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Água. Dra. Ione Pellegatti Lemonica. é tema do I Congresso Nacional do ILSI Brasil. A despedida do Dr. Paul Kuznesof. Artigo.

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Nesta Edição: EDITORIAL

De olho no futuro 2

VALE LEMBRAR

Patologia toxicológica terá

evento especial em 2010 3

Toxicidade de Agrotóxicos 3

Potencial de irritação ocular 3 ARTIGO CIENTÍFICO

Relação Universidade-Empresa: o papel das Agências de Inovação 4 ENTREVISTA

Dra. Ione Pellegatti Lemonica 6 A despedida do Dr. Paul Kuznesof 6

Entrevista

Artigo

ILSI Brasil

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outubro - dezembro 2009

ILSI Brasil

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A n o 1 7 N º 4 o u t u b r o a d e z e m b r o d e 2 0 0 9

organização e desenvolvimento das relações Universidade-Empresa, com a oferta de novas tecnologias. Além disto, o número de patentes depositadas pela USP em parceria com empresas vem crescendo. De 1982 a 2007 foram depositados 18 pedidos de patentes, enquanto, apenas em 2008, este número foi de 6 depósitos. Mesmo assim, este número ainda é baixo se considerarmos que apenas 5% de todos os pedidos de patentes depositados pela Universidade foram em parceria com empresas (Figura 2).

Cresceu também o número de empresas que procuram a USP para o licenciamento de tecnologias ou para o desenvolvimento de pesquisas em parceria, encontrando na Agência o local de referência na universidade para estes temas.

As parcerias Universidade-Empresa já ocorrem de modo in-formal por meio da mobilidade de pesquisadores, copublicações, conferências e fluxo de estudantes da universidade para as empresas. Às Agências cabe o papel de formalizar estas relações por meio do estabelecimento de convênios e de contratos para pesquisa con-junta, spin-offs, licenciamento de patentes e outras propriedades intelectuais, prestação de serviço/consultoria e incentivo ao fluxo de estudantes para a indústria.

Os projetos cooperativos de pesquisa e desenvolvimento indus-trial têm como principal foco a interseção entre as demandas do setor produtivo por novas ou melhores tecnologias (em produtos, proces-sos e serviços) e as ofertas de conhecimento científico construído por equipes especialistas no país. Em cooperação, empresas e NITs poderão reduzir custos da produção, diminuir o risco da inovação tecnológica, ampliar significativamente a produção científica e a competitividade das empresas.

As relações Universidade-Empresa, no Brasil, têm sido dificul-tadas por diferenças culturais e objetivos distintos. A universidade realiza pesquisa básica para o avanço do conhecimento e forma recursos humanos. Já as empresas que procuram se adaptar aos novos tempos de economia globalizada esbarram em problemas como o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento.

O sucesso da integração Universidade-Empresa dependerá de fatores como a definição de objetivos, normas de conduta e a

administração de conflitos de interesse, cuidados importantes para garantir que a parceria seja benéfica para ambas as partes.

A consolidação desta relação depende de tempo entre outros fatores. As Agências de Inovação ainda estão em processo de desen-volvimento, mas o importante é que este processo já foi iniciado. O amadurecimento do modelo dependerá da persistência dos interessa-dos (Universidades e Empresas) e da manutenção e aperfeiçoamento do modelo, visando ao crescimento e à autonomia tecnológica de nosso país.

Em todos os países desenvolvidos está consolidada a posição de que a ciência e a tecnologia têm oferecido inestimáveis oportuni-dades às empresas e aos cidadãos e é reconhecida sua fundamental importância na disputa, cada vez mais acirrada, pelo comércio inter-nacional e na redução da dependência externa em áreas estratégicas. Também é inegável que o poder, a influência, o prestígio e o bem-estar alcançados por países desenvolvidos mantêm elevada relação com os esforços voltados para a ciência e a tecnologia.

“A ciência está destinada a desempenhar um papel cada vez mais preponderante na produção industrial. E as nações que deixarem de entender essa lição hão inevitavelmente de ser relegadas à posição de nações escravas: cortadoras de lenha e carregadoras de água para os povos mais esclarecidos.” (Lord Rutherford – Prêmio Nobel de Química, 1908)

1. Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan. http:// ranking.heeact.edu.tw/en-us/2009/Country/Brazil. Acesso em 20 de outubro de 2009.

2. Resolução USP nº. 5175/05. http://www.usp.br/leginf/resol/r5175m.htm. Acesso em 21 de outubro de 2009.

3. Lei 10.973 de 02/12/2004. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm. Acesso em 23 de outubro de 2009. 4. Lei 11.196 de 21/11/2005.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/LEI/L11196.htm. Acesso em 24 de outubro de 2009. 5. Lei 11.487 15/06/07.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11487.htm. Acesso em 23 de outubro de 2009. l

Dra. Ione Pellegatti Lemonica

A despedida do Dr. Paul Kuznesof

010 consolida um momento importante do ILSI Brasil, com a comemoração dos 20 anos do Instituto no país. Uma trajetória construída por atividades que aproximam diferentes grupos da sociedade na difusão da ciência.

Para marcar a data será realizado o I Congresso Nacional do ILSI Brasil, de 07 a 09 de abril, em Águas de São Pedro (SP), que terá como tema principal a água. O encontro é aberto e acontecerá durante a Reunião Anual. A proposta é discutir o assunto sob o ponto de vista de seu uso múltiplo no meio ambiente e saúde. De toda água utilizada no mundo estima-se que 10% são para o consumo humano; 20% para o uso industrial e 70% na agricultura. Se pensarmos em nosso organismo, sua importância é fundamental, pois o corpo humano é formado por 70% de água.

A ideia é promover um debate interativo com diferentes públicos e as inscrições podem ser feitas pelo site: www.ilsi.org/brasil a partir de fevereiro. Confira mais detalhes sobre o Congresso, na página 6, na entrevista da Dra. Ione Pellegati Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento. l

Água

é tema do I Congresso

Nacional do ILSI Brasil

1- Como surgiu a ideia do Congresso?

Como uma proposta para marcar o aniversário de 20 anos de nosso ILSI. Afinal de contas, um Instituto que surgiu pequeno no Brasil, é hoje um dos maiores branches do ILSI Internacional e merece que tenhamos uma data de comemoração especial com a participação de nossos diversos segmentos.

2- Por que o tema água foi escolhido?

Procuramos um tema que pudesse interessar a todos os nossos associados, trouxesse informações interessantes para e de todas as nossas forças-tarefas e, ainda, fosse atraente para a comunidade científica. A escolha do tema “água” veio à tona logo nas primeiras discussões por ser atual, importante foro para discussão e propostas relativas ao meio ambiente, além de um elo comum entre todas as nossas áreas de atuação.

3- Discutir a água sob aspectos ambientais, nutricionais e de consumo é um desafio?

Nossas forças-tarefas têm áreas de interesse relacionadas à nu-trição, biotecnologia e avaliação de risco de exposição a químicos. Daí a preocupação de reunir no Congresso convidados que possam contextualizar a água nestes enfoques. Dentre os assuntos a serem discutidos está a qualidade da água para o consumo humano, tema de enorme importância, no que se refere a regiões com escassez e às populações sem acesso a programas governamentais de saneamento. Da discussão poderão surgir propostas importantes para enviar às

Aos 68 anos, e após uma luta corajosa contra um câncer de pulmão, faleceu no último dia 02 de outubro, Dr. Paul Martin Kuznesof. Doutor em Química, pesquisador na área de segurança alimentar, pela FDA (Food and Drug Administration) e membro de comissões internacionais de segurança alimentar, incluindo o JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives). Entre 1970 e 1975 foi professor da Universidade Estadual de Campinas iniciando o programa pioneiro de pesquisa de pós-graduação em química. De volta aos Estados Unidos, em suas vindas ao Brasil para rever os amigos brasileiros ou ser convidado para eventos científicos, estava sempre pronto para compartilhar seus conhecimentos com colegas, alunos e profissionais de institutos e agências de regulamentação, em particular a UNICAMP, o ITAL e a ANVISA. Participou de vários eventos do ILSI Brasil onde apresentou e discutiu aspectos relevantes associados a aditivos alimentares e a embalagem para alimentos e bebidas, sempre contribuindo com informações atualizadas e de alta relevância na área de segurança (inocuidade) alimentar.

