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Análise da aptidão muscular (força superior) dos alunos do 7º ano da Escola Básica 2/3 S. Torcato: estudo comparativo com o contributo do programa Decamotes e Testes Fitnessgram®

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Análise da Aptidão Muscular (Força Superior) dos alunos do 7º ano da

Escola Básica 2/3 S. Torcato: estudo comparativo – com o contributo do

programa Decamotes e Testes Fitnessgram®.

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Márcia Alexandra Leite Vieira

Orientadora: Professora Doutora Maria Dolores Alves Ferreira Monteiro

Coorientadora: Professora Angelina Clara Alves da Silva

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Análise da Aptidão Muscular (Força Superior) dos alunos do 7º ano da

Escola Básica 2/3 S. Torcato: estudo comparativo – com o contributo do

programa Decamotes e Testes Fitnessgram®.

Márcia Alexandra Leite Vieira

Orientadora: Professora Doutora Maria Dolores Alves Ferreira Monteiro

Coorientadora: Professora Angelina Clara Alves da Silva

Composição do Júri:

Professora Doutora Sandra Celina Fernandes Fonseca

Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

Professora Doutora Maria Dolores Alves Ferreira Monteiro

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i Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo a alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da Professora Maria Dolores Alves Ferreira Monteiro e Coorientação da Professora Angelina Clara Alves da Silva.

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Agradecimentos

Toda esta caminhada e percurso académico só foram possíveis devido ao contributo de algumas pessoas. A todas elas o meu sincero agradecimento.

À minha orientadora, Professora Angelina Silva, pelos conhecimentos e ensinamentos transmitidos, por toda a disponibilidade demonstrada e por todo o apoio e palavras de incentivo.

À minha supervisora, Professora Dolores Monteiro, pelo acompanhamento na elaboração deste documento e disponibilidade demonstrada.

Aos meus pais, ao meu irmão Miguel e à minha irmã Cláudia pelo apoio incondicional, pela paciência e compreensão, pela motivação e incentivo demonstrados ao longo de todo o meu percurso académico.

Aos meus colegas de estágio, Xavier e Nuno, por toda a amizade, companheirismo, partilha de experiências, preocupações e pelos momentos de boa disposição.

Aos alunos por toda a colaboração e disponibilidade demonstradas.

À Sara pela amizade e pelos momentos de companheirismo ao longo deste percurso. À Joana por toda a força e coragem dada, pela amizade e por toda a motivação e ajuda em todos os momentos.

A todos os meus amigos, por estarem sempre presentes em todos os momentos da minha vida.

A todos que de forma direta ou indireta influenciaram esta minha vivência e permitiram que tudo isto fosse possível.

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Resumo

O presente documento surge no âmbito do Estágio Pedagógico, inserido no 2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, e teve como objetivo descrever a experiência enquanto professora estagiária durante este ano letivo. O Estágio Pedagógico é o culminar de uma etapa, a qual nos permite pôr em prática todas as competências adquiridas ao longo do nosso percurso académico, permitindo de igual modo ganhar a experiência necessária para ultrapassar as dificuldades surgidas e aprender a adotar as melhores estratégias. Neste relatório, pretendemos transmitir um conjunto variado de experiências que nos acompanharam ao longo do ano letivo no desempenho enquanto professor estagiário de Educação Física. Na primeira parte serão descritas todas as tarefas realizadas durante o estágio pedagógico.

De forma a consolidar o meu conhecimento e melhoria no desempenho académico, este relatório contempla uma segunda parte, onde desenvolvemos um estudo que teve como objetivo de avaliar a aptidão muscular dos alunos – força superior, antes e após a aplicação de um programa de força: Decamotes. A amostra deste estudo foi constituída pelos alunos do 7º ano (n=98) da EB 2,3 de S. Torcato – Guimarães, com idades compreendidas entre os 11 e 14 anos de ambos os sexos. Foram divididos em 2 grupos: Grupo Experimental, n=37 (submetido ao programa de treino de força) e Grupo Controlo, n=61 (não submetido a qualquer programa de intervenção). Para se proceder à avaliação da aptidão muscular (força superior) foi utilizado o teste de extensão de braços do programa Fitnessgram. Todos os dados recolhidos foram analisados recorrendo à análise descritiva (Frequências, Máximo, Mínimo, Média e Desvio Padrão) e para a comparação dos dados foi realizado o teste não paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância adotado foi de p<0,05. As conclusões identificadas nesta pesquisa foram: 1) os alunos do GE evoluíram entre os dois momentos de avaliação; os alunos do GC não evoluíram entre os dois momentos de avaliação; 3) em termos de ZSAF, os alunos do GE apresentam melhores resultados em comparação ao GC; 4) os alunos do género masculino possuem maior Força Superior quando comparados ao género feminino; 5) o programa de treino de força aplicado ao GE teve provavelmente um impacto direto no ganho de força superior.

Palavras-Chave: ESTÁGIO PEDAGÓGICO; EDUCAÇÃO FÍSICA; APTIDÃO FÍSICA;

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Abstract

The present document comes under the Teacher Training, inserted into the 2nd cycle in Physical Education Teaching in Primary and Secondary Education at the University of Tras-os-Montes and Alto Douro, Vila Real, and aimed to describe my experience as a intern teacher during this school year. The Teacher Training is the culmination of a stage which allows us to put into practice all the skills acquired throughout their schooling, allowing likewise gain the experience necessary to overcome the difficulties that have arisen, as well as learning to adopt the best strategies. In this report, we intend to convey a wide range of experiences that accompanied me during this year as a training teacher of Physical Education. In the first of this report will describe all the tasks performed during the teaching practice.

In order to consolidate my knowledge and improved academic performance, this report comprises a second part, where we developed a study that aimed to evaluate the muscular fitness of students - superior strength, before and after application of a strength program: Decamotes. The sample was composed by students from 7th grade (n = 98) of E,B 2,3 of S. Torcato - Guimarães, aged between 11 and 14 years of both sexes. They were divided into two groups: experimental group, n=37 (submitted to strength training program) and control group, n=61 (not subjected to any intervention program). To undertake an assessment of muscular fitness (superior strength) we used the arms length test of Fitnessgram program. All collected data were analyzed using descriptive analysis (Frequency, Maximum, Minimum, Average and Standard Deviation) and for comparison of data was performed nonparametric Wilcoxon test. The significance level was set at p <0.05. The findings identified in this study were: 1) students of GE evolved between the two time points; GC students didn’t evolve between the two time points; 3) in terms of ZSAF, students of GE have better results compared to GC; 4) the male gender students have major superior strength when compared to females; 5) strength training program applied to GE uncompensated had a direct impact on higher power gain.

