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0345ESTUDO
DA REANASTOMOSE
TUBÁRIA
POS-
LAQUEADURA
ATRAVÉS DE
RELATO
DE
CASOS
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v- >‹ Ls! (IJ (I) CBCCM Ex. UFSATUALIZAÇÃO
DA
LITERATURA
Trabalho apresentado à Universidade
Federalde Santa
Catarina,para a
conclusãodo Curso
de
Graduação
em
Medicina
Florianópolis
Universidade Federal
de
Santa Catarina
2002
ESTUDO
DA REANASTOMOSE
TUBÁRIA
PÓS-
LAQUEADURA
ATRAVÉS DE
RELATO
DE
CASOS
E
ATUALIZAÇÃO
DA
LITERATURA
Trabalho apresentado
àUniversidade
Federalde Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.
Presidente
do
Colegiado:
Prof.
Dr.
Edson
José
Cardoso
Professor:
Dr.
Ricardo
Nascimento
Florianópolis
Universidade Federal
de Santa Catarina
2002
Ao
Prof. Dr. Ricardo Nascimento, pela atençãoque
me
prestouno
decorrer deste estudo,estando presente
sempre
que lhe foi solicitado, e cujas críticas e incentivos tornaram possívela sua execução.
A
Anderson
Tavares de Melo, pelo carinho recebido,além do
auxílio na digitação eorganização deste texto.
Aos meus
pais, pelo apoio durante a elaboração deste estudo.À
minha
colega Flávia Henrique, pela leitura e constantes sugestões duranteo
desenvolvimento deste texto.
Às
seis pacientesque
participaramdo
presente estudo, pela presteza durante a aplicaçãodo
protocolo de coleta de dados.RESUMO
... _.SUMMARY
... ..1.INTRoDUçÃo
... ..2.REvIsÃo
DE
LITERATURA
... ..3.oB1ET1Vo
... ..4.MíEToDo
... _.5.RELATo
DE
cAsos
E
RESULTADOS
... _.õ.DIscUssÃo
... ..6.1. Causas de arrependimento ... ..
6.2. Fatores
que influenciam no
arrependimento ... ..6.3. Fatores prognósticos
em
relação ao sucesso da reanastomoseREFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..APÊNDICE
... ..O
objetivodo
presente estudo é relatar as causas de arrependimento pós-laqueadura, osfatores que influenciam neste arrependimento e os fatores prognósticos relacionados
ao
sucesso da reanastomose
num
grupo de seis pacientes,comparando-os
com
os dados obtidosna literatura.
Os
dados relativos às pacientesforam
encontradosem
serviços de arquivo médico.O
protocolo de coleta de dados aplicado a estas pacientes continha dados relacionados aos
antecedentes gineco-obstétricos
no
momento
da laqueadura e dados relacionadosao
momento
do
arrependimento e reversão.Foram
discutidas as principais causas de arrependimento, osfatores
que
influenciaramno
arrependimento,como
paridade, orientaçãopré-operatória, idadeem
que foi esterilizada, estado civilno
momento
da
laqueadura, qualidadeda
vida conjugalno
momento
da
laqueadura, se a paciente se sentiu coagida a realizar a laqueadura emudança
no
estado civil após a laqueadura, assim
como
foram
discutidostambém
os fatores prognósticos relacionados ao sucessoda
reversãoda
laqueadura, taiscomo
técnica cirúrgica utilizada paraa laqueadura tubária, idade da paciente
no
momento
da reanastomose ecomprimento
tubáriofinal.
A
principal causa de arrependimento foio
desejo de ternovos
filhosque pôde
estarisolado
ou
acompanhado
de cofatorescomo
nova
uniãoou
óbito deum
filho.A
literatura permitiu concluirque o
conhecimento das causasde
arrependimento e dosfatores associados
ao
mesmo
auxiliana
sua prevenção, permitindoque
a escolha destemétodo
se faça de
forma
consciente.The
present articleaims
to report repentance causes alter tuhal li-gation, factors affectingthis repentance and prognostic factors related to reanastomosis' success in a
group
of sixpatients,
compared
with data obtainedfrom
literature.Data
related to patientswere
found in medical files services. Collect protocol used in this casehad
data related to gynecologic-al-obstetric antecedents- at tubal ligation timeand
datarelated to repentance and tubal reversal time.
We
discussedmain
repentance causes andfactors affecting that repentance, as parity, pree surgery orientation, age at sterilization time, marital status at tubal ligation time, conjugal life quality at tubal ligation time, whether the patient felt coerced to
do
tubal ligation and change in marital status before tubal ligation.We
also considered prognostic factors related to tubal reversal success, such as surgical procedure used for tubal ligation, patient°s age at reanastomosis time, and final tubal length.
Main
repentance causewas
the desireof
havingmore
babies,which
may
be an isolatedfactor or it
may
have co-factors such as anew
marriage or child decease.Literature allowed concluding that comprehension of repentance causes
and
associatedfactors helps in prevention, allowing the patient to choose consciously this method.
A
laqueadura tubária éum
método
de esterilizaçãoque
vem
sendoamplamente usado
nosdias atuais
como
método
contraceptivo. Apesar de sua popularidade,algumas
das mulheresque
realizam este tipo de operação arrependem-se e solicitam sua reversão através da operação de reanastomose tubária.Entre as principais causas de arrependimento estão: desejo de ter
novos
filhos1'2°3°4' 5'6°7° 8°_, . . . _ A . 3 5, 5, 1
9° 1°' U, alteraçoes menstruais1° 3
, sexuais1° 3° 5, anormalidades sistemicasl'
° 1
e fatores
sociais4° 5° 6° U.
Destas, a mais
comum
é o desejo de ternovos
filhos,motivado
por outras~
razoes
como
novo
casamento, óbito deum
filho,ou
apenaso
desejo de ter mais filhos,sem
outros motivos associados.1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10°U
O
arrependimento
pode
ser definidocomo:
“Pesar
do que
se fezou
pensou; sentimento; dor; constrição;mudança
de opinião.” 12O
uso indiscriminadoda
laqueadura tubária ocorre principalmenteem
paises de baixonível sócio-econômico7,
onde
programas de planejamento familiarnem
sempre
estão presentes ou,quando
presentes, são insuficientesem
relação à demanda. Isto acarretauma
escassez de informações sobre
métodos
contraceptivos por parteda
população7, dificultandoo
acesso da
mesma
a estes métodos. Destemodo,
háum
aumento do
número
de solicitações delaqueadura tubária, muitas vezes desnecessárias, gerando
um
maiornúmero
de mulheresinsatisfeitas
no
futuro7.Consequentemente
ocorreum
aumento na
demanda
em
serviçosque
realizem a operação
de
recanalização tubária7. Deve-se, entretanto, considerar que estaoperação
não
é isentade
riscos,tem
custos elevados e, por maisque
sua técnica tenha sidoaperfeiçoada, seus resultados
não
alcançam100%
de
sucesso-
na literatura pesquisadao
índice de gestação após reversão de laqueadura tubária variou de 54,68 a
91,6%”.
