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AUTOR(ES): NICOLLE MARTINS CARROZZI, JULIANA CRISTINA MARTINS SILVA, LUIZA MELANIE SILVA

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Academic year: 2021

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TÍTULO: TREINAMENTO FÍSICO REALIZADO PREVIAMENTE AO INFARTO DO MIOCÁRDIO PREVINE DISFUNÇÃO AUTONÔMICA VASCULAR PERIFÉRICA E AUMENTO DO PERFIL DE CITOCINAS

INFLAMATÓRIAS NA MUSCULATURA ESQUELÉTICA DE RATOS TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): NICOLLE MARTINS CARROZZI, JULIANA CRISTINA MARTINS SILVA, LUIZA MELANIE SILVA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): BRUNO RODRIGUES ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): CATARINA DE ANDRADE BARBOZA, DANIELE JARDIM FERIANI, GABRIEL INÁCIO HONORATO DE SOUZA, LEANDRO YANASE ROCHA, MARCOS ELIAS VERGILINO

ABSSAMRA

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1 RESUMO

O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do treinamento físico (TF) aeróbio, realizado previamente ao infarto do miocárdio (IM), na capacidade física, sensibilidade barorreflexa, modulação autonômica periférica e perfil inflamatório na musculatura esquelética de ratos submetidos ao IM. Foram utilizados ratos wistar machos divididos randomicamente em 4 grupos: controle (C), controle treinado sob moderada intensidade (CTM), infartados sedentários (IS) e infartado treinado sob moderada intensidade (ITM). Foi realizado um teste de esforço inicial e ao final do acompanhamento/intervenção, assim como foram submetidos à cirurgia de infarto ou cirurgia sham. Após esse procedimento foi feito uma avaliação ecocardiográfica da área de infarto, canulação e registro da pressão arterial (PA) desses animais. Como resultados, o grupo IS teve prejuízos de todas as variáveis estudadas se comparado ao grupo C. No entanto, o TF foi eficiente em prevenir alterações na sensibilidade barorreflexa, função autonômica periférica e perfil inflamatório tecidual. Desse modo concluímos que o TF aeróbio foi eficaz em prevenir os efeitos deletérios do IM, reforçando assim, a importância da manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo.

1. INTRODUÇÃO. A doença arterial coronariana, juntamente com o infarto do miocárdio (IM), é a doença cardiovascular mais prevalente, e geralmente progride para insuficiência cardíaca (IC) nos indivíduos acometidos (Go et al., 2014). Há muito tempo se sabe que o tabagismo, hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, obesidade e sedentarismo são os principais fatores de risco para o IM (Thiene et al., 2010), e estratégias de prevenção têm sido amplamente abordadas. Após o IM, um desequilíbrio autonômico é geralmente seguido por anormalidades no controle reflexo cardiorrespiratório, como exemplo ocorre um prejuízo da sensibilidade do barorreflexo, aumento da ativação do ergorreflexo e quimiorreflexo, bem como aumento da atividade simpática para o coração e para a periferia (Piepoli et al., 2008). Assim, desequilíbrio autonômico passou a ser visto como um elemento chave na fisiopatologia do IM e IC (Thygesen et al., 2012).

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2 As manifestações periféricas da IC pós-IM, como disfunção endotelial, alterações no perfil metabólico e morfológico dos músculos esqueléticos, além de distúrbios no controle ventilatório, são determinantes para o aparecimento de sintomas como a intolerância ao esforço físico e redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx), decorrentes do comprometimento da perfusão periférica e do metabolismo celular inadequado (LaMonte et al., 2006). Além disso, a ativação simpática crônica parece ter pelo menos três efeitos discerníveis na musculatura esquelética: (1) prejudicar o fluxo de sangue do músculo esquelético; (2) aumentar a produção de citocinas inflamatórias; e (3) alterar o metabolismo energético (Middlekauff et al., 2005). Dessa forma, a maior ativação simpática provocada por um IM parece desencadear um dos principais fatores para a intolerância ao esforço, bem como a miopatia esquelética comumente observada na IC.