Keywords: PEDAGOGIC INTERSHIP; PHYSICAL EDUCATION; PHYSICAL

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v Índice Agradecimentos ... ii Resumo ... iii Abstract ... iv Índice ... v Índice de Quadros ... vi Índice de Figuras ... vi

Índice de Abreviaturas ... vii

PARTE 1 – Relatório de Estágio ... 1

1. Introdução ... 2

2. Enquadramento Pessoal ... 3

3. Enquadramento Institucional ... 4

4. Tarefas de Estágio de Ensino e Aprendizagem ... 5

4.1 Unidades Didáticas ... 5

4.2 Planos de Aula ... 7

4.3 Prática de Ensino Supervisionada ... 8

5. Tarefas de Estágio de Relação Escola-meio ... 10

5.1 Estudo de Turma ... 10

5.2 Atividades na Escola (DE; Corta mato; direção de turma…) ... 12

6. Descrição Sumária do Estágio ... 13

PARTE 2 – Estudo Desenvolvido ... 15

Resumo ... 16 Abstract ... 17 1. Introdução ... 18 2. Metodologia ... 24 2.1 Participantes ... 24 2.2 Instrumento ... 24 2.3 Procedimentos ... 28 2.4 Tratamento de dados ... 28

3. Apresentação e Discussão de Resultados ... 29

4. Conclusões ... 37

Bibliografia ... 39

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Índice de Quadros

Quadro 1 - Valores FITNESSGRAM para a Zona Saudável de Aptidão Física (ZSAF) – Aptidão Muscular (Força Superior) ... 21 Quadro 2 - Distribuição dos participantes por idade. ... 24 Quadro 3 - Estatística descritiva e Teste de Wilcoxon da variável Extensão de Braços, do Grupo Experimental ... 29 Quadro 4 - Estatística descritiva e Teste de Wilcoxon da variável Extensão de Braços, do Grupo Controlo ... 30 Quadro 5: Resultados do Teste de Fitnessgram de Extensões de braços do Grupo Experimental no Pré-teste e Pós-teste (nº e % dos alunos dentro da ZSAF) ... 32 Quadro 6: Resultados do Teste de Fitnessgram de Extensões de braços do Grupo Controlo no Pré-teste e Pós-teste (nº e % dos alunos dentro da ZSAF) ... 33 Quadro 7: Análise percentual dos resultados do Teste de Fitnessgram de Extensões de braços do Grupo Experimental e Grupo Controlo no Pré-Teste (nº e % dos alunos dentro da ZSAF) ... 34 Quadro 8: Análise percentual dos resultados do Teste de Fitnessgram de Extensões de braços do Grupo Experimental e Grupo Controlo no Pós-Teste (nº e % dos alunos dentro da ZSAF) ... 35

Índice de Figuras

Figura 1: Teste de Extensão de Braços (Fitnessgram) ... 25 Figura 2: Programa de treino de força – circuito 1 ... 26 Figura 3: Programa de treino de força – circuito 2 ... 27

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Índice de Abreviaturas

ApF – Aptidão Física ApM – Aptidão Muscular AF – Atividade Física DP – Desvio Padrão GC – Grupo de controlo GE – Grupo Experimental Máx – Máximo Min - Mínimo N – Número de alunos p – Nível de significância PA – Plano de Aula UD – Unidade Didática

UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ZSAF – Zona saudável de aptidão física

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1. Introdução

O relatório de estágio assume-se como um balanço final do estágio pedagógico realizado ao longo do ano letivo 2014/2015 na Escola Básica 2, 3 de São Torcato. O presente documento reflete todos os trabalhos realizados e todas as experiências vividas numa prática profissional, mostrando de uma forma geral a nossa intervenção enquanto professores estagiários.

Através de um conjunto de atividades ao longo do período letivo, foi possível adquirir conhecimentos, comportamentos e valores indispensáveis na nossa atuação enquanto professores e refletir no processo ensino-aprendizagem.

O relatório visa ser um documento que, de forma organizada e descritiva, seja capaz de demonstrar todas as tarefas desenvolvidas para a mesma.

Deste modo, foi realizado um enquadramento pessoal e institucional de modo a conhecer melhor o ambiente onde será realizado o estágio pedagógico. Posteriormente são referidas as tarefas de estágio de ensino e aprendizagem, abordando o planeamento e a preparação das aulas, as unidades didáticas, os planos de aula assim como a prática de ensino supervisionada.

De seguida são mencionadas as tarefas de estágio de relação escola-meio, onde abordaremos o estudo de turma bem como todas as atividades realizadas na escola. Para concluir, é apresentada uma descrição sumária do estágio, as principais dificuldades sentidas e as estratégias aplicadas.

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2. Enquadramento Pessoal

Após terminar a licenciatura em Ciências do Desporto, decidimos ingressar no mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na UTAD – Vila Real. Depois de concluído o primeiro ano, chegava então a segunda etapa, o estágio pedagógico integrado no 2º ano do curso. E como tal, era necessário escolher a escola pretendida para realizar tal estágio.

Em relação à escolha da escola, a situação foi mais complicada do que previsto, pois apesar de já sabermos desde a entrada no mestrado em qual escola pretendíamos leccionar (Escola Básica de São Torcato), a direção do curso pretendia que todos os alunos ficassem a estagiar até 60km de Vila Real. Como São Torcato – Guimarães se situava mais longe, foi necessário escrevermos um requerimento ao reitor a expor a situação e a pedirmos para poder realizar o estágio perto da área de residência. Tendo esse requerimento recebido um parecer favorável. E assim sendo, a escola escolhida foi a pretendida desde o início – Escola Básica 2, 3 de São Torcato.

Quanto ao estágio nesta escola as expectativas eram grandes, porque estávamos perto da área de residência casa e já conhecíamos os restantes elementos que iriam constituir o núcleo de estágio.

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3. Enquadramento Institucional

A Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de São Torcato encontra-se situada na Vila de S. Torcato, que se situa a 6km da cidade de Guimarães. Esta Vila é predominantemente rural, possuindo um vasto património histórico-cultural, preservando ainda todas as tradições que lhe são peculiares como o folclore e as festas que lá decorrem todo o ano. Na Vila, destaca-se ainda como elemento fundamental uma componente religiosa a devoção ao santo padroeiro, S. Torcato.

O Agrupamento de Escolas do Vale de S. Torcato, teve origem na junção de todos os Jardins de Infância, Escolas Básica de 1º ciclo e Escola Básica de 2º e 3º ciclos na área geográfica da Vila de S. Torcato. Caraterizando a população escolar do agrupamento, há 142 crianças a frequentar o pré-escolar, 332 a frequentar o 1º ciclo, 170 a frequentar o 2º ciclo e 306 a frequentar 3º ciclo. Há ainda 72 alunos a frequentar os cursos profissionais, divididos entre os cursos de: qualidade alimentar; auxiliares de crianças e jovens; operador de informática; e operador de restauração, num total de 548 alunos a frequentar a Escola Básica 2, 3 de São Torcato.

A Escola Básica 2, 3 de São Torcato, possui boas e adequadas instalações desportivas, o que proporciona aos professores estagiários uma boa qualidade de ensino e de abordagem de várias modalidades desportivas. As instalações desportivas são, então, constituídas por um pavilhão desportivo, o qual se divide em três espaços iguais para se poderem realizar três aulas em simultâneo, uma sala de ginástica, uma sala de aula, um Gabinete do Grupo de Educação Física, uma arrecadação para o material desportivo, um gabinete para os funcionários do pavilhão e ainda dois balneários para os alunos. No espaço exterior, encontra-se um campo desportivo com duas balizas e quatro cestos de basquetebol, sendo que à volta do campo existe uma pista de atletismo, e ainda uma caixa de areia. Em relação ao material móvel (nomeadamente as bolas das diversas modalidades) encontrava-se em boas condições. Os aspetos menos positivos dizem respeito ao pavilhão que se encontra bastante degradado já que é uma instalação mais antiga a necessitar de algumas intervenções principalmente a nível da pintura, aquecimento e o próprio piso a precisar também de marcações.

Deste modo, teve que existir uma adaptação do professor às condições existentes de modo a rentabilizar ao máximo a prática pedagógica.

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4. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

4.1. Unidades Didáticas

O professor, antes de preparar as aulas, precisa de conhecer os alunos (através avaliação diagnóstica), definir com clareza os objetivos das aulas de Educação Física, assim como os conteúdos que irá ensinar. Posteriormente, irá escolher as melhores estratégias e procedimentos, assim como os recursos que irão ser utilizados para a aprendizagem dos objetivos específicos.