Existem, ainda, os fatores que influenciam
no
arrependimento. Dentre estes, destacam-se:mulheres
que foram
esterilizadas muito jovensM° 1° 15° 2° 3° 4° 16' H' 17° 18° l9(principalmentese
abaixo de 25 anos
de
idade14° 2), informações prévias inadequadasem
relação aosmétodos
~
contraceptivos, assim
como
desconhecimento a respeitoda
situaçao de irreversibilidadeda
laqueadura tubáriah 15° 3° 4° 16° 7, relacionamentos instáveis e mulheres
que
se sentiram, deEm
relação ao sucesso da cirurgia de recanalização tubária existem os fatoresprognósticos, sendo os principais: idade da mulher
no
momento
da
reanastomose(com
melhorro óstico nas mulheres mais `ovens15° 5° 9° 13* 11° 18 '
tem
o
decorrido desde a realiza ãoda
7
-- ~ V- s,õ,7,21,
estenhzaçao,
no
momento
da
reanastomose6° 20° U;tamanho
dos cotos tubanos restantes 13' U” 18,este relacionado ao tipo
da
técnica que foi utilizada para a realização da laqueaduras” 13' U” 18(as técnicas de laqueadura
que
preservammais
a tubatêm
prognósticomelhor
dereversibilidadesfl); experiência
do
cirurgião neste tipode
operação5° 6.Koh
e Janikzzcomentaram que o
usoda
magnificação
ópticaede
instrumentos delicadospara as operações
de
infertilidade foi inicialmente proposto por Swolin.Na
década de 70,alguns autores passaram a adotar as técnicas de microcirurgia para a reversão
de
laqueaduratubária.
Os
primeiros trabalhos utilizando estas técnicasforam
deGomel
(1977) eDiamond
(1977)7=”
A
anastomose tubária laparoscópica foi realizada inicialmente porSedban
e colsem
1989. Eles relataramum
caso utilizando cola biológica (de fibrina)com
guia intra-luminal e a patência tubária foi observada após 3 meses.23' 1°No
presente estudo, foram abordados e discutidos fatores relacionados à ligaduraem
seispacientes,
ou
seja, os antecedentesda
esterilização-
como
paridade,métodos
contraceptivosconhecidos e usados, idade, estado civil e estado psicológico
no
momento
da
ligadura e situação temporalem
relação à gestaçãoem
que
foi realizada a laqueadura-
e fatoresrelacionados à reanastomose
-
como
motivode
arrependimento,tempo
decorrido entre alaqueadura e
o
arrependimento eo
resultado da reanastomose tubária.Todos
os dados coletados foram organizadosna
forma
de relato de casosno
capítulo de2.REVISÃO
DE LITERATURA
Barbosa
e colsl ,em
1994,em
um
estudo a respeito 'do grau de insatisfação pós laqueaduratubária, observaram
que
a principal causa de arrependimento foio
desejo de ter mais filhos(63%)
- sendo38%
devido troca de parceiro,
3,5%
devido morte deum
filho e21,5%
apenaso
desejo de ter mais filhos,sem
haver outras razões associadas. Outras causas foram:alterações sistêmicas (obesidade e algia pélvica), menstruais (hipermenorréia e irregularidade
menstruais) e sexuais (piora
do desempenho
sexual).Segundo
os autores, distúrbios menstruais e alterações sexuaisforam
queixas freqüentes tanto nas mulheres arrependidas, quanto nas mulheres satisfeitasem
relação à laqueaduratubária.
Denominaram
Síndrome
Pós-Laqueadura Tubária ao conjunto de distúrbiosmenstruais.
Os
autorescomentaram que
a lesãodo
mesováriono
momento
da
esterilização -comprometendo
a irrigação sangüínea, a inervação e adrenagem
linfática dos ovários,levando a alterações hormonais e diminuição da síntese de progesterona
-
pode
ser a causadesta síndrome.
Dias e cols24,
em
1998,acompanharam
300
pacientes submetidas a laqueadura tubária, investigando esta síndrome.“A
síndrome pós-laqueadura tubaria seria então caracterizada por: desarmoniado
ciclo menstrual (metrorragia, sangramento intermenstrual, “spotting” eamenorréia), algia pélvica, dismenorréia, dispareunia, tensão pré-menstrual e manifestações
psicológicas.” 24
Algumas
hipótesesda
etiologia desta síndrometambém
foram
abordadas pelos autores:(1) alterações da irrigação ovariana, torção
do
ovário e aderências pélvicas; (2) deficiênciada
fase lútea devido a supressão
da
irrigação utero-ovariana; (3) interrupçãodo
uso deDIU
ou
anticoncepcional hormonal.
Os
autoresnão
encontraramem
seus resultados diferenças significativas. pré e pós laqueadura tubária quanto aos padrões menstruais, algia pélvica,dismenorréia, tensão pré-menstrual e sintomas climatéricos, não
comprovando,
portanto, aexistência desta sindrome.
Izzo e colss,
em
1984,mostraram
em
seu trabalhoque
as principais causas de arrependimentoforam novo
casamento e óbito deum
filho.Cedenho
e cols.7,em
1996,tubária, foram:
novo companheiro
(74%), falecimento de filho(14%)
e desejo de ter maisfilhos
sem
outros motivos associados (12%). Adesz,em
1997
eCunha
e colsm,em
1998,também
encontraramque
a maioria das pacientes foi motivada a procurar a reversãoda
laqueadura por
um
novo
casamento.Chowdhury
e cols 8,em
1997, tiveramcomo
principais motivos que levaram à reversãoóbito de filho
(52,7%
dos casos)enovo
casamento (34%). Resultados semelhantesforam
obtidos por
Kim
e colsls,em
1997,onde
os principais motivosforam
óbito de filho (50,8%),seguido por
novo
casamento (27,3%).Pereira e colsõ,
em
1986, citaram,além
destas causas, fatores psicológicos emudança
de
condição sócio-econômica.
