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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

Área de Atuação: Educação Física

JOGOS, BRINCADEIRAS E A MEDIAÇÃO NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA

LUCYANNE CECÍLIA DIAS

MARINGÁ

2008

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

JOGOS, BRINCADEIRAS E A MEDIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Produção Didático-Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob orientação da Profª. Drª. Nerli Nonato Ribeiro Mori, do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Maringá.

MARINGÁ 2008

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DIAS, Lucyanne Cecília. JOGOS, BRINCADEIRAS E A MEDIAÇÃO NAS AULAS

DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Produção Didático Pedagógica – Unidade Didática –

Caderno Temático (Parte da Avaliação do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE) – Universidade Estadual de Maringá. Orientadora: Profª. Drª. Nerli Nonato Ribeiro Mori. Maringá, 2008.

RESUMO

Nesse estudo analisamos as relações que podem ser estabelecidas entre a temática dos jogos e brincadeiras na perspectiva da teoria histórico-cultural e a prática pedagógica da educação física nas escolas. Para tanto nos pautamos nas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado do Paraná – DCE´s/2008, da disciplina de Educação Física e em autores clássicos da Teoria Histórico-Cultural que enfocam a importância de jogos e brincadeiras, como mediação para o desenvolvimento psíquico infantil e para a interação social. Essa unidade didática faz parte de um caderno temático sobre mediação pedagógica.

Palavras-chave: Jogos. Brincadeiras. Educação Física. Teoria Histórico-Cultural.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

2. JOGOS, BRINCADEIRAS E AS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES --- 5

3. POR UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA MEDIADORA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA--- 9

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS--- 12

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1. INTRODUÇÃO

A pesquisa, intitulada “Jogos, Brincadeiras e a Mediação nas Aulas de Educação Física” tem como objetivo analisar as relações que podemos estabelecer entre os jogos e brincadeiras numa perspectiva histórico-cultural e a prática de educação física na escola. No presente texto, apresentamos uma síntese das leituras realizadas sobre a temática proposta, que se encontra disponibilizada neste estudo em forma de tópicos.

No primeiro tópico: “Jogos, brincadeiras e as funções psicológicas superiores” temos como objetivo apresentar as contribuições dos autores da corrente teórica histórico-cultural - Vigotski, Leontiev e Elkonin - sobre a importância dos jogos e brincadeiras na formação das funções psicológicas superiores, quais sejam atenção, memória, percepção, pensamento e linguagem.

Na seqüência, no tópico intitulado: “Por uma prática pedagógica mediadora nas aulas de Educação Física”, objetivamos enfatizar a mediação como fator imprescindível no processo de desenvolvimento psíquico, no qual os jogos e brincadeiras nas aulas de educação física têm importante papel.

Finalizando o estudo, no terceiro tópico: “Considerações finais”, buscamos algumas respostas para as questões pertinentes à prática pedagógica de educação física, procurando, dessa maneira, colaborar com novas pesquisas voltadas à melhoria da qualidade de ensino e à humanização dos sujeitos.

2. JOGOS, BRINCADEIRAS E AS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES

Nesse estudo recorremos a autores clássicos da teoria histórico-cultural como - Vigotski, Elkonin e Leontiev - para conceituarmos e compreendermos a importância que jogos e brincadeiras possuem na mediação do desenvolvimento das funções psíquicas: atenção, memória, percepção, pensamento e linguagem. Corroboram, também, para o entendimento dessa temática, outros autores como – Jukoviskaia (1978), Lara (2000) e Kishimoto (2005). O estudo não pretende fazer uma contextualização histórica do surgimento das brincadeiras e dos jogos, mas, constatar sua importância como mediador do desenvolvimento psicológico infantil. Para tanto, necessitamos conceituar os

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vocábulos jogos, brinquedos e brincadeiras e, principalmente compreendermos como se dá o desenvolvimento humano na visão da teoria histórico-cultural.

