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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final

Unidade Curricular Estágio Profissionalizante

Mariana Amendoeira Duarte - 2013299

6º ano MIM – Junho de 2019 – Ano letivo 2018/19

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Índice

1. Introdução ... 2

2. Objetivos ... 2

3. Síntese das atividades dos Estágios Parcelares ... 2

A. Cirurgia ... 3

B. Medicina Interna ... 3

C. Ginecologia e Obstetrícia ... 4

D. Saúde Mental ... 4

E. Medicina Geral e Familiar ... 5

F. Pediatria ... 5

4. UC Opcional – Centro de Cirurgia Experimental (German Heart Centre) ... 6

5. Outras atividades formativas ... 6

6. Atividades extracurriculares ... 6

7. Reflexão final ... 7

8. Anexos ... 10

A. Cronograma da UC Estágio Profissionalizante ... 11

B. Autoavaliação ... 12

C. Curso TEAM ... 13

D. Estágio Opcional no German Heart Centre ... 14

E. iMed Conference 10.0 ... 15

F. Champalimaud Research Symposium ... 16

G. Choque FRONTAL ... 17

H. Revista FRONTAL – comissão organizadora ... 18

«Medicine is a science of

uncertainty and an art of

probability»

Sir William Osler

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1. Introdução

Integrada no 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da NOVA Medical School – Universidade Nova de Lisboa (NMS – UNL), a Unidade Curricular (UC) Estágio Profissionalizante consiste num sistema rotativo de seis Estágios Parcelares correspondentes a diferentes áreas clínicas Cirurgia, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar e Pediatria. Com o presente Relatório Final, pretendo apresentar de maneira resumida o trabalho que desenvolvi ao longo do ano letivo. Para esse fim, começo por uma exposição dos objetivos gerais da UC, seguida de uma descrição breve de cada Estágio Parcelar assim como das atividades desenvolvidas na UC Opcional e outras atividades formativas ou extracurriculares que considerei relevantes para a minha formação enquanto aluna do último ano do MIM. Encerro com uma reflexão crítica acerca do meu percurso ao longo deste ano letivo e o cumprimento dos objetivos propostos. Em anexo encontram-se os certificados relativos às diferentes actividades, um quadro-resumo dos Estágios Parcelares (Anexo A) e um quadro de autoavaliação (Anexo B)

2. Objetivos

O Estágio Profissionalizante tem como objetivo a integração do aluno nas equipas de saúde dos respetivos locais de estágio, de maneira a possibilitar uma integração e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos anteriormente e um crescente grau de autonomia, preparando o aluno para a futura atividade profissional. Contribui assim para finalidade geral da formação médica pré-graduada, a de adquirir um conjunto de conhecimentos, aptidões e atitudes fundamentais para a futura prática médica, mas também o fomento de valores e princípios éticos que permitam uma Medicina focada no doente como um todo, baseada no espírito de serviço e com o objetivo final de promoção da saúde e do bem-estar1

Os objetivos gerais a que me propus são assim: i. realizar com confiança o exame objetivo e colheita de anamnese, orientado pelas queixas do doente; ii. treinar a comunicação com pares, doentes e familiares; iii. aplicar e aprofundar conhecimentos relativos às diferentes áreas dos estágios; iv. aplicar a perspetiva biopsicossocial na prática clínica; v. treinar gestos específicos como suturas, otoscopias e colpocitologias, com os quais tive pouco contacto em anos anteriores.

3. Síntese das atividades dos Estágios Parcelares

1 Victorino RM et al.; O Licenciado Médico em Portugal – Core Graduates Learning Outcomes Project; Coord.

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A. Cirurgia (9/9/2018 – 2/11/2018)

O primeiro estágio parcelar deste ano letivo foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob tutoria da Dra. Rita Roque. O estágio de Cirurgia consistiu numa primeira semana de aulas teóricas e teórico-práticas que terminou com a realização do curso «Trauma Evaluation and Management» (TEAM), seguida de quatro semanas de Cirurgia Geral com acompanhamento da tutora nas atividades diárias no bloco operatório, consulta externa e enfermaria, duas semanas de estágio opcional em Anestesia e uma semana no Serviço de Urgência (SU). Foi ainda realizado o trabalho «Got Calcium? – Um caso de Hiperparatiroidismo Secundário», apresentado no Mini-Congresso que decorreu no mesmo hospital a 29 de Novembro de 2018.

