r?*$
,':
Luís Jorge Cunha
Corredoura
Cister
e
o
Mosteiro
de
Santa
Mana
de
Aguiar
O ordenamento
do
território,
a
fixação
de populações, o
património
disperso
Subsídios
para
a
reabilitação
evalorização
do
seu
património
Orientador:
Professora
Doutora
Maria
do Céu Simões Tereno
Dissertação de
Mestrado
em
Recuperação
do
Património
Arquitectónico
e
Paisagístico
Crya,
de cimapara
baixo: Tone
das Águias-
Almofala,
Figueira de Castelo Rodrigo;Ermida de
N.
Sra.do Monte
-
Cerdeirq
§abugal;"Grwrja
de
S. Cibrão"
-
Barcad'Alva" Figueira de
Castelo
Rodrigo;
"La Sacistid'
-
Aldeia
del
Obispo,
prov. Salamanca, Espanha;Mosteiro de
SantaMaria
defuuiar
-
fachadas poentee
sul da Igreja.Luís Jorge
Cunha Corredoura
Cister
e
o
Mosteiro
de
Santa
Maria
de
Aguiar
O ordenamento do
territórioo
a
Íixação
de
populações'
o
património
disperso
Subsídios
para
a
reabiütação
evalorização
do
seu
património
Orientador:
Professora
Doutora
Maria
do Céu Simôes Tereno
Dissertação
de
Mestrado
em Recuperação do
Patrimó"rf
,
I
!-
J
Arquitectónico
e
Paisagístico
/l
ll
CÀGRADECIMENTOS
O pÍesente esUrdo é a consrbstanciaçâo de
um
desiderato que oomegou a ganhar forma nos primeiros dias de frequência do curso deMesfado
em Reorperação do Panrimónio Arquitectónico e Paisagístico.No
entantq esse desejojamais poderia estar expo§to nestas páginas semo
coltributo,
adedicação, a persistência, a
únqa@o
e sobretudo paciência de vária§ pês§oas.Desta
formq
expreso
aquio
meu mais proflrndo e sincero agradecimento às seguintes pessoas e instituições e/ou organismos:Aos
Serviços Técnicos
da
Câmara
Municipal
de
Figueira
de
Castelo
Rodrigo,personificados na pessoa
do
Sr. José NfiarcosTeixeirq
pela facilidadee
simpatia com que disponibilizaram a informação cartográfica e aerofotogramétrica que possuiam;Ao
Sr.Lús
Branco,ratural
de Escarigo, pela hospitalidade com que me recebeu em §uacâsa
e
pela disponibilidade
e
riqueza
de coúecimento§
que
partilhou
aoerca dosmoiúos
e lagares de Escarigo;Ao
Sr. Reis, alcaide de LaBouz4
pela amabilidade que teve em me ceder as plantas deLaBoua;
Ao
ProfessorDoúor
António Maria
Balcão Vicente
e
ao kofessor Júlio
AntónioBorges pela
simpatia
e
disponibilidade
com que me
receberam,pela partilha
decoúecimentos
e entusiasmo que transmitiram pela realização destetróalho;
Ao
Sr.Prof. Doutor
Diogo
de
Abreu,director do
Centro de EstudosGeogúficos
daFaculdade de Letras da Universidade de
Lisboq
por meter
permitido cons.rltar e obter informação digitalizada do acervo do Centro de Eshrdos Geogp.áficos;A
Dra.
Odetelúartins, do
AI.{/IT,
pelasimp*ia
e paciência que teveem
me"guiaÍ"
pelos meandros do ArquivoNaciona[ auxiliandome
na pesqúsa documental;Ao
Miguel
Arsénio,
pela traduçãodo
res.rmo da preseote dissertaçãopara
a
língua inglesa;A
miúa
colegae
amiga
Ana Filipa
Rodriggeq
pelareüsão do
texto e
pertinentes apontarnentos críticos.Aos
meusamigoq
colegase
sóciosArqtos. Bruno Faria
e
Gonçalo
Camilo
pelo encorajamento, disponibilidadee apxílio
prmtados ao longo detodo
o
tempo em que estiveenvolüdo
nesta "aventurâ," e pela compreensão face ao"prejuízo"
que a mesma causou em termos de atenção aos afazeres profissionais;À
minha
familig
nomeadamentepais,
irmãos
e
sogros,
pela
solidariedadg encorajamento e prontoauxílio
que sempre prestâÍam quando era necessário, tanto em t€rmos de logística como de âoompnnhgmento na pesquisa no terreno'Um
especial agfadecimentoà
minha orientadora, a ProfessoraDoúora
Maria do
CéuTereno,
por todo
o
conhecimento
e
bibliografia
partilhados,
pela
§ua
pronta disponibilidade, pela paciência e simpatia com que sempre me recebeu e auxiliou, pelacompreenúo
face às
mais
diversase
mirabolantesücissitudes
que me
ocorreramdurante
are*tliação
da presente tese e pelo aleuto que sempre me transmitiu.Por
último, o
mais sentido agradecimento à minha esposq por todo o tempo que estive ausente, pelas horas de sono que lhetirei
pela intranquilidade que lhe causei aquando dos meus"périploí'de
centenas de quilómetros porterras ribacudanas, pela ausência dedevida
atençãoque
tivg
absorvido
que
estava
por
estatese, pelas
suas palawas atenciosas e encorajadoras e pela compreensão e crença que em mim depositou. Parati,
Cister
e
o
Mosteiro
de
§anta
Maria
de
Aguiar
O ordenamento
do
território,
afxaçtlo
de
populações, o
património
disperso
Subsídios para
areúilitação
evalorização do
seupahimónio
RE§T'MO
O
Mosteiro
Cisterciensede
SantaMaria de AguiaÍ
localiza-se4km a
nascente de Figueira de Castelo Rodrigo, na Beira Interior, próximo da fronteira.No
presenteestudo
úordar-se.á
fundamentalm€nteo
património
dispersoque
osmonges
de
Aguiar
disseminaramum
pouco pelo
tenitório
de
Riba-Côa,
legadoconsubstanciado em
granjag
moinhos e,/ou lagarese
nurnaou
outra pequena ermida. Apesar da aparente singeleza deste legado, o mesmo vale pelo seu conjunto epor
ser aprova como os monges de Cister acabaram por influenciar usos e costumes das gentes
autóçtones e moldar um
territóÍio
aparentemente enno,pobrg
úravés das zuas técnicas agrícolas e de exploração económica.Identificaram-se
os
principais núcleos patrimoniais
cisterciensesao
longo
de
umterritório
quevai de$e
a Serra daMalçatC
aul
até aoDourq
anortg
e pro@em-sealguns
contributos
para
a
sra
reabilitação
e
salvagUardaconforme
conceitos
deCister
and
the
Monastery
of
Santa
Maria
de
Aguiar
Territory
arrangln& population settling
and disperss
patrimony
Subsidies
for
the
rehúilitation
and
valorization of
its
patrimony
ABSTRACT
The Cistercian Monastery
of
SantaMaria
defuuiar
is
located at 4km eastto
Figueira de Castelo Rodrigo, on BeiraInterior,
close to the border.In this study, the terms to be approached relate mainly to
úe
disperse patrimony thatúe
monksof
Aguiar
disseminatedall
over Riba-Côaterritory
a
lqacy
srbstantiated by g.anges,mills
and/or winepress and oilpress and afew
small chapels.In
spiteof
the apparentsimplicity of
this legacy,it
is worthfor
its overall conditions andfor
makingit
clear tÍrat the
monks
of
Cister
endedup
influencing
the
uses
and habits
of
theautochúon
people and shaping an apparentlydry,
poor territory throughits
agriculture techniques and economic exploration.After
and identification ofúe
main cores of cistercian patrimony alongúis
territory
it's
proposes some contributionsto
i§ rehúilitation
and saüng
wiúing
the
conceptsof
supportable and endogenous dwelopment to be applied inúis
region.Cister
e
o
Mosteiro
de
Santa
Maria
de
Aguiar
O ordenamento do
tenitório,
a
fixação
de
populações, o
património
disPerso
Súsídios
paÍa
areabilitação
evalorização do
seupatimónio
Introduçâo
Capítulo
I-
Território
eHistória
Ll
Caracterização de umterritório
L2 Abordagem histórica
L3 O mosteirc de Santa Maria de
Agriar
nos tempos acÍuais -paúimónio dispsrso e esquecidoL4
O ordenamento dotenitório
em teÍmo§ cistercienses-o
território
de Riba-Côa-Agervs.