2

autoridades competentes. Outro assunto muito interessante diz respeito à água como alimento. Acredito que nas apresentações poderemos corrigir muitos de nossos conceitos errados e os inúmeros tabus a ele relacionados. Ainda na iminência de uma das maiores preocupações do século 21, que é a escassez de água causada pela poluição, desmatamento e alterações climáticas, pretendemos discutir sobre plantas resistentes à seca.

5- Qual a principal expectativa em relação a este debate?

Trazer para discussão os múltiplos aspectos referentes à utiliza-ção, melhoria e importância da Água para a população do planeta e para o planeta em si. Será apenas o início de um debate que acreditamos terá continuidade em nossa comunidade científica, governamental e empresarial.

6- Qual a importância do evento para o ILSI?

Nós do ILSI temos certeza que hoje, ao comemorarmos es-ses 20 anos de atuação isenta de cores ou partidos e voltada para o bem-estar de todas as camadas de nossa sociedade, estaremos abrindo um novo fórum de debates e de geração de conhecimento que se consolidará através de propostas e publicações geradas através de nossas reuniões. Convido a todos para esse nosso Con-gresso, que espero, será o primeiro de uma longa série e também para convivermos por um fim de semana prolongado, do qual tenho certeza resultarão não só novas ideias, mas também novas amizades e parcerias. l

Figura 1 - Evolução do número de patentes depositadas pela Universidade de São Paulo, no período de 1982 a 2009.

Figura 2 - Número de patentes depositadas com e sem empresas pela USP, de 1982 a 2008.

A água constitui a maior parte de nosso planeta e dos organismos vivos que nele habitam. Por esta sua relevância é que o tema foi escolhido para o I Congresso Nacional do ILSI Brasil, que acontecerá em abril de 2010, em Águas de São Pedro (SP). Neste bate-papo, Dra.

Ione Pellegatti Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento, antecipa a programação e convida a todos para participarem.

“Gentil e atencioso, dotado de espírito aventureiro, Paul adorava a cultura brasileira, na qual se integrou perfeitamente, criando amizades du-radouras. Seu sorriso largo e imen sa generosidade ficarão na memória daqueles que tiveram o privilégio de sua convivência”, ressalta Dra Maria Cecilia de Figueiredo Toledo, pesquisadora da UNICAMP.

“Acima de tudo, Dr Kuznesof foi um apaixonado pelo Brasil, gostando sem-pre de saborear uma boa caipirinha na presença dos amigos. Com certeza, nos deixa uma enorme saudade da sua amável e sorridente pessoa”, comenta Felix G. Reyes, professor da UNICAMP. l

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ALAPT – Associação Latino-Americana de Patologia Toxi-cológica - em parceria com o ILSI Brasil, já tem agenda reservada para 2010. Dia 18 de março está programado o 3º Simpó-sio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”, em São Paulo.

Há duas novidades no evento deste ano. De 19 a 21 de março, imediatamente após o Simpósio, será realizado um mini-curso sobre Patologia Toxicológica desenvolvido pela British Society of Toxicologic Pathology (BSTP) e ministrado por quatro de seus espe-cialistas, sob a coordenação do Dr. Gopinath. Mais um apoiador do evento, a International Academy of Toxicologic Pathology (IAPT) oferecerá o prêmio “Charles Capen Student Travel Award” (CCSTA), no valor de US$ 750, para estudantes de iniciação científica e de pós-graduação.

O encontro cria mais uma oportunidade de debater a importância da Patologia Toxi-cológica no processo de desenvolvimento de

ILSI Brasil – através de sua Força-Tarefa de Agroquími-cos – promoveu no dia 23 de novembro, em Brasília, a reunião Critérios de Avaliação Toxicológica de Praguicidas – estudo de potencial de irritação ocular, com o objetivo de discutir os parâmetros utilizados para classificar os praguicidas (agrotóxicos).

Atualmente o teste empregado e aceito é o de Draize, realizado em coelhos, e que serve de base para indicar se uma substância ou produto induz lesões oculares. Neste contexto, a proposta da reunião foi fazer uma revisão sobre as lesões químicas em córnea, o risco para o homem e comentários sobre aspectos da reversibilidade destas. Participaram representantes do governo, da indústria e da academia. l

Mais uma publicação do ILSI é lançada em 2009. “Bases Científicas para a Avaliação da Toxicidade de Agrotóxicos – Guidance for Pesticide Toxicity Evaluation”, de autoria de Cristiana Leslie Corrêa, Ione Pellegatti Lemonica, Flavio Ailton Duque Zambrone e João Lauro Viana de Camargo, traz subsídios técnico-científicos para auxiliar na avaliação de toxicidade de substâncias químicas. O tema é explorado com o objetivo de avaliar os estudos toxicológicos empregados na investiga-ção da toxicidade dos agrotóxicos, abordando a maneira como são conduzidos, sua aplicabilidade e interpretação, assim como as limitações envolvidas quando da avaliação dos potenciais perigos à saúde humana. l

Editorial

ncrível! Foi quando parei para escrever que me dei conta que este é o último boletim do ano. Um ano que, por sinal, não foi fácil para o mundo e também exigiu atenção do ILSI Brasil. Mas como a persistência faz parte da nossa atuação, superamos os obstáculos e seguimos em frente. Afinal, em 2010, teremos muitos motivos para comemorar:

completare-mos 20 anos no Brasil como um dos branches mais importantes no mundo pelo número de empresas associadas e projetos que realizamos.

Para fechar 2009 damos as boas-vindas para a Wyeth, uma das maiores indústrias far-macêuticas do mundo.

As malas também estão quase prontas para nossa ida para a Annual Meeting, de 22 a 27 janeiro, em Porto Rico, uma oportunidade de trocar ex-periências e nos atualizarmos sobre os novos desafios científicos e como o ILSI poderá fazer parte deles.

Nesta edição divulgamos o progra-ma do Simpósio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”,

Artigo

Relação Universidade-Empresa: o

papel das Agências de Inovação

ILSI Brasil

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Vale lembrar

ILSI Brasil

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outubro – dezembro 2009

IL

SI Br

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Publicação do:

International Life Sciences Institute ILSI Brasil Rua Hungria, 664 Cj. 113 – 01455-904 – São Paulo-SP tel.: (11) 3035-5585 – e-mail: ilsibr@ilsi.org.br

Conselho Editorial: Clarice Tonato, Felix G. Reyes e Mariela Weingarten Berezovsky

Editora Executiva: Mariela Weingarten Berezovsky

Redação: Edna Vairoletti

Produção: DPI Studio e Editora

Tel./Fax: (11) 3207-1617 – dpi@dpieditora.com.br

Circulação externa – Tiragem de 4.500 exemplares Direitos reservados ao ILSI Brasil

Diretoria/Conselho

Presidente Aldo Baccarin Diretoria Dr. Franco Lajolo Dr. Felix G. Reyes Dr. Flávio A. D. Zambrone Dra. Ione P. Lemonica Ana Meisel

Ary Bucione

José Mauro de Moraes Gottfried Stützer

Diretoria Executiva

Mariela Weingarten Berezovsky

Conselho Científico e de Administração

Aldo Baccarin - Presidente Alexandre Novachi - Danone Ltda. Ana Meisel – Kraft Foods Brasil Ltda. Ary Bucione – Danisco Brasil Ltda.

