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Cister e o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar - O ordenamento do território, a fixação de populações, o património disperso: subsídios para a reabilitação e valorização do seu património

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Texto

(1)

r?*$

,':

Luís Jorge Cunha

Corredoura

Cister

e

o

Mosteiro

de

Santa

Mana

de

Aguiar

O ordenamento

do

território,

a

fixação

de populações, o

património

disperso

Subsídios

para

a

reabilitação

e

valorização

do

seu

património

Orientador:

Professora

Doutora

Maria

do Céu Simões Tereno

Dissertação de

Mestrado

em

Recuperação

do

Património

Arquitectónico

e

Paisagístico

(2)

Crya,

de cima

para

baixo: Tone

das Águias

-

Almofala,

Figueira de Castelo Rodrigo;

Ermida de

N.

Sra.

do Monte

-

Cerdeirq

§abugal;

"Grwrja

de

S. Cibrão"

-

Barca

d'Alva" Figueira de

Castelo

Rodrigo;

"La Sacistid'

-

Aldeia

del

Obispo,

prov. Salamanca, Espanha;

Mosteiro de

Santa

Maria

de

fuuiar

-

fachadas poente

e

sul da Igreja.

(3)

Luís Jorge

Cunha Corredoura

Cister

e

o

Mosteiro

de

Santa

Maria

de

Aguiar

O ordenamento do

territórioo

a

Íixação

de

populações'

o

património

disperso

Subsídios

para

a

reabiütação

e

valorização

do

seu

património

Orientador:

Professora

Doutora

Maria

do Céu Simôes Tereno

Dissertação

de

Mestrado

em Recuperação do

Patrimó"rf

,

I

!-

J

Arquitectónico

e

Paisagístico

/l

ll

C

(4)

ÀGRADECIMENTOS

O pÍesente esUrdo é a consrbstanciaçâo de

um

desiderato que oomegou a ganhar forma nos primeiros dias de frequência do curso de

Mesfado

em Reorperação do Panrimónio Arquitectónico e Paisagístico.

No

entantq esse desejojamais poderia estar expo§to nestas páginas sem

o

coltributo,

a

dedicação, a persistência, a

únqa@o

e sobretudo paciência de vária§ pês§oas.

Desta

formq

expreso

aqui

o

meu mais proflrndo e sincero agradecimento às seguintes pessoas e instituições e/ou organismos:

Aos

Serviços Técnicos

da

Câmara

Municipal

de

Figueira

de

Castelo

Rodrigo,

personificados na pessoa

do

Sr. José Nfiarcos

Teixeirq

pela facilidade

e

simpatia com que disponibilizaram a informação cartográfica e aerofotogramétrica que possuiam;

Ao

Sr.

Lús

Branco,

ratural

de Escarigo, pela hospitalidade com que me recebeu em §ua

câsa

e

pela disponibilidade

e

riqueza

de coúecimento§

que

partilhou

aoerca dos

moiúos

e lagares de Escarigo;

Ao

Sr. Reis, alcaide de La

Bouz4

pela amabilidade que teve em me ceder as plantas de

LaBoua;

Ao

Professor

Doúor

António Maria

Balcão Vicente

e

ao kofessor Júlio

António

Borges pela

simpatia

e

disponibilidade

com que me

receberam,

pela partilha

de

coúecimentos

e entusiasmo que transmitiram pela realização deste

tróalho;

Ao

Sr.

Prof. Doutor

Diogo

de

Abreu,

director do

Centro de Estudos

Geogúficos

da

Faculdade de Letras da Universidade de

Lisboq

por me

ter

permitido cons.rltar e obter informação digitalizada do acervo do Centro de Eshrdos Geogp.áficos;

A

Dra.

Odete

lúartins, do

AI.{/IT,

pela

simp*ia

e paciência que teve

em

me

"guiaÍ"

pelos meandros do Arquivo

Naciona[ auxiliandome

na pesqúsa documental;

Ao

Miguel

Arsénio,

pela tradução

do

res.rmo da preseote dissertação

para

a

língua inglesa;

A

miúa

colega

e

amiga

Ana Filipa

Rodriggeq

pela

reüsão do

texto e

pertinentes apontarnentos críticos.

Aos

meus

amigoq

colegas

e

sócios

Arqtos. Bruno Faria

e

Gonçalo

Camilo

pelo encorajamento, disponibilidade

e apxílio

prmtados ao longo de

todo

o

tempo em que estive

envolüdo

nesta "aventurâ," e pela compreensão face ao

"prejuízo"

que a mesma causou em termos de atenção aos afazeres profissionais;

(5)

À

minha

familig

nomeadamente

pais,

irmãos

e

sogros,

pela

solidariedadg encorajamento e pronto

auxílio

que sempre prestâÍam quando era necessário, tanto em t€rmos de logística como de âoompnnhgmento na pesquisa no terreno'

Um

especial agfadecimento

à

minha orientadora, a Professora

Doúora

Maria do

Céu

Tereno,

por todo

o

conhecimento

e

bibliografia

partilhados,

pela

§ua

pronta disponibilidade, pela paciência e simpatia com que sempre me recebeu e auxiliou, pela

compreenúo

face às

mais

diversas

e

mirabolantes

ücissitudes

que me

ocorreram

durante

are*tliação

da presente tese e pelo aleuto que sempre me transmitiu.

Por

último, o

mais sentido agradecimento à minha esposq por todo o tempo que estive ausente, pelas horas de sono que lhe

tirei

pela intranquilidade que lhe causei aquando dos meus

"périploí'de

centenas de quilómetros porterras ribacudanas, pela ausência de

devida

atenção

que

tivg

absorvido

que

estava

por

esta

tese, pelas

suas palawas atenciosas e encorajadoras e pela compreensão e crença que em mim depositou. Para

ti,

(6)

Cister

e

o

Mosteiro

de

§anta

Maria

de

Aguiar

O ordenamento

do

território,

afxaçtlo

de

populações, o

património

disperso

Subsídios para

a

reúilitação

e

valorização do

seu

pahimónio

RE§T'MO

O

Mosteiro

Cisterciense

de

Santa

Maria de AguiaÍ

localiza-se

4km a

nascente de Figueira de Castelo Rodrigo, na Beira Interior, próximo da fronteira.

No

presente

estudo

úordar-se.á

fundamentalm€nte

o

património

disperso

que

os

monges

de

Aguiar

disseminaram

um

pouco pelo

tenitório

de

Riba-Côa,

legado

consubstanciado em

granjag

moinhos e,/ou lagares

e

nurna

ou

outra pequena ermida. Apesar da aparente singeleza deste legado, o mesmo vale pelo seu conjunto e

por

ser a

prova como os monges de Cister acabaram por influenciar usos e costumes das gentes

autóçtones e moldar um

territóÍio

aparentemente enno,

pobrg

úravés das zuas técnicas agrícolas e de exploração económica.

Identificaram-se

os

principais núcleos patrimoniais

cistercienses

ao

longo

de

um

território

que

vai de$e

a Serra da

MalçatC

a

ul

até ao

Dourq

a

nortg

e pro@em-se

alguns

contributos

para

a

sra

reabilitação

e

salvagUarda

conforme

conceitos

de

(7)
(8)

Cister

and

the

Monastery

of

Santa

Maria

de

Aguiar

Territory

arrangln& population settling

and disperss

patrimony

Subsidies

for

the

rehúilitation

and

valorization of

its

patrimony

ABSTRACT

The Cistercian Monastery

of

Santa

Maria

de

fuuiar

is

located at 4km east

to

Figueira de Castelo Rodrigo, on Beira

Interior,

close to the border.

In this study, the terms to be approached relate mainly to

úe

disperse patrimony that

úe

monks

of

Aguiar

disseminated

all

over Riba-Côa

territory

a

lqacy

srbstantiated by g.anges,

mills

and/or winepress and oilpress and a

few

small chapels.

