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AÇÕES E OFERTA PÚBLICA DE VALORES MOBILIÁRIOS

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Academic year: 2021

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Prof. Ricardo Barbosa da Silveira

CPA ANBIMA

DISCIPLINA

AÇÕES E OFERTA PÚBLICA DE VALORES

MOBILIÁRIOS

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Prof. Ricardo Barbosa da Silveira

UNIDADE 1

Mercado de Ações

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

BOLSAS DE VALORES - BREVE HISTÓRICO

As Bolsas de Valores são de vital importância para uma economia. Elas possuem uma identidade distinta dentro do setor de serviços financeiros. Por meio delas funcionam os mercados de renda variável e de derivativos. Esses mercados estabelecem o valor dos ativos por meio de um mecanismo eficiente de determinação de preços, permitindo que o público saiba quanto valem as empresas de acordo com as últimas notícias e com os mais recentes cenários econômicos.

Breve histórico

Paris – 1141 – regulamentada em 1304 Amsterdam – 1631

Londres – 1698

New York – final do século XVIII BVRJ – 1845

BOVESPA – 1890

A história do setor no país iniciou em 1845 com a criação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Posteriormente, surgiram outras bolsas, com destaque para a Bovespa, criada em 1890 sob a denominação de Bolsa Livre e que a partir de 1895 passou a chamar Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, alterando sua denominação em meados dos anos 1960 para Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA.

Em 2000, foi celebrado um acordo de integração das nove bolsas de valores existentes à época em atividade no Brasil, por meio do qual toda a negociação de renda variável em bolsa, no País passou a ser realizada na BOVESPA. Posteriormente, cinco daquelas bolsas foram encerradas por seus membros. Atualmente existem três bolsas de valores além da Bovespa: a BVRJ ( Bolsa de Valores do Rio de Janeiro), que passou a ser subsidiária integral da BM&F, a BOVMESB (Bolsa de Valores de Minas Gerais, Espiríto Santo e Brasília) e a BOVESBA (Bolsa de Valores da Bahia, Sergipe e Alagoas), porém sem qualquer atividade de negociação de valores mobiliários. Em 2002, a BOVESPA adquiriu a SOMA, assumindo toda a administração da negociação de renda variável mercado organizado no Brasil.

Após esse processo de integração, a BOVESPA e a BM&F passaram a ter campos de atuação bem definidos. A Bovespa passou a responder pela negociação de valores mobiliários, de derivativos de renda variável e de títulos de renda fixa corporativa, enquanto as atividades de compensação e liquidação continuaram sob a administração da CBLC. A BM&F, criada em 1985, passou a responder pela negociação de mercadorias, derivativos de índices, taxa de juros, câmbio e futuros

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governo.

Empresas do Grupo BM&FBovespa

Com a incorporação da BM&F e das ações da Bovespa Holding pela BM&FBOVESPA, a estrutura societária passou a ser a seguinte:

Antes da transformação em Sociedade Anônima de Capital Aberto a Bolsa de Valores e a Bolsa de Mercadorias e Futuros eram associações civis sem fins lucrativos. Seus patrimônios eram representados por títulos que pertenciam as Sociedades Corretoras membros, as quais estão sujeitas à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e obedecem às diretrizes e políticas emanadas do Conselho Monetário Nacional.

Vale mencionar também a SOMA, Sociedade Operadora do Mercado de Ativos S/A responsável pela administração do mercado de balcão para negociação de títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros do mercado, formando um ambiente de negócios que consiste num sistema eletrônico de negociação dirigido por ofertas com a atuação de Formadores de Mercado, mais conhecidos como Market Makers. O sistema permite que as instituições associadas em todo o Brasil processem suas ordens de compra e venda e fechem negócios eletronicamente.

Diferentemente das Bolsas, o mercado de balcão não tem lugar físico organizado. A SOMA teve seu funcionamento autorizado pela CVM em novembro de 1996, com o objetivo original de implantar no Brasil um mercado dirigido por ofertas para capitalização de empresas de todos os portes, mas principalmente aquelas com grande potencial de retorno.

São negociados na SOMA:

- Títulos e valores mobiliários, de companhias de capital aberto, - registrados na CVM para negociação (ações, debêntures, recibos de

carteira de ações e outros);

- Títulos e valores mobiliários emitidos por sociedades beneficiárias de recursos oriundos de incentivos fiscais, registrados na CVM;

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-

de distribuição pública;

- TDA – Títulos da Dívida Agrária emitidos pelo Tesouro Nacional, com registro na CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos.

A custódia e liquidação dos títulos do SOMA e da BOVESPA são realizados pela CBLC, Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.

CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE A BOVESPA

Bolsa de valores é o ambiente onde é realizada a compra e a venda das ações das empresas de capital aberto. A BOVESPA, portanto, não compra nem vende ações, mas sim fornece tudo o que é necessário para que as Corretoras de Valores comprem e vendam ações para os investidores. Práticas eqüitativas de mercado - processo de formação de preços mais transparente e atraente, segundo as quais todos os que comprarem e venderem ações em Bolsa terão o mesmo tratamento, obedecerão aos mesmos procedimentos e terão idêntico acesso à informação. Com isso cria-se uma sistematização cada vez mais formal e pública das operações de compra e venda de ações que possuem as seguintes características fundamentais.

Legitimar compra e venda

Negócios realizados durante o pregão Pregão tem preços públicos

Além das características acima mencionadas existem ainda outros fatores para os quais a Bolsa de Valores contribui de forma acentuada – divulgação da informação como elemento essencial da decisão de investir – DISCLOSURE, tais como:

Dados sobre o desenrolar do pregão. Dados sobre as Cias. Negociadas.

Fundamentos sobre a atividade econômica. Indicadores econômicos.

Portanto as funções da Bolsa de Valores de São Paulo são assim descritas abaixo:

Meio de ligação: permite que pessoas interessadas em aplicarem suas economias em ações invistam nas empresas que precisam de recursos para crescer.

Centro de liquidez: proporciona as condições necessárias para que as Corretoras de Valores possam intermediar as negociações para seus clientes de forma segura, rápida e transparente.

Formação de preços: oferece um ambiente onde os preços são formados pela livre interação da oferta e da procura, atuando para garantir que os negócios sejam realizados seguindo as regras e normas estabelecidas pela CVM. Para isso, utiliza os chamados mecanismos de liquidez e formação de preços.

Ambiente seguro e transparente: a partir do seu poder de auto-regulação, propicia aos investidores, Corretoras de Valores e empresas um ambiente no qual as operações podem ser efetuadas de forma transparente e segura, oferecendo sistemas operacionais adequados com emprego de alta tecnologia e uma equipe

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do mercado.

Missão educativa: transmite os conceitos sobre o mercado acionário para que os investidores conheçam a importância de formar um patrimônio investindo em ações e mostra os seus reflexos para o desenvolvimento econômico do país

Custódia

A custódia e liquidação dos títulos negociados na BOVESPA são feitas pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC.

A CBLC foi criada a partir de uma reestruturação patrimonial da Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, ocorrida em fevereiro de 1998 e tem como objetivo social a prestação de serviços de compensação e liquidação física e financeira de operações realizadas nos mercados a vista e a prazo da BOVESPA e de outros mercados, bem como a operacionalização dos sistemas de custódia de títulos e valores mobiliários em geral.

