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PRISCILA ADRIANA LANGER ALTERAÇÃO DA COR DE UMA RESINA COMPOSTA SUBMETIDA À AÇÃO DE CORANTES ALIMENTARES ESTUDO IN VITRO

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CURSO DE ODONTOLOGIA

PRISCILA ADRIANA LANGER

ALTERAÇÃO DA COR DE UMA RESINA COMPOSTA

SUBMETIDA À AÇÃO DE CORANTES ALIMENTARES

ESTUDO IN VITRO

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PRISCILA ADRIANA LANGER

ALTERAÇÃO DA COR DE UMA RESINA COMPOSTA

SUBMETIDA À AÇÃO DE CORANTES ALIMENTARES

ESTUDO IN VITRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. Nivaldo Murilo Diegoli

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ALTERAÇÃO DA COR DE UMA RESINA COMPOSTA SUBMETIDA À AÇÃO DE CORANTES ALIMENTARES – ESTUDO IN VITRO

Priscila Adriana LANGER

Orientador: Prof. Nivaldo Murilo DIEGOLI Co-orientadora: Prof. Kátia Naomi KUROSHIMA Data da defesa: abril de 2006.

Resumo:

A resina composta tem grande aplicabilidade devido a sua plasticidade, matização da cor, textura, opacidade e translucência. O presente trabalho foi realizado com o intuito de analisar in vitro a influência das soluções de chá preto, refrigerante do tipo cola e pasta de beterraba na alteração da cor de uma resina composta. Foram confeccionados 40 corpos-de-prova com o auxílio de uma matriz de silicona no formato de uma moeda de 5 centavos de Real, usando a resina composta Herculite XRV. Os corpos-de-prova permaneceram imersos em água destilada por 24 horas e depois, foram imersos nas soluções de chá preto, refrigerante e pasta de beterraba, em estufa à 37 ºC. Os imersos em chá e refrigerante permaneceram por 38 horas nas soluções e àqueles imersos em pasta de beterraba ficaram por 18 horas. O grupo controle permaneceu por 38 horas em água destilada. Ao final do experimento, cada corpo-de-prova foi lavado em água corrente por 2 minutos. Logo após, foram moídos com o auxílio de um moinho de martelo, imersos em etanol absoluto por 24 horas e submetidos à análise espectrofotométrica. As médias resultantes foram: controle – 0,058; chá preto – 0,072; refrigerante do tipo cola - 0,063 e pasta de beterraba 0,050. Analisando os resultados, concluiu-se que houve influência na cor da resina composta Herculite XRV submetida às soluções de chá preto, refrigerante do tipo cola e beterraba, onde o chá preto teve maior capacidade de pigmentação sobre a resina composta, seguido do refrigerante do tipo cola e depois, pasta de beterraba.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 05

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 07

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 35

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 41

5 DISCUSSÃO ... 43

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1 INTRODUÇÃO

A dentística é um ramo da odontologia que trata de restabelecer a estética, a função, o conforto e a saúde do paciente. Para isso, existem vários procedimentos passíveis de serem realizados na clínica odontológica a fim de alcançar esse objetivo, sendo um deles a restauração de dentes fraturados ou cariados. Tal procedimento tem por objetivo reconstruir a anatomia dental, reproduzindo os detalhes das superfícies, dando forma e função ao elemento dental. Para realizar uma restauração há vários materiais, como o amálgama e a resina composta.

Durante mais de 150 anos os dentistas têm usado a liga de amálgama para efetuar restaurações em pré-molares e molares. Suas propriedades foram melhoradas significativamente, ao longo dos anos. Entretanto, o amálgama, possui algumas propriedades desfavoráveis como: corrosão, facilidade de fratura, a grande quantidade de tecido dental sadio que precisa ser removido a fim de se obter uma forma de cavidade aceitável para uma boa retenção, baixa resistência à tração e falta de estética.

Isso tudo acabou por direcionar as pesquisas na área de dentística, para um material que servisse de alternativa para o amálgama, que deveria ser biologicamente aceitável e possuir uma combinação ideal das propriedades mecânicas, físicas, químicas e estéticas.

Então surgiu, no início dos anos 60, a resina composta, um material de estética superior aos materiais até então existentes como as resinas acrílicas restauradoras e o cimento de silicato.

O termo material composto ou compósito pode ser definido como uma associação entre dois ou mais materiais diferentes dando propriedades superiores

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ou intermediárias àquelas dos constituintes individuais. Dessa maneira, os compósitos modernos contêm inúmeros componentes. Os principais são a matriz de resina e uma carga de partícula inorgânica, sendo necessário um agente de união entre os dois.