In

spite

of

the apparent

simplicity of

this legacy,

it

is worth

for

its overall conditions and

for

making

it

clear tÍrat the

monks

of

Cister

ended

up

influencing

the

uses

and habits

of

the

autochúon

people and shaping an apparently

dry,

poor territory through

its

agriculture techniques and economic exploration.

After

and identification of

úe

main cores of cistercian patrimony along

úis

territory

it's

proposes some contributions

to

i§ rehúilitation

and saüng

wiúing

the

concepts

of

supportable and endogenous dwelopment to be applied in

úis

region.

(9)
(10)

Cister

e

o

Mosteiro

de

Santa

Maria

de

Aguiar

O ordenamento do

tenitório,

a

fixação

de

populações, o

património

disPerso

Súsídios

paÍa

a

reabilitação

e

valorização do

seu

patimónio

Introduçâo

Capítulo

I-

Território

e

História

Ll

Caracterização de um

território

L2 Abordagem histórica

L3 O mosteirc de Santa Maria de

Agriar

nos tempos acÍuais

-paúimónio dispsrso e esquecido

L4

O ordenamento do

tenitório

em teÍmo§ cistercienses

-o

território

de Riba-Côa

-Agervs.

Urbe

Capítulo

II

-

Património

IL1

O pafiimónio disperso que psrtenceu ao Mosteiro de

Santa Maria de

Aguiar

IL2

As povoaçôes - Cerdeira -

Moúe

MargaÍida - Ade -

Perofiús

p.l

I

p.l7

p.19 p.25

p.6l

p.69 p.98 p.103 p.105 p.111 p.114 p.120 p.127 p.130

(11)

-

QuiÍúã dos Bernardos

- La Bouza

IL3

As granjas: generalidades e realidades

-

Ofornmatos

nimiam,

va

si bona noriní, Ágrícolas... - Granja da Torre das Águias

- Granja de Rio Chico - Granja de Fonte de Cantos - Granja de Val do

Hüo

- Granja de S. Cibrão

-

Granja e Pesqueira da Foz da Ribeira de Aguiar - Granja de Vilar Formoso

-

Granja de

Ia

Bouza

- Granja de Tourões

oude"Is

fucristid'

- Granja do

Súugal

- Granja

de"LaCortizaü'

IL4

Os

moiúos

- Lagares de Escarigo

- Lagares do rio

Côq

em Aldeia Nova, Almeida

-

Moinhos

de"IaCortizdd',

Amofala

ILs.

As ermidas

- Ermida de

If

Sra. do Monte

-

Cerdeira

-

Sabugal - Ermida de

l{

Sra.

daPaz-

Vilar

Formoso

-

Almeida

Capítulo

Itr-

Realidades e

Intençõe

IILI

Subsídios para a reabilitação e valorização do antigo património do Mosteiro de Santa Maria de

Aguiar

- Intenções

-

Pdrimónio

s.rstentável us. zustentação do pafrimónio - Propostas para aplicação de prograrnas oficiais

Conclusão p.134 p.136 p.151 p.166 p.174 p.184 p.188 p.193 p.199 p.207

p.2ll

p.215 p.215 p.226 p.230 p.235 p.242 p.245 p.247 p.250 p.253 p.254 p.259 p.261 p.262 p.266 p.282 p.299

(12)

Anexos

-

Cronologia-PaÍrimónio

de

Aguiar

-

caÍtâ

de veneza (1964)

- CaÍtaEuropeia do

Püimónio

Arquitectónico (1975) - Declaração de Amesterdão (1975)

- Apelo de Granada sobre a

ArqútwturaRural

e o ordenamento do Tenritório (1985)

- Recomendação n9R(S9)6 sobre a Protecção e a Valorização do Património Arquitectónico Rural (19E9)

- Carta de

Craóüa

Ínaice

de

Figuras

Fonte

e

BibüograÍia

p.305

p307

p.317

p322

p.328 p.339 p.345 p.350 p.359 p.373

(13)
(14)
(15)
(16)

Quando se aborda algo que esteja relaciouado com

o

mundo de Cister

oore-se

o risco

de não se oonseguir

restingir

essa análise ao desiderato

inicial,

ao móbil que conduziu a determinada investigação.

As

reminisoências lqgadas pela Ordem

de Cister

nos looais de

implarração

dos seus

mosteiroq das s.ras granjas, lagares, moinhos e outras edifi@çoes mais, não se resumem ao objecto arquitectónico e constnrído em si. Vestigios há que não são tangíveis de uma

forma

tão

direc{a

ao

olhar

do

observador mas

que

são

a

reperorssão

de

algo

mais

influente e profundo que a simples presença de um cenóbio e ouúas construções anexas:

o

legado

cultural

que de uma

forma

srbconsciente e quase genética

foi

transmitido de geração em geração até à actualidade.

Este

tipo

de património consrbstarcia-se fundamentalmente num conjunto de técnicas e

práticas agrícolas

e

tnrm

tipo

de

ordenamento

do

teritóÍio

que durante

séculos se

manteve praticamente inalterável.

Os

monges

de

Cister

eram

peritos

em

moldar

o

tenitório

para dele

eíraírem

o

que de

melhor

se podia obter

&avés

da

exploração agrícola. Também não

foi

de

modo

algum despiciente

a

importância que

tiveram

na

melhoria

e

introdução

das

técnicas

de

exploração

vinícola

supondo-sg inclusivamentg que

tsrão

sido estes reügiosos que iniciaram na astual regiâo do

Alto

Douro

üúateiro

a

exploração

e

incremento desta

culnra

de uma

forma

intensiva e

rentável, ouja importância e

rmoúecimefio

acabariam por atingir o seu paroxismo com

a qiação da primeira região demarcada do

mundq

em 1756

-,

agrícola e pocuária.

Se os mandamentos da Ordem diziam gue os monges tinhâm que obter

o

seu sustemto

através da exploração da

terrat,

não se fizeram estes rogadoq interpretando à letra tais desígnios.

o'Dai

a

es&s monges

tnt pfuuno

despido

ou um

bosqte setvagem, detxai

pasw

uns

anos

e

rrão

encorúüeis

igrejas

formoms, como

tstbém

moradas

lrunmes

|

'Celebre-v a Noa mais ceilo,

plo

fim da oitova horq e de nwo trabalhem no Ete for preciso

faer

dé a tarde.

&, préta

a necesidade do lugu ou a pbreza eúgirem Erc

v

oaryen, pessoalmente, em

colher os produtos da tenq ndo

e

enüsleçot

pt

tw, prEte

então úo verdadeiros monges se vivem

do babalho

de

suas m.ãos, como

toúém

as nossas

Pds e

os

Áú§olos

Tudo, porém, se faça comedldarnente por causa dos fraco§, in*Regra de Mo Bento", carp.

X.YII

-

d. www.osb.org.br.

"Com

o

mesmo

lim

creran derter prl,ssl.ür tetas, vlnhebs, prados e bosqtes desde Ete fieassem

qttados

dos povoações; tonbén pensuotr ailqrdit repreus e cútdis

Wa

monto mafuhos de Íafinha

rye lhes facilttassem os gastos da

cw

e da pesa; e lnclulron a

cia@

de rcbanhos e oufios anlmals

útets às

uas algêncla

corrro os uvalos.

E

como futh,a

n

estabelecido

af,oraçies

agrícolas em diwrsos lugoes, decidirant Ere foxem os aotuerctos quern delos

s

aaryoia, e ndo os morges, porqae,

segundo a Regra, estes fuvem permoucer nos seas clanstro§

-

n'F-xordtwn Povanf, cap. XV.

-

trad" do aúor.

(17)

cotlffiiídns

em

wu

redof2, ecrwia

um

cronisüa

do

s&ulo )OI,

referindo-se aos

"milagres"

que estes religiosos faziam nos ermos onde se instalavarn, nas modificações

radicais

que operavam na paisagem,

valorizando'a ds

rrma

forma

srstentável

e

não

exaurindo-a e desvirtuando.a irremediavelmente.