O nascimento da CBLC representou uma resposta à necessidade do mercado brasileiro de uma estrutura moderna e eficiente, que compreendesse atividades relacionadas à compensação, liquidação, custódia e controle de risco para o mercado financeiro. A constituição da CBLC representou o início de uma nova fase na história do mercado de capitais brasileiro.

De um lado, a CBLC foi organizada de modo a permitir a participação de uma grande variedade de instituições fortes e tecnicamente estruturadas. De outro lado, a CBLC trabalhou no sentido de constituir-se na empresa depositária central do mercado de ações no Brasil, objetivo alcançado quando assumiu o controle da Câmara de Liquidação e Custódia - CLC em abril de 2000.

Atualmente, a CBLC é a responsável pela liquidação de operações de todo o mercado brasileiro de ações.

A Bolsa de Valores no Sistema Financeiro Nacional

Além de ter um poder auto-regulador, a BOVESPA é uma entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional (SFN), sendo assim fiscalizada pelos órgãos governamentais competentes.

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importância.

A BMFBovespa mantém um Fundo de Garantia com a finalidade de assegurar aos investidores do mercado de valores mobiliários, até o limite desse Fundo, o ressarcimento de prejuízos advindos da atuação inadequada de administradores, empregados ou prepostos de corretora membro, que tenha recebido ordem do investidor ou que represente a contraparte da operação, em relação à intermediação de negociações realizadas, exclusivamente, nessa bolsa de valores e ao serviço de custódia.

As operações realizadas no SOMA – Sociedade Operadora do Mercado de Acesso - mercado de balcão organizado administrado pela BOVESPA - não estão cobertas pelo referido Fundo de Garantia ou por qualquer outro mecanismo de ressarcimento de prejuízo.

CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

As Corretoras estão sujeitas às normas do Conselho Monetário Nacional, Banco Central e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários podendo executar os seguintes serviços:

• Comprar e vender por conta de terceiros. • Realizar custódia de títulos.

• Administrar carteiras de clientes, fundos mútuos, clubes de investimento.

• Realizar ou participar do processo de abertura de capital das empresas (operações de underwriting ).

• Operar open market e fundos de investimento financeiro. • Realizar pesquisas e análises de empresas de capital aberto • Relacionamento com o investidor.

Abertura de conta

O investidor precisa abrir uma conta na Corretora através do preenchimento de uma ficha cadastral onde outorga uma procuração para que seja exercida em seu nome compra e venda de ações e também os direitos decorrentes destas ações ( p.ex. dividendos ). Ao realizar qualquer tipo de operação recebe uma nota de corretagem emitida pelo computador da Bolsa que discrimina todas as operações realizadas.

Considerações adicionais

Conforme sua estrutura, o mercado acionário pode ser dividido em duas etapas: Mercado primário – Mercado utilizado pelas empresas para se capitalizarem, através de emissão de novos títulos/valores mobiliários. Para lançar novos títulos no mercado, as empresas fazem emissões públicas, conhecidas como operações de underwriting, ou subscrição ou IPO – Initial Public Offering.

Mercado secundário – Quando o detentor de uma ação de uma empresa deseja se desfazer de sua posição, ele busca no mercado secundário, por intermédio de um corretor, um outro investidor que deseje comprar suas ações. Esta transferência dos títulos entre investidores se dá através das Bolsas de Valores ou do mercado de balcão.

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São títulos emitidos pelas empresas que conferem a seus proprietários direitos patrimoniais ou creditícios sobre as mesmas.

A lei define como valores mobiliários ações, debêntures, notas promissórias e bônus de subscrição.

Por exemplo, as ações conferem direitos patrimoniais aos seus detentores. Já as debêntures conferem direitos credíticios por serem um título de dívida emitido pela empresa.

Ações Notas Promissórias

(Commercial Papers)

Debêntures simples Ou conversíveis em ações

Não tem prazo para resgate Representam menor fração do

Capital da empresa emitente Renda Variável Geram benefícios aos acionistas

Tem prazos para resgate (curto e médio prazos) Representam empréstimos

Tomados no mercado Rendem juros

Tem prazo para resgate e / ou Conversão em ações (longo prazo)

Representam empréstimos Tomados no mercado Rendem juros, além das Atualizações monetárias

SOMENTE AS SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO PODEM DISTRIBUIR AO PÚBLICO OS VALORES MOBILIÁRIOS DE SUA EMISSÃO

AÇÕES

Ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente.

Assim, um acionista não é um credor da companhia, mas um co-proprietário participando dos lucros , podendo ou não assumir as responsabilidades pelos prejuízos .

As sociedades anônimas (S.A.) podem ter o capital fechado ou aberto.

Companhia aberta - é aquela cujos valores mobiliários são admitidos à negociação nos mercados organizados (bolsas de valores e mercado de balcão), e que se encontra registrada no órgão competente (no Brasil, a CVM - Comissão de Valores Mobilários).

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gerais. De acordo com a Lei das S.A., uma empresa tem que emitir um mínimo de 50% do seu capital social em ações ordinárias. Conforme veremos mais adiante, as exigências do investidor e as boas práticas de governança corporativa têm levado as empresas a cada vez mais aumentarem seu percentual de ações ordinárias.

Ações preferenciais – Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. De acordo com a Lei das S.A., 6404, atualizada pela nova Lei nº 10.303/01, as ações preferenciais têm direito adicional a 10% de dividendos, acima do valor destinado aos detentores de ações ordinárias. Entretanto, não dão direito a voto.

As ações apresentam-se ainda, de duas formas:

Nominativas – Neste caso, há a emissão de cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da empresa emitente, identificando o novo acionista.

Escriturais – Não há emissão de cautelas ou movimentação física dos documentos. É como se fosse uma conta corrente. Hoje em dia, quase a totalidade das ações é do tipo escritural, controlada por meios eletrônicos, o que não significa que não haja um controle dos proprietários das ações. O Art. 34. da Lei das S.A. menciona que “o estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar, sem emissão de certificados.”

Direitos dos acionistas

Se uma ação é um título de propriedade de uma empresa, ela deve conter alguns direitos. Vejamos, a seguir, quais os direitos e proventos de uma ação:

Dividendos

Quando a empresa gera lucro, parte desse lucro é distribuído para seus acionistas na forma de dividendos. O restante é utilizado para reinvestimentos e para constituição de reservas. A distribuição de dividendos – como percentual a ser distribuído e as datas de pagamento – é definida em assembléia dos acionistas, após o fechamento dos demonstrativos financeiros anuais. O Art. 201 da Lei das SAs, menciona que “a companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais”. Logo, só há dividendo se houver lucro.

Existem ações que não têm direito aos dividendos daquele exercício específico. São as chamadas “ações ex-dividendos”. Diz-se “ex-dividendos” pois caso o acionista que receberá os dividendos anunciados decida vender a ação, ele a venderá sem este direito àquele dividendo anunciado, retendo esse direito. Isso ocorre por determinação da Bolsa de Valores e é baseado na informação fornecida pela empresa. Ou seja, até um determinado dia, quando a empresa anuncia a distribuição dos dividendos, este direito cabe ao acionista que detém as ações naquela data. Após o anúncio, a ação é negociada sem este direito, para aquela distribuição específica, o que reduz o preço da ação durante o período em que estiver sendo negociada “ex-dividendo”.

