sub 17 3 4 João Pereira 80 1,74 26,42 DD D Sub 17 5 21 Pedro António 51 1,7 17,65 DE E Sub 16 5 6 Rafa 78,6 1,79 24,53 DC D Sub 17 6 24 Ricardo Freitas 84 1,79 26,22 DC D Sub 16 4 57 Mariska (Miguel) 63 1,75 20,57 DE E Sub 17 7 2 Gonçalo Magalhães 63,5 1,79 19,82 DC D Sub 15 5 99 Flávio

Mesquita 64,5 1,74 21,30 Pivô/ MI D Sub 17 6

11 Sérgio

Meireles 81 1,79 25,28 Pivô/ MI D Sub 17 5

80 Hélvio 64,1 1,78 20,23 MI D Sub 16 6

23 João

Lemos 63,7 1,75 20,80 DD/MI D Sub 16 5

27 Guga

(Leonel) 68 1,77 21,71 MO/PL D Sub 17 7

17 Tiago

Cerqueira 68 1,79 21,22 EXT/PL D Sub 16 6

7 Jota 70,5 1,85 20,60 EXT/PL E Sub 16 6

8 Sampaio 71,6 1,74 23,65 MI/MO D Sub 17 6

28 Tozé 59,5 1,71 20,35 EXT/PL D Sub 16 4

12 André 69 1,75 22,53 DD/DC D Sub 17 3

9 Zé Couto 69,5 1,79 21,69 MO/PL D Sub 17 7

18 Diogo

Marinho 65,5 1,72 22,14 MO/EXT D Sub 16 6

10 Diogo

Alves 65 1,72 21,97 MO/EXT D Sub 17 7

PL – Ponta de lança DC – Defesa central EXT – Extremo MI – Médio interior DD – Defesa direito MO – Médio Ofensivo GR – Guarda-redes DE – Defesa esquerdo

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3. COMPETIÇÕES

3.1 OFICIAIS

 Campeonato Distrital da AFB – Divisão de Honrra Juniores B (Sub 17) – 2012/2013

Figura 1 – Campeonato Distrital da AFB

 Taça da AFB – Jun. B (Sub 17) – 2012/2013

Nesta competição a equipa foi eliminada na 1ª eliminatória pela Associação Desportiva de Fafe.

3.2 PARTICULARES

A equipa não participou em nenhuma competição particular, no entanto foram realizados durante toda a época 14 jogos amigáveis durante o decorrer da época 2012/2013.

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4. QUANTIFICAÇÃO DO TRABALHO

4.1 NÚMERO DE TREINOS SEMANAIS E SUA DURAÇÃO

Fase Época Nº Treinos Semanais Duração

Pré-Época e Períodos de Paragem nas Competições Oficiais

Média 4 (Incluído

jogos amigáveis) 90’

Período de Competição Normal 3 + Jogo Oficial 90’

4.2 NÚMERO DE TREINOS DA ÉPOCA

Foram realizadas cento e vinte e seis sessões de treino em quarenta e um microciclos, perfazendo um total de onze mil minutos em aproximadamente cento e oitenta e três horas de treino, com uma média de oitenta e sete minutos por sessão.

4.3 DATA DE INÍCIO DOS TREINOS

A época desportiva da equipa começou dia catorze de Agosto de 2012

4.4 DATA DE FINAL DOS TREINOS

A época desportiva da equipa terminou dia vinte e quatro de Maio de 2013

4.5 NÚMERO DE SEMANAS EFETIVAS DE TREINO 41 Semanas

4.6 Nº. DE JOGOS OFICIAIS REALIZADOS 32 Jogos Realizados

4.7 Nº. DE JOGOS-TREINO REALIZADOS 14 Jogos Treinos Realizados

4.8 TREINOS OBSERVADOS 0

4.9 JOGOS OBSERVADOS 7 Jogos Observados

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5. OBJETIVOS DEFINIDOS NO INÍCIO DA ÉPOCA

A importância do estabelecimento de objectivos para a época desportiva prende-se com o facto de estabelecer compromissos entre todos os elementos constituintes da equipa. Deste modo, os objectivos definidos pelo treinador e pelos directores, devem ser transmitidos aos jogadores para que estes estejam a par das expectativas, assim como do tipo de análise ao qual o seu trabalho estará sujeito. Os jogadores devem ainda fazer coincidir os seus objectivos pessoais com os objectivos da equipa (Castelo, 2004).

Assim, e tendo em mente a importância de definir objetivos no início da época desportiva (2012/2013) o Coordenador do Futebol Juvenil, em reunião, enunciou os objetivos centrais para a época desportiva, dividindo os objetivos em duas vertentes destintas, a vertente pedagógica e a vertente competitiva (técnico/tática).

Vertente pedagógica:

1) Incrementar nos atletas valores de responsabilidade e cidadania.

2) Estimular o espírito competitivo, união, espírito de equipa e de entreajuda nos praticantes.

3) Desenvolver valores de Fair-Play, ajuda, tolerância e compreensão. 4) Criar um clima de motivação e gosto pela aprendizagem.

5) Criar hábitos de organização e gestão do material (arrumação do material). 6) Criar hábitos de concentração.

Vertente Competitiva

1) Formar jovens jogadores de sucesso, com bases sólidas com as necessidades motoras, técnicas e táticas de longo prazo, apontando a sua subsequente integração e valorização no escalão sénior.

2) Desenvolver situações de progressão de forma que os jogadores mais habilitados e mais motivados atinjam patamares de rendimento superior.

3) Criar equipas que joguem um futebol atrativo e que ganhem jogos de forma a obter resultados desportivos.

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4) Desenvolver os sistemas táticos complexos (Ações coletivas complexas – Defesa e Ataque), assim como, o método de jogo evoluído – ataque organizado/contra ataque, transições defesa - ataque e ataque – defesa, defesa zona/individual/mista, pressing, etc.

5) Promover a criatividade.

Por fim podemos afirmar que definir objectivos não foi tarefa fácil, porque esta função exige grande responsabilidade. A escolha dos objectivos teve que ser coerente com o objectivo geral acordado com o Coordenador e não poderia colocar o resultado à frente da formação desportiva e da qualidade de jogo a praticar pela equipa. Assim, com estes objetivos pretendemos promover uma melhoria qualitativa dos nossos jogadores nos mais diversos níveis de desempenho (Táctico, Técnico, Psicológico, Físico, Comunicacional) tendo em vista uma possível integração destes atletas no plantel sénior.