Os benefícios cardiovasculares, metabólicos e autonômicos após o exercício físico agudo e crônico têm levado muitos investigadores a sugerirem o treinamento físico (TF) como uma conduta não farmacológica importante na prevenção e tratamento de diferentes patologias que, por sua vez, culminam na IC (La Rovere et al., 2002; Pedersen & Saltin, 2006). Sob diferente ótica, no que tange aos benéficos do TF previamente a um evento cardíaco, adaptações vasculares, sistêmicas, neuro-humorais e cardiopulmonares ao exercício têm se mostrado bastante eficazes em prevenir complicações cardiometabólicas, bem como minimizar os efeitos deletérios da isquemia seguida de reperfusão (Gielen et al., 2010).

Nesse sentido, nosso grupo recentemente demonstrou que o TF aeróbico, realizado previamente ao IM, desencadeou uma reposta ventricular bastante positiva à isquemia miocárdica em ratos (Rodrigues et al., 2014). No entanto, levando em consideração que o aumento da atividade simpática após o IM pode levar a alterações negativas na musculatura esquelética com consequente redução da capacidade de esforço em indivíduos acometidos, a pergunta que surge é: o TF aeróbico, quando realizado previamente ao IM, poderia melhorar a resposta autonômica periférica e, consequentemente, o perfil inflamatório da musculatura esquelética de animais submetidos à isquemia miocárdica?

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3 2. OBJETIVOS. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do TF aeróbico, realizado previamente ao IM, na capacidade física, sensibilidade barorreflexa, modulação autonômica periférica e perfil inflamatório na musculatura esquelética de ratos submetidos ao IM.

3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

3.1. Animais e Grupos. O presente estudo teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (A008/2013). Para a realização dos experimentos, foram utilizados ratos Wistar machos com aproximadamente 7 semanas (250 – 300g), provenientes do biotério da Universidade São Judas Tadeu. Os animais foram mantidos agrupados, em ambiente com temperatura (22 – 24oC) e luz controladas (ciclo de 12 horas claro/escuro), com umidade do ar variando entre 54 a 55%. Água e comida foram oferecidas de modo irrestrito, sendo a dieta normoproteica. Os animais foram randomicamente divididos em 4 grupos experimentais: - Controle (C, n = 8) – os animais desse grupo foram acompanhados durante 2 meses e, posteriormente, submetidos à cirurgia fictícia Sham. - Controle treinado sob moderada intensidade (CTM, n = 8) – animais submetidos a um protocolo de treinamento físico de moderada intensidade durante 2 meses e, posteriormente, submetidos à cirurgia fictícia Sham. - Infartado sedentário (IS, n = 9) – os animais foram acompanhados por 2 meses e, posteriormente, submetidos à cirurgia de IM. - Infartado treinado sob moderada intensidade (ITM, n = 8) – submetidos a um protocolo de treinamento físico de moderada intensidade durante 2 meses e, posteriormente, submetidos à cirurgia de IM.

Foram selecionados para comporem os grupos experimentais infartados os animais que apresentassem fração de ejeção do ventrículo esquerdo < 50% e área de infarto variando entre 35 a 45% do VE.

3.2. Teste de Esforço Máximo e Treinamento Físico. Os animais foram adaptados em esteira ergométrica (10 minutos a 0,3 Km/h) durante 3 dias. O TE consistiu em colocar o animal correndo na esteira a 0,3 km/h por 3 minutos, sendo que esta carga será incrementada em 0,3 km/h a cada 3 minutos até que o animal atinja a exaustão. O TF de moderada intensidade ocorreu em esteira ergométrica, de 60 a 75% da

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4 velocidade máxima atingida no teste de esforço , durante 1 hora por dia, 5 dias por semana (Rodrigues et al., 2014).

