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Destreza manual, força de preensão e antropometria da mão - Estudo em crianças e adultos com Síndrome de Down e com Desenvolvimento Típico.

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Academic year: 2021

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(1)DESTREZA MANUAL, FORÇA DE PREENSÃO E ANTROPOMETRIA DA MÃO: ESTUDO EM CRIANÇAS E ADULTOS COM SÍNDROME DE DOWN E COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO. Anaïs de Almeida Reis Porto, 2014. i.

(2) ii.

(3) DESTREZA MANUAL, FORÇA DE PREENSÃO E ANTROPOMETRIA DA MÃO: ESTUDO EM CRIANÇAS E ADULTOS COM SÍNDROME DE DOWN E COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO. Dissertação apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, no âmbito do curso do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre, em Atividade Física Adaptada, nos termos do Decreto-lei nº74/2006, 24 de março.. Orientadora: Professora Doutora Maria Olga Fernandes Vasconcelos Coorientador: Professor Doutor Rui Manuel Nunes Corredeira Autor: Anaïs de Almeida Reis. Porto, 2014. iii.

(4) iv.

(5) Ficha de catalogação. Reis, A. A. (2014): Destreza Manual, Força de preensão e Antropometria da mão. Estudo em crianças e adultos com Síndrome de Down e com Desenvolvimento Típico. Porto: A. A. Reis. Dissertação apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto para obtenção do grau de Mestre, na área de especialização em Atividade Física Adaptada.. Palavras-chave:. DESTREZA. MANUAL;. ANTROPOMETRIA, SÍNDROME DE DOWN.. v. FORÇA. DE. PREENSÃO,.

(6) vi.

(7) DEDICATÓRIA. On ne voit bien qu’avec le coeur L’essentiel est invisible pour les yeux Le petit Prince. Com todo o amor, carinho e admiração aos meus pais, irmã, namorado e amigos dedico-lhes este trabalho.. vii.

(8) viii.

(9) AGRADECIMENTOS “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado” Roberto Shinyashiki A construção deste estudo foi concretizada graças ao contributo de inúmeras pessoas. Assim sendo, em primeiro lugar queria expressar os meus sinceros sentimentos de gratidão e carinho às crianças, jovens e adultos que participaram. neste. trabalho,. assim. como. aos. seus. cuidadores. por. possibilitarem o mesmo. O empenho, disponibilidade e carinho demonstrado por estes foi inimaginável. Contudo, este estudo só foi avante, pelo apoio, incentivo, críticas construtivas, profissionalismo e ensino dado pela Professora Doutora Maria Olga Fernandes Vasconcelos; orientadora que acompanhou com interesse, empenho e disponibilidade a “minha/nossa” caminhada. Ao Professor Doutor Rui Manuel Nunes Corredeira, pela disponibilidade, partilha e participação neste trabalho. Ao Dr. António José Lemos, presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viseu, APPACDM Viseu; assim como à Dra. Emília Dias, diretora executiva desta mesma instituição, pela confiança, apoio e disponibilidade que sempre demonstraram e por me “abrirem” a porta desta instituição dinâmica, inovadora e íntegra. Além disso, obrigada à Dra. Alice Tomás e ao Dr. Miguel Amado, por me terem ajudado a estabelecer contactos com possíveis famílias interessadas, pela amizade constante e partilha. Porém, esta instituição, torna-se ainda mais magnífica pelos colaboradores que dela fazem parte. Obrigada a todos pela vossa amizade, apoio e escuta ativa. À Dra. Rita Pereira, representante da Associação de Viseu de Portadores de Trissomia 21, AVISPT21; pela confiança, disponibilidade, partilha. Muito obrigada por esta oportunidade.. ix.

(10) À Dra. Florbela Marques, coordenadora do serviço de Terapia Ocupacional, do serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital São Teotónio, EPE – Viseu, assim como, à Dra. Rute Alves, Dra. Paula Fernandes e Dra. Ondina Coelho pela confiança, ensino, disponibilidade constate e amizade. À Dra. Leonor Miranda pelo ensino, incentivo, partilha e escuta ativa. Obrigada por me ter ensinado a ser a aluna e profissional empenhada que sou na atualidade. À Dra. Kátia Pereira pela confiança, disponibilidade, apoio prestado e amizade. Aos meus colegas de trabalho, pela escuta ativa, reforço positivo, companheirismo e amizade. Ao Bruno pelo disponibilidade, ajuda e amizade. Às minhas amigas, Ana Antunes e Andreia Vasconcelos que apesar de longe geograficamente estão sempre presentes. Obrigada por me apoiarem, pela vossa disponibilidade nos momentos mais difíceis e amizade constante. Obrigada aos meus pais, por todo o amor que me deram, ensino, partilha, escuta ativa e por terem feito de mim esta aluna, trabalhadora, filha, irmã, amiga … que hoje sou. Obrigada por me amarem e cuidarem sempre de mim. Obrigada à Sandra, minha irmã sempre presente, que me ensinou a contar com lápis na escola primária, a utilizar o computador na escola básica, que foi comigo na inscrição da faculdade, … Obrigado por tudo que me ensinaste, pelo amor e disponibilidade que sempre me deste e principalmente pela paciência que sempre tiveste. Ao João, pelo amor, carinho, apoio e paciência. Obrigada por me fazeres rir nos bons momentos e transformares cada momento difícil num momento calmo e mais fácil de resolver. Obrigada por isto: I can’ t promise To fix all your problems But i can promise You won’t have to face them alone. x.

(11) ÍNDICE GERAL. ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... xiii ÍNDICE DE QUADROS ..................................................................................... xv ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................... xvii ÍNDICE DE ANEXOS ....................................................................................... xix RESUMO.......................................................................................................... xxi ABSTRACT .................................................................................................... xxiii LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ..................................................... xxv Introdução Geral ............................................................................................. 1 1.1 Propósitos e Finalidades ........................................................................... 3 1.2 Estrutura da Dissertação ........................................................................... 7 1.3 Bibliografia ................................................................................................ 9 CAPÍTULO II .................................................................................................... 13 Revisão da Literatura .................................................................................... 13 2.1 Síndrome de Down ................................................................................. 15 2.1.1 Definição do conceito e classificação da síndrome de Down ........... 15 2.1.2 Causas, fatores de risco e incidência da síndrome de Down ........... 19 2.1.3 Caracterização dos indivíduos com síndrome de Down ................... 21 2.2 Membro superior – caracterização morfo-funcional da mão ................... 25 2.3 Síndrome de Down e funcionalidade manual .......................................... 33 2.4 Bibliografia .............................................................................................. 37 CAPÍTULO III ................................................................................................... 43 Estudos Empíricos ........................................................................................... 43 Estudo 1..................................................................................................... 45 ANTROPOMETRIA DA MÃO, FORÇA DE PREENSÃO E DESTREZA MANUAL: ESTUDO EM CRIANÇAS COM TRISSOMIA 21 E COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO .................................................................. 45 ABSTRACT ................................................................................................ 48 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 49 METODOLOGIA ........................................................................................ 50. xi.