De acordo com Kishimoto1 (2005), há uma dificuldade em definir a palavra jogo, pois existe uma série de fenômenos considerados jogos, tais como - jogos de regras, jogos políticos, jogos imaginários, jogos dramáticos - entre outros. Para a autora outro fato complexo para o entendimento deste vocábulo são as diferenças culturais entre os povos, pois uma mesma ação pode ser considerada jogo para determinada cultura e não-jogo para outra. Por exemplo, o arco e flecha para alguns é um não-jogo com regras definidas e para a cultura indígena significa o preparo profissional para a caça.

Em relação ao brinquedo e à brincadeira, a autora citada anteriormente afirma que o brinquedo é um objeto que está intimamente ligado à criança e não é determinado pelo uso de regras e, a brincadeira é a ação lúdica que acontece com ou sem a utilização do objeto lúdico, ou seja, do brinquedo. Assim, recorremos à seguinte citação para melhor esclarecermos esses conceitos:

O vocábulo ‘brinquedo’ não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois conota criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira. É o estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil. E a brincadeira? É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo (KISHIMOTO, 2005, p. 21).

Embora apresentem significados diferentes, tanto os jogos, como os brinquedos e as brincadeiras passaram por mudanças que acompanharam os diferentes movimentos sociais e culturais existentes no decorrer da história. O caráter lúdico foi perdendo-se conforme apareceram os processos de urbanização, de industrialização e de informatização, dando lugar a brincadeiras individualizadas influenciadas pelo crescente poder da mídia e da indústria cultural.

Para que a atividade lúdica se realize, é necessário que, em primeiro lugar exista um objeto. Esse objeto terá uma função, criada pela ação que a criança vai dar a ele. Essa ação independe da imaginação exclusiva da criança e, sim, está vinculada à

1

A autora Tizuko Morchida Kishimoto, embora não pertença à escola Vigotskiana, corrobora nesse estudo com sua opinião sobre a definição dos termos jogos, brinquedos e brincadeiras, encontrados em sua obra “Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação”.

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mediação de outros sujeitos, que por meio de suas ações com os objetos, fazem com que a criança desenvolva a atividade de brincar.

Para o autor russo, Leontiev (1978), a brincadeira e o jogo são chamados de atividades principais da infância. Isso se caracteriza pela importância dessas ações na mudança do desenvolvimento psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos psicológicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento.

A pesquisa sobre a atividade lúdica, no enfoque da teoria histórico-cultural, ressalta a importância dessa atividade para o desenvolvimento psíquico da criança, além do papel central que ela assume nos esforços para a compreensão dos sujeitos, em seu percurso de desenvolvimento e humanização.

O fator principal do desenvolvimento humano, para os estudiosos dessa corrente teórica é a mediação. É por meio da mediação de outros sujeitos (adultos e crianças) que a criança compreende o mundo que a cerca, apropriando-se dos conhecimentos produzidos histórica e socialmente pela humanidade. A compreensão da criança, desse mundo de objetos semióticos, marcados pela cultura, não se dá de forma direta, e sim, nas relações dialéticas.

Nesse sentido, Lara (2000) em seus estudos sobre a teoria histórico-cultural ressalta que, para essa perspectiva teórica, o desenvolvimento infantil constitui-se por meio do uso de instrumentos disponibilizados culturalmente às crianças. Essa integração com a cultura modifica o comportamento e os mecanismos que se desenvolvem, e influencia o desenvolvimento psicológico infantil, principalmente funções específicas como a memória, a atenção, a abstração, a fala e o pensamento. Sobre as funções psicológicas superiores, um dos precursores dessa corrente teórica afirma que:

[...] O que determina diretamente o desenvolvimento do psiquismo da criança é a sua própria vida, o desenvolvimento dos processos reais dessa vida, por outras palavras, o desenvolvimento dessa atividade, tanto exterior como interior. E o desenvolvimento dessa actividade depende por sua vez das condições em que ela vive. O mesmo é dizer que, no estudo do desenvolvimento do psiquismo da criança, devemos partir da análise do desenvolvimento da sua actividade tal como ela se organiza nas condições concretas da sua vida (LEONTIEV, 1978, p. 291-2).