Assisti maioritariamente a intervenções das glândulas tiroide e paratiroides, assim como a apendicectomias e colecistectomias, tendo também participado em algumas cirurgias como 2º ajudante. Foi possível aprofundar e consolidar conhecimentos, especialmente relativos a patologia endócrina com indicação cirúrgica, e também treinar alguns gestos como a sutura de pequenas feridas incisas, realização de pensos e desbridamento de feridas, principalmente na sala de pequena cirurgia do SU. Na enfermaria e nas consultas externas pude obter uma visão mais abrangente do cuidado do doente em várias fases, desde a elaboração da proposta cirúrgica até aos cuidados pós-operatórios. Pude também treinar o exame objetivo, principalmente a palpação da glândula tiroideia. A opcional de Anestesia permitiu-me treinar a colocação de máscara laríngea e a entubação orotraqueal, procedimentos que nunca tinha realizado antes deste estágio. Permitiu-me também assistir a uma maior variedade de cirurgias (incluindo cirurgia ortopédica, pediátrica e de otorrinolaringologia), assim como outros procedimentos como colonoscopias e acupunctura médica.

B. Medicina Interna (5/11/2018 – 11/1/2019)

Realizado na Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC) do Serviço de Medicina IV do Hospital de São Francisco Xavier (HSFX) sob a tutoria da Dra. Teresa Alves, o estágio de Medicina Interna (MI) consistiu no acompanhamento diário de doentes na enfermaria, assim como frequência do SU e de consultas externas de seguimento pós AVC. Fui integrada na equipa da UAVC, tendo-me sido atribuídos diariatendo-mente doentes que acompanhei de modo autónomo. Assisti também às reuniões semanais de serviço, numa das quais apresentei o trabalho «Approach to the patient with memory complaints».

Neste estágio treinei especialmente a colheita de anamnese, o exame objetivo, particularmente o exame neurológico, assim como a comunicação com doentes e outros membros da equipa,

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destacando-se aqui a reunião diária de equipa com síntese e exposição dos dados mais importantes relativos a cada doente. Tive a oportunidade de aprofundar conhecimentos particularmente acerca da abordagem ao doente com AVC, mas também relativos a outras patologias como insuficiência cardíaca descompensada, infeção respiratória e trombose venosa profunda.

C. Ginecologia e Obstetrícia (21/1/2019 – 15/2/2019)

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia (GO) decorreu no HSFX e foi dividido em duas metades dedicadas à Obstetrícia e à Ginecologia. Segui uma rotação que me permitiu passar pelas várias valências, sendo elas a consulta de patologia fetal, diagnóstico pré-natal, enfermaria de ginecologia, puerpério, ecografia obstétrica e ginecológica e bloco operatório. Acompanhei também a tutora Dra. Helena Pereira todas as semanas na consulta externa de Ginecologia e no SU.

Durante as quatro semanas, tive a oportunidade de treinar o exame ginecológico assim como alguns procedimentos como ecografia fetal e a colheita de material para colpocitologia. Participei também como 2º ajudante numa histerectomia por via vaginal. No SU pude observar partos eutócicos e distócicos, tendo a oportunidade de rever e profundar conhecimentos acerca das fases do trabalho de parto, métodos de indução do parto, abordagem de pré-eclâmpsia e de aborto retido. Revi e aprofundei conhecimentos relacionados com a Saúde da Mulher, nomeadamente no que diz respeito ao planeamento familiar e a patologias como miomas uterinos e prolapso urogenital. Apresentei ainda numa das reuniões de serviço o trabalho «Contraceção na Adolescência».