UrbeCapítulo
II
-
Património
IL1
O pafiimónio disperso que psrtenceu ao Mosteiro deSanta Maria de
Aguiar
IL2
As povoaçôes - Cerdeira -Moúe
MargaÍida - Ade -Perofiús
p.l
I
p.l7
p.19 p.25p.6l
p.69 p.98 p.103 p.105 p.111 p.114 p.120 p.127 p.130-
QuiÍúã dos Bernardos- La Bouza
IL3
As granjas: generalidades e realidades-
Ofornmatos
nimiam,va
si bona noriní, Ágrícolas... - Granja da Torre das Águias- Granja de Rio Chico - Granja de Fonte de Cantos - Granja de Val do
Hüo
- Granja de S. Cibrão-
Granja e Pesqueira da Foz da Ribeira de Aguiar - Granja de Vilar Formoso-
Granja deIa
Bouza- Granja de Tourões
oude"Is
fucristid'
- Granja do
Súugal
- Granja
de"LaCortizaü'
IL4
Osmoiúos
- Lagares de Escarigo
- Lagares do rio
Côq
em Aldeia Nova, Almeida-
Moinhos
de"IaCortizdd',
Amofala
ILs.
As ermidas- Ermida de
If
Sra. do Monte-
Cerdeira-
Sabugal - Ermida del{
Sra.daPaz-
Vilar
Formoso-
AlmeidaCapítulo
Itr-
Realidades eIntençõe
IILI
Subsídios para a reabilitação e valorização do antigo património do Mosteiro de Santa Maria deAguiar
- Intenções
-
Pdrimónio
s.rstentável us. zustentação do pafrimónio - Propostas para aplicação de prograrnas oficiaisConclusão p.134 p.136 p.151 p.166 p.174 p.184 p.188 p.193 p.199 p.207
p.2ll
p.215 p.215 p.226 p.230 p.235 p.242 p.245 p.247 p.250 p.253 p.254 p.259 p.261 p.262 p.266 p.282 p.299Anexos
-
Cronologia-PaÍrimónio
deAguiar
-
caÍtâ
de veneza (1964)- CaÍtaEuropeia do
Püimónio
Arquitectónico (1975) - Declaração de Amesterdão (1975)- Apelo de Granada sobre a
ArqútwturaRural
e o ordenamento do Tenritório (1985)- Recomendação n9R(S9)6 sobre a Protecção e a Valorização do Património Arquitectónico Rural (19E9)
- Carta de
Craóüa
Ínaice
deFiguras
Fonte
eBibüograÍia
p.305p307
p.317p322
p.328 p.339 p.345 p.350 p.359 p.373Quando se aborda algo que esteja relaciouado com
o
mundo de Cisteroore-se
o riscode não se oonseguir
restingir
essa análise ao desideratoinicial,
ao móbil que conduziu a determinada investigação.As
reminisoências lqgadas pela Ordemde Cister
nos looais deimplarração
dos seusmosteiroq das s.ras granjas, lagares, moinhos e outras edifi@çoes mais, não se resumem ao objecto arquitectónico e constnrído em si. Vestigios há que não são tangíveis de uma
forma
tão
direc{aao
olhar
do
observador masque
sãoa
reperorssãode
algo
maisinfluente e profundo que a simples presença de um cenóbio e ouúas construções anexas:
o
legadocultural
que de umaforma
srbconsciente e quase genéticafoi
transmitido de geração em geração até à actualidade.Este
tipo
de património consrbstarcia-se fundamentalmente num conjunto de técnicas epráticas agrícolas
e
tnrm
tipo
de
ordenamentodo
teritóÍio
que durante
séculos semanteve praticamente inalterável.
Os
mongesde
Cister
eramperitos
em
moldar
otenitório
para deleeíraírem
o
que demelhor
se podia obter&avés
da
exploração agrícola. Também nãofoi
demodo
algum despicientea
importância quetiveram
namelhoria
e
introdução
das
técnicas
de
exploração
vinícola
supondo-sg inclusivamentg quetsrão
sido estes reügiosos que iniciaram na astual regiâo doAlto
Douro
üúateiro
a
exploraçãoe
incremento destaculnra
de umaforma
intensiva erentável, ouja importância e
rmoúecimefio
acabariam por atingir o seu paroxismo coma qiação da primeira região demarcada do
mundq
em 1756-,
agrícola e pocuária.Se os mandamentos da Ordem diziam gue os monges tinhâm que obter
o
seu sustemtoatravés da exploração da
terrat,
não se fizeram estes rogadoq interpretando à letra tais desígnios.o'Dai
a
es&s mongestnt pfuuno
despidoou um
bosqte setvagem, detxaipasw
unsanos
e
rrão
só
encorúüeis
igrejas
formoms, como
tstbém
moradas
lrunmes
|
'Celebre-v a Noa mais ceilo,
plo
fim da oitova horq e de nwo trabalhem no Ete for precisofaer
dé a tarde.&, préta
a necesidade do lugu ou a pbreza eúgirem Ercv
oaryen, pessoalmente, emcolher os produtos da tenq ndo
e
enüsleçotpt
tw, prEte
então úo verdadeiros monges se vivemdo babalho
de
suas m.ãos, comotoúém
as nossasPds e
osÁú§olos
Tudo, porém, se faça comedldarnente por causa dos fraco§, in*Regra de Mo Bento", carp.X.YII
-
d. www.osb.org.br."Com
o
mesmolim
creran derter prl,ssl.ür tetas, vlnhebs, prados e bosqtes desde Ete fieassemqttados
dos povoações; tonbén pensuotr ailqrdit repreus e cútdisWa
monto mafuhos de Íafinharye lhes facilttassem os gastos da
cw
e da pesa; e lnclulron acia@
de rcbanhos e oufios anlmalsútets às
uas algêncla
corrro os uvalos.E
como futh,an
estabelecidoaf,oraçies
agrícolas em diwrsos lugoes, decidirant Ere foxem os aotuerctos quern deloss
aaryoia, e ndo os morges, porqae,segundo a Regra, estes fuvem permoucer nos seas clanstro§
-
n'F-xordtwn Povanf, cap. XV.-
trad" do aúor.cotlffiiídns
em
wu
redof2, ecrwia
um
cronisüado
s&ulo )OI,
referindo-se aos"milagres"
que estes religiosos faziam nos ermos onde se instalavarn, nas modificaçõesradicais
que operavam na paisagem,valorizando'a ds
rrmaforma
srstentávele
nãoexaurindo-a e desvirtuando.a irremediavelmente.
