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IV QUADRO CLÍNICO: PÉ CAVO

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Academic year: 2021

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PÉ CAVO I – DEFINIÇÃO:

Deformidade em eqüino fixa do antepé sobre o retropé

algumas vezes associada á artelhos em garra

Está associado com alta taxa de incidência familiar.

II – ETIOLOGIA :

Existem casos que são congênitos e outros que são idiopáticos, mas a maioria é secundária á alguma doença neuromuscular subjacente , ex:

- Músculo : distrofia muscular( pé cavo miopático)

- Sistema Nervoso Periférico: D. de Charcot-Marie-Tooth,

trauma do nervo ciático

- Medula Espinhal: poliomielite, mielomeningocele, tumores

medulares

- Trato Espinocerebelares : ataxia de friedreich, síndrome de

Roussy Levy

- Trato Piramidal e Extra-piramidal: paralisia cerebral

- Cerebral : histeria

III – ETIOLOGIA : ( TEORIAS)

- Bentzon: existe um desequilíbrio muscular entre o músculo tibial anterior(fraco)

e o fibular

longo(forte) levando á pronação do antepé e flexão plantar

do 1º mtt

. Para substituir a ação dorsoflexora do tibial anterior os extensores dos artelhos hiperextendem as F1.O flexor longo dos dedos flexionam as falanges distais dos artelhos caracterizando o dedo em garra

-

Fraqueza isolada do músculo fibular curto: portanto o

fibular longo se hipertrofia tornando-se mais forte que

o tibial anterior, mecanismo supra-citado)

- Paralisia da musculatura intríseca do pé :

- Paralisia do tríceps sural: os flexores dos artelhos compensam a disfunção do tríceps levando ao dedo em garra.

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- Pé Cavo Simples : flexão plantar uniforme (coluna medial

e lateral) do antepé com distribuição igual de peso no 1º e 5º

metatarso. O calcâneo está em neutro

- Pé Cavo Varo: apenas a coluna medial do antepé está em eqüino,

portanto o 5º mtt está normal. Na deambulação devido á excessiva

pressão no eixo do 1º mtt o retropé inverte-se compensatóriamente

e c/ o tempo esta deformidade em varo torna-se rígida.

-

Pé Calcâneocavo: o antepé está em eqüino e o retropé em

posição calcânea devido a paralisia do tríceps sural. Visto

em casos de paralisia flácida como na mielomeningocele ou

poliomielite.A proeminência plantar da face posterior do

calcâneo leva á formação de calosidades em excesso

criando uma deformidade semelhante á um cabo de

pistola(pistol grift deformity)

- Pé Equinocavo: o antepé, retropé e o tornozelo estão

em eqüino devido á contratura do tríceps sural.

Geralmente é secundário ao PTC.

A elevação do arco longitudinal medial do pé é fixa

devido á contratura de partes moles: flexor do hálux e dos

dedos, fascia plantar, abdutor do hálux e do 5º mtt,

interósseos, inserções do tibial posterior, ligamento em Y,

cápsula das art naviculocuneiformes e

metatarsocuneiformes.

Posteriormente desenvolverão as deformidades ósseas. Os artelhos podem ser normais mas geralmente estão em garra(hiperextensão da art mtf + flexão da ifd), levando á formação bolsas dolorosas no dorso da art interfalangiana(devido ao atrito c/ calçado). Existem casos em que a deformidade é tão grave que os artelhos não tocam no solo alterando a marcha e levando á maior pressão na cabeça do mtt formando ceratose plantar. Ao exame físico existem 02 testes que avaliam a flexibilidade das deformidades:

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- Tes

te de Coleman e Chesnut : apóia-se a borda lateral do pé

em um bloco de madeira(2,5 á 4 cm),

deixando do 1º ao 3º dedo pendendo livre p/ flexão plantar e

pronação. Se o varismo do retropé for flexível ele valgisará

durante esta manobra significando que a causa do varismo

está no ante pé(portanto a correção cirúrgica deve ser feita

apenas no ante pé). Caso contrário deve-se abordar tanto o

antepé como o retropé

-

Teste de Kelikian Ducroquet: dorsoflexão pasiva das

cabeças do mtt( empurrar p/ cima) leva á correção do

artelho em garra(se for flexível), isto é , as art mtf

flexionam-se e a if hiperestendem

V – RADIOLOGIA:

- Rx de pé (AP + PERFIL) com carga :

AP: Â talocalcaneano no pé cavo está diminuido

PERFIL:

 Â de Méary : formado pelo eixo longitudinal do tálus e do 1º mtt 0 graus  Â de Hibbs: formado pelo eixo longitudinal do metatarso e do calcâneo 150  Pitch do calcâneo( â calcâneo – solo): no pé cavo > 30º

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VI – TRATAMENTO :

A) Conservador: indicado em casos iniciais e brandos, o tratamento é sintomático e não

corretivo: palmilhas com apoio retrocapital(alivia a pressão na cabeça dos mtt), elevação de 03 á 04 mm do bordo lateral do salto( se o retropé estiver em inversão).