Chames
e cols.“,em
1999, realizaramuma
revisão e citaramcomo
motivos maisfreqüentes para a solicitação de reversão:
novo
casamento, óbito deum
filho, desejo de termais
um
filho, desejo por filhos de determinado sexo, idadejovem
durante a laqueadura,fatores psicológicos e melhora
da
situação econômica.“A
esterilização tubáriapode
ser realizadano
momento
da cesariana, logo apóso
partoou
abortamento induzido,
ou
em
um
momento
não- relacionado à gravidez.”25Menegocci
e colszo ,em
1989, defenderamque
a Iaqueaduranão
deve ser realizadano
momento
do
parto:“Em
virtudeda
possível ocorrência de óbitodo
recém-nascido, aesterilização deveria ser protelada para alguns
meses
apóso
parto.”2°Leal”
apontaque
é deverdo médico
explicar à gestanteque
a horado
parto não é adequada para solicitação de laqueadura tubária, “poisque
ninguém pode
se responsabilizar pelo firturoda
criança, aindaque
em
diagnóstico definitivo sobre sua condição fisica.”26Em
relação à taxade
arrependimento pós laqueadura,Barbosa
e colsl encontraram19,4%
de
pacientes Iaqueadas insatisfeitascom
esta situação.Os
autores aindacomentaram que
em
trabalhos contemporâneos realizados
em
outros países, a taxa de arrependimento variou de0,1% a1o,15%.
Vieira4,
em
1998, realizouum
estudo sobre arrependimento pós ligadura tubáriaque
consistia de duas etapas.
Na
primeira etapaforam
entrevistadas todas mulheres, entre 15 e49
anos de idade, de
uma
comunidade
quanto aouso
demétodos
contraceptivos. Destaspacientes, foram selecionadas para a segunda etapa apenas aquelas
que haviam
realizadouma
determinadacomunidade que haviam
se submetido a esta operação, sendo que,somado
aisto, mais
8%
jáhaviam
experimentado este sentimentoem
algum
outromomento.
Existem diferentes taxas de arrependimento entre países desenvolvidos e países
em
desenvolvimento, sendo
que
estas diferenças estão relacionadas às causas de arrependimento,sendo naqueles, mais freqüentemente,
novo
casamento e nestes, falecimento deum
filho.Apesar disto,
Bahamondes
e cols14,em
1992,num
estudo» sobre arrependimento pósesterilização,
mostraram que
após1980 houve aumento do
número
de mulheres laqueadasem
relação à década anterior e que, concomitantemente,
houve
reduçãona
idade da pacienteno
momento
da
realizaçãoda
laqueadura tubária,com
aumento da
proporção de mulhereslaqueadas antes dos
25
anosde
idade.Para os autores existe
uma
correlação entre a idadeno
momento
da
laqueadura tubária e a porcentagemde
arrependimento,ou
seja, quantomenor
a idadeda
mulher, maior apossibilidade de arrependimento. Isto
pode
ser explicado pelo fatode que
mulheres mais jovenstêm maior
probabilidade demudanças
em
suas vidas influindono
desejode
ter maisfi1h‹›s.“
As
taxas de arrependimento variaram de Il a50%
no
Brasil,dependendo da
região4,podendo
chegar a50% em
mulheresque haviam
sido esterilizadas antes dos 25 anos4'I4.Femandes
e Bahamondesls,em
l996, observaramque
a idademédia
das mulheresno
momento
da
esterilização foide
24,4 anos.“A
laqueaduraem
sinão
éum
mau
método. Elaestá,
em
realidade, sendomal
utilizadaem
mulheres muitos jovens,num
momento
precoce desua vida reprodutiva. Entre essas mulheres, denota-se
o
desconhecimento sobre osmétodos
anticoncepcionais reversíveis e a
pouca
confiançaque
possuem
em
sua eficácia.Tudo
isso éfalta de
comunicação
entre os profissionaisda
saúde e a população, falta de orientação e de opções para contracepção dos casais.Soma-se
a essas dificuldades a contenção de gastoscom
a saúde pela rede pública,
o que impede
a capacitação de profissional para atender eesclarecer esse contigente
de
homens
e mulheres.” 15Bahamondes
e Gols”demonstraram
a importânciada
orientação pré-operatória, incluindoa explicação
do
caráter irreversíveldo
procedimento eo
fornecimento de informações “deum
amplo
lequede
outras opções anticoncepcionais” 14.Barbosa
e colsltambém
observaramque
o
graude
arrependimento está diretamente relacionado à orientação pré-operatória.A
maioria das mulheres arrependidas (64,7%) consideraram inadequada a orientação pré-operatória eo
inverso ocorreuno
grupo depacientes satisfeitas
com
a laqueadura tubária,ou
seja, mulheresnão
arrependidas,onde
66%
consideraram a orientação pré-operatória adequada.
Os
autorestambém
observaram que
as mulheres arrependidaseram
mais jovensno
momento
da
esterilização eque
o
aumento
na taxa de arrependimento é diretamente proporcional aotempo
decorrido desde a laqueadura tubária.Não
foi observada relação entre insatisfação e os seguintes fatores:número
de filhosno
momento
da
laqueadura tubária,indicação
médica
da laqueadura,momento
de sua realizaçãoem
relação à gestaçãoou
custo.Petta e colsm,
em
2000,demonstraram que
a taxa de mulheres arrependidas entre onúmero
totalde
novas pacientesque
consultaramnum
serviço de infertilidadeaumentou
de2,4%
em
1980
para12,4%
em
1990
eem
2000
manteve-se estável, 13,8%. Para os autores, abaixa idade e a desinformação, assim
como
o
dificil acesso à outrosmétodos
contraceptivos são as principais variáveis associadas ao arrependimento.Houve
desconhecimento por parte das pacientesque
procuraramo
serviço de infertilidadea respeito das chances de reversão. Cerca de
50%
abandonaram o
serviço após seremorientadas quanto a estas chances.