Tal
foi
o que srcedeu com o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, implantado num localcuja
soberaniaterá
sido reclamadapor
diversos monarcas ao longo devários
séculos,tenitório
bastas vezes assoladopor
correriase
razias de cristãos contra mouros-
etambém de cristãos contras cristãos
-,
afrstadoo
srficiente
das gfandes aglomerações urbanas e dos principais eixos de comunicação para sofrer deum
isolamento crónicoque
somentenos
temposque
corremvai
sendo quebrado graças às novasüas
que surgiram ao longo dos ümites das terras de Riba-Côa.O
objectivo
deste estudonão
foi
abordaro
mosteiÍo como objecto
arqútectóniooisolado, conjunto edificado
e
classificadocomo
Monumento Nacional3há
setenta ecinco anos, implantado à beira da estrada nacional no604-2 que une Figueira de Castelo
Rodrigo,
a poente, àfronteir4
poucos quilómetros a nascente.E$e tipo
deúordagem
foi
desenvolvido,
e
muito
berq
por
vários
investigadores,
destacando-se fundamentalmente JúlioAntónio
Borgesl Afiónio
Maria Balcão Vicentes, Maria PaulaVilhena Beirão
Albuquerque6e
João
Couto?-
não
sepoderá
olvidar
nesterol
aúordagem
realizada por LuísLindley
Chtra
à região ribanrdana naintrodu@
da suaobra
de referência"A
Lingaagem dasForos de
CastetoRúigo''$
-.
As
obras destesautores serão sempre referência obrigatória
paÍa
quemdecidir
averiguare
estudar oMosteiro
de SantaMaria
deAguiar
e a importânoia da Ordem de Cister na região em torno deste cenóbio.O desiderato da presente investigação
foi
desvendar-
ou tentar fazê-lo-
até que pontoo território
ribacudano se pode confundircom
o
Mosteiro de
SantaMaria
de Aguiar através do legado que este proporcionou ao longo dos tempos às gentes autóctones, não2
Geratd of Wales.
'
Decreto ng.l 996, de 17 de Dezembro de 1932.4 *O Mosteiro de
futta
Moia
de Agaiar e os Monges de Ctster',eú
C. M. de Figueirade Castelo Rodrigo, 1997.
'
"Santa Maria deAgaiat
um Mosteiro de Frontelra: pafrimónlo rural e paisagem agrícola-
séculosXII-ruV',
tese de lUesÊrado 4rmentadaà
Faculdads de L€tras da Udversidade de Lisboq textopolicopiado, 1996.
6 *O Mosteiro
de funta Maria de Aguio em Rtba4ôd, êú Súta Casa da Msericórdia de Figueira de CasteloRodrigo, 1996.
7 *O
Convenlo de Sla Maria de Aguiar en
NbaCôf
,TipgrúaProgresso, Porto, 1927.8 *A linguagem dos
foros de Castelo Rodrigo: seu confrônio com a tlos foros de Alfaiates, Castelo Bom, Castelo Melhor, Coriq Cáceres e Usagre
-
conffibuição poa o estudo do leonês e do galego-português do séc.)ilI",
d.
In$iüÍo da Alta Culffi4LiSo4
1959.só através de vestígios arquitectónicos que pos§arn
existir
e que p€rtenceram aaúigas
propriedades cistercienses, mas também atraves da çultura e da forma como e§ta §e tem manifestado até aos te,mpos actuais, reflestindo-se principalmente nos ciclos agrícolas e nas bases da economia local.
Recoúece-se aqui que o objectivo
inicial
deste estudo eramúto
mais ambicioso, qua§ehérculeo. Pretendia-se estudar
e
compaÍartrês
situaçôes di§tinta§de
ocupação doterÍitório
e dos legados existentes de três mosteiros oistencienses localizados em regiôesdiferentes, quer em termos geográficoq quer em tÊrmos sociais, culturais e económicos
das gentes autóc-tones.
No
entanto, o esforço requerido paracomprender
a situação do Mosteiro de SantaMaria
de Aguiar-
primeiro alvo a
ser cousiderado logo à partida-foi
detat
formaúsorvente
que houve necessidade de se proceder a uma opção: tentaÍ aprofundar a questão cisterciense emRiba{ôa
ou abordar de uma forma mais genéricaüês
situaçõesdistintas.
Optou-sepela
primeirq pois
considerou-sequê
seria
uma investigação que compensariao
esforço que obrigatoriamente seiria
dispender graças aocoúecimerto
gue se podeÍia daí extrairçanto
à idiossincrasia cisterciense aplicada nesta região únics doterÍitório
poÍtuguês.Compreendeu-se,
logo
à panidq
que não
seiriam
*descobrir'
grandesvestígios
ou ruínas de outros tempos noterritório
em estudo.Haüa
o
coúecimento
que situações similares a Alcobaça, Salzedas, Tarouca eo!íÍos
mais mosteiros cistercienses de maior envergaduranão
se repetiriam.
Súia-se, de
antemão, quâo esquecidae por
vezes indigente é esta região em termos ds manife§taç&s de riqueza pecuniária.No
entanto,como
a
necessidade sempre eguçouo
emgenho,a
aparente pobrezafoi
sabiamontecompensada pela aplicação de técaricas agrícolas que
súsistiriam
de uma forma pereng pelo ordenamento de umterritóÍio
çe
sereflectiu
até à actualidade-
e quemuito
deve à acção e presença dos monges cistercienses do Mosteiro de Santalüaria
deAguiar
-
e porum
considerável leque de vestígios arquitectónicos, maioritariarnente associados àexploração dos domíniog disseminado
plo
território
ribacudano."O
palrimónio
oquitzctónico
e?ropeu éconstiAído,
não sopelos
r/Ú,sso§ morrumentasmais importoúes,
mas
tqnbémpelos
conjuntosde
constntçõesmsis
modestas dasnosss cidsdss
uttigas
e aldeias tradiciottois tnseridas nas srlas ewolventes naturais ou construídas pe la homem."Artigo lo
da"Con
hrropeia
do PabimónioArEitectónicd'
"He a
@mqrcs que chqrnürros Riba deCfu,
lruolingu
deterra
dequtrue
tegoasde
comprido,
e
de
logo
quatro,
aonde
tem
msistqgru
Eslá
lmryda fu
None
a
Sul,e
cingida
da
pwte
de Portugal com orio
C6q
qte
tendo scu nsscimento na sena de valmaq
he
huaparte
da da
M4
Ím,
lrro
entrada emPortugal
peloslugares
dz
Folgosinho,
l/al
de
espinho
e
Qua*asois,
dondB seavisinho
ao
Sabugal,primeira Villa acastellda
destacomoca
por
aqtella
pute,
efulb
vai
correndodé
se meter noDouro em Villa
rurua de
fos Côa
Pelapote
do Reytro de Leãa, ou Estremadura dBLeôlo, com que
confinq
vaia raia
bolida
por
cmtpinos,
e montes até São Pefuo ds Rio seco,perto
doEtal
rascea ribeira de
Turões,que
vai &ndindo
os
REmos
ate
entru
no
Ageda, abotxo
deEscraigo.
Daqui
vai o Agedafazendoa
mesmadiviúo
qtéentrqr
noDouro,
quefecha
ultimqnente
este destrito,recebêfu
as agoas do Côa nologu
quedisvmos
"He nesÍq
comüca
mtita.s aldeas e lugwes abertos degrmde
copiade
morqdares. Tem
sele
villos
acastellados,a
vber,
Sabugal,Alfaiates, Villa moior,
Castelbom,Almeida,
Costelbroncoe
Castel melhor.He
tdo
eslaterra
abunübissimade
lavouros e gadrts, deque
repartia
rmtitorya
outras comoca§ de Portugal,
e
Castella,Dos
mais/nttos
tem qaurtidade".Fr. Francisco Brandão,
it"Mottochia
La§iífrid",I. XVtr, cap.)OO(
LT
CARACTERIZAÇÃO
DE
I]M
TERRITÓRIO
O tenitóÍio
qnalisadono pÍsente
eshrdo compreendeuma
âixa
raiana do
terÍitóÍio
pofiiguês
que se estendepor c.