Dessa forma, o processo de desenvolvimento da criança como ser humano está intimamente ligado à sociedade em que ela está inserida e a característica social das

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brincadeiras e dos jogos de acordo com a perspectiva histórico-cultural é vista como a mola propulsora para o desenvolvimento infantil.

Para Vigotski (2003b), na atividade lúdica a criança pode ser aquilo que ela ainda não é, ou seja, na brincadeira a criança pode agir e interagir de acordo com padrões que, ainda, estão distantes do que lhe é determinado pelo lugar que ela ocupa na sociedade. Em relação aos objetos lúdicos, esses são considerados substitutos daqueles, os quais a criança ainda não tem permissão para manusear. Assim, as ações amalgamadas de símbolos, possibilitam à criança ultrapassar os limites dados pelo seu desenvolvimento real, proporcionando fatores de constituição de seu desenvolvimento proximal2.

Para a estudiosa russa Jukovskaia (1978), a capacidade de criar formas de ação a partir da significação dos gestos pela mediação com outros sujeitos, no caso das crianças, com os adultos, educadores ou crianças maiores, enfatiza a propriedade cognitiva e criativa do nosso cérebro. Dessa forma, a atividade lúdica não se constitui meramente na reprodução de gestos, e sim, na criação de novas formas, novos gestos e novas ações. O autor da teoria histórico-cultural, também enfatiza o papel criador do cérebro ao afirmar que:

O cérebro não se limita a ser um órgão capaz de conservar ou reproduzir nossas experiências passadas, é também um órgão combinador, criador, capaz de reelaborar e criar com elementos de experiências passadas, novas normas e estabelecimentos. Se a atividade do homem se reduzisse a repetir o passado, o homem seria um ser voltado exclusivamente para o ontem e incapaz de adaptar-se ao amanhã diferente. É precisamente a atividade criadora do homem que faz dele um ser projetado para o futuro, um ser que ajuda a criar e que modifica seu presente (VIGOTSKY, 2003a, p. 9, tradução nossa)3.

Temos, portanto, que o homem, num processo dialético, modifica a natureza ao mesmo tempo que é modificado por ela, superando seu modo de vida. No entanto, como a prática pedagógica nas aulas de Educação Física podem contribuir para que esse

2

Para Vigotiski (2003), o desenvolvimento humano se dá em dois níveis: o nível de desenvolvimento real, referente às funções psicológicas já completadas no sujeito e no qual ele realiza ações sem auxílio de outros sujeitos ou instrumentos; e o nível de desenvolvimento proximal, aquele em que as funções psicológicas são emergentes e no qual o sujeito, ainda não é capaz de realizar ações sozinho, sem auxílio.

3

El cerebro no se limita a ser um órgano capaz de conservar o reproducir nuestras pasadas experiencias, es también um órgano combinador, creador, capaz de reelaborar y crear con elementos de experiencias pasadas nuevas normas y planteamientos. Si la actividad del hombre se redujera a repetir el pasado, el hombre sería un ser vuelto exclusivamente hacia el ayer e incapaz de adaptarse al mañana diferente. Es precisamente la actividad creadora del hombre la que hace de él un ser proyectado hacia el futuro, un ser que contribuye a crear y que modifica su presente (VIGOTSKY, 2006, p. 9).

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processo ocorra? Na seqüência apresentamos alguns apontamentos teóricos sobre essa questão.

3. POR UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA MEDIADORA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Os jogos e brincadeiras são um dos conteúdos estruturantes da disciplina de Educação Física, estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares para Educação Básica do Estado do Paraná – DCE´s/2008 e a teoria histórico-cultural enfatiza a importância dessa temática para a interação social e o desenvolvimento psíquico infantil. Dessa forma, pretendemos verificar as relações que podem se estabelecer entre os jogos e brincadeiras e essa perspectiva teórica na prática da Educação Física na escola.

