• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA"

Copied!
128
0
0

Texto

(1)

CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

MÉTODO COMPUTACIONAL PARA O CÁLCULO DE FLUXO DE POTÊNCIA

TRIFÁSICO A QUATRO FIOS

MARCIO ANDRÉ WATHIER

FOZ DO IGUAÇU

2013

(2)

MARCIO ANDRÉ WATHIER

MÉTODO COMPUTACIONAL PARA O CÁLCULO DE FLUXO DE POTÊNCIA

TRIFÁSICO A QUATRO FIOS

Trabalho de Conclusão de curso (TCC) apresentado

ao Curso de Engenharia Elétrica da Universidade

Estadual do Oeste do Paraná, como parte dos

requisitos para obtenção do título de Engenheiro

Eletricista.

Orientador: Professor Dr. Carlos Roberto Mendonça

Da Rocha

FOZ DO IGUAÇU

2013

(3)
(4)

RESUMO

WATHIER, M. A. (2013). Método computacional para o cálculo de fluxo de

potência trifásico a quatro fios. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)

Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2013.

Um dos cálculos mais importantes relacionados a qualquer sistema de

potência é a determinação do estado da rede. Através disto, pode-se verificar

problemas de tensão, sobrecargas, cálculo das perdas visando o planejamento da

operação e expansão do sistema; estudo da tensão e dos reativos a fim de testar a

eficiência dos equipamentos; verificação da capacidade de transmissão com o

objetivo de conhecer os limites de transferência; determinação das perdas, entre

algumas outras grandezas de interesse.

Convencionalmente o estudo das redes de distribuição não modelam os

cabos de neutro e terra, em função disso, neste trabalho foi utilizada a metodologia

de Carson para que pudessem ser determinadas as correntes e tensões de neutro

considerando o terra como um condutor fictício. Considerando estas características,

o método adotado para a solução do fluxo foi o Backward-Forward Sweep.

O algoritmo computacional foi implementado usando a linguagem de

programação GAMS e aplicado a um sistema de distribuição teste IEEE 34 barras

amplamente utilizado na literatura especializada. Dentre os resultados obtidos ao fim

do trabalho, é apresentado o algoritmo computacional implementado, uma descrição

do sistema teste utilizado e os resultados obtidos com a simulação.

Palavras-chave: Algoritmos, Análise, Sistemas de Potência, Fluxo de

(5)

ABSTRACT

WATHIER, M. A. (2013). Método computacional para o cálculo de fluxo de

potência trifásico a quatro fios. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)

Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2013.

One of the most important calculations relating to any power system is to

determine the grid situation. Through this, it is possible check voltage problems,

overload, loss calculation in order to plan the operation and expansion of the system;

study of voltage and reactive in order to test the efficiency of the equipment; verify

the transmission capacity in order to know the limits of transfer; determining losses,

among some other quantities of interest.

Conventionally the study of distribution grid do not model the neutral and

ground wires, based on this, the methodology used at this project is from Carson, so

it could be determined currents and neutral voltages considering the earth as a

fictitious conductor. Considering these characteristics, the method adopted for the

solution flow was the Backward-Forward Sweep.

The computational algorithm was implemented using the GAMS programming

language and applied to a distribution system test IEEE 34 bars widely used in the

specialized literature. Among the results obtained after the project, is presented

computational algorithm implemented, a description of the test system used and the

results obtained from the simulation.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 – Linha de Carson. ... 10

Figura 3.2 – Linha trifásica a quatro fios multi-aterrada. ... 12

Figura 4.1 – Modelagem da linha trifásica a quatro fios multi-aterrada. ... 15

Figura 4.2 – Numeração dos ramos para rede de distribuição radial. ... 17

Figura 5.1 – Interligações da Rede IEEE 34 Barras. ... 21

Figura 5.2 – Tensões de Fase no ramal principal da rede IEEE-34. ... 28

Figura 5.3 – Tensões do neutro no ramal principal da rede IEEE-34. ... 28

Figura 5.4 – Corrente nas fases no ramal principal da rede IEEE-34. ... 29

Figura 5.5 – Corrente de Linha do neutro do ramal principal rede IEEE-34. ... 29

Figura 5.6 – Diagrama de potências fase A. ... 31

Figura 5.7 – Diagrama de potências fase B. ... 32

(7)

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 – Injeção de potência reativa pelo banco de capacitores. ... 20

Tabela 5.2 – Injeção de potências ativas e reativas nas barras. ... 21

Tabela 5.3 – Elementos da Matriz 4x4 (Ω) Rede IEEE 34 Barras Parte 1. ... 25

(8)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APPEEC

Asia-Pacific Power and Energy Engineering Conference

BFS

Backward-Forward Sweep

PQ

Barra de carga

PV

Barra de geração

Barra de referência

GAMS

General Algebric Modelling System

LDA

Linhas de Distribuição Aéreas

NR

Newton-Raphson

SEP

Sistema Elétrico de Potência

(9)

SUMÁRIO

RESUMO... iii

ABSTRACT ... iv

LISTA DE FIGURAS ... v

LISTA DE TABELAS ... vi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... vii

SUMÁRIO ... viii

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ... 1

CAPÍTULO 2 – MÉTODOS DE RESOLUÇÃO DO FLUXO DE POTÊNCIA ... 4

2.1.

Método de Gauss – Seidel ... 4

2.2.

Método de Newton-Raphson ... 5

2.2.1.

Método de NR desacoplado e desacoplado rápido ... 7

2.2.2.

NR aplicado a sistemas de distribuição ... 8

2.3.

Método de Backward-Forward Sweep ... 8

2.4.

Método de solução do fluxo escolhido ... 9

CAPÍTULO 3 – MODELAGEM TRIFÁSICA A QUATRO FIOS ... 10

3.1.

Sistema monofásico ... 10

3.2.

Sistema trifásico ... 12

CAPÍTULO 4 – FLUXO DE POTÊNCIA BACKWARD-FORWARD SWEEP ... 15

4.1.

Representação matricial ... 15

4.2.

Enumeração das camadas ... 16

4.3.

Cálculo do Fluxo de Potência ... 17

CAPÍTULO 5 – APLICAÇÕES E RESULTADOS ... 20

5.1.

Sistema teste IEEE-34 barras ... 20

5.2.