Segundo Évora (2005) uma unidade didáctica é uma unidade de matéria apresentada no plano anual. Também Bento (cit. por Gonçalves, 2013) refere que as unidades didáticas fazem parte do programa da disciplina e são bastante importantes uma vez que apresentam de forma clara e distinta as etapas do processo de ensino-aprendizagem. A duração de cada unidade didática está sempre dependente do volume e da dificuldade das tarefas de ensino-aprendizagem (Bento cit. por Évora, 2005).

Assim sendo, as unidades didáticas são o início do processo de ensino-aprendizagem. Estas permitem estruturar os objetivos específicos, os conteúdos e as estratégias a utilizar, de acordo com o nível e características dos alunos da turma.

De salientar, que apesar de as unidades didáticas serem programadas sempre no início de cada bloco de matéria, é possível que ocorram alterações no decorrer da mesma, nomeadamente sempre que se verifique que as progressões estão desajustadas ao nível dos alunos (Gonçalves, 2013).

Para a planificação das unidades didáticas, foi necessário em primeiro lugar conhecer os alunos, as instalações e o material disponível. Após esta fase, realizou-se a avaliação diagnóstica, de modo a conhecer o nível psicomotor dos alunos, assim como as suas principais dificuldades em cada modalidade, para assim podermos traçar quais os objetivos específicos, quais conteúdos e quais estratégias utilizar no decorrer da unidade didática.

A avaliação diagnóstica foi realizada através do preenchimento de uma ficha de acordo com as competências do Programa de Educação Física.

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6 Posteriormente, veio a fase de planear as aulas referentes à avaliação formativa. Nesta fase houve a preocupação de programar as aulas consoante o nível dos alunos e ainda procurar as melhores estratégias consoante os objetivos específicos de cada aula. Uma das estratégias utilizadas sempre que era abordado um novo objetivo específico foram os auxiliares de ensino (uso do computador ou ao quadro), utilizando esquemas e animações, de modo a facilitar a compreensão por parte dos alunos, e por consequente diminuir o tempo de instrução e aumentar o tempo de empenhamento motor.

A avaliação formativa ao longo das aulas da UD foram fundamentais para aferir o aproveitamento dos alunos assim como perceber quais as principais dificuldades destes. Permitia ainda perceber se as estratégias utilizadas eram as melhores e se as aulas estavam a ir de encontro aos objetivos traçados. A avaliação formativa era realizada em todas as aulas, sendo os alunos avaliados em 3 domínios: psicomotor (domínio das atividades físicas e aptidão física); sócio-afetivo (assiduidade/pontualidade, responsabilidade/respeito regras, cooperação e entre ajuda, empenho/participação/interesse/autonomia e higiene); e cognitivo (respostas às perguntas sobre os objetivos da aula ou critérios de êxito). Estes domínios tinham ponderações específicas que na conclusão da UD davam a nota final dos alunos.

Para comparar se houve evolução entre a prestação motora inicial dos alunos e a prestação final, realiza-se a avaliação sumativa no final de cada UD, aplicando uma ficha semelhante à de avaliação diagnóstica. Devido aos imprevistos acontecidos, as avaliações sumativas das UD do 1º Período foram adaptadas, tendo os alunos sido avaliados através de trabalhos teóricos e das avaliações formativas.

No final de cada UD, realiza-se um balanço final de como decorreu a mesma. Refere-se o desempenho dos alunos, as estratégias utilizadas assim como as maiores dificuldades sentidas.

Durante o estágio pedagógico foram realizadas seis UD, duas por período, sendo andebol e ginástica no primeiro período, voleibol e atletismo no segundo período e por último, basquetebol e badminton no terceiro período.

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4.2. Planos de Aula

Catão (2011) refere que o plano de aula é um documento onde tem sintetizado os conhecimentos, as atividades e os procedimentos a realizar num determinado período, tendo em conta os objetivos que pretende alcançar com os alunos.

O plano de aula pretende planificar e organizar a aula de acordo com os objetivos (especificando a ação, o contexto e os critérios de êxito), conteúdos e estratégias a utilizar.

A organização da aula através da elaboração de um plano ajuda-nos imenso na tarefa de ensino-aprendizagem enquanto professores pois permite-nos preparar a aula antecipadamente, escolhendo quais os melhores exercícios, quais as melhores estratégias e a melhor disposição daquela turma na aula.

O plano de aula divide-se em três partes: parte inicial, parte fundamental e parte final. Na parte inicial são apresentados os objetivos e os conteúdos. Na parte fundamental, através de uma sequência de tarefas, é feita a descrição e a organização (esquemas) dos objetivos e conteúdos a abordar ao longo da aula, as estratégias a utilizar, nomeadamente na organização dos alunos e na forma como é realizada a instrução. Define-se ainda a colocação do professor e o que irá fazer durante a tarefa de ensino-aprendizagem. É nesta fase, que utilizamos feedbacks, corrigimos os erros e incentivamos os alunos. Por último, na parte final, era feito um balanço da aula, dando

feedbacks aos alunos, questionando também os objetivos da aula assim como os

critérios de êxito, e pedindo quando necessário a um aluno para demonstrar.

No entanto, segundo Aranha (2008), a aula deve decorrer de acordo com o plano da aula, mas o professor deve ter a capacidade de se adaptar a situações imprevistas no plano, tendo sempre em vista os objetivos definidos para aula.

No que diz respeito às estratégias elaboradas no plano de aula, principalmente nas primeiras aulas, verificamos que nem sempre eram as mais adequadas. No entanto, à medida que íamos ganhando experiência, fomos percebendo quais as melhores estratégias a utilizar principalmente ao nível da organização da turma, de modo a reduzir o tempo de instrução/organização e a evitar comportamentos desviantes para que a aula decorresse num bom ambiente. Uma das estratégias utilizadas foi a

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8 elaboração de auxiliares de ensino de modo a que os alunos percebessem melhor a organização e o funcionamento de alguns exercícios mais complexos.

Para que os professores tenham sucesso no trabalho que realizam e para que as aulas tenham algum significado é necessário haver uma reflexão do trabalho realizado com os alunos, de forma a melhorar (Gandin cit. por Gomes 2011). Daí surgem os balanços de aula que se realizam no final de cada aula lecionada, sempre com o intuito de verificar os fatores que contribuíram ou não para o sucesso da aula, e se as estratégias utilizadas foram as melhores para alcançar os objetivos propostos e contribuir assim para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Este balanço era centrado nos dez tópicos da prática de ensino supervisionada onde faziamos uma reflexão crítica da aula lecionada de modo a identificar os erros e a melhorar as estratégias utilizadas.

4.3. Prática de Ensino Supervisionada

A observação é importante na análise e na avaliação dos professores, servindo de apoio à sua formação, uma vez que permite identificar prestações menos eficazes (Aranha, 2007). Assim sendo, as práticas de ensino supervisionadas são fundamentais na formação dos professores, principalmente dos professores estagiários. Estas permitem identificar os erros e posteriormente fazem com que o professor procure novas estratégias, tendo deste modo melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem. Na realização das Práticas de Ensino Supervisionadas, o instrumento utilizado foi a observação das aulas que os colegas estagiários lecionavam. Estas foram registadas numa ficha de registo anedótico, onde primeiramente se fazia referência ao observador, à unidade didática, ao objetivo específico, à data e por fim ao observado. No registo anedótico, registava-se a instrução inicial, a atividade motora, os períodos de organização/instrução e ainda o balanço final.

Durante as observações, além de se anotar todas as tarefas realizadas, tinha-se em conta também as estratégias utilizadas, os tipos de feedbacks dados em cada tarefa, o posicionamento do professor durante os exercícios, à forma como se mobilizava os alunos para as atividade propostas.