Pessoalmente, enquanto Treinador tive como principal objetivo construir um Modelo de jogo tendo por base a criação de situações/exercícios onde a Tomada de Decisão estivesse presente, como forma de “guiar” os jogadores nos diferentes momentos de jogo.

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6. AVALIAÇÃO DO TRABALHO

6.1 CONDIÇÕES GERAIS DE TREINO

O CDC, neste momento, tem um campo pelado, que se encontra desativado e um campo sintético onde todas as equipas da formação treinam.

Em termos de organização o Clube implementou dia de treinos fixos por escalão (existindo algumas exceções), o que obriga a que os escalões de formação tenham geralmente que partilhar o campo de jogo com outra equipa da formação (meio campo para cada equipa). Tendo em conta essa divisão, para além do espaço de treino ser limitado, também o material, nomeadamente o número de bolas por equipa é reduzido.

Em suma, o espaço de treino torna-se por vezes reduzido e o material escasso, ao ponto de não conseguirmos, em muitas situações, trabalhar aspetos que precisávamos, condicionando a evolução da equipa e dos jogadores.

6.2 QUALIDADE GLOBAL DA EQUIPA: ESTADO INICIAL E EVOLUÇÃO

“Depois de reflectirmos sobre a qualidade global da equipa, tirámos as nossas ilações e delineámos um caminho a seguir”.

Antes de nos reportarmos ao estado inicial da equipa é importante referir o passado deste grupo. Esta equipa vinha de um ano extremamente positivo, visto terem alcançado a subida de divisão (Época 2011/2012). No entanto, sabia-mos que íamos encontrar uma equipa bastante destruturada pois muitos destes jogadores subiram ao escalão acima (Juniores) e outros mudaram para clubes maiores. Relativamente aos jogadores que constituem o plantel (Época 2012/2013) verificou-se que os jogadores mais experientes (2º ano de juvenis) tinham tido na época transata poucos minutos de jogo/utilização e que o plantel iria ser composto maioritariamente por jogadores provenientes dos iniciados (Sub-15). Assim, como a equipa ia ser composta por jogadores que nunca tinham feito parte do mesmo grupo de trabalho tornou-se indispensável uma avaliação inicial a todos os parâmetros que achamos importante para a construção de uma equipa de futebol.

O nosso Período Pré-Competitivo teve a duração de quatro semanas, nas duas primeiras semanas seguimos duas estratégias de intervenção no sentido de promover a familiarização dos jogadores com as nossas ideias. Deste modo, recorremos a sessões

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teóricas e praticas para expormos as nossas ideias e para que os jogadores compreendessem aquilo que pretendia-mos. Para percebermos a qualidade dos jogadores/equipa ao longo destas duas semanas de preparação fomos desenvolvendo formas condicionadas de jogo através de exercícios, onde colocávamos os jogadores perante diversas situações de jogo onde se pretendia que os jogadores fossem capazes de resolver de forma adequada (Decidirem de acordo com as nossas ideias de jogo) as diferentes situações que o jogo lhes colocava. Recorremos ainda as imagens de vídeo (Analise de Jogos Amigáveis) para melhor perceber o estado inicial da equipa.

De uma forma geral, foi possível identificar que o plantel não era equilibrado, e que existia uma grande parte de jogadores com carências ao nível físico (mais no capitulo da intensidade de jogo/treino) e técnico (receção para progredir). A nível tático foi possível observar que muitos dos jogadores não conseguiam identificar os vários momentos do jogo e a reacção a perda de bola era quase nula. No capítulo defensivo a ocupação correta dos espaços era débil e os princípios de contenção e coberturas defensivas eram feitas esporadicamente. Ofensivamente a equipa apresentava algumas dinâmicas interessantes no entanto, quando a equipa perdia a bola não existia cooperação nem vontade por parte dos avançados para ajudar no processo defensivo.

Psicologicamente ficou claro que maior parte dos atletas reagiam muito mal as adversidades do próprio jogo de futebol (sofrer golos, faltas não assinaláveis entrar a perder, etc.) e era notória uma divisão do grupo (jogadores do 1º ano e jogadores do 2º ano).

Depois de reflectirmos sobre a avaliação inicial da equipa, tirámos as nossas ilações e delineámos um caminho a seguir. Foi altura de planificar a época tendo presente a ideia de que jogo e treino estão intimamente relacionados, procurámos criar treinos que fossem intensos, competitivos e com muita densidade motora. Assim, procurámos treinar os comportamentos (princípios e sub princípios) pretendidos sob estas condições: intensidade, competição e concentração.

Enquanto treinador de futebol uma das coisas mais importantes é sem dúvida alguma a evolução do futebolista e chegar ao final da época e observar que muitos dos problemas iniciais foram ultrapassados é motivo mais do que suficiente para acreditar que com trabalho e perseverança os objetivos são alcançados. Findada a época 2012/2013, considero que a equipa de Juvenis (sub17) do CDC teve uma evolução muito positiva, ficando no entanto o resultado desportivo um pouco aquém do expectável.

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6.3 QUALIDADE DA COMPETIÇÃO EM QUE PARTICIPOU

Para melhor perceber a qualidade da competição é necessário fazer um breve resumo de todos os campeonatos neste escalão.

Na época 2012/2013, para atletas federados do escalão de Juvenis (Sub-17), existia apenas uma competição a nível nacional (mais competitiva), que se encontrava dividida em 6 séries. As restantes competições estavam divididas por distritos. Na AFB, para o escalão de Juvenis (Sub-17), existiam 3 divisões, sendo o campeonato mais competitivo o da Divisão Honra (onde participava a equipa do CDC), depois Série A e Série B da 1ª Divisão, e por último, Série A, B e C da 2ª Divisão. A equipa de Sub-17 do CDC competiu a nível distrital (Braga), competição que é organizada pela AFB. O campeonato éra composto por 16 equipas:

CLUBE CAÇAD.TAIPAS GRUPO D. RIBEIRÃO VILAVERDENSE FUT.C SANTA MARIA FC FUT. C. DE VIZELA FUT. C. FAMALICÃO ASS.DESP. DE FAFE PALMEIRAS FUT. C. C.D.CELORICENSE FUTE. CLUBE AMARES O DESPORTIVO RONFE GIL VICENTE FUT.C. MOREIRENSE FUT.C. PEVIDEM S.C.

