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A METODOLOGIA DESENVOLVIDA PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA ESTUDANTES SURDOS NO LABORATÓRIO DE APRENDIZAGEM AVANÇADA/ UFMT

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Academic year: 2021

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A METODOLOGIA DESENVOLVIDA PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA ESTUDANTES SURDOS

NO LABORATÓRIO DE APRENDIZAGEM AVANÇADA/ UFMT

Área temática: Educação Autores(as): Indira Isis Bernardes1

Diogo Rodrigo Reis de Bulhões2 Glaudy Silva Sousa3 Iverson Almeida Silva4 Joyce Talissa de Amorim5 Rejane Aparecida da Silva6 Rita Maria da Silva7

Wesley Silva Teixeira8

Coordenadora: Sebastiana Almeida Souza9

RESUMO: Esta pesquisa pretende demonstrar experiências do projeto de extensão, intitulado Laboratório de Aprendizagem Avançada (LAA), também refletir acerca do desenvolvimento do processo metodológico no ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para estudantes surdos no LAA, cujo objetivo é proporcionar o atendimento educacional especializado aos estudantes surdos matriculados no Curso de Letras Libras e em outros cursos da Universidade Federal de Mato Grosso, bem como os egressos, estabelecendo um processo de compartilhamento de saberes entre a pesquisadora e os participantes, numa perspectiva interativa/dialógica. Considerando o desenvolvimento do Laboratório, apresentaremos de que forma são explanadas as atividades pelos estudantes em que comprovam como é efetivado o processo de construção baseado nos experimentos e na formação dos conceitos, e como tem se concretizado a aprendizagem, pois o Laboratório tem um caráter interativo e dialógico no encontro do eu e do outro ( das palavras deles e das minhas contrapalavras), isso tem se construído em sentidos, na medida em que surgem as dúvidas, descobertas, conceitos e situações de aprendizagem, numa perspectiva de aprendentes. O estudo, em andamento, está sendo desenvolvido através da pesquisa-ação, fundamentado no arcabouço teórico de Bakhtin e o Círculo e nas contribuições de Vygotsky sobre aprendizagem na perspectiva sócio-histórica,

1 Graduada em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Monitora do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email: indiraisisber@gmail.com

2 Graduado em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Monitor do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email: diogo_28rodrigo@hotmail.com

3 Graduanda em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email:glaudyraio@hotmail.com

4 Graduando em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email: iversonsilva531@gmail.com

5 Graduanda em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email:joycetalissa@hotmail.com

6 Graduanda em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email:rejaneaparecida@gmail.com

7 Graduanda em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email:ritamaria@gmail.com

8 Graduando em Letras Libras, licenciatura/UFMT. Participante do Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email: wesleycjb18@hotmail.com

9 Drda. Sebastiana Almeida Souza. Docente do Curso de Letras Libras, licenciatura – Instituto de Linguagens/UFMT. Coordenadora do Projeto de Extensão Laboratório de Aprendizagem Avançada. Email: tianaalmeida@gmail.com

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focando os conceitos bakhtinianos de interação, linguagem, aprendizagem e alteridade. Para a compreensão de como se dá a aprendizagem do estudante surdo, buscamos embasamento nos teóricos Relvas e Cosenza que fazem um diálogo entre a Neurociências e a Educação. Participam como sujeitos nove estudantes surdos do Curso de Letras Libras, além da pesquisadora.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendentes, Metodologia, Laboratório de Aprendizagem Avançada

1 INTRODUÇÃO

O Laboratório de Aprendizagem Avançada (LAA) foi criado devido a necessidade que os estudantes surdos do curso de Letras Libras da Universidade Federal de Mato Grosso apresentaram na resolução de uma atividade na disciplina “O Ensino da Língua Portuguesa para o aluno surdo”, sendo as dificuldades dos estudantes de ordem bastante primária, um exemplo foi uma atividade de interpretação de texto desenvolvida em minha disciplina. Foi-lhes apresentado o poema Retrato, de Cecília Meireles, objetivando a leitura, interpretação e discussão sobre o texto. Assim que iniciaram a resolução da atividade, em unanimidade, perguntaram o que significava a palavra “retrato”. Não se trata de um conhecimento apenas de falta de vocabulário, mas uma situação que está além de mero desconhecimento de um sentido dicionarizado. Caso nós disséssemos: “procurem no dicionário”, eles não conseguiriam compreender o sentido da redação do verbete, para essa ou qualquer palavra desconhecida. Essa simples questão nos fez refletir o quanto necessitam de um apoio em que seja possibilitada a aprendizagem de forma global, considerando seu conhecimento prévio10.