60tm
no
§eu sentido Norte-Sul epor
c.
20kmno
seu sentido Este-Oeste, ousejq
arqião
onde se conoentrou prdicamente todo opÚimónio
que pertenceu ao antigoMosteiro
de SantaMaria
de Aguiar. Historicamente designado comoRiba{ôq
esteterritório lmliza-se
geograficamente etrtrea
margem direita dorio
Côq
a poente, ailuÍgem
esquerda dorio
Águeda a nâ§certe, o rioDourq
aNorte,
eos contrafortes da serra da lüalcala, a Sul.
É
sempre relsvante uma caracterizaçãogeogúfica
de um determinadotenitório
quandose pretende estudaÍ a forma somo o mesmo
foi
sendo oanpado e moldado conforme Asnecessidades humanas.
uO
conlpcimentoda
morfologia e
constituiçãodas
solos, daclima, da
vegetação,ds
refu hiÚogrifrcq
e
doscottdi@s
frsica.sda
redede
viq§ de comunicaçãoé fundmtentat
pwa
compreenderas
telações
que
a§
cotmmidnde§ cmtpesinas estabelecem com q notureza e deatia
eryloração dependem-e 'A
delimitagão doterÍitóÍio
em causafot
logo
àpartidq
faoilitada devido à hidrografiada região. Grande curso
de
ágt4
anortg
principal porta de saída para oug.as paÍagens eprinCipal porta de entradg paÍa outra§ cglturas, O DOuro nunca §eparou, uniu. Neste
rio
desaguam as outa.s fronteiras naturais,
o
Côa e o Aggeda. Pelo meio existe a ribeira deAguiar, cujo
nome advém dopróprio
mosteiroro-
desagua noDouro
-,
e a ribeira de Tourões-
desagua no Águeda-,
fronteira potíticatrÚe
Poúrgal
e Espanha noultimo
terço do seu percurso. Outros cursos de agua relevantes nesta região são o rio Noéme ea ribeira das
Cúras,
anrbos aflueutes do Côa.Em termos geomorfológicog o
território
ribacudano é um prolongameÍto para ocidente da MesetaIbéricq
sendo, noged
um ext€nso planalto apens§ coutrariado pelas serrasda
Marofa e
dalúalcata e
quetermina
nLl§rw
deLongroiva'
ondeuma
prolongadafalha tectónica
çe
sedeenvolve
no setrtido Norte-Sul deümitao
ercremo ocidental dae
vlcEttlu,
António luriaBatcâo, op. cit,9.20.to Á riUeira Oe Aeuiar,
m
seupeúíto
inicial g tamem designada como rio S€co.'O
rio des'telugo
passa em dstawía aeúe nnn aio*
halla de esptngaita;,clwna-s Rto kcco, nosce fuaÍonte de Róbere, 'Nmtenban rios nelle e só as ágoas Erc vertem os ltmdos ite alguns outeyos Ete pela
an
abundbutano Inverno adqirem
orr*
afu
he a nbeyra das Atveteas, rto Chico, Ribeyta dasTalb*
rtbeyra d Aguru, ebdÁ
eshsú
anem quotdo chove (...) Coyvma o nome de Rlo &cco de onde naxe afrté aoirte oprde
duas légoas dedisaaa
deste tugar [Malponda].... e adEtire o nome de rtbeyra com o,iry
au nl1"yro deiguw
no sltio aonde chãwnt o Va ao" Àrias tetuite da Vermioza finafortunado ocontissirncnto a quem nasee voom acho-se Jêmea).--
in AffVEDO, PedroA
da, *Docmentos deMeseta, dando
origem
aum
vale
com grande capacidade agrlcolae
mineira também desigrrado por"graberl'
de Longroiva-
prolongamento do*grabet'
daVilariç4
local onde passava uma impoÍtanteüa
romana-.ll
A
serra daMarofa
(977m'S eüdencia-se comoo
acidente teçtónico mais relevante nesteterritório,
ondea
altitude
médiaronda os 650m.
Destacam-se tambémo
cabeço deCastelo Rodrigo (821m), a seÍra de Nave Redonda (776m),
o
monte de CasteloMelhor
(447m),
o morte
de S. Gabriel(SElm)
eo Monte do
Castelo (508m),local
onde terá existido a antiga povoaçãoromano.üsigótia de"Cal/ibrtd.
Geologicamente,
os
solosúrangidos
pelas bacias hidrognâficasdo
Côae do
Águeda não apresentam grandes complexidades de mineraise
materiais pétreos. Basicamentgsão solos
gradticos
que se estendem desde a seÍra das Mesas-
a sul, onde nasce o Côa-
até às margens doDouro,
apresentando manchas de xistos argilosos. Os micaxistos, guartzitos, gneisses e orúras rochas características de terrenos de transição acabam por constituir com os elementos delas derivados as terras aráveis do planalto ribacudano.12Na
região
a
srl
de Figreira de
CasteloRodrigo
realça-seuma
grande extensão degranito com afloramentos de xistos argilososl'. Na região de Freixeda do Tonão
-
onde se localizava a antiga granja cisterciense deFonte
de Cantos-
e
Figueira de CasteloRodrigo até ao
sul de
Vilar
Torpinr,
passandopor
Piúel
localizam-seos
tsrrenoscâmbricos da
Marofr"
repletos de xistol4. Os cabeços da serra daMarofa
apresentam afloramentosde quartzito,
sendo queo
outeiro
onde seimplanta a
vila
histórica
deCastelo Rodrigo está semeado de quartzitos brancos e róseos.
A
base granítica da serra daMarofa
será do período carboníferols e terá zurgido duranteas moümentações tecnótiças originadas pela orogenia hercinical6.
"
Cf. PERESTRELO, Marnrel Sabinq m"O povoamento romano na bacia média do rio CÂa e na bacia da ribeira de Masweime", tese de mestrado em Arqueologi4 InstitrÍo de Arqueologia Universidade deFimbra
2000, texto poticopiado."
Cf.L[\líA
Fernando de Sous4 ít-Figaeira de Castelo Robigo e o sea plonlto-
elenentos pma o estudo económico-agrlcola da regido", rehtóriofin*t
do curso de Engenheiro Agrónomq InstihÍoS-uperior de Agronomiq Universidade Técnica de Lisboa, teúo policopiado, 1942.
''
As camadas de granito envoltas ee xistos são caÍacttristicas do dtio do Banocal" na freguesia de Cinco V.ilaq concelho de Figueira de Caselo Rodrigo.tese de mestrado em Arqueologia, Univerci&dÊ do Polto, 2m2, todo policopiadq p.12.
"
Na escala de teqrc geológico, o Carüonifero-
ou Carüónico-
é o período da era Paleozóica do éon-divisão principal da escds de tempo geológico
-
Fanerozóico que está compreendido enúe 359 milhôes e299 milhões de mos atús, agoximadmeme. O putodo Carôonlfero srcede o perlodo Devoniano e
preede o periodo Permiano, ambos da sua era Divide-se nas épocas Mississippiana (359 a 318 rr.a.) e Pennsylvaniana (318 a299 m.a")
-
d. www.wikipediaorgru A
orogenia herclnica ocorreu no
fiml
do período Dorónico, gincÍpio do Pérmiço-
há c. 359 milhões de auos.A
sm consequência mais imediala foi a uniâo de todas as mâssâs continentais nrrm rinico&
Em
termos
climáticog
a
região
de
Riba{ôa
esúáinserida
no
srb-tipo
climático"temperada
com
esía$o
Írid",
cujas
característicassão
moldadaspela latitudq
altitudg
afastamentodo
mar,
naturezsdo
solo, relevo
e
vegetação.As
oscilações térmicas diáriase
anuais podem ser grandesvisto
trdar-se
deuma
região planálticainterior.