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9 No final da aula, era então necessário fazer a avaliação do professor estagiário. Esta avaliação baseava-se em dez parâmetros de avaliação segundo Aranha (2008): (i) introdução da aula (se no início da aula eram apresentados os objetivos de forma clara e sem perda de tempo, e se os relacionava com as etapas anteriores; referia regras a cumprir e cuidados a ter); (ii) mobilização dos alunos para as atividades (se intervém de forma sistemática e estratégica na capacidade de realização das tarefas); (iii) organização, controlo e seguranças das atividades (se organiza o espaço de modo a cumprir os objetivos, se circula pelo espaço e se elimina fatores perturbantes à aula); (iv) Gestão dos recursos (se faz a gestão do tempo de aula e do material, adaptando-se a imprevistos tendo em vista o aumento do tempo de atividade motora); (v) instrução/introdução das atividades (se explica e/ou demonstra de forma clara e percetível para os alunos, recorrendo se necessário aos auxiliares de ensino); (vi) regulação das atividades (se corrige os alunos e se estrutura o seu comportamento, mantendo-os motivados); (vii) linguagem utilizada (se utilizada uma linguagem acessível à compreensão dos alunos); (viii) sequência da aula (se a aula tem uma estrutura coerente e continua, e é adequada às capacidades dos alunos); (ix) conclusão da aula (se faz um balanço da aula, de forma calma, e desperta os alunos paras as etapas seguintes); (x) concordância com o plano de aula/adaptabilidade na aula (se cumpria o plano de aula, ou tinha capacidade de adaptação em função dos imprevistos que surgiam).

Cada parâmetro mencionado era avaliado numa escala de 0 a 3. Segundo Aranha (2008), os critérios de avaliação em cima mencionados assentam no seguinte: 0 pontos (não executa); 1 ponto (executa de modo genérico, inconsistente, inoportuno, com perda de tempo e insegurança); 2 pontos (executa adequadamente com consistência, oportunismo, consciência, sem perda e tempo e segurança); 3 pontos (executa de forma excelente e sistematicamente com consciência, sem perda de tempo e segurança). A nota final da aula era determinada pela soma de todos os pontos, verificando depois a que classificação corresponde os valores resultantes da soma, utilizando a Tabela Pedagógica Supervisionada de Aranha (2008).

Por último, fazia-se a soma do tempo total da aula e do tempo total de atividade motora, convertendo em percentagem, com o objetivo de verificar se o tempo de atividade motora seria superior a 70%, para poder se considerada uma boa aula.

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5. Tarefas de Estágio de relação Escola- Meio

5.1. Estudo de Turma

Com o objetivo de conhecer melhor os alunos, elaborou-se um estudo de turma. Pretendia-se assim conhecer algumas características dos alunos da turma nomeadamente características pessoais, escolares, sociais e desportivas, através da aplicação de um questionário. Com a análise dos resultados obtidos, o professor conseguirá adaptar-se às características da turma e elaborar estratégias, de acordo com as necessidades dos alunos, de modo a potenciar e maximizar o desenvolvimento e a evolução de cada aluno, nas diversas unidades didáticas.

A turma escolhida foi a turma D do 7º ano, da Escola Básica 2 e 3 de S. Torcato, durante o ano letivo 2014/2015. A amostra era constituída por 19 alunos, sendo 10 do sexo masculino e 9 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos, sendo a média de idades de 12,3 anos.

Com a elaboração deste estudo pretendia-se conhecer algumas características dos alunos, já referidas nos parágrafos anteriores, de modo a poder delinear estratégias de ensino e aprendizagem de acordo com as mesmas. Segundo Martins (2011), a escolha adequada das estratégias de ensino e de aprendizagem tem um importante papel no processo ensino-aprendizagem dos alunos sendo necessário, portanto, considerar além do conteúdo a ser ministrado, o conjunto de experiências de vida do aluno e variáveis ambientais ligadas às características da escola, do curso e da turma.

Após a entrega dos questionários aos alunos e da respetiva recolha, realizou-se o tratamento dos dados, através da utilização do software Microsoft Excel 2010, sendo que para cada questão foi elaborado um gráfico englobando todas as respostas da turma. Os resultados foram apresentados em gráficos de barras e gráficos circulares, sendo que todos os títulos correspondiam às perguntas realizadas aos alunos no questionário. Após a interpretação dos resultados, verificou-se que se deve ter em atenção os alunos com reprovações, pois estes podem apresentar comportamentos mais desviantes, podendo interferir com o normal desenrolar da aula. O professor deve assim criar

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11 estratégias para evitar que tais comportamentos existam durante as aulas, criando regras de funcionamento específico para as aulas, as quais todos os alunos terão de cumprir. Com o estudo também se verificou que os alunos além de viverem nos arredores da vila onde está inserida a escola, a maior parte utiliza transportes públicos como meio de deslocação para a escola. Após chegarem a casa das aulas, a grande maioria dos alunos encontram-se acompanhados pelos pais e irmão(s).

Relativamente aos hábitos alimentares diários, verificou-se que todos os alunos tomam o pequeno-almoço, sendo que apenas um só o toma na escola, revelando por parte dos pais uma boa preocupação, visto que esta é uma das refeições mais importantes do dia. Visto que grande parte dos alunos afirma que pretende apenas estudar até ao 12ºano, seria importante a escola e os professores procurarem estratégias para contrariar este pensamento. A solução poderia passar por criar mais atividades que promovam o seu interesse nos estudos e os motivem a querer alcançar um curso superior.

No que diz respeito às preferências dos alunos quanto às disciplinas, os professores devem continuar a manter os alunos motivados nas suas disciplinas preferidas, assim como os professores das disciplinas que os alunos consideram ser as que menos gostam, devem procurar estratégias de modo a despertar o interesse dos alunos para essas áreas. Quanto às disciplinas com maiores dificuldades, os professores devem intervir de modo a ajudar os alunos a ultrapassar essas dificuldades, criando por exemplo apoios a essa disciplina.

Como conclusão, verificou-se que grande parte dos alunos praticam atividade física, sendo por isso importante, o professor de Educação Física continuar a incentivar e a estimular os alunos para a prática de exercício e se possível, despertar o interesse para a prática dos alunos que não fazem qualquer atividade física.

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5.2. Atividades da Escola

Durante o estágio pedagógico foram várias as atividades realizadas na escola, às quais demos o nosso contributo ajudando na concretização das mesmas. Esta participação permitiu-nos reforçar o papel do professor de Educação Física, através de uma participação responsável.

No 1º período, colaboramos na organização do torneio de voleibol, onde participaram os alunos dos 6º anos, os 9º anos e os cursos das áreas vocacionais. Neste torneio assumimos o papel de árbitros durante os jogos.

No 2º Período, nomeadamente no dia 15 de Janeiro, decorreu na escola o Corta-Mato. Nesta atividade ajudamos na montagem e arrumação do material para a prova, auxiliamos na distribuição dos dorsais com os números da corrida a cada aluno, e estivemos ainda a registar a classificação dos alunos na passagem pela meta. No final, participamos na entrega dos prémios aos três primeiros classificados de cada escalão. No dia 5 de Fevereiro, acompanhamos os alunos apurados para o Corta-Mato distrital até Guimarães, mais precisamente aos terrenos anexos às pistas de atletismo Gémeos Castro, onde se juntaram milhares de crianças e jovens das escolas do distrito de Braga. Ainda no 2º Período, nomeadamente no dia 26 de Fevereiro, decorreu na escola o Mega Sprint e o Mega Km, tendo participado 103 e 112 alunos respectivamente. Nesta atividade ajudamos na montagem e marcação do percurso para a prova, auxiliamos na distribuição dos dorsais com os números da corrida a cada aluno, e estivemos ainda a registar a classificação dos alunos na passagem pela meta.