Assim, considerando as dificuldades e necessidades elencadas, e embasando-nos no Decreto nº 5626/2005, Capítulo IV, que discorre sobre o atendimento educacional especializado nas instituições federais de ensino, é que elaboramos o projeto de extensão, LABORATÓRIO DE APRENDIZAGEM AVANÇADA, que se encontra em funcionamento desde 2016, tendo o seu desenvolvimento focado no processo de ensino-aprendizagem entre pesquisadora e estudantes surdos na construção do conhecimento de forma dialógica.

10 Esse assunto é tratado na tese de Doutorado em Educação em Ciências e Matemática. Universidade

Federal de Mato Grosso: Cuiabá, 2016.DUARTE, Anderson Simão. Metáforas Criativas: Processo de

Aprendizagem de Ciências e Escrita da Língua Portuguesa como segunda língua pelo Estudante Visual (surdo). Aborda também acerca das Metáforas Criativas, momento da criação do conhecimento prévio do aluno ao desconhecido, ou seja, as ideias criativas sustentam o processo de aprendizagem do mesmo.

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2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Segundo a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Especial, o AEE “[...] identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas”. (SEESP/MEC, 2008).

O Decreto nº 5626/2005., Capítulo IV, que trata do uso e da difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação:

§ 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:

I - promover cursos de formação de professores para: a) o ensino e uso da Libras;

b) a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa;

c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;

O atendimento às necessidades educacionais específicas desses estudantes é reconhecido e assegurado por dispositivos legais que determinam o direito a uma educação bilíngue em todo o processo educativo, promovendo o atendimento escolar em duas línguas (Libras e Língua Portuguesa), além do desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e linguístico.

3 METODOLOGIA

No contexto do Laboratório, a dinâmica adotada para o desenvolvimento das atividades se dá através dos encontros, em que são trabalhados conteúdos advindos das necessidades dos estudantes, de forma interacionista, ou seja, todos encontram-se em circunstância de aprendentes em prol do compartilhamento e compreensão de conceitos e a relação destes com os diversos contextos. Para tanto, as atividades e os conteúdos nascem das necessidades dos estudantes.

Inicialmente, realizamos uma Annamese a respeito da história de vida de cada estudante para podermos conhecer como se deu a aprendizagem destes na Educação Básica, em seguida, o diagnóstico do nível dos estudantes no que se refere ao aprendizado da leitura e produção textual. Desse modo, fora identificado que um dos entraves para a compreensão das mesmas é a questão da falta do conhecimento dos sentidos, tanto da palavra quanto o que o texto nos oportuniza, dependendo de onde e de quem fala, bem como do seu contexto sócio-histórico. Logo, elencamos o gênero textual charge para ser trabalhado por acreditarmos ter um caráter crítico, reflexivo e

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discursivo, que vem ao encontro das necessidades dos estudantes. Dessa maneira, coadunamos com Bakhtin (2010) que diz:

[...] O gênero do discurso não é uma forma da língua mas uma forma típica do enunciado; como tal forma, o gênero inclui certa expressão típica a ele inerente. No gênero a palavra ganha certa expressão típica. Os gêneros correspondem a situações típicas da comunicação discursiva, a temas típicos, por conseguinte, a alguns contatos típicos dos significados das palavras com a realidade concreta em circunstâncias típicas. (BAKHTIN, 2010, p.293)

Em se tratando de um trabalho que envolve sujeitos expressivos e interativos, nos apoiamos nas ciências humanas, fazendo assim, necessário refletirmos acerca da posição bakhitiniana:

O objeto das ciências humanas é o ser expressivo e falante. Esse ser nunca coincide consigo mesmo e por isso é inesgotável em seu sentido e significado [...]. As ciências procuram o que permanece imutável em todas as mudanças (as coisas ou as funções). A formação do ser é uma formação livre. (BAKHTIN, 2010, p. 395).