(12) RESULTADOS .......................................................................................... 53 CONCLUSÃO ............................................................................................ 60 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 60 Estudo 2 ........................................................................................................ 63 DESTREZA MANUAL, FORÇA DE PREENSÃO E ANTROPOMETRIA DA MÃO: ESTUDO EM CRIANÇAS E ADULTOS COM SÍNDROME DE DOWN E COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO ............................................................ 63 RESUMO ................................................................................................... 65 ABSTRACT ................................................................................................ 66 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 67 METODOLOGIA ........................................................................................ 69 RESULTADOS .......................................................................................... 72 DISCUSSÃO.............................................................................................. 79 CONCLUSÃO ............................................................................................ 82 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 83 CAPÍTULO IV ................................................................................................... 87 Conclusões e sugestões ............................................................................... 87 4.1 Conclusões ............................................................................................. 89 4.2 Sugestões ............................................................................................... 91 CAPÍTULO V .................................................................................................... 93 Bibliografia Geral........................................................................................... 93 CAPÍTULO VI ................................................................................................... ciii Anexos .......................................................................................................... ciii. xii.

(13) ÍNDICE DE FIGURAS CAPÍTULO II – Revisão da Literatura. Figura 1 - Cariótipo de um indivíduo do sexo feminino com SD por bandeamento G - Trissomia Homogénea livre - (Antonarakis et al., 2004). ..... 15 Figura 2 - Cariótipo de um indivíduo do sexo feminino com uma translocação Robertsoniana equilibrada entre o cromossoma 21 e 14 (Centre for Genetics Education, 2012). ............................................................................................. 16 Figura 3 - Cariótipo de um indivíduo, do sexo masculino, com T21 com 47 cromossomas devido a uma translocação. Na ilustração constata-se que o par 21 tem 2 cromossomas e existe um cromossoma adicional no par 14 (Centre for Genetics Education, 2012). ......................................................................... 16 Figura 4 - Modelo de organização funcional cerebral de indivíduos com Síndrome de Down (Chua, 1996). .................................................................... 22 Figura 5 - Ossos do punho e da mão. Vista posterior (dorsal) (Netter, 2008). . 26 Figura 6 - Músculos individualizados do antebraço: Flexores dos dedos (Netter, 2008). ............................................................................................................... 27 Figura 7 - Músculos intrínsecos responsáveis pelo fecho da mão: Flexor curto do polegar, Oponente do polegar; Adutor do polegar, Flexor curto do dedo mínimo e Oponente do dedo mínimo (Behnke & de Albernaz, 2004). ............. 28 Figura 8 – Músculos extrínsecos que abrem a mão (Behnke & de Albernaz, 2004). ............................................................................................................... 28 Figura 9 – Músculos intrínsecos envolvidos na abertura da mão (Behnke & de Albernaz, 2004). ............................................................................................... 29 Figura 10 – Grupos musculares responsáveis por movimentos de precisão: lumbricoides, interósseos palmares e dorsais (Henderson & Pehoski, 2005). . 29 Figura 11 – Inervação Cutânea do nervo cubital, mediano e radial. Vista anterior (palmar) e vista posterior (dorsal) (adaptado de Erazo & Pires, 1996). ......................................................................................................................... 30 Figura 12 – Componentes que influenciam a capacidade para usar as mãos (adaptado de Henderson & Pehoski, 2005)...................................................... 31. xiii.

(14) CAPÍTULO III Estudo 1 Figura 1 – Destreza Manual da mão preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ………………………………………………………………………….…… 55 Figura 2 – Destreza Manual da mão não preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ………………………………………………………………….…… 55 Figura 3 – Força da mão preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ………………………………………………………………………………………... 56 Figura 4 – Força da mão não preferida. Interação entre os fatores grupo e idade .………………………………………………………………………………... 56 Figura 5 – Comprimento da mão preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ……………………………………………………………………………..….. 57 Figura 6 – Comprimento da mão não preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ………………………………………….………………………………..….. 57 Figura 7 – Largura da mão preferida. Interação entre os fatores grupo e idade ………………………………………………………………………………………… 58. Estudo 2 Figura 1 – Destreza Manual da mão preferida. Interação entre os fatores grupo e faixa etária …...………………………………………...…………………….…… 74 Figura 2 – Destreza Manual da mão não preferida. Interação entre os fatores grupo e faixa etária ...………………………………………………………….…… 75. Figura 3 - Força da mão não preferida. Interação entre os fatores grupo e faixa etária ……………………………………………………………………………….... 75. xiv.

(15) ÍNDICE DE QUADROS Estudo 1 Quadro 1 - Análise descritiva da destreza manual, da força manual e das medidas antropométricas da mão, em cada grupo e considerando a faixa etária ………………………………………………………………………………………… 54. Estudo 2 Quadro 1 - Análise descritiva da destreza manual, da força manual e das medidas antropométricas da mão preferida e não preferida, em cada grupo e considerando a faixa etária ……………………………………………………….. 73 Quadro 2 – Destreza manual mão preferida. Regressão linear entre as variáveis destreza manual, força manual e medidas antropométricas da mão, na amostra total e em cada grupo ……………………………………………….. 76 Quadro 3 – Destreza manual mão não preferida. Regressão linear entre as variáveis destreza manual, força manual e medidas antropométricas da mão, na amostra total e em cada grupo ……………………………………………….. 77 Quadro 4 – Adultos. Destreza manual mão preferida e Destreza manual mão não preferida. Regressão linear entre as variáveis destreza manual, força manual e medidas antropométricas da mão em cada grupo ………………….. 78 Quadro 5 – Crianças. Destreza manual mão preferida e Destreza manual mão não preferida. Regressão linear entre as variáveis destreza manual, força manual e medidas antropométricas da mão em cada grupo ……………..…… 79. xv.

(16) xvi.

(17) ÍNDICE DE TABELAS Estudo 1 Tabela 1 - Caraterização e procedimentos dos instrumentos seleccionados .. 52. Estudo 2 Tabela 1 - Caraterização e procedimentos dos instrumentos seleccionados .. 71. xvii.

(18) xviii.

(19) ÍNDICE DE ANEXOS ANEXO 1 - Pedido de autorização para empréstimo de instrumentos de avaliação. Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE …………………………..… CV ANEXO 2 - Pedido de autorização: APPACDM Viseu ……………………….. CVI ANEXO 3 – Pedido de autorização: AVISPT21 …………………………….… CVII ANEXO 4 – Questionário de preferência lateral …………………………...… CVIII ANEXO 5 – Instrumentos de avaliação ………………...…………………..….. CIX ANEXO 6 – Questionário sóciodemográfico …………………………………… CX ANEXO 7 – Folha de registo …………………………………………………..… CXI ANEXO 8 – Pedido de autorização aos encarregados de educação ……… CXII. xix.

(20) xx.