Cálculo das impedâncias das linhas ... 22

5.3.

Sistema de modelagem computacional GAMS ... 26

5.4.

Resultados Obtidos ... 27

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES ... 34

REFERÊNCIAS ... 36

(10)

CAPÍTULO 1

1.

INTRODUÇÃO

A eletricidade se tornou a principal fonte de luz, calor e força utilizada no

mundo moderno. Atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet

são possíveis porque a energia elétrica chega até a sua casa. Fábricas,

supermercados, shoppings e uma infinidade de outros lugares precisam dela para

funcionar. A eletricidade é obtida a partir de outras fontes de energia como a

hidráulica, térmica, eólica, solar entre outras, uma infinidade de pesquisas são

desenvolvidas todos os dias com o intuito de melhorar ou ainda encontrar novas

fontes de obtenção dessa energia. A eletricidade chega aos consumidores do

mundo inteiro através do Sistema Elétrico de Potência (SEP).

O SEP é um conjunto de equipamentos que operam de maneira coordenada

com a finalidade de fornecer energia elétrica de forma ininterrupta aos

consumidores,

dentro

de

certos

padrões

de

qualidade

(confiabilidade,

disponibilidade), segurança e custos, com o mínimo impacto ambiental. Este sistema

é composto basicamente pela geração, transmissão e distribuição.

A geração (ou produção) de energia elétrica compreende todo o processo de

transformação de uma fonte primária (recurso natural) de energia em eletricidade

(forma secundária da energia). No Brasil, grande parte das geradoras se encontram

distantes dos centros consumidores em virtude de sua própria natureza, isso ocorre

pois mais de 80% da geração é feita por hidrelétricas.

Devido a esta característica a transmissão tem papel fundamental no SEP,

ela é responsável por ligar as grandes usinas de geração às áreas de grande

consumo. Em geral apenas poucos consumidores com um alto consumo de energia

elétrica são conectados às redes de transmissão onde predomina a estrutura de

linhas aéreas. A segurança é um aspecto fundamental para as redes de

transmissão. Qualquer falta neste nível pode levar a descontinuidade de suprimento

para um grande número de consumidores. O nível de tensão depende do país, mas

normalmente é estabelecido entre 220 kV e 765 kV.

(11)

A distribuição recebe a energia da rede de transmissão e sub-transmissão em

alta tensão e faz o rebaixamento do nível de tensão a valores entre 2,3 kV e 44 kV

para alimentar os consumidores industriais, comerciais e residenciais.

Um dos cálculos mais importantes relacionados a qualquer sistema é a

determinação do estado da rede. Dá-se o nome a este de cálculo do fluxo de

potência, que consiste essencialmente na determinação das tensões, módulos e

ângulos, em todas as barras ou nós do sistema, para uma determinada condição de

operação.

O cálculo de fluxo de potência tem como principal objetivo a determinação do

estado da rede e da distribuição dos fluxos. Através disto, pode-se verificar

problemas de tensão, sobrecargas, cálculo das perdas visando o planejamento da

operação e expansão do sistema; análise de contingências para verificar o efeito de

saídas de linhas, transformadores e geradores; estudo da tensão e dos reativos a

fim de testar a eficiência dos equipamentos; verificação da capacidade de

transmissão com o objetivo de conhecer os limites de transferência; avaliação de

segurança para verificar as medidas em situações de emergência, entre algumas

outras grandezas de interesse. O problema do fluxo de potência pode ser formulado

por um sistema de equações e inequações algébricas não lineares correspondentes

às leis de Kirchhoff e um conjunto de restrições operacionais da rede e de seus

componentes (PANTUZI, 2006) (MONTICELLI, 1983).

Grande parte dos estudos do fluxo de potência aplicados a transmissão fazem

algumas considerações para tratar as cargas equilibradas em um sistema

monofásico, isso é feito para facilitar os cálculos que apresentam resultados muito

próximos dos reais. Quando aplicados a distribuição estas considerações podem

afetar os resultados, pois geralmente a distribuição, opera situações de desequilíbrio

entre as fases como resultado da configuração das cargas.

A maior parte dos programas de fluxo de potência são implementados para

analisar sistemas trifásicos a três fios, onde os efeitos do cabo neutro e do

aterramento são transferidos as fases através da redução de Kron. Esse

procedimento apresenta bons resultados para sistemas equilibrados, porém quanto

maior o desequilíbrio mais os resultados divergem do real (GARCIA, FERRAZ e

BRETAS, 2010). Isso ocorre, pois em situações de desequilíbrio a corrente do

neutro pode chegar a ser maior que as correntes de fase. Esse desequilíbrio é

(12)

prejudicial para a operação do sistema, confiabilidade e segurança. O cabo neutro e

o sistema de aterramento são uma parte importante dos sistemas de distribuição e

devem ser considerados nos estudos de fluxo de potência.

As correntes do neutro podem interferir com os sistemas de comunicação,

aumentar as perdas dos sistemas e diminuir a sensibilidade dos relés de falta à

terra. O conhecimento das correntes e tensões no neutro é fundamental para um

bom estudo do planejamento da operação e expansão dos sistemas de distribuição

(PIZZALI, 2003).

Para que se possam estudar os efeitos do neutro, o trabalho proposto

implementou um algoritmo em GAMS que calcula o fluxo de potência trifásico a

quatro fios, considerando as três fases, um cabo neutro e um cabo terra fictício,

através do método de varredura.

Este trabalho está organizado da seguinte forma:

No capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica dos principais métodos de

resolução do fluxo de potência em redes de transmissão e distribuição, destacando

as principais características de cada método.

No capítulo 3 apresenta-se a metodologia adotada por Carson para

modelagem de linhas com retorno pela terra.

No capítulo 4 é detalhado o método de fluxo de potência Backward-Forward

Sweep aplicado a um sistema de distribuição trifásico a quatro fios multi-aterrado

com retorno pelo neutro, método que será implementado computacionalmente na

plataforma GAMS.

No capítulo 5 destaca-se as principais características do sistema teste ao qual

este estudo foi aplicado e uma discussão dos resultados obtidos através do

algoritmo.

No capítulo 6 são feitas as considerações finais e conclusões

(13)

CAPÍTULO 2

2.