Tal

foi

o que srcedeu com o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, implantado num local

cuja

soberania

terá

sido reclamada

por

diversos monarcas ao longo de

vários

séculos,

tenitório

bastas vezes assolado

por

correrias

e

razias de cristãos contra mouros

-

e

também de cristãos contras cristãos

-,

afrstado

o

srficiente

das gfandes aglomerações urbanas e dos principais eixos de comunicação para sofrer de

um

isolamento crónico

que

somente

nos

tempos

que

correm

vai

sendo quebrado graças às novas

üas

que surgiram ao longo dos ümites das terras de Riba-Côa.

O

objectivo

deste estudo

não

foi

abordar

o

mosteiÍo como objecto

arqútectónioo

isolado, conjunto edificado

e

classificado

como

Monumento Nacional3

setenta e

cinco anos, implantado à beira da estrada nacional no604-2 que une Figueira de Castelo

Rodrigo,

a poente, à

fronteir4

poucos quilómetros a nascente.

E$e tipo

de

úordagem

foi

desenvolvido,

e

muito

berq

por

vários

investigadores,

destacando-se fundamentalmente Júlio

António

Borgesl Afiónio

Maria Balcão Vicentes, Maria Paula

Vilhena Beirão

Albuquerque6

e

João

Couto?

-

não

se

poderá

olvidar

neste

rol

a

úordagem

realizada por Luís

Lindley

Chtra

à região ribanrdana na

introdu@

da sua

obra

de referência

"A

Lingaagem das

Foros de

Casteto

Rúigo''$

-.

As

obras destes

autores serão sempre referência obrigatória

paÍa

quem

decidir

averiguar

e

estudar o

Mosteiro

de Santa

Maria

de

Aguiar

e a importânoia da Ordem de Cister na região em torno deste cenóbio.

O desiderato da presente investigação

foi

desvendar

-

ou tentar fazê-lo

-

até que ponto

o território

ribacudano se pode confundir

com

o

Mosteiro de

Santa

Maria

de Aguiar através do legado que este proporcionou ao longo dos tempos às gentes autóctones, não

2

Geratd of Wales.

'

Decreto ng.l 996, de 17 de Dezembro de 1932.

4 *O Mosteiro de

futta

Moia

de Agaiar e os Monges de Ctster',

C. M. de Figueira

de Castelo Rodrigo, 1997.

'

"Santa Maria de

Agaiat

um Mosteiro de Frontelra: pafrimónlo rural e paisagem agrícola

-

séculos

XII-ruV',

tese de lUesÊrado 4rmentada

à

Faculdads de L€tras da Udversidade de Lisboq texto

policopiado, 1996.

6 *O Mosteiro

de funta Maria de Aguio em Rtba4ôd, êú Súta Casa da Msericórdia de Figueira de CasteloRodrigo, 1996.

7 *O

Convenlo de Sla Maria de Aguiar en

NbaCôf

,TipgrúaProgresso, Porto, 1927.

8 *A linguagem dos

foros de Castelo Rodrigo: seu confrônio com a tlos foros de Alfaiates, Castelo Bom, Castelo Melhor, Coriq Cáceres e Usagre

-

conffibuição poa o estudo do leonês e do galego-português do séc.

)ilI",

d.

In$iüÍo da Alta Culffi4

LiSo4

1959.

(18)

só através de vestígios arquitectónicos que pos§arn

existir

e que p€rtenceram a

aúigas

propriedades cistercienses, mas também atraves da çultura e da forma como e§ta §e tem manifestado até aos te,mpos actuais, reflestindo-se principalmente nos ciclos agrícolas e nas bases da economia local.

Recoúece-se aqui que o objectivo

inicial

deste estudo era

múto

mais ambicioso, qua§e

hérculeo. Pretendia-se estudar

e

compaÍar

três

situaçôes di§tinta§

de

ocupação do

terÍitório

e dos legados existentes de três mosteiros oistencienses localizados em regiôes

diferentes, quer em termos geográficoq quer em tÊrmos sociais, culturais e económicos

das gentes autóc-tones.

No

entanto, o esforço requerido para

comprender

a situação do Mosteiro de Santa

Maria

de Aguiar

-

primeiro alvo a

ser cousiderado logo à partida

-foi

de

tat

forma

úsorvente

que houve necessidade de se proceder a uma opção: tentaÍ aprofundar a questão cisterciense em

Riba{ôa

ou abordar de uma forma mais genérica

üês

situações

distintas.

Optou-se

pela

primeirq pois

considerou-se

quê

seria

uma investigação que compensaria

o

esforço que obrigatoriamente se

iria

dispender graças ao

coúecimerto

gue se podeÍia daí extrair

çanto

à idiossincrasia cisterciense aplicada nesta região únics do

terÍitório

poÍtuguês.

Compreendeu-se,

logo

à panidq

que não

se

iriam

*descobrir'

grandes

vestígios

ou ruínas de outros tempos no

território

em estudo.

Haüa

o

coúecimento

que situações similares a Alcobaça, Salzedas, Tarouca e

o!íÍos

mais mosteiros cistercienses de maior envergadura

não

se repetiriam.

Súia-se, de

antemão, quâo esquecida

e por

vezes indigente é esta região em termos ds manife§taç&s de riqueza pecuniária.

No

entanto,

como

a

necessidade sempre eguçou

o

emgenho,

a

aparente pobreza

foi

sabiamonte

compensada pela aplicação de técaricas agrícolas que

súsistiriam

de uma forma pereng pelo ordenamento de um

territóÍio

çe

se

reflectiu

até à actualidade

-

e que

muito

deve à acção e presença dos monges cistercienses do Mosteiro de Santa

lüaria

de

Aguiar

-

e por

um

considerável leque de vestígios arquitectónicos, maioritariarnente associados à

exploração dos domíniog disseminado

plo

território

ribacudano.

"O

palrimónio

oquitzctónico

e?ropeu é

constiAído,

não so

pelos

r/Ú,sso§ morrumentas

mais importoúes,

mas

tqnbém

pelos

conjuntos

de

constntções

msis

modestas das

nosss cidsdss

uttigas

e aldeias tradiciottois tnseridas nas srlas ewolventes naturais ou construídas pe la homem."

Artigo lo

da"Con

hrropeia

do Pabimónio

ArEitectónicd'

(19)
(20)

"He a

@mqrcs que chqrnürros Riba de

Cfu,

lruo

lingu

de

terra

de

qutrue

tegoas

de

comprido,

e

de

logo

quatro,

aonde

tem

msis

tqgru

Eslá

lmryda fu

None

a

Sul,

e

cingida

da

pwte

de Portugal com o

rio

C6q

qte

tendo scu nsscimento na sena de valma

q

he

hua

parte

da da

M4

Ím,

lrro

entrada em

Portugal

pelos

lugares

dz

Folgosinho,

l/al

de

espinho

e

Qua*asois,

dondB se

avisinho

ao

Sabugal,

primeira Villa acastellda

desta

comoca

por

aqtella

pute,

e

fulb

vai

correndo

se meter no

Douro em Villa

rurua de

fos Côa

Pela

pote

do Reytro de Leãa, ou Estremadura dB

Leôlo, com que

confinq

vai

a raia

bolida

por

cmtpinos,

e montes até São Pefuo ds Rio seco,

perto

do

Etal

rasce

a ribeira de

Turões,

que

vai &ndindo

os

REmos

ate

entru

no

Ageda, abotxo

de

Escraigo.

Daqui

vai o Agedafazendo

a

mesma

diviúo

qté

entrqr

no

Douro,

que

fecha

ultimqnente

este destrito,

recebêfu

as agoas do Côa no

logu

que

disvmos

"He nesÍq

comüca

mtita.s aldeas e lugwes abertos de

grmde

copia

de

morqdares. Tem

sele

villos

acastellados,

a

vber,

Sabugal,

Alfaiates, Villa moior,

Castelbom,

Almeida,

Costelbronco

e

Castel melhor.

He

tdo

esla

terra

abunübissima

de

lavouros e gadrts, de

que

repartia

rmtito

rya

outras comoca§ de Portugal,

e

Castella,

Dos

mais/nttos

tem qaurtidade".