(21) RESUMO Objetivo: Analisar a variação da destreza manual (DM), da força de preensão manual (FM) e das medidas antropométricas da mão, no total da amostra e em função do grupo e da faixa etária (estudos 1 e 2), e verificar o efeito da FM e das medidas antropométricas na DM, no total da amostra e em função do grupo e da faixa etária (est. 2). Metodologia: Estudo 1: 36 crianças, 16 (8♂ e 8♀) com diagnóstico de síndrome de Down (SD) e 20 (6♂ e 14♀) com desenvolvimento Típico (DT), entre 6 e 18 anos (SD: 13,31±3,24; DT: 12,50±3,90). Estudo 2: 81 indivíduos, 39 (16 crianças e 23 adultos) com diagnóstico de SD e 42 (20 crianças e 22 adultos) com DT, entre 6 e 58 anos (crianças SD: 13,31±3,24; adultos SD: 34,68±9,59; crianças DT: 12,50±3,90; adultos DT: 39,64±11,00). Instrumentos: Teste de Caixa e Blocos (Patricia Holser Buehler e Elizabeth Fuchs, 1975), Dutch Handedness Questionnaire (Van Strien, 2003), Dinamómetro Hidráulico de Jamar e paquímetro analógico. Resultados: Verificou-se um efeito significativo quer do fator grupo quer do fator idade, quer da interação entre estas duas variáveis na DM, na FM e em algumas medidas antropométricas (est. 1 e 2). Os efeitos da interação revelaram que o grupo DT apresenta diferenças significativas entre as faixas etárias, contrariamente ao grupo SD, relativamente à DM, FM e algumas medidas antropométricas (est. 1). Os resultados evidenciaram ainda que no grupo DT a variabilidade da DM foi explicada pelas variáveis FM, Comprimento, Largura, Espessura e Diâmetro, em ambas as mãos, enquanto no grupo SD, a variabilidade é unicamente explicada pelo Diâmetro da mão preferida. Além disso, no grupo DT verificou-se que quanto menor é a idade dos participantes, maior é o número de variáveis que explicam a variabilidade da DM (est. 2). Conclusão: O grupo e a idade apresentaram um efeito significativo nas variáveis analisadas. A avaliação e compreensão do comportamento destas capacidades possibilitarão a delineação de programas de estimulação pretendendo melhorar o desempenho das atividades da vida diária. Palavras-chave: Síndrome de Down; desenvolvimento típico; força manual; destreza manual; medidas antropométricas.. xxi.

(22) xxii.

(23) ABSTRACT Objective: To analyze the variation of manual dexterity (MD), the muscular force (MF) and anthropometric measures of the hand, in all sample and as a function of group and age (study 1 and 2), as well as verify the effect of MF and anthropometric measures in MD, in all sample and as a function of group and age (std. 2). Participants and Methods: Study 1: 36 children, 16 (8♂ and 8♀) diagnosed with Down syndrome (DS) and 20 (6♂ and 14♀) with a typical development (TD), between 6 and 18 years (DS: 13,31 ± 3,24; TD: 12,50 ± 3,90). Study 2: 81 individuals, 39 diagnosed with DS (16 children and 23 adults) and 42 with a TD (20 children and 22 adults), between 6 and 58 years (DS Children: 13,31 ± 3,24; adults DS: 34,68 ± 9,59; children TD: 12,50 ± 3,90; adults TD: 39,64 ± 11,00). The instruments employed were: Box and Block Test (Patricia Holser Buehler and Elizabeth Fuchs, 1975), Dutch Handedness Questionnaire (Van Strien, 2003), Hydraulic Dynamometer Jamar and analog caliper. Results: There was a significant effect of group factor, age factor and the interaction between these two variables in MD, MF and in some anthropometric measures (std. 1 and 2). The interaction revealed that, while in DT group shows significant differences between age groups, in SD group differences between these age groups do not occur in relation to DM, FM and some anthropometric measures (std. 1). The results also show that the TD group variability was explained by the DM, FM, length, width, thickness and diameter variables in both hands, while in SD group, the variability is explained uniquely by diameter variable in the preferred hand. Furthermore, in DT group was found that younger is the sample, a greater number of variables explain the variability of DM (std. 2). Conclusion: The assessment and understanding of these skills and their behavior, enable stimulation programs delineation and improve performance on activities of daily living. Keywords: Down Syndrome; typical development; muscular force; manual dexterity; anthropometric measurements.. xxiii.

(24) xxiv.

(25) LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS Comprimento da mão não preferida; medida antro_c_MNP / anthro_le_NPH. antropométrica. Non-preferred hand length; anthropometric measure. Comprimento da mão preferida; medida. antro_c_MP / anthro_le_PH. antropométrica. Preferred. hand. length;. anthropometric. measure. Diâmetro da mão não preferida; medida antro_d_MNP / anthro_d_NPH. antropométrica. Non-preferred hand diameter; anthropometric measure. Diâmetro. antro_d_MP / anthro_d_PH. da. mão. preferida;. medida. antropométrica. Preferred. hand. diameter;. anthropometric. measure. Espessura da mão não preferida; medida antro_e_MNP / anthro_thi_NPH. antropométrica. Non-preferred hand thickness; anthropometric measure. Espessura. antro_e_MP / anthro_thi_PH. da. mão. preferida;. medida. antropométrica. Preferred. hand. thickness;. anthropometric. measure. Largura da mão não preferida; medida antro_l_MNP / anthro_w_NPH. antropométrica. Non-preferred hand width; anthropometric. xxv.

(26) measure. Largura antro_l_MP / anthro_w_PH. da. mão. preferida;. medida. antropométrica. Preferred. hand. width;. anthropometric. measure. AVD's / ADL’s. Atividades da vida diária Activities of daily living Associação de Viseu de Portadores de. AVISPT21. Trissomia 21 Viseu Association of Patients with Trisomy 21. C6/5/8. DM / MD DM_MNP / MD_NPH. Vertebras da coluna cervical / Vertebrae of the cervical spine Destreza manual /Manual dexterity Destreza manual da mão não preferida Non-preferred hand of manual dexterity. DM_MP / MD_PH. DT / TD. FM / MF. FM_MNP / MF_NPH. FM_MP / MF_PH. M-ABC. Destreza manual da mão preferida Preferred hand of manual dexterity Desenvolvimento Típico Typical development Força muscular / Muscular force Força muscular da mão não preferida Non-preferred hand muscular force Força muscular da mão preferida Preferred hand muscular force Movement Assessment Battery for Children. xxvi.

(27) MNP / NPH. Mão não preferida / Non-preferred Hand. MP / PH. Mão preferida / Preferred Hand. Mɪ/ Mɪɪ. Meiose ɪ/ Meiose ɪɪ Meiosis ɪ/ Meiosis ɪɪ. OMS / WHO. Organização Mundial de Saúde / World Health Organization. PM / MP. Preferência Manual / Manual preferrence. SD / DS. Síndrome de Down / Down syndrome. SPSS T1. Statistical Package for the Social Science Vértebras da coluna torácica / Vertebrae of the thoracic spine. ♀. Sexo feminino / Female. ♂. Sexo masculino / Male. xxvii.

(28) xxviii.

(29) I. INTRODUÇÃO GERAL. CAPÍTULO I Introdução Geral. 1.

(30) I. INTRODUÇÃO GERAL. 2.