3.3. Cirurgia de Indução do Infarto do Miocárdio. Após os protocolos de TF e/ou acompanhamento, os animais foram pesados e anestesiados com uma mistura de Cetamina (80 mg/Kg) e Xilazina (12 mg/Kg) via intraperitoneal para a realização da ligadura permanente da artéria coronária descendente anterior esquerda (Rodrigues et al., 2014).

3.4. Avaliação Ecocardiográfica da Área de Infarto . Um dia após a indução do IM ou cirurgia fictícia Sham, a região de infarto foi delimitada de acordo com a cinética das paredes do miocárdio pela avaliação ecocardiográfica (Rodrigues et al., 2014). 3.5. Canulação e Registro da Pressão Arterial (PA). Após a avaliação ecocardiográfica e realização do teste de esforço seguinte ao IM, os animais foram anestesiados com uma mistura de Cetamina (80 mg/Kg) e Xilazina (12 mg/Kg) por via intraperitoneal e foi realizada a implantação de cateteres de polivinil na veia jugular (para administração de drogas) e na artéria carótida (para registro direto da PA e frequência cardíaca- FC) (Rodrigues et al., 2014).

3.6. Avaliação da Sensibilidade do Barorreflexo. Após o registro da PA, com os animais em condições de repouso, a sensibilidade dos pressorreceptores foi testada através de doses crescentes da infusão de fenilefrina e de nitroprussiato de sódio. A sensibilidade barorreflexa foi avaliada pelo índice calculado através da divisão de variação da FC pela variação da PAM (Rodrigues et al., 2014).

3.7. Avaliação da Modulação Autonômica Periférica. A variabilidade da PAS foi avaliada no domínio do tempo (variância) e no domínio da frequência usando o modelo autoregressivo. Os componentes oscilatórios dos espectros foram quantificados em 2 faixas de frequência: baixa frequência (BF: 0,20-0,75 Hz) e alta frequência (AF: 0,75-4,0 Hz).

3.8. Concentração de Citocinas. Após as avaliações citadas acima, os animais foram pesados e mortos por decapitação. O músculo plantar foi removido e rapidamente congelado em nitrogênio líquido e armazenado em freezer -80º C. As avaliações quantitativas das citocinas IL-6, IL-10 e TNFα foram realizadas por

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5 Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) através do leitor e seus respectivos kits.

3.8. Análise Estatística. Os resultados foram apresentados como média ± erro padrão. O teste de análise de variância (ANOVA) de duas vias e para medidas repetidas foi devidamente aplicado para análise dos dados, seguido do post-hoc de Bonferroni. Valores de P<0,05 foram considerados significativos.

4. RESULTADOS

4.1. Teste de esforço máximo e área de infarto do miocárdio

A velocidade máxima atingida nos testes de esforço inicial, ao final dos protocolos de TF e após as cirurgias de IM ou Sham, está evidenciada na Tabela 1. Ao início do protocolo, a velocidade máxima atingida no teste de esforço foi semelhante entre os grupos estudados. Após 8 semanas de TF, os animais dos grupos CTM e ITM aumentaram a velocidade máxima atingida em relação às suas avaliações iniciais e em relação aos animais C. Após a cirurgia fictícia (Sham), os animais CTM permaneceram com a velocidade máxima atingida no teste elevada em relação aos animais C, bem como em relação às suas avaliações iniciais.

Por outro lado, o grupo IS, em sua avaliação pós-IM, apresentou redução desse parâmetro em relação à sua avaliação inicial, final, bem como em relação ao grupo C. De forma semelhante, o grupo ITM apresentou redução da velocidade em relação à sua avaliação inicial, final e se comparado ao grupo C. No entanto, vale ressaltar que o TF preveni u uma queda adicional da capacidade física no grupo treinado (ITM), conforme mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Velocidade atingida no teste de esforço (Km/h) nos períodos inicial, final e após a cirurgia de IM ou Sham nos grupos controle sedentário (C), controle treinado em moderada intensidade (CTM), infartado sedentário (IS) e infartado treinado em moderada intensidade (ITM).