MÉTODOS DE RESOLUÇÃO DO FLUXO DE POTÊNCIA

O cálculo do fluxo de potência consiste em se resolver um sistema de

equações não lineares através de métodos numéricos, apesar de se tratar de um

problema de fácil resolução para pequenos sistemas, a expansão do problema a

grandes redes de distribuição ou transmissão tornam estes cálculos bastante

complexos. Com o avanço computacional, estes métodos de resolução foram

evoluindo e novos métodos puderam ser aplicados (GÓMEZ-EXPÓSITO, CONEJO

e CAÑIZARES, 2011). A seguir são apresentadas algumas metodologias para

resolução do fluxo de potência.

2.1. Método de Gauss – Seidel

Gauss

– Seidel é um método iterativo baseado na matriz admitância (Y). O

método é de fácil entendimento, porém sua aplicação é bastante trabalhosa devido

ao lento processo de convergência. Muitas vezes este método não apresenta bons

resultados para sistemas reais mais complexos que apresentam características

como: compensação série e shunt, linhas de extra alta tensão, capacitâncias

grandes e junção de impedâncias série muito grandes ou pequenas. Entre as

vantagens deste método podem ser considerados os pequenos números de cálculos

por iteração e de elementos na somatória e a pouca memória necessária quando

tratado computacionalmente (CASTRO, 2010). Devido a sua simplicidade, ainda é

bastante utilizado para fins acadêmicos, pois sua aplicação facilita o entendimento

dos processos iterativos.

O equacionamento para utilização do método é:

( )

(

( )

( )

( )

)

(2.1)

Onde:

(14)

– É a tensão na barra k;

– É o número da iteração;

– É a admitância correspondente à linha entre a barra k e n;

– É o número total de barras do sistema;

Este processo iterativo é repetido quantas vezes forem necessárias até que

os valores das tensões atinjam a precisão desejada.

2.2. Método de Newton-Raphson

O método de Newton-Raphson (NR) foi originalmente aplicado a sistemas de

transmissão por (TINNEY e HART, 1967). A partir de então, o método ganhou ampla

aceitação para tratamento de sistemas de transmissão por sua robustez e

possibilidade de implementar códigos em diversas linguagens de programação. Este

método se utiliza da expansão em séries de Taylor para equações não lineares.

Basicamente são consideradas quatro variáveis (potência ativa e reativa injetadas,

tensão e ângulo) em cada barra do sistema (MONTICELLI e GARCIA, 2003). Neste

método, as barras do sistema são classificadas como:

Barra PQ

– Denominada barra de carga, com a específica potência

ativa e reativa na barra;

Barra PV

– Denominada barra de geração, pois são conhecidas a

potência ativa e a magnitude de tensão;

Barra Vθ – Esta barra é considerada a referência, pois é fixada a

magnitude de tensão e o seu ângulo a fim de equilibrar a injeção de

potência ativa e reativa nesta barra com as demandas de potência e as

perdas do sistema (KEYHANI, 2011).

O método de NR baseia-se no fluxo de potência ativa e reativa em cada

barra, num processo iterativo em que o desvio dos valores de referência é calculado

em cada iteração através de equacionamento das potências:

(15)

(

)

(2.2)

(

)

(2.3)

Nas expressões, o índice “esp” indica valores especificados de potência ativa

e reativa, G e B são a condutância e a susceptância entre as barras i e j calculadas

na matriz de admitância Y e é o número de barras PQ e PV do sistema. Por

definição, as barras de carga ou PQ têm definidos os valores de P e Q, assim os

valores de

e tendem a zero na solução. O mesmo acontece para das

barras de geração ou PV.

Para determinar os valores de

e

, é necessário fazer uso da matriz

Jacobiana para encontrar novos valores de

e através da equação matricial

(2.4) em cada iteração.

[

] [

] [

]

(2.4)

Os elementos H, N, M e L que representam a matriz Jacobiana possuem

dimensões que variam de acordo com o número de barras PQ e PV do sistema.

Estes elementos representam a sensibilidade das potências ativas e reativas em

relação aos ângulos e tensões.

O método de NR é o mais utilizado nos estudos de sistemas de transmissão

por permitir o tratamento de sistemas de grande porte e pelas características de

convergência, geralmente atingida em até cinco iterações independente do tamanho

do sistema (LI, LUO, et al., 2011). A desvantagem deste método se dá ao fato de

utilizar muita memória de armazenamento e tempo computacional, pois se deve

inverter a matriz Jacobiana no processo (CASTRO, 2010). Além disso, a matriz

Jacobiana pode se tornar mal condicionada quando aplicada a sistemas de

distribuição como é demonstrado na subseção 2.2.2.

(16)

2.2.1. Método de NR desacoplado e desacoplado rápido

Tanto o método de NR convencional quando o desacoplado (STOTT, 1972) e

o desacoplado rápido (STOTT e ALSAÇ, 1974), fazem uso da matriz Jacobiana no

processo iterativo. A diferença entre os métodos está na simplificação da matriz

Jacobiana para otimização dos cálculos, facilitando assim as contas e reduzindo o

uso da memória de armazenamento e tempo computacional, problema que o

método de NR convencional apresentava.

No NR Desacoplado assume-se que a sensibilidade da potência ativa em

relação ao ângulo (H) é muito maior do que em relação à tensão (N), em contra

partida a sensibilidade da potência reativa em relação à tensão (L) é muito maior do

que em relação ao ângulo (M). Dessa forma, os elementos N e M da matriz

Jacobiana são aproximados à zero.

No método NR Desacoplado Rápido são introduzidas as seguintes

aproximações:

a)

é muito próximo de um;

b)

é, em magnitude, muito maior que

;

c)

é, em magnitude, muito maior que

.

Assim a matriz Jacobiana é simplificada ainda mais reduzindo-se os termos

de H e L a constantes, fazendo-se com que a mesma não necessite ser recalculada

a cada iteração e reduzindo-se ainda mais o uso da memória computacional. Porém

as aproximações (a) e (b) só são válidas para sistemas de extra alta tensão e ultra

alta tensão, pois em geral, a reatância da linha é da ordem de 20 vezes maior do

que a resistência da mesma. Já a aproximação (c) é válida, pois as reatâncias shunt

são muito maiores que as reatâncias série.