Dra. Bernadette Franco - Fac. Ciências Farmacêuticas / USP Cláudia Araujo Fernandes – Support Prods. Nutricionais Ltda. Dra. Elizabeth Nascimento – Fac. Ciências Farmacêuticas/ USP Eugenio Ulian – Monsanto do Brasil Ltda.

Dr. Felix G. Reyes – Fac. Eng. Alimentos/UNICAMP

Dr. Flávio Ailton Duque Zambrone - Fac. Ciências Med./UNICAMP Dr. Franco Lajolo – Fac. Ciências Farmacêuticas / USP Geórgia Castro - Kraft Foods Brasil Ltda.

Dr. Hélio Vannucchi – FM USP Rib. Preto Dra. Ione P. Lemonica – UNESP – Botucatu

João Alberto Bordignon – Nutrimental S/A Ind. e Com. de Alimentos

João Henrique Alarcon Alegro – Milenia Agro Ciências S/A José Mauro Moraes – Recofarma Ind. Amazonas Ltda. (Coca-Cola) Dra. Maria Cecília Toledo – Fac. Eng. Alimentos, UNICAMP Dr. Mauro Fisberg – UNIFESP

Expediente

ILSI no mundo e no Brasil

A manutenção de um fórum permanente de atualização de conhecimentos técnico-científicos que contribuem para a saúde da população e são de interesse comum às empresas, governos, universidades e institutos de pesquisa. Este é o principal objetivo do International Life Sciences Institute (ILSI), associação sem fins lucrativos, com sede em Washington, D.C., nos Estados Unidos, e seções regionais na América do Norte, Argentina, Austrália, Brasil, Europa, Japão, México e Sudeste Asiático. É afiliado à Organização Mundial da Saúde (OMS), como entidade não-governamental e órgão consultivo da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

No Brasil, o ILSI colabora para o melhor entendimento de assuntos ligados à nutrição, segurança alimentar, toxicologia e meio ambiente, reunindo cientistas do meio acadêmico, do governo e da indústria.

s universidades e, em particular, as universidades públicas de nosso país têm contribuído de modo expressivo para o avanço do conhecimento em nível nacional e internacional por meio do desenvolvimento de pesquisas atendendo a um dos tripés que sustentam as universidades. A pesquisa, além de gerar conhecimento, propicia, no ambiente universitário, a formação de recursos humanos diferenciados e capacitados a atender as demandas de inovação das empresas. Desde o curso de graduação e principal-mente nos programas de pós-graduação, os alunos são desafiados, por meio de seus trabalhos, a produzir novos conhecimentos que contribuem direta ou indiretamente ao desenvolvimento tecnológico e à ampliação do parque tecnológico nacional.

Para atingir estes objetivos, a maioria das universidades Públicas no Brasil constituiu seus Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), as chamadas Agências de Inovação, que têm como papel essencial servir de ponte entre a universidade e as empresas, identificando, apoiando, promovendo, estimulando e implementando parcerias com os setores empresariais, governamentais e não governamentais, visando ao desenvolvimento socioeconômico do país e a resultados para a sociedade.

A Universidade de São Paulo (USP) é classificada como a maior universidade da América Latina e, em 2009, ocupou o 78º lugar no ranking da Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que classifica as quinhentas melhores universidades do mundo. A USP instituiu sua Agência de Inovação em 2005, formalizando-a por meio da Resolução USP nº. 5175/05, com a missão de “promover a utilização do conhecimento científico, tec-nológico e cultural produzido na USP, em prol do desenvolvimento socioeconômico do Estado de São Paulo e do país”.

Os eixos da Agência de Inovação da Universidade de São Paulo incluem: incentivo à inovação; proteção à propriedade intelectual; transferência de tecnologia para as empresas; prospecção em CT&I; estabelecimento de parcerias com o setor privado e governamental; promoção da internalização da pesquisa na empresa; extensionismo para a competitividade; suporte ao empreendedorismo;

comunica-ILSI Brasil

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I

ção e difusão da inovação; cooperação nacional e internacional para a promoção da inovação.

Um dos papéis das Agências de Inovação é o de desenvolver na comunidade acadêmica uma cultura de criação do conhecimento patenteável visando à transformação deste conhecimento em produ-tos de interesse industrial.

O número de patentes depositadas no Brasil, oriundas de pesqui-sas desenvolvidas nas universidades, ainda é incipiente se comparado aos países desenvolvidos. Entretanto, quando comparado ao número de patentes depositadas pelas empresas brasileiras, as universidades apresentam números bem superiores, devido principalmente ao grande número de doutores que estão no meio acadêmico e não nas indústrias. O inverso é observado em países desenvolvidos, onde as indústrias absorvem um grande número de doutores.

A aplicação de recursos em pesquisa vem crescendo anualmente no Brasil por meio de incentivos pelas agências governamentais a projetos visando, de um lado, à formação de recursos humanos qualificados e, de outro, o desenvolvimento de pesquisas inovadoras que visem à criação de novos produtos e com isto ao crescimento da indústria nacional. Entretanto, mesmo com o crescente número de editais publicados incentivando a inovação nas empresas, o número de doutores nestes ambientes ainda é muito baixo em nosso país.

O desenvolvimento da relação Universidade-Empresa também apresenta crescimento, embora ainda tímido, em nosso país. A criação de novos marcos regulatórios no Brasil, como a Lei de In-ovação (Lei 10.973 de 02/12/2004), a Lei de Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica (Lei 11.196 de 21/11/2005), a Lei Rouanet para Pesquisa (Lei 11.487 15/06/07), e a criação dos fundos setoriais foram fundamentais para incrementar as pesquisas tecnológicas e aproximar as universidades das empresas visando à aplicação, nas empresas, dos conhecimentos gerados no ambiente universitário.

Na Universidade de São Paulo, o número de patentes deposita-das cresceu de forma significativa, após a criação da Agência USP de Inovação, como observado no período de 2005 a 2008 (Figura 1). Isto demonstra que os NITs podem desempenhar papel decisivo na

A

que estamos organizando em parceria com a ALAPT (Associação Latino-Americana de Patologia Toxicológica) e do I Congresso Nacional do ILSI Brasil, que acontecerá em abril e abordará o tema água. Vale conferir a entrevista com a Dra Ione Pellegatti Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento, que conta um pouco da

mo-bilização nos bastidores. O artigo traz uma ques-tão polêmica: as relações Universidade-Empresa que, no Brasil, têm sido dificultadas por diferen-ças culturais e objetivos distintos dos envolvidos neste processo. Como ha-bitual também incluímos um encarte contendo o resumo do Relatório Anual das nossas atividades de 2009.

Apesar de um ano cheio de altos e baixos, nos mantivemos firmes em nosso propósito de novas conquistas. O apoio de todos foi fundamental e nos estimulou a ir em frente e traçar um futuro ainda melhor, que certamente virá.

Mariela Weingarten Berezovsky

Diretoria Executiva

Patologia toxicológica terá

evento especial em 2010

Potencial de

irritação ocular

Toxicidade de

Agrotóxicos

Profa. Silvia Berlanga de Moraes Barros

Professora Titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo

Maria Aparecida de Souza

Diretora Técnica de Propriedade Intelectual da Agência USP de Inovação, Mestre em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica pela USP, Especialista em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica pela UNICAMP

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De olho no futuro

produtos químicos, enfocando particularmente os ensaios não clínicos e fármacos. Dr. Shoji Fukushima, do Japan Bioassay Center (JBC) falará sobre avaliação do risco em contexto de exposição a baixas doses e discutirá a importân-cia de identificação de limiares para efeitos adversos naquele contexto. Dr. Douglas Wolf, da U.S. Environmental Protection Agency ministrará duas palestras. Na primeira abordará o papel crítico que a patologia toxicológica ocupa no processo de avaliação do risco e, na segunda, o uso de high-density data para identificação do perigo e caracterização do risco químico. Dr. Robert Ettlin, da IFSTP (Inter-national Federation of Societies of Toxicologic Pathology) discutirá a questão de treinamento e acreditação de patologistas toxicológicos no cenário de globalização de mercados e serviços. Também ocorrerá uma mesa-redonda, com palestrantes brasileiros, sobre os recursos e as dificuldades do Brasil desenvolver bioensaios não-clínicos, que se apóiam fortemente na patologia toxicológica.