No final do 2º período, no dia 20 de Março, participámos na organização do torneio de Andebol, onde participaram todas as turmas do 7º ano. Neste torneio assumimos o papel de árbitros durante os jogos, tendo por base as regras delineadas para a atividade. Ao longo do ano letivo participámos ainda nas reuniões de direção de turma, nas reuniões intercalares assim como nas reuniões de final de período. Estas foram sem dúvida importantes para nos ajudar a compreender melhor o processo de avaliação dos alunos. Também nos permitiu conhecer melhor os alunos ao nível das outras disciplinas e perceber se o seu aproveitamento e comportamento eram semelhantes ao que ocorria nas aulas de Educação Física.

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6. Narração Sumária do Estágio

O estágio pedagógico foi sem dúvida uma grande experiência e a melhor forma de terminar e completar o percurso académico. As diversas experiências vivenciadas neste contexto escolar permitiram-nos crescer como pessoas e como futuros professores de Educação Física.

As expetativas em relação ao estágio eram grandes, pois iriamos finalmente aplicar tudo aquilo que aprendemos ao longo do primeiro ano de mestrado, assim como durante a licenciatura.

Durante o estágio pedagógico, no âmbito de todas as experiências vivenciadas podemos afirmar que estas contribuíram para a melhoria da nossa formação, enquanto futuros professores, quer pelas competências adquiridas, assim como pela forma que procuramos ultrapassar todas as dificuldades que nos iam surgindo.

Após ter conhecimento da turma que nos foi atribuída, de termos conhecido os alunos e de termos conhecimento das competências por domínios para o 7º ano, iniciou-se o trabalho de planeamento das aulas. Inicialmente, a maior dificuldade com que nos deparámos foi perceber se determinados objetivos e exercícios iriam de encontro às capacidades dos alunos. À medida que o tempo foi passando, essa dificuldade foi-se dissipando uma vez que íamos tendo um maior conhecimento sobre cada aluno assim como íamos percebendo também quais as suas principais dificuldades.

Ao longo do estágio, sentimos que fomos tendo sempre mais à-vontade e confiança para lecionar, principalmente ao nível da utilização de feedbacks, notando uma maior facilidade em identificar os erros dos alunos e de intervir de forma adequada. Durante as aulas também notamos uma evolução no controlo de determinados comportamentos que iam surgindo nos diferentes exercícios, reduzindo assim alguns comportamentos perturbadores à aula. Por outro lado, pelo facto de a turma possuir características específicas no que diz respeito às suas atitudes e valores, fez com que fosse necessário a adequação das estratégias nas aulas, de forma a conseguir atender às necessidades e características dos alunos, conseguindo alcançar os objetivos pretendidos.

Uma das principais estratégias utilizadas durante as aulas, a conselho da professora orientadora, foi a utilização de auxiliares de ensino, dada a dificuldade dos alunos em

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14 compreender as tarefas mais complexas. Deste modo, utilizamos o quadro do pavilhão assim como apresentações em PowerPoint. Esta estratégia permitiu que os alunos compreendessem a tarefa de forma mais rápida e eficaz, reduzindo assim o tempo de instrução/organização e por consequência aumentar o tempo de atividade motora.

Em relação à prática de ensino supervisionada, apesar de sabermos que estaríamos a ser avaliados, não sentimos qualquer pressão, uma vez que já nos sentíamos confortáveis com a presença dos colegas e também porque nos sentíamos confiantes naquilo que estávamos a realizar. Por outro lado, era através das PES que íamos corrigindo os erros e evoluindo, uma vez que no final de cada aula, o núcleo de estágio reunia e debatia sobre as melhores estratégias a adotar futuramente.

Todas as outras atividades realizadas no âmbito deste estágio (corta-mato, megas e torneios de final de período…) foram importantes uma vez que contribuíram para o enriquecimento dos nossos conhecimentos e competências na organização das mesmas. Há a salientar ainda que as boas relações criadas não só dentro do núcleo de estágio, mas também com os orientadores, com o grupo de Educação Física, e com toda a comunidade escolar, foram sem dúvida importantes no âmbito educativo para podermos desenvolver um trabalho com qualidade, tendo em conta que todos eles contribuíram para o nosso sucesso nas diferentes tarefas que realizámos.

Para finalizar, resta acrescentar que este estágio foi sem dúvida importante na medida em que nos ajudou a ultrapassar diversas dificuldades, e nos ensinou a saber escolher as melhores estratégias a aplicar em função das dificuldades dos alunos. Por outro lado, foi também gratificante observar a notória evolução dos alunos em todas as unidades didáticas lecionadas.

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2ª Parte (Estudo Caso)

Análise da Aptidão Muscular (Força Superior) dos alunos do 7º ano da Escola Básica 2/3 S. Torcato: estudo comparativo – com o contributo do programa Decamotes e dos

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Análise da Aptidão Muscular (Força Superior) dos alunos do 7º ano da Escola Básica 2/3 S. Torcato: estudo comparativo – com o contributo do programa

Decamotes e dos Testes Fitnessgram®.

Márcia Vieira1, Maria Dolores Monteiro1,Angelina Silva2

1Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2Escola Básica 2/3 S. Torcato

Resumo

O presente estudo teve como principal objetivo avaliar a aptidão muscular dos alunos – força superior, antes e após a aplicação de um programa de força: Decamotes. A amostra deste estudo foi constituída pelos alunos das turmas do 7º ano (n=98) da EB 2,3 de S. Torcato – Guimarães, com idades compreendidas entre os 11 e 14 anos, sendo 57 do sexo masculino e 41 do sexo feminino. Estas turmas foram divididas em 2 grupos: Grupo Experimental (submetido ao programa de treino de força – Decamotes) e Grupo Controlo (não submetido a qualquer programa de intervenção). Para se proceder à avaliação da aptidão muscular (força superior) dos alunos foi utilizado o teste de extensão de braços do programa Fitnessgram. Todos os dados recolhidos, após a aplicação do teste de extensão de braços, foram analisados recorrendo à análise descritiva, utilizando-se para tal o programa SPSS Versão 21. Para a comparação dos dados foi realizado o teste não paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância adotado foi de p<0,05. As conclusões identificadas nesta pesquisa foram: os alunos do GE evoluíram entre os dois momentos de avaliação; o programa de treino de força aplicado ao GE teve provalvemente um impacto direto no ganho de força superior.

Palavras-chave: APTIDÃO FÍSICA, APTIDÃO MUSCULAR, FORÇA SUPERIOR,

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Abstract

The present study aimed to evaluate the muscular fitness of students - superior strength, before and after application of a strength program: Decamotes. The sample was composed by students from 7th grade (n = 98) of EB 2,3 of S. Torcato - Guimarães, aged between 11 and 14 years, 57 male and 41 female. These groups were divided into two groups: experimental group (submitted to strength training program - Decamotes) and Control Group (not subject to any intervention program). To undertake an assessment of muscular fitness (superior strength) of students we used the arms length test of Fitnessgram program. All data collected after the application of the extension arms test were analyzed using descriptive analysis, using for this SPSS Version 21 software. For comparison of data was performed nonparametric Wilcoxon test. The significance level was set at p <0.05. The findings identified in this study were: students of GE evolved between the two time points; the strength training program applied to GE probably had a direct impact on higher power gain.

Keywords: PHYSICAL FITNESS; MUSCLE FITNESS; HIGHER POWER;

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1. Introdução

Atualmente, com o desenvolvimento e maior utilização das tecnologias, tende a haver uma diminuição das capacidades corporais, devido à inatividade física (Nahas cit. por Fonseca, 2011). Por consequência, essa inatividade física provoca debilidades, reduz a qualidade de vida e leva à morte prematura nas sociedades (Sallis & Owen, 1999; American Academy of Pediatrics citado por Vargas, 2011).