Ambos os métodos, otimizam o uso da memória computacional e os cálculos

do fluxo de potência consideravelmente, porém estas aproximações restringem

ainda mais sua aplicação e não resolvem o problema de mal condicionamento da

Jacobiana para a aplicação em sistemas de distribuição.

(17)

2.2.2. NR aplicado a sistemas de distribuição

Apesar do método de NR ser amplamente utilizado em sistemas de

transmissão, na distribuição este método pode apresentar alguns problemas quando

a reatância das linhas for menor do que a sua resistência, podendo-se assim levar a

matriz Jacobiana a tornar-se mal condicionada durante o cálculo iterativo (LIU,

SALAMA e MANSOUR, 2002).

Para solucionar este problema (ZHANG e CHENG, 1997) propuseram a

fatoração da matriz Jacobiana em um produto de matrizes UDU

T

, onde D é a matriz

diagonal, U é a matriz triangular superior e U

T

sua transposta. Estas modificações da

Jacobiana tornam o método de NR muito robusto e eficaz quando aplicados a

sistemas de distribuição, porém, ao aumentar o número de matrizes no processo de

fatoração, o problema no uso da memória computacional se agrava, ainda mais se

tratando de sistemas trifásicos.

2.3. Método de Backward-Forward Sweep

O método Backward-Forward Sweep (BFS) também chamado de método de

varredura proposto por (CHENG e SHIRMOHAMMADI, 1995) utiliza o princípio das

leis de Kirchhoff de corrente e de tensão, onde inicialmente obtém-se a potência

ativa e a potência reativa de cada nó e do sistema. Com estes dados é possível

estimar o fluxo de corrente das barras finais para a barra de referência (backward).

Em seguida calculam-se as magnitudes e os ângulos de tensão a partir da barra de

referência, onde a tensão é conhecida e subtrai-se a queda de tensão em cada

barra até chegar às extremidades (forward).

A vantagem deste método é sua simplicidade e facilidade para ser

programado, pois se utiliza apenas de cálculos algébricos, podendo assim trabalhar

as variáveis na forma complexa. Apesar de o método apresentar excelentes

resultados quando aplicados a sistemas radiais, é justamente ai que se encontra sua

principal desvantagem, pois pode ser aplicado apenas a sistemas radiais e

combinados (levemente malhados). Isso acontece porque o método faz uso de

cálculos unidirecionais para determinar as correntes (backward) e as tensões

(forward).

(18)

2.4. Método de solução do fluxo escolhido

Como visto anteriormente, todos os métodos possuem vantagens e

desvantagens dependendo da sua aplicação. O método de Gauss-Seidel se mostrou

pouco eficaz com o decorrer dos anos, principalmente com o surgimento do método

de NR. Este por outro lado pode ser problemático quando aplicado a sistemas

radiais, apesar de já existirem adaptações neste método para sistemas radiais. O

mesmo se torna pouco atrativo computacionalmente pelo auto consumo da memória

computacional, ainda mais se for aplicado a um sistema trifásico, objeto deste

estudo, quando comparado ao método BFS.

Como o sistema em estudo se trata de uma rede da rede tensão do sistema

de distribuição primário, onde se encontram apenas barras de carga, o método

escolhido foi o de BFS que é de fácil programação e apresenta ótimos resultados

com pouco uso de memória computacional. Este método será explorado com mais

detalhes no capítulo quatro.

(19)

CAPÍTULO 3

3.

MODELAGEM TRIFÁSICA A QUATRO FIOS

Para modelar o sistema trifásico a quatro fios (com presença do neutro) com

retorno pelo terra e determinar as impedâncias, foi utilizado a metodologia descrita

por Carson (CARSON, 1926).

3.1. Sistema monofásico

Para este sistema, se considera o terra como um condutor único paralelo ao

solo por onde é conduzida uma corrente I

a

com retorno através do circuito g-g’

(Figura 3.1). Este condutor possuir resistividade uniforme com raio médio geométrico

de um metro e de extensão infinita.

Figura 3.1 – Linha de Carson.

Fonte: Adaptado de (PIZZALI, 2003).

Pelo esquema de Carson podemos definir que:

[

] [

] [

̅

̅

̅

̅

] [

]

(3.1)

(20)

(

) ( ̅

̅

̅

)

(3.2)

E considerando-se que a condição de conexão é (

)

( ̅

̅

̅

)

(3.3)

̅

̅

̅

(3.4)

Pode ser observado que

é composto por três componentes sendo

̅

a

impedância própria da linha e ( ̅

̅

) a correção pela presença do terra, sendo

̅

a impedância própria do solo e ̅

é a impedância mútua. Ao considerar o solo

um condutor perfeito, Carson estabeleceu que estas impedâncias podem ser

determinado por (3.5) (3.6) e (3.7) respectivamente.

̅

(

)

(3.5)

̅

(

)

(3.6)

̅

(3.7)

sendo:

a resistência do cabo da fase “a” em Ω/km;

a altura do cabo “a” em metros;

a resistividade do solo;

a frequência;

̅

a impedância mútua entre a fase “a” e o terra;

o raio médio geométrico do cabo da fase a em metros.

A principal contribuição de Carson é que podemos modelar a linha sem ser

desconsiderado os efeitos do terra, tratando-o como um condutor fictício.

(21)

3.2. Sistema trifásico

Para representar as impedâncias de uma linha trifásica a quatro fios com

presença do cabo neutro e retorno pelo terra (Figura 3.2), procede-se similarmente à

metodologia usada para a linha de Carson.

Figura 3.2 – Linha trifásica a quatro fios multi-aterrada.

Fonte: Adaptado de (PIZZALI, 2003).

A matriz 5x5 a seguir apresenta a impedância própria

̅

e as mútuas da

terra ( ̅

̅

̅

̅

) além das impedâncias próprias e mútuas das fases a, b, c

e neutro.

[ ̅

]

[

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

]

(3.8)

A partir das equações de Carson e considerando o solo como um condutor

perfeito. Pode-se assim determinar a impedância própria da fase “a” como:

̅

(

(22)

e a impedância mútua entre as fases “a” e “b” como:

̅

(

(

)

(

)

)

(3.10)

Sendo

a distância horizontal entre as fases “a” e “b”.