Com isso, a resina composta tem tido grande aplicabilidade na reconstrução de dentes cariados ou fraturados em função de sua plasticidade, matização da cor, textura, opacidade e translucência.

No entanto, as resinas compostas sofrem alteração de cor, podendo ocorrer de duas maneiras: manchamento superficial e descoloração interna.

A presente pesquisa avaliou a alteração de cor de uma resina composta sob à ação de refrigerante tipo cola, chá preto e pasta de beterraba a fim de verificar a alteração de cor sofrida pelo material restaurador testado, comparando os resultados com material que não entrou em contato com as soluções pela espectrofotometria de luz visível.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme Phillips (1978), a estabilidade de cor da resina composta é satisfatória quando submetida ao teste da luz ultravioleta. Todavia, com o passar do tempo é possível observar alteração na cor das restaurações clínicas, já que o descoramento é devido a uma pigmentação superficial conseqüente à maior ou menor aspereza da superfície, resultante do polimento dado a ela.

Uma pesquisa feita por Chan et al. (1980) avaliou o manchamento causado por 4 alimentos sobre as resinas compostas Adaptic (Johnson & Johnson) e Concise (3M). Os alimentos utilizados foram café, refrigerante tipo cola, chá e molho de soja. Para isso, usaram 40 terceiros molares recém extraídos. Em cada elemento foram realizados 2 preparos, 1 por lingual e outro por vestibular, simulando cavidades Classe V prontas para restaurar. Depois de limpas e secas, as cavidades vestibulares foram preenchidas com a resina Adaptic e as linguais com Concise. Logo após, receberam acabamento com brocas multilanceladas e discos de lixa fina. As amostras ficaram divididas em 5 grupos de 8 e ficaram imersas nas soluções testadas separadamente e em água destilada para controle. Por 6 semanas as amostras foram examinadas visualmente e comparadas à uma escala de cor marrom com valores de 0 a 10. Ao fim das 6 semanas, metade das amostras foram tiradas das soluções, escovadas com dentifrício comercial, lavadas com água por 2 minutos e secadas. Após isso, foram comparadas com as amostras não escovadas e com a escala de cor. As amostras não escovadas foram cortadas longitudinalmente para observar a profundidade de penetração da mancha. Os pesquisadores disseram que as amostras do grupo controle não apresentaram alteração, enquanto que o café e o óleo de soja apresentaram a maior alteração de

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cor (classificação 3 e 2,9 respectivamente), sendo que o chá e a bebida a base de cola provocaram um menor manchamento (1,8 para ambas na escala de cores). Não houve diferença entre as resinas, mas o chá provocou maior alteração de cor na resina Concise (2,1) do que na Adaptic (1,6). A profundidade de manchamento foi superficial, 5µ ou menos. Os autores afirmaram que o manchamento foi maior na primeira e segunda semana, mas é contínuo. Afirmaram que escovar os dentes com dentifrício comercial diminui o manchamento, entretanto, só remove parte do mesmo, sendo a alteração de cor ocorre após dois anos nas resinas compostas. Para eles, a cor da resina composta depois de alterada não volta ao normal porque ocorre penetração do manchamento nesse material.

Para Craig et al. (1988), as resinas compostas sofrem sorção de água, sendo que as resinas convencionais têm valores menores de sorção quando comparadas as micropartículadas. A absorção de água pelas resinas compostas é maior nos 7 primeiros dias, mas continuam a absorvê-la lentamente por 1 mês ou mais. Os autores disseram que restaurações anteriores de resina composta não apresentam nenhuma alteração de cor e descoloração marginal por 2 anos, porém tais mudanças podem ocorrer depois de 3 anos. Segundo os mesmos escritores, superfícies glaseadas devem ser examinadas após 1 ano, pois aproximadamente 80% das restaurações que recebem o glase não estão completamente cobertas, apresentando falhas na sua superfície.