“Nas últimas décadas, o desenvolvimento da Patologia Toxicológica teve expansão acentuada em países que possuem indústria química forte, conseqüência de legislações governamentais, progressivamente mais rigorosas, em resposta às preocupações da comunidade científica e do público, em relação aos agravos potenciais à saúde e ao meio ambiente que podem resultar de exposições contínuas a grandes volumes de substâncias químicas industriais. Na América Latina, a importância da patologia toxicológica para a segurança química ainda é tratada com certa “timidez” e o simpósio abre mais esta porta de discussão”, comenta João Lauro Viana de Camargo, professor titular de Patologia da Faculdade de Me-dicina de Botucatu – UNESP e presidente da ALAPT.

Informações sobre o programa do simpósio, curso e prêmio estão no site: www.alaptox.org. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.ilsi.org.br/alapt l

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ALAPT – Associação Latino-Americana de Patologia Toxi-cológica - em parceria com o ILSI Brasil, já tem agenda reservada para 2010. Dia 18 de março está programado o 3º Simpó-sio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”, em São Paulo.

Há duas novidades no evento deste ano. De 19 a 21 de março, imediatamente após o Simpósio, será realizado um mini-curso sobre Patologia Toxicológica desenvolvido pela British Society of Toxicologic Pathology (BSTP) e ministrado por quatro de seus espe-cialistas, sob a coordenação do Dr. Gopinath. Mais um apoiador do evento, a International Academy of Toxicologic Pathology (IAPT) oferecerá o prêmio “Charles Capen Student Travel Award” (CCSTA), no valor de US$ 750, para estudantes de iniciação científica e de pós-graduação.

O encontro cria mais uma oportunidade de debater a importância da Patologia Toxi-cológica no processo de desenvolvimento de

ILSI Brasil – através de sua Força-Tarefa de Agroquími-cos – promoveu no dia 23 de novembro, em Brasília, a reunião Critérios de Avaliação Toxicológica de Praguicidas – estudo de potencial de irritação ocular, com o objetivo de discutir os parâmetros utilizados para classificar os praguicidas (agrotóxicos).

Atualmente o teste empregado e aceito é o de Draize, realizado em coelhos, e que serve de base para indicar se uma substância ou produto induz lesões oculares. Neste contexto, a proposta da reunião foi fazer uma revisão sobre as lesões químicas em córnea, o risco para o homem e comentários sobre aspectos da reversibilidade destas. Participaram representantes do governo, da indústria e da academia. l

Mais uma publicação do ILSI é lançada em 2009. “Bases Científicas para a Avaliação da Toxicidade de Agrotóxicos – Guidance for Pesticide Toxicity Evaluation”, de autoria de Cristiana Leslie Corrêa, Ione Pellegatti Lemonica, Flavio Ailton Duque Zambrone e João Lauro Viana de Camargo, traz subsídios técnico-científicos para auxiliar na avaliação de toxicidade de substâncias químicas. O tema é explorado com o objetivo de avaliar os estudos toxicológicos empregados na investiga-ção da toxicidade dos agrotóxicos, abordando a maneira como são conduzidos, sua aplicabilidade e interpretação, assim como as limitações envolvidas quando da avaliação dos potenciais perigos à saúde humana. l

Editorial

ncrível! Foi quando parei para escrever que me dei conta que este é o último boletim do ano. Um ano que, por sinal, não foi fácil para o mundo e também exigiu atenção do ILSI Brasil. Mas como a persistência faz parte da nossa atuação, superamos os obstáculos e seguimos em frente. Afinal, em 2010, teremos muitos motivos para comemorar:

completare-mos 20 anos no Brasil como um dos branches mais importantes no mundo pelo número de empresas associadas e projetos que realizamos.

Para fechar 2009 damos as boas-vindas para a Wyeth, uma das maiores indústrias far-macêuticas do mundo.

As malas também estão quase prontas para nossa ida para a Annual Meeting, de 22 a 27 janeiro, em Porto Rico, uma oportunidade de trocar ex-periências e nos atualizarmos sobre os novos desafios científicos e como o ILSI poderá fazer parte deles.

Nesta edição divulgamos o progra-ma do Simpósio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”,

Artigo

Relação Universidade-Empresa: o

papel das Agências de Inovação

ILSI Brasil

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Vale lembrar

ILSI Brasil

N O T Í C I A S

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outubro – dezembro 2009

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Publicação do:

International Life Sciences Institute ILSI Brasil Rua Hungria, 664 Cj. 113 – 01455-904 – São Paulo-SP tel.: (11) 3035-5585 – e-mail: ilsibr@ilsi.org.br

Conselho Editorial: Clarice Tonato, Felix G. Reyes e Mariela Weingarten Berezovsky

Editora Executiva: Mariela Weingarten Berezovsky

Redação: Edna Vairoletti

Produção: DPI Studio e Editora

Tel./Fax: (11) 3207-1617 – dpi@dpieditora.com.br

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Diretoria/Conselho

Presidente Aldo Baccarin Diretoria Dr. Franco Lajolo Dr. Felix G. Reyes Dr. Flávio A. D. Zambrone Dra. Ione P. Lemonica Ana Meisel

Ary Bucione

José Mauro de Moraes Gottfried Stützer

Diretoria Executiva

Mariela Weingarten Berezovsky

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Dr. Felix G. Reyes – Fac. Eng. Alimentos/UNICAMP

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Dr. Hélio Vannucchi – FM USP Rib. Preto Dra. Ione P. Lemonica – UNESP – Botucatu

João Alberto Bordignon – Nutrimental S/A Ind. e Com. de Alimentos

João Henrique Alarcon Alegro – Milenia Agro Ciências S/A José Mauro Moraes – Recofarma Ind. Amazonas Ltda. (Coca-Cola) Dra. Maria Cecília Toledo – Fac. Eng. Alimentos, UNICAMP Dr. Mauro Fisberg – UNIFESP

Expediente

ILSI no mundo e no Brasil

A manutenção de um fórum permanente de atualização de conhecimentos técnico-científicos que contribuem para a saúde da população e são de interesse comum às empresas, governos, universidades e institutos de pesquisa. Este é o principal objetivo do International Life Sciences Institute (ILSI), associação sem fins lucrativos, com sede em Washington, D.C., nos Estados Unidos, e seções regionais na América do Norte, Argentina, Austrália, Brasil, Europa, Japão, México e Sudeste Asiático. É afiliado à Organização Mundial da Saúde (OMS), como entidade não-governamental e órgão consultivo da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

No Brasil, o ILSI colabora para o melhor entendimento de assuntos ligados à nutrição, segurança alimentar, toxicologia e meio ambiente, reunindo cientistas do meio acadêmico, do governo e da indústria.

s universidades e, em particular, as universidades públicas de nosso país têm contribuído de modo expressivo para o avanço do conhecimento em nível nacional e internacional por meio do desenvolvimento de pesquisas atendendo a um dos tripés que sustentam as universidades. A pesquisa, além de gerar conhecimento, propicia, no ambiente universitário, a formação de recursos humanos diferenciados e capacitados a atender as demandas de inovação das empresas. Desde o curso de graduação e principal-mente nos programas de pós-graduação, os alunos são desafiados, por meio de seus trabalhos, a produzir novos conhecimentos que contribuem direta ou indiretamente ao desenvolvimento tecnológico e à ampliação do parque tecnológico nacional.