Para obter as impedâncias próprias e mútuas da terra no sistema

representado na Figura 3.2, seguimos o mesmo procedimento abordado para o

sistema monofásico. Assim as quedas de tensão podem ser determinadas por:

[

]

[

]

[

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

]

[

]

(3.11)

Considerando então que

(

) pois as fases estão

aterradas no mesmo ponto e que

. Subtrai-se a quinta linha de (3.11) da

primeira para obter:

(

) ( ̅

̅

̅

)

( ̅

̅

̅

̅

)

( ̅

̅

̅

̅

)

( ̅

̅

̅

̅

)

(3.12)

Como a condição de conexão é que (

) temos:

(3.13)

Comparando a equação (3.12) com (3.13) temos:

̅

̅

̅

(3.14)

(23)

̅

̅

̅

̅

(3.15)

̅

̅

̅

̅

Os termos ̅

e ̅

( )

de (3.11), onde i representa as fases e o neutro da rede,

podem ser determinados pelas equações (3.6) e (3.7).

Este processo é repetido analogicamente para as fases “b”, “c” e “n” para

obter a matriz 4x4 (3.16) que representa as impedâncias próprias e mútuas das

fases e do neutro corrigidas pela presença do condutor terra.

[

] [

] [

]

(3.16)

(24)

CAPÍTULO 4

4.

FLUXO DE POTÊNCIA BACKWARD-FORWARD SWEEP

Neste capítulo é apresentado o método de fluxo de potência trifásico em

tempo real de sistemas de distribuição. O método de fluxo de potência trifásico BFS

foi originalmente proposto por (CHENG e SHIRMOHAMMADI, 1995). A modelagem

matricial 3x3 das linhas é estendida para uma modelagem 5x5, caso onde são

representados o neutro e o terra explicitamente. O caso em estudo apresenta um

sistema a quatro fios com neutro isolado onde os efeitos do terra foram transferidos

para as fases. Assim, a representação do problema se da através de uma

modelagem matricial 4x4.

4.1. Representação matricial

Este é o caso mais complexo para estudo do fluxo, cada nó ou ramo na rede

é numerado por um único índice, sem considerar o número de fases desse nó ou

ramo. A modelagem da linha de distribuição trifásica a quatro fios multi-aterrada,

para um ramo qualquer é mostrada na Figura 4.1.

Figura 4.1 – Modelagem da linha trifásica a quatro fios multi-aterrada.

Fonte: Adaptado de (PANTUZI, 2006).

(25)

onde:

as correntes no ramo l;

( )

( )

as impedâncias de aterramento dos nós i e j;

( )

( )

as tensões do neutro dos nós i e j.

Considerando que neste estudo o cabo terra é fictício, a matriz impedância

4x4 série

do ramo l é representada a seguir.

[

] [

]

(4.1)

Se qualquer fase ou neutro do ramo não existir, a linha e coluna

correspondentes passam a conter elementos iguais à zero.

4.2. Enumeração das camadas

Para aplicar o método de varredura em um sistema de distribuição, divide-se

o sistema em camadas, onde a primeira camada consiste nos ramos que saem da

subestação e conectam as próximas barras ou nós do sistema, a camada seguinte é

então formada pelos ramos que saem das barras ou nós que compõem a camada

anterior e conectam as próximas barras do sistema. O número de camadas de um

sistema está diretamente relacionado ao tamanho do ramal principal do mesmo

como mostra a Figura 4.2.

Com a numeração das camadas, os nós extremos e os caminhos à jusante e

à montante são facilmente identificados, melhorando o desempenho numérico e

facilitando a aplicação do método BFS. Durante o processo computacional de

numeração das camadas, é possível ainda identificar quantas fases existe em cada

ramo do sistema.

(26)

Figura 4.2 – Numeração dos ramos para rede de distribuição radial.

Fonte: Adaptado de (PANTUZI, 2006).

4.3. Cálculo do Fluxo de Potência

A presença de barras PQ (cargas modeladas com potência constante) torna a

rede não linear, fazendo com que o processo de resolução seja iterativo. Para

representar estas cargas, utiliza-se o modelo de potência constante onde as tensões

de fase mudam a cada interação e a potência aparente permanece constante.

Dessa forma as correntes das cargas são dadas por:

(

)

|

|

|

|

|

|

(

)

|

|

|

|

|

|

(4.2)

(

)

|

|

|

|

|

|

Como a potência das cargas é conhecida, pode-se determinar as injeções de

correntes nas barras assumindo inicialmente uma tensão de um p.u. para todo

sistema e nas demais assume-se o valor da iteração anterior. Posteriormente são

obtidos os fluxos de corrente nas linhas começando pelas mais distantes da

subestação até as mais próximas dela (backward). Usando as correntes nas linhas,

é iniciado o processo à jusante onde são calculadas tensões em todos os nós

(27)

começando pela subestação em direção aos nós mais distante (forward). Estes três

passos que serão demonstrados a seguir deverão ser repetidos até que a

convergência seja atingida.

Cálculo nodal da corrente para os nós

[

]

[

(

)

( )

(

)

( )

(

⁄ )

( )

(

)]

[

] [

]

( )

(4.3)

sendo:

as injeções de correntes no nó i;

as injeções de potência conhecidas no nó i;

as tensões no nó i;

as admitâncias próprias dos elementos shunt no nó i;

a admitância mútua entre os elementos shunt

e no

nó i ( );

a admitância de aterramento no nó i;

número da iteração.

Etapa Backward - cálculo das correntes nos ramos

Começando a partir do ramo na última camada e seguindo-se em direção do

nó principal, a corrente no ramo é:

[

]

( )

[

]

( )

∑ [

]

( )

(4.4)

(28)

Etapa Forward – cálculo das tensões para os nós

Começando da primeira camada em direção à última, a tensão no nó é:

[

]

( )

[

]

( )

[

] [

]

( )

(4.5)

Critério de convergência

Ao fim da iteração verificam-se os erros entre as potências calculadas e as

conhecidas de cada nó para todas as fases através das equações (4.7):

( )

( )

(

( )

)

|

|

( )

( )

(

( )

)

|

|

(4.7)

( )

( )

(

( )

)

|

|

Caso a parte real ou imaginária de qualquer erro de potência é maior que o

critério de convergência, os passos 1 a 3 são repetidos até alcançar a convergência.

(29)

CAPÍTULO 5

5.