S.C.MARIA FONTE S.C. BRAGA

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Estas equipas disputavam a prova no sistema, todos contra todos, a duas voltas. Sagra-se campeão Distrital o primeiro classificado e a consequente subida a 1º Divisão Nacional de Sub-17.

A equipa realizou um total de 30 jogos num período de aproximadamente 10 meses. A este número de jogos acresce os jogos disputados para a taça da A.F. Braga (no mínimo mais dois jogos). É de salientar que todas as equipas presentes nesta divisão têm campos relvados naturais ou relvados sintéticos o que eleva bastante a possibilidade de se praticar um futebol de qualidade. Por fim referir que das 16 equipas que participavam 3 delas eram equipas grandes (1ª Liga) no contexto do futebol português.

6.4 COMO AVALIA OS RESULTADOS DO TRABALHO FACE AOS OBJETIVOS DEFINIDOS

“Avaliar é apreciar, estimar, fazer ideia de, julgar, criticar ou julgar e

desempenho é o comportamento real do empregado face a uma expectativa ou um padrão de comportamento estabelecido pela organização” Siqueira (2002)

A avaliação do desempenho é um “instrumento” que permite ao treinador mensurar os resultados obtidos e verificar se os objetivos inicialmente propostos foram atingidos.

Seguindo as linhas orientadoras do Coordenador da Formação e começando a avaliação pela vertente pedagógica podemos aferir os seguintes resultados:

 No que concerne ao ponto 1 podemos auferir que, inicialmente ouve um ligeiro desvio no que concerne a responsabilidade, visto que inicialmente a assiduidade aos treinos por parte de alguns atletas não era a desejada. No entanto, esta situação ao longo da época foi de certa forma colmatada através de diálogos estabelecidos com os atletas onde lhes fazíamos ver a importância que cada um tinha no seio do grupo. Ao nível de cidadania o comportamento dos atletas foi sempre exemplar.

 O ponto 2 foi sem dúvida alguma o ponto mais difícil de trabalhar visto que no início a equipa era muito “desligada” existindo uma clara divisão no seio do grupo. Ao longo da época e através da criação de exercícios (Jogo da corrente entre outos) foi possível promover o bom espirito de grupo e consequentemente melhorar a entreajuda dos atletas.

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 Em relação ao ponto 3 verificou-se inicialmente uma falta de tolerância e compreensão por parte de alguns jogadores que foi rapidamente dissolvida através de conversas pessoais. No que diz respeito aos valores de Fair-Play e ajuda a equipa manifestava um bom comportamento com a equipa adversaria, porém e na fase inicial o mesmo não se passava com os colegas de equipa. No decorrer da época e depois de terem existido algumas lesões (quer em treino quer em jogo) o grupo começou a melhorar findando a época num patamar elevado no que diz respeito a estes dois itens.

 Manter o grupo motivado é sem dúvida alguma responsabilidade do treinador enquanto gestor de pessoas, que são os atletas que treinam sob sua orientação. Como forma de manter os jogadores motivados ao longo da época tentamos criar no treino exercícios que gerassem competitividade recorrendo a pequenos prémios (Ex: a equipa que perde arruma a baliza). Ao longo da época foi possível verificar picos de motivação provenientes dos resultados desportivos, no entanto podemos afirmar que a motivação e a vontade de aprender foi crescendo no decorrer do campeonato. Outro fator que julgo ter sido importante para a motivação e união dos jogadores é a convivência proporcionada através de almoços (nas deslocações mais distantes) e jantares convívios realizados durante a época reforçando desta forma os laços de amizade entre jogadores e equipa técnica.

 No que diz respeito a hábitos de organização e gestão do material, foram estabelecidas no início de época um conjunto de regras e afixado um mapa semanal onde constava os nomes dos atletas responsáveis pela arrumação do material. No início da época houve alguma dificuldade em implementar esta medida mas com intransigência e rigor no cumprimento das regras o grupo aceitou e cumpriu o estabelecido.

 A criação de hábitos de concentração foi de difícil aplicação no entanto e como o nosso modelo de jogo o exigia em largos momentos do jogo (Ex: Organização Defensiva – Contenção e Coberturas Defensiva) os jogadores através do exercício foram melhorando neste âmbito.

No que diz respeito á vertente competitiva o desenvolvimento dos princípios específicos físicos, técnicos e táticos é a essência de um treinador de futebol. Desta forma e partindo do princípio que a equipa atravessou um percurso desportivo algo sinuoso devido á conjugação de vários fatores (Plantel curto e resultados desportivos

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negativos) sendo o principal a altíssima qualidade da competição que esta equipa estava inserida. Assim sendo, partimos da base e procurámos que os jogadores e a equipa evoluíssem e se extrapolassem no contexto do Jogo, pois só desta forma é que alcançariam a vitória. Inicialmente os jogadores cometiam erros graves a nível táctico e técnico, mas com o decorrer do Processo de Treino, os jogadores foram melhorando os seus desempenhos nas diversas componentes do jogo. Tornaram-se jogadores mais maduros, inteligentes, perspicazes e criativos. Estas melhorias não podem ser vistas à luz dos resultados desportivos, porque houve uma grande discrepância entre estes e os desempenhos dos jogadores, fundamentalmente devido ao facto de a equipa ser constituída por jogadores de primeiro ano. Valorizámos bastante os desempenhos dos jogadores e a sua evolução, porque estávamos conscientes que estávamos a trabalhar para o futuro. Com este intuito todos os jogadores tiveram oportunidades de jogar de início no decorrer da época desportiva e foram ainda realizadas em todos os jogos o número máximo de substituições possíveis.

Em jeito de balanço da época desportiva, os objectivos desportivos da equipa não foram atingidos, no entanto penso que a maior parte dos objetivos delineados no início de época foram alcançados.

6.5 APRECIAÇÃO GLOBAL DO PRÓPRIO TRABALHO

“O elevado ritmo a que a ciência e a tecnologia têm evoluído nas últimas décadas conduziu à necessidade de cidadãos capazes de aprender a aprender para poderem aprender ao longo da vida, condição necessária para se manterem permanentemente actualizados” (Duch, Groh & Allen, 2001).