Educação, segundo Vigotski (2003b), pode ser definida como a influência e intervenção planejadas, adequadas aos objetivos, premeditados, conscientes, no processo de crescimento do homem. Porém, a educação com qualidade é uma das questões que tem preocupado as pessoas, pois o acesso e desenvolvimento científico são necessidades que a sociedade criou.

A necessidade dessa melhoria na qualidade do ensino em nosso país leva à preocupação por parte dos educadores e da comunidade, em geral, em buscar novos recursos e novas práticas pedagógicas que atentem para esse fim. Nesse sentido, em conformidade com o que preconiza as DCE´s/2008 em relação aos conteúdos de jogos e brincadeiras, procuramos estudar essa temática com o enfoque da teoria histórico-cultural, entendo que essa abordagem epistemológica vai ao encontro da teoria marxista e teoria histórico-crítica, que fundamentam as diretrizes do Estado do Paraná. Dessa forma, entendemos ser importante esse estudo para colaborar com a prática pedagógica do professor de Educação Física, haja vista que essa corrente teórica versa sobre a importância dessa temática para a interação social e o desenvolvimento psíquico infantil.

O aspecto sócio-cultural que vimos ser na teoria histórico-cultural, fator de influência nas manifestações lúdicas, quer sejam, nos jogos e brincadeiras, também, encontra-se enfatizado nas DCE´s/2008 – Educação Física, ao mencionar que as atividades relacionadas ao jogo são formas de perpetuar hábitos pela transmissão de geração em geração, hábitos esses, vinculados ao interesse do sistema capitalista e que têm influência na educação e conseqüentemente, na educação física escolar.

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Essas diretrizes preconizam que o trabalho do professor deva ser um trabalho crítico frente às práticas que enfatizam um modelo excludente, no qual ele deva buscar alternativas que possibilitem uma efetiva participação dos alunos nas aulas de Educação Física. O conteúdo – jogos e brincadeiras – segundo as DCE´s/2008, deve levar em consideração as questões culturais e regionais dos alunos, pois que os jogos e brincadeiras possuem regras, mas podem ser adaptados, conforme as necessidades dos sujeitos. Dessa forma, torna-se interessante a participação dos alunos na reconstrução e resignificação dessas regras, para que atendam os desafios estabelecidos, não mensurando o desempenho, mas sim, os princípios de cooperação e autonomia.

Para Elkonin (1998), a atividade que mais influencia no desenvolvimento psíquico da criança, é o jogo, pois auxilia na superação do egocentrismo, já que na realização dessa atividade é necessária a participação de outros sujeitos. Assim, a criança aprende a controlar a impulsividade e a aceitar regras, além de permitir vivências de autonomia e de organização do pensamento, dessa forma auxiliando no desenvolvimento da memória, da atenção, da percepção e da criatividade, ou seja, auxiliando na formação das funções psicológicas superiores.

Até aqui, pudemos constatar que tanto as Diretrizes Curriculares para Educação Básica do Estado do Paraná – 2008, como a teoria histórico-cultural, enfatizam a importância que as atividades lúdicas possuem para o desenvolvimento da criança, seja nos aspectos psíquicos, como nos aspectos de interação social. Porém, de que maneira a prática pedagógica de Educação Física, por meio do conteúdo estruturante – jogos e brincadeiras – pode mediar o desenvolvimento de tais aspectos, é a questão que necessita ser solucionada.

Embora tenhamos na teoria informações sobre a importância dessa temática, na prática, não existe a sistematização desse conteúdo, de forma a contemplar adequadamente seus pressupostos. O que podemos constatar é que contraditoriamente a alguns conceitos naturalistas sobre a atividade lúdica, que enfatizam o caráter livre das brincadeiras, a teoria histórico-cultural defende, principalmente, por meio do autor russo Elkonin, que a brincadeira embora tenha um caráter espontâneo, ou melhor, conquanto a atividade lúdica promova certa liberdade de ação na criança, essa liberdade contém determinadas limitações internas, e que, subordinando-se a essas limitações, a criança aprende a subordinar-se às limitações externas, ou seja, às normas de conduta.