Também segundo o Livro Verde (2011), nos últimos tempos, como consequência do desenvolvimento económico e também da globalização, a população tem sido confrontada com rápidas e sérias alterações do estilo de vida saudável, com implicações importantes para a saúde das populações (Livro Verde, 2011).

É deste modo fundamental um bom nível de aptidão física, uma vez que traz benefícios diretos à saúde e também pela influência que pode exercer na intenção de práticas desportivas, levando assim à redução de comportamentos sedentários (Loureiro, 2007). A prática da atividade física nas suas diferentes formas e vertentes adquiriu imensa importância na melhoria da saúde e da qualidade de vida nas sociedades, especialmente devido ao aumento de doenças relacionadas ao estilo de vida sedentário e uma má alimentação, assim como o excesso de peso, obesidade, hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares (Giráldez et al., 2008).

Caspersen (cit. por Nahas, 2010) e Geráldez (2008) definem a atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, ou seja, voluntário, que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso. A atividade fisica é uma característica própria do ser humano, onde se encontram englobadas todas as atividades da vida diária, atividades ocupacionais e as atividades de lazer (Nahas, 2010). Também Silva (2012) define a atividade física como toda a atividade muscular ou motora que uma pessoa assume.

Segundo Maia, Lopes e Morais (2001, p. 4) “hoje em dia é inquestionável a atribuição de enorme importância à atividade física no seu contributo para o estabelecimento de saúde e bem-estar das populações de qualquer intervalo etário”.

Nas crianças e adolescentes, a atividade física surge de forma tão natural e evidente que a falta dela é quase sempre considerada como um facto anormal. No entanto, embora as crianças gostem de atividades como correr, saltar, escalar, etc., tendem a diminuir as

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19 oportunidades de manter a aptidão física assim como a sua prática frequente (Mota & Sallis, 2002).

Assim sendo, as crianças e adolescentes devem ser motivados e encorajados a participarem e a manterem uma atividade física regular, necessária para a obtenção de um nível de aptidão física adequado, devendo ser esse o principal objetivo da Educação Física (Rocha & Pereira, 2006).

“Uma escola que prepare para o mundo do trabalho mas que também ensine para o mundo do lazer. Uma escola que tenha disciplinas que educam para o mundo do trabalho e disciplinas que educam para o mundo do lazer” (Pires citado por Rocha & Pereira, 2006, p. 167).

A aptidão física é um “estado dinâmico de energia e vitalidade” que permite às pessoas realizar tarefas diárias, aproveitar dos momentos de lazer, responder a situações imprevistas sem grande fadiga, e ajuda a evitar doenças relacionadas com a falta de exercício físico (Giráldez, 2008).

A aptidão física é definida como a adaptação do ser humano ao meio físico e social (Maia, Lopes & Morais, 2001). Pode ser também entendida pela capacidade de realizar atividades físicas, podendo esta ser de duas formas: aptidão física relacionada à saúde e a aptidão física associada à performance motora (Nahas, 2010).

De acordo com Maia, Lopes e Morais (2001), a vertente ligada à saúde está relacionada com a avaliação da flexibilidade, força, capacidade cardiorrespiratória e a composição corporal (IMC – Índice de Massa Corporal). Por outro lado na vertente associada à performance motora, são avaliadas um conjunto diversificado de componentes ou capacidades tais como a força, velocidade, resistência.

A preservação e o aumento dos múltiplos atributos da aptidão física têm sido reiterados como uma necessidade pelos organismos internacionais de referência, que apelam ao favorecimento das diferentes componentes da aptidão física relacionadas com a saúde (Livro verde, 2011). Lopes e Maia (citado por Lemos, 2012) atestam uma associação positiva entre a aptidão física e a saúde.

Nahas (2010) define a força muscular como a capacidade derivada da contração muscular, permitindo desse modo ao ser humano se mover, empurrar e puxar, levantar objetos e de resistir ou sustentar determinadas cargas. A força muscular também é

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20 definida como uma habilidade do músculo exercer força/tensão durante uma determinada atividade (Wilmore & Costill cit. por Giráldez, 2008).

Entende-se por resistência muscular quando um determinado grupo muscular executa um trabalho físico com repetidas contrações musculares (Nahas, 2010). A resistência é a capacidade do organismo em resistir à fadiga numa atividade motora prolongada (Bompa citado por Fonseca, 2011).

Deste modo, para melhorar a força de um determinado grupo muscular é necessário treiná-lo frequentemente num nível mais elevado que o habitual (Nahas, 2010).

Uma boa condição muscular permite uma maior capacidade para realizar qualquer tarefa do quotidiano, nomeadamente as atividades da vida diária, com mais eficácia e menos fadiga (Nahas, 2010). Por outro lado, segundo o mesmo autor, uma boa condição muscular também permite realizar as atividades desportivas com menos riscos de lesões e com melhor desempenho, ajudando ainda a manter uma postura adequada.

A força muscular também é importante para proteger as articulações, diminuindo o risco de lesões ao nível dos ligamentos e problemas de costas (Nahas, 2010).

Nahas (2010) realça a importância do desenvolvimento e manutenção da força muscular ao nível dos membros superiores, uma vez que a maioria das atividades da vida diária envolvem algum grau de força e resistência muscular. O mesmo autor refere que exercícios com cargas moderadas são mais que suficientes para desenvolver e manter a resistência muscular.

A força e a resistência dos músculos da região superior do corpo são importantes para manter a saúde funcional e promover uma boa postura (Cooper Institute cit. por Rocha & Pereira, 2006).

Segundo a Academia Americana de Medicina Desportiva (citado por Saraiva & Carvalho, 2006) as crianças e jovens quando submetidos a um programa de treino adequado, aliado a uma boa supervisão, podem aumentar a força muscular sem um significativo risco de lesão.

O treino de força em crianças e jovens exerce um papel importante no seu desenvolvimento corporal (Weineck cit. por Saraiva & Carvalho, 2006) e tem ainda a importante função de proteção ao reforçar os pontos mais frágeis do corpo (Marques cit. por Saraiva & Carvalho, 2006). Quando a força não é suficientemente desenvolvida

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21 nessa fase jovem, dificilmente alcançarão as suas capacidades potenciais de performance na idade adulta (Weineck cit. por Saraiva & Carvalho, 2006).

Segundo Kraemer e Fleck (citado por Tavares, 2009) as crianças beneficiam se estiverem inseridas num programa de treino da força, desde que seja adequadamente prescrito e supervisionado. Os principais benefícios são:

 Aumento da força muscular;

 O aumento da capacidade de resistência muscular;

 A diminuição do risco de ocorrência de lesões durante a prática de atividades desportivas e recreativas;

 O aumento da capacidade de desempenho das atividades desportivas e recreativas.

Hoje em dia, o Fitnessgram é sem dúvida um importante instrumento de avaliação utlizado pelos professores, na medida em que é um auxílio na recolha de dados e informação relativa ao nível de Aptidão Física dos alunos. Este instrumento funciona ainda como elemento motivador para a Atividade Física de forma regular e como instrumento para informar as crianças e jovens acerca das implicações que a Atividade Física e a Aptidão Física têm para a saúde (NES, 2002).

O programa Fitnessgram utiliza valores de referência como critério para avaliar o desempenho da Aptidão Física, permitindo aos alunos destacarem-se em cada zona (NES, 2006):

 Precisa Melhorar;

 Zona Saudável da Aptidão Física (ZSAF).

Para além destas zonas foi também distinguida a área “Acima da Zona Saudável”.