Tal como indica a afirmação acima transcrita é necessário mente aberta e uma procura incessante por novos conhecimentos e novas aprendizagens. A capacidade de avaliarmos o nosso próprio trabalho é extremamente importante pois é através desta que auferimos sobre as nossas principais competências e conhecimentos. A capacidade de reflexão por parte do Treinador contribui para que o planeamento fosse coerente com o processo de treino e que enquanto profissionais possamos melhorar. No que concerne ao trabalho desenvolvido penso que a equipa evolui imenso a todos os níveis (Físico, Técnico e Tático) fruto de um planeamento e de uma metodologia de treino adequado,

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onde as reflexões contínuas acerca da evolução da equipa tiveram um papel preponderante. No entanto no final da época tivemos a necessidade de colocar um questionário “online” (Em Anexo) onde os jogadores poderam avaliar as minhas capacidades enquanto treinador e líder da equipa.

Como Treinador, sinto que esta experiência foi um contributo fundamental para a minha evolução. Esta época permitiu-me por em prática algumas das minhas ideias, mas foi ao nível do treino que considero que esta experiência foi bastante positiva.

6.6 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS

Ao longo da época desportiva foram várias as dificuldades encontradas quer ao nível de organização do clube quer ao nível de construção do Plantel. Referente ao nível de organização do clube a principal dificuldade prendia-se com os espaços de treino, uma vez que este tinha que ser dividido com mais uma equipa da formação. Ora, esta limitação de espaço por vezes condicionava o ensino-aprendizagem da equipa, pois colocar 21 jogadores a treinar em meio campo exige uma planificação mais elaborada para evitar que haja jogadores parados. Esta limitação de espaço também dificultou de certa forma o nosso Modelo de Jogo pois por vezes retirou-nos a importância de treinar em largura e profundidade.

Outro ponto importante ao nível de organização do clube passa pela inexistência de um departamento médico (Apenas se encontra em funcionamento a hora dos treinos do plantel Sénior). Este ponto, é extremamente fundamental, uma vez que, se um clube possuir um departamento médico de qualidade, não só os jogadores podem recuperar de lesões mais depressa, como evitar lesões, aumentando o número de jogadores disponíveis para os jogos, e com isso, o reforço da capacidade competitiva da equipa.

No que diz respeito á construção do plantel uma das graves lacunas do departamento de futebol juvenil do CDC é não garantir transporte a jogadores que não residam no concelho de Celorico de Basto, o que provoca a perda de jogadores de qualidade, que aparecem nas captações mas que são de concelhos vizinhos (Mondim de Basto e Cabeceiras de Basto).

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Para finalizar, apesar do CDC ser um clube com condições estruturais medianas, nota-se que é ainda um clube que tem de crescer em termos de organização, penso que, com um pouco mais de organização é possível elevar o nível da formação no CDC.

6.7 REUNIÕES COM PAIS DOS JOGADORES

No início de época o Coordenador Técnico convocou uma reunião com os pais e encarregados de educação dos jogadores no sentido de apresentar os Treinadores, de explicar quais os objectivos da Competição e o funcionamento e regras básicas do CDC. Importa referir que na equipa de Juvenis (Sub 17) do CDC o contato do treinador com os encarregados de educação dos atletas era uma constante. Salientar por fim o excelente comportamento dos pais e encarregados de educação ao longo da época desportiva.

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7. APRECIAÇÃO DA FORMAÇÃO

7.1 NA PARTE CURRICULAR

Relativamente à parte curricular, a minha apreciação global é muito positiva. Na minha opinião, as sessões teóricas e as sessões práticas estavam bem estruturadas na duração, na quantidade e nível científico dos conteúdos e as temáticas abordadas corresponderam em larga escala aquilo que eram as minhas expectativas iniciais. O desenvolvimento de temas como a Criatividade, Tomada de Decisão e Jogos Reduzidos foram temas que me despertaram um grande interesse, incitando a necessidade de ir em busca de mais conhecimento.

Assim no decorrer da formação e á medida que cada unidade curricular ia sendo dada o meu interesse por esta área foi crescendo capacitando-me de novos conhecimentos que me ajudaram na minha árdua e difícil tarefa de treinador de futebol.

7.2 NO ESTÁGIO

A realização de um estágio profissional numa equipa de futebol permite vivenciar experiências e sensações que possibilitam ao treinador aumentar o seu leque de competências e conhecimentos. Através das dificuldades vividas tive oportunidade de elevar os meus conhecimentos tendo sempre em mente a superação dessas mesmas dificuldades.

Por último, estou convicto de que a elaboração de estágios desta natureza e de que partilha de informações, opções, experiências e resultados do processo podem ser proveitosos para outros treinadores de futebol que pretendam refletir sobre estes assuntos.

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8. CARATERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Clube Desportivo Celoricense foi fundado no dia 1 de Setembro de 1931. Mas o clube, na verdade, teve origem na União Desportiva Celoricense, que tinha surgido em 1926.

O CDC através da prática amadora do futebol, procura promover o crescimento e desenvolvimento desportivo e social do município de Celorico de Basto, especialmente dos mais jovens. Neste momento o Futebol de formação do CDC assenta num projeto desenvolvido pelo clube que consiste em fomentar a prática desportiva dos jovens do Concelho de Celorico de Basto, e conseguir formar bons jogadores e bons Homens, capazes de alcançar sucesso aos níveis desportivo, social e até económico.

No contexto atual, o CDC é constituído, por cinco escalões de formação e um escalão sénior, fazendo um total de seis equipas. No departamento de formação existem: uma equipa de escolinha, uma de infantis, uma de iniciados, uma de juvenis e uma de juniores.

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9. MODELO DE JOGO

9.1 MODELO DE JOGO.O SUPORTE DA TOMADA DE DECISÃO

“O Modelo de Jogo pode compreender-se como um idioma sobre o qual os jogadores e treinador desenvolvem a linguagem do jogo.” (Gomes, 2008)

“… O modelo é o jogo a que se aspira e portanto, vai orientar as decisões face a esse propósito”. (Frade, 1985)

O futebol é predominantemente um jogo de julgamentos e decisões (C. Hughes, 1994), exigindo dos seus praticantes uma adequada capacidade de decisão, que é precedida de uma ajustada leitura de jogo (Azevedo, 2011). A resposta a essa leitura de jogo melhor será, se nela estiver subjacente uma intenção prévia, apoiada em propósitos colectivos. “Os jogadores têm de saber o que fazer, para decidirem como fazer, utilizando a resposta motora mais adequada à situação que lhes for apresentada” (Garganta e Pinto, 1998). Buscando um suporte para todos estes problemas que enfrenta um jogador de futebol durante o decorrer do jogo, Guilherme Oliveira (2004), aponta o Modelo de Jogo como aspecto nuclear do processo de treino, assumindo-se mesmo como um aspecto fundamental do referido processo, ao ponto de deixar de ter sentido sem a sua existência, já que será a partir dele que tudo se irá gerir, organizar, desenvolver e criar. Campos (2008) refere ainda, que a tomada de decisão não é algo aleatório ou seja, apesar das particularidades do contexto, o jogador é sobrecondicionado a decidir em função do projeto de jogo da equipa e portanto, dos seus princípios.