Enquantoque
oS verões sãonormalmede
muito
queme§-
com
ocasionai§ formações detovaodas
sscas-,
os invernos slio rigorosos. Apesar de a pluviosidade ser baixa-
c.600mm por anort-,
é comum a queda denwe
e formação degelo-Face
à
combinaçâo
dos
factores
climático-morfológcoq
o
solo
desta
região
énormaknente pobre e apres€nta pouca
profirndidade
sendo propício ao crescimento de espécies vegetais mais resistentes, com raizes profundas e decrscimento
lento, como aoliveira, o
sobreiro e aüúa,
não obstante s€r da§ regiões do país onde se pratica com maior intensidade e extensão culturas de sequeiro, nomeâdamente otigo
e o centeiole.As
espéciesaóustivas autfuones
estão Íepre€ntadaspelo
rosnraninho(Isvonfulla
stoecho§'), pela giesta('Cysns lusituticw§)
e pelo baracejo ("Stipagiganted').
Comonos
terrenosxistosos
não
florescem árvores
de
grandeporte, úundam
o
§argaço('Cistus
monspeliensi§'),a
torga
('Erica
lusitanicu§)2o,
a
carqueja ("Pterospartum*idenant')
e a urze
Cbica
cinered). Na
região
norte dabacia
do
Côa,junto
aoDouro,
encontra-se igualmeutea xara de folhas
pegajosâs ("Ci§rr4tladaniferul').,
osformado rrmg cordilhsira srrmler em t€rBos de
úide
ao lfimalaia Na Pe'úsula lÉrica, a orogeniahacínica deu origem à maiu poÍte das rochas que arnralmeúe afloram nas
regiB
ke
e Noroestepnismlares.
r'
Classificaçâo seguado rmqrnrel de lvírtome, mso
tivÍo'frairá de Gêographie Prtysfwe' . Vtdeb.
MÂRQLJES, Cstos Albertq
'l
Baciallt&qráfca
doCôf
,d"
Âsúio & AIüm' 1995r8 Orlando RibeiÍo
-
cit
por PERESIREIP, Ivfimrel Sabino, m'O pwautento ramüto nd bacta médlailo
rio
Côa e na bacia da ribeira deMasteind,
t€se de úsúrâdo e,m Ârqueologi4 InstiüÍo de Arqueologia UniveÍsidade de Coimbra2ffi,
tçrüo policopiado, p.l2-
drma a região da Beira lnterior, nomÊâdamglrte os plf,altos da d€§igtred8 BeiÍa Trmmoúúm4 é a rcgião maie seca de toda a Beir4sobretrdo a procÉ de tenitório que se situa enfie Pfledom e Atmeida
ode
apena§ seregigm
c.3{únm de pecipiação muat
re
Apesar da aprente pohÍeza do solo, m mongBs de AguiaÍ foÍ@ capazes de
tirr
o maior proveito do seu domlnio aÍrâvés da estraÉgicalqlizaçâo
da sus grmjas s demeis progiedadesq1
1664i5 maisférteis, com rnaiu irrigaÉo e erposição sola. Poder-seá memo s4srir que tivemm granjas e herdades onde pr*iemente se praticava rrna monoculün4 como seria o caso de Foute de
Cdq
com o cultivo dotrigo, e as prgpdedad€s em torno ilo lügü
&
PedÍÊir4 jumo ao MoeteiÍo ale §atrh Mada dÊ Aguiar,re,pleto de vinhedoq codorme
M
as scessiva d@çõesfus
ao longo dos temp6 de terras dÊsa
7ÃM-4
Esta planta asabaria por sewir de inspiÍasão a Adollb Coneia da Roc,ha quando adoptou a §ratojos
('Aex
dcnsu§'),
a
gatuúa
(*Ononis cwnpsfui§'),
a
dedeleira
("Digitalis
purpured'
e"Di§talis
thqsí')
e o piorno ('Retoma sphaerocarpd'\2r.O
cobeÍo
vegetal existenteao longo
das margensdos
cursosde
água distingue-se daquele que existe no alto dos montes e caboços, ondeúundam
as espécies arbustivas.Deste
modo,
nos
vales
situam-se
as
concentraçõm
de
carvalhos
("Quercaspenà.nculatd'),
de castanheios ('Castaneasqfivd'),
depiúeiros
('Pirruspinaster"
e*Pinus
pined') e
de
salgueiros('§alit
albd'),
freixos
("Fruimts
anguslifolid'),
amieiros
('Almts
glutinotr)
e vimeiros('kltx
alba vitellind')
aolongo
das margens dos riose
ribeiros.A
importância das especies autóctones acabariapor
sereflectir
na aplicação de uma série de topónimos na região associados as primeiras.Isto
acaba porser um indicador da existência, actual ou algures noutros tempoü de manchas florestais ou de conjuntos arbóreos s.rficieutemerúe importantes para deixarem no
território
uma marca perene, mesmo quando fisicamentejá
nada de si reste.22Apesar do
tipo
de solo e de clima serem preponderantes paÍa a concentração de variadasespécies arbóreas e arbustivas, não
foi
demdo
algum irrelevante a acçâo que o homemdesempeúou
ao longo nos
tempos
na
selecçãoe úate
de
determinadas espécieendemicas e autóctones, assim como a
inrodução
de outras exógenas.A
desflorestação ter-se-á incrementado durante a épocado Baixo Império
Romano,tendo
crescido de uma forma quase exponencial até à actualidade. Esta observação advém do facto de severificar uma relativa
concentraçãode
"villae"
romanasno
território
ribacudano, sinónimode
agricultura intensivae de
necessidadede
grandes superficies de terreno para tal.23Em termos de fauna autóctong salienta-se a presença de lebres
('Lepord')
e de coelhos bravos('Oryctolagus cunicalu§'),
ojavali
C'Jabqli montê§'), e raposa('Cwtis
vulpe§') e a perdiz('Perdix cinerd')
como as espécies mais abundantes. Terão existido noutros tempos mais remotos o urso ibérico, sub-espécie do urso pardo("Urns
arcto§'),
sendo que até há poucas décadas ainda se encontravam lobos('Canis
tapu§') nesta região.É
tambémpossivel
observar lornras('Lutra
wlguif')
no
rio Cô4 úufres
do
Egipto21
Cf. PERESTHO, Maflrel Sabinq op. cit.,p.l3.
2 António Maria Balcão Vicente
-
in *§m ta Maria de Agaiar-
am Mo§eiro de Fronteira' , op. cit.-
hz
uma cruiosa análise tqonlmica em t€nnos
&
associa$o&
rksigItss㧠\ulgpr da espécie artórea com determinados Iocais registados câíognficam€nte no território&
Riba-Côa. E eüão possivel identiflcar sítios associados ao carvalho-
como Cgnalheira (Pinhel), Can alhca (Mone Margadda) -, à aziúeira-Âzinbal (Almeida)
-,
ao freixo-
FÍeixedâ do Torrâo (FigtleiÍa de Castelo Rodrigo)-,
à amendoeira-Almendra (Vila Nova de Foz Cfu) -" ao salgueiro
-
Pxado dos Salgu0iÍ6 (IvIaE de Iabos -, etç.a Cf. VlCEhrÍE, António Maria
Balú,
op. cit., p.29. ,rrdeú.