(31) I. INTRODUÇÃO GERAL. 1.1 Propósitos e Finalidades Segundo a literatura assiste-se atualmente a um novo momento de capitalismo, que se caracteriza por transformações significativas ao nível social, económico, político e tecnológico, cujas consequências têm tido relevantes impactos no mundo do trabalho, nomeadamente, instabilidade do emprego, procura profissional constante e mercado cada vez mais competitivo (Amaral, 2012). Estas transformações contribuíram para uma maior participação da mulher no mercado do trabalho, quer pela necessidade de complementação do rendimento familiar e pelas novas oportunidades surgidas, mas de igual modo por progressos dos padrões comportamentais que estas mudanças trouxeram (Amaral, 2012; Wall et al., 2010). Tais factos poderão condicionar o evidenciado na literatura, a qual menciona que tanto os homens como as mulheres têm os filhos, em particular o primeiro filho, cada vez mais tarde (Gourbin & Wunsh, 2009). A idade avançada da mãe ao nascimento do filho tem efeitos na morbilidade e mortalidade do mesmo, assim como, a idade tardia do pai ao nascimento de um filho, controlada pela idade da mãe, tem um efeito estatístico significativo na mortalidade neonatal e mortalidade fetal tardia, como no risco da criança desenvolver anomalias congénitas (Gourbin & Wunsh, 2009). A idade avançada dos pais aquando da conceção dos filhos é deste modo um problema de saúde pública, na medida que existe maior risco de ocorrência de anomalias genéticas na conceção dos bebés (Fisch et al., 2003).. A síndrome de Down (SD) tem sido relacionada com a idade materna e paterna, verificando-se todavia um efeito menos pronunciado da idade paterna (Fisch et al., 2003; Gusmão et al., 2003; McIntosh et al., 1995). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a SD é um tipo de deficiência intelectual causada pela existência de material genético extra no par 21, designando-se também, por isso, de trissomia 21 (Castro & Pimentel, 2009; World Health Organization, 2013). A literatura atual tem evidenciado diversas alterações clínicas associadas à SD, variando o grau e intensidade da. 3.

(32) I. INTRODUÇÃO GERAL. manifestação das caraterísticas consoante a maior ou menor expressão do gene, estimulação, educação e meio ambiente facilitador e/ou limitante (Silva & Kleinhans, 2006; Souza et al., 2012). Indivíduos com SD são descritos na literatura por apresentarem caraterísticas peculiares das mãos, nomeadamente mãos curtas e largas e dedos curtos, assim como, por apresentarem hipotonia, laxidão ligamentar, anomalias esqueléticas e atrasos na motricidade global, cognição e linguagem (Barbosa et al., 2009; Collacott, 1987; Silva et al., 2009; Souza et al., 2012; Souza et al., 2014). Características como a força e destreza manual, preensões, medidas antropométricas, dominância lateral, entre outras, têm sido estudadas por vários autores em crianças e adultos com SD (Barbosa et al., 2009; Germano, 2008; Guimarães & Blascovi-Assis, 2012; Guimarães et al., 2012; Jover et al., 2010). Apesar de a literatura disponibilizar evidências sobre as limitações consequentes desta condição genética em termos das funções e estruturas do corpo, poucas informações existem acerca do impacto destas limitações internas na participação nas atividades da vida diária, trabalho e lazer (Pazin & Martins, 2007).. Aliado ao que foi mencionado anteriormente e de acordo com a literatura atual, em Portugal um em cada oitocentos bebés nasce com SD e cerca de 18% do total das pessoas com deficiência intelectual em instituições especializadas apresentam esta síndrome (Moreira et al., 2000; Souschek & Turquim, 2013). A conjugação dos fatores citados, bem como, o discurso político e legislação atual, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 3/2008 que enfatiza uma escola inclusiva que acolha crianças e jovens com necessidades educativas especiais, reforça ainda mais a aplicabilidade futura do presente estudo (Ministério da Educação, 2008). Para lidar com os défices reportados na literatura que caracterizam esta população, atualmente, estas crianças e jovens beneficiam, em meio escolar, do. apoio. de. uma. equipa. multidisciplinar,. nomeadamente. terapeutas. ocupacionais, fisioterapeutas, terapeutas da fala, e outros (Oliveira, 2014).. 4.

(33) I. INTRODUÇÃO GERAL. Deste modo, torna-se crucial existir, a nível nacional, investigações que auxiliem e reforcem a avaliação por estes e por outros profissionais, de forma a possibilitar, uma intervenção cada vez mais personalizada e efetiva às necessidades das crianças com SD e, consequentemente, promovam melhor qualidade de vida, autonomia e autossatisfação dos mesmos.. Posto isto, os objetivos da presente investigação foram: a) Analisar a variação da destreza manual, da força de preensão manual e das medidas antropométricas da mão, em função do grupo e da faixa etária; b) Verificar o efeito da força de preensão manual e das medidas antropométricas na destreza manual, no total da amostra e em cada grupo de indivíduos. Pretende-se perceber que grupo de variáveis (relativas à força ou às medidas antropométricas) apresenta maior influência na destreza manual.. 5.

(34) I. INTRODUÇÃO GERAL. 6.

(35) I. INTRODUÇÃO GERAL. 1.2 Estrutura da Dissertação A presente dissertação foi construída tendo em conta o modelo escandinavo e encontra-se segmentada em cinco capítulos, nomeadamente: . Primeiro capítulo: refere-se à introdução geral apresentado o tema e sua pertinência na atualidade, assim como, expõe o objetivo geral e a organização estrutural da tese.. . Segundo capítulo: apresenta uma revisão da literatura acerca dos temas da investigação, nomeadamente, a Síndrome de Down e a mão.. . Terceiro capítulo: expõe os dois estudos empíricos realizados, que se encontram sob a forma de artigos científicos. Assim sendo, cada artigo compreende. um. resumo,. introdução,. metodologia,. resultados,. discussão, conclusão e bibliografia. o Estudo 1: Destreza manual, força de preensão e antropometria da mão:. estudo. em. crianças. com. trissomia. 21. e. com. desenvolvimento típico; o Estudo 2: Destreza manual, força de preensão e antropometria da mão: estudo em crianças e adultos com síndrome de Down e com desenvolvimento típico; . Quarto capítulo: apresenta uma síntese geral das principais conclusões, algumas limitações e sugestões para futuros estudos;. . Quinto capítulo: compreende a bibliografia geral;. . Sexto capítulo: compreende todos os documentos anexos.. 7.

(36) I. INTRODUÇÃO GERAL. 8.

(37) I. INTRODUÇÃO GERAL. 1.3 Bibliografia Amaral, G. A. (2012). Os desafios da inserção da mulher no mercado de trabalho. Revista Eletrónica do Curso de Pedagogia do Campus Jataí., 2(13). Barbosa, E. d. L., Fernandes, P. R., & Filho, J. F. (2009). Antropometria, força muscular e dermatoglifia de portadores da Síndrome de Down. Fitness and performance Journal, 8(4), 269-278. Castro, A. S. A., & Pimentel, S. C. (2009). Síndrome de down: desafios e perspectivas na inclusão escolar. Scientific Electronic Library Online, 9. Collacott, R. A. (1987). Atlantoaxial instability in Down's Syndrome. British Medical Journal, 294, 988-989 Fisch, H., Hyun, G., Golden, R., Hensle, T. W., Olsson, C. A., & Liberson, G. L. (2003). The influence of paternal age on Down syndrome. Journal of Urology, 169(6), 2275-2278. Germano, R. G. (2008). Avaliação da destreza manual em pessoas com síndrome de Down. São Paulo: Renata Germano. Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Gourbin, C., & Wunsh, G. (2009). Impact of parental ages at childbearing on infant morbidity and mortality. An overview of epidemiologic and demographic evidence. Revista de estudos Demográficos(46). Guimarães, R., & Blascovi-Assis, S. M. (2012). Uso do teste caixa e blocos na avaliação de destreza manual em crianças e jovens com Síndome de Down. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 23(1), 98-106. Guimarães, R., Blascovi-Assis, S. M., & Macedo, E. C. d. (2012). Efeito da dominância lateral no desempenho da destreza manual em pessoas com síndrome de Down. Acta Fisiátria, 19(1), 6-10. Gusmão, F. A. F., Tavares, E. J. M., & Moreira, L. M. d. A. (2003). Idade materna e síndrome de Down no Nordeste do Brasil. Caderno de Saúde Publica, 19(4), 973-978.. 9.