Desta forma o Modelo de Jogo pode ser entendido como uma ideia, uma conjectura de jogo constituída por princípios, sub princípios, sub princípios dos sub princípios dos diferentes momentos do jogo, que se articulam entre si criando uma identidade (Oliveira, 2003). Assim, o modelo de jogo permite condicionar as escolhas dos jogadores para um padrão de possibilidades ou seja, orienta as decisões dos jogadores (Gomes, 2006).

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9.2 O PROCESSO DE TREINO DO CDC, APOIADA POR UMA ORGANIZAÇÃO DE JOGO, ONDE A TOMADA DE DECISÃO EMERGE COMO PILAR FUNDAMENTAL

Depois de reflectirmos sobre a avaliação inicial da equipa, tirámos as nossas ilações e delineámos um caminho a seguir.

Esta equipa vinha de um ano extremamente positivo, visto terem alcançado a subida de divisão no ano transacto. No entanto, sabia-mos que íamos encontrar uma equipa bastante destruturada pois muitos destes jogadores subiram ao escalão acima e outros mudaram para clubes maiores. Tendo conhecimento destes fatores, tentamos incutir, desde o início, uma mentalidade ganhadora com uma cultura táctica que nos permitisse ter confiança para encarar a nova época de forma otimista.

Tendo como objectivo a evolução da cultura táctica do jogador e a possível integração do mesmo num plantel sénior, procurámos trabalhar o jogo através do treino, dando-lhes a conhecer alguns princípios que serão importantes ao longo das suas carreiras.

Tomando como ponto de partida que jogo de futebol é predominantemente um jogo de julgamentos e decisões (Hughes, 1994), um dos maiores obstáculos que uma equipa defronta durante um jogo de futebol é ao nível da tomada de decisão, pois qualquer decisão tomada trará implicações às ações subsequentes, podendo modificar e alterar completamente a sequência, a lógica e o resultado do processo. Assim, o “aqui e agora” condicionará sempre o desenvolvimento do jogo. E como, o jogo de futebol é aberto, e como tal, sensível às ocorrências do instante, uma decisão tomada numa determinada altura proporciona um jogo, entretanto se a decisão for outra, proporcionará um jogo diferente (Oliveira, 2004).

Desta forma podemos afirmar que, o jogo de futebol revela características de aleatoriedade e imprevisibilidade porque a ocorrência das situações não apresenta uma lógica sequencial, manifesta-se de forma arbitrária, isto é, apresenta-se de forma não linear” e porque os problemas que derivam do jogo podem ser resolvidos de diferentes maneiras, dependendo dos conhecimentos específicos que se tem, da interpretação que o jogador faz sobre a situação que está a decorrer, “da sua auto-consciência relativa às suas capacidades para resolução desse problema, isto é, das suas affordances, dos modelos de referência colectivo e individual que construiu” (Oliveira , 2004), e também a execução da ação que o jogador decidiu realizar no “aqui e no agora”.

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por parte da equipa e por parte dos jogadores, para que muitos dos comportamentos que pretendíamos que acontecessem, aparecessem muitas vezes com naturalidade, isto é, que se tornassem hábitos. Defendendo idêntica perspectiva, (Faria, 2006) refere que todos os treinadores quando chegam a algum clube, encontram um contexto singular, no qual o objetivo é sempre o mesmo: a partir da sua concepção de futebol, tornar singular um fenómeno plural, isto é, fabricar um jogar, dar uma cultura tática para que a equipa expresse como funcionalidade as ideias de jogo do treinador, dentro de um determinado contexto; “criar intenções e hábitos. Tornar consciente e depois subconsciente um conjunto de princípios de forma a exponenciar naturalmente uma determinada forma de jogar.

9.3 PRINCÍPIOS DE JOGO:PADRÃO DE COMPORTAMENTOS QUE AJUDAM A TOMADA DE

DECISÃO NOS DIFERENTES MOMENTOS DE JOGO.

“Os princípios de jogo são as referências (intencionais) do treinador para resolver os problemas do jogo e por isso, expressam-se no comportamento dos jogadores.” (Gomes, 2008)

O Modelo de Jogo reflecte um reportório de comportamentos típicos, regras de acção e de gestão do jogo, os denominados princípios de jogo, que orientam o jogador nas diferentes situações ou momentos de jogo (Garganta, 1996). Os princípios de jogo podem ser decompostos em sub-princípios e estes em sub-princípios dos sub-princípios, independentemente da escala (máxima ou mínima) que possam atingir deverão sempre representar o todo (Modelo de Jogo), manifestando-se como as invariâncias, as características ou as partes do Modelo (Oliveira, 2004).

A propósito da definição de princípios de jogo, o mesmo autor, refere que o princípio é o início de um comportamento que o treinador quer que a equipa assuma em termos colectivos e os jogadores em termos individuais. Gomes acrescenta (Gomes, 2008) que “o modelo de jogo e os seus princípios procuram uma percepção comum dos factos do jogo concorrendo para uma organização comportamental ou seja, que as decisões dos jogadores se inscrevam num contexto Específico Colectivo”.

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Seguindo esta ideia Castelo (2004) salienta que os princípios de jogo são regras de decisão para a resolução das situações que o jogo coloca. Guilherme Oliveira (2004) refere que os princípios de jogo, os sub-princípios e os sub-sub-princípios, são determinadas características, comportamentos e padrões de comportamentos tácticos colectivos, intersectoriais, sectoriais e individuais que o treinador deseja que os seus jogadores e a sua equipa revelem durante o jogo, nos diferentes momentos.

Assim sendo, apresentamos alguns princípios do nosso Modelo de Jogo exibidos em cada momento do jogo de forma a valorizar uma ideia de jogo colectiva, formada por princípios e sub-princípios de jogo.

Figura 2- Os quatro Momentos do Jogo de Futebol

9.7.1 ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Na organização defensiva, temos como principal princípio a defesa à zona pressionante, isto é, após determinarmos uma zona de pressão (que poderá ser alta, média ou baixa consoante o jogo) a equipa tem de mudar rapidamente de atitude e pressionar para provocar o erro do adversário ou ganhar a posse de bola.