Fr. Francisco Brandão,

it"Mottochia

La§iífrid",I. XVtr, cap.)OO(

(21)
(22)

LT

CARACTERIZAÇÃO

DE

I]M

TERRITÓRIO

O tenitóÍio

qnalisado

no pÍsente

eshrdo compreende

uma

âixa

raiana do

terÍitóÍio

pofiiguês

que se estende

por c.

60tm

no

§eu sentido Norte-Sul e

por

c.

20km

no

seu sentido Este-Oeste, ou

sejq

a

rqião

onde se conoentrou prdicamente todo o

pÚimónio

que pertenceu ao antigo

Mosteiro

de Santa

Maria

de Aguiar. Historicamente designado como

Riba{ôq

este

território lmliza-se

geograficamente etrtre

a

margem direita do

rio

Côq

a poente, a

iluÍgem

esquerda do

rio

Águeda a nâ§certe, o rio

Dourq

aNorte,

e

os contrafortes da serra da lüalcala, a Sul.

É

sempre relsvante uma caracterização

geogúfica

de um determinado

tenitório

quando

se pretende estudaÍ a forma somo o mesmo

foi

sendo oanpado e moldado conforme As

necessidades humanas.

uO

conlpcimento

da

morfologia e

constituição

das

solos, da

clima, da

vegetação,

ds

refu hiÚogrifrcq

e

dos

cottdi@s

frsica.s

da

rede

de

viq§ de comunicação

é fundmtentat

pwa

compreender

as

telações

que

cotmmidnde§ cmtpesinas estabelecem com q notureza e de

atia

eryloração dependem-e '

A

delimitagão do

terÍitóÍio

em causa

fot

logo

à

partidq

faoilitada devido à hidrografia

da região. Grande curso

de

ágt4

a

nortg

principal porta de saída para oug.as paÍagens e

prinCipal porta de entradg paÍa outra§ cglturas, O DOuro nunca §eparou, uniu. Neste

rio

desaguam as outa.s fronteiras naturais,

o

Côa e o Aggeda. Pelo meio existe a ribeira de

Aguiar, cujo

nome advém do

próprio

mosteiroro

-

desagua no

Douro

-,

e a ribeira de Tourões

-

desagua no Águeda

-,

fronteira potítica

trÚe

Poúrgal

e Espanha no

ultimo

terço do seu percurso. Outros cursos de agua relevantes nesta região são o rio Noéme e

a ribeira das

Cúras,

anrbos aflueutes do Côa.

Em termos geomorfológicog o

território

ribacudano é um prolongameÍto para ocidente da Meseta

Ibéricq

sendo, no

ged

um ext€nso planalto apens§ coutrariado pelas serras

da

Marofa e

da

lúalcata e

que

termina

nL

l§rw

de

Longroiva'

onde

uma

prolongada

falha tectónica

çe

se

deenvolve

no setrtido Norte-Sul deümita

o

ercremo ocidental da

e

vlcEttlu,

António luriaBatcâo, op. cit,9.20.

to Á riUeira Oe Aeuiar,

m

seu

peúíto

inicial g tamem designada como rio S€co.

'O

rio des'te

lugo

passa em dstawía aeúe nnn aio

*

halla de esptngaita;,clwna-s Rto kcco, nosce fuaÍonte de Róbere, 'Nmt

enban rios nelle e só as ágoas Erc vertem os ltmdos ite alguns outeyos Ete pela

an

abundbuta

no Inverno adqirem

orr*

afu

he a nbeyra das Atveteas, rto Chico, Ribeyta das

Talb*

rtbeyra d Aguru, e

bdÁ

eshs

ú

anem quotdo chove (...) Coyvma o nome de Rlo &cco de onde naxe afrté aoirte o

prde

duas légoas de

disaaa

deste tugar [Malponda].... e adEtire o nome de rtbeyra com o

,iry

au nl1"yro de

iguw

no sltio aonde chãwnt o Va ao" Àrias tetuite da Vermioza finafortunado ocontissirncnto a quem nasee voom acho-se Jêmea).-

-

in AffVEDO, Pedro

A

da, *Docmentos de

(23)

Meseta, dando

origem

a

um

vale

com grande capacidade agrlcola

e

mineira também desigrrado por

"graberl'

de Longroiva

-

prolongamento do

*grabet'

da

Vilariç4

local onde passava uma impoÍtante

üa

romana

-.ll

A

serra da

Marofa

(977m'S eüdencia-se como

o

acidente teçtónico mais relevante neste

território,

onde

a

altitude

média

ronda os 650m.

Destacam-se também

o

cabeço de

Castelo Rodrigo (821m), a seÍra de Nave Redonda (776m),

o

monte de Castelo

Melhor

(447m),

o morte

de S. Gabriel

(SElm)

e

o Monte do

Castelo (508m),

local

onde terá existido a antiga povoação

romano.üsigótia de"Cal/ibrtd.

Geologicamente,

os

solos

úrangidos

pelas bacias hidrognâficas

do

Côa

e do

Águeda não apresentam grandes complexidades de minerais

e

materiais pétreos. Basicamentg

são solos

gradticos

que se estendem desde a seÍra das Mesas

-

a sul, onde nasce o Côa

-

até às margens do

Douro,

apresentando manchas de xistos argilosos. Os micaxistos, guartzitos, gneisses e orúras rochas características de terrenos de transição acabam por constituir com os elementos delas derivados as terras aráveis do planalto ribacudano.12

Na

região

a

srl

de Figreira de

Castelo

Rodrigo

realça-se

uma

grande extensão de

granito com afloramentos de xistos argilososl'. Na região de Freixeda do Tonão

-

onde se localizava a antiga granja cisterciense de

Fonte

de Cantos

-

e

Figueira de Castelo

Rodrigo até ao

sul de

Vilar

Torpinr,

passando

por

Piúel

localizam-se

os

tsrrenos

câmbricos da

Marofr"

repletos de xistol4. Os cabeços da serra da

Marofa

apresentam afloramentos

de quartzito,

sendo que

o

outeiro

onde se

implanta a

vila

histórica

de

Castelo Rodrigo está semeado de quartzitos brancos e róseos.

A

base granítica da serra da

Marofa

será do período carboníferols e terá zurgido durante

as moümentações tecnótiças originadas pela orogenia hercinical6.

"

Cf. PERESTRELO, Marnrel Sabinq m"O povoamento romano na bacia média do rio CÂa e na bacia da ribeira de Masweime", tese de mestrado em Arqueologi4 InstitrÍo de Arqueologia Universidade de

Fimbra

2000, texto poticopiado.

"

Cf.

L[\líA

Fernando de Sous4 ít-Figaeira de Castelo Robigo e o sea plonlto

-

elenentos pma o estudo económico-agrlcola da regido", rehtório

fin*t

do curso de Engenheiro Agrónomq InstihÍo

S-uperior de Agronomiq Universidade Técnica de Lisboa, teúo policopiado, 1942.

''

As camadas de granito envoltas ee xistos são caÍacttristicas do dtio do Banocal" na freguesia de Cinco V.ilaq concelho de Figueira de Caselo Rodrigo.

tese de mestrado em Arqueologia, Univerci&dÊ do Polto, 2m2, todo policopiadq p.12.

"

Na escala de teqrc geológico, o Carüonifero

-

ou Carüónico

-

é o período da era Paleozóica do éon

-divisão principal da escds de tempo geológico

-

Fanerozóico que está compreendido enúe 359 milhôes e

299 milhões de mos atús, agoximadmeme. O putodo Carôonlfero srcede o perlodo Devoniano e

preede o periodo Permiano, ambos da sua era Divide-se nas épocas Mississippiana (359 a 318 rr.a.) e Pennsylvaniana (318 a299 m.a")

-

d. www.wikipediaorg

ru A

orogenia herclnica ocorreu no

fiml

do período Dorónico, gincÍpio do Pérmiço

-

há c. 359 milhões de auos.