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(40) I. INTRODUÇÃO GERAL. 12.

(41) II. REVISÃO DA LITERATURA. CAPÍTULO II Revisão da Literatura. 13.

(42) II. REVISÃO DA LITERATURA. 14.

(43) II. REVISÃO DA LITERATURA. 2.1 Síndrome de Down 2.1.1 Definição do conceito e classificação da síndrome de Down A síndrome de Down foi descrita, pela primeira vez, de forma clínica por Langdon Down em 1896, existindo contudo registos e trabalhos manuais que evidenciavam mudanças estruturais associadas a esta síndrome já no século XII e Idade Média (Moreira et al., 2000; Tecklin, 2002). Langdon Down, na sua descrição clínica desta síndrome, estabeleceu erradamente, associações com características étnicas, tendo denominado esta síndrome no seu trabalho de idiotia mongoloide. Contudo, trabalhos desenvolvidos por Fraser e Michell (1876), Irland (1877), Wilmarth (1890), Telford Smith (1896), Waardenburg (1932), Adrian Bleyer (1934) e mais tarde por Jerome Lejeune e Patricia A. Jacobs e seus colaboradores (1959) permitiram descobrir a existência de um cromossoma extra na constituição cromossómica dos indivíduos com Síndrome de Down (Moreira et al., 2000; Silva & Dessen, 2002). Segundo a OMS, a SD é um tipo de deficiência intelectual causada pela existência de material genético extra no par 21, designando-se também, por isso, de trissomia 21 (Castro & Pimentel,. 2009;. World. Health. Organization, 2013). O aparecimento da trissomia pode surgir no momento da fecundação, durante a mesma ou nas sucessivas divisões celulares – fase mitótica -. Dependendo do momento em que ocorre o erro surgem três tipos de SD,. nomeadamente. a. Trissomia. Homogénea Livre, a Trissomia por Translocação ou a Trissomia em Mosaico (Le Gall (1995) cit in Ribeiro,. Figura 1 - Cariótipo de um indivíduo do sexo feminino com SD por bandeamento G - Trissomia Homogénea livre - (Antonarakis et al., 2004).. 2009).. 15.

(44) II. REVISÃO DA LITERATURA. Na grande maioria dos casos, aproximadamente 96%, a SD é caracterizada por um erro na distribuição dos cromossomas das células, na qual se constata um cromossoma extra no par 21 - trissomia homogénea livre -, existindo por conseguinte 47 cromossomas e não os 46 expectáveis. Este erro produz-se durante o desenvolvimento do óvulo ou do espermatozoide, ou na primeira divisão celular (Hultén et al., 2010; Ribeiro, 2009; Silva & Kleinhans, 2006; Silva & Dessen, 2002). Os cariótipos destes indivíduos são 47, XX, +21 ou 47, XY, +21 respetivamente para o sexo feminino e masculino (Figura 1) (Silva & Dessen, 2002). Na trissomia por translocação ocorre um rearranjo do material cromossómico, cromossoma. em 21. que. adicional. o está. fundido a um outro autosssoma, sendo a mais comum a existente entre o cromossoma 14 e 21, denominada. de. translocação. Robertsoniana (Centre for Genetics Education, 2012; Silva & Dessen,. Figura 2 - Cariótipo de um indivíduo do sexo feminino com uma translocação Robertsoniana equilibrada entre o cromossoma 21 e 14 (Centre for Genetics Education, 2012).. 2002). Nos indivíduos trissómicos, constata-se. uma. translocação. desequilibrada, em que o indivíduo tem mais material genético do que o habitual, isto é, o cromossoma 21 adicional está deslocado e ligado ao cromossoma 14 (maioria dos casos). Segundo a literatura atual, são reportados 3 a 4% de SD devido. a. translocação,. constatando-se que em metade. Figura 3 - Cariótipo de um indivíduo, do sexo masculino, com T21 com 47 cromossomas devido a uma translocação. Na ilustração constata-se que o par 21 tem 2 cromossomas e existe um cromossoma adicional no par 14 (Centre for Genetics Education, 2012).. dos casos os pais possuem cariótipo normal, sendo a criança a única a apresentar. translocação.. Contudo,. salienta-se. 16. que,. quando. a. mãe.

(45) II. REVISÃO DA LITERATURA. (principalmente) é portadora de uma translocação Robertsoniana equilibrada entre os cromossomas 14 e 21, há um risco substancial de a criança ter a síndrome de down por translocação (Centre for Genetics Education, 2012) (Figuras 2 e 3). A Trissomia em Mosaico não afeta simultaneamente todas as células, existindo células de cariótipo normal (46 cromossomas) e células trissómicas (com 47 cromossomas). A incidência de SD em Mosaico é consideravelmente baixa, aproximadamente 1%, sendo esta consequência de uma distribuição anormal dos cromossomas nas 2ª e 3ª divisões celulares (Silva & Kleinhans, 2006; Silva & Dessen, 2002).. 17.

(46) II. REVISÃO DA LITERATURA. 18.

(47) II. REVISÃO DA LITERATURA. 2.1.2 Causas, fatores de risco e incidência da síndrome de Down Inúmeras especulações foram levantadas durante décadas relativamente à origem da SD, salientando-se como causas a tuberculose, na medida que esta doença estava presente nos progenitores de crianças com SD sendo considerada, no início, um factor etiológico. Posteriormente, também se associaram como possíveis causadoras desta síndrome, as doenças relacionadas com a tiróide (Silva & Dessen, 2002). Contudo na atualidade já é sabido que a SD é a alteração genética mais prevalente em humanos, assim como, a causa genética mais comum de deficiência intelectual (Silva & Kleinhans, 2006; Tenenbaum et al., 2014). A principal causa de SD, aproximadamente 95%, é a não disjunção dos cromossomas do par 21 que ocorre durante a formação dos gâmetas, sendo que em aproximadamente 95% dos casos o cromossoma 21 extra é de origem materna e em 5% a não-disjunção é de origem paterna (S.L. Sherman et al., 2005; Tiffany Renee Oliver et al., 2008). Segundo a literatura, dois fatores de risco para essa não disjunção no sexo feminino são a idade avançada da mãe e recombinação alterada (Tiffany Renee Oliver et al., 2008). Hassold & Sherman (2000) constataram nos seus estudos que a percentagem de SD sobe de 2% em mulheres com idade <25 anos e para 35% em mulheres com idade >35 anos. Tais percentagens são explicadas pelo facto da idade avançada acarretar as seguintes situações: a) o acúmulo de efeitos tóxicos relacionados ao ambiente no período em que o oócito está retido em prófase ɪ; b) a degradação da maquinaria meiótica, que é exposta ao acúmulo de fatores relacionados à idade, o que consequentemente a torna menos eficiente e mais suscetível de ocorrerem erros na Mɪ e Mɪɪ; c) falhas na sinalização hormonal que despoletam alterações no funcionamento ovariano e d) degradação do ambiente uterino (Hultén et al., 2010; S.L. Sherman et al., 2005; Tiffany Renee Oliver et al., 2008). Não obstante o referido, a idade avançada do pai aquando do nascimento do filho, controlada pela idade da mãe, tem um efeito estatístico significativo na mortalidade neonatal e mortalidade fetal tardia, assim como no risco da criança desenvolver anomalias congénitas (Gourbin & Wunsh, 2009). Além disso, 19.