Seguindo os seguintes sub-princípios – pressão ao portador da bola pelo jogador mais próximo; coberturas defensivas por parte dos colegas mais próximos ao colega que realiza a pressão; restantes elementos da equipa organizam-se defensivamente

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(concentração), mantendo sempre a equipa equilibrada defensivamente, através de um excelente jogo posicional, ou seja, um bloco coeso e compacto (reduzido em largura e profundidade – “campo pequeno” com muitas linhas em largura e profundidade), com coberturas permanentes, etc. Procura-se conduzir o rival até determinadas zonas de interesse e pressioná-lo com muita agressividade para recuperar a bola.

Dentro destes sub-princípios convém destacar alguns dos sub dos sub-princípios como: não entrar de primeira na pressão ao portador da bola, tentar provocar o erro numa fase inicial para depois procurar “roubar” a bola, fechar os espaços e as linhas de passe e agressividade em todos os momentos de pressing e quando falamos em agressividade falamos em retirar espaço para jogar e tempo para pensar ao portador da bola.

9.7.2 ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Para a organização ofensiva, temos como principal objetivo a circulação objetiva da bola, onde procuraremos desorganizar a equipa adversária para podermos criar situações de finalização.

Como sub-princípios pedimos: tem que haver sempre uma ou mais linhas de passe de segurança (cobertura ofensiva); os jogadores têm de criar linhas de passe diferentes e ocupar espaços vazios para procurar desequilibrar a equipa adversária (mobilidade); no último terço do campo queremos objetividade, onde o drible serve para procurarmos o espaço para desequilibrar o adversário para depois passarmos a bola ao colega solto, isto é, penetrações sucessivas e passe até haver possibilidade de golo (estilo andebol).

Nos sub dos sub-princípios temos as trocas posicionais; rematar sempre que possível; jogar o mais simples possível no nosso meio campo defensivo; laterais mais fixos, onde só sobem pela certa; pivô sempre em equilíbrio e como linha de passe de segurança.

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9.7.3 TRANSIÇÃO DEFENSIVA (ATAQUE-DEFESA)

Na transição defensiva, temos como princípio a pressão imediata ao portador da bola, onde pedimos uma mudança rápida de atitude após perda de bola para que a nossa equipa, por um lado possa impedir o contra ataque adversário, e por outro lado dar tempo aos restantes membros da equipa para se organizarem defensivamente.

Como sub-princípios pedimos um pressing inteligente e organizado, onde o mais próximo realiza a contenção e os restantes dão coberturas e fecham espaços, criando uma grande aglomeração (organizada) de jogadores em torno da bola.

Para sub dos sub-princípios pedimos sempre para não entrarem de primeira, provocando inicialmente o erro do adversário antes de tentarem “roubar” a bola; qualidade na decisão se fazemos ou não falta para impedir males maiores; mas mais importante que isto tudo é sermos inteligentes, disciplinados e mentalmente disponíveis para a realização de uma transição ataque-defesa forte e rápida.

9.7.4 TRANSIÇÃO OFENSIVA (DEFESA-ATAQUE)

Queremos uma mudança de atitude rápida de todos os jogadores, sendo que os avançados sobem e abrem, dando profundidade e largura à equipa. Os médios fazem o mesmo, mas procuram linhas de passe curtas e seguras para sair em ataque rápido ou para circularem a bola em segurança.

Quando recuperamos a bola, os jogadores devem olhar logo para os avançados, mais em específico o extremo do lado contrário. Os defesas devem baixar e abrir, dando linhas de passe de segurança para virar rapidamente o lado da bola sem correr o risco de a perder. Devendo tirar rapidamente a bola da zona de pressão pelos defesas em segurança, ou pelos avançados para ataque rápido, ou pelos médios que poderão sair em ataque rápido ou em segurança.

Mas não é sempre tão linear, a bola poderá sair pelos avançados e não sair um ataque rápido. O importante é sair da zona de maior pressão para menor pressão, dando sempre linhas de passe seguras (de onde sairá ataque rápido ou ataque apoiado).

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Entre outros princípios estes são a nossa base, isto é, são os que definem os quatro momentos. Porém, é a interacção entre todos os princípios/comportamentos que vai permitir atingir a concepção de jogo desejada. Desta forma podemos afirmar que o Modelo de Jogo, para além de ser a base de todo o trabalho é uma ideia de jogo que se concretiza na prática. Contudo, é de vital importância que um treinador tenha uma ideia de jogo e balize o treino em função desta. Sabemos que a ideia de jogo surge em função do modo como um treinador vê e percebe o futebol e o contexto em que está envolvido, valorizando alguns conceitos em detrimento de outros, tratando-se, portanto, de uma ideia específica. Compartilhando desta ideia, a maneira escolhida para conseguirmos trabalhar os comportamentos referidos anteriormente, que nos permitiu uma maior transferência para o jogo, foi respeitando a “especificidade”. Dando enfase a esta ideia Oliveira (2006) aborda a especificidade de uma maneira muito sucinta e refere que treinar em especificidade significa subordinar todo o processo à vivência dos princípios que sustentam a forma de jogar da equipa que está sendo treinada. O incidir sobre os princípios do jogar, segundo Amieiro e Maciel (2011), deverá ser feito através da eleição de prioridades, vivenciando-os numa lógica de aquisição progressiva. Porém, estamos conscientes que não chega criar exercícios em que os princípios do nosso Modelo de Jogo possam aparecer, isto é, o seu verdadeiro aparecimento depende da intervenção do treinador, pois a verdadeira “especificidade” só aparece quando o gestor do treino (treinador) tem a capacidade de intervir e direccionar o treino para os comportamentos desejados.

A enfatizar a relevância capital daquilo que é a intervenção do treinador, Fernandes (2003) sintetiza que o fenómeno do treino é um fenómeno que está claramente dependente da intervenção do treinador. Carvalhal (2003) coloca que a intervenção do treinador é fundamentalíssima. O exercício não vale só por ele [...] Não chega fazê-lo, deixar que ele aconteça e não intervir”, e considera que o mesmo exercício, com os mesmos objetivos e os mesmos jogadores, pode ter uma eficácia diferente com diferentes treinadores. Carvalhal salienta ainda a importância da intervenção do treinador na condução dos contextos (exercícios) vivenciados pelos futebolistas, onde os feedbacks transmitidos aos jogadores podem tornar o exercício mais rico e mais eficaz.