Variáveis/Grupos C CTM IS ITM

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6 Final 1,5±0,06 2,4±0,03#* 1,5±0,03 2,4±0,05#*† Pós-IM / Sham 1,5±0,04 2,4±0,05#* 0,9±0,04#$* 1,2±0,04$*† Valores representam média ± EPM. Infarto do miocárdio – IM. # p<0,05 vs. avaliação inicial; $ p<0,05 vs. avaliação final; * p<0,05 vs. C; † p<0,05 vs. IS.

A área de infarto do ventrículo esquerdo avaliada pelo ecocardiograma foi semelhante entre os grupos infartados (IS : 45±3% e 42±4%).

4.2. Avaliações Hemodinâmicas Sistêmicas

Quando avaliadas diretamente a pressão arterial sistólica, diastólica e média, nenhuma diferença foi observada entre os grupos experimentais (Tabela 2). No entanto, a frequência cardíaca foi reduzida no grupo CTM em relação ao grupo C. Por outro lado, o grupo IS apresentou aumento dessa variável em relação ao grupo C. O TF de moderada intensidade preveniu esse aumento no grupo ITM.

A resposta taquicárdica a quedas de pressão arterial, após a injeção de Nitroprussiato de Sódio, estava reduzida nos animais dos grupos IS em relação aos animais do grupo C. De forma semelhante, a resposta bradicárdica a aumentos de pressão arterial, após doses crescentes de Fenilefrina, também estava reduzida nos animais do grupo IS em relação ao grupo C. O TF de moderada intensidade preveniu essa queda nos animais do grupo ITM.

Tabela 2. Avaliações hemodinâmicas e da sensibilidade barorreflexa nos grupos controle sedentário (C), controle treinado em moderada intensidade (CTM), infartado sedentário (IS) e infartado treinado em moderada intensidade (ITM).

Variáveis/Grupos C CTM IS ITM

Hemodinâmica

PAS (mmHg) 122±2 115±3 115±3 117±4

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7 PAM (mmHg) 98±3 95±2 92±2 95±4 FC (bpm) 319±5 295±4* 339* 331±4 Sensibilidade Barorreflexa RT (bpm/mmHg) 3,31±0,24 3,05±0,13 1,59±0,12* 2,89±0,05† RB (bpm/mmHg) -2,03±0,12 -2,21±0,11 -0,59±0,02* -2,01±0,07† Valores representam média ± EPM. Pressão arterial sistólica – PAS; Pressão arterial diastólica – PAD; Pressão arterial média – PAM; Frequência cardíaca – FC; Resposta taquicárdica – RT; Resposta bradicárdica – RB. * p<0,05 vs. C; † p<0,05 vs. IS.

4.3. Função Autonômica Periférica

Conforme evidenciado na Tabela 3, a variância da PAS estava aumentada no grupo IS em relação ao C e o TF preveniu esse aumento, conforme observado no grupo ITM. A banda de BF, indicativa de modulação simpática periférica, bem como o índice alfa, indicativo do barorreflexo espontâneo, foram melhorados no grupo CTM e apresentaram prejuízos no grupo IS. O TF, mais uma vez, preveniu estes prejuízos, conforme mostrado no grupo ITM.

Tabela 3. Avaliação autonômica periférica nos grupos controle sedentário (C), controle treinado em moderada intensidade (CTM), infartado sedentário (IS) e infartado treinado em moderada intensidade (ITM).

Variáveis/Grupos C CTM IS ITM

Var PAS (mmHg2) 29±2 24±4 41±5* 26±2† Banda BF (mmHg2) 5,8±0,6 3,1±0,4* 7,9±0,7* 4,3±0,4† Índice α (ms/mmHg) 1,0±0,1 1,8±0,1* 0,3±0,03* 1,4±0,2†

Valores representam média ± EPM. Variância da pressão arterial sistólica (Var PAS), Banda de baixa frequência da pressão arterial sistólica (Banda BF) e índice alfa (Índice α). * p<0,05 vs. C; † p<0,05 vs. IS.