(48) II. REVISÃO DA LITERATURA. segundo Abrisqueta (1999), pais com idade superior a 45 anos têm um risco ligeiramente acrescido de ter um filho com SD. Segundo a literatura, outros fatores de risco externos poderão estar relacionados com a etiologia da SD, salientando-se processos infeciosos, exposições e radiações, agentes químicos, imunoglobina e tiroglobina em excesso no sangue materno, aumento dos anticorpos, principalmente no sexo feminino e deficiências vitamínicas (Silva & Dessen, 2002). Tendo em conta o mencionado anteriormente, parece haver uma multiplicidade de fatores etiológicos que interagem entre si, originando a SD, sendo crucial o conhecimento dos mesmos, de forma, a preveni-los e minimizá-los.. No que diz respeito à incidência da SD, esta difere consoante a área geográfica, sendo que em Portugal um em cada oitocentos bebés nasce com SD. Em Portugal, constata-se ainda um recuo na taxa de nascimentos de bebés com SD devido ao elevado número de interrupções voluntárias da gravidez (Souschek & Turquim, 2013). Relativamente ao sexo, segundo StrayGundersen (1998) a incidência de SD é semelhante nos dois sexos. Porém, no estudo desenvolvido por Gibson (1978) foi evidenciado maior frequência de SD no sexo masculino comparativamente ao feminino, numa relação de 60 para 40.. 20.

(49) II. REVISÃO DA LITERATURA. 2.1.3 Caracterização dos indivíduos com síndrome de Down Na grande maioria dos casos, a SD carateriza-se por um erro na distribuição dos cromossomas das células, o que provoca um desequilíbrio da função reguladora que os genes exercem sobre a síntese proteica, perda de harmonia no desenvolvimento e nas funções das células (Silva & Kleinhans, 2006). Segundo a literatura atual, são diversas as alterações clínicas associadas à SD, sendo a gravidade distinta consoante o indivíduo envolvido (Souza et al., 2012). Além disso, o tipo de SD não é preditivo do prognóstico, não determinando mais ou menos o aspeto físico ou maior e/ou menor défice intelectual (Silva & Kleinhans, 2006).. O indivíduo com SD apresenta irregularidades estruturais e funcionais no sistema nervoso (Silva & Kleinhans, 2006). Flórez & Troncoso (1997), salientam que os neurónios formados são afetados na maneira como se organizam no sistema nervoso, havendo por conseguinte alterações na estrutura formada pelas redes neuronais, mas também nos processos funcionais da comunicação de um neurónio para outro. O estudo desenvolvido por estes autores, menciona também a influência que estas alterações poderão exercer sobre o desenvolvimento inicial de circuitos cerebrais, afetando consequentemente a instalação e as consolidações das conexões de redes nervosas necessárias para estabelecer os mecanismos de atenção, memória e pensamento abstrato, principalmente. Aliado a isso, a literatura refere ainda que uma característica da SD é a morfologia do cérebro, que inclui o reduzido peso do cérebro com porções diminuídas nos volumes dos lobos frontais e temporais, sendo o cérebro do adulto com SD cerca de 20% menor comparativamente a um adulto com desenvolvimento típico (DT) (Flórez & Troncoso, 1997; Lott, 2012). Silva & Kleinhans (2006) sublinham que a criança com SD nasce frequentemente com redução até 50% dos casos no lobo temporal, podendo esta ser unilateral ou bilateral, assim como, hipoplasia nos lobos frontais e occipitais. Além disso, observa-se uma diminuição do corpo caloso, da comissura anterior e do hipocampo no cérebro de alguns indivíduos (Flórez & Troncoso, 1997). Na 21.

(50) II. REVISÃO DA LITERATURA. literatura faz-se também referência ao facto de existirem alterações mais significativas no cerebelo e no córtex pré-frontal. Tendo em conta as funções destas estruturas, indivíduos com SD apresentarão um processamento mais lento, serão mais lentos e simplificarão os seus movimentos como estratégia para compensar a falta de dados sensoriais de alta qualidade (Silva & Kleinhans, 2006). Por último, menciona-se que as crianças com SD apresentam uma diminuição do recetor tipo muscarínicos no mesencéfalo, o que poderá explicar as dificuldades para despertar a atenção, nos primeiros meses, a hipotonia muscular, a dificuldade para dirigir o olhar a estímulos, baixa resposta motora, entre outros (Silva & Kleinhans, 2006). Como mencionado anteriormente, existem limitações na transmissão e comunicação em muitos dos sistemas neurais na SD. A Literatura faz referência a deficiências das ramificações dendríticas e da precoce redução dos neurónios responsáveis pela conduta associativa e pela comunicação nas áreas cerebrais (Troncoso et al., 1999). Chua (1996) refere na sua investigação que jovens e adultos com SD apresentam, no hemisfério. direito,. uma. especialização. anormal no que se refere à perceção da fala, mas que o hemisfério esquerdo parece desempenhar. um. papel. crucial. na. organização e controlo de movimentos, incluindo os movimentos da fala. Este autor explica no Modelo de organização funcional cerebral de indivíduos com Síndrome de Down, que os indivíduos com SD aparentam apresentar uma dissociação ou desconexão da perceção da fala (hemisfério direito) e produção. de. movimento,. incluindo. a. produção de movimentos da fala (hemisfério esquerdo).. 22. Figura 4 - Modelo de organização funcional cerebral de indivíduos com Síndrome de Down (Chua, 1996)..