B)Cirúrgico: é o tratamento efetivo do pé cavo pois o

conservador é apenas sintomático. O tipo de cirurgia

dependerá da etiologia e severidade do pé além de idade do

pcte.

- Liberação de partes moles: indicado em pés cavos flexíveis

até 06 anos de idade. Todas as estruturas plantares são

liberadas: flexor curto dos dedos, fascia plantar, abdutor curto

do hálux e do 5º mtt, cápsula das art tarsometatarsianas, lig

calcâneocubóides, calcâneonavicular e spring. A técnica de

Steindler modificada por Tachdjan a incisão é central na

planta do pé , pois a original( incisão no lado medial) leva á

deformidades devido á contratura da cicatriz além do risco de

lesão neurovascular no intra-operatório.

- Transposição tendinosa: utilizadas p/ estabelecer um equilíbrio muscular em pés cavos flexíveis, especialmente quando na dorsoflexão ativa do pé os artelhos hiperestendem, mas a cabeça do mtt permanece em eqüino. Antes da transferência é necessário a liberação de partes moles na face plantar. As técnicas mais utilizadas são a transferência do tibial anterior p/ o dorso da base do 1º mtt ou extensor longo do hálux p/ o 1º mtt(Robert Jones). Se houver uma deformidade fixa do 1º raio realiza-se a técnica de Fowler(uma osteotomia de adição na face plantar do cuneiforme medial) associado á R. Jones e transferência do extensor longo para o colo do 2º, 3º, 4º metatarso

- Procedimentos ósseos: indicado em pés esqueléticamente

maduros ou em pcte > 06 anos que apresentem deformidade

ósseas estruturadas. Basicamente as técnicas utilizadas são para

corrigir a deformidade em eqüino do antepé e o varismo do

retropé. Porém aqui também deve-se liberar inicialmente os

tecidos moles plantares.

a) osteotomia em cunha dorsal de subtração dos cuneiformes e

cubóide: indicada quando o ápice da deformidade está no

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mediopé. Ela encurta o pé portanto não deve ser feita em pé

esqueléticamente imaturo.

b) Osteotomia em V do tarso( Japas): c/ depressão plantar da

base do fragmento distal e fixação. Ela não encurta o pé,

mas não é indicada em pés imaturos.

c) Osteotomia de subtração dos 4 mtt laterais c/ ressecção em

cunha dorsal e artrodese da art mtt-cuneiforme do hálux:

indicada em pés imaturos cujo o ápice da deformidade

esteja localizada anteriormente á art mtt-társica

d) Tríplice artrodese em “bico”: indicada nas deformidade

cavo posterior. Nesta técnica resseca-se parte articular do

tálus(em bico),calcâneo, navicular e cuneiforme

e) Osteotomia de fechamento lateral(Dwyer): existe á osteotomia de abertura medial( também descrita por Dwyer), mas não é recomendada devido á problemas de fechamento da ferida

Tríplice artrodese : indicado no pé cavo varo paralítico ou na deformidade em varo fixo for na art subPE CAVO

Definido por elevação exagerada do arco longitudinal,

devido a flexão plantar rígida do 1 raio, associado a

variados graus de varismo do retrope, adução do antepe

e garra dos dedos

Pode causar dor na região do retrope, , antepe ou mista

Impressão da pegada plantar só estão apoiadas as

cabeças metartarsais e coxim plantar do calcanhar

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A flexibilidade fica diminuída devido a verticalização

da talocalcaneana, diminuindo a mobilidade da subtalar

durante a marcha

 Classificação:

Tipo/local Antepe Retrope

Pe normal Equilibrado Neutro ou valgo discreto

Pe cavo varo Flexão plantar Varo

Pe calcaneocavo Eqüino rígido Calcâneo

Pe equinovaro Eqüino equino

Etiologia : manifestação de um distúrbio

neuromuscular com algum desequilíbrio muscular. Pelo

menos 2/3 dos pacientes que buscam tratamento para

pe cavo doloroso apresentam alteração neurológica e

metade destes apresentam alguma das formas da

doença de Charcot Marrie Tooth

-Neuromuscular

- Doença muscular (distrofia muscular tipo Becker, deformante, etc)

- Neuropatia dor nervos periféricos e das raízes lombossacras (charcot marrie tooth, mielomeningocele, etc)

- Doenças da medula espinhal e do trato espinocerebelar (Ataxia de Friedreich) - Doença cerebral e cerebelar

Congenita - PTC - Artrogripose - Pe cavo congênito Hereditária - Pe cavo idiopatico

- Familiar (considerar possibilidade de charcot Marrie Tooth) Traumática

- Sd compartimental

- Seqüelas de esmagamentos

- Lesões tendineas por ferimentos lacerantes - Tendão calcâneo alongado excessivamente