PERESTRELO, Iúanuel Sabino, op. ciÍ.,('VulUr monactru{)
egfifos
("Vulíarfutvo-}
sendo que na§ margerudo
rio Águda"
perto deAlmofalq
se eneontra a maior colónia destas aves na Pemínzula Ibérica.LI
ABORDAGEM
ITTSTÓRICA
O
Mosteiro
de
Sama
Maria
de
Aguiar
desempenhouum
papol
importante
na consolidação da posse das terras §ituada§ entre o§rios
Côa
e
egpeda
paraa
coroa portuguesa2a. Zona continuaÍnede disputadaenre
monaÍcas portugueses e leonesesq
de quando emvez, alvo
de sortidas dos muçulmanos, adquiriu çgntomos de'terra
deninguém
"
não obstante ter
haüdo
sempre alguém a reivindicar asla po$§.
A
região onde se insereo Mosteiro
de Santa Nflaria deAguiaÍ
é, devido a ücissitudes várias,uma
zona
de
repovoamentotardio face
a
outras rggiõe§ rrconquistadas no mesmo períodozs. Apesar de desdeo
seculoX
ter estado sob a algada dos reis cristãos, aquando da Reconquista, asinvetidas
realizadas porehanço#
quase aniquilaram por completo as tentativas de repovoamerÚo. Somente após a reconquista deToledol
em 1085, é que as populações puderam estabelecer-se com alguma §egurança eestúilidade
ao
longo
dolimite
sul do reino
de Leão, se,ndo Salamancao
principal
centro urbanodessa área.
Os reis leoneses, no entanto, nas décadas §eguintes à consolidação do poder cristão nas imediações
do
Tejo,
verificando
que
a
su&oçansão
para além
da
serraz8 estava comprometidadeüdo à
entrega da cidade deBéjar
ao reino de
Castela aquando da2o
Segundo LuÍs Lindley Chüa
-
m"A
linguagem dos loros de Castelo Rofuigo", ed InstitÚo daÂlh
Cultra,
Li$o4
1959-;
a regiâo onde sc insere-CaSef noArip era inicialmente designada oomo'?iàa-de-Cod, confrnme de§âm -dois documenfo§
&
1297, sendo um deles o pÚprio te)Úo do Tratado deAtcanizá, datâdo de 12 de Sctembro, onde 6e @oú§@r definitirpmente a agfsg0ção de§te têrdt&io ao
Íeino de PoÍtugal.
-
Cf. SeSCfúZ BADIOLÀ Juan lo§n *I-d anfrguractón de wt sisama de poblmúento y orgoúzaciéndel espacto: el territorio de I*ôn (sigtos
D(&)-,
ed" Uriversidad de L,eóq Seçretriado de Publicacione§v Médios Audiovisrales. 2002.
Éu
Alrmço.
-
AbE AmirMúmmd
IbnAdbullú
Ibú Abi Amir,Al-llâjú
Al-Iyansn (c.938-UB/1m2). Govermdor do Al-Andaluq ficou ftmmo pelas sas incusõe§ na Penúnsrla lbérica, tendo
inclusivam€úe
d6uído,
em 997, o sanhrário de Smiago rle Comryostela--
in wçw.wikipediamg.2?
A
reconquista de Toledo, por Afonso
VI
de Câstel4 ieve umfúte
ilnpaq!
ao movimeoto da,.*oqoiga'cqiat
dal{úâidâ
visieüica desdeo
rcimdo dsI§vigildo
(572-5%r, erasde
&
&ebispado e
iôoftme
ceril:o €ootrômi@ daPeúoila
gafas às sras runúcturas em aço. A cidadeati"gi
to
sor espie,ndor máximo no dçsigmdo "Séctrto de Ozro" espmhol emnermos rquitectónicos ea16ácw, sendo-igualm€úe nma das capiAis ao iryério- No €o@rto, $mdo Filipe tr dÊcide transferit
defiridúre.te
ã
.rpiut
pra
nnaOriO,em
1563, Toledoe,úou Írym
ledo
declínio.-
d'
wwwwiki@iaorg e Cmnfef.l, Ium Ántónio, in*Á menfrra dos godos", Guimrâes Blitotts' 2003.ã
l
reruriAa *"e7ã'$rb
a cuihlheiraetral
on& selmliza
a armaloeús desigm& §€rÍa dâ E§üElÀ Pa16 Iádeí4
estendia*ea
*Trorsnf
-
go'Trasse'7:,,e
*Tralaurra-, conforme de§ignaÉoencontrada em doq;g€úg§
dmdc
a
ftir
rIÉ 1235 deúibuiÉo
de nma tenência numa região suposameÍúe identificada como seodo a Beira (vid€ Cima Balrosr *Htsüria e Etnografia",it
*Boletimai
tnryrolo*,Y
1938, p.S4; Rui de Àzwedo, *HistÓria da Expotstu Porlague,w no Munfu", dirigda poramõó
Báião, IlgÍtrári Cidade eIümel
lvÍÍrrias, vol.I, Lisboa, 1937, pp.r5).I*ite
de VasconcelosbosiO.*qg"
u'Tfassezlo- §€riassmercar€giâo sitoadagaalfudB§eÍ$adÀE§üels-d.
CINTRÀLuís LhdÉy, *A ltnguagem dosforos de Casalo
Roúigd,d.Iffúitro
da Alta Cultura, Li§boa 1959, p.)oryIl.
l§§
Íepaxtição dos reinos levada a cabo pelos
filhos
do imperador Afonso VII2e, em 1157, optaraÍnpor
virar
asi suas ambiçõesterritoriais
parao
ocidente da sua "Eshemadura", local donde partia umaoutÍa via
de acessoà'Transserra"
-
a e§trada romana que unia"Augustobriga"
(Ciudad Rodrigo) ao'Cantria" (Coria)e"Enerito
Augusta"
(Mérida). O monarca Fernando tr30 de Leão acabou por ser um dos principais impulsionadores do repovoameÍúo destaregião, ao
inoentivartal
ac@es nas povoaçõesde
Ledesma3l eCiudad
Rodrigo'
e narqião
compreendida entre os rios Águeda e Côa. O seu suce§sor,Afonso
D(
de Leão, consolidou o seu poder e o desenvolvimento da região ocidental doseu reino ao longo do
rio
Águeda.A
região de
Riba-Côa,
onde se localiza
o
Mosteiro
de
SantaMaria de
Aguiar, encontrava-se numa situação de quase total despovoamento em meados do seculo )(II33 quando chegaramI
estas paragens os monges salmantinos da Ordemde
S.Julião
do Pereiro3ae
os
cistercieffles
que
fundaram
-
ou
filiar*am-
o
referido
mosteiro.a
AfonsoVII (t105-ll5n,
Íei da CÉliza,I*âo
e CasÊela. Filho de D.a Urraca e do conde borgonhêsRaimundo. Recoúeceu a independência do ondado portucaknse no trdado de Zamorq em 1143
-
d.*ryw.wikipediaor&
r
Fernando tr de Leão (c.l137-1188) foi rei de
kâo
mtrell57
e 1188. Era fiIho de AfonsoMI
deCastela e Leão e de Berenguela ae Bácetoaa fflha do conde Ramón Berenguer tII. É fdo como um dos ftrndadores do Mosteiro de Santa Maria de Aguiar.
