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6AULA ENEM/2018. A Redação da ENEM facebook.com/professorcarlosluzardo twitter.

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carlosluzardo1965@hotmail.com facebook.com/professorcarlosluzardo twitter.com/carlosluzardo 51 99955.7502

6

AULA

E N E M / 2 0 1 8

A Redação da ENEM 2013

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalida-de escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade das mortes, se-gundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool associado à direção.

Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aquisição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ganhem, é indispensável a par-ticipação de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio deve ser de todos.

Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

Sugestões

INTRODUÇÃO:

D1:

D2:

CONCLUSÃO:

Repulsão magnética a beber e dirigir

A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um campo magnético é um dos conceitos mais populares desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bo-lachas de papelão não servem, em condições normais, como objetos de experimento para confirmar essa proposta. A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os copos, de forma imperceptível para o consumidor. Em cada lado, há uma opção para o cliente:

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Autuações pela Lei Seca crescem ano a ano e já passam de 1,7 milhão desde 2008

Levantamento do G1 mostra que punições mais severas não impedem motoristas de se arriscar ao volante depois de beber álcool.

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Em 19 de junho de 2008 entrava em vigor a Lei 11.705, que ficou conhecida como Lei Seca por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem embriagados, colocando o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre o tema.

No entanto, a atitude dos motoristas pouco mudou em 10 anos. Um levantamento do G1, por meio da Lei de Acesso à Informação, somou mais de 1,7 milhão de autuações com crescimento contínuo desde 2008.

O avanço nos últimos 5 anos ficou acima do aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas, indicando que o número de motoristas flagrados bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento das punições ao longo destes anos.

Pelo menos 118 mil foram encaminhados a uma delegacia por crime de trânsito

MG e SP lideram ranking de infrações registradas

Falta de banco de dados prejudica o planejamento de ações

Álcool é a 2ª maior causa de mortes no trânsito no Brasil

Estudo estima que Lei Seca salvou 41 mil vidas entre 2008 e 2016

Número de motoristas que assumem o risco de beber e dirigir ainda é grande

Última mudança na lei renova esperanças em reduzir a sensação de impunidade

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E o mais grave é que o volume deve ser bem maior que o registrado pela pesquisa, já que não há um registro nacional das informações e muitos estados não foram capazes de informar a quantidade de condutores flagrados bêbados, principalmente entre 2008 e 2012. Do total de autuações, pelo menos 118 mil foram de motoristas encaminhados à delegacia por crime de trânsito, mas este número é ainda mais longe da realidade - 7 estados não informaram quantos foram detidos em flagrante em nenhum ano.

Como a fiscalização do tráfego é uma atribuição compartilhada entres os municípios e os Detrans, cada estado tem suas maneiras de agir para coibir direção e álcool: alguns são mais atuantes, outros menos.

Entre 2008 e 2018, a quantidade de autuações pela Lei Seca em cada estado foi na maioria das vezes

proporcional à frota de veículos e ao número de CNHs registradas, com algumas exceções.

Com a maior frota (28 milhões) e a maior concentração de motoristas (20,9 milhões), São Paulo só não foi o primeiro em autuações porque informou os dados somente até outubro de 2017.

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A liderança ficou com Minas Gerais, que teve 255 mil infrações. O volume representa 14,8% do total no país inteiro, sendo que o estado possui 16% da malha rodoviária, 11% da frota e 10,2% das CNHs válidas.

Já o Distrito Federal registrou o maior índice de autuações na comparação com o número de motoristas registrados: 8%. Foram 121 mil autuações para 1,5 milhão de CNHs no estado. Minas Gerais obteve 3,8% neste índice, e São Paulo, 1,2%.

Com o 6º maior volume de condutores e 6ª maior frota, a Bahia não respondeu às solicitações, mesmo depois de 50 dias. Com isso, o estado aparece apenas com as multas aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 19º lugar.

Entre 2013 e 2017, período em que a base de dados é mais completa, 11 estados registraram queda no número de autuações, com destaque para Rio de Janeiro (-33%), Ceará (-23%), Pernambuco (-20%) e Santa Catarina (-11%). Outros 15 estados e o Distrito Federal tiveram alta.

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As informações sobre o número de testes de bafômetro realizados são ainda mais escassas: 12 estados não forneceram os dados para nenhum ano ou disseram que não mantêm um registro das fiscalizações.