A

sm consequência mais imediala foi a uniâo de todas as mâssâs continentais nrrm rinico

(24)

&

Em

termos

climáticog

a

região

de

Riba{ôa

esúá

inserida

no

srb-tipo

climático

"temperada

com

esía$o

Írid",

cujas

características

são

moldadas

pela latitudq

altitudg

afastamento

do

mar,

naturezs

do

solo, relevo

e

vegetação.

As

oscilações térmicas diárias

e

anuais podem ser grandes

visto

trdar-se

de

uma

região planáltica

interior.

Enquanto

que

oS verões são

normalmede

muito

queme§

-

com

ocasionai§ formações de

tovaodas

sscas

-,

os invernos slio rigorosos. Apesar de a pluviosidade ser baixa

-

c.600mm por anort

-,

é comum a queda de

nwe

e formação de

gelo-Face

à

combinaçâo

dos

factores

climático-morfológcoq

o

solo

desta

região

é

normaknente pobre e apres€nta pouca

profirndidade

sendo propício ao crescimento de espécies vegetais mais resistentes, com raizes profundas e de

crscimento

lento, como a

oliveira, o

sobreiro e a

üúa,

não obstante s€r da§ regiões do país onde se pratica com maior intensidade e extensão culturas de sequeiro, nomeâdamente o

tigo

e o centeiole.

As

espécies

aóustivas autfuones

estão Íepre€ntadas

pelo

rosnraninho

(Isvonfulla

stoecho§'), pela giesta

('Cysns lusituticw§)

e pelo baracejo ("Stipa

giganted').

Como

nos

terrenos

xistosos

não

florescem árvores

de

grande

porte, úundam

o

§argaço

('Cistus

monspeliensi§'),

a

torga

('Erica

lusitanicu§)2o,

a

carqueja ("Pterospartum

*idenant')

e a urze

Cbica

cinered). Na

região

norte da

bacia

do

Côa,

junto

ao

Douro,

encontra-se igualmeute

a xara de folhas

pegajosâs ("Ci§rr4t

ladaniferul').,

os

formado rrmg cordilhsira srrmler em t€rBos de

úide

ao lfimalaia Na Pe'úsula lÉrica, a orogenia

hacínica deu origem à maiu poÍte das rochas que arnralmeúe afloram nas

regiB

ke

e Noroeste

pnismlares.

r'

Classificaçâo seguado rmqrnrel de lvírtome, m

so

tivÍo'frairá de Gêographie Prtysfwe' . Vtde

b.

MÂRQLJES, Cstos Albertq

'l

Bacia

llt&qráfca

do

Côf

,d"

Âsúio & AIüm' 1995

r8 Orlando RibeiÍo

-

cit

por PERESIREIP, Ivfimrel Sabino, m'O pwautento ramüto nd bacta médla

ilo

rio

Côa e na bacia da ribeira de

Masteind,

t€se de úsúrâdo e,m Ârqueologi4 InstiüÍo de Arqueologia UniveÍsidade de Coimbra

2ffi,

tçrüo policopiado, p.l2

-

drma a região da Beira lnterior, nomÊâdamglrte os plf,altos da d€§igtred8 BeiÍa Trmmoúúm4 é a rcgião maie seca de toda a Beir4

sobretrdo a procÉ de tenitório que se situa enfie Pfledom e Atmeida

ode

apena§ se

regigm

c.

3{únm de pecipiação muat

re

Apesar da aprente pohÍeza do solo, m mongBs de AguiaÍ foÍ@ capazes de

tirr

o maior proveito do seu domlnio aÍrâvés da estraÉgica

lqlizaçâo

da sus grmjas s demeis progiedades

q1

1664i5 mais

férteis, com rnaiu irrigaÉo e erposição sola. Poder-seá memo s4srir que tivemm granjas e herdades onde pr*iemente se praticava rrna monoculün4 como seria o caso de Foute de

Cdq

com o cultivo do

trigo, e as prgpdedad€s em torno ilo lügü

&

PedÍÊir4 jumo ao MoeteiÍo ale §atrh Mada dÊ Aguiar,

re,pleto de vinhedoq codorme

M

as scessiva d@ções

fus

ao longo dos temp6 de terras dÊsa

7ÃM-4

Esta planta asabaria por sewir de inspiÍasão a Adollb Coneia da Roc,ha quando adoptou a §ra

(25)

tojos

('Aex

dcnsu§'),

a

gatuúa

(*Ononis cwnpsfui§'),

a

dedeleira

("Digitalis

purpured'

e

"Di§talis

thqsí')

e o piorno ('Retoma sphaerocarpd'\2r.

O

cobeÍo

vegetal existente

ao longo

das margens

dos

cursos

de

água distingue-se daquele que existe no alto dos montes e caboços, onde

úundam

as espécies arbustivas.

Deste

modo,

nos

vales

situam-se

as

concentraçõm

de

carvalhos

("Quercas

penà.nculatd'),

de castanheios ('Castanea

sqfivd'),

de

piúeiros

('Pirrus

pinaster"

e

*Pinus

pined') e

de

salgueiros

('§alit

albd'),

freixos

("Fruimts

anguslifolid'),

amieiros

('Almts

glutinotr)

e vimeiros

('kltx

alba vitellind')

ao

longo

das margens dos rios

e

ribeiros.

A

importância das especies autóctones acabaria

por

se

reflectir

na aplicação de uma série de topónimos na região associados as primeiras.

Isto

acaba por

ser um indicador da existência, actual ou algures noutros tempoü de manchas florestais ou de conjuntos arbóreos s.rficieutemerúe importantes para deixarem no

território

uma marca perene, mesmo quando fisicamente

nada de si reste.22

Apesar do

tipo

de solo e de clima serem preponderantes paÍa a concentração de variadas

espécies arbóreas e arbustivas, não

foi

de

mdo

algum irrelevante a acçâo que o homem

desempeúou

ao longo nos

tempos

na

selecção

e úate

de

determinadas espécie

endemicas e autóctones, assim como a

inrodução

de outras exógenas.

A

desflorestação ter-se-á incrementado durante a época

do Baixo Império

Romano,

tendo

crescido de uma forma quase exponencial até à actualidade. Esta observação advém do facto de se

verificar uma relativa

concentração

de

"villae"

romanas

no

território

ribacudano, sinónimo

de

agricultura intensiva

e de

necessidade

de

grandes superficies de terreno para tal.23

Em termos de fauna autóctong salienta-se a presença de lebres

('Lepord')

e de coelhos bravos

('Oryctolagus cunicalu§'),

o

javali

C'Jabqli montê§'), e raposa

('Cwtis

vulpe§') e a perdiz

('Perdix cinerd')

como as espécies mais abundantes. Terão existido noutros tempos mais remotos o urso ibérico, sub-espécie do urso pardo

("Urns

arcto§'),

sendo que até há poucas décadas ainda se encontravam lobos

('Canis

tapu§') nesta região.

É

também

possivel

observar lornras

('Lutra

wlguif')

no

rio Cô4 úufres

do

Egipto

21

Cf. PERESTHO, Maflrel Sabinq op. cit.,p.l3.

2 António Maria Balcão Vicente

-

in *§m ta Maria de Agaiar

-

am Mo§eiro de Fronteira' , op. cit.

-

hz

uma cruiosa análise tqonlmica em t€nnos

&

associa$o

&

rksigItss㧠\ulgpr da espécie artórea com determinados Iocais registados câíognficam€nte no território

&

Riba-Côa. E eüão possivel identiflcar sítios associados ao carvalho

-

como Cgnalheira (Pinhel), Can alhca (Mone Margadda) -, à aziúeira

-Âzinbal (Almeida)

-,

ao freixo

-

FÍeixedâ do Torrâo (FigtleiÍa de Castelo Rodrigo)

-,

à amendoeira

-Almendra (Vila Nova de Foz Cfu) -" ao salgueiro

-

Pxado dos Salgu0iÍ6 (IvIaE de Iabos -, etç.

a Cf. VlCEhrÍE, António Maria

Balú,

op. cit., p.29. ,rrde

ú.