APLICAÇÕES E RESULTADOS

Neste capítulo é apresentado o sistema teste IEEE 34 barras ao qual será

aplicado o método de resolução do fluxo de potência apresentado nos capítulos

anteriores e implementado em GAMS. Os resultados do calculo de fluxo são

apresentados e seus resultados discutidos.

5.1. Sistema teste IEEE-34 barras

O sistema-de distribuição de energia elétrica utilizado, foi adaptado do

sistema teste IEEE 34 barras (IEEE DISTRIBUTION PLANNING WORKING GROUP

REPORT, 1991) visto na Figura 5.1, será utilizado como objeto deste estudo.

Localizado no estado norte americano do Arizona ele incorpora todas as possíveis

configurações práticas e características de carga de um sistema real. A tensão

nominal do alimentador é de 24,9 kV, e a tensão de referência no nó principal é de

25,647 kV, a distribuição é feita por Linhas de Distribuição Aéreas (LDA) de bitolas

CAA #1/0, CAA #2 e CAA #4 com uma relação X/R entre 0,68 e 1,81. Suas

principais características são:

Muito longo e com carregamento médio;

Carregamento nas barras com cargas distribuídas (Tabela 5.2);

Capacitores em paralelo nas barras 28 e 33 (Tabela 5.1).

Tabela 5.1 – Injeção de potência reativa pelo banco de capacitores.

Fonte: Adaptado de (IEEE DISTRIBUTION PLANNING WORKING GROUP REPORT, 1991).

Barra

Qca (kVAr)

Qcb (kVAr)

Qcc (kVAr)

(30)

Figura 5.1 – Interligações da Rede IEEE 34 Barras.

Fonte: Adaptado de (IEEE DISTRIBUTION PLANNING WORKING GROUP REPORT, 1991).

Tabela 5.2 – Injeção de potências ativas e reativas nas barras.

Fonte: Adaptado de (IEEE DISTRIBUTION PLANNING WORKING GROUP REPORT, 1991).

Barra

Pa (kW)

Qa (kVAr)

Pb (kW)

Qb (kVAr)

Pc (kW)

Qc (kVAr)

1

0,0

0,0

15,0

7,5

12,5

7,0

2

0,0

0,0

15,0

7,5

12,5

7,0

3

0,0

0,0

8,0

4,0

0,0

0,0

4

0,0

0,0

8,0

4,0

0,0

0,0

8

0,0

0,0

2,5

1,0

0,0

0,0

9

17,0

8,5

0,0

0,0

0,0

0,0

10

0,0

0,0

22,5

11,0

2,0

1,0

11

84,5

43,5

0,0

0,0

0,0

0,0

12

3,5

1,5

0,0

0,0

2,0

1,0

13

0,0

0,0

20,0

10,0

0,0

0,0

14

67,5

35,0

0,0

0,0

0,0

0,0

15

13,5

6,5

12,0

6,0

25,0

10,0

16

0,0

0,0

2,0

1,0

0,0

0,0

19

3,5

1,5

1,0

0,5

3,0

1,5

21

6,5

3,0

8,5

4,5

9,5

5,0

22

150,0

75,0

150,0

75,0

150,0

75,0

23

10,0

5,0

17,5

9,0

61,5

31,0

24

0,0

0,0

1,0

0,5

0,0

0,0

25

43,0

27,5

35,0

24,0

96,0

54,5

26

4,5

2,5

0,0

0,0

0,0

0,0

27

24,0

12,0

16,0

8,5

21,0

11,0

28

139,5

107,5

147,5

111,0

145,0

110,5

29

0,0

0,0

14,0

7,0

0,0

0,0

30

18,0

11,5

20,0

12,5

9,0

7,0

31

0,0

0,0

24,0

11,5

0,0

0,0

32

0,0

0,0

14,0

7,0

0,0

0,0

33

20,0

16,0

31,5

21,5

20,0

16,0

(31)

5.2. Cálculo das impedâncias das linhas

Para resolver o fluxo de potência, é necessário determinar as matrizes

impedâncias de cada trecho do sistema para apresenta-las como dado de entrada

no algoritmo desenvolvido. Como forma de exemplificar os cálculos, será

demostrado com detalhes o processo de obtenção das matrizes 5x5 e 4x4

correspondente ao treco 0 – 1 da Figura 5.1.

[ ̅

]

[

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

̅

]

O sistema IEEE estudado utilizada cabos ACSR #2 6/1 que possui uma

resistência de 1,0501173

Ω/km. As distâncias verticais e horizontais das fases e o

neutro são:

d

ab

= 0,7620 m

d

ac

= 1,3716 m

d

an

= 0,4572 m

d

bc

= 2,1336 m

d

bn

= 1,2192 m

d

cn

= 0,9144 m

h

a

= h

b

= h

c

= 8,5344 m

h

n

= 7,3152 m

A partir destes dados obtemos um raio médio geométrico de 1,274E-06 km, e

assim podemos calcular as impedâncias próprias das fases e neutro utilizando (3.9).

̅

̅

̅

(

)

̅

̅

̅

( )

( ) (

(

)

)

̅

̅

̅

̅

( )

( ) (

(

)

)

̅

(32)

As impedâncias mútuas das fases e do neutro são determinadas por (3.10).

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

̅

( ) (

√( )

( )

√( )

( )

)

̅

Para determinar a impedância própria e a impedância mútua do solo usamos

as equações (3.6) e (3.7) respectivamente, Assim temos:

̅

( ) (

)

̅

̅

( )

̅

( )

(33)

̅

( )

̅

( )

Como a matriz impedância se trata de uma matriz simétrica, não é necessário

calcular os demais elementos, assim temos:

[ ̅ ] [ ]

Multiplicando pelo comprimento 0,7864 km equivalente ao trecho 0 – 1 temos:

[ ̅ ] [ ]

Como neste estudo estamos tratando um sistema a quatro fios com o cabo

neutro isolado, porém sem desconsiderar os efeitos que o condutor terra provoca na

rede. Transferimos os efeitos do condutor fictício terra às fases e ao condutor neutro

para montar a matriz 4x4 utilizando as equações (3.14) e (3.15). Assim temos:

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

(34)

Por fim obtemos a matriz 4x4 do trecho 0 – 1.

[

] [

]

[

] [

]

A Tabela 5.3 e Tabela 5.4 mostram os valores da matriz 4x4 para todos os

trechos da rede.