(51) II. REVISÃO DA LITERATURA. Aliado ao que foi mencionado anteriormente, a literatura ainda faz referência a um conjunto de alterações, nomeadamente físicas/anatómicas, sensoriais e sistémicas. Ao nível físico/anatómico observa-se pescoço curto e grosso, alterações nos dermatóglifos, occipital achatado, membros curtos, mãos curtas e largas e dedos curtos (Barbosa et al., 2009; Silva et al., 2009; Souza et al., 2012). De acordo com os estudos desenvolvidos por Collacott (1987) e Eichstaedt & Lavay (1992), constata-se ainda que aproximadamente 12% a 22% de indivíduos com SD têm instabilidade atlantoaxial – desalinhamento das 1ª e 2ª vértebras cervicais -, sendo esta prevalência maior no sexo feminino. Relativamente às alterações sensoriais, podem nomear-se os problemas de audição (50 a 70%), de visão (15 a 50%) e linguísticos (Moreira et al., 2000). A nível sistémico, podem mencionar-se a obesidade, distúrbios da tiróide (15%), cardiopatia congénita (40%), hipotonia (100%), anomalias do aparelho digestivo (12%), alterações hematológicas (3%) e alterações ortodônticas (80%) (Moreira et al., 2000; Silva & Kleinhans, 2006).. Não obstante o que atrás foi referido, torna-se importante ressalvar que os bebés e crianças com SD, apesar de apresentarem algumas ou muitas caraterísticas da síndrome, não deixam de se parecer com os seus pais, uma vez que herdam os genes destes. Deste modo, apresentarão caraterísticas diferentes entre si, nomeadamente cor dos cabelos e olhos, estrutura corporal, padrões de desenvolvimento, habilidades, entre outras. Além da herança genética, a estimulação, educação, meio ambiente e problemas clínicos irão condicionar diferenças de desenvolvimento (Silva & Kleinhans, 2006).. 23.

(52) II. REVISÃO DA LITERATURA. 24.

(53) II. REVISÃO DA LITERATURA. 2.2 Membro superior – caracterização morfo-funcional da mão [A Mão] “é o instrumento dos instrumentos” Aristóteles. A mão é um sistema complexo de estruturas anatómicas estáticas e dinâmicas através do qual o cérebro explora e domina o mundo (Esteves et al., 2005; Moran, 1989). Assim sendo, a mão é um instrumento extremamente móvel que pode facilmente adaptar-se à forma dos objetos que pretende agarrar, contribuindo para tal a arquitetura particular da mesma (Tubiana & Thomine, 1992). Este segmento anatómico representa a extremidade distal e realizadora do membro superior. O ombro é o ponto fixo da mão, dando-lhe suporte, permitindo-lhe a adoção de posições mais favoráveis e mover-se num volume espacial muito amplo. Consequentemente, o ombro proporciona à mão uma grande eficácia na preensão, manipulação, precisão e transporte, possibilitando um controlo óculo-manual quase permanente (Esteves et al., 2005; Kapandji & da Costa, 2000).. O punho e a mão são constituídos por 27 ossos, 33 músculos (intrínsecos e extrínsecos), três nervos periféricos (com funções sensoriais e motoras), um sistema vascular complexo e outras estruturas, nomeadamente ligamentos, cápsulas articulares e bainhas tendinosas, todas localizadas dentro de uma camada de pele protetora de 1 a 2 centímetros de espessura (Noronha et al., 2011; Tubiana & Thomine, 1992) (Figura 5). A mão apresenta duas faces diferentes, tanto na perspetiva anatómica como na funcional, sendo o dorso da mesma importante do ponto de vista estético, na medida em que é a face mais visível e a palma da mão a parte mais funcional (Tubiana & Thomine, 1992).. 25.

(54) II. REVISÃO DA LITERATURA. Figura 5 - Ossos do punho e da mão. Vista posterior (dorsal) (Netter, 2008).. Relativamente aos dedos, pode-se observar que apresentam uma distribuição desigual e são diferentes ao nível de comprimento. Quanto à distribuição, o polegar ocupa uma posição mais proximal e pode opor-se quer à palma da mão, quer aos outros dedos, enquanto os restantes dedos prolongam distalmente a parte compacta da mão, possibilitando o movimento. No que se refere ao comprimento dos dedos, em extensão, formam uma curvatura quase regular, sendo os dedos periféricos os mais curtos. Quando os dedos estão em abdução, divergem de maneira irregular: a comissura do polegar é a maior e mais profunda e as extremidades dos outros dedos formam um círculo cujo centro se situa ao nível da extremidade distal do terceiro metacarpo (Tubiana & Thomine, 1992). Os ossos da mão estão organizados em três arcos, dois orientados transversalmente (proximal e distal) e um que é longitudinal. O arco transverso proximal é menos móvel comparativamente ao arco transverso distal, na medida que o primeiro assenta na extremidade distal do carpo ao nível do capitato, enquanto, o transverso distal passa pelas cabeças dos metacarpos. Os dois arcos transversais estão ligados pela parte rígida do arco longitudinal que é composto por quatro raios digitais e o carpo proximal. A mobilidade deste último arco permite à palma da mão acomodar objetos de diferentes tamanhos e formas. Em grande parte, os músculos intrínsecos da mão são responsáveis 26.

(55) II. REVISÃO DA LITERATURA. por alterações na configuração dos arcos ósseos (Henderson & Pehoski, 2005). Tyldesley & Grieve (1996) dividem as ações da mão em três grupos, tendo em vista uma melhor sintetização da descrição dos movimentos e dos músculos envolvidos na atividade funcional da mão: a) Músculos que fecham a mão em torno de um objeto para o agarrar; b) Músculos que abrem a mão, preparando-a para prender ou largar um objeto; c) Músculos que realizam movimentos de precisão.. a) Músculos que fecham a mão O fecho da mão é possibilitado através da existência de músculos extrínsecos (com origem no antebraço) e intrínsecos (originários da mão) (Henderson & Pehoski, 2005; Tyldesley & Grieve, 1996). Ao nível do antebraço salientam-se, principalmente, o flexor comum superficial dos dedos, o flexor comum profundo dos dedos e o longo flexor do polegar (Behnke & de Albernaz, 2004).. Figura 6 - Músculos individualizados do antebraço: Flexores dos dedos (Netter, 2008).. 27.

(56) II. REVISÃO DA LITERATURA. No que se refere aos músculos intrínsecos menciona-se principalmente, o flexor curto do polegar, o oponente do polegar, o adutor do polegar, o flexor curto do dedo mínimo e o oponente do dedo mínimo (Behnke & de Albernaz, 2004).. Figura 7 - Músculos intrínsecos responsáveis pelo fecho da mão: Flexor curto do polegar, Oponente do polegar; Adutor do polegar, Flexor curto do dedo mínimo e Oponente do dedo mínimo (Behnke & de Albernaz, 2004).. b) Músculos que abrem a mão Músculos extrínsecos e intrínsecos são responsáveis pela abertura da mão. Dos músculos extrínsecos podemos salientar, principalmente o extensor comum dos dedos, o extensor próprio do dedo mínimo, o extensor próprio do indicador, longo abdutor do polegar, curto extensor do polegar e longo extensor do polegar.. Figura 8 – Músculos extrínsecos que abrem a mão (Behnke & de Albernaz, 2004).. Os músculos intrínsecos envolvidos na abertura da mão são o curto abdutor do polegar e o abdutor do dedo mínimo (Behnke & de Albernaz, 2004).. 28.