Em outras palavras, mesmo sendo a atividade do brincar uma atividade livre e sem normas explícitas, nela estão implícitas regras que regulam a conduta da criança na

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atividade da brincadeira. E é observando esses modos de ação das crianças nas atividades do brincar, que podemos iniciar um processo de entendimento dessas ações e assim, procurarmos elaborar uma maneira de sistematizar essas atividades, de forma que elas possam auxiliar o desenvolvimento infantil. Esse pensamento encontra-se expresso nas DCE´s/2008, quando ressaltam, em relação aos jogos e brincadeiras que “para um melhor aproveitamento desse trabalho, recomenda-se, como ponto de partida, levantar dados e valorizar manifestações peculiares ao grupo, que expressem características de seu ambiente cultural” (PARANÁ, 2008, pg. 25).

Sobre a prática pedagógica da Educação Física, destacamos o Coletivo de Autores (1993) que enfoca a importância em se entender, apreender e reconstruir o jogo e a brincadeira, como conhecimento que constitui um acervo cultural.

Por meio desses pressupostos, é que procuraremos implementar nossa pesquisa na escola, buscando junto aos professores de Educação Física da rede estadual de ensino, além dos estudos teóricos referenciados nesse caderno temático, elaborarmos uma proposta de sistematização do conteúdo estruturante - jogos e brincadeiras - para o ensino fundamental séries finais, de maneira que essa pesquisa possa colaborar para outras investigações nessa área que auxiliem cada vez mais na melhoria da qualidade do ensino de Educação Física em nossas escolas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse tópico procuramos esclarecer alguns pontos em relação à prática da Educação Física e as possíveis relações que possam ser estabelecidas com a teoria histórico-cultural.

De acordo com as DCE´s/2008, a disciplina de Educação Física deve interagir com outras disciplinas, afim de entender o corpo, de forma não fragmentada e sim, em toda sua complexidade, melhor dizendo, cabe à Educação Física o entendimento do corpo por várias abordagens, quer seja biológica, antropológica, sociológica, psicológica, filosófica e política. Para esclarecer melhor essa afirmação recorremos à seguinte citação:

Considera-se a Educação Física de modo mais abrangente, ou seja, está voltada a uma consciência crítica, em que o trabalho constitui categoria de análise e é princípio fundante da disciplina nestas Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008, p. 20).

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Encontramos aqui, um dos principais pontos de convergência entre as DCE´s/2008 e a Teoria Histórico-Cultural, pois ambas ressaltam a necessidade da mediação adequada do professor, na utilização dos jogos e brincadeiras, para o auxilio do desenvolvimento infantil e do processo de humanização.

Nesse sentido, constatamos que a prática pedagógica nas aulas de educação física, fundamentadas pela teoria histórico-cultural e pelas DCE´s/2008, pode ser um importante caminho na busca de novas estratégias na melhoria da qualidade de ensino nas escolas do Paraná.

Ressaltamos, que essa pesquisa, a ser implementada nas escolas, por meio do trabalho com os professores de Educação Física, como já foi dito anteriormente, não tem a pretensão de solucionar a problemática da disciplina no contexto escolar. Esperamos contribuir para novos estudos e pesquisas sobre a temática dos jogos e brincadeiras, de modo a auxiliar no entendimento de que a Educação Física não se restringe à ação motriz, mas avança para uma dimensão histórica, cultural e social.

5. REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993. Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor.

JUKOVSKAIA, R. I. La educación del niño en el juego. Habana: Pueblo y Educación, 1978.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2005.

LARA, A. M. de B. Pode brincar na escola? Algumas respostas da educação

Infantil. 2000. Tese (Doutorado em Educação)-Universidade Estadual Paulista,

Marília, 2000.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de Educação

Física para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. 2008.

VIGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte en la infância. Madrid: Akal, 2003a.

Referências

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