D. Saúde Mental (18/2/2019 – 15/3/2019)

Realizei o estágio de Saúde Mental (SM) no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, onde fui inserida na equipa da unidade comunitária do Centro de Saúde da Amadora (CSA). Após os dois primeiros dias de seminários, o estágio consistiu no acompanhamento da equipa comunitária no CSA. Acompanhei maioritariamente a tutora Dra. Raquel Ribeiro nas consultas, tendo também assistido a consultas de enfermagem, realizado visitas comunitárias e frequentado o SU. As patologias mais comuns com que me deparei neste estágio foram esquizofrenia, depressão, perturbações de ansiedade e distúrbios de personalidade. No SU, vi principalmente intoxicações medicamentosas voluntárias. Embora tenha sido um estágio de carácter mais observacional, tive também a oportunidade de treinar a colheita de história clínica psiquiátrica e a avaliação do estado mental, para além de ter aprofundado conhecimentos acerca da identificação dos sintomas das perturbações psiquiátricas mais comuns assim como de características patológicas de personalidade e entendido melhor os critérios de referenciação nos cuidados de Saúde Mental. Foi grande a ênfase

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na situação do doente no seu contexto social e familiar e a sua avaliação tendo sempre em conta as dimensões biopsicossociais.

E. Medicina Geral e Familiar (18/3/2019 – 12/4/2019)

O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) foi realizado na Unidade de Saúde Familiar (USF) Venda Nova, sob tutoria da Dra. Teresa Smet. Consistiu principalmente no acompanhamento dos médicos da equipa nas consultas, que podiam ser programadas, de urgência, de vigilância de hipertensão, diabetes, gravidez ou de saúde infantil. Treinei o exame objetivo orientado em doentes de diferentes faixas etárias e com diversas patologias, assim como alguns gestos como otoscopias e a colheitas para colpocitologia. Treinei também a interpretação e prescrição correta dos métodos complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT). Apesar de ter realizado a maioria das consultas com acompanhamento, tive a oportunidade de conduzir algumas de modo autónomo.

Com este estágio obtive uma visão mais completa da especialidade e do papel do Médico de Família como integrador dos cuidados. Também aqui foi importante a visão do doente como um todo, inserido no seu contexto social, familiar e cultural, e da comunicação eficaz, envolvendo o doente na tomada de decisões relativas à terapêutica e à promoção de saúde. Realizei o folheto informativo «Pare de Fumar» acerca do tema da cessação tabágica.

F. Pediatria (22/4/2019 – 17/5/2019)

O estágio parcelar de Pediatria foi realizado no HSFX, tendo sido dividido em duas metades, cada uma dedicada a atividades ou no berçário ou na enfermaria de Pediatria. Frequentei semanalmente o SU e assisti a consultas externas de Desenvolvimento, Neurologia Pediátrica e Imunoalergologia. Adicionalmente, passei um dia em Neonatologia com o Dr. Edmundo Santos, onde pude assistir a ecografias cerebrais transfontanelares e visitei a unidade de cuidados intensivos neonatais. Destaco aqui a deteção de um caso de provável eventração, com presença de conteúdo abdominal na cavidade torácica.

No berçário realizei as triagens dos recém-nascidos de modo autónomo, apresentando no final do dia os dados registados em reunião de equipa. A frequência do SU permitiu-me observar uma maior variedade de patologias, tendo tido também a oportunidade de observar alguns doentes de maneira autónoma, com recolha de anamnese, exame objetivo, proposta terapêutica e registo dos dados. Saliento também a oportunidade de realizar frequentemente otoscopias. Aprofundei conhecimentos acerca das patologias mais comuns na criança e também situações mais

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especializadas nas consultas a que assisti, nomeadamente perturbação de hiperatividade com défice de atenção, dificuldades de aprendizagem e epilepsia. Frequentei também o workshop de emergência pediátrica no Hospital Dona Estefânia, que consistiu em dois role-plays de situações de emergência com auxílio de modelos de simulação médica, seguidos de uma discussão crítica. Na última semana apresentei uma história clínica sobre um caso de gastroenterite aguda.