(57) II. REVISÃO DA LITERATURA. Figura 9 – Músculos intrínsecos envolvidos na abertura da mão (Behnke & de Albernaz, 2004).. c) Músculos que realizam movimentos de precisão Os lumbricóides, interósseos palmares e interósseos dorsais, são três grupos musculares responsáveis pela execução de movimentos de precisão (Behnke & de Albernaz, 2004) (Figura 10).. Figura 10 – Grupos musculares responsáveis por movimentos de precisão: lumbricoides, interósseos palmares e dorsais (Henderson & Pehoski, 2005).. Como mencionado anteriormente, 3 nervos periféricos com funções sensoriais e motoras irão condicionar a funcionalidade da mão. Assim, o nervo radial, formado por fibras provenientes de C5 a T1, é responsável pela sensibilidade de parte do dorso da mão, assim como, pela inervação dos músculos responsáveis pela extensão dos dedos e do punho. Por outro lado, o nervo mediano, formado por fibras provenientes de C6 a T1, compreende um território sensitivo mais importante, nomeadamente polegar, indicador, médio e a metade do anelar (palma) sendo também responsável pela flexão do punho e. 29.

(58) II. REVISÃO DA LITERATURA. dedos, pronação do antebraço e oposição e abdução do polegar. Por fim, o nervo cubital, formado por fibras provenientes de C8 a T1, é responsável pela inervação sensitiva da outra metade do anelar e do dedo mínimo, assim como, pela inervação dos músculos intrínsecos da mão, nomeadamente interósseos palmares, interósseos dorsais, lumbricais dos dedos mínimos e anelar, músculos da eminência hipotenar, adutor do polegar e porção profunda do flexor curto do polegar (Tubiana & Thomine, 1992).. Mediano. Cubital. Mediano. Radial. Cubital. Figura 11 – Inervação Cutânea do nervo cubital, mediano e radial. Vista anterior (palmar) e vista posterior (dorsal) (adaptado de Erazo & Pires, 1996).. A avaliação da mão deverá, deste modo, compreender a avaliação da função motora, nomeadamente, força muscular e mobilidade articular; avaliação sensitiva: superficial, profunda e combinada; avaliação estética: cor e brilho; e avaliação funcional (Guimarães et al., 2012). A avaliação funcional permite identificar a capacidade funcional da mão, nomeadamente a capacidade motora grossa e fina, assim como, a destreza manual. (Guimarães et al., 2012). Segundo Carmeli et al. (2003) a qualidade e o desempenho nas atividades da vida diária, trabalho e lazer são determinadas em grande parte pelas funções da mão e destreza manual.. 30.

(59) II. REVISÃO DA LITERATURA. Aliado ao que foi mencionado até ao momento, torna-se ainda pertinente salientar outros componentes que influenciam a capacidade para usar as mãos (Figura 12).. Motivação Sistema Sensoriomotor. Cognição Compreensão da tarefa Perceção Atenção. Uso da Mão. Perceção. Sistema Músculo-esquelético Autoeficácia. Figura 12 – Componentes que influenciam a capacidade para usar as mãos (adaptado de Henderson & Pehoski, 2005).. O uso da mão é altamente dependente da cognição, na medida em que é preciso atribuir-se uma finalidade precisa e/ou objetivo significativo para se usar a mão. Assim sendo, a tarefa a ser executada tem de ser codificada e traduzida em ações intencionais, e estas devem ser realizadas na sequência adequada. Outro aspeto cognitivo é a motivação, que está intimamente relacionado com a atenção e concentração, tendo todos uma influência sobre o bom desempenho de competências motoras (Henderson & Pehoski, 2005). No que diz respeito à integração da informação somatosensorial, esta é essencial para que ocorra um ajuste dos comandos motores, regulação da força e acumulo de memórias estratégicas para agarrar e manipular os objetos (Henderson & Pehoski, 2005). O controlo somatosensorial, assim como, a coordenação dos movimentos desenvolvem-se rapidamente nos primeiros anos de vida, não sendo o controlo somatosensorial “adulto” atingido no início da adolescência (Henderson & Pehoski, 2005). Aliado a isso, informações sobre o posicionamento da mão no espaço, bem como do alvo são fornecidas pelo sistema percetivo, o que possibilita um movimento dirigido ao objetivo, sendo este output motor devido ao sistema músculo-esquelético. Outros componentes pertinentes são a autoeficácia e a imagem do corpo que também. 31.

(60) II. REVISÃO DA LITERATURA. têm um impacto sobre a capacidade de realizar uma tarefa (Henderson & Pehoski, 2005).. Concluindo, torna-se importante ressalvar que todo o movimento é altamente dependente da forma como o sistema nervoso central o planeia e organiza, sendo os componentes contráteis dos músculos, ossos e articulações efetores do movimento planeado que por sua vez é condicionado por aspetos cognitivos, somatosensoriais e percetivos (Henderson & Pehoski, 2005).. 32.

(61) II. REVISÃO DA LITERATURA. 2.3 Síndrome de Down e funcionalidade manual A literatura atual reporta um grande número de investigações em torno dos indivíduos com diagnóstico de SD, principalmente no que concerne às competências motoras e cognitivas. No que se refere às crianças com SD, os estudos têm sido detalhados, explorando capacidades como a destreza manual, motricidade fina e grossa, lateralidade e/ou preferência manual, coordenação óculo-manual, força manual e funcionalidade (Coppede et al., 2012; Guimarães & Blascovi-Assis, 2012; Guimarães et al., 2012; Jover et al., 2010; Priosti et al., 2013). De uma forma geral, a taxa de desenvolvimento destas competências ou capacidades motoras tem sido relatada como sendo semelhante ao das crianças com DT, ocorrendo todavia, com um ritmo muito mais lento (Connolly et al., 1993). Possíveis causas para um score inferior nas crianças com SD, têm sido atribuídos a fatores como a laxidão ligamentar em algumas articulações, diminuição da força muscular e hipotonia (Connolly et al., 1993). Estudos em crianças mais velhas/jovens com SD revelam deficits na coordenação óculomanual, lateralidade, controlo motor e força, obtendo scores significativamente inferiores (Connolly et al., 1993).. A destreza manual (DM) é uma capacidade motora que necessita de coordenação rápida dos movimentos voluntários grossos ou finos, sendo desenvolvida através de aprendizagem, treino e experiência (Poirier (1988) cit. Guimarães & Blascovi-Assis, 2012). Esta capacidade pode dividir-se em DM fina e DM global. A DM fina consiste na capacidade de manipular objetos de pequenas dimensões com os dedos de forma rápida e precisa, enquanto a DM global refere-se ao manuseio de objetos de maiores dimensões, com movimentos mais globais, em detrimento de movimentos interdigitais (Desrosiers et al., 1997 cit in Freitas et al., 2014). Segundo um estudo de Souza et al. (2012) no qual participaram crianças e jovens com SD e DT, foi evidenciado um atraso global do desenvolvimento nos que tinham SD, relativamente à destreza manual (Teste de Caixa e Blocos), à força muscular (dinamómetro de Jamar) e ao desempenho funcional (PEDI–Inventário de 33.

Imagem

Figura  1  -  Cariótipo  de  um  indivíduo  do  sexo  feminino com SD por bandeamento G - Trissomia  Homogénea livre - (Antonarakis et al., 2004)
Figura  2  -  Cariótipo  de  um  indivíduo  do  sexo  feminino  com uma translocação Robertsoniana equilibrada entre o  cromossoma  21  e  14  (Centre  for  Genetics  Education,  2012).
Figura  4  -  Modelo  de  organização  funcional  cerebral  de  indivíduos  com  Síndrome de Down (Chua, 1996)
Figura 5 - Ossos do punho e da mão. Vista posterior (dorsal) (Netter, 2008).
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Referências

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