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Juros sobre Capital Próprio

O mecanismo dos juros sobre o capital próprio é determinado com a aplicação da TJLP sobre o patrimônio líquido (com alguns ajustes) da sociedade pagadora. A pessoa jurídica poderá deduzir na determinação do lucro real, observado o regime de competência, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação pro rata dia da Taxa de Juros de Longo Prazo.

Bonificação

A bonificação na forma de ações é o resultado do aumento de capital de uma empresa, mediante a incorporação de reservas e lucros, ocasionando a distribuição gratuita de novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. Direitos de subscrição

Ao emitir novas ações, para o aumento do capital da empresa, os acionistas têm a preferência na aquisição destas novas ações, de forma a manter a mesma proporção na participação que detêm na empresa.

Venda de direitos de subscrição

Caso não haja interesse por parte do acionista em adquirir as novas ações oriundas da subscrição, ele poderá vender a terceiros, em Bolsa, este direito.

Split ou desdobramento

Ocorre um split quando uma ação se divide em outras ações. Suponhamos, por exemplo, que o preço de uma ação da empresa X seja R$ 50,00, e a empresa decida fazer um split de 1 para 5. Desta forma, o detentor dessa ação passaria a ter cinco vezes a mesma quantidade de ações, com o preço de 1/5 por ação – R$ 10,00 – do valor original. Num primeiro momento, seu resultado financeiro é nulo. Agrupamento ou inplit

O inplit é o inverso do split. Neste caso, há o agrupamento de uma quantidade de ações para formar uma nova ação. Assim como no split, o resultado financeiro da operação é nulo, no primeiro momento.

Valor das ações

Uma ação pode ter vários valores, a saber:

Valor nominal – Estabelecido pelos estatutos da companhia, conforme na contabilidade da empresa.

Valor patrimonial – Tem por base o valor global do patrimônio líquido da empresa dividido pelo número de ações. Engloba portanto não apenas a conta capital, mas também as reservas.

Valor de liquidação – Determinado no encerramento das atividades da companhia.

Valor de subscrição – Preço definido nas subscrições para aumento de capital. Valor de mercado – É o valor pago no mercado por compradores e depende de uma série de variáveis, tais como o desempenho econômico-financeiro da empresa, seu setor de atuação, sua administração, fatores macroeconômicos, seu fluxo de caixa futuro descontado e condições de mercado, tais como oferta e demanda.

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Considera, entre outros itens, a saúde da empresa e seu fluxo de caixa futuro descontado.1

RESULTADOS ECONÔMICOS DAS AÇÕES.

Dividendos - pagos em dinheiro

Juros sobre capital próprio – pagos em dinheiro.

Lucro na venda ( ganho de capital ) – decorre da valorização do preço da ação no mercado. Pode também ocorrer perda/ prejuízo no caso de desvalorização do preço da ação.

OS IMPOSTOS DAS AÇÕES

Sobre a empresa – imposto de renda sobre o lucro empresarial.

Sobre o acionista – O ganho líquido obtido no mercado à vista é tributado atualmente à alíquota de 15% de imposto de renda como ganho de renda variável. O ganho de renda variável é calculado da seguinte forma: preço de venda menos preço de compra menos custos de transação ( corretagem, taxas/emolumentos ). Ficam isentos do imposto os Ganhos havidos em vendas mensais iguais ou inferiores a R$ 20.000,00.

Sobre o dividendos – são isentos .

Juros sobre o capital próprio são tributados em 15% na fonte

Modalidades operacionais

Mercado a vista

No mercado a vista, ocorre a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações a um preço estabelecido em pregão. Os preços das ações são formados em pregão, pela dinâmica das forças de oferta e demanda de cada papel. A maior ou menor procura por determinada companhia é em função de variáveis como comportamento histórico dos preços e, sobretudo, das perspectivas futuras da empresa emissora, incluindo política de dividendos, prognósticos de expansão de seu mercado e dos seus lucros e influências da política macroeconômica sobre o resultado da empresa.

A realização de negócios no mercado a vista requer a intermediação de uma sociedade corretora credenciada pela Bolsa. A negociação é realizada pelo Sistema Eletrônico de Negociação que permite às corretoras executarem as ordens de clientes sem sair de seus escritórios. O sistema eletrônico funciona ininterruptamente.

Ao dar uma ordem de compra ou venda para o corretor, o investidor pode fazê-lo de formas diversas, apresentadas a seguir:

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características dos valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A corretora deverá executar a ordem a partir do momento que recebê-la.

Ordem administrada – O investidor especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A execução da ordem ficará a critério da corretora.

Ordem discricionária – Pessoa física ou jurídica que administra carteira de títulos e valores mobiliários ou um representante de mais de um cliente estabelecem as condições de execução da ordem.

Ordem limitada – A operação será executada por um preço igual ou melhor que o indicado pelo investidor.

Ordem casada – O investidor define a ordem de venda de um valor mobiliário ou de compra de outro, escolhendo qual operação deseja ver executada em primeiro lugar. Os negócios somente serão efetivados se executadas as duas ordens.

Ordem start/on-stop – O investidor determina o preço pelo qual a ordem deve ser executada.

LIQUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES

Toda operação é registrada automaticamente na BOVESPA ou no SOMA é informada ao sistema de compensação e liquidação da CBLC. A comparação das informações das partes compradoras e vendedoras e validação dos negócios são feitas automaticamente pelo sistema eletrônico de registro. As operações registradas na Bovespa devem ter o investidor final identificado pelas corretoras que atuam como seus intermediários.

Após registradas as operações , os corretores devem iniciar o processo de especificação dos comitentes finais ( identificação de quem vendeu ou comprou as ações ). O processo de identificação dos comitentes é obrigatório e é feito por meio da Rede de Serviços CBLC. Mediante instruções dos Agentes de Custódia e Usuários Especiais de Custódia, o Serviço de Custódia Fungível da CBLC transfere automaticamente da posição do comitente vendedor a quantidade de ações negociada para a posição do comitente comprados. O comprador só é debitado pelo valor da compra se efetivamente as ações forem creditadas em sua posição na custódia fungível.

CICLO DE LIQUIDAÇÂO

D+0 – Dia da operação no Pregão. Único dia para especificação de operações a vista, termo, futuro e opções. Cobertura de termo, futuro e opções. Depósito de margem de garantia (ativos) para operações a termo,e opções.

D+1 - Prazo final para reespecificação de operações do mercado a vista. Depósito de margem em espécie para operações a termo e opções. Liquidação financeira das operações de futuro e opções.

D+2 - Entrega dos relatórios definitivos. Relatório de Previsão de Vendas Descobertas – Potenciais Inadimplentes.

D+3 – Entrega das ações – Liquidação Física (até as 10horas) . Pagamento – Liquidação Financeira (até as 15:30 horas) . Chamada de margem para vendedor inadimplente.

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Ordem de Recompra a favor do comprador (14horas). Início do prazo para execução da recompra.

D+5 – Prazo para execução da recompra e confirmação.

D+6 – Prazo para confirmação e término do prazo para execução da recompra D+7 – Prazo final para confirmação da recompra .

D+8 – Reversão da operação. DAY-TRADE

Muito se especula sobre a questão do day-trade, palavra de língua inglesa adotada pelo mercado, que significa operação (trade) no mesmo dia (day). Em outras palavras, day-trade significa comprar e vender no mesmo dia uma quantidade de ações de uma mesma empresa pelo mesmo investidor, através da mesma corretora e utilizando o mesmo agente de compensação.