Quadro 1 - Valores FITNESSGRAM para a Zona Saudável de Aptidão Física (ZSAF) – Aptidão Muscular (Força Superior)

Extensão de braços # execuções

Idade Rapazes Raparigas

11 8 20 7 15

12 10 20 7 15

13 12 25 7 15

14 14 30 7 15

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22 Hoje em dia, é possível observar, principalmente nas aulas de Educação Física, menores capacidades de aptidão física por parte dos alunos, devido a uma diminuição de atividade física fora das mesmas. Isto é uma consequência de uma maior adaptação dos alunos às novas e diversificadas tecnologias, levando-os a um estado de sedentarismo grave para a atualidade.

Assim sendo, a escola, mais especificamente as aulas de Educação Física, têm um papel fundamental na regulação da atividade física dos alunos, podendo intervir de modo a alterar a inatividade progressiva (Vargas, 2011). Entre os conteúdos a abordar nas aulas devem estar incluídas todas as componentes da aptidão física (Lopes et al. Citado por Vargas 2011).

Em Portugal, verificou-se que as crianças e jovens registam níveis de força superior muito baixos (Pereira & Maia, 2002; Maia, Lopes & Morais, 2001; Magalhães, Lopes & Barbosa, 2002; Ferreira, Marques & Maia, 2002; Muria, Prista & Maia, 1999; Maia & Lopes, 2002; Wang & Pereira, 2003; citado por Rocha & Pereira, 2006).

Tal tendência também se observou nos alunos de 7º ano, da Escola Básica 2 e 3 de S. Torcato, após a avaliação da aptidão física através dos testes Fitnessgram. Também nas aulas da Unidade Didática de Ginástica foi percetível as dificuldades dos alunos quando necessitavam de recorrer à força superior para executar determinados exercícios.

Perante tais dificuldades, pareceu-nos pertinente avaliar se um programa de treino de força direcionado para adolescentes teria benefícios ao nível da aptidão muscular – força superior – permitindo-lhes deste modo superar as dificuldades sentidas ao longo das aulas, mas também ajudando-os nas tarefas diárias.

Lopes, Maia e Mota (2002) referem que as crianças quando sujeitas a programas de treino de força, com intensidade, volume e duração suficientes, reagem positivamente, apresentando ganhos de força.

Por tudo isto, é o nosso objetivo analisar o nível de aptidão muscular - força superior - dos alunos do 7º ano, com a aplicação de um programa de treino de força durante um período letivo, utilizando a bateria de Testes de Fitnessgram® para avaliar os níveis de aptidão. O presente estudo pretende ainda avaliar o nível de prestação inicial e comparar com a avaliação final dos alunos nos testes de Aptidão Muscular, nomeadamente na força superior, após a aplicação de um programa de treino de força – Decamotes. Por outro lado irá ser comparado o nível de prestação dos alunos submetidos ao programa

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23 de treino (grupo experimental) com os restantes alunos apenas submetidos às aulas de Educação Física (grupo de controlo).

Para uma melhor resolução do problema pretendemos verificar se:

 Os alunos apresentam melhorias entre o pré e o pós-teste, ao nível da força superior;

 Os alunos não apresentam melhorias ao nível da força superior;

 Existem diferenças significativas ao nível força superior entre o Grupo Experimental e o Grupo Controlo;

 Os alunos do género masculino possuem maior força superior quando comparados com o género feminino;

 Os alunos do género feminino possuem maior força superior quando comparados com o género masculino.

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24

2. Metodologia

2.1 Participantes

O presente estudo tem como população alvo as turmas A, B, C, D e E do 7º ano da Escola Básica do 2º e 3º ciclo de S. Torcato. A respetiva amostra é constituída por um total de 98 alunos, em que 57 são do sexo masculino e 41 são do sexo feminino, tendo as idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos. Para verificar os efeitos da aplicação de um programa de treino de aptidão muscular nos alunos, criou-se um grupo de controlo (GC) e um grupo experimental (GE), sendo o grupo experimental constituído pelas turmas D e E, compostas no total por 37 alunos, sendo 21 do sexo masculino e 16 do sexo feminino.

Desta forma, tanto no Pré-Teste como no Pós-teste, o número total de participantes (agregando os membros do GE e do GC) foi de 98 alunos, do 7º ano da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de São Torcato.

Quadro 2 - Distribuição dos participantes por idade.

Idade dos alunos

Sexo N Mín Máx 𝒙̅ DP Grupo Experimental Masculino 21 11 14 12,2 0,87 Feminino 16 11 13 11,9 0,68 Grupo Controlo Masculino 36 11 14 12 0,69 Feminino 25 11 14 12,2 0,70 Total 98 11 14 12,1 0,73 2.2 Instrumento 2.2.1 Protocolo de avaliação

A avaliação da aptidão muscular, mais precisamente a força superior foi obtida através da utilização da bateria de testes Fitnessgram, que avalia três componentes da aptidão física consideradas importantes: aptidão aeróbia, a composição corporal e a aptidão muscular. Tal como descrito em Fitnessgram (Cooper Institute for Aerobics Research, 2002), para a avaliação da força superior o teste considerado foi a extensão de braços.

(35)

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Extensão de braços: flexão/extensão do membro superior até que a articulação do

cotovelo atinja um ângulo de 90º.

Objetivo do teste: Usado para rapazes e para raparigas, tendo como objetivo completar

o maior número possível de extensões de braços, com uma determinada cadência.

Material: Necessário apenas o CD do Fitnessgram, que regulariza e transmite a

cadência correta de 20 extensões por minuto.

Instruções para a realização do teste: Alunos agrupados dois a dois, sendo que um

executa e o outro conta e verifica a execução.

Modo de Execução do teste: Os alunos colocam-se numa posição de decúbito ventral

no colchão, colocando as mãos, com os dedos estendidos e afastados, no solo à largura dos ombros. Por sua vez, os membros inferiores devem estar em extensão, ligeiramente afastados e apoiando-se nas pontas dos pés.

O corpo deve formar uma linha reta da cabeça aos pés durante o teste.

Sempre que solicitado, os alunos devem promover uma flexão/extensão dos membros superiores, até que a articulação do cotovelo alcance os 90º (graus).

Por minuto, cada aluno deve realizar 20 repetições ou uma flexão/extensão a cada 3 segundos.

Quando parar: O teste deve ser interrompido à segunda execução incorreta. Resultados: Número total de extensões de braços executados corretamente.

(36)

26

2.2.2 Programa de treino aplicado ao Grupo Experimental

Nas aulas compreendidas entre o pré-teste e o pós-teste, os participantes que integraram o GE foram submetidos a um programa de treino de força inserido no “Projeto de

desenvolvimento das capacidades motoras na Escola – DECAMOTES” (Ferreirinha, J.;

Ferreira, R.; Aranha, A.; 2012).

Assim sendo, em todas as aulas de 90 minutos, os elementos do GE foram estimulados a realizar um conjunto de exercícios que visavam melhorar a sua aptidão muscular, procurando deste modo, através do incremento de AF, fazer com que os alunos pudessem evoluir e apresentar melhorias consideráveis ao nível da sua AptM.

O programa de treino de força foi realizado pelos alunos do GE no início das aulas. Assim sendo, o GE foi submetido a um treino de força composto por dois circuitos de exercícios específicos, a efetuar em aulas alternadas:

Programa de Treino de Força – Circuito 1

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27 6 Grupos - Executar cada exercício durante 1 minuto, 2 voltas ao circuito.

1. Flexão de braços com apoio facial; 2. Abdominal pernas fletidas;

3. Saltos de canguru; 4. Carrinho-de-mão 10m;

5. Abdominal cruzado e alternado cotovelo-joelho; 6. Salto de caixa 50cm para caixa de 50cm.

Programa de Treino de Força – Circuito 2

Figura 3: Programa de treino de força – circuito 2.