Dirigindo no escuro

A falta de organização de dados para análise prejudica o planejamento de ações e também a medição dos efeitos de cada mudança na lei, além de descumprir o Código Brasileiro de Trânsito, de 1997.

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Nos últimos anos há uma tentativa de uniformizar os métodos, encabeçada por seis Detrans, com a liderança do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, houve neste ano uma operação no mesmo dia e horário em todos os estados.

De acordo com José Ramalho, diretor do Observatório Nacional de Segurança Viária, o grande desafio é mais do que ter dados, é analisar e tomar ações práticas. "Se você não sabe onde está, como saber para onde ir?", questiona.

Mais de 20 anos depois da lei, são poucos os órgãos que coletam informações nos acidentes fatais e relacionam a causa com embriaguez. O problema não é exclusivo do Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 31% dos países fazem testes em todos os acidentes.

No Brasil, Polícia Rodoviária Federal cumpre um protocolo em todos os acidentes com verificação de sobriedade. Nos últimos 10 anos, o órgão relacionou o álcool como causa provável de 66.541 colisões, 4.101 mortes e 16.657 feridos graves.

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Não é acidente

O álcool é a segunda maior causa de mortes no trânsito no Brasil, afirma a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). O primeiro deles é a velocidade acima do permitido. E os dois podem ser evitados com atitudes simples: não correr e não beber.

O risco de um acidente fatal é multiplicado por 5 quando o motorista dirige a uma velocidade 50% superior à permitida ou com 0,5 g/L de álcool no sangue (equivalente a duas taças de vinho em média), conforme avaliação do Conselho de Segurança Viária da União Europeia. Essas atitudes simples são essenciais para o Brasil cumprir a meta firmada com a ONU de reduzir em 50% as mortes no trânsito entre 2011 e 2020, mas os dados mais recentes mostram uma tendência de queda apenas depois de 2014.

É claro que o movimento de redução - ainda distante da meta - não pode ser atribuído apenas à Lei Seca, mas sem ela o resultado poderia ter sido bem pior.

Um estudo da Escola Nacional de Seguros, que não leva em conta aspectos qualitativos como a melhora na segurança dos veículos e nas condições das estradas, estimou que as ações vinculadas à Lei Seca evitaram a morte de 41 mil pessoas no Brasil de 2008 a 2016.

Os pesquisadores também afirmam que a segunda fase da Lei Seca (a partir de 2012) foi quase 3 vezes mais eficaz que a primeira (2008 a 2012), que era mais tolerante e tinha punições mais "leves".

Lei x Fiscalização

Embora cada localidade tenha obrigação de avaliar e decidir pelas medidas mais adequadas, existe um consenso em estudos internacionais de que o número de fiscalizações é mais eficaz em aumentar a percepção de risco de ser pego dirigindo bêbado.

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Com baixo índice de mortes no trânsito em média, a maioria dos países europeus não adota a "tolerância zero" para álcool e direção, investindo em fiscalizações aleatórias, educação e punições efetivas, com suspensão do direito de dirigir e prisão nos casos mais extremos.

No Brasil, a sensação de impunidade é grande com relação à Lei Seca. No Distrito Federal, por exemplo, um motorista foi flagrado 14 vezes dirigindo bêbado, enquanto outro que já tinha sido flagrado 6 vezes provocou um acidente com morte. Segundo Mauricio Januzzi, presidente da Comissão de Direito do Trânsito do OAB-SP, as multas não funcionam mais para inibir este tipo de ação e diversas brechas jurídicas ajudam a escapar das punições criminais.

Segundo ele, as blitzes feitas em horários específicos e os aplicativos para desviar das fiscalizações também reforçam a tolerância ao "beber e dirigir". "Se a pessoa não tem certeza da punição, ela corre o risco", diz Januzzi.

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Esperança de justiça

Neste sentido, a última mudança feita na Lei Seca (em abril deste ano) traz mais uma vez a esperança de fim da impunidade, pelo menos para motoristas embriagados que causam acidentes com vítimas, mas tudo depende do entendimento dos juízes.

Depois de perder um irmão e um sobrinho atropelados em 1977, Alair Vital, de 50 anos, espera uma punição efetiva para o homem alcoolizado que matou sua filha de 27 anos, enquanto ela andava de bicicleta com o namorado.

Em São Paulo, um juiz decidiu pela prisão preventiva de um condutor bêbado que atropelou e matou uma menina de 18 anos. Em outro caso, um homem de 36 anos matou um ciclista atropelado e deve ficar preso até o julgamento.