Juntando a “especificidade” do nosso Modelo de Jogo à intervenção do treinador, acreditamos que os jogadores reagirão muito mais rapidamente às situações direcionando a sua atenção para as interações preconizadas, dando um Sentido

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Específico para os acontecimentos do exercício, facilitando a aprendizagem e a apreensão dos conteúdos, interiorizando- os e incorporando-os mais facilmente do que se não houvesse nenhum feedback do treinador. Assim ficamos mais perto da nossa ideia de jogo.

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10. FATORES QUE INFLUENCIARAM A METODOLOGIA DE TREINO

10.1 TOMADA DE DECISÃO

Ao longo do tempo, o futebol conheceu diferentes tendências, adquiriu novas formas táticas e foi sofrendo interferências a vários niveis. Os sistemas de marcação e a ocupação mais racional do espaço de jogo foram aperfeiçoados, diminuindo o tempo para pensar e executar, exigindo aos jogadores um aumento de rapidez na tomada de decisão e por conseguinte um aumento da velocidade na execução da acção. Dentro desta linha de orientação Campos (2008) refere que durante um jogo de Futebol, os jogadores são constantemente chamados a tomar decisões e quanto mais rapidamente o fizerem tanto melhor pois o jogo está crescentemente mais rápido sendo que a velocidade de execução destingue os melhores dos medianos. Ora, a esta exigência de executar rápido esta dependente da capacidade que jogador tem em dicidir bem, o que fazer e quando o fazer. Comprovando esta ideia Garganta e Oliveira (1996) referem que a dinâmica do futebol moderno passa, necessariamente, pelo binómio decisão-execução, exigindo do atleta uma rápida percepção táctico-técnico. Esta nova atitude mental, requer uma adequada capacidade de decisão, e uma solução motora correcta. Para que haja então uma rapida percepção tatico-tecnica existem aspectos indespensáveis na elaboração, potenciação e desenvolvimento de conhecimentos dos jogadores, o que lhes permitirá um mais fácil e imediato reconhecimento do jogo, apreensão, decisão e atuação sobre e durante a competição (Oliveira, 2006), que é todo o processo do treino e a sua respetiva concreteização. Para que o treino faça sentido, é fundamental que o mesmo promova uma adaptação a uma determinada forma especifica de jogar, já que o principal papel do treinador é ensinar a equipa (no seu conjunto) a jogar futebol da forma que ele idealizou (Azevedo, 2011). Mediante aquilo que foi referido podemos concluir que é através do processo de treino (ensino-aprendizagem), que o treinador e a equipa (jogadores) conseguem lidar e interagir com a imprevisibilidade do jogo de futebol, reduzindo-a, através da criação de situações previsíveis (exercícios que potenciem a tomada de decisão num determinado momento do jogo de futebol) que sejam reconhecidas e adquiridas a partir da vivência hierarquizada de uma ideia de jogo e por conseguinte de um modelo de jogo.

A evolução do futebol tem sido marcada pela crescente preocupação com a metodologia de treino uma vez que é fundamental para o rendimento dos jogadores e

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equipa. No entanto, o modo como esta preocupação é realizada não é uniforme e por isso, existem várias tendências de treino que se distinguem uma das outras e que originam “diferentes treinar (es) ”. Em relação ao treino e ao treinar, Guilherme Oliveira (2006) é bem explícito ao referir que “treinar é criar uma forma de jogar e

consequentemente uma equipa, tendo em consideração as ideias que eu quero que a equipa apresente em campo. É conseguir transmitir determinadas ideias à equipa e esta entender as ideias e nós, em conjunto, construirmos um jogo em que essas ideias estejam permanentemente representadas nesse mesmo jogo”. Percebe-se, então, que

treinar é colocar uma equipa a jogar à imagem do treinador, ou melhor, à imagem da sua ideia de jogo. Para que isso aconteça é fundamental existir uma interacção entre as ideias do treinador e a compreensão por parte dos jogadores. No mesmo sentido, José Mourinho, considera que treinar é operacionalizar uma ideia de jogo, sendo possível guiar os jogadores ao longo do processo, levando-os a perceber e a identificar-se cada vez mais com o jogar que se deseja, dado que a evolução ao nível do entendimento (e manifestação) do jogo e do jogar resulta fundamentalmente de se treinar sistematicamente os comportamentos pretendidos (Oliveira,2006).

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10.2 CRIATIVIDADE NO FUTEBOL

“No ensino elementar, Einstein foi mandado ao quadro para responder quanto é a metade de 13. Einstein disse: “Claro que a metade de 13 é 6,5. De qualquer modo existem diferentes formas de dividir algo”. Depois falou: “Por exemplo, você pode apresentar em numeração Romana e depois dividi-lo. Metade de 13 (XIII) torna-se 11 (XI) e 2 (II) ”. Einstein fez isso de 18 maneiras diferentes e o professor levou-o a casa naquela tarde e disse aos pais que ele era atrasado mental”. (Machado, 2010)

Uma palavra muito usada nos dias de hoje é criatividade. Esta temática ganha hoje especial interesse por diversas razões. A sociedade actual, exige de todos um constante papel de auto-aperfeiçoamento e de resolução criativa de problemas. Vive-se, nos tempos presentes, "a sociedade da criação" (Portnoff, 1992). Os conhecimentos renovam-se rapidamente, em consequência dos progressos científicos e tecnológicos. Já não basta trabalhar bem, é preciso fazê-lo cada vez melhor. Há que desenvolver (as) capacidades que ajudem os indivíduos a mais facilmente se adaptarem a novas circunstâncias e situações. Há que apelar à nossa inteligência, mas também à nossa criatividade. (Martins, 2004)

Atualmente, a maioria dos jovens cresce num ambiente marcadamente hostil para o desenvolvimento da sua criatividade. Não raramente, o contexto familiar e escolar caracterizam-se por um clima de exagerada orientação, com normas restritas, inibindo a iniciativa individual, a independência, a originalidade, ou seja, coibindo o “fazer diferente”(Wein, 2005).

Quando dizemos que alguém é criativo, queremos dizer que possui ou desperta a capacidade de criação, superação e de invenção. A criatividade, pode também ser entendida como a capacidade de estabelecer, construir pela primeira vez algo de novo, algo diferente. Assim, podemos concluir que o criativo é aquele que cria algo de novo.