4. UC Opcional – Centro de Cirurgia Experimental (German Heart Centre)

Entre os dias 20 e 31 de Maio de 2019 realizei no Centro de Cirurgia Cardíaca Experimental do German Heart Centre em Munique, Alemanha, o estágio «Culture and differenciation of human induced pluripotent stem cells”. Este curto estágio de investigação foi um prémio por ter vencido a competição «Research Challenge» do congresso iMed 10.0, tendo-me sido creditado como UC Opcional Livre ao abrigo do programa FreeMover da NMS UNL. Sob tutoria do Professor Dr. Markus Krane, tive a oportunidade de participar em todas as etapas de investigação, desde a colheita de células sanguíneas até à quantificação e DNA, passando pela indução e cultura de células pluripotenciais humanas (huiPSC) a partir de células de dadores. Apliquei técnicas de investigação biomédica como a purificação de ácidos nucleicos, obtenção de DNA complementar, protein chain reaction, eletroforese e citometria de fluxo. Adquiri conhecimentos sobre as aplicações promissoras das huiPSC na medicina regenerativa e no conhecimento acerca do desenvolvimento e fisiopatologia de doenças cardíacas, mas também de muitos outros órgãos e sistemas. Adicionalmente, tive a oportunidade de assistir a duas cirurgias de substituição valvular.

5. Outras atividades formativas

Participei na «iMed Conference 10.0» que decorreu entre os dias 3 e 7 de Outubro de 2018 no Teatro Camões.

Fiz parte da equipa de voluntários do «Champalimaud Research Symposium - Quantitative approaches to Behaviour and Neural Systems», que decorreu entre os dias 23 e 26 de Outubro de 2018 no Centro Champalimaud, tendo tido a oportunidade de assistir à maior parte das sessões.

6. Atividades extracurriculares

Integro desde 2015 a equipa da Revista FRONTAL, projeto da Associação de Estudantes da NMS – UNL, tendo participado na equipa de staff do evento «Choque FRONTAL III – Inteligência Artificial em Medicina» que ocorreu a 10 de Dezembro de 2018 no Auditório

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Professor Doutor Manuel Machado Macedo. No âmbito deste projeto, fiz ainda parte da equipa de edição de um guia sobre a Formação Especializada nos Estados Unidos da América e na Alemanha («Miniguia da Especialidade», 2016) assim como das edições impressas nº46 e 47 (em 2016 e 2017, respetivamente).

De maneira a complementar o currículo obrigatório, realizei ao longo dos anos alguns estágios em período de férias, destacando-se o projeto PIATI (Projeto de Integração de Alunos em Trabalhos de Investigação) «The role of senescence in tissue regeneration» que realizei no Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) em 2016 sob tutoria do Prof. Dr. António Jacinto e o estágio de Neurocirurgia realizado em Agosto de 2017 no Hospital de São José, integrado nos Curtos Estágios Médicos em Férias (CEMEF). Realizei em Julho de 2014 um estágio de MGF na USF Querer Mais (integrado nos CEMEF Insight), que considerei importante para a minha preparação para o estágio parcelar realizado neste ano letivo, visto que realizei a UC de MGF do 5º ano na Alemanha, sendo aí diferente o funcionamento desta Especialidade.

7. Reflexão final

Findo o meu percurso no 6º ano do MIM, considero que os objetivos a que me propus foram globalmente cumpridos. Em anexo (Anexo B) encontra-se um quadro resumo de autoavaliação deste ano letivo. Acerca do decorrer da UC de Estágio Profissionalizante, saliento a boa organização geral dos estágios, em particular o de GO, durante o qual nos foi facultado um plano rotativo de maneira a que pudéssemos passar pelas diversas valências. O rácio tutor:aluno de 1:1 na grande maioria dos estágios foi outro aspeto positivo importante, já que contribui para a qualidade da formação, possibilitando um ganho de autonomia crescente mas sempre com o acompanhamento adequado.

O estágio de Cirurgia permitiu-me o contacto com a cirurgia endócrina, área com a qual tinha tido pouca experiência até então. O estágio opcional de Anestesia permitiu-me observar uma grande variedade de intervenções e treinar procedimentos práticos importantes como a entubação orotraqueal, complementado assim as aulas teórico-práticas e o curso TEAM, onde treinei a mesma técnica com modelos de simulação. Em MI tive de a oportunidade de trabalhar de modo autónomo, enquanto verdadeiro membro da equipa, e treinei diariamente aptidões clínicas como a interpretação e pedido de MCDT mas também a comunicação com doentes, familiares e colegas. A escolha da UAVC como local de estágio prende-se com o meu interesse pessoal pela área, tendo tido a oportunidade de treinar diariamente o exame neurológico detalhado e de trabalhar numa equipa