Já no Distrito Federal, o próprio delegado deu fiança a um motorista embriagado que atropelou um ciclista, o que não seria possível conforme a nova regra. O condutor pagou R$ 1 mil e foi liberado, enquanto o ciclista teve o braço direito dilacerado e passou por cirurgia.

Segundo a Polícia Civil, os delegados "interpretam os fatos com os elementos que possuem no momento da apresentação da situação", e o grau de lesão da vítima "interfere diretamente na possibilidade ou não do arbitramento da fiança pela

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autoridade policial".

Além disso, os sistemas judiciário e prisional brasileiros têm outros problemas a resolver. No Mato Grosso, por exemplo, um juiz liberou no mesmo dia um motorista com sinais de embriaguez que atropelou e matou um universitário de 29 anos, alegando que não havia mais espaço na prisão.

Mudança social

Além da sensação de impunidade, o consumo de álcool antes de dirigir ainda parece socialmente aceito no Brasil, mas o médico Aly Said Yassine, diretor do departamento de inovação e tecnologia da Abramet, espera mudar esse fato nos próximos 5 anos, com ajuda da opinião pública e das autoridades.

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Depois de receber muitas crianças vítimas de trauma por acidente de trânsito na UTI, Yassine decidiu fazer uma nova especialização em Medicina de Tráfego. "Eu quis entender como poderia mudar a questão na raiz, e não na UTI, onde já não tem muito o que fazer."

Por enquanto, o movimento ainda é inverso: mais pessoas admitem abertamente beber antes de dirigir. Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em maio, 6,7% da população admite a prática. O número parece pequeno, mas cresceu 16% entre 2011 e 2017. Além disso, basta apenas um motorista bêbado para causar um acidente fatal.

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10 Curiosidades Sobre a Lei Seca em Outros Países

Pesquisar como funciona a Lei Seca em outros países pode gerar bons argumentos tanto para quem discorda da legislação brasileira nesse sentido quanto para quem concorda.

Afinal, com tantos países no mundo, é óbvio que terão aqueles que têm leis mais frouxas e outros que são ainda mais rigorosos que o Brasil.

De qualquer maneira, o importante é que a maioria dos países possui leis semelhantes, que caracterizam como crime ou infração o ato de dirigir embriagado.

Convenhamos que o fato de a Lei Seca em outros países ser regra, e não exceção, não é surpreendente.

Pelo menos não deveria ser, já que os efeitos das bebidas alcoólicas no organismo são amplamente conhecidos. Elas causam, além de outros sintomas, sonolência, diminuição dos reflexos e perda de coordenação motora.

Todas essas condições, é claro, não são nem um pouco recomendadas para quem está prestes a conduzir um veículo.

Para dirigir, é necessário estar com atenção plena, velocidade na tomada de decisão e sem nenhum prejuízo na capacidade psicomotora.

Caso contrário, as chances de o motorista se envolver em um acidente aumentam consideravelmente. Isso acontece mesmo se a quantidade ingerida foi pequena. Não se trata apenas de opinião, pois já foram feitos inúmeros estudos que chegam a essa conclusão.

Portanto, seja qual for a regra da Lei Seca em outros países e no Brasil, o mais sensato é sempre evitar dirigir logo depois

de beber.

Vai beber? Espere um bom tempo, até o efeito da bebida passar completamente e o corpo estar descansado.

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dirigindo.

Desse modo, antes de evitar ser multado ou preso, você preserva sua própria vida. O Que é Lei Seca?

Tradicionalmente, o termo “Lei Seca” era utilizado, no Brasil, genericamente, para se referir a leis restritivas ao consumo – ou fabricação, ou comercialização, ou tudo junto – de bebidas alcoólicas.

A mais conhecida de todas é a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos entre 1920 e 1933. Em inglês, ela era chamada de Prohibition, ou “proibição”.

Nesse período, ficou proibida a fabricação, transporte e venda de bebidas alcoólicas.

O objetivo era moralizar a sociedade americana, acabando com os problemas de abuso no consumo de álcool.

Você já deve conhecer a história. A proibição não teve o efeito que se esperava, pois os americanos continuaram bebendo, dessa vez clandestinamente.

A situação deu origem a uma poderosa geração do crime organizado, com destaque para o famoso gângster Al Capone, em Chicago, cujos crimes eram financiados pelo contrabando de bebidas.