Das
pacientesque chegaram
a realizar laparoscopia apenas50%
tinham condições de realizar a operação de reversão.Como
resultado final apenas3,3%
das pacientesque
procuraramo
serviço de infertilidade conseguiramnova
gestação.Cedeiiho e cols7, relacionaram
o aumento do
número
de laqueaduraem
paises de baixonível sócio-econômico
com
as precárias informações sobre opções de anticoncepção,o que
gera
um
maiornúmero
de arrependimento.Ades
2,em
l997, realizouum
estudo sobre os fatores associados ao arrependimento pós laqueadura tubária.Sua
casuística consistia de dois grupos:um
de mulheres satisfeitascom
alaqueadura tubária e outro
de
mulheres arrependidas.Observou que
as variaveis responsáveispor maior risco de arrependimento pós laqueadura tubária eram: idade atual, estado civil
(maior proporção de mulheres
com
união consensualno
grupo de pacientes arrependidas),idade
no
momento
da
laqueadura enovo
companheiro.O
principal fator de risco parao
arrependimento foi a baixa idade
no
momento
da
realização da esterilização. Neste estudonão
foram
estatisticamente significativas as seguintes variáveis: etnia, grau de escolaridade enúmero
de filhos vivos.Em
relação apenas às mulheres insatisfeitascom
a laqueadura tubária, observouque
a idademédia
em
que
o
arrependimento apareceu foide 30
anos; eque o
tempo
decorrido entrerealizada
também
foi abordada:73,5%
em
parto cesáreo,17,2%
em
parto vaginal e9,2%
forada
gestação.Também
foi observado nestas pacientes a falta de acesso amétodos
anticoncepcionais reversíveis e sua baixa utilização.
Barbosa e cols3,
em
1997, realizaramuma
avaliaçãodo
grau de insatisfação póslaqueadura tubária, identificando os motivos e fatores associados ao arrependimento.
A
casuística era
composta
porum
grupo de mulheresque
fizeram parte dePrograma
de Planejamento Familiar (grupo 1) antes de serem submetidas à laqueadura e outro grupo depacientes que não fizeram parte deste
programa
pois tiveram a esterilização realizadaem
outros locais (grupo 2).
No
primeiro grupo,100%
das pacientes consideraram a orientação pré-operatóriaadequada, contrastando
com
59%
no
grupo 2.No
grupo 1 a idademédia no
momento
da
operação foi de 35,6 anos, enquanto queno
grupo 2 foi de 27,3 anos.O
número
de filhos foisemelhante entre os dois grupos. Ainda,
no
primeiro grupo,15%
das laqueadurasforam
realizadas
no
ciclo gravídico-puerperal, enquantoque no
gmpo
2
esta porcentagem foi de75%.
Nas
pacientesdo
primeiro grupo,100%
das cirurgias foram gratuitas contrastandocom
o
grupo 2onde
para cada cirurgia gratuita, 2eram
pagas.Em
relação à taxa de arrependimento, esta foi de1,04% no
grupoque
realizou o planejamento familiar(uma
paciente que teve a laqueadura realizada por indicação médica) ede
19,5% no
outro grupo, sendoque
neste,o
principal motivo foi desejo pornovos
filhos.Desta forma, foi demonstrada a importância
da
orientação pré-operatória, “diminuindoo
grau de insatisfação decorrentede
desinformação, restando assim,somente
alterações orgânicas,menstruais e sexuais e outras variáveis
como
fatores de arrependimento.”3Vieira4 apontou os seguintes fatores
que levam
ao arrependimento: idadeno
momento
daesterilização, morte de filho,
novo
companheiro, falha de outrosmétodos
contraceptivos e escolha feita sob pressão (paciente coagida a realizar a laqueadura), sendoque
há relaçãoentre arrependimento e entendimento prévio
da
irreversibilidadeda
esterilização. Para a autora,o
fato da paciente terque
pagar pela laqueadura tubária acaba sendoum
obstáculopara
o
arrependimento.A
autora citou a laqueadura túbáriacomo
método
contraceptivo maisusado
pelasmulheres brasileiras e refere
que houve
aumento
maior que10%
na prevalência de mulheresesterilizadas.
Segundo
a autora, esta alta prevalência se deve à falta de alternativasconfiável para
70%
das mulheresque
realizaram laqueadura tubária, sendo que43%
experimentaram falha de
método
antes da esterilização. “Foi encontrada associação entre tertido problemas durante
o
uso deum
método
reversível e ter se submetido à. esterilização antesdos
30
anos.” 4“Os
fatores mais encontrados associados ao arrependimento são: fatores demográficos, taiscomo
idade e paridade: fatores sociais,como
mortalidade infantil, indices de divórcio,qualidade nos serviços de planejamento familiar; e fatores pessoais. Estes últimos incluem
algumas
características individuais queinfiuenciam o
processo de decisão, taiscomo
a idadena
esterilização,o
número
e o sexo dos filhos vivos e a qualidadeda
relação conjugal entre osmembros
do
casal." 4Para
Chames
e cols23 as caracteristicasda mulher
ou
casalque
desejaram reversão foram: idadejovem
(menos que 30
anos)no
momento
da laqueadura, história marital complexa,brancas, baixa escolaridade, a maioria possuía
(68%)
entre 3 a 5 filhos e tinhamcomo
método
contraceptivo previamente utilizado
o
hormonal - mais associado a paraefeitos - e desconhecimentode
outros métodos.Van
Voorhisls,em
2000, referiucomo
principal fator de risco parao
arrependimentoidade
jovem
(menos que 30
anos)no
momento
da
laqueadura.O
segundo principal fator derisco foi
mudança
no
estado civil após a esterilização eque
“apesar deste fatornem
sempre
ser previstono
momento
da
esterilização, estudosdemonstram que
a desarmonia maritalno
momento
da
esterilização é fator de risco para arrependimento.” 18Schmidt e colsw,
em
2000, publicaramum
estudo prospectivo de mulheresque
haviam
sesubmetido à laqueadura tubária.
As
pacientes foramacompanhadas
por, pelo menos, 5 anos e a cada entrevista de seguimento foi perguntado às mulheres se elas tinham solicitadoinformações
ou
realizado reversão.Em
14 anos, a taxade
arrependimento foide
14,3%, sendoque
apenas nas mulheres jovens (18 a24
anos) esta taxa foi de40%.