-
cf.vmv.wiki$iaorg
tr fudesma
{
rrme povoaçâo cqios vesigioa de ocryação hlmana Íemontam à época do neollüco. Doperiodo romano
-
onde se denominana *Bletisona"-
Íslarn veias lápid€s e inscrid€s. Na epoca medieval,a
pequem cidade adquire"-,
imporfu&
e§ratégica relemnte por serutr
ponto decomunicação
entr
os terdtóÍrios do norte e do qrl do reino de l-cão. Seis vias por otrde se efectuavafundamentalmentq e desde tempos imemoriais, a passage,m do gado corlluÍam em lcdcsma, sendo que algrnnas flslas tinll:m o privilégio de serem vias calcetadas. O seu repovoamento foi lwado a cabo por gentes de origem galega e ashno-leoma
-
cf. www.wikipedia-otg. W& tb. BARRIOS GARCIA' A. Angelr "El Proceso de Oatpación y de Ordenación del Espacio m la Rrya lconesa", m"O Tratado de Alcanices e a lmportúrcia Históicd dos Tenas de Nba Côa-
Actas do Congresso Histôrico Luso-Espanhol I 2- I 7 de &tenbro&
I 997,d.
Universida«le Caútica Editora, 1998, pp. 155-183.32
Ciudad Rodrigo, a amrnga Augustobrtga rcmara, remon a à epoca pré-romam e ganhou o seu nome
actual, segundo historiadores aúóctona, do conde Rodrigo Gor'zÁlez Giróo Um documento datado de
1136, exiseúe na Catedral de Salamm" atesta que os naturais dÊÍâ cidâde compmÊm a aldeia de Ciütatem de Rodric"
nes
época Fernmdo tr de Ixâo promoveu o seu pov@melto e elevou a cidade à categorita de sede episcopl. Crnioaameme, advoga-se que o nome da portuguesa Castelo Rodrigo advém igualmenre desse referido conde Rodrigo-
cf. www.wikipediaorg33
Cf.
CN'IRA
Lús Lindley, op. cit.,p.ffi{l
3' AOrdem de §. Julião do Pereiro teú sido firndada na segrmda meEde do séc.
)(II
e regia-se pelos estatutos da Ordem Bercditira Segudo Julio Gonález (historiadoÍ medievâliía espaflol e profesorcatedrático nas Universiddes de §eviila e CorylulcilsÊ ds Ivíadrid
-
a
l9l5;
m" 1991 -, aúor de obra§ctcimo "Reinado
y
diplomas de FeraodoIIf
, *Regesta de FernwtdoIf
, "El Reino de Castilla en laépoca de Alfonso WIf , "Ia búemaàtra Castelloru al medio el S.
){IIf
, dc., iÍxprccitrdíveis paü ünaclara compreensâo dâ Idâde Média espmhola -, basemdo+e ro *Libro de aniversbios y eptscopolqid',
datrdo do século XVItr, <lo Arquiro da Catedral de Salamm: *... durnte el pontificado del obispo don Ordofro (...), unos caballeros de
st
ciaila4 enlre elbs Suero Femândez y don Gónuz, habian ocapadouna hutnilde cosa com sa iglesla, Ilan ada de §ü, Jultbt del Pererro, en rm lago solitbio de la frontera
portuguesa com bimos de lucho y de hacer vifu rcligiosa" Qs msis
mtips
documentm onde surgem rderências àffem
datâm de 1176 e 1177, sendo que o destadú
conesponde 6 *rr1i*sçâo íIqÍla pelo papa Aexandre Itr, o mesmo que reconheceu a indqendência de Pormgal em 1179, úavés da bula Manifestis Probatum.A
Ordêm acúou por se tonur conheçida sob orÍra designa$o, Ordem deCuriosamentg erguia-se nesta
rqião,
no
tsritório
hoje repartido pelos coucelhos deVila
Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo, a cidade visigÔtica episcopal de"Caliábrica", ou*Caliabria".
De fundação inc€rta ean termo§ dedata
pareceter
sido paróquia da diocese de Viseu por volta de56ds,
temdo alcançadoo
estahúo de sede de bispado no início do seqrloVII.
As invasões mugrünanas pus€Íamfim
à importância da povoaçãq tendo a mesma desaparecido e asra
cadeira episcopal sido transferida paraCiudad
Rodrigo no
t€,mPode
Fernandotr
de
Leão.
Na
época deste monarca' osvesdgios da antiga urbe
üsigótica
ainda deviam apresentaÍ alguma importáncia pois os mesmosforam
doadospelo
rei
à
Catedral de Ciudad Rodrigo.Aliás,
refira-se que o bispo de CiudadRodrigo
usouo
título
de *episcolmscaliabiensis"
enguantoo
papanão
recoúeceu
a fundação da nova sede episcopals.A
toponímia da regiãoé
preciosa para se perceber as origens dos povoados e deduzirque
são
raÍas
aS excepçõ€sque
demonstrama
existênciade
fixaçôes
de
gentes anterioresao
reinado de Fernandotr
deteão.
Para além daorigem
romanaou
pré-romana dos nomes dosrios
Cõt
(Cuda')
e
egpeda(ÁSats'),
são também poucos, mas expressivos, os topónimos que podem ser atribuidos à presença muçulmana nestetenitôrio.
Àmeida ("al+náida",a
mesa" messta, psqueno planalto) e talvez Amofala3T('at-mahatta",
acampamento, relaoionadocom
expedição gUerreira) são os exemplos maiscoúecidos.
Em suma, a maioÍia dos povoados que existem noterritório
de Riba-Côa são de origem coeva com aReconçista
Ou pó§-fernandina, como se pode atestarno
concelhode Figueira
de
CasteloRodrigo,
em relação àssras
freguesias actuais, nomeadamenteVilar
Torpim,
Quintã de Pêro Martins, Cinco Vilas,Vale
deAfonsiúo,
etc.38
O
ano decisivo paÍao
r€Povoamento da região compreendidaeÍrfie
osrios
Águeda eCôa terrâ sido 1171.
Nsta
data, o rei Fernandotr
deLeâo e a suâ esposa Urraca Afonso,filha
de AfonsoI
de Portugel, decidem doar à catedral de Ciudad Rodrigo e ao seu bispoAlcârúg1p, quando Afonso D( de Ireão atntui a
&fe
desa cidadeac
cawleiÍo§ do Pereto em 121E. Em 1253, os seus ú€§üesiffilg
mm-se já mesEes da Ordm deAIfuâ,
tendo a primitiva dsiepaçâo caido em danso e no esqueoimento-
d. Ctr lTRÀ Lrís Lindley, op. cit, p. )OOflI e www.wiki@iaorgrs
Cf. www.cm-fozcmpt
o cf.
cnwRÀ
Lrdslindley, op. cit.,p.)oo(Itr
37
Refira-se a
â*ise*iu d;
duas poioaços com a rnesna d€signado no concelho de figueiró dosVinhos. distrito de Leiria
(Almúlâ
deCim
eAlmúla
de Bai:o) e de uúa eni§Êente no concelho deCáffoDairc, disüito dÊ Viseu
s
Vilar Torpim já exi$ia em 1183, codo,rme ate$am
documenlo dessa épo§a oade e$ão mencionadasa
herdadede Torre de
Aguiar3ee
a
antiga cidade
üsigótioa ds
"Cakibrid'{.
No
documento onde está referida esta doaçiio não há ainda qualquer referência ao Mosteiro
de
SantaI\{aria de
fuuiar.