Para atingir estes objetivos, a maioria das universidades Públicas no Brasil constituiu seus Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), as chamadas Agências de Inovação, que têm como papel essencial servir de ponte entre a universidade e as empresas, identificando, apoiando, promovendo, estimulando e implementando parcerias com os setores empresariais, governamentais e não governamentais, visando ao desenvolvimento socioeconômico do país e a resultados para a sociedade.

A Universidade de São Paulo (USP) é classificada como a maior universidade da América Latina e, em 2009, ocupou o 78º lugar no ranking da Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que classifica as quinhentas melhores universidades do mundo. A USP instituiu sua Agência de Inovação em 2005, formalizando-a por meio da Resolução USP nº. 5175/05, com a missão de “promover a utilização do conhecimento científico, tec-nológico e cultural produzido na USP, em prol do desenvolvimento socioeconômico do Estado de São Paulo e do país”.

Os eixos da Agência de Inovação da Universidade de São Paulo incluem: incentivo à inovação; proteção à propriedade intelectual; transferência de tecnologia para as empresas; prospecção em CT&I; estabelecimento de parcerias com o setor privado e governamental; promoção da internalização da pesquisa na empresa; extensionismo para a competitividade; suporte ao empreendedorismo;

comunica-ILSI Brasil

N O T Í C I A S

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I

ção e difusão da inovação; cooperação nacional e internacional para a promoção da inovação.

Um dos papéis das Agências de Inovação é o de desenvolver na comunidade acadêmica uma cultura de criação do conhecimento patenteável visando à transformação deste conhecimento em produ-tos de interesse industrial.

O número de patentes depositadas no Brasil, oriundas de pesqui-sas desenvolvidas nas universidades, ainda é incipiente se comparado aos países desenvolvidos. Entretanto, quando comparado ao número de patentes depositadas pelas empresas brasileiras, as universidades apresentam números bem superiores, devido principalmente ao grande número de doutores que estão no meio acadêmico e não nas indústrias. O inverso é observado em países desenvolvidos, onde as indústrias absorvem um grande número de doutores.

A aplicação de recursos em pesquisa vem crescendo anualmente no Brasil por meio de incentivos pelas agências governamentais a projetos visando, de um lado, à formação de recursos humanos qualificados e, de outro, o desenvolvimento de pesquisas inovadoras que visem à criação de novos produtos e com isto ao crescimento da indústria nacional. Entretanto, mesmo com o crescente número de editais publicados incentivando a inovação nas empresas, o número de doutores nestes ambientes ainda é muito baixo em nosso país.

O desenvolvimento da relação Universidade-Empresa também apresenta crescimento, embora ainda tímido, em nosso país. A criação de novos marcos regulatórios no Brasil, como a Lei de In-ovação (Lei 10.973 de 02/12/2004), a Lei de Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica (Lei 11.196 de 21/11/2005), a Lei Rouanet para Pesquisa (Lei 11.487 15/06/07), e a criação dos fundos setoriais foram fundamentais para incrementar as pesquisas tecnológicas e aproximar as universidades das empresas visando à aplicação, nas empresas, dos conhecimentos gerados no ambiente universitário.

Na Universidade de São Paulo, o número de patentes deposita-das cresceu de forma significativa, após a criação da Agência USP de Inovação, como observado no período de 2005 a 2008 (Figura 1). Isto demonstra que os NITs podem desempenhar papel decisivo na

A

que estamos organizando em parceria com a ALAPT (Associação Latino-Americana de Patologia Toxicológica) e do I Congresso Nacional do ILSI Brasil, que acontecerá em abril e abordará o tema água. Vale conferir a entrevista com a Dra Ione Pellegatti Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento, que conta um pouco da

mo-bilização nos bastidores. O artigo traz uma ques-tão polêmica: as relações Universidade-Empresa que, no Brasil, têm sido dificultadas por diferen-ças culturais e objetivos distintos dos envolvidos neste processo. Como ha-bitual também incluímos um encarte contendo o resumo do Relatório Anual das nossas atividades de 2009.

Apesar de um ano cheio de altos e baixos, nos mantivemos firmes em nosso propósito de novas conquistas. O apoio de todos foi fundamental e nos estimulou a ir em frente e traçar um futuro ainda melhor, que certamente virá.

Mariela Weingarten Berezovsky

Diretoria Executiva

Patologia toxicológica terá

evento especial em 2010

Potencial de

irritação ocular

Toxicidade de

Agrotóxicos

Profa. Silvia Berlanga de Moraes Barros

Professora Titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo

Maria Aparecida de Souza

Diretora Técnica de Propriedade Intelectual da Agência USP de Inovação, Mestre em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica pela USP, Especialista em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica pela UNICAMP

A

De olho no futuro

produtos químicos, enfocando particularmente os ensaios não clínicos e fármacos. Dr. Shoji Fukushima, do Japan Bioassay Center (JBC) falará sobre avaliação do risco em contexto de exposição a baixas doses e discutirá a importân-cia de identificação de limiares para efeitos adversos naquele contexto. Dr. Douglas Wolf, da U.S. Environmental Protection Agency ministrará duas palestras. Na primeira abordará o papel crítico que a patologia toxicológica ocupa no processo de avaliação do risco e, na segunda, o uso de high-density data para identificação do perigo e caracterização do risco químico. Dr. Robert Ettlin, da IFSTP (Inter-national Federation of Societies of Toxicologic Pathology) discutirá a questão de treinamento e acreditação de patologistas toxicológicos no cenário de globalização de mercados e serviços. Também ocorrerá uma mesa-redonda, com palestrantes brasileiros, sobre os recursos e as dificuldades do Brasil desenvolver bioensaios não-clínicos, que se apóiam fortemente na patologia toxicológica.

“Nas últimas décadas, o desenvolvimento da Patologia Toxicológica teve expansão acentuada em países que possuem indústria química forte, conseqüência de legislações governamentais, progressivamente mais rigorosas, em resposta às preocupações da comunidade científica e do público, em relação aos agravos potenciais à saúde e ao meio ambiente que podem resultar de exposições contínuas a grandes volumes de substâncias químicas industriais. Na América Latina, a importância da patologia toxicológica para a segurança química ainda é tratada com certa “timidez” e o simpósio abre mais esta porta de discussão”, comenta João Lauro Viana de Camargo, professor titular de Patologia da Faculdade de Me-dicina de Botucatu – UNESP e presidente da ALAPT.

Informações sobre o programa do simpósio, curso e prêmio estão no site: www.alaptox.org. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.ilsi.org.br/alapt l

(4)

ALAPT – Associação Latino-Americana de Patologia Toxi-cológica - em parceria com o ILSI Brasil, já tem agenda reservada para 2010. Dia 18 de março está programado o 3º Simpó-sio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”, em São Paulo.

Há duas novidades no evento deste ano. De 19 a 21 de março, imediatamente após o Simpósio, será realizado um mini-curso sobre Patologia Toxicológica desenvolvido pela British Society of Toxicologic Pathology (BSTP) e ministrado por quatro de seus espe-cialistas, sob a coordenação do Dr. Gopinath. Mais um apoiador do evento, a International Academy of Toxicologic Pathology (IAPT) oferecerá o prêmio “Charles Capen Student Travel Award” (CCSTA), no valor de US$ 750, para estudantes de iniciação científica e de pós-graduação.

O encontro cria mais uma oportunidade de debater a importância da Patologia Toxi-cológica no processo de desenvolvimento de

ILSI Brasil – através de sua Força-Tarefa de Agroquími-cos – promoveu no dia 23 de novembro, em Brasília, a reunião Critérios de Avaliação Toxicológica de Praguicidas – estudo de potencial de irritação ocular, com o objetivo de discutir os parâmetros utilizados para classificar os praguicidas (agrotóxicos).