Nesse sentido, compreendemos que, para Bakhtin, a Metodologia das Ciências Humanas pauta-se no encontro de sujeitos, na relação de indivíduos que possuem história de vida, inseridos em um contexto, isto é, sujeitos reais, ou seja, pesquisadora e estudantes em prol da construção do conhecimento, o que vem sendo aplicado.

Vale destacar que, nos baseamos nos teóricos Bakhtin e o Círculo e nas contribuições de Vygotsky sobre aprendizagem na perspectiva sócio-histórica,. Para a compreensão de como se dá a aprendizagem do estudante surdo, bem como a consolidação da memória, buscamos embasamento nos teóricos Relvas e Cosenza que fazem um diálogo entre a Neurociências e a Educação.

Convém ressaltar que, o LAA trata-se de um projeto de extensão que vem funcionando desde o ano de 2016, sendo renovado a cada ano. A princípio, atendendo uma turma com 03 estudantes surdos do curso de Letras Libras, licenciatura. No ano de 2017, continuamos com o atendimento com a primeira turma e estendemos para a segunda turma, sendo esta composta por seis estudantes surdos. Nos anos 2018 e 2019, seguimos realizando as mesmas turmas do ano de 2017. Os encontros no Laboratório se dão uma vez por semana para cada turma.

Quanto aos conteúdos abordados nos encontros no Laboratório, temos dialogado acerca de assuntos relacionados a vários conteúdos, envolvendo, assim,

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diversos aspectos, não só acadêmicos, mas também interpessoais, pois acreditamos que, naquela esfera, todos os assuntos que envolvem os estudantes em sua dimensão sócio-histórica são significativos para a motivação e superação de suas dificuldades, tendo em vista que estas são oriundas, muitas vezes, de problemas psicológicos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando todo o desenvolvimento dos estudantes no que se refere a concretização do aprendizado dos mesmos, afirmamos que a metodologia utilizada no Laboratório de Aprendizagem Avançada para a compreensão do sentido da palavra e suas possibilidades de leitura tem se efetivado e se dá em várias etapas:

 Apresentação do tema a ser abordado;

 Verificação dos tipos de conhecimentos prévios que o estudante possui;  Leitura e Produção textual individual;

 Seleção da palavra-chave para levantamento dos conhecimentos dos estudantes;  Análise da leitura e da produção textual de cada estudante de forma individual e

coletiva;

 Exploração dos significados e sentidos das palavras em situações de contextos diferentes, de maneira compartilhada;

 Pesquisa acerca dos sentidos das palavras e seu uso nas diversas situações comunicativas no texto;

 Desenvolvimento do estudante na lousa, exposição e explicação;

 Correção e complementação pelo estudante das contribuições dos colegas em sua produção;

 Efetivação da afetividade na relação da Pesquisadora X Estudantes na relação de processo mútuo e recíproco de aprendentes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Laboratório de Aprendizagem vem substantificando seus objetivos na proporção em que os estudantes vêm demonstrando resultados satisfatórios em suas produções acadêmicas, pois há visivelmente melhoria na escrita, referentemente às seguintes questões: - normas da Língua Portuguesa, ampliação de vocabulário, interpretação e compreensão textual, leitura contextualizada e argumentação na escrita e sinalização, bem como melhoria em seus comportamento quanto a maturidade em suas ações, e postura referente apresentação de trabalhos em seminários e congressos na

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UFMT, contribuindo assim para a formação e a prática profissional dos estudantes que já são profissionais.

Ainda, com todo o processo evolutivo que vem se concretizando no LAA, continuamos a trabalhar as atividades com mais complexidade, desenvolvendo assim elaboração dos diversos tipos de redação, enfatizando nos termos acadêmicos científicos e outros, pois o trabalho no Laboratório vai além de simples escrita, mas sempre focalizando nas diversas possibilidades de leitura e, assim despertar cada vez mais a criticidade dos estudantes para responder as diversidades existentes no mundo contemporânea.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN. M. M. Estética da criação verbal. ( B. Paulo, Trad.). 5º Ed. São Paulo, Martins Fontes, 2010.

DUARTE, Anderson Simão. Metáforas criativas: processo de aprendizagem de ciências e escrita da língua portuguesa como segunda língua pelo estudante visual (surdo). Tese. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática. Universidade Federal de Mato Grosso: Cuiabá, 2016.

Referências

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