Somerte três anos depoiss emAgosto de
1174, §urge um documentofidedipo
onde está mencionadoo rderido
cenóbio. FernandoII
de Leão, estabelecido na cidade de Leâo, doa aomostúo
em causa e como
consentimento do concelho de CiudadRodrigo,
a referida herdade de Torre deAguiar
e a granja de Rio Chicoar.Crôse
queé
dentrodese
irt€rvalo
temporal (1171-
1174) queo
Mostúo
de
SantaMaria de Aguiar terá sido fundado ou
filiado. E$a
questiio também se pode colocar poisautores há42 que afirmam que este mosteiro teria sido de
obdiência
beneditina, tendo a sua sede,a
achnl Torre dasAgulaü
sido ai estabelecida muito antes de 115043.A
Torre das Águias, ou Torre defuuiar,
mais não é que um antigo templo romano cujaimagem
foi
sendomodificada
e
adulteradaao longo
dos tempose
cujasruínas
sedestacam na paisagem. Para
além de local de
culto
religioso desde,pelo
menos, os tempos romanos,o
dificio
subsistiu duranitea
Alta
IdadeMédia
preservando as suas3e ...
haereditatem dictan Tunim de Agailar
cm
omnibus dlrectis, et pertinen iis szi.r, videlicet cwn pratis, pasais, montibus, fontibus, rivis, molendinis mitibus et ingessibus, et per terminos et divisioness,uas, sictti aqa@ nasrtntur et cadunt in fuvium "Agafu.
-
in CINTRÁ., Luis Lindley, op. cit., W. ]{J-IX,cÍ. Espaf,a Sagrado.){V,MadÍiü 1758, pp. 364-365.
4
... iilam civitatem dictan Colabriant qtae iacel inter Coan et Agadon, aun omnlbus directis etpertinentiis suis, in CINIRÂ' Luls Lindley, op. ctt.,W. )(Dq
d.
Espúa Sagrada,)íV,
IvÍadri{ 1758,p.3il-365.
4t
...
locttm qui dicitur Tunis Aqailaris et Grangiun de Riochico,in
BORGES, Júlio Antôniq "OMosteiro de Santa
Mtia
de Agaiar e os monges de Crskf ,d-
Cfuara Mmicipal de Figueira de Castelo Rodrigo, 1997,p. 100.Luis Lindley Cintr4 na sra
óra
sp
referida oüsena, no €rr,I{o, que várim aúores, incluindoAlexandre Herculanq advogam que a
dú
correc'ta do documeúo em causâ seria 1165, tendo por base a obra do monge cistercierce Angel tvíanÍique, *Annales cistercienss", tr, pp. al6. Desta forma, estâ alaa adquiriu durante bastante teútr o um cariz quase dogmático, ftzendo com que a daa da fimdaÉo domositeirc fosse Ínris recente do que é m realidade.
-
d. CINTRA LrÍs Lidley, op. cit.,W.L.Frei Angel Manrique (1577-164ó)
foi
um eminente historiador cigerciense, tendo sido moogp troMosteiro de N. §ra- De la lfuerta bispo dc Badqiúz e henciado pela Universidads de §almmca Autor de várias úras, erdrc as quais
I
las lglesias de la Corona... , MediÍaciones para los dias de Cuaresnasacadas de los Evangelios
-
Salaman@ 1612 -, furnnnes vários-
Salamancq 1620-,
etc.-
in CERRqFemando Negredo del, "Polltica e lglesia: los predicadorcs de Felipe
IV
memoria presentada paraoptar al grado de doctof
,Iúa&i{
2001, Universidad Comptúense de MadÍi4 Faculdad de Geografia eHistori4 Departamemo de Historia Modem4 pp. 2,14 e seguirnes. o' Frei
Joaquim de Sanla Rosa de Viteóo, it"Etucidbio das palavras, termos e frases que em Porhtgal se usatarn e que hoje regulomente se lgnoron", edi$o critica por Mfuio Fiúza, PoÍtq 1983.
o'
Cf. FRADE, Helena, *O Templo Ranano de Almofata
-
Nwos Elemeab§', ed. C.M
de Figueira de Castelo Rodrigq 1991, p. 94.Rui Pimo <te Azer€dq na sru oürra
*Nba{oa
sb
o
fumínio de Portugal no Reinado de Afonso Henriques-
O Mostelro de furtaMala
de Aguio, de fundaçfu porng&sd e ntu leonesd'-
separatâdx
*Anai§',II
Série, vol. 12, Lisüoa, 1962 *, demorsíra que afindafo
tÊrá tido origem portugues4 comparmdo diversos documeúm - justificmdo adqticidade
de rms e a Êlsidade de oúros -, e aceita ofrcto de ter haüdo um aderior
en&io
de úediência beneditim, srto noIooI
onde se €ncontra a anügaTorre dâs Águias
-
Sm
a rasceme da actral lmlização do mogeim -, que adoptrri4 posterioÍmerte, afunçõeg
então adaptadas àreligião cristãe.
João Coutoa5 advoga queterá
sido este olocal
de fundaçãodo Mosteiro de
SantaMaria
deAguiar,
posteriormente transferidopara um sitio c.5km a poente.
De templo romano a mosteiro cristão, passando por atalaia ou po§to de
vigia,
a prístina Torre das Águias teve uma existência agttada antes deter
sido votada definitivamente ao abandono, ate chegar ao seu actual estado decrepito de ruína. Observe-se, no entanto, que esteedificio
teve em tempos, emtorno
desi, um
pequeno povoado, denominadoTorre
dos
Frades,ou Aldeia da Torre
dosFradeg
apósa
doação fernandina, que,conforme
o
"Numerqmento"de
1527, possuía2l
fogos6.
A
Guerra da Restauração (1640-
1668) encarregou-se de pôrfim
à existência desta aldeia, tendo a mesma fiçadodefi nitivamente abandonada desde então.
Neste
ponto,
atinge-seuma
encruzilhadaque
levanta dúvidasquanto ao caminho
aseguir para se desvendar, com certeza, qual o fundador e respectiva data de fundação do
Mosteiro de Santa
Maria
deAguiar.
Se até ao momento, a maior parte dos documentosatribui
esse açto de fundação ao beneplácitodo
rei
leonês FernandoII,
outras fontesexistem
que,
por
uma
questãomuitas
vezes
associadaa
sentimentos patrióticos,atribuem a criação do mosteiro a
D.
Afonso Henriques.Frei Manuel da Rocha (1676-1744), abade do Mosteiro de S. João de Tarouca, atribui a
fundação ao monaÍca leonês, dizendo mesmo que o referido acto terá ocorrido a 22 de
Agosto
de
I165a7.Fr.
Joaquim de Santa Rosa deViterbo,
na sua obra"Eluciürio
daspalawas,
termos efrases
que em Portugal
se
usarame
quehoje
regularmente seignoram"48, refere, na abordagem que faz ao termo *abbqde magnate", que"consta no sez [do mosteiro de Santa Maria de Aguiar] gue esta
aWiaJorafundda
na Grania da Torre, muito antesde
1150: queD.
fi-eruando,rei
de Leão, dera aD.
Hugo, Abade deAgtiar,
a Granjada
Torre ea
Granja deRiolhico,
assim conto os Txtssuia o Conde D. Gomes, senhor de Trastdmara, com toda ajariúição
civil
ecriminal
a que chamam de Soga e Cuchilo (...)'Aeoo
FRADE, Helen4 op. cit., p. 96.
ot
COLI'rO, Joâo, *O Convento de Sta Maria de Aguiar em Riba-Cód', PoÍto, 1927, Tipografia Progresso,
p18
*
FRADE, Helena. op. cit., p. 96, e e CÀBRAL, A.À
Dinis' i.4 Tone de Aguiar ou «Turris Aquilatis»"-
Separata da Revista*Beira Alta", Viseu 1965, p. 8.4' Cf. BORGES, Julio António, op. cit., p.36 e AffiVEDO, Rui Pinto, in"Nba-Coa sob o domlnio de
PorÍugal no Reinado de
Afonn
Henriques*
O Mosteiro defutta
Maria de Águiar, de fundaçõoportuguesa e ndo leonesd'
-
separata dos '.l nais",fr Sáie, vol. 12, Lisboa,l%2,9.233
e ss.a8
Edição critica por Mário Fiú24 Porto, I 983m do original púlicado em I 798.
ae
Vide