Atualmente o teste empregado e aceito é o de Draize, realizado em coelhos, e que serve de base para indicar se uma substância ou produto induz lesões oculares. Neste contexto, a proposta da reunião foi fazer uma revisão sobre as lesões químicas em córnea, o risco para o homem e comentários sobre aspectos da reversibilidade destas. Participaram representantes do governo, da indústria e da academia. l

Mais uma publicação do ILSI é lançada em 2009. “Bases Científicas para a Avaliação da Toxicidade de Agrotóxicos – Guidance for Pesticide Toxicity Evaluation”, de autoria de Cristiana Leslie Corrêa, Ione Pellegatti Lemonica, Flavio Ailton Duque Zambrone e João Lauro Viana de Camargo, traz subsídios técnico-científicos para auxiliar na avaliação de toxicidade de substâncias químicas. O tema é explorado com o objetivo de avaliar os estudos toxicológicos empregados na investiga-ção da toxicidade dos agrotóxicos, abordando a maneira como são conduzidos, sua aplicabilidade e interpretação, assim como as limitações envolvidas quando da avaliação dos potenciais perigos à saúde humana. l

Editorial

ncrível! Foi quando parei para escrever que me dei conta que este é o último boletim do ano. Um ano que, por sinal, não foi fácil para o mundo e também exigiu atenção do ILSI Brasil. Mas como a persistência faz parte da nossa atuação, superamos os obstáculos e seguimos em frente. Afinal, em 2010, teremos muitos motivos para comemorar:

completare-mos 20 anos no Brasil como um dos branches mais importantes no mundo pelo número de empresas associadas e projetos que realizamos.

Para fechar 2009 damos as boas-vindas para a Wyeth, uma das maiores indústrias far-macêuticas do mundo.

As malas também estão quase prontas para nossa ida para a Annual Meeting, de 22 a 27 janeiro, em Porto Rico, uma oportunidade de trocar ex-periências e nos atualizarmos sobre os novos desafios científicos e como o ILSI poderá fazer parte deles.

Nesta edição divulgamos o progra-ma do Simpósio “Toxicologic Pathology and the Safety of Industrial Products”,

Artigo

Relação Universidade-Empresa: o

papel das Agências de Inovação

ILSI Brasil

N O T Í C I A S

3

Vale lembrar

ILSI Brasil

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outubro – dezembro 2009

IL

SI Br

asil

Publicação do:

International Life Sciences Institute ILSI Brasil Rua Hungria, 664 Cj. 113 – 01455-904 – São Paulo-SP tel.: (11) 3035-5585 – e-mail: ilsibr@ilsi.org.br

Conselho Editorial: Clarice Tonato, Felix G. Reyes e Mariela Weingarten Berezovsky

Editora Executiva: Mariela Weingarten Berezovsky

Redação: Edna Vairoletti

Produção: DPI Studio e Editora

Tel./Fax: (11) 3207-1617 – dpi@dpieditora.com.br

Circulação externa – Tiragem de 4.500 exemplares Direitos reservados ao ILSI Brasil

Diretoria/Conselho

Presidente Aldo Baccarin Diretoria Dr. Franco Lajolo Dr. Felix G. Reyes Dr. Flávio A. D. Zambrone Dra. Ione P. Lemonica Ana Meisel

Ary Bucione

José Mauro de Moraes Gottfried Stützer

Diretoria Executiva

Mariela Weingarten Berezovsky

Conselho Científico e de Administração

Aldo Baccarin - Presidente Alexandre Novachi - Danone Ltda. Ana Meisel – Kraft Foods Brasil Ltda. Ary Bucione – Danisco Brasil Ltda.

Dra. Bernadette Franco - Fac. Ciências Farmacêuticas / USP Cláudia Araujo Fernandes – Support Prods. Nutricionais Ltda. Dra. Elizabeth Nascimento – Fac. Ciências Farmacêuticas/ USP Eugenio Ulian – Monsanto do Brasil Ltda.

Dr. Felix G. Reyes – Fac. Eng. Alimentos/UNICAMP

Dr. Flávio Ailton Duque Zambrone - Fac. Ciências Med./UNICAMP Dr. Franco Lajolo – Fac. Ciências Farmacêuticas / USP Geórgia Castro - Kraft Foods Brasil Ltda.

Dr. Hélio Vannucchi – FM USP Rib. Preto Dra. Ione P. Lemonica – UNESP – Botucatu

João Alberto Bordignon – Nutrimental S/A Ind. e Com. de Alimentos

João Henrique Alarcon Alegro – Milenia Agro Ciências S/A José Mauro Moraes – Recofarma Ind. Amazonas Ltda. (Coca-Cola) Dra. Maria Cecília Toledo – Fac. Eng. Alimentos, UNICAMP Dr. Mauro Fisberg – UNIFESP

Expediente

ILSI no mundo e no Brasil

A manutenção de um fórum permanente de atualização de conhecimentos técnico-científicos que contribuem para a saúde da população e são de interesse comum às empresas, governos, universidades e institutos de pesquisa. Este é o principal objetivo do International Life Sciences Institute (ILSI), associação sem fins lucrativos, com sede em Washington, D.C., nos Estados Unidos, e seções regionais na América do Norte, Argentina, Austrália, Brasil, Europa, Japão, México e Sudeste Asiático. É afiliado à Organização Mundial da Saúde (OMS), como entidade não-governamental e órgão consultivo da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

No Brasil, o ILSI colabora para o melhor entendimento de assuntos ligados à nutrição, segurança alimentar, toxicologia e meio ambiente, reunindo cientistas do meio acadêmico, do governo e da indústria.

s universidades e, em particular, as universidades públicas de nosso país têm contribuído de modo expressivo para o avanço do conhecimento em nível nacional e internacional por meio do desenvolvimento de pesquisas atendendo a um dos tripés que sustentam as universidades. A pesquisa, além de gerar conhecimento, propicia, no ambiente universitário, a formação de recursos humanos diferenciados e capacitados a atender as demandas de inovação das empresas. Desde o curso de graduação e principal-mente nos programas de pós-graduação, os alunos são desafiados, por meio de seus trabalhos, a produzir novos conhecimentos que contribuem direta ou indiretamente ao desenvolvimento tecnológico e à ampliação do parque tecnológico nacional.

Para atingir estes objetivos, a maioria das universidades Públicas no Brasil constituiu seus Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), as chamadas Agências de Inovação, que têm como papel essencial servir de ponte entre a universidade e as empresas, identificando, apoiando, promovendo, estimulando e implementando parcerias com os setores empresariais, governamentais e não governamentais, visando ao desenvolvimento socioeconômico do país e a resultados para a sociedade.

A Universidade de São Paulo (USP) é classificada como a maior universidade da América Latina e, em 2009, ocupou o 78º lugar no ranking da Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que classifica as quinhentas melhores universidades do mundo. A USP instituiu sua Agência de Inovação em 2005, formalizando-a por meio da Resolução USP nº. 5175/05, com a missão de “promover a utilização do conhecimento científico, tec-nológico e cultural produzido na USP, em prol do desenvolvimento socioeconômico do Estado de São Paulo e do país”.

Os eixos da Agência de Inovação da Universidade de São Paulo incluem: incentivo à inovação; proteção à propriedade intelectual; transferência de tecnologia para as empresas; prospecção em CT&I; estabelecimento de parcerias com o setor privado e governamental; promoção da internalização da pesquisa na empresa; extensionismo para a competitividade; suporte ao empreendedorismo;

comunica-ILSI Brasil

N O T Í C I A S

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I

ção e difusão da inovação; cooperação nacional e internacional para a promoção da inovação.

Um dos papéis das Agências de Inovação é o de desenvolver na comunidade acadêmica uma cultura de criação do conhecimento patenteável visando à transformação deste conhecimento em produ-tos de interesse industrial.