A operação será liquidada por saldo em D+3.

Mercado a termo

Uma operação a termo é a compra ou venda, em mercado, de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado, a contar da data de sua realização em pregão, resultando em um contrato entre as partes.

O prazo do contrato a termo é livremente escolhido pelos investidores, obedecendo o prazo mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias corridos. Título-objeto é uma ação negociada a termo. Todas as ações negociáveis na BOVESPA podem ser objeto de um contrato a termo. A precificação a termo de uma ação é função das seguintes variáveis:

 valor cotado no mercado a vista (+)

 parcela correspondente aos juros fixados livremente em mercado para o prazo até o vencimento.

Como observado, o preço de um ativo negociado a termo depende de seu preço no mercado a vista. Desta forma, pode-se concluir que o termo é um derivativo. Uma vez que o investidor, ao comprar uma ação a termo, está contraindo uma obrigação, toda transação neste mercado requer um depósito de garantia na BOVESPA.

Garantias de uma operação à termo:

Toda transação a termo requer um depósito de garantia na sociedade corretora, e desta na CBLC. Qualquer corretora pode pedir a seus clientes garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC.

Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.

 Cobertura - um vendedor a termo que possua os títulos-objeto pode depositá-los na CBLC, como garantia de sua obrigação. Esse depósito, denominado cobertura, dispensa o vendedor de prestar outras garantias adicionais;

 Margem - o valor da margem inicial requerida é igual ao diferencial entre o preço a vista e o preço a termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença entre o preço a vista e o menor preço a vista possível

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CBLC avalia a volatilidade e a liquidez das ações e as condições gerais das empresas emissoras, classificando os papéis em diferentes intervalos de margem. Como regra geral, papéis com maior liquidez e menor volatilidade enquadram-se nos menor intervalos de margem. Periodicamente, há uma reavaliação dos indicadores da ação e da empresa, o que pode significar sua realocação em um intervalo de margem mais adequado à sua nova situação de mercado.

 Margem Adicional - sempre que ocorrer redução no valor de garantia do contrato, decorrente de oscilação na cotação dos títulos depositados como margem e/ou dos títulos-objeto da negociação, será necessário o reforço da garantia inicial, que poderá ser efetuado mediante o depósito de dinheiro ou demais ativos autorizados pela CBLC.

Vale ressaltar que se trata de uma operação de compra de ação com pagamento futuro. Logo, como proprietário das ações negociadas a termo, os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a termo pertencem ao comprador e serão recebidos, juntamente com as ações-objeto, na data de liquidação ou segundo normas especificadas da BOVESPA.

Processos de negociação

Comum – realizado entre dois representantes dos investidores (Corretoras) através do Sistema Eletrônico de Negociação

Direta – o mesmo operador compra e vende representando os interesses dos clientes da sua corretora – passa por um representante da Bolsa que anuncia um negócio direto aguardando um tempo. A operação será fechada pelo melhor preço. Leilão – semelhante à direta .

Oferta – será fechada sem a presença do operador que registra a oferta no Sistema Eletrônico de Negociação

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Tabela de Corretagem

Intervalos Financeiros Variável Parte Fixa R$ Até R$ 135,07 0,0% 2,70 De R$ 135,08 até R$ 498,62 2,0% 2,70 De R$ 498,63 até 1.514,69 1,5% 2,49 De R$ 1.514,70 até R$ 3.029,39 1,0% 10,06 Acima de R$ 3.029,39 0,5% 25,21

Alguns home-brokers cobram corretagem fixa. Nesses casos, o cliente paga um valor fixo (exemplo: R$ 20,00), toda vez que faz uma compra ou venda de algum papel.

Emolumentos

Emolumentos (Vista/Opções) Normal 0,035%

Emolumentos (Vista/Opções) Day-trade Fundos e clubes de investimento / Termo

0,025%

Taxa de Registro

Opções Normal 0,100%

Opções Day-trade 0,020%

Termo 0,040%

Fundos e clubes de investimentos 0,070%

Custódia – Além dos custos acima, há ainda o custo de custódia. A custódia é um serviço onde a empresa custodiante atua como depositária dos títulos. A custódia da Bovespa é feita pela CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. A custódia na CBLC é feita na conta da corretora, em nome do investidor. Para efetuar esse serviço, as corretoras cobram uma taxa de corretagem, que varia de corretora para corretora. Algumas corretoras isentam seus clientes dessa taxa. Há corretoras que cobram uma taxa fixa anual, em outras corretoras a taxa pode ser variável

HOME BROKER

Um conceito pioneiro, em todo o mundo, no atendimento eletrônico e na realização de negócios.

O que é Home Broker?

O Home Broker é o instrumento que permite a negociação de ações via Internet. Ele permite que você envie ordens de compra e venda de ações através do site de sua corretora na internet.

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Corretora da BOVESPA que disponha do sistema Home Broker.

De forma semelhante aos serviços de Home Banking, oferecidos pela rede bancária, os Home Brokers das Corretoras são interligados ao sistema de negociação da BOVESPA e permitem que o investidor envie, automaticamente, através da internet, ordens de compra e venda de ações.

Vantagens

Além da praticidade e rapidez nas negociações, o Home Broker oferece outras vantagens. Confira algumas delas:

agilidade no cadastramento e no trâmite de documentos; acompanhamento de sua carteira de ações;

acesso às cotações (algumas corretoras poderão oferecer também notícias e análises sobre o mercado);

envio de ordens imediatas, ou programadas, de compra e venda de ações; recebimento da confirmação de ordens executadas, etc.

Riscos

Riscos Inerentes ao Mercado de Ações

Ações são ativos de renda variável, ou seja, não oferecem ao investidor uma rentabilidade garantida, previamente conhecida. Por não oferecer uma garantia de retorno ao investimento, este é um investimento considerado de risco. A rentabilidade dos investidores é composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa emissora, além do eventual ganho de capital advindo da venda da ação no mercado secundário (Bolsa de Valores). O retorno do investimento dependerá de uma série de fatores, tais como desempenho da empresa, comportamento da economia brasileira e internacional etc.

Por esse motivo, é aconselhável que o investidor não dependa do recurso aplicado em ações para gastos imediatos e que tenha um horizonte de investimento de médio e longo prazos, quando eventuais desvalorizações das ações poderão ser revertidas.

Riscos Operacionais do Uso da Internet

Qualquer investidor está sujeito a encontrar problemas em suas conexões à internet, devido à diversidade de fatores inerentes ao uso desse meio. Mesmo com a utilização das mais modernas tecnologias de informática, é importante que o usuário tenha certos cuidados básicos ao operar seus equipamentos domésticos, sobre os quais a instituição provedora do serviço não tem responsabilidade e os quais esta não tem formas de gerenciar. As orientações de segurança a seguir poderão minimizar alguns dos problemas que podem ocorrer:

• não divulgue sua senha. Escolha seqüências que misturem letras e números e evite colocar nomes de parentes e datas de aniversários. Altere-a regularmente;

• sempre utilize programas antivírus atualizados e verifique se eles estão ativos antes do acesso à Internet;

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possibilidade de estarem contaminados por vírus;

• atualize seu navegador (browser). A cada atualização, você observa melhorias, inclusive sob o aspecto da segurança;

• evite a utilização de equipamento que não seja de sua confiança e não utilize aplicativos desconhecidos. Você não deve realizar operações em equipamentos públicos;

• sempre acompanhe as movimentações de sua conta por meio de extratos periódicos. Se houver qualquer crédito ou débito irregular, você deve contatar sua Corretora imediatamente.