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8 4.4. Perfil Inflamatório na Musculatura Esquelética

O grupo IS demonstrou um aumento do perfil inflamatório em músculo esquelético em relação ao grupo C, conforme evidenciado pelos níveis de IL6, TNFα e IL10. No entanto, o TF realizado antes do infarto preveniu estes aumentos, conforme observado no grupo ITM (Tabela 4).

Tabela 4. Perfil inflamatório na musculatura esquelética dos grupos controle sedentário (C), controle treinado em moderada intensidade (CTM), infartado sedentário (IS) e infartado treinado em moderada intensidade (ITM).

Variáveis/Grupos C CTM IS ITM

IL6 (pg/µg proteína-1) 0,65±0,1 0,45±0,06* 2,1±0,3* 1,0±0,1† TNFα (pg/µg proteína-1) 0,50±0,1 0,53±0,1 1,1±0,1* 1,64±0,1†

IL10 (pg/µg proteína-1) 0,34±0,06 0,39±0,08 1,19±0,1* 0,68±0,1† Valores representam média ± EPM. Interleucina 6 (IL6), Fator de necrose tumoral alfa (TNFα) e Interleucina 10 (IL10). * p<0,05 vs. C; † p<0,05 vs. IS.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os principais achados do presente estudo encontram-se no fato de que o treinamento físico aeróbico de moderada intensidade, quando realizado previamente ao infarto do miocárdio, foi capaz de prevenir: 1) um a umento do peso corporal; 2) uma queda acentuada da capacidade física; 3) redução da sensibilidade barorreflexa; 4) incrementos da modulação simpática periférica; e 5) aumento do perfil inflamatório da musculatura esquelética de ratos infartados.

A estimulação simpática crônica em pacientes com insuficiência cardíaca promove redistribuição do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos através de vasoconstrição crônica (Lang et al., 1997; Shoemaker et al., 1997; Negrao et al., 2001). A hipoperfusão do leito capilar, por sua vez, promove a isquemia do músculo esquelético, o que conduz à geração de espécies reativas de oxigénio e a inflamação do músculo (Tsutsui et al., 2001; Libera et al., 2001). Além disso, um

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9 crescente corpo de evidências sugere que a estimulação simpática pode estar envolvida no aumento da regulação de citocinas inflamatórias. Em pacientes com insuficiência cardíaca crónica, tanto o TNF-α quanto o IL-6 estavam aumentados paralelamente a incrementos nos níveis de catecolaminas plasmáticas (MacGowan et al., 1997).

Sabendo que a doença isquêmica cardíaca configura-se como uma das principais causas de insuficiência cardíaca, em nosso estudo observamos que durante a primeira semana de IM os animais sedentários apresentaram redução da sensibilidade barorreflexa, associado a um aumento da modulação simpática periférica, com consequente incremento nos níveis de citocinas inflamatórias no musculo esquelético desses animais.

Por outro lado, para nosso conhecimento, esse é o primeiro trabalho que verificou que o TF aeróbico, realizado previamente ao IM, foi capaz de prevenir um prejuízo da sensibilidade dos barorreceptores que, por sua vez, pode ter mantido adequadamente os sinais aferentes para o núcleo do trato solitário do bulbo, não permitindo um aumento expressivo dos sinais eferentes simpáticos para a periferia. Essa redução da modulação simpática periférica verificada nos animais treinados foi associada a uma redução do perfil inflamatório nos animais estudados.

Nesse sentido, nossos achados apresentam impacto clínico relevante, sustentando a ideia de que o treinamento físico aeróbio promove proteção aos efeitos deletérios do infarto do miocárdio, fato esse que reforça a importância da manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo. No entanto, estudos futuros são necessários para melhor compreensão dos mecanismos associados aos efeitos protetores do treinamento físico associado ou não a fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

6. FONTES CONSULTADAS

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