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multidisciplinar. Para além dos doentes da UAVC, a equipa era também responsável por alguns doentes da enfermaria, sendo que observei neste estágio um vasto leque de patologias. Em GO, treinei e ganhei segurança em gestos fundamentais como o exame ginecológico e a colheita de material para colpocitologia. Consolidei conhecimentos acerca da vigilância da gravidez e do trabalho de parto, que considero importantes para qualquer médico. Participei também numa cirurgia, retirei suturas e coloquei pensos. O estágio de SM permitiu-me uma melhor compreensão da perspetiva biopsicossocial na Medicina, sendo aqui (a par de MGF) de grande importância a situação social, familiar e laboral de cada doente. Sensibilizou-me para o problema do estigma na doença mental e o papel que o médico pode ter para o combater ou propagar. Pessoalmente, foi um estágio estimulante e de grande importância para a minha formação, visto que foi o meu primeiro contacto com os cuidados de SM em Portugal, já que realizei a cadeira de Psiquiatria do 5º ano na Alemanha. Constatei a importância de adotar uma atitude correta em situações complicadas e de conflito, capacidade importante em qualquer outra área. Em MGF destaco a perspetiva verdadeiramente centrada no doente, que no momento da consulta traz consigo todo o seu contexto cultural, familiar e social, sendo introduzido o conceito de «triângulo terapêutico». Treinei também a elaboração de planos de gestão tendo em conta os recursos disponíveis. No estágio de Pediatria destaca-se a autonomia no berçário e no SU, e também a possibilidade de assistir a consultas externas de acordo com o interesse do aluno, para além da visão geral da área médica obtida nas restantes valências. Nas consultas de Desenvolvimento e Neurologia Pediátrica observei crianças com patologias variadas, desde dificuldades de aprendizagem até patologias neuromusculares raras como a síndrome de Möbius.

Apesar de considerar os objetivos de modo geral atingidos, reconheço algumas áreas que permaneceram aquém do que esperava – não participei em nenhuma cirurgia no papel de 1º ajudante e, embora tenha realizado algumas, foram poucas as consultas que realizei de maneira completamente autónoma. Coloco a hipótese que tal se deva à existência de muitos médicos internos de Formação Especializada e Geral nos locais em que estagiei, dificultando a realização desses objetivos. No entanto, estas são lacunas que pretendo colmatar com a futura formação médica pós-graduada.

O estágio opcional no German Heart Centre, para além de me ter permitido treinar algumas competências práticas em investigação biomédica, reforçou a minha visão sobre a importância da investigação básica e translacional para a Medicina, contribuindo para o bem-estar das populações através do conhecimento das bases fisiopatológicas das doenças e desenvolvimento

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de formas inovadoras de as tratar. Tal ideia não poderia ser posta em maior evidência do que ao ver, no mesmo dia, uma cirurgia cardíaca e cardiomiócitos induzidos através de fibroblastos dos doentes a contrair ritmicamente no fundo de uma placa de Petri. Foi para compensar o escasso contacto com a investigação científica durante o curso que realizei este e o estágio integrado no PIATI, no entanto ficou a faltar a participação num projeto de investigação a longo prazo. Considero esse, também, um dos objetivos para a minha formação pós-graduada.

Apesar de não se referirem a este ano letivo, não poderia deixar de mencionar os dois semestres passados na Charité Universitätsmedizin de Berlim, Alemanha, ao abrigo do programa Erasmus, no ano letivo de 2017/18. As principais razões para este período de mobilidade foram a vontade de conhecer um sistema de saúde diferente, com um diferente modelo de educação médica e de aprofundar os meus conhecimentos em Neurologia, visto que é uma área de grande interesse pessoal cujo ensino foi encurtado para duas semanas durante o 4º ano. Este período foi de grande importância para o desenvolvimento de autonomia e de espírito de iniciativa, visto que os estágios clínicos na Alemanha implicam a integração do aluno como um verdadeiro membro da equipa, desempenhando todas as funções que se esperam de um médico. Realizei diariamente colheitas de sangue venoso e inseri cateteres venosos periféricos, fiz biópsias cutâneas e geri doentes de modo autónomo, algo que nunca tinha feito até aí. Não são atribuídos tutores ou classificações, sendo um modelo baseado apenas na iniciativa do próprio aluno. Visto que o ensino da Neurologia em Berlim, por sua vez, foi maioritariamente teórico, realizarei em Agosto de 2019 um estágio clínico em Reiquiavique, Islândia, organizado pela International Federation of Medical Students (IFMSA).