Hoje, é permitido produzir e vender bebidas alcoólicas no país, com algumas restrições. Assim como em tantos outros países, é proibido beber em locais públicos.

Há várias cidades americanas que são exceções, porém. New Orleans, famosa por suas festas de rua, é uma delas.

Se não existe mais a proibição nos Estados Unidos, há Lei Seca em outros países, em especial as teocracias Árabes. São regimes em que o estado e a religião se misturam. As rígidas normas do Islã proíbem o consumo de bebidas alcoólicas.

Também costumam haver exceções. Em alguns desses países, é possível beber em casa. Nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, nas cidades turísticas de Dubai e Abu Dhabi, estrangeiros podem beber em bares de hotéis.

No Brasil, é permitido a qualquer pessoa maior de 18 anos beber. Em casa, em bares e até mesmo na rua.

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venda de bebidas alcoólicas.

Outro exemplo é a proibição da venda de bebidas alcoólicas no dia da eleição. A regra é estabelecida em alguns estados, por decisão dos juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Quanto à lei brasileira sobre a qual vamos nos referir no restante do artigo, relacionada ao trânsito, vamos explicar melhor o seu surgimento e histórico no tópico seguinte.

Quando Surgiu a Lei Seca

No Brasil, quando se fala em Lei Seca, geralmente a referência é à Lei Nº 11.705, de 19 de julho de 2008.

Ela é conhecida por ter alterar alguns artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que dispõem sobre ainfração de dirigir

sob a influência de álcool.

Se fosse apenas isso, não seria uma Lei Seca na acepção do termo, pois o CTB não proíbe as pessoas de beberem, apenas penaliza quem é flagrado dirigindo alcoolizado.

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Com a medida, um posto de gasolina ou restaurante, por exemplo, não podiam vender ou oferecer bebidas alcoólicas a seus clientes caso estivessem localizados às margens de uma rodovia federal.

Quando foi convertida na Lei Nº 11.705/2008, essa regra ganhou o seguinte parágrafo, que trouxe uma mudança pequena, porém significativa:

Até hoje, portanto, estabelecimentos comerciais que ficam na beira de rodovias federais em trechos fora do perímetro urbano não podem vender bebidas alcoólicas.

Na prática, porém, a norma não é fiscalizada e muito menos cumprida.

O foco da atenção e da fiscalização são os outros dispositivos da Lei Seca – que, como antecipamos, mudaram algumas regras do CTB.

A partir da Lei Nº 11.705, qualquer quantidade de álcool encontrada no organismo do condutor abordado passou a sujeitá-lo às penalidades previstas no código.

Antes disso, a redação original (de 1997) do CTB determinava que só era configurada infração quando o teor alcoólico no sangue do motorista fosse “superior a seis decigramas por litro de sangue”, ou 0,6 g/L.

Antes do CTB, a Lei Nº 5.108/1996 (o antigo Código Nacional de Trânsito) definia (no artigo 89, inciso III) a infração como “Dirigir em estado de embriaguez alcoólica ou sob o efeito de substância tóxica de qualquer natureza”, sem especificar um limite.

Desde 2008, portanto, o Brasil é um dos países que adota tolerância zero para os motoristas que dirigem sob a influência de álcool.

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Lei Seca em Outros Países: 10 Curiosidades

Mesmo com o maior rigor da lei, muitos motoristas ainda dirigem alcoolizados no Brasil e o número de mortes no

trânsito por conta disso ainda é alto, apesar de estatísticas mostrarem que ele tem caído.

Há quem busque se informar sobre como funciona a Lei Seca em outros países e pense que a solução é só copiar as mesmas regras. Infelizmente, não é tão simples assim.

A Alemanha, por exemplo, tem um índice de mortes no trânsito baixo. Você acha que adotar a mesma legislação que esse país reduziria os acidentes aqui de imediato? Pouco provável.

Isso não quer dizer que estudar a Lei Seca em outros países é inútil. Mas que a legislação é um dos fatores, não todos. Para os legisladores, o ideal seria analisar tecnicamente estatísticas desses países, considerando variáveis diversas.

Assim, seria possível identificar padrões ao relacionar a Lei Seca em outros países com o número de acidentes, mas também levando em conta nível educacional e econômico da população, condição da frota de veículos, estado das rodovias, etc.