Não
houve
relação entreo
número
de filhos vivos e arrependimento.Foram
encontradas maiores taxas dearrependimento
em
mulheres jovensque não
eram
da raça branca e não casadas.Das
mulheres
que
solicitaram informação sobre reversão de laqueadura,57%
solicitaramo
procedimento,
mas
apenas1,1%
realizaram reversão.Fernandes e
Bahamondes
15,em
1996, realizaramum
estudo sobre fatores etiológicos deesterilidade conjugal
demonstrando que aproximadamente
25%
das consultas de esterilidadePara os autores, a idade
média no
momento
da primeira consulta de esteiilidade foide
31,3 anos,o que
toma
o
prognóstico destas mulheres melhor, pois quanto maior a idadeda
paciente,
menores
as chances de gestação devido aomenor número
de
ciclos ovulatórios.Menegocci
e colsm, realizaramuma
revisão sobre reanastomose tubária pós-laqueadura.Os
autores iniciaram pelo aconselhamentodo
casal que deve levarem
consideração as razõesque motivaram
a laqueadura (inclusive indicação médica).Na
seleção das pacientes énecessário conhecer as condições da extremidade distal das trompas. “ ...preferir, dentre os
métodos
de esterilização existentes, aquelesque
facilitam a recanalização tubária, evitando-seas fimbriectomias, a retirada de grandes porções das trompas e as eletrocoagulações extensas durante a esterilização pela laparoscopia.” 2°
O
períododo
ciclo ideal para a realização da reanastomose foi o periodo proliferativodo
ciclo menstrual, por favorecer a cicatrização e diminuiro
sangramento. Pode-se prolongareste periodo utilizando-se estrogênios
no
pós-operatório.Pereira e colsó realizaram
um
estudo envolvendo42
pacientesque
sesubmeteram
à reanastomose cirúrgica das tubas uterinas.A
metodologia aplicada pelos autores constou,além
da técnica cirúrgica, detempos
propedêuticosque antecedem
a operação:espermograma, teste pós-coito, histerossalpingografia, provas
de
ovulação (biópsia deendométrio e dosagens de progesterona) e laparoscopia, visando detectar causas
concomitantes de infertilidade.
A
técnica cirúrgica segue os seguintes passos: 1) suspensãouterina (introdução de compressas
na
cavidade vaginal), 2) identificaçãodo
localda
laqueadura
com
injeção de azul de metilenono
coto proximal, 3) preparo dos cotos, 4)aproximação da mesossalpinge, 5) justaposição e sutura dos cotos (
4
pontos nacamada
muscular e de 4 a 6 pontos na serosa), 6) prova
com
soluçãode
azul de metileno paracomprovar
a permeabilidade tubária e ocorrência de escape pela luz.A
hemostasia foi realizadacom
cautério bipolar para evitar lesões importantes dostecidoss, evitando a formação de aderências postetioresm.
Florêncio e cols” utilizaram sutura
em
2
planos:4
pontos na muscular e sutura contínuana
serosa.Menegocci
e cols2°recomendaram
a sutura dos cotosem
2 planos,com
3 a 4 pontosna
muscular e 3 a
4
pontos na serosa, evitando amucosa
poispode
ocorrer implante de célulasna
muscular favorecendo gestação ectópica.
Os
fios utilizados são de nylonou
ácidocrônica e conseqüente fibrose, gerando
um
comprometimento
da permeabilidade e peristaltismo tubário.A
reconstrução tubária deve ser realizadacom
lentescom
aumento
depelo
menos
4 vezes,mas
o
uso de microscópio resultaem
sucesso 4 vezes maior.As
aderências são prevenidascom
alavagem da
cavidade peritonealcom
soluçãofisiológica retirando coágulos e fragmentos; deve-se
também
evitar a presença de talco nas luvas..O
campo
operatório recebe irrigação contínua para evitaro
ressecamento da serosa.Com
a introdução de técnicas microcirúrgicas na reanastomose tubária, diminuiuo
número
degestações ectópicas.
Cunha
e colsw, descreveram 10 casos de recanalização tubária videolaparoscópica..A
sutura foi realizada
em
um
só plano (camadas serosa e muscular),mas
antes foi realizadoum
ponto na mesossalpinge para aproximar os cotos.
A
taxa de permeabilidade alcançada foi de88,8%, sendo
44,4%
a taxa de gestação.Os
resultados obtidos por Pereira e colsõ foram:30
gestações (70%), sendo27
gestações atermo, 2 abortos e 1 ectópica.
A
maioria das gestações ocorreu entre 6 e 12 meses.Cedenho
e cols7acompanharam
19 pacientesque haviam
sido submetidas à reanastomose tubária por laparotomia e microcimrgia porum
período deum
ano.A
taxa total de gestação foi de 84,2%, sendo79%
gestações tópicas e5%
ectópicas.O
intervalo detempo médio
entrea reanastomose e a gestação foi
de 4
meses.Chowdhury
e colsg, realizaramum
trabalhocom
200
pacientesque
realizaram reversãomicrocirúrgica de ligadura tubária,
com
emprego
de lupas.Acompanharam
148 pacientespor
um
período de 13 a60
meses.A
taxa total de gestação foi 54,6%, sendo que,70%
destasocorreram
no
primeiro ano pós-reanastomose.Da
taxa total de gestações,81,4%
chegaram
a termo, sendoque
houve 13,5%
de aborto e4,9%
de ectópica.Soares 27,
em
1989, relatou 6 casos de pacientes previamente submetidas a reanastomosetubária.
A
histerossalpingografia foi realizadano
pré-operatório.O
resultado foi66%
de gestação a termo e83,33%
de permeabilidade.Izzo e colss avaliaram os resultados encontrados na literatura tanto de recanalização tubária pela técnica convencional, quanto pela técnica microciiúrgica e concluíram que
na
primeira,
0
índice de fertilidade foi de22
a49%
ena
segunda, este indice foi de65%,
sendoque
a freqüência de ectópicas foi 2 a 3 vezes menor. “Através da microcirurgia,que
permiteda
tuba, pode-se reduziro
trauma às estruturas locais, diminuir a incidência de aderênciaslocais e reconstruir a tuba de
forma
eficiente.”5No
estudo deChames
e colsn, os fatores prognósticosem
relação ao sucessoda
reversãoforam
extensão das tubas,doença
pélvica adicional, técnica cirúrgica para laqueadura tubaria,idade
no
momento
da reanastomose etempo
entre a esterilização e a reanastomose- menor
que
5 anos, melhor prognóstico.A
taxade
gestação segundo a literatura consultada pelos autores, foiem
média de
72,7%,sendo
que houve
3%
de ectópica e de22,7%
abortos.O
tipo de esterilização, o localda
anastomose e
o comprimento
tubário finalforam
citadoscomo
fatoresque
influenciamo
resultado. 11
Para Pereira e colsó, o
segmento
tubárioem
que
a reanastomose foi realizada interferiu nosresultados.