6 Grupos - Executar cada exercício durante 1 minuto, 2 voltas ao circuito. 1. Abdominal com bola;

2. Abdominal com bola;

3. Agachamento com bola medicinal; 4. Lançamento bola medicinal; 5. Multisaltos caixas;

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28

2.3 Procedimentos

A recolha de dados foi realizada em dois momentos distintos. O pré-teste foi realizado, tanto no GE como GC, entre os dias 23 e 26 de Setembro de 2014. O Pós-Teste foi realizado entre os dias 10 e 13 de Março de 2015.

Entre o pré-teste e o pós-teste, os alunos do GE foram sujeitos a um programa de treino de força – Decamotes ao longo de um período letivo.

Os alunos que pertencem ao GC não foram submetidos ao programa de treino de força que os seus colegas do GE iriam realizar, no espaço temporal compreendido entre o pré e o pós-teste.

2.4 Tratamento de dados

Para o estudo da ApM – Força superior recorreu-se ao software informático SPSS

(Statistical Package for Social Science - Windows), Versão 21, para realizar toda a

análise estatística.

O plano de investigação consistiu no tratamento de dados correspondentes às duas fases do momento de avaliação (Pré-Teste e Pós-teste). Nestes tratamentos recorreu-se a análises descritivas (Máximo, Mínimo, Média e Desvio Padrão). Procedeu-se ainda à análise da distribuição de frequências de alunos na ZSAF, tendo sido divididos pelas 3 zonas (abaixo, dentro ou acima da ZSAF) consoante os valores FITNESSGRAM para a Zona Saudável de Aptidão Física.

Para a comparação dos dados foi realizado o teste não paramétrico de Wilcoxon (teste não paramétrico para amostras emparelhadas) uma vez que os dados relativos à amostra não apresentam uma distribuição normal. O nível de significância adotado foi de p<0,05.

(39)

29

3. Apresentação e Discussão de Resultados

Este capítulo tem como objetivo analisar, comparar e discutir aspetos relacionados com a avaliação da ApM – Força superior dos alunos do 7º ano, tendo em conta os resultados obtidos através de um teste da bateria Fitnessgram. Irão ser comparados os resultados do grupo experimental (submetido ao programa de treino de força Decamotes) com o grupo de controlo (submetido apenas às aulas de Educação Física). Essa comparação irá incidir nos resultados de alunos dentro, acima e abaixo da ZSAF e ainda através da estatística descritiva da variável extensão de braços.

Quadro 3 - Estatística descritiva e Teste de Wilcoxon da variável Extensão de Braços, do Grupo Experimental.

Sexo N Min Max 𝒙̅ DP p

Masculino Pré-teste 21 ,00 26,00 11,6667 7,48554 ,000* Pós-teste 5,00 32,00 17,5238 7,79499 Feminino Pré-teste 16 1,00 20,00 6,8750 4,74517 ,001* Pós-teste 4,00 37,00 12,1875 7,72199 Total Pré-teste 37 ,00 26,00 9,5676 6,79273 ,000* Pós-teste 4,00 37,00 15,2162 8,11081 * p ≤ 0,05 No quadro 3 podemos observar o desempenho dos alunos do grupo experimental relativamente ao teste de extensão de braços do programa Fitnessgram, antes e após a aplicação do programa de treino de força Decamotes.

Assim sendo, é possível observar que tanto o sexo feminino como sexo masculino do grupo experimental evoluíram do pré-teste para o pós-teste no que diz respeito aos valores mínimos e valores máximos. Também na média podemos ver grandes diferenças entre os dois momentos de avaliação. No sexo masculino que no pré-teste obteve uma média igual a Me=11,7, alcançou uma média de Me=17,5 no pós-teste, o que podemos concluir que conseguiram fazer em média mais 6 extensões de braços no segundo momento avaliativo. Por sua vez, no sexo feminino também observamos uma grande melhoria, uma vez que obtiveram uma média igual a Me=6,9 no pré-teste e uma

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30 média de Me=12,2 no pós-teste, tendo feito aproximadamente mais 5 extensões de braços no segundo momento de avaliação.

Através do quadro 3, podemos destacar que no pós-teste, em ambos os sexos, os valores médios de extensões de braços estão dentro dos valores de corte criteriados para a ZSAF.

Analisando o grupo experimental na sua globalidade, observamos igualmente que os valores mínimos e máximos aumentaram entre o pré-teste e o pós-teste, realçando o valor máximo que aumentou de 26 para 37 extensões de braços. De igual modo, também a média de extensões de braços foi superior no segundo momento de avaliação, tendo subido de Me=9,6 (pré-teste) para Me=15,2 (pós-teste).

No que diz respeito aos resultados do Teste de Wilcoxon relativamente às extensões de braços, e analisando os valores de p-value, verifica-se que são inferiores a 0,05, podendo concluir que existem diferenças significativas entre o pré-teste e pós-teste tanto para o sexo masculino, como para o feminino e na sua totalidade do grupo experimental. Deste modo, podemos concluir que existem grandes melhorias nos alunos do grupo experimental ao nível da força superior após a aplicação do programa de treino de força

Decamotes, podendo deduzir que o programa teve uma grande influência na aptidão

muscular dos alunos uma vez que lhes permitiu uma grande evolução ao nível da Força Superior.

Quadro 4 - Estatística descritiva e Teste de Wilcoxon da variável Extensão de Braços, do Grupo Controlo.

Sexo N Min Max 𝒙̅ DP p

Masculino Pré-teste 36 1,00 30,00 11,1944 7,73792 ,351 Pós-teste ,00 26,00 11,7778 7,49137 Feminino Pré-teste 25 ,00 13,00 5,4400 4,38824 ,147 Pós-teste 1,00 16,00 6,5200 3,77624 Total Pré-teste 61 ,00 30,00 8,8361 7,12549 ,128 Pós-teste ,00 26,00 9,6230 6,72598

(41)

31 No quadro 4 podemos observar o desempenho dos alunos do grupo de controlo, apenas foram submetidos às aulas de Educação Física, relativamente ao teste de extensão de braços do programa Fitnessgram.

Assim sendo, podemos observar através do quadro 4 que no sexo masculino, os valores mínimos e máximos diminuíram do pré-teste para o pós-teste. A média deste género subiu ligeiramente de Me=11,2 no pré-teste, para 11,8.

No que diz respeito ao sexo feminino o valor mínimo subiu ligeiramente, tendo-se observado um maior aumento no valor máximo de extensões de braços. A média de extensões de braços neste género também aumentou ligeiramente. No pré-teste fizeram em média Me=5,4 extensões de braços, passando a executar em Média no pós-teste Me=6,5, ou seja, o sexo feminino em média realizou mais uma extensão de braços no pós-teste.

Analisando o grupo de controlo na sua globalidade, observamos que o valor mínimo é igual nos dois momentos, enquanto o valor máximo baixou no segundo momento de avaliação. Quanto à média de extensões de braços aumentou ligeiramente de Me=8,8 (pré-teste) para Me=9,6 (pós-teste).

No que diz respeito aos resultados do Teste de Wilcoxon relativamente às extensões de braços, e analisando os valores de p-value, verifica-se que são todos superiores a 0,05, podendo concluir que não existem diferenças significativas entre o pré-teste e pós-teste tanto para o sexo masculino, como para o feminino e na sua totalidade do grupo de controlo.

Deste modo, podemos concluir que as diferenças entre o pré-teste e o pós-teste, nos alunos do grupo de controlo não são significativas e que tais resultados podem ser justificados pela ausência de um programa de intervenção. Por outro lado, podemos concluir que as aulas de Educação Física não foram suficientes para aumentar os níveis de aptidão muscular dos alunos, nomeadamente a Força Superior.

Imagem

Figura 1: Teste de Extensão de Braços (Fitnessgram).
Figura 2: Programa de treino de força – circuito 1.
Figura 3: Programa de treino de força – circuito 2.

Referências

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