Por fim, concluo dizendo que não considero que esteja completamente preparada para praticar a Medicina de modo inteiramente autónomo, tomando todas as decisões sem acompanhamento de colegas mais experientes, mas que estou ciente que também não é esse o principal objetivo do 6º ano do MIM, mas sim o de fornecer as ferramentas necessárias para iniciar um percurso de permanente construção e auto-aprendizagem, com o qual a partir de agora me comprometo. Quero expressar a minha gratidão aos docentes, tutores e colegas que desde o início do curso dispensaram algum do seu tempo para me orientar e ensinar, à minha família pelo apoio constante e aos doentes que conheci pelo caminho, pela paciência e generosidade que demonstraram sempre que deles foi pedida alguma coisa para contribuir para a minha formação – espero um dia poder retribuir.

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8. Anexos

«Onde quer que a arte da

Medicina seja amada, aí há

amor pela Humanidade»

Hipócrates

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A. Cronograma da UC Estágio Profissionalizante

Data Estágio Parcelar

Regente Local Tutor Trabalhos realizados

9/9/2018 –

2/11/2018 Cirurgia

Prof. Doutor

Rui Maio HBA Dra. Rita Roque

«Got Calcium? – Um caso de Hiperparatiroidismo Secundário», 5/11/2018 – 11/1/2019 Medicina Interna Prof. Doutor Fernando Nolasco HSFX Dra. Teresa Alves

«Approach to the patient with memory complaints»

21/1/2019 – 15/2/2019 Ginecologia e Obstetrícia Prof. Doutora Teresinha Simões HSFX Dra. Helena Pereira «Contraceção na Adolescência». 18/2/2019 – 15/3/2019 Saúde Mental Prof. Doutor Miguel Cotrim Talina HFF Raquel Dra. Ribeiro História clínica – perturbação depressiva major 18/3/2019 – 12/4/2019 Medicina Geral e Familiar Prof. Doutora Maria Isabel Santos USF Venda Nova Dra. Teresa Smet Folheto informativo - «Pare de Fumar» 22/4/2019 – 17/5/2019 Pediatria Prof. Doutor Luís Varandas HSFX Dr. Edmundo Santos Apresentação de história clínica – gastroenterite aguda

Legenda: HBA – Hospital Beatriz Ângelo, HSFX – Hospital de São Francisco Xavier, HFF – Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, USF – Unidade de Saúde Familiar.

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B. Autoavaliação

Quadro-resumo de autoavaliação2

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Comunicação com doentes, familiares e outros profissionais

de saúde X

Apresentação oral e escrita de dados clínicos X

Obter e registar uma história clínica estruturada e completa

X Realizar um exame físico completo com avaliação do estado

mental

X Interpretar corretamente dados da anamnese, exame físico

e MCDT

X Capacidades clínicas integrativas: formular hipóteses

clínicas razoáveis e propor um plano de atuação

X Avaliação biométrica e psicomotora de recém-nascidos e

crianças;

X Preenchimento adequado do Boletim de Saúde da Grávida;

Identificar situações de risco e referenciá-las corretamente X Identificar e avaliar criticamente fontes de literatura

médica

X Realizar procedimentos básicos comuns, incluindo:

 punção venosa X

 gasimetria arterial X

 algaliação X

 inserção de cateteres venosos periféricos X

 injeção intramuscular e subcutânea X

 avaliação de glicémia capilar X

 eletrocardiograma X

 inserção de sonda nasogástrica X

 técnicas de assepsia X

 medidas gerais de controlo da infeção X

 otoscopia X

 esfregaço para colpocitologia X

 tratamento de feridas superficiais, queimaduras e realização de pensos

X

 realização de anestesia local X

 Sutura de feridas não complicadas, remoção de suturas

X

Legenda:

Nível 1: observação do procedimento ou conhecimento das razões para a sua realização Nível 2: Capacidade de realizar o procedimento sob supervisão

Nível 3: Capacidade de realizar o procedimento sem supervisão

2 Adaptado de Jollie C et al.; Graduate Outcomes of Portuguese Undergraduate Medical Education:

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