PERESTRELO, Iúanuel Sabino, op. ciÍ.,

(26)

('VulUr monactru{)

e

gfifos

("Vulíarfutvo-}

sendo que na§ margeru

do

rio Águda"

perto de

Almofalq

se eneontra a maior colónia destas aves na Pemínzula Ibérica.

(27)
(28)

LI

ABORDAGEM

ITTSTÓRICA

O

Mosteiro

de

Sama

Maria

de

Aguiar

desempenhou

um

papol

importante

na consolidação da posse das terras §ituada§ entre o§

rios

Côa

e

egpeda

para

a

coroa portuguesa2a. Zona continuaÍnede disputada

enre

monaÍcas portugueses e leoneses

q

de quando em

vez, alvo

de sortidas dos muçulmanos, adquiriu çgntomos de

'terra

de

ninguém

"

não obstante ter

haüdo

sempre alguém a reivindicar a

sla po$§.

A

região onde se insere

o Mosteiro

de Santa Nflaria de

AguiaÍ

é, devido a ücissitudes várias,

uma

zona

de

repovoamento

tardio face

a

outras rggiõe§ rrconquistadas no mesmo períodozs. Apesar de desde

o

seculo

X

ter estado sob a algada dos reis cristãos, aquando da Reconquista, as

invetidas

realizadas por

ehanço#

quase aniquilaram por completo as tentativas de repovoamerÚo. Somente após a reconquista de

Toledol

em 1085, é que as populações puderam estabelecer-se com alguma §egurança e

estúilidade

ao

longo

do

limite

sul do reino

de Leão, se,ndo Salamanca

o

principal

centro urbano

dessa área.

Os reis leoneses, no entanto, nas décadas §eguintes à consolidação do poder cristão nas imediações

do

Tejo,

verificando

que

a

su&

oçansão

para além

da

serraz8 estava comprometida

deüdo à

entrega da cidade de

Béjar

ao reino de

Castela aquando da

2o

Segundo LuÍs Lindley Chüa

-

m"A

linguagem dos loros de Castelo Rofuigo", ed InstitÚo da

Âlh

Cultra,

Li$o4

1959

-;

a regiâo onde sc insere-CaSef noArip era inicialmente designada oomo

'?iàa-de-Cod, confrnme de§âm -dois documenfo§

&

1297, sendo um deles o pÚprio te)Úo do Tratado de

Atcanizá, datâdo de 12 de Sctembro, onde 6e @oú§@r definitirpmente a agfsg0ção de§te têrdt&io ao

Íeino de PoÍtugal.

-

Cf. SeSCfúZ BADIOLÀ Juan lo§n *I-d anfrguractón de wt sisama de poblmúento y orgoúzacién

del espacto: el territorio de I*ôn (sigtos

D(&)-,

ed" Uriversidad de L,eóq Seçretriado de Publicacione§

v Médios Audiovisrales. 2002.

Éu

Alrmço.

-

AbE Amir

Múmmd

Ibn

Adbullú

Ibú Abi Amir,

Al-llâjú

Al-Iyansn (c.938

-UB/1m2). Govermdor do Al-Andaluq ficou ftmmo pelas sas incusõe§ na Penúnsrla lbérica, tendo

inclusivam€úe

d6uído,

em 997, o sanhrário de Smiago rle Comryostela-

-

in wçw.wikipediamg.

2?

A

reconquista de Toledo, por Afonso

VI

de Câstel4 ieve um

fúte

ilnpaq!

ao movimeoto da

,.*oqoiga'cqiat

da

l{úâidâ

visieüica desde

o

rcimdo ds

I§vigildo

(572-5%r, era

sde

&

&ebispado e

iôoftme

ceril:o €ootrômi@ da

Peúoila

gafas às sras runúcturas em aço. A cidade

ati"gi

to

sor espie,ndor máximo no dçsigmdo "Séctrto de Ozro" espmhol emnermos rquitectónicos e

a16ácw, sendo-igualm€úe nma das capiAis ao iryério- No €o@rto, $mdo Filipe tr dÊcide transferit

defiridúre.te

ã

.rpiut

pra

nnaOriO,

em

1563, Toledo

e,úou Írym

ledo

declínio.

-

d'

wwwwiki@iaorg e Cmnfef.l, Ium Ántónio, in*Á menfrra dos godos", Guimrâes Blitotts' 2003.

ã

l

reruriAa *"e7ã'

$rb

a cuihlheira

etral

on& se

lmliza

a armaloeús desigm& §€rÍa dâ E§üElÀ Pa16 Iá

deí4

estendia*e

a

*Trorsnf

-

go'Trasse'7:,,

e

*Tralaurra-, conforme de§ignaÉo

encontrada em doq;g€úg§

dmdc

a

ftir

rIÉ 1235 de

úibuiÉo

de nma tenência numa região suposameÍúe identificada como seodo a Beira (vid€ Cima Balrosr *Htsüria e Etnografia",

it

*Boletim

ai

tnryrolo*,Y

1938, p.S4; Rui de Àzwedo, *HistÓria da Expotstu Porlague,w no Munfu", dirigda por

amõó

Báião, IlgÍtrári Cidade e

Iümel

lvÍÍrrias, vol.I, Lisboa, 1937, pp.r5).

I*ite

de Vasconcelos

bosiO.*qg"

u'Tfassezlo- §€riassmercar€giâo sitoadagaalfudB§eÍ$adÀE§üels-

d.

CINTRÀ

Luís LhdÉy, *A ltnguagem dosforos de Casalo

Roúigd,d.Iffúitro

da Alta Cultura, Li§boa 1959, p.

)oryIl.

l§§

(29)

Íepaxtição dos reinos levada a cabo pelos

filhos

do imperador Afonso VII2e, em 1157, optaraÍn

por

virar

asi suas ambições

territoriais

para

o

ocidente da sua "Eshemadura", local donde partia uma

outÍa via

de acesso

à'Transserra"

-

a e§trada romana que unia

"Augustobriga"

(Ciudad Rodrigo) ao'Cantria" (Coria)

e"Enerito

Augusta"

(Mérida). O monarca Fernando tr30 de Leão acabou por ser um dos principais impulsionadores do repovoameÍúo desta

região, ao

inoentivar

tal

ac@es nas povoações

de

Ledesma3l e

Ciudad

Rodrigo'

e na

rqião

compreendida entre os rios Águeda e Côa. O seu suce§sor,

Afonso

D(

de Leão, consolidou o seu poder e o desenvolvimento da região ocidental do

seu reino ao longo do

rio

Águeda.

A

região de

Riba-Côa,

onde se localiza

o

Mosteiro

de

Santa

Maria de

Aguiar, encontrava-se numa situação de quase total despovoamento em meados do seculo )(II33 quando chegaram

I

estas paragens os monges salmantinos da Ordem

de

S.

Julião

do Pereiro3a

e

os

cistercieffles

que

fundaram

-

ou

filiar*am

-

o

referido

mosteiro.

a

Afonso

VII (t105-ll5n,

Íei da CÉliza,

I*âo

e CasÊela. Filho de D.a Urraca e do conde borgonhês

Raimundo. Recoúeceu a independência do ondado portucaknse no trdado de Zamorq em 1143

-

d.

*ryw.wikipediaor&

r

Fernando tr de Leão (c.l137-1188) foi rei de

kâo

mtre

ll57

e 1188. Era fiIho de Afonso

MI

de

Castela e Leão e de Berenguela ae Bácetoaa fflha do conde Ramón Berenguer tII. É fdo como um dos ftrndadores do Mosteiro de Santa Maria de Aguiar.