Se aplicarmos esta ideia ao mundo do desporto e em particular ao futebol, podemos afirmar que, um criativo é um jogador que encontra (e concretiza eficazmente) soluções para os problemas contextuais do jogo que poucos (ou nenhum) companheiros de equipa conseguem discernir e executar. São estes jogadores (os criativos) que jogam e fazem jogar uma equipa, que contagiam um jogador menos evoluído, técnica ou táticamente, a praticar um futebol vistoso e, simultaneamente, objetivo. São estes

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jogadores que melhor entendem os ritmos de jogo, isto é, quando é preciso circular mais a bola para recuperar ou pacientemente conduzir a equipa adversária a entrar em desequilíbrios defensivos, ou quando é necessário acelerar processos para aproveitar desequilíbrios já presentes na estrutura defensiva oponente (ataque rápido ou contra-ataque) (Almeida, 2012). Desta forma, podemos constatar que no futebol actual é necessário que o jogador seja capaz de solucionar problemas no decorrer do jogo, e é nas respectivas estratégias e formas de resolução que reside a essência da criatividade do jogador de Futebol.

No entanto, cabe ao treinador criar condições para que a criatividade possa ser estimulada e exercitada, ajudando desta forma os jogadores a desenvolver capacidades que os ajudem, com maior facilidade a adaptarem-se a novas circunstâncias e situações (Martins, 2000).

“O treinador pode “barrar” a criatividade, ou pelo contrário, pode favorecê-la. No entanto, a verdadeira criatividade pertence ao jogador, pois o treinador apenas pode impelir o jogador a descobrir soluções criativas” (Arsène Wenger, 2006)

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CONCLUSÃO E PERSPETIVAS PARA O FUTURO

Depois de uma época intensamente vivida, com aprendizagens importantes pelo caminho, a todos os níveis, procuramos partilhar a nossa experiencia, sustentando a ideia do que a partilha de experiencias e conhecimentos é o melhor veículo para a evolução.

O principal objectivo deste estágio (aquisição de competências básicas para o exercício da função de treinador desportivo em contexto real de treino e de competição), foi amplamente alcançado através da vivência de todo o processo, que tentamos revelar de forma sucinta com este relatório de estágio.

Durante operacionalização do processo de treino, concluímos que existem pontos vitais para a construção de uma forma de jogar específica. O primeiro ponto prende-se com a criação de um Modelo de Jogo, onde o treinador operacionaliza a sua ideia de jogo tendo em conta o contexto onde está inserido. No fundo o Modelo de Jogo é o que identifica uma equipa e as distingue, por evidenciarem regularmente um conjunto de princípios e comportamentos em várias situações e momentos do jogo.

Aliado a construção do modelo de jogo está a maneira como transmitimos esses princípios/comportamentos, isto é, o treinador tem de actuar no momento certo e corrigir e promover os comportamentos desejados. Com as ideias bem definidas de como queremos jogar e sabendo como as transmitir, á medida que fomos decompondo os diferentes momentos de jogo em princípio, sub princípios e sub dos sub princípios, surgiram pontos que para nós assumiram uma importância fulcral. Salientamos a Tomada de Decisão da equipa em competição que nos permitiu ao longo da época ajustar o treino as necessidades da equipa. Todo o processo de treino deve ter em conta o treino como condicionador do imediatismo decisional que caracteriza o jogo, constituindo-se as imagens e os padrões neurais como os princípios que queremos estabelecer na equipa e que emergem na espontaneidade dos jogadores, pois o jogador de futebol atua, mais ou menos naturalmente, de acordo com aquilo que treinou, usando, para tal, as armas de atividade intrínseca e espontânea que o seu sistema nervoso permite, utilizando o comportamento adequado em determinado momento do jogo, guardado em memórias aprendidas durante o treino. Desta forma quando surgem situações e contextos semelhantes aos treinados, permite qua a tomada de decisão seja mais célere por quantidade de informação a descodificar, permitindo deste modo antecipar, ou pelo menos viver o jogo de forma antecipada relativamente aos

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adversários. (Maciel J. , 2008)

Contudo é importante realçar a importância da tomada de decisão em equipa, isto é todos os elementos da equipa devem ter noção do que se passa com a equipa a cada momento e nos mais variados contextos, quais são os problemas com que se deparam e como os solucionar, quais os limites da equipa e quais os seus pontos fortes. Em suma, a equipa deve perceber o que o treinador quer, isto é, todos os jogadores devem ter a mesma imagem do que é pretendido num determinado momento do jogo.

Por último, mas muito importante para o sucesso desportivo, é a necessidade de trabalharmos em “especificidade”, pois esta vai direccionar todo o processo de treino em função daquilo que desejamos. Desta forma, a “especificidade” colocada no treino vai permitir que o jogador se adapte à forma de jogar pretendida, originando, em competição, que essa forma saia com naturalidade, permitindo ao jogador reduzir a incerteza inicial nas diferentes situações de jogo e, consequentemente, contribuir para que o jogador possa organizar as suas decisões de forma mais lógica permitindo-lhe, inclusive, em circunstâncias óptimas poder antecipar mais vezes e de forma mais acertada acções concretas de jogo.

Em síntese podemos concluir que: a equipa evoluiu num sentido positivo através de um desenvolvimento individual e coletivo. As vivências proporcionadas pela competição e os diálogos constantes (corrigindo e incentivando comportamentos pretendidos) com os jogadores influenciaram em grande parte os seus desempenhos durante o processo de treino. Podemos afirmar também que existiram melhorias significativas da Avaliação inicial para a avaliação final que nos indica que ouve uma evolução da aprendizagem do jogo.

No que diz respeito às perspectivas de futuro, é nossa intenção que as aprendizagens e a oportunidade que me foi dada possam ter continuidade no desempenho futuro profissional.

Consideramos ter sido uma experiência extremamente proveitosa na qual, após o seu término, o sentimento descritível que nos invade é o de dever cumprido e de satisfação, acompanhado por alguma frustração pelo objectivo não ter sido alcançado. Contudo, e conscientes de termos feito tudo o que estava ao nosso alcance, sempre com espírito pró-activo, tentámos não defraudar expectativas e caminhámos no sentido de esclarecer dúvidas e conhecer novas experiências. No final deste Estágio consideramo-nos melhor preparados para o desempenho deste tipo de funções.

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Tabela 1 – Constituição da Equipa de Juvenis CDC
Figura 1 – Campeonato Distrital da AFB
Tabela 2 – Equipas da Divisão de Honrra (Sub 17) da AFB
Figura 2- Os quatro Momentos do Jogo de Futebol

Referências

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