De qualquer maneira, a lei brasileira sobre a bebida e direção não é nenhum absurdo na comparação com a Lei Seca em outros países.

A maioria estabelece limite mínimo para a autuação, mas há outros países além do Brasil com tolerância zero.

Além da regra sobre a quantidade de álcool no sangue, a Lei Seca em outros países tem particularidades quanto a tipificação (se é crime ou infração), penalidade (vai preso ou só paga multa), abordagem e constatação da influência do álcool.

Confira, a seguir, fatos curiosos sobre a Lei Seca em outros países e veja o que você acha que poderia ser adotado aqui. 1. Estados Unidos

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Para muita gente, os Estados Unidos são uma democracia modelo e, por ter características demográficas e geográficas semelhantes às do Brasil, uma boa fonte de inspiração quando o assunto é legislação.

Uma particularidade é que, enquanto a Lei Seca em outros países, incluindo o Brasil, é definida pelo governo central (federal no nosso caso), nos EUA os estados podem definir suas próprias regras.

As penas variam, mas em todos eles dirigir com nível superior a 0,8 g/L é ilegal em quaisquer circunstâncias.

Se a quantidade for menor, as leis variam bastante conforme o estado – alguns até estabelecem penalidades semelhantes às que o motorista com mais de 0,8 g recebe.

Uma norma que vale para todos os estados é que motoristas com menos de 21 anos têm a habilitação suspensa caso sejam estejam dirigindo com qualquer quantia de álcool detectada.

2. Canadá

No Canadá, há duas condutas que sujeitam o motorista que conduziu um veículo embriagado a penalidades.

Uma é chamada de “impaired driving”, algo como “condução debilitada”, que pode resultar em suspensão da habilitação e outras penalidades, de acordo com os danos causados e com o Código Criminal do país.

Essa conduta pode ser observada até mesmo por testes de coordenação. Mas o motorista só é punido por ela caso tenha dado indícios ao policial que estava embriagado – por conta de uma infração ou de seu comportamento.

A outra conduta penalizada pelas leis canadenses é quando há comprovação de mais de 0,8 gramas de álcool por litro de sangue.

3. China

Na China, país notório pela rigidez de suas leis, teor alcoólico de 0,2 a 0,8 g/L implica em multa e seis meses de suspensão na habilitação.

Acima de 0,8 g/L, o resultado é três anos de prisão e cinco anos de suspensão da habilitação.

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4. Índia

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, perdendo apenas para a China, e é conhecida, entre outras tantas coisas, por seu trânsito caótico.

O crime é caracterizado quando o motorista é flagrado com mais de 0,3 g/L. A lei é de 1988 e determina como penalidade a prisão por até seis meses ou pagamento de duas mil rúpias – ou, então, as duas coisas.

Caso o motorista seja reincidente nos próximos três anos, a prisão poderá ser por até dois anos, e a multa de três mil rúpias. Um fato interessante é que, em alguns estados da Índia, é proibida a comercialização de bebidas alcoólicas.

5. Uruguai

O Uruguai, país vizinho ao Rio Grande do Sul, recentemente adotou, também, a tolerância zero para motoristas que dirigem alcoolizados.

Até então, era permitido dirigir com até 0,3 g/L. A novidade inclusive surpreendeu turistas de outro país vizinho, a Argentina, que viajaram de carro para o Uruguai e não sabiam da nova lei.

6. Colômbia

A Colômbia adota uma lei com penalidades bastante rigorosas. Se a quantidade constatada ficar entre 0,2e 0,39 g/L, a pena é suspensão da habilitação por um ano, uma pesada multa e o cumprimento de 20 horas de serviços comunitários.

Há outros três graus de a infração, conforme a quantidade de álcool registrada. No último deles (1,5 g/L), a habilitação é suspensa por 10 anos, o veículo imobilizado por 10 dias, a multa incrivelmente alta e o serviço comunitário a ser prestado é por 50 horas.

Em todos os casos, as penalidades podem aumentar se houver reincidência – pode ocorrer a cassação do documento de habilitação.

7. Argentina

A legislação nacional da Argentina estabelece o limite de 0,5 g/L. Mas, assim como nos Estados Unidos, as províncias podem definir regras próprias.

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Em Buenos Aires, há um limite específico para condutores de motocicletas (0,2 g/L) e tolerância zero para transportadores de cargas e de passageiros.