-

cf.

vmv.wiki$iaorg

tr fudesma

{

rrme povoaçâo cqios vesigioa de ocryação hlmana Íemontam à época do neollüco. Do

periodo romano

-

onde se denominana *Bletisona"

-

Íslarn veias lápid€s e inscrid€s. Na epoca medieval,

a

pequem cidade adquire

"-,

imporfu&

e§ratégica relemnte por ser

utr

ponto de

comunicação

entr

os terdtóÍrios do norte e do qrl do reino de l-cão. Seis vias por otrde se efectuava

fundamentalmentq e desde tempos imemoriais, a passage,m do gado corlluÍam em lcdcsma, sendo que algrnnas flslas tinll:m o privilégio de serem vias calcetadas. O seu repovoamento foi lwado a cabo por gentes de origem galega e ashno-leoma

-

cf. www.wikipedia-otg. W& tb. BARRIOS GARCIA' A. Angelr "El Proceso de Oatpación y de Ordenación del Espacio m la Rrya lconesa", m"O Tratado de Alcanices e a lmportúrcia Históicd dos Tenas de Nba Côa

-

Actas do Congresso Histôrico Luso-Espanhol I 2- I 7 de &tenbro

&

I 997,

d.

Universida«le Caútica Editora, 1998, pp. 155-183.

32

Ciudad Rodrigo, a amrnga Augustobrtga rcmara, remon a à epoca pré-romam e ganhou o seu nome

actual, segundo historiadores aúóctona, do conde Rodrigo Gor'zÁlez Giróo Um documento datado de

1136, exiseúe na Catedral de Salamm" atesta que os naturais dÊÍâ cidâde compmÊm a aldeia de Ciütatem de Rodric"

nes

época Fernmdo tr de Ixâo promoveu o seu pov@melto e elevou a cidade à categorita de sede episcopl. Crnioaameme, advoga-se que o nome da portuguesa Castelo Rodrigo advém igualmenre desse referido conde Rodrigo

-

cf. www.wikipediaorg

33

Cf.

CN'IRA

Lús Lindley, op. cit.,

p.ffi{l

3' A

Ordem de §. Julião do Pereiro teú sido firndada na segrmda meEde do séc.

)(II

e regia-se pelos estatutos da Ordem Bercditira Segudo Julio Gonález (historiadoÍ medievâliía espaflol e profesor

catedrático nas Universiddes de §eviila e CorylulcilsÊ ds Ivíadrid

-

a

l9l5;

m" 1991 -, aúor de obra§

ctcimo "Reinado

y

diplomas de Feraodo

IIf

, *Regesta de Fernwtdo

If

, "El Reino de Castilla en la

época de Alfonso WIf , "Ia búemaàtra Castelloru al medio el S.

){IIf

, dc., iÍxprccitrdíveis paü üna

clara compreensâo dâ Idâde Média espmhola -, basemdo+e ro *Libro de aniversbios y eptscopolqid',

datrdo do século XVItr, <lo Arquiro da Catedral de Salamm: *... durnte el pontificado del obispo don Ordofro (...), unos caballeros de

st

ciaila4 enlre elbs Suero Femândez y don Gónuz, habian ocapado

una hutnilde cosa com sa iglesla, Ilan ada de §ü, Jultbt del Pererro, en rm lago solitbio de la frontera

portuguesa com bimos de lucho y de hacer vifu rcligiosa" Qs msis

mtips

documentm onde surgem rderências à

ffem

datâm de 1176 e 1177, sendo que o desta

conesponde 6 *rr1i*sçâo íIqÍla pelo papa Aexandre Itr, o mesmo que reconheceu a indqendência de Pormgal em 1179, úavés da bula Manifestis Probatum.

A

Ordêm acúou por se tonur conheçida sob orÍra designa$o, Ordem de

(30)

Curiosamentg erguia-se nesta

rqião,

no

tsritório

hoje repartido pelos coucelhos de

Vila

Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo, a cidade visigÔtica episcopal de

"Caliábrica", ou*Caliabria".

De fundação inc€rta ean termo§ de

data

parece

ter

sido paróquia da diocese de Viseu por volta de

56ds,

temdo alcançado

o

estahúo de sede de bispado no início do seqrlo

VII.

As invasões mugrünanas pus€Íam

fim

à importância da povoaçãq tendo a mesma desaparecido e a

sra

cadeira episcopal sido transferida para

Ciudad

Rodrigo no

t€,mPo

de

Fernando

tr

de

Leão.

Na

época deste monarca' os

vesdgios da antiga urbe

üsigótica

ainda deviam apresentaÍ alguma importáncia pois os mesmos

foram

doados

pelo

rei

à

Catedral de Ciudad Rodrigo.

Aliás,

refira-se que o bispo de Ciudad

Rodrigo

usou

o

título

de *episcolms

caliabiensis"

enguanto

o

papa

não

recoúeceu

a fundação da nova sede episcopals.

A

toponímia da região

é

preciosa para se perceber as origens dos povoados e deduzir

que

são

raÍas

aS excepçõ€s

que

demonstram

a

existência

de

fixaçôes

de

gentes anteriores

ao

reinado de Fernando

tr

de

teão.

Para além da

origem

romana

ou

pré-romana dos nomes dos

rios

Cõt

(Cuda')

e

egpeda

(ÁSats'),

são também poucos, mas expressivos, os topónimos que podem ser atribuidos à presença muçulmana neste

tenitôrio.

Àmeida ("al+náida",a

mesa" messta, psqueno planalto) e talvez Amofala3T

('at-mahatta",

acampamento, relaoionado

com

expedição gUerreira) são os exemplos mais

coúecidos.

Em suma, a maioÍia dos povoados que existem no

território

de Riba-Côa são de origem coeva com a

Reconçista

Ou pó§-fernandina, como se pode atestar

no

concelho

de Figueira

de

Castelo

Rodrigo,

em relação às

sras

freguesias actuais, nomeadamente

Vilar

Torpim,

Quintã de Pêro Martins, Cinco Vilas,

Vale

de

Afonsiúo,

etc.38

O

ano decisivo paÍa

o

r€Povoamento da região compreendida

eÍrfie

os

rios

Águeda e

Côa terrâ sido 1171.

Nsta

data, o rei Fernando

tr

deLeâo e a suâ esposa Urraca Afonso,

filha

de Afonso

I

de Portugel, decidem doar à catedral de Ciudad Rodrigo e ao seu bispo

Alcârúg1p, quando Afonso D( de Ireão atntui a

&fe

desa cidade

ac

cawleiÍo§ do Pereto em 121E. Em 1253, os seus ú€§ües

iffilg

mm-se já mesEes da Ordm de

AIfuâ,

tendo a primitiva dsiepaçâo caido em danso e no esqueoimento

-

d. Ctr lTRÀ Lrís Lindley, op. cit, p. )OOflI e www.wiki@iaorg

rs

Cf. www.cm-fozcmpt

o cf.

cnwRÀ

Lrdslindley, op. cit.,p.

)oo(Itr

37

Refira-se a

â*ise*iu d;

duas poioaços com a rnesna d€signado no concelho de figueiró dos

Vinhos. distrito de Leiria

(Almúlâ

de

Cim

e

Almúla

de Bai:o) e de uúa eni§Êente no concelho de

CáffoDairc, disüito dÊ Viseu

s

Vilar Torpim exi$ia em 1183, codo,rme ate$a

m

documenlo dessa épo§a oade e$ão mencionadas

(31)

a

herdade

de Torre de

Aguiar3e

e

a

antiga cidade

üsigótioa ds

"Cakibrid'{.

No

documento onde está referida esta doaçiio não há ainda qualquer referência ao Mosteiro

de

Santa

I\{aria de

fuuiar.

Somerte três anos depoiss em

Agosto de

1174, §urge um documento

fidedipo

onde está mencionado

o rderido

cenóbio. Fernando

II

de Leão, estabelecido na cidade de Leâo, doa ao

mostúo

em causa e com

o

consentimento do concelho de Ciudad

Rodrigo,

a referida herdade de Torre de

Aguiar

e a granja de Rio Chicoar.

Crôse

que

é

dentro

dese

irt€rvalo

temporal (1171

-

1174) que

o

Mostúo

de

Santa

Maria de Aguiar terá sido fundado ou

filiado. E$a

questiio também se pode colocar pois

autores há42 que afirmam que este mosteiro teria sido de

obdiência

beneditina, tendo a sua sede,

a

achnl Torre das

Agulaü

sido ai estabelecida muito antes de 115043.