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Fraqueza do M.Tibial anterior esta presente

em alguns tipos de pe cavo e é característico

de Charcot Marrie Tooth

Fascia plantar fica cada vez mais retraída devido a ação

dos músculos intrínsecos do pe e dos flexores plantares

e também fraqueza dos músculos extensores

Quadro clinico

 Dificuldades no uso de calçados, devido a configuração em cavo do pe

 Dor no pe associadas a marcha prolongada, corridas e tempo prolongado em pe, devido a diminuição da amplitude da subtalar, levando a diminuição da capacidade de absorver impacto

 Deformidades do retrope - Pich do calcâneo >30º

- Aponeurose plantar extremamente tensa nos casos graves - Deformidade óssea fixa

- Pé calcaneocavo – proeminência exagerada da tuberosidade do calcâneo, com atrofia do tríceps sural

Deformidades do antepe

- Adução do antepe

- Marcha sobre borda lateral do pe, se o retrope estiver em varo - Marcha sobre a borda medial do pé se o antepe estiver em pronaçao - Dedos em garra pode ser a única queixa do paciente

Exame físico

 Exame neurológico completo é mandatorio

 Teste dos blocos de Coleman – avaliação da flexibilidade do retropé ,é o teste mais importante para o planejamento cirúrgico

 Exame da amplitude articular do pe e tornozelo Exames

 Radiografias em AP – documenta o grau de adução do antepe

 Radiografias em perfil – útil para o calculo do varismo pelo método de Meary (longo eixo do talus e 1º MTT)

 Radiografia, RNM coluna vertebral - procurando alguma patologia no interior da coluna vertebral

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 Pesquisa de potenciais evocados

 Eletroneuromiografia Tratamento conservador

 Não existe cura ou tratamento para muitas lesões neurológicas que causam pé cavo. Além disso fraqueza e desequilíbrio muscular não são reversíveis. A deformidade plantar progride com a evolução da doença

Modificações nos calçados, orteses suro suropodálicas e

fisioterapia não conseguem alterar o desenvolvimento do pé

cavo varo

O uso de palmilhas com suporte para o arco e uso de calçados

corretivos pode aliviar a dor e melhorar a marcha nos casos

mais leves]

Tratamento cirúrgico

 3 principios básicos: corrigir todas as deformidades(uma de cada vez), reequilibrar as forças musculares restantes e deixar possibilidades para novas correções

Indicações cirúrgicas básicas: evidencia de

deformidade progressiva, calosidades

dolorosas,sor cabeças metartarsais, instabilidade

do tornozelo

 Problema fundamental num antepé rígido e retropé móvel – flexão plantar e pronação do 1 MTT – corrigindo o antepé corrige-se o retropé

Procedimentos de partes moles

- Correção de de3formidades sempre começa pelas

partes moles – fasciotomia plantar, liberação

proximal do abdutor do halux, e possivelmente

capsulotomias, talonavicular, cuneometartarsal,

além do alongamento do tibial posterior

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- Procedimento de Jones – halux: transferência do

extensor longo do halux para o colo do 1 MTT,

Artrodese, tenodese ou condilectomia da

articulação IF

- Dedos em garra – Liberação da MTF, tenotomia

dos extensores, artrodese da IFP ou condilectomia

 Procedimentos ósseos

- Osteotomias:

Cunha de fechamento de base dorsal do 1MTT – usado nos pés adultos e rígidos

Cunha de abertura de base plantar no cuneiforme medial: utilizada nos pés mais flexíveis infantis e adolescentes

Cunha de encurtamento – coluna lateral do pe pode necessitar de encurtamento se adução e varismo persistirem após liberação da coluna medial

Osteotomias do calcâneo – podem corrigir ate os casos mais graves de cavo varo rígido dos pés

- Dwyer – cunhas de abertura e fechamento

do retrope varo. Osteotomias de

lateralizacao ou elevação surgiram como

modificações dessa técnica

- Artrodese triplice

Não deve ser utilizada em crianças e

adolescentes como procedimento primário, pois leva a

sobrecarga, artrose degenerativa precoce ou artropatia

de charcot nas articulações adjacentes

Deve ser considerada procedimento de

salvamento na existência de artrite grave ou recidiva

nos pacientes maduros esqueleticamente

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Preserva as articulações e efetivo nas correções das deformidades - Osteotomia em cunha de fechamento em V

Cole- osteotomia de base dorsal com retirada de partes do navicular, cuboide e cuneiformes

Japas – modificação do Cole – osteotomia em V com base nos MTT - Correção dos dedos – procedimento de Jones – utilizado quando ha uma

hiperextensao do 1 raio devido a fraqueza do tibial anterior – transfere o tendão extensor longo do halus para o colo do 1 MTT e artrodese interfalangica

- Correção dos dedos em garra – se flexível,

liberação de partes moles(tendões extensores e

cápsula articular) mais estabilização por

transferência tendinea (técnica de parrish). Se

rígida, ressecção das cabeças das falanges

proximais e fixação com FK

Referências

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