“Quanto
mais distal for a anastomose amplia-se a dificuldade técnica e osresultados.” 6
Os
melhores resultadosforam
obtidosquando
a reanastomose foi realizada na porção ístmica.Para os autores, a longitude
do segmento
tubário está relacionada ao sucessoda
reanastomose, sendo que, se
menor
do que
5 centímetros limita a fertilidade eaumenta
onúmero
de ectópicas.Cedenho
e cols7demonstraram
em
seu trabalhoque
todas as pacientesque
tiveramgestação tinham
comprimento
tubário final de pelomenos
5 centímetros.“O
procedimento deesterilização ideal é
o que
produz amenor
chancede
falhas (gravidez indesejada) e a maiorpossibilidade de reversão.”7
Para
Van
Voorhislg, ocomprimento
finalda
tubatambém
foi fator prognóstico relacionado ao sucesso da cirurgia.Florêncio e colszl,
em
1996, realizaramuma
análise dos fatores prognósticosem
relação àreanastomose tubária microcirúrgica realizada
em
45 pacientes, sendoque 39
tiveramacompanhamento
por pelomenos
6 meses.As
pacientesforam
divididasem
2 grupos; grupo 1 (pacientesque
tiveram gestação) egrupo
2 (pacientesque não
gestaram).A
média de
idade foi semelhante entre os dois grupos,assim
como
o
tempo
decorrido desde a laqueadura tubária.Houve
diferença estatisticamente significativa entre os dois gruposem
relação aotamanho
médio
das tubas pós-recanalização:comprimento
médio no
grupo 1 foi de 6,4 centímetros eo
índice de gestação, após 12 meses, foi semelhante entreo
grupocom
comprimento
tubáriode 3 a 5
cm
e o grupocom
comprimento
tubário maiorque
5 cm.Não
houve
diferença nosresultados
quando
a reanastomose foi realizadaem uma
ou
ambas
as tubas.Os
autoresconcluíram
que
“trompasque
apresentemtamanho
final superior de 3 a4
cm,histerossalpingografia permeável três
meses
pós-cirurgia e ausência de fatores outros deinfertilidade,
têm boa
chance de gravidez, independentedo
número
de anos de intervalo ligadura- recanalimção.” 21Bueno
e colszg,em
1996, realizaramuma
atualização sobre laparoscopiano
tratamentocirúrgico de pacientes
com
laqueadura tubária. Referiram a importânciada
laparoscopia para avaliaçãodo
coto tubario distal (a histerossalpingografra permiteo
estudodo
coto proximal),uma
vez que,não
se deve realizar reanastomose se a tuba resultante formenor
que
3cm
decomprimento
(portantodevemos
ter, antes da operação,no
minimo
5cm
de tubaaparentemente saudável).
Cedenho
e cols7 obtiveram taxa de permeabilidade tubária de100%
em
todas as pacientes,apesar da taxa de gestação de 84,2%.
Menegocci
e colszotambém
comentaram que
os índices de gestação sãomenores que
os índices de permeabilidade tubária:“Embora
haja permeabilidade,pode
ocorrercomprometimento
funcionaldo
transportedo
óvulo (decorrente da contratilidade tubária,da
atividade ciliar e
da
circulação de fluidos) e, ainda,da
disposição alterada das pregas mucosas.” 2°Koh
e Janikn,em
1999, referiram que ocorreuum
sinergismoquando
a laparoscopia foi associada à microcirurgia nos casos de reanastomose tubária, por diminuir a exposição e dissecação excessiva, reduzindo a formação de aderências.A
taxa de gestaçãoem
12meses
foi de
71%
e0
índice de ectópica foi de5%.”
Para
Bueno
e colszs, a laparoscopia nãotem vantagem
adicional sobre a laparotomiaem
relação a prevenção de aderências, poisembora
reduza a extensãodo
trauma,não
permiteum
controle tão preciso de
dano
tecidual e sangramentocomo
ocorre na microcirurgia.Yoon
e cols”,em
l997, realizaramum
estudo sobre fertilidade após anastomose tubáriamicrocirúrgica laparoscópica.
Os
autores reconheceram as vantagensda
laparoscopia:menos
desconforto e complicações
no
pós-operatório, melhor cicatrização,tempo
de recuperaçãomais curto,
com
retorno às atividades normais mais cedo.Não
obstante, reconheceramque
aum
monitor, a manipulação é realizada de maneira indireta através de instrumentos e a suturafeita
com
fios finos.Os
autoresacompanharam
49
pacientesque
haviam
realizado a microcirurgia laparoscópica para reconstrução tubaria por pelomenos
12 meses.Todas
pacientes realizaramhisterossalpingografra e ultrassonografia pélvica
no
pré-operatório, sendoque
em
alguns casos foi solicitado diagnóstico laparoscópico (seo
tipo de esterilização era incertaou
noscasos de suspeita
de
importantes aderências pélvicas).A
taxa totalde
gestação foi77,6%
(3 8/49), sendo
que
uma
resultouem
aborto euma
era gestação ectópica.O
tempo
médio
entrea reanastomose e a obtenção de gestação foi de 2,5 meses.
Não
houve
diferençaestatisticamente significativa
no
resultado considerando técnica de esterilização, local das anastomoses,comprimento
das tubas, anastomose unilateralou
bilateral e eventual necessidade de operação associada,como
lise de aderências,miomectomia
e enucleaçãoou
cauterização de endometriose.”
Kim
e cols9,em
1997, avaliaramuma
série de 1118 casos de pacientes submetidas àreanastomose tubária, sendo
que 922
foramacompanhadas
pormais
de 5 anos.A
técnica microcirúrgica foi utilizada.A
sutura foi realizadacom fio
de ácido poliglicólico e os tecidosforam
irrigados constantementecom
solução salina.Após
a operação, a tuba foi mensurada.O
tipo de esterilização não influenciou na taxa de gestação,mas
o tamanho
final foi relacionado aométodo
utilizado na laqueadura tubária.O
comprimento
tubário foi maiorno
grupo que
obteve gestação,porém
não
foi estatisticamente significativo. Entretanto,o
intervalo da cirurgia à gestação diminuiu significativamente
com
o
aumento do comprimento
da tuba.
A
idade da pacienteno
momento
da
reanastomose foium
fator importante: aspacientes
que
obtiveram gestação tinham idademédia
significativamentemenor
que
nas pacientes quenão
gestaram.O
tempo
decorrido desde a laqueadura tubárianão
influenciouno
resultado.9
Por
outro lado,Menegocci
e colszo,em
sua revisão, referiramque
otempo
decorridodesde a laqueadura, principalmente se superior a 5 anos, diminuiu a taxa de sucesso da
reversão
da
laqueadura tubária.Cunha
e colslotambém
relacionaram estetempo
decorridocom
os resultadosda
O
tempo
decorrido entre a realização da laqueadura e a reconstrução tubáriatambém
interferiu nos resultados - quantoimais precoce melhor - assimcomo
a idade damulher no
momento
da reversão. 6 VPara
Van
Voorhislg a idadeda mulher no
momento
da
reversãotambém
foi fatorprognóstico relacionado ao sucesso da cirurgia.