A

Torre das Águias, ou Torre de

fuuiar,

mais não é que um antigo templo romano cuja

imagem

foi

sendo

modificada

e

adulterada

ao longo

dos tempos

e

cujas

ruínas

se

destacam na paisagem. Para

além de local de

culto

religioso desde,

pelo

menos, os tempos romanos,

o

dificio

subsistiu duranite

a

Alta

Idade

Média

preservando as suas

3e ...

haereditatem dictan Tunim de Agailar

cm

omnibus dlrectis, et pertinen iis szi.r, videlicet cwn pratis, pasais, montibus, fontibus, rivis, molendinis mitibus et ingessibus, et per terminos et divisiones

s,uas, sictti aqa@ nasrtntur et cadunt in fuvium "Agafu.

-

in CINTRÁ., Luis Lindley, op. cit., W. ]{J-IX,

cÍ. Espaf,a Sagrado.){V,MadÍiü 1758, pp. 364-365.

4

... iilam civitatem dictan Colabriant qtae iacel inter Coan et Agadon, aun omnlbus directis et

pertinentiis suis, in CINIRÂ' Luls Lindley, op. ctt.,W. )(Dq

d.

Espúa Sagrada,

)íV,

IvÍadri{ 1758,

p.3il-365.

4t

...

locttm qui dicitur Tunis Aqailaris et Grangiun de Riochico,

in

BORGES, Júlio Antôniq "O

Mosteiro de Santa

Mtia

de Agaiar e os monges de Crskf ,

d-

Cfuara Mmicipal de Figueira de Castelo Rodrigo, 1997,p. 100.

Luis Lindley Cintr4 na sra

óra

sp

referida oüsena, no €rr,I{o, que várim aúores, incluindo

Alexandre Herculanq advogam que a

correc'ta do documeúo em causâ seria 1165, tendo por base a obra do monge cistercierce Angel tvíanÍique, *Annales cistercienss", tr, pp. al6. Desta forma, estâ alaa adquiriu durante bastante teútr o um cariz quase dogmático, ftzendo com que a daa da fimdaÉo do

mositeirc fosse Ínris recente do que é m realidade.

-

d. CINTRA LrÍs Lidley, op. cit.,W.L.

Frei Angel Manrique (1577-164ó)

foi

um eminente historiador cigerciense, tendo sido moogp tro

Mosteiro de N. §ra- De la lfuerta bispo dc Badqiúz e henciado pela Universidads de §almmca Autor de várias úras, erdrc as quais

I

las lglesias de la Corona... , MediÍaciones para los dias de Cuaresna

sacadas de los Evangelios

-

Salaman@ 1612 -, furnnnes vários

-

Salamancq 1620

-,

etc.

-

in CERRq

Femando Negredo del, "Polltica e lglesia: los predicadorcs de Felipe

IV

memoria presentada para

optar al grado de doctof

,Iúa&i{

2001, Universidad Comptúense de MadÍi4 Faculdad de Geografia e

Histori4 Departamemo de Historia Modem4 pp. 2,14 e seguirnes. o' Frei

Joaquim de Sanla Rosa de Viteóo, it"Etucidbio das palavras, termos e frases que em Porhtgal se usatarn e que hoje regulomente se lgnoron", edi$o critica por Mfuio Fiúza, PoÍtq 1983.

o'

Cf. FRADE, Helena, *O Templo Ranano de Almofata

-

Nwos Elemeab§', ed. C.

M

de Figueira de Castelo Rodrigq 1991, p. 94.

Rui Pimo <te Azer€dq na sru oürra

*Nba{oa

sb

o

fumínio de Portugal no Reinado de Afonso Henriques

-

O Mostelro de furta

Mala

de Aguio, de fundaçfu porng&sd e ntu leonesd'

-

separatâ

dx

*Anai§',

II

Série, vol. 12, Lisüoa, 1962 *, demorsíra que a

findafo

tÊrá tido origem portugues4 comparmdo diversos documeúm - justificmdo a

dqticidade

de rms e a Êlsidade de oúros -, e aceita o

frcto de ter haüdo um aderior

en&io

de úediência beneditim, srto no

IooI

onde se €ncontra a anüga

Torre dâs Águias

-

Sm

a rasceme da actral lmlização do mogeim -, que adoptrri4 posterioÍmerte, a

(32)

funçõeg

então adaptadas à

religião cristãe.

João Coutoa5 advoga que

terá

sido este o

local

de fundação

do Mosteiro de

Santa

Maria

de

Aguiar,

posteriormente transferido

para um sitio c.5km a poente.

De templo romano a mosteiro cristão, passando por atalaia ou po§to de

vigia,

a prístina Torre das Águias teve uma existência agttada antes de

ter

sido votada definitivamente ao abandono, ate chegar ao seu actual estado decrepito de ruína. Observe-se, no entanto, que este

edificio

teve em tempos, em

torno

de

si, um

pequeno povoado, denominado

Torre

dos

Frades,

ou Aldeia da Torre

dos

Fradeg

após

a

doação fernandina, que,

conforme

o

"Numerqmento"

de

1527, possuía

2l

fogos6.

A

Guerra da Restauração (1640

-

1668) encarregou-se de pôr

fim

à existência desta aldeia, tendo a mesma fiçado

defi nitivamente abandonada desde então.

Neste

ponto,

atinge-se

uma

encruzilhada

que

levanta dúvidas

quanto ao caminho

a

seguir para se desvendar, com certeza, qual o fundador e respectiva data de fundação do

Mosteiro de Santa

Maria

de

Aguiar.

Se até ao momento, a maior parte dos documentos

atribui

esse açto de fundação ao beneplácito

do

rei

leonês Fernando

II,

outras fontes

existem

que,

por

uma

questão

muitas

vezes

associada

a

sentimentos patrióticos,

atribuem a criação do mosteiro a

D.

Afonso Henriques.

Frei Manuel da Rocha (1676-1744), abade do Mosteiro de S. João de Tarouca, atribui a

fundação ao monaÍca leonês, dizendo mesmo que o referido acto terá ocorrido a 22 de

Agosto

de

I165a7.

Fr.

Joaquim de Santa Rosa de

Viterbo,

na sua obra

"Eluciürio

das

palawas,

termos e

frases

que em Portugal

se

usaram

e

que

hoje

regularmente se

ignoram"48, refere, na abordagem que faz ao termo *abbqde magnate", que"consta no sez [do mosteiro de Santa Maria de Aguiar] gue esta

aWiaJorafundda

na Grania da Torre, muito antes

de

1150: que

D.

fi-eruando,

rei

de Leão, dera a

D.

Hugo, Abade de

Agtiar,

a Granja

da

Torre e

a

Granja de

Riolhico,

assim conto os Txtssuia o Conde D. Gomes, senhor de Trastdmara, com toda a

jariúição

civil

e

criminal

a que chamam de Soga e Cuchilo (...)'Ae

oo

FRADE, Helen4 op. cit., p. 96.

ot

COLI'rO, Joâo, *O Convento de Sta Maria de Aguiar em Riba-Cód', PoÍto, 1927, Tipografia Progresso,

p18

*

FRADE, Helena. op. cit., p. 96, e e CÀBRAL, A.

À

Dinis' i.4 Tone de Aguiar ou «Turris Aquilatis»"

-

Separata da Revista*Beira Alta", Viseu 1965, p. 8.

4' Cf. BORGES, Julio António, op. cit., p.36 e AffiVEDO, Rui Pinto, in"Nba-Coa sob o domlnio de

PorÍugal no Reinado de

Afonn

Henriques

*

O Mosteiro de

futta

Maria de Águiar, de fundaçõo

portuguesa e ndo leonesd'

-

separata dos '.l nais",fr Sáie, vol. 12, Lisboa,

l%2,9.233

e ss.

a8

Edição critica por Mário Fiú24 Porto, I 983m do original púlicado em I 798.

ae

Vide

b.

BORGE§, Júlio Antúnio, op. cit.,1,.225. Os reÍm§ "soga" e "czchild' corresponderiam aos

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