Tabela 5.3 – Elementos da Matriz 4x4 (Ω) Rede IEEE 34 Barras Parte 1.

Fonte: Próprio autor.

0

1

0,8724

0,7951

0,0466

0,4161

0,0466

0,3813

0,0466

0,3845

0,8724

0,7951

1

2

0,5849

0,5333

0,0312

0,2792

0,0312

0,2558

0,0312

0,2579

0,5849

0,5333

2

3

10,8975

9,9338

0,5816

5,1988

0,5816

4,7646

0,5816

4,8038

10,8975

9,9338

3

4

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,7555

1,7

3

5

12,6793

11,5581

0,6767

6,0488

0,6767

5,5436

0,6767

5,5894

12,6793

11,5581

5

6

10,0522

9,1632

0,5365

4,7955

0,5365

4,3949

0,5365

4,4312

10,0522

9,1632

6

7

0,0034

0,0031

0,0002

0,0016

0,0002

0,0015

0,0002

0,0015

0,0034

0,0031

7

8

0,1048

0,0956

0,0056

0,0501

0,0056

0,0459

0,0056

0,0462

0,1048

0,0956

8

9

0,2227

0,5008

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0309

0,2485

0,0000

0,0000

8

10

3,4521

3,1469

0,1842

1,6469

0,1842

1,5093

0,1842

1,5218

3,4521

3,1469

9

11

6,2681

14,1038

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,8688

6,9976

0,0000

0,0000

10

12

0,2841

0,2589

0,0152

0,1355

0,0152

0,1242

0,0152

0,1253

0,2841

0,2589

10

13

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3945

0,8875

11

14

1,7886

4,0247

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,2479

1,9969

0,0000

0,0000

12

15

6,911

6,2999

0,3688

3,297

0,3688

3,0216

0,3688

3,0466

6,911

6,2999

15

16

0,1758

0,1603

0,0094

0,0839

0,0094

0,0769

0,0094

0,0775

0,1758

0,1603

16

17

12,4528

11,3515

0,6646

5,9406

0,6646

5,4445

0,6646

5,4894

12,4528

11,3515

16

18

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,0371

6,8337

17

19

0,0034

0,0031

0,0002

0,0016

0,0002

0,0015

0,0002

0,0015

0,0034

0,0031

19

20

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

19

21

1,6567

1,5103

0,0884

0,7904

0,0884

0,7244

0,0884

0,7303

1,6567

1,5103

20

22

2,4304

3,2389

0,1905

1,7033

0,1905

1,561

0,1905

1,5739

2,4304

3,2389

21

23

1,9712

1,7969

0,1052

0,9404

0,1052

0,8619

0,1052

0,869

1,9712

1,7969

21

24

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,2109

0,4745

23

25

0,6829

0,6226

0,0364

0,3259

0,0364

0,2987

0,0364

0,3011

0,6829

0,6226

23

26

0,0947

0,0862

0,0051

0,0451

0,0051

0,0413

0,0051

0,0417

0,0947

0,0862

25

27

0,9062

0,826

0,0484

0,4323

0,0484

0,3961

0,0484

0,3995

0,9062

0,826

26

28

0,4565

0,4161

0,0244

0,2178

0,0244

0,1996

0,0244

0,2013

0,4565

0,4161

27

29

0,0947

0,0862

0,0051

0,0451

0,0051

0,0413

0,0051

0,0417

0,0947

0,0862

27

30

0,2908

0,265

0,0155

0,1387

0,0155

0,1271

0,0155

0,1282

0,2908

0,265

28

31

1,2308

1,1219

0,0657

0,5872

0,0657

0,5381

0,0657

0,5425

1,2308

1,1219

29

32

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,6432

1,4979

31

33

0,1792

0,1633

0,0096

0,0855

0,0096

0,0783

0,0096

0,079

0,1792

0,1633

(35)

Tabela 5.4 – Elementos da Matriz 4x4 (Ω) Rede IEEE 34 Barras Parte 2.

Fonte: Próprio autor.

5.3. Sistema de modelagem computacional GAMS

O sistema algébrico de modelagem matemática GAMS (General Algebraic

Modeling System) é um programa desenvolvido para resolver modelos de

programação linear, não linear, inteira e inteira mista utilizando teoria de banco de

dados e relações com programação matemática. O GAMS se tornou amplamente

utilizado por possuir uma sintaxe simples e intuitiva, que permite descrever com

facilidade os modelos mais complexos de otimização fazendo uso de matrizes que

transformam os modelos matemáticos para a forma algorítmica exigida pelos

softwares. Pela sua simplicidade e programação de alto nível, a lógica pode ser

facilmente compreendida por um novo usuário, sem que este precise dedicar-se dias

ou até meses para decifra-lo.