Kim
e colsnem
outro estudo realizadoem
1997, avaliaram387
pacientes submetidas àreanastomose tubária microcirúrgica e
chegaram
aum
índice de gestação de 91,6%, sendoque
a maioria ocorreu nos primeiros
6
meses.O
tamanho da
tuba influenciou a taxa de gestação:em
tubas maioresou
iguais a 7 centímetros foi de 93,3%, enquantoque
em
tubasmenores que
7 centímetros foi de 79,1%.
O
tipo de esterilizaçãotambém
influenciou a taxa de gestação.Por
outro lado,o
tempo
decorrido desde a laqueadura assimcomo
o
local da anastomosenão
interferiram nos resultados.
A
idademédia
foimenor
no
grupo de mulheresque
gestaram. Pacientes acima de40
anos tiveramuma
taxa de gestação significativamente menor,entretanto,
não houve
diferenças entre os grupos etários abaixo de40
anos.Cohen
e cols”,em
1999,num
estudo retrospectivo, avaliaram os resultados obtidos apósreversão de esterilização
em
mulheres de idade reprodutiva avançada.Os
autores distribuíram as pacientesque
realizaram reanastomose tubária por faixa etária.A
taxa de gestação foimenor
nas pacientesacima de 40
anos eacima
de42
anosnão houve
gestação. Abortos eectópicas
foram
similares entre todos os grupos etários.Os
autores associaram estaqueda na
taxa de gestação
com
distúrbios ovarianos e parceiros mais velhos, freqüentementetambém
com
distúrbios.Hendrix e cols",
em
1999, realizaramuma
comparação
entre a vasectomia e a laqueaduratubária.
Aproximadamente
2%
das mulheres e 2 a3%
doshomens
esterilizados requisitaramreversão.
O
custoda
reversãoda
laqueadura tubáxia foi cerca deum
terço a maisque o
custoda
reversão de vasectomia.Os
resultadosda
reversãode
laqueadura tubária variaramconforme o
tipo de técnicautilizada para a esterilização,
com
taxa de gestação de43%
para a eletrocoagulação a88%
para oclusão
com
clipe.No
casoda
reversão de vasectomia,o
sucessoda
reversão estárelacionado ao
tempo
decorrido desde a esterilização.Se
estetempo
formenor
que
3 anosocorre gestação
em
76%;
entre 3 a 8 anos estenúmero
cai para53%;
entre 9 a 14 anos ocorre gestaçãoem
apenas44%
dos casos; e se maiorou
igual a 15 anos,o
sucesso é de30%.
3.0BJETIVO
Relatar os motivos
que
levaram as pacientes a realizarem a operação de reversãoda
laqueadura tubária, assim
como
os fatores que influenciaramno
arrependimento e fatoresprognósticos
em
relação ao sucessoda
operação,comparando-os
com
os dados encontrados4.
MÉTODO
Trata-se de
um
estudo observacional descritivo,um
relato de casos, portanto visa abordar os aspectos relativos às pacientes estudadas, correlacionando-oscom
a literatura,mas
quenão
pode
ser estatisticamente aplicado parauma
população maior.O
nome
de cada paciente deste estudo foi obtidoem
fichas de consultóriomédico
e delivros de cirurgia, assim
como,
prontuáriosdo
Serviço de ArquivoMédico
da MaternidadeCarmela
Dutra.Foram
levantados osnomes
de todas as pacientesque
sesubmeteram
àoperação para reversão de laqueadura tubária dentro
do
período de 1992 a 2001; portanto,todas as pacientes
que
tivessem a reversão de laqueadura tubán`a descritacomo
procedimentorealizado
-
também
procuradacomo
reanastomose tubária e salpingoplastia.Foram
encontrados 16nomes
de pacientesque
realizaram reversão de laqueadura tubária,mas
apenas 6 pacientesforam
localizadas, através de contato telefônico, sendo aplicadoum
protocolo de coletade
dados (apêndice), incrementando as informações previamente coletadas nasfichas
e prontuários médicos.É
importante lembrar que muitas pacientes nãoforam
localizadas,em
especial aquelas nas quais a operação foi realizadahá
mais tempo, devido desatualização de endereços nosprontuários, ficando, portanto, fora
do
estudoem
questão.O
protocolo de coleta de dados foi divididoem
2 partes, sendo cada parte relacionada aum
momento
na vidada
paciente.A
primeira parte refere-se à coleta de dados relacionados aos antecedentes gineco-obstétricos,
no
momento
da
realização da laqueadura tubária, sendo analisadas as seguintesvariáveis: paridade, uso e conhecimento prévio de outros
métodos
contraceptivos, idade,estado civil, estado psicológico
em
relação aocompanheiro
e filhos, se a paciente achaque
foicoagida a realizar a laqueadura tubária, técnica cirúrgica utilizada na laqueadura, se a operação foi realizada
no
intervaloou
após gestação e neste caso,que
tipo de parto e se alaqueadura foi feita através de
SUS,
convênioou
particular.Na
segunda parte foram coletados dados relacionados aomomento
do
arrependimento,a realização da laqueadura tubária, assim
como
dados relacionados aomomento
da
reversão(idade, estado civil e quantos filhos possui
no
momento, ou
seja, o resultadoda
reversão).5.
RELATO
DE
CASOS
E
RESULTADOS
Caso
1Identificação:
ADM,
42
anos Antecedentes gineco-obstétricos:- Gesta 3, para 2, cesárea 1.
-
Métodos
anticoncepcionais usados: anticoncepcional oral e preservativo.-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcionaloral,
DIU,
diafragma, anticoncepcional injetável, preservativo e tabela.-
Quanto
aomomento
da laqueadura tubária:30
anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao
companheiro
estavaruim
eem
relação aos filhos estavabom,
refere ter se sentidocoagida a realizar a laqueadura.
-
Laqueadura
realizada após gestação, pós-parto cesáreo, particular. - Técnica cirúrgica utilizada para realizaçãoda
laqueadura:não
sabe.Dados
Atuais:-
Tempo
deconido
entre a laqueadura eo
arrependimento: 5 anos. -Motivo do
arrependimento: apenas desejo de ter outro filho. - Idadeno
momento
da
reversão:42
anos.- Estado civil
no
momento
da reversão: união estável.- Resultado da reversão:
BHCG
positivono
momento
(28/O9/01).Caso
2Identificação:
TMPSR,
38
anos Antecedentes gineco-obstétricos:- Gesta 2, cesárea 2.