Na conexão via Internet, estão envolvidas diversas situações sujeitas a problemas, que poderão comprometer sua conexão com a Corretora Home Broker. Entre estas, podemos citar:

• falta de energia elétrica;

• interrupção ou má qualidade de linhas telefônicas, se sua conexão for por meio de acesso discado;

• performance de conexão e capacidade de processamento do provedor de acesso;

• performance do microcomputador utilizado. Riscos relacionados ao ciclo de liquidação

A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC é a responsável pela compensação e liquidação de operações realizadas no mercado a vista da BOVESPA.

No caso de uma operação de venda no mercado a vista, as ações objeto de negociação devem estar disponíveis na conta de custódia do vendedor, para entrega ao comprador, até o horário limite estabelecido pela CBLC.

A não entrega total ou parcial das ações objeto da negociação em D+3 ou a ausência de apresentação de documentos necessários à liquidação caracterizam a falta da entrega de ativos e resultam em multa ao vendedor das ações.

Caso os ativos não sejam entregues, a CBLC aciona, no mesmo dia, o mecanismo de tratamento de falta de entrega - o Processo de Recompra de Ativos - além de cobrar nova multa sobre o valor dos ativos não regularizados.

A ordem de recompra emitida em D+4 é o instrumento que autoriza a contraparte a executar, a preço de mercado, uma nova operação de compra dos ativos adquiridos em D+0 e não recebidos no prazo regulamentar por falta na entrega. Essa ordem de recompra deve ser executada até D+6 e ter confirmada sua execução, perante a CBLC, até D+7. O vendedor em falta com a entrega dos ativos arcará com a diferença de preço da recompra, quando ela ocorrer.

Caso a recompra não seja executada até o prazo estipulado por qualquer que seja o motivo, a CBLC, em D+8, reverterá a operação, retornando os valores financeiros ao comprador da operação. Assim, o cliente deve estar ciente de que uma eventual venda realizada sem ter as ações em sua conta, ou sob a expectativa de seu recebimento por conta de uma compra do mesmo ativo realizada em data anterior,

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demonstrado, caso essa compra sofra problemas em sua liquidação.

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Negócios realizados no Pregão BOVESPA

Nº da Nota Folha Data do Pregão 1 27/7/2009 Corretora CGC 0037 Umuarama S/A CTVM 33968066000129

Praça XV 20 / 12º andar Tel: (021)

2323-2424 Carta Patente Assessor

20010-010 Rio de Janeiro RJ Centro A-69/3314 020 - INVEST

Cliente C.P.F / C.N.P.J / C.O.B

xxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx

PC XV DE NOVEMBRO 20 12°

ANDAR Tel: 23232424 Código do Cliente

2001020010 RIO DE JANEIRO RJ CENTRO xxxxxxxxxxxx Negócios Realizados

C/V Tipo Merc Prazo Especificação do Título Quantidade Preço Financeiro D/C C VIS 0 BISA3 BROOKFIELD ON NM 300 4,92 1.476,00 D C VIS 0 BISA3 BROOKFIELD ON NM 800 4,92 3.936,00 D C VIS 0 BISA3 BROOKFIELD ON NM 100 4,92 492,00 D V VIS 0 PETR4 PETROBRAS PN 300 32,17 9.651,00 C C FRA 0 VALE5 VALE PNA N1 43 32,20 1.384,60 D

C FRA 0 VALE5 VALE PNA N1 27 32,20 869,40 D

C FRA 0 VALE5 VALE PNA N1 10 32,07 320,70 D

C VIS 0 VALE5 VALE PNA N1 100 32,19 3.219,00 D

Resumo dos Negócios Resumo Financeiro

Compra a Vista 11.697,70 Resumo Líquido da Fatura -2.046,70 D

Vendas a Vista 9.651,00 D

Total a Vista 21.348,70 C

Compra de Opção 0,00 Corretagem 138,89 D

Vendas de Opção 0,00 Emolumentos BVSP 4,05 D

Total de Opção 0,00 Emolumentos CBLC 1,28 D

Compra Vista Financiamento 0,00 Taxa de Registro BVSP 0,00 D

Compra a Termo 0,00 Taxa de Registro CBLC 0,00 D

Vendas a Termo 0,00 Taxa Termo BVSP 0,00 D

Total a Termo 0,00 Taxa Termo CBLC 0,00 D

Total a Futuro 0,00 Total das Taxas 144,22 D

Valor das Operações 21.348,70 Líquido para o dia 2009/7/30 -2.190,92 D Obs: Valor ISS : R$6,94

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MERCADO INTERNACIONAL - CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS

Os Certificados de Depósitos, ou DRs, como são conhecidos, são recibos que representam uma quantidade de ações predeterminada, emitidos fora do país onde a empresa tem suas ações registradas e negociadas. Toda vez que um DR é emitido, a quantidade representativa desse DR em ações é bloqueada na custódia do país onde as ações são negociadas, evitando dupla negociação. Uma vez representando ações, um DR dá ao seu titular os mesmos direitos de um acionista, como recebimento de dividendos, por exemplo.

Existem vários tipos de DR, dentre eles podmos citar: (i) Brazilian Depositary Receipt; (ii) American Depositary Receipt; (iii) Global Depositary Receipt; e (iv) European Depositary Receipt.

American Depositary Receipt (ADR) – Certificado de propriedade (recibo) emitido por um banco americano que representa propriedade indireta de um certo número de ações de uma empresa estrangeira específica que são mantidas em depósito (custódia) no país de origem da empresa. Em outras palavras, cada vez que são emitidas novas ADR em Nova Iorque, um número correspondente de ações fica bloqueado aqui no Brasil. Isto evita a negociação da mesma ação duas vezes. Os detentores de ADR têm os mesmos direitos que um acionista. Eles recebem dividendos, têm direito de subscrição de novos ADR e quando a empresa faz um split, suas ADR passam a representar o novo número correspondente de ações. Os ADR brasileiros podem ser negociados na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque) e na NASDAQ, a Bolsa eletrônica americana.

Global Depositary Receipt (GDR) – A diferença de um ADR para um GDR é que o ADR permite apenas a negociação do recibo lastreado por ações nos Estados Unidos e o GDR em muitos mercados ao redor do mundo. Tem, portanto, uma maior abrangência.

Brazilian Depositary Receipt (BDR) - Recibo de empresa estrangeira que representa uma quantidade determinada de ações, emitido no Brasil por empresa estrangeira. Atualmente, apenas duas empresas estrangeiras têm BDR emitidos, são elas: Telefónica e BOB’s.

European Depositary Receipt (EDR) - Recibo de empresa estrangeira que representa uma quantidade determinada de ações, emitido no mercado Europeu por empresa estrangeira.