0

1

0,0466

0,3555

0,0466

0,368

0,8724

0,7951

0,0466

0,3753

0,8724

0,7952

1

2

0,0312

0,2385

0,0312

0,2468

0,5849

0,5333

0,0312

0,2517

0,5849

0,5332

2

3

0,5816

4,4414

0,5816

4,5975

10,8975

9,9338

0,5816

4,6878

10,8975

9,9336

3

4

0,0000

0,0000

0,1047

0,8435

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,7555

1,6999

3

5

0,6767

5,1676

0,6767

5,3493

12,6793

11,5581

0,6767

5,4545

12,6793

11,5581

5

6

0,5365

4,0968

0,5365

4,2409

10,0522

9,1632

0,5365

4,3243

10,0522

9,1633

6

7

0,0002

0,0014

0,0002

0,0014

0,0034

0,0031

0,0002

0,0014

0,0034

0,003

7

8

0,0056

0,0428

0,0056

0,0442

0,1048

0,0956

0,0056

0,0451

0,1048

0,0955

8

9

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,2227

0,5008

8

10

0,1842

1,4069

0,1842

1,4565

3,4521

3,1469

0,1842

1,4851

3,4521

3,147

9

11

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

6,2681

14,1023

10

12

0,0152

0,1158

0,0152

0,1199

0,2841

0,2589

0,0152

0,1222

0,2841

0,259

10

13

0,0000

0,0000

0,0547

0,4403

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3945

0,8875

11

14

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,7886

4,0242

12

15

0,3688

2,8166

0,3688

2,9157

6,911

6,2999

0,3688

2,9731

6,911

6,3

15

16

0,0094

0,0716

0,0094

0,0741

0,1758

0,1603

0,0094

0,0756

0,1758

0,1602

16

17

0,6646

5,0751

0,6646

5,2536

12,4528

11,3515

0,6646

5,3569

12,4528

11,3515

16

18

0,0000

0,0000

0,421

3,3905

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,0371

6,8329

17

19

0,0002

0,0014

0,0002

0,0014

0,0034

0,0031

0,0002

0,0014

0,0034

0,003

19

20

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

19

21

0,0884

0,6753

0,0884

0,699

1,6567

1,5103

0,0884

0,7127

1,6567

1,5102

20

22

0,1905

1,4551

0,1905

1,5063

2,4304

3,2389

0,1905

1,5359

2,4304

3,239

21

23

0,1052

0,8034

0,1052

0,8316

1,9712

1,7969

0,1052

0,848

1,9712

1,7969

21

24

0,0000

0,0000

0,0292

0,2354

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,2109

0,4744

23

25

0,0364

0,2784

0,0364

0,2881

0,6829

0,6226

0,0364

0,2938

0,6829

0,6225

23

26

0,0051

0,0385

0,0051

0,0399

0,0947

0,0862

0,0051

0,0407

0,0947

0,0863

25

27

0,0484

0,3693

0,0484

0,3823

0,9062

0,826

0,0484

0,3898

0,9062

0,8261

26

28

0,0244

0,1861

0,0244

0,1926

0,4565

0,4161

0,0244

0,1964

0,4565

0,4162

27

29

0,0051

0,0385

0,0051

0,0399

0,0947

0,0862

0,0051

0,0407

0,0947

0,0863

27

30

0,0155

0,1185

0,0155

0,1227

0,2908

0,265

0,0155

0,1251

0,2908

0,2652

28

31

0,0657

0,5016

0,0657

0,5192

1,2308

1,1219

0,0657

0,5294

1,2308

1,1219

29

32

0,0000

0,0000

0,0877

0,7063

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,6432

1,4979

31

33

0,0096

0,073

0,0096

0,0756

0,1792

0,1633

0,0096

0,077

0,1792

0,1633

nn

Zcc

Zcn

Trecho

Zbc

Zbn

(36)

O GAMS é uma linguagem muito utilizada pois os modelos matemáticos

podem ser resolvidos em qualquer tipo de computador, uma pessoa pode

desenvolver um modelo e depois utilizá-lo para outros fins alterando dados. Não é

necessário o uso de nenhum editor especial, o GAMS oferece uma arquitetura

aberta no qual cada usuário pode usar um processador de texto ou digitar

diretamente no programa.

Os arquivos criados no GAMS são salvos com a extensão .GMS e os

arquivos de saída processados são salvos com a extensão .LST.

O algoritmo desenvolvido para o cálculo do fluxo de potência foi

implementado em GAMS pelas vantagens apresentadas e por este software possuir

uma versão gratuita.

5.4. Resultados Obtidos

A partir das informações obtidas nas seções 5.1. e 5.2. do embasamento

teórico apresentado nas demais seções deste trabalho, podemos rodar o algoritmo

desenvolvido para obter todas as informações de interesse relacionadas ao fluxo de

potência.

Em sistemas de distribuição o alimentador é composto por vários ramos onde

estão situados os transformadores, estes transformadores onde se concentram as

cargas da distribuição secundária são denominados no estudo como barras ou nós

da distribuição primária. Além disso, a rede possui um ramal ou caminho principal,

comumente os estudos de queda de tensão são aplicados a este caminho, dessa

forma pode-se ter uma visão mais geral do comportamento da rede. O critério para

se determinar este caminho é seu comprimento e o carregamento do mesmo.

Mesmo que o algoritmo leve em consideração todas as barras do sistema em

sua rotina de programação, alguns resultados serão apresentados apenas para o

caminho principal. O arquivo de saída gerado pelo GAMS apresenta os resultados

obtidos em cada nó do sistema. Para rede IEEE 34 barras o caminho analisado é

composto pelos seguintes nós: 1-2-3-5-6-7-8-10-12-15-16-17-19-21-23-25-27-29-32.

A Figura 5.2 mostra as tensões de fase e a Figura 5.3 mostra as tensões do

neutro, ambos obtidos a partir do cálculo do fluxo de potência a 4 fios a potência

constante.

(37)

Figura 5.2 – Tensões de Fase no ramal principal da rede IEEE-34.

Fonte: Próprio autor.

Figura 5.3 – Tensões do neutro no ramal principal da rede IEEE-34.

Fonte: Próprio autor.

Observa-se na Figura 5.2 que os valores de tensão a jusante estão bem

abaixo do nível adequado de tensão, segundo a resolução da ANEEL a queda de

tensão na distribuição não pode ultrapassar o limite de 0,93%, porém este é apenas

um estudo de convergência do fluxo de potência, ou seja, não existe a preocupação

de corrigir problemas de carregamento ou queda de tensão do alimentador. Contudo

o comportamento da queda de tensão apresenta resultados coerentes, pois o

barramento que possui menor tensão é o mais distante da subestação, estes

resultados também podem ser comparados com os resultados obtidos nos trabalho

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

13,5

14,0

14,5

15,0

1

2

3

5

6

7

8

10 12 15 16 17 19 21 23 25 27 29 32

Te

n

es

d

e fa

se

(

kV

)

Fase A

Fase B

Fase C

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

1

2

3

5

6

7

8

10 12 15 16 17 19 21 23 25 27 29 32

Te

n

o

do

N

e

u

tr

o

(

kV

)

Referências

Documentos relacionados

I, Seltan Segued, emperor of Ethiopia, believe and profess that Saint Peter, prince of the Apostles was nominated head of the Christian Church by Christ our Lord, who bestowed

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças

Modeladora  –   Equipamento profissional para indústria alimentícia destinado à. modelar massas pela sua passagem entre

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

[r]

Este questionário tem o objetivo de conhecer sua opinião sobre o processo de codificação no preenchimento do RP1. Nossa intenção é conhecer a sua visão sobre as dificuldades e

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Pretendo, a partir de agora, me focar detalhadamente nas Investigações Filosóficas e realizar uma leitura pormenorizada das §§65-88, com o fim de apresentar e