O número de patentes depositadas no Brasil, oriundas de pesqui-sas desenvolvidas nas universidades, ainda é incipiente se comparado aos países desenvolvidos. Entretanto, quando comparado ao número de patentes depositadas pelas empresas brasileiras, as universidades apresentam números bem superiores, devido principalmente ao grande número de doutores que estão no meio acadêmico e não nas indústrias. O inverso é observado em países desenvolvidos, onde as indústrias absorvem um grande número de doutores.

A aplicação de recursos em pesquisa vem crescendo anualmente no Brasil por meio de incentivos pelas agências governamentais a projetos visando, de um lado, à formação de recursos humanos qualificados e, de outro, o desenvolvimento de pesquisas inovadoras que visem à criação de novos produtos e com isto ao crescimento da indústria nacional. Entretanto, mesmo com o crescente número de editais publicados incentivando a inovação nas empresas, o número de doutores nestes ambientes ainda é muito baixo em nosso país.

O desenvolvimento da relação Universidade-Empresa também apresenta crescimento, embora ainda tímido, em nosso país. A criação de novos marcos regulatórios no Brasil, como a Lei de In-ovação (Lei 10.973 de 02/12/2004), a Lei de Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica (Lei 11.196 de 21/11/2005), a Lei Rouanet para Pesquisa (Lei 11.487 15/06/07), e a criação dos fundos setoriais foram fundamentais para incrementar as pesquisas tecnológicas e aproximar as universidades das empresas visando à aplicação, nas empresas, dos conhecimentos gerados no ambiente universitário.

Na Universidade de São Paulo, o número de patentes deposita-das cresceu de forma significativa, após a criação da Agência USP de Inovação, como observado no período de 2005 a 2008 (Figura 1). Isto demonstra que os NITs podem desempenhar papel decisivo na

A

que estamos organizando em parceria com a ALAPT (Associação Latino-Americana de Patologia Toxicológica) e do I Congresso Nacional do ILSI Brasil, que acontecerá em abril e abordará o tema água. Vale conferir a entrevista com a Dra Ione Pellegatti Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento, que conta um pouco da

mo-bilização nos bastidores. O artigo traz uma ques-tão polêmica: as relações Universidade-Empresa que, no Brasil, têm sido dificultadas por diferen-ças culturais e objetivos distintos dos envolvidos neste processo. Como ha-bitual também incluímos um encarte contendo o resumo do Relatório Anual das nossas atividades de 2009.

Apesar de um ano cheio de altos e baixos, nos mantivemos firmes em nosso propósito de novas conquistas. O apoio de todos foi fundamental e nos estimulou a ir em frente e traçar um futuro ainda melhor, que certamente virá.

Mariela Weingarten Berezovsky

Diretoria Executiva

Patologia toxicológica terá

evento especial em 2010

Potencial de

irritação ocular

Toxicidade de

Agrotóxicos

Profa. Silvia Berlanga de Moraes Barros

Professora Titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo

Maria Aparecida de Souza

Diretora Técnica de Propriedade Intelectual da Agência USP de Inovação, Mestre em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica pela USP, Especialista em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica pela UNICAMP

A

De olho no futuro

produtos químicos, enfocando particularmente os ensaios não clínicos e fármacos. Dr. Shoji Fukushima, do Japan Bioassay Center (JBC) falará sobre avaliação do risco em contexto de exposição a baixas doses e discutirá a importân-cia de identificação de limiares para efeitos adversos naquele contexto. Dr. Douglas Wolf, da U.S. Environmental Protection Agency ministrará duas palestras. Na primeira abordará o papel crítico que a patologia toxicológica ocupa no processo de avaliação do risco e, na segunda, o uso de high-density data para identificação do perigo e caracterização do risco químico. Dr. Robert Ettlin, da IFSTP (Inter-national Federation of Societies of Toxicologic Pathology) discutirá a questão de treinamento e acreditação de patologistas toxicológicos no cenário de globalização de mercados e serviços. Também ocorrerá uma mesa-redonda, com palestrantes brasileiros, sobre os recursos e as dificuldades do Brasil desenvolver bioensaios não-clínicos, que se apóiam fortemente na patologia toxicológica.

“Nas últimas décadas, o desenvolvimento da Patologia Toxicológica teve expansão acentuada em países que possuem indústria química forte, conseqüência de legislações governamentais, progressivamente mais rigorosas, em resposta às preocupações da comunidade científica e do público, em relação aos agravos potenciais à saúde e ao meio ambiente que podem resultar de exposições contínuas a grandes volumes de substâncias químicas industriais. Na América Latina, a importância da patologia toxicológica para a segurança química ainda é tratada com certa “timidez” e o simpósio abre mais esta porta de discussão”, comenta João Lauro Viana de Camargo, professor titular de Patologia da Faculdade de Me-dicina de Botucatu – UNESP e presidente da ALAPT.

Informações sobre o programa do simpósio, curso e prêmio estão no site: www.alaptox.org. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.ilsi.org.br/alapt l

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Nesta Edição: EDITORIAL

De olho no futuro 2

VALE LEMBRAR

Patologia toxicológica terá

evento especial em 2010 3

Toxicidade de Agrotóxicos 3

Potencial de irritação ocular 3 ARTIGO CIENTÍFICO

Relação Universidade-Empresa: o papel das Agências de Inovação 4 ENTREVISTA

Dra. Ione Pellegatti Lemonica 6 A despedida do Dr. Paul Kuznesof 6

Entrevista

Artigo

ILSI Brasil

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outubro - dezembro 2009

ILSI Brasil

N O T Í C I A S

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A n o 1 7 N º 4 o u t u b r o a d e z e m b r o d e 2 0 0 9

organização e desenvolvimento das relações Universidade-Empresa, com a oferta de novas tecnologias. Além disto, o número de patentes depositadas pela USP em parceria com empresas vem crescendo. De 1982 a 2007 foram depositados 18 pedidos de patentes, enquanto, apenas em 2008, este número foi de 6 depósitos. Mesmo assim, este número ainda é baixo se considerarmos que apenas 5% de todos os pedidos de patentes depositados pela Universidade foram em parceria com empresas (Figura 2).

Cresceu também o número de empresas que procuram a USP para o licenciamento de tecnologias ou para o desenvolvimento de pesquisas em parceria, encontrando na Agência o local de referência na universidade para estes temas.

As parcerias Universidade-Empresa já ocorrem de modo in-formal por meio da mobilidade de pesquisadores, copublicações, conferências e fluxo de estudantes da universidade para as empresas. Às Agências cabe o papel de formalizar estas relações por meio do estabelecimento de convênios e de contratos para pesquisa con-junta, spin-offs, licenciamento de patentes e outras propriedades intelectuais, prestação de serviço/consultoria e incentivo ao fluxo de estudantes para a indústria.

Os projetos cooperativos de pesquisa e desenvolvimento indus-trial têm como principal foco a interseção entre as demandas do setor produtivo por novas ou melhores tecnologias (em produtos, proces-sos e serviços) e as ofertas de conhecimento científico construído por equipes especialistas no país. Em cooperação, empresas e NITs poderão reduzir custos da produção, diminuir o risco da inovação tecnológica, ampliar significativamente a produção científica e a competitividade das empresas.

As relações Universidade-Empresa, no Brasil, têm sido dificul-tadas por diferenças culturais e objetivos distintos. A universidade realiza pesquisa básica para o avanço do conhecimento e forma recursos humanos. Já as empresas que procuram se adaptar aos novos tempos de economia globalizada esbarram em problemas como o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento.

O sucesso da integração Universidade-Empresa dependerá de fatores como a definição de objetivos, normas de conduta e a

administração de conflitos de interesse, cuidados importantes para garantir que a parceria seja benéfica para ambas as partes.