Os benefícios advindos da utilização desses programas podem ser resumidos em: 1.Simplificação dos negócios entre investidores de diferentes países;

2.Podem permitir maior rapidez no pagamento de dividendos, em vista de não estarem sujeitos à regulação dos fluxos de recursos pelos bancos centrais;

3. Permitem a redução de risco e dos custos;

4. Eliminação das barreiras para novos investidores; 5.Possibilita arbitragem entre mercados;

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recibos

7. Os recibos de depósito de ações poderão estar se referindo a ações já existentes ou a novas ações a serem emitidas.

Os programas de DR podem ser divididos em três níveis: I, II e III. O nível I é o mais simples, permitindo que as companhias tenham acesso ao mercado americano e não americano. Os recibos podem ser negociados no mercado de balcão americano e em outras bolsas do resto do mundo.

No nível II, os recibos podem ser negociados nas bolsas dos EUA. Somente no nível III, as empresas passam a ter condições para captar recursos, sendo que os recibos podem ser negociados tanto em bolsa de âmbito nacional como na Nasdaq. As exigências de informações e, conseqüentemente, os custos sobem a cada nível, sendo menores no primeiro nível que no segundo e terceiro, respectivamente.

O último aspecto relevante é que o preço dos recibos reflete o preço das ações nos países de origem das empresas, apenas agregando possíveis distorções relativas a variações cambiais entre as moedas dos países envolvidos ou a outras modificações nos quadros macroeconômicos dos paises.

Níveis de DR

Existem três níveis de DR, a saber:



Nível 1



Nível 2



Nível 3

Conforme o nível vai aumentando, aumentam-se as exigências do órgão regulador e fiscalizador do mercado de DR (SEC nos Estados Unidos e CVM no Brasil), no que tange a questão da profundidade das informações que as empresas têm que enviar, sobre a emissão e a instituição.

Nos Estados Unidos, tem também ADRs que seguem a regra 144-A. Esses ADRs só podem ser vendidos fora de Bolsa para investidores institucionais.

Veja abaixo a diferença entre os quatro tipos: Nível I:

• Não precisa atender normas contábeis americanas; • Envolve maiores riscos devido a carência de informações;

• Negociadas no mercado de balcão (fora do mercado autorizado);

• Não é lançamento de novas ações;

• Ações adquiridas no mercado secundário;

• Tem o objetivo simples de colocar ações no mercado norte-americano, preparando o terreno para futuros lançamentos primários;

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exigências da Securities and Exchange Comission - SEC (CVM norte-americana).

Nível II:

• Deve atender normas contábeis americanas; • Não é lançamento de novas ações;

• Exige envolvimento direto da empresa para atender as exigências da SEC, por ser obrigatório o registro do ADR em Bolsa de Valores;

• Há negociação em bolsa.

Nível III:

• Mais completo e oneroso; exige envolvimento direto da empresa para atender as exigências da SEC

• Deve atender normas contábeis americanas;

• Tem como objetivo o levantamento de recursos para a empresa;

• Atendimento total às exigências da SEC e das Bolsas;

• Como no nível II, deve prever um programa de divulgação institucional de alta qualidade.

Existe também o Nível 144 A, o qual é muito pouco utilizado pelas empresas brasileiras, porém merece ser mencionado e possui os seguintes atributos:

• Menos oneroso que o nível III; • É lançamento privado;

• Negociado no Sistema Portal;

• Colocado apenas para investidores institucionais qualificados; • Não há necessidade de formalidades de registro em Bolsa.

Empresas brasileiras com programas de DR aprovados2

Para conhecer a lista de empresas que possuem ADRs emitidos consulte :

www.cvm.gov.br - informações sobre Cias Abertas – programas de DRs aprovados.

2

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Índices do mercado acionário

O índice é um indicador de desempenho que serve para avaliar a performance do mercado durante determinado período.

Índices de ações do mercado brasileiro:

• Índice Bovespa - Ibovespa • Índice Brasil 50 - IBrX-50 • Índice Brasil - IBrX

• Índice Brasil Amplo - IBrA • Índice Mid-Large Cap - MLCX • Índice Small Cap - SMLL

• Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE

• Índice Carbono Eficiente - ICO2

• Índice Setorial de Telecomunicações - ITEL • Índice de Energia Elétrica - IEE

• Índice do Setor Industrial - INDX

• Índice de Consumo - ICON • Índice Imobiliário - IMOB • Índice Financeiro - IFNC

• Índice de Materiais Básicos - IMAT

• Índice Utilidade Pública - UTIL • Índice Valor BM&FBOVESPA - IVBX-2

• Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada - IGC • Índice de Governança Corporativa Trade - IGCT

• Índice de Ações com Tag Along Diferenciado - ITAG • Índice de Dividendos - IDIV

Cada índice tem sua metodologia de cálculo. Entretanto, todos são formados por uma carteira teórica de ações, carteira esta, agrupada segundo algum critério. As carteiras teóricas de todos os índices de ações podem ser obtidas na internet, no site da Bovespa, www.bovespa.com.br.

IBOVESPA – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BM&FBOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de

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sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968.

É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes.

Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice Bovespa representa fielmente o comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das negociações à vista observadas nos pregões da BM&FBOVESPA.

Finalidade

A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BM&FBOVESPA.

Representatividade do Ibovespa

• Em termos de liquidez:

As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote-padrão) da BM&FBOVESPA.

• Em termos de capitalização bursátil:

As empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do somatório da capitalização bursátil de todas as empresas com ações negociáveis na BM&FBOVESPA.

Divulgação e Acompanhamento

A BM&FBOVESPA calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira.

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Transparência

Uma metodologia de cálculo simples, com seus dados à disposição do público investidor, assegura uma grande confiabilidade ao Índice Bovespa. Isto pode ser constatado pela chancela do mercado, traduzida pelo fato do Ibovespa ser o único dos indicadores de performance de ações brasileiras a ter um mercado futuro líquido (um dos maiores mercados de contrato de índice do mundo).

Segurança, Confiabilidade e Independência

A BM&FBOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos constantes de sua metodologia.

Exemplo carteira Ibovespa

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

ALLL3 ALL AMER LAT ON NM 48,85191178755 0,974

AMBV4 AMBEV PN 11,68648361887 0,793 BBAS3 BRASIL ON NM 60,33045014481 2,760 BBDC4 BRADESCO PN ED N1 61,44601816964 2,898 BISA3 BROOKFIELD ON NM 58,38215377238 0,697 BRAP4 BRADESPAR PN N1 13,94428070161 0,909 BRFS3 BRF FOODS ON NM 30,72780069565 1,339 BRKM5 BRASKEM PNA N1 19,31733862587 0,566

BRTO4 BRASIL TELEC PN 20,65129489031 0,391

BTOW3 B2W VAREJO ON NM 13,82184468298 0,548 BVMF3 BMFBOVESPA ON NM 197,38323082781 3,390 CCRO3 CCR RODOVIAS ON NM 11,45477196873 0,783 CESP6 CESP PNB N1 14,99228070957 0,628 CIEL3 CIELO ON NM 73,38855037531 1,429 CMIG4 CEMIG PN N1 27,72905707730 1,110 CPFE3 CPFL ENERGIA ON NM 7,39633003585 0,452 CPLE6 COPEL PNB N1 10,16592351471 0,633

CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 3,18647144540 0,385

CSAN3 COSAN ON NM 18,97337337324 0,686

CSNA3 SID NACIONAL ON 55,80533779882 2,266

CYRE3 CYRELA REALT ON NM 58,82197982560 1,595

DTEX3 DURATEX ON EJ NM 23,17090681002 0,592 ECOD3 ECODIESEL ON NM 613,87218248903 0,758 ELET3 ELETROBRAS ON N1 23,21693168943 0,791 ELET6 ELETROBRAS PNB N1 16,43367001497 0,696 ELPL4 ELETROPAULO PN N2 13,60041200647 0,639 EMBR3 EMBRAER ON NM 32,97304503566 0,693 FIBR3 FIBRIA ON NM 33,83429152640 1,238 GFSA3 GAFISA ON NM 90,20044018787 1,422 GGBR4 GERDAU PN N1 91,08954877345 3,216

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Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

GOLL4 GOL PN N2 22,53801503940 0,762 HYPE3 HYPERMARCAS ON NM 30,32191797109 0,844 ITSA4 ITAUSA PN N1 108,83107980764 1,982 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN N1 67,10092443132 3,750 JBSS3 JBS ON NM 117,19286338087 1,090 KLBN4 KLABIN S/A PN N1 58,81300697170 0,488

LAME4 LOJAS AMERIC PN INT 49,30131523079 1,020

LIGT3 LIGHT S/A ON NM 14,33768183939 0,566

LLXL3 LLX LOG ON NM 75,39026934851 0,459

LREN3 LOJAS RENNER ON NM 13,17962469745 1,027

MMXM3 MMX MINER ON NM 83,92474229544 1,282

MRFG3 MARFRIG ON NM 33,05097856713 0,691

MRVE3 MRV ON NM 59,92604511688 1,215

NATU3 NATURA ON NM 11,94310761724 0,767

OGXP3 OGX PETROLEO ON NM 166,52839974065 4,433

PCAR5 P.ACUCAR-CBD PNA N1 9,48991839337 0,867

PDGR3 PDG REALT ON NM 165,47778163132 2,334

PETR3 PETROBRAS ON 65,68090478844 2,986

PETR4 PETROBRAS PN 265,64686120667 10,682

PRTX3 PORTX ON NM 75,39026934851 0,380

RDCD3 REDECARD ON NM 41,29703758354 1,279

RSID3 ROSSI RESID ON NM 48,95159163324 0,977

SANB11 SANTANDER BR UNT N2 29,77666691635 0,903

SBSP3 SABESP ON NM 4,94889027798 0,305

TAMM4 TAM S/A PN N2 15,19666239051 0,813

TCSL3 TIM PART S/A ON 15,13749586440 0,164

TCSL4 TIM PART S/A PN 99,94669758007 0,896

TLPP4 TELESP PN 2,41802999251 0,143

TMAR5 TELEMAR N L PNA ES 2,46684509332 0,183

TNLP3 TELEMAR ON 5,01111011341 0,266

TNLP4 TELEMAR PN 23,73789166233 0,942

TRPL4 TRAN PAULIST PN N1 2,58886419678 0,193

UGPA4 ULTRAPAR PN EB N1 11,94118061015 0,451

USIM3 USIMINAS ON N1 16,10669612461 0,626

USIM5 USIMINAS PNA N1 100,45926259705 3,104

VALE3 VALE ON N1 33,82808012319 2,853

VALE5 VALE PNA N1 154,67212783231 11,416

VIVO4 VIVO PN 9,34927831104 0,761

Quantidade

Teórica Total 3.888,44566753248 100,000

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O IBrX – Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações negociadas na BOVESPA e selecionadas de acordo com o critério de capitalização de mercado. Criado em final de dezembro de 1995, o IBrX teve sua divulgação iniciada em início de janeiro de 1997.

Assim como o Ibovespa, o IBrX tem sua carteira reavaliada a cada quatro meses. Para fazer parte da carteira do IBrX, as ações têm que atender cumulativamente aos seguintes critérios:

Estar entre as 100 melhores ações classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade, apurado nos doze meses anteriores à reavaliação.

A ação tem que ter sido negociada em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira do índice.

Não podem estar sob regime de concordata preventiva, processo falimentar, situação especial, ou ainda sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação.

Para conhecer os demais índices

http://www.bmfbovespa.com.br/indices/BuscarIndices.aspx?idioma=pt-br

UNIDADE 2

OFERTA PÚBLICA DE VALORES MOBILIÁRIOS

EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS

Constituição da Empresa Limitada - Um representante autônomo, a cada dia fechando contratos maiores, decide transformar-se numa empresa limitada, contratar vendedores, alugar uma sede, etc. Ele está provavelmente agindo no momento correto, porque existem outros representantes que ameaçam o seu espaço atual.

Constituição da Sociedade Anônima - Após anos de expansão, os sócios decidem compartilhar seu patrimônio e resultados com seus colaboradores ou aceitar investimentos de outras empresas que também acreditam na sua expansão. Para isso, a Ltda. transforma-se em S.A. e passa a emitir ações.

A Abertura de Capital - A S.A. percebe que só permanecerá competitiva se realizar investimentos que lhe garantam ganhos de escala e de qualidade. Dado o montante dos recursos necessários, abre seu capital, ao concluir que é mais racional obtê-los atraindo novos acionistas do que se endividando. Outro exemplo de respeito ao tempo de mudança.

Companhia aberta - é aquela cujos valores mobiliários são admitidos à negociação nos mercados organizados (bolsas de valores e mercado de balcão), e que se encontra registrada no órgão competente (no Brasil, a CVM - Comissão de Valores Mobilários).

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• São sociedades anônimas:

O seu capital é dividido em ações. As S.A.s cujos valores mobiliários não são admitidos nos mercados organizados são classificadas como companhias fechadas.

• São fiscalizadas pela CVM:

CVM é a Comissão de Valores Mobiliários, autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda. Tem papel normatizador e fiscalizador, visando estimular o mercado de capitais e proteger os investidores.

• Devem divulgar informações:

São obrigadas a prestá-las ao mercado, ao grande público, às bolsas de valores ou entidades de balcão organizado e à própria CVM, de forma padronizada, de modo a garantir transparência (disclosure) aos investidores.

• Propiciam acesso acionário:

A negociação nas bolsas de valores significa que uma parcela de seu capital tem sua propriedade disponível à negociação.

O PROCESSO DE ABERTURA

Underwriting – significa subscrição, emitir títulos para captar novos recursos junto aos investidores. A operação de underwriting faz parte do mercado primário, pois existe uma transferência de recursos diretamente do investidor para o caixa da empresa.

Tipos de Underwriting-

Firme – a instituição mediadora subscreve todo o lote de títulos, paga-os integralmente à empresa emitente e se encarrega de colocá-los posteriormente no mercado.

Residual – a instituição mediadora compromete-se a absorver os títulos eventualmente não vendidos, garantindo à empresa o recebimento da totalidade dos recursos previstos.

Melhores Esforços – o risco da não colocação dos títulos corre exclusivamente por conta da empresa emissora. A instituição mediadora compromete-se apenas a fazer o melhor esforço na venda.

Book –building – Os valores mobiliários (debêntures e ações, por exemplo) são oferecidos em uma oferta primária ou secundária a um determinado preço, que pode ser fixo ou resultar do processo de bookbuilding.

A formação de preço pelo mecanismo de bookbuilding considera a demanda apresentada pelos investidores (quantidade que cada um deseja comprar) e o preço máximo por ativo que cada um está disposto a pagar.

Em outras palavras, o bookbuilding consiste na recolha de intenções de compra, respectivas quantidades e preços, de forma a que os colocadores da emissão de titulos possam determinar o preço ao qual esta deve ser colocada. É um mecanismo onde, durante um período de tempo pré-estabelecido, são recebidas as ordens dos investidores particulares e institucionais. Neste processo podem ser estabelecidos preços mínimos e máximos.