-
Métodos
anticoncepcionais usados: anticoncepcional oral e preservativo.-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcional-
Quanto
aomomento
da laqueadura tubária:24
anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao
companheiro
estava ruim eem
relação aos filhos estavabom,
refere ter se sentido coagida a realizar a laqueadura.-
Laqueadura
realizada após gestação, pós-parto cesáreo, particular. - Técnica cirúrgica utilizada para realização da laqueadura:não
sabe.Dados
atuais:-
Tempo
decorrido entre a laqueadura eo
arrependimento:no
puerpério. -Motivo do
arrependimento:nova
união.- Idade
no
momento
da
reversão:36
anos. - Estado civilno
momento
da
reversão: casada.- Resultado da reversão: 1 filho.
Caso
3
Identificação:
RSS, 34a
Antecedentes gineco-obstétricos:
- Gesta 1, cesárea 1.
-
Métodos
anticoncepcionais usados: anticoncepcional oral.-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcionaloral,
DIU,
anticoncepcional injetável, preservativo e tabela.-
Quanto
aomomento
da laqueadura tubária:27
anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao
companheiro
estavabom,
referenão
ter se sentido coagida a realizar a laqueadura.-
Laqueadura
realizada após gestação, pós-parto cesáreo, particular. - Técnica cirúrgica utilizada para realizaçãoda
laqueadura:não
sabe.Dados
atuais:-
Tempo
decorrido entre a laqueadura eo
arrependimento: 1 ano. -Motivo do
arrependimento: falecimento de filho.- Idade
no
momento
da
reversão:28
anos. - Estado civilno
momento
da reversão: casada. -Caso
4Identificação:
LB, 38
anos Antecedentes gineco-obstétricos:- Gesta 3, cesárea 2, aborto l.
-
Métodos
anticoncepcionais usados:nenhum.
-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcionaloral,
DIU,
diafragma, anticoncepcional injetável, preservativo e tabela.-
Quanto
aomomento
da
laqueadura tubária: 23 anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao companheiro estava razoável e
em
relação aos filhos estavabom,
referenão
ter sesentido coagida a realizar a laqueadura.
-
Laqueadura
realizada após gestação, pós-parto cesáreo, particular. - Técnica cirúrgica utilizada para realizaçãoda
laqueadura:não
sabe.Dados
atuais:-
Tempo
decorrido entre a laqueadura eo
arrependimento: 14 anos. -Motivo
do
arrependimento:nova
união.- Idade
no
momento
da reversão:37
anos.- Estado civil
no
momento
da
reversão: união estável. - Resultadoda
reversão:não
houve
gestação.Caso
5Identificação:
MABR,
39
anos Antecedentes gineco-obstétricos:- Gesta 1, cesárea 1.
-
Métodos
anticoncepcionais usados: anticoncepcional oral.-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcionaloral,
DIU,
diafragma, anticoncepcional injetável, preservativo e tabela.-
Quanto
aomomento
da laqueadura tubária:32
anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao companheiro estava
bom,
referenão
ter se sentido coagida a realizar a laqueadura.-
Laqueadura
realizada após gestação, pós-parto cesáreo,SUS.
- Técnica cirúrgica utilizada para realização da laqueadura:não
sabe.Dados
atuais:-
Motivo do
arrependimento: falecimento de filho. - Idadeno
momento
da
reversão:34
anos.- Estado civil
no
momento
da
reversão: casada.~
Resultado
da
reversao: 1 filho.Caso
6Identificação: TS, 35 anos Antecedentes gineco-obstétricos:
- Gesta 2, para 1, cesárea l.
-
Métodos
anticoncepcionais usados: anticoncepcional oral.-
Métodos
anticoncepcionais conhecidos antes de fazer a laqueadura: anticoncepcionaloral,
DIU,
preservativoe tabela.-
Quanto
aomomento
da laqueadura tubária: 25 anos de idade, casada, estado psicológicoem
relação ao companheiro estava ruim e
em
relação aos filhos estavabom,
refere ter se sentidocoagida a realizar a laqueadura.
-
Laqueadura
realizada após gestação, pós~parto cesáreo, particular. - Técnica cirúrgica utilizada para realização da laqueadura:não
sabe.Dados
atuais:-
Tempo
decorrido entre a laqueadura eo
arrependimento: 4 anos -Motivo
do
arrependimento:nova
união.- Idade
no
momento
da reversão:34
anos.- Estado civil
no
momento
da
reversão: união estável. - Resultadoda
reversão:não houve
gestação.6.
DISCUSSÃO
As
variáveisdo
presente estudoforam
classificadascomo:
(1) causas de arrependimento, (2) fatoresque influenciam
no
arrependimento e (3) fatores prognósticosem
relação aosucesso da operação.
Os
fatores que influenciamno
arrependimento pesquisados nas pacientes deste estudo foram: paridadeno
momento
da laqueadura; uso e conhecimento prévio de outrosmétodos
contraceptivos, idade, estado civil e estado psicológico
em
relação aocompanheiro
e aosfilhos
no
momento
da
esterilização; se a paciente se sentiu pressionada a realizar a laqueadura;momento
da laqueaduraem
relação ao parto (eque
tipo de parto) e se a laqueadura foipaga
ou
gratuita; e estado civilno
momento
da
reversão.Os
fatores prognósticosem
relação ao sucessoda
reanastomose foram: técnicada
laqueadura,
tempo
decorrido entreo
arrependimento e a recanalização e idadeno
momento
da
I`CVCI`SaO.
6.1.
Causas de arrependimento
Há
várias causasde
arrependimento quepodem
motivar a mulher a buscar informaçõessobre a operação de reanastomose tubária.
A
principal causa de arrependimento encontrado na literatura foio
desejo de ter maisfilhos. Este desejo
pôde
estar sozinhoou acompanhado
de cofatorescomo
troca de parceiro(nova união)
ou
óbito deum
filho.1'2*3,4* 5”6'7' 8'9' 1°' 1130,31O
cofator mais freqüentemente encontradona
literatura foi anova
união. 1° 2” 3” 7° 1°' H” 3°” 31Mas
alguns autores consideraramo
principal cofator o óbito deum
filhos” 9Porém, Barbosa
e cols3 concluíramque
a principal causade
arrependimento foio
desejo de ter mais filhossem
relaçãocom
outros cofatores.Para Vieira4 as 3 revalências destes cofatores ue
acom anham
o
dese`o de ternovos
filhos variam de