A consolidação desta relação depende de tempo entre outros fatores. As Agências de Inovação ainda estão em processo de desen-volvimento, mas o importante é que este processo já foi iniciado. O amadurecimento do modelo dependerá da persistência dos interessa-dos (Universidades e Empresas) e da manutenção e aperfeiçoamento do modelo, visando ao crescimento e à autonomia tecnológica de nosso país.

Em todos os países desenvolvidos está consolidada a posição de que a ciência e a tecnologia têm oferecido inestimáveis oportuni-dades às empresas e aos cidadãos e é reconhecida sua fundamental importância na disputa, cada vez mais acirrada, pelo comércio inter-nacional e na redução da dependência externa em áreas estratégicas. Também é inegável que o poder, a influência, o prestígio e o bem-estar alcançados por países desenvolvidos mantêm elevada relação com os esforços voltados para a ciência e a tecnologia.

“A ciência está destinada a desempenhar um papel cada vez mais preponderante na produção industrial. E as nações que deixarem de entender essa lição hão inevitavelmente de ser relegadas à posição de nações escravas: cortadoras de lenha e carregadoras de água para os povos mais esclarecidos.” (Lord Rutherford – Prêmio Nobel de Química, 1908)

1. Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan. http:// ranking.heeact.edu.tw/en-us/2009/Country/Brazil. Acesso em 20 de outubro de 2009.

2. Resolução USP nº. 5175/05. http://www.usp.br/leginf/resol/r5175m.htm. Acesso em 21 de outubro de 2009.

3. Lei 10.973 de 02/12/2004. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm. Acesso em 23 de outubro de 2009. 4. Lei 11.196 de 21/11/2005.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/LEI/L11196.htm. Acesso em 24 de outubro de 2009. 5. Lei 11.487 15/06/07.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11487.htm. Acesso em 23 de outubro de 2009. l

Dra. Ione Pellegatti Lemonica

A despedida do Dr. Paul Kuznesof

010 consolida um momento importante do ILSI Brasil, com a comemoração dos 20 anos do Instituto no país. Uma trajetória construída por atividades que aproximam diferentes grupos da sociedade na difusão da ciência.

Para marcar a data será realizado o I Congresso Nacional do ILSI Brasil, de 07 a 09 de abril, em Águas de São Pedro (SP), que terá como tema principal a água. O encontro é aberto e acontecerá durante a Reunião Anual. A proposta é discutir o assunto sob o ponto de vista de seu uso múltiplo no meio ambiente e saúde. De toda água utilizada no mundo estima-se que 10% são para o consumo humano; 20% para o uso industrial e 70% na agricultura. Se pensarmos em nosso organismo, sua importância é fundamental, pois o corpo humano é formado por 70% de água.

A ideia é promover um debate interativo com diferentes públicos e as inscrições podem ser feitas pelo site: www.ilsi.org/brasil a partir de fevereiro. Confira mais detalhes sobre o Congresso, na página 6, na entrevista da Dra. Ione Pellegati Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento. l

Água

é tema do I Congresso

Nacional do ILSI Brasil

1- Como surgiu a ideia do Congresso?

Como uma proposta para marcar o aniversário de 20 anos de nosso ILSI. Afinal de contas, um Instituto que surgiu pequeno no Brasil, é hoje um dos maiores branches do ILSI Internacional e merece que tenhamos uma data de comemoração especial com a participação de nossos diversos segmentos.

2- Por que o tema água foi escolhido?

Procuramos um tema que pudesse interessar a todos os nossos associados, trouxesse informações interessantes para e de todas as nossas forças-tarefas e, ainda, fosse atraente para a comunidade científica. A escolha do tema “água” veio à tona logo nas primeiras discussões por ser atual, importante foro para discussão e propostas relativas ao meio ambiente, além de um elo comum entre todas as nossas áreas de atuação.

3- Discutir a água sob aspectos ambientais, nutricionais e de consumo é um desafio?

Nossas forças-tarefas têm áreas de interesse relacionadas à nu-trição, biotecnologia e avaliação de risco de exposição a químicos. Daí a preocupação de reunir no Congresso convidados que possam contextualizar a água nestes enfoques. Dentre os assuntos a serem discutidos está a qualidade da água para o consumo humano, tema de enorme importância, no que se refere a regiões com escassez e às populações sem acesso a programas governamentais de saneamento. Da discussão poderão surgir propostas importantes para enviar às

Aos 68 anos, e após uma luta corajosa contra um câncer de pulmão, faleceu no último dia 02 de outubro, Dr. Paul Martin Kuznesof. Doutor em Química, pesquisador na área de segurança alimentar, pela FDA (Food and Drug Administration) e membro de comissões internacionais de segurança alimentar, incluindo o JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives). Entre 1970 e 1975 foi professor da Universidade Estadual de Campinas iniciando o programa pioneiro de pesquisa de pós-graduação em química. De volta aos Estados Unidos, em suas vindas ao Brasil para rever os amigos brasileiros ou ser convidado para eventos científicos, estava sempre pronto para compartilhar seus conhecimentos com colegas, alunos e profissionais de institutos e agências de regulamentação, em particular a UNICAMP, o ITAL e a ANVISA. Participou de vários eventos do ILSI Brasil onde apresentou e discutiu aspectos relevantes associados a aditivos alimentares e a embalagem para alimentos e bebidas, sempre contribuindo com informações atualizadas e de alta relevância na área de segurança (inocuidade) alimentar.

2

autoridades competentes. Outro assunto muito interessante diz respeito à água como alimento. Acredito que nas apresentações poderemos corrigir muitos de nossos conceitos errados e os inúmeros tabus a ele relacionados. Ainda na iminência de uma das maiores preocupações do século 21, que é a escassez de água causada pela poluição, desmatamento e alterações climáticas, pretendemos discutir sobre plantas resistentes à seca.

5- Qual a principal expectativa em relação a este debate?

Trazer para discussão os múltiplos aspectos referentes à utiliza-ção, melhoria e importância da Água para a população do planeta e para o planeta em si. Será apenas o início de um debate que acreditamos terá continuidade em nossa comunidade científica, governamental e empresarial.

6- Qual a importância do evento para o ILSI?

Nós do ILSI temos certeza que hoje, ao comemorarmos es-ses 20 anos de atuação isenta de cores ou partidos e voltada para o bem-estar de todas as camadas de nossa sociedade, estaremos abrindo um novo fórum de debates e de geração de conhecimento que se consolidará através de propostas e publicações geradas através de nossas reuniões. Convido a todos para esse nosso Con-gresso, que espero, será o primeiro de uma longa série e também para convivermos por um fim de semana prolongado, do qual tenho certeza resultarão não só novas ideias, mas também novas amizades e parcerias. l

Figura 1 - Evolução do número de patentes depositadas pela Universidade de São Paulo, no período de 1982 a 2009.

Figura 2 - Número de patentes depositadas com e sem empresas pela USP, de 1982 a 2008.

A água constitui a maior parte de nosso planeta e dos organismos vivos que nele habitam. Por esta sua relevância é que o tema foi escolhido para o I Congresso Nacional do ILSI Brasil, que acontecerá em abril de 2010, em Águas de São Pedro (SP). Neste bate-papo, Dra.

Ione Pellegatti Lemonica, Presidente da Comissão Científica do evento, antecipa a programação e convida a todos para participarem.

“Gentil e atencioso, dotado de espírito aventureiro, Paul adorava a cultura brasileira, na qual se integrou perfeitamente, criando amizades du-radouras. Seu sorriso largo e imen sa generosidade ficarão na memória daqueles que tiveram o privilégio de sua convivência”, ressalta Dra Maria Cecilia de Figueiredo Toledo, pesquisadora da UNICAMP.

“Acima de tudo, Dr Kuznesof foi um apaixonado pelo Brasil, gostando sem-pre de saborear uma boa caipirinha na presença dos amigos. Com certeza, nos deixa uma enorme saudade da sua amável e sorridente pessoa”, comenta Felix G. Reyes, professor da UNICAMP. l

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