Esta apuração das ofertas de intenções de compra de investidores auxilia a companhia na definição da remuneração do título sendo colocado, pois permite que o coordenador tenha uma melhor percepção das condições do mercado.

Ou seja, o bookbuilding é o processo pelo qual um coordenador busca determinar o preço de lançamento de uma oferta pública, baseado na demanda de grandes investidores. Esse processo realiza uma consulta prévia para definição de

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subscrição.

Nos casos em que é adotada a prática de bookbuilding pelas instituições intermediárias, é necessário que a CVM tenha previamente analisado todos os documentos necessários ao registro, antes da fixação da remuneração.

Por fim, é importante salientar que, caso o título esteja sendo colocado com mais de uma série com bases de remuneração diversas, o processo de bookbuilding pode também se prestar para determinar a alocação, em cada uma dessas séries, do volume a ser captado.

Vantagens da abertura de capital

Os benefícios que a abertura de capital pode oferecer ás empresas são amplos e consistentes:

• Fonte de recursos para investimento • Reestruturação de passivos

• Aumento na capacidade de endividamento • Liquidez patrimonial para os acionistas • Flexibilidade para arranjos societários • Fortalecimento da imagem institucional • Aumento do nível de profissionalização • Participação acionária dos funcionários

Desvantagens Comumente Citadas:

• Falta de confidencialidade nos assuntos da companhia; • Custos inerentes à abertura;

• Necessidade de distribuir dividendos;

• Receio de perda do controle são os motivos mais citados pelos empresários que resistem à abertura de capital.

Os contra-argumentos são, respectivamente:

A autorização da CVM para manter-se sigilo (após apreciação reservada) quanto a assuntos cuja revelação notoriamente prejudique a empresa e os próprios acionistas; a expectativa de ganhos de escala muito superiores aos referidos custos; a possibilidade legal (até os 25% mínimos) da estipulação de uma política justa e não danosa de distribuição de dividendos; e fato de que o empresário sempre pode limitar o número de ações que deseja comercializar.

ETAPAS DA ABERTURA DE CAPITAL

1. Análise preliminar :estudo sobre a viabilidade /interesse 2. Contratação de Auditoria Externa Independente.

3. Contratação de Intermediário Financeiro 4. Contrato de Coordenação e Distribuição

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6. AGE deliberativa da operação – Autorização da Assembléia Geral. 7. Nomeação de um Diretor de Relações com Investidores.

8. Criação de uma área de atendimento aos acionistas/debenturistas

9. Processos de obtenção dos registros na CVM ( registro de emissão e registro da companhia ).

10. Processo de registro da empresa em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão Organizado.

11. Anúncio de início de distribuição pública.

12. Divulgação da empresa junto ao público investidor. 13. Liquidação financeira .

14. Anúncio de encerramento de distribuição pública .

Fixação do Preço de Emissão

Este é um tópico especial e merece um destaque especial . O artigo 170 da Lei nº 6404/76, modificado pela Lei nº 9457/97, define que o preço de emissão deve ser fixado sem que haja diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência na subscrição do aumento de capital. O preço fixado deverá decorrer, alternativa ou conjuntamente:

1) da perspectiva de rentabilidade da empresa; 2) do valor do patrimônio líquido da ação ;

3) da cotação de suas ações em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado, admitidos ágio ou deságio em função das condições de mercado.

Abertura de Capital via distribuição secundária de ações /

block trade.

Essa operação consiste em colocar no mercado um lote de ações, geralmente de certa magnitude , pertencente a um acionista ou a um grupo de acionistas . As poupanças dos investidores não são canalizadas para o caixa da empresa, e sim para o caixa dos acionistas . è uma operação de mercado secundário.

Existem dois tipos de leilões, conforme discriminados abaixo:

O leilão é o método mais comum nas ofertas públicas. Podemos citar dois tipos de leilões:

Leilão Competitivo - O Leilão do tipo competitivo considerará, para efeito de apuração, as taxas ou os preços unitários ofertados por cada vencedor.

Dessa forma, os vencedores poderão receber taxas ou preços diferentes para as suas respectivas quantidades ofertadas.

Leilão Holandês - O Leilão do tipo holandês considerará, para efeito de apuração, uma taxa única (taxa de corte) ou preço unitário aceito pelo Emissor. Dessa forma, os vencedores do leilão receberão a mesma taxa ou preço para as suas respectivas quantidades ofertadas.

No caso de um leilão do tipo holandês, a escolha da Taxa ou PU que será definido como padrão para todas as outras ofertas contempladas será a da última melhor oferta (valor de corte).

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Prof. Ricardo Barbosa da Silveira

ALGUNS ASPECTOS E INSTITUIÇÕES RELEVANTES NO PROCESSO DE EMISSÃO DE DEBÊNTURES.

Agente Fiduciário

O agente fiduciário é o representante dos debenturistas junto à empresa. Assume a responsabilidade defender os direitos desses debenturistas, devendo agir em nome destes nos termos fixados na Lei nº 6.404/76, podendo inclusive pedir a falência da companhia em vista do atraso no pagamento dos encargos devidos por esta.

O principal serviço prestado aos debenturistas é a confecção de um relatório anual, informando a situação econômica e financeira da companhia e a capacidade de pagamento das obrigações pela empresa.

Banco Escriturador – é o responsável pela escrituração e a guarda dos livros de registro e transparência de valores mobiliários. Numa emissão de debêntures, portanto, deve haver um agente escriturador, que normalmente assume também a função de Banco Mandatário.

Banco Mandatário – tem a função de processar as liquidações físicas e financeiras entre sua tesouraria e a instituição custodiante (ex.: a Cetip). Além disso, o banco mandatário verifica a existência, autencidade, validade e regularidade da emissão da debênture, a quantidade emitida, série e emissão das mesmas, e atua como fiel depositário das debêntures.

Quando há a ocorrência de repactuação, o banco mandatário confere os registros das debêntures que não serão repactuadas ou que tenham sido objeto de exercício de opção de venda, se houver.

Rating

A avaliação de uma emissão de um título de dívida de uma empresa ou governo é parte integrante desse mercado hoje em dia. As agências de rating fornecem uma análise fundamentalista com base em crédito para todo tipo de emissão. Elas analisam a companhia emissora do título, bem como a emissão específica, para determinar a probabilidade de default3 e informar o mercado dessa probabilidade através dos ratings, que se resumem em uma nota final.

Rating pode ser definido, portanto, numa nota final que resulta de uma opinião que uma agência tem sobre o risco relativo da emissão de uma empresa ou governo, baseada na:

i. capacidade e vontade do emissor para pagar completamente e no prazo acordado, principal e juros, durante o período de vigência do instrumento de dívida; e ii. severidade da perda, em caso de inadimplência.

Para dar essa classificação ao título, a agência de rating considera a expectativa de capacidade de pagamento da empresa emissora, durante a vida do título, juntamente com o histórico e a posição financeira da companhia. Dado que quanto maior o prazo do título, maior a imprevisibilidade, pode-se dizer que o fator tempo influencia consideravelmente a classificação do rating da empresa.

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Ocorre o default quando a empresa não honra sua dívida. É um termo comumente utilizado no mercado financeiro.

Referências

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