8. Alemanha

Para pessoas que têm a habilitação a menos de dois anos, têm menos de 21 anos e motoristas profissionais (de transporte de carga ou passageiros), a tolerância é zero na Alemanha.

Caso o motorista tenha cometido alguma infração ou se envolvido em acidente, o limite é de 0,3 g/L. Nos demais casos, o condutor é multado se for registrado mais de 0,5 g/L.

9. França

Na França, o limite é de 0,2 g/L nos primeiros três anos de habilitação e para motoristas de ônibus.

Para os demais condutores, o limite é de 0,5 g/L. Resultados acima de 0,8 g/L resultam em penalidades mais severas (detenção, suspensão da habilitação por três anos e uma pesadíssima multa).

10. Reino Unido

Na Escócia, o limite é de 0,5 g/L. Na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, 0,8 g/L. Lei Seca no Brasil

Agora que você já viu como funciona a Lei Seca em outros países, chegou a hora de saber mais sobre a legislação brasileira. Como já antecipamos, aqui a tolerância é zero. O motorista flagrado com qualquer quantidade de álcool no sangue está cometendo uma infração de natureza gravíssima, segundo o artigo 165 do CTB:

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Como se trata de multa com multiplicador de dez vezes, isso quer dizer que o motorista terá de pagar R$ 2.934,70.

Se compararmos com a Lei Seca em outros países, não é nenhum absurdo. Mas levando em conta a renda média do brasileiro, é um valor bastante alto.

Observe que outra penalidade é a suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

O Código de Trânsito Brasileiro também prevê uma situação em que dirigir alcoolizado é considerado crime de trânsito. A regra consta no artigo 306 do código:

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Traduzindo isso tudo: até 0,59 g/L, qualquer quantidade de álcool registrada sujeita o motorista a multa e suspensão da habilitação. Acima disso, a conduta resulta em detenção.

Dados

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), desde a mudança na lei para a tolerância zero e o aumento da multa (em 2012), o número de acidentes ocorridos por influência de álcool tem diminuído.

No entanto, mesmo que a Lei Seca em outros países seja semelhante, o número de mortes no trânsito ainda é muito maior que a média mundial.

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Quanto às mortes que aconteceram em rodovias federais especificamente por conta da embriaguez ao volante, não houve significativa queda nessa estatística desde a Lei Seca.

Fiscalizações

A Lei Seca em outros países talvez não necessite de uma fiscalização ostensiva focada na verificação do grau de embriaguez dos motoristas.

No Brasil, porém, com a mudança da lei foram criadas operações com ações de fiscalização frequentes baseadas na aplicação do teste do bafômetroem um grande número de motoristas.

A intenção é promover uma mudança cultural. Como os locais das blitze não são divulgados, o motorista evita beber para não ser pego.

Em um cenário ideal, esse comportamento se torna rotina e o condutor não beberá mais antes de dirigir, independentemente do risco de ser multado.

Como a Constituição Federal estabelece o direito de não produzir provas contra si mesmo, o motorista pode recusar se submeter ao bafômetro.

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As penalidades vinculadas a essa infração são exatamente as mesmas impostas ao motorista cujo resultado do teste do bafômetro indicou o consumo de álcool.

Conclusão

O que você achou da Lei Seca em outros países? Em qual dos exemplos que apresentamos você acha que os legisladores brasileiros podem se inspirar?

É claro que você também pode considerar a Lei Seca brasileira adequada. Afinal, quando algum aspecto da nossa sociedade vai mal, nem sempre a legislação é o cerne do problema – ou a solução.

De qualquer forma, não deixa de ser interessante conhecer a maneira como funciona a Lei Seca em outros países.

Nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, a partir de determinada quantidade de álcool registrada no organismo do condutor, o crime é indiscutível.

Abaixo daquilo, geralmente a penalidade vai depender do comportamento do cidadão. Ele será penalizado se der motivos para isso.

Internamente, existem americanos e canadenses que discordam dessas leis, exigindo regras mais rigorosas.

Assim como no Brasil há muita gente que não está de acordo com a atual Lei Seca, seja por considerá-la excessivamente rigorosa ou muito branda.

Qual é a sua opinião? Concorda com a tolerância zero? E com as penalidades? Deixe sua opinião abaixo e contribua com a troca de ideias sobre o assunto.

Você também pode comentar caso tenha ficado com alguma dúvida sobre a Lei Seca em outros países e no Brasil. Ficaremos felizes em lhe ajudar.

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