Minelli et al. (1988a) realizaram um estudo de resinas submetidas à ação de alimentos comumente ingeridos. As resinas utilizadas para esse estudo foram: Adaptic, Alpha Plast, Heliosit, Miradapt e Prisma Fil. Foram confeccionados 10 discos para cada marca de resina composta. Após 48 horas, os discos foram divididos em 4 grupos e imersos em água destilada, solução de café, solução de chá

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e vinho tinto. Estes foram mantidos nas soluções por 10 dias, à temperatura ambiente e ao abrigo da luz, sendo que as soluções eram renovadas a cada 2 dias. Os autores solicitaram a 2 dentistas com experiência clínica para atribuirem valores, de 1 a 5, nas alterações de cor. Para isso, os corpos-de-prova eram removidos diariamente das soluções, lavados em água corrente por 5 minutos, secos e posicionados contra um fundo branco para a avaliação. As resinas que sofreram menos coloração, quando imersas na solução de café por 10 dias foram a Miradapt e a Prisma Fil e também não apresentaram mudança de cor no decorrer do período estudado. Entretanto, a resina Alpha Plast, corou-se rapidamente e assim permaneceu. A resina Adaptic ocupou um valor intermediário entre as resinas, e o material Heliosit terminou recebendo um alto escore. Com a solução de chá, verificaram que as resinas Miradapt e Prisma Fil também permaneceram pouco alteradas. A resina Alpha Plast foi a que mais se pigmentou. Com o emprego da solução de vinho, verificaram que as resinas compostas se pigmentaram com maior intensidade, sendo que no quarto dia o manchamento se estabilizou nos seus escores. A resina Alpha Plast corou-se fortemente desde o primeiro dia. Neste estudo, os autores observaram que a alteração de cor é dependente do tempo. Verificaram também que o vinho causou maior pigmentação nos materiais, quando comparado com as soluções de café e chá. Os materiais imersos nas soluções de café receberam escores que variaram de 2 a 4, indicando uma ação fortemente ativa. Concluíram que as resinas compostas sofrem alterações de cor em função do tempo, em relação às diferentes soluções e que algumas resinas apresentam maior propensão a pigmentar-se.

De acordo com a pesquisa realiza por Minelli et al. (1988b), a estabilidade de cor dos materiais restauradores estéticos é bastante crítica em função de agentes

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intrínsecos e extrínsecos sendo que dificilmente a superfície deixada pela matriz é mantida, devido à necessidade de polimento e acabamento da restauração e esses procedimentos possuem grande influência no manchamento do material. A finalidade deste trabalho foi avaliar a alteração de cor de 2 resinas convencionais (Adaptic e Concise), 2 resinas micropartículas (Heliosit e Isoplast) e 1 resina acrílica (Texton) quando submersas em solução de café. As amostras foram confeccionadas com o auxílio de uma matriz de aço inoxidável com 10mm de diâmetro e 1,2mm de espessura. As amostras de resina fotopolimerizável foram fotopolimerizadas com luz halogênica durante 20 segundos em cada lado dos corpos-de-prova, dando um total de 40 segundos para cada pastilha. Um total de 90 corpos-de-prova foi confeccionado, sendo 18 discos para cada marca comercial. Decorridas 48 horas, as amostras foram divididas em grupos para receber diferentes tratamentos de superfície. Cada grupo teve 3 amostras como grupo controle que permaneceram em água destilada pelo mesmo período de tempo que as outras amostras.Um grupo, com 5 corpos-de-prova, foi mantido com a superfície lisa. Em outro grupo, com 5 pastilhas, a superfície foi desgastada com lixa número 150, tornando a superfície rugosa. Já um terceiro grupo, também com 5 corpos-de-prova, teve a superfície desgastada como o grupo anterior mas, a superfície foi glaseada. Então, as amostras foram identificadas e colocadas em solução de café na proporção de 30 gramas de café para 300 ml de água destilada, mantidas nessa solução por 10 dias, temperatura ambiente e ao abrigo da luz. A solução de café foi renovada a cada 2 dias e diariamente as pastilhas eram removidas da solução, lavadas por 5 minutos em água corrente e secadas para assim, serem analisadas visualmente por 2 dentistas com experiência clínica, os quais atribuíram valores de 0 a 5 nas alterações de cor durante os 10 dias. Dentre os resultados encontrados, as

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superfícies que apresentaram maior alteração de cor foram as glaseadas, sendo que a resina composta obteve maior manchamento em relação à resina acrílica. As superfícies rugosas apresentaram-se mais estáveis no que se refere à alteração de cor do que as superfícies lisas e glaseadas. Ressaltaram que segundo Smith (1985), a resina composta incompletamente polimerizada deverá mostrar propriedades mecânicas reduzidas, baixa estabilidade de cor e maior susceptibilidade ao manchamento.

Para Luce e Campbell (1988), as manchas em restaurações podem estar relacionadas ao tipo de resina, matriz, tamanho de partículas e porcentagem no material, intensidade e direção da luz fotopolimerizadora, tempo entre acabamento e polimento, absorção de água, tipo de agente pigmentante e tempo de contato com ele e o grau da superfície brilhante uniformemente polida. No estudo desses autores foi verificada a capacidade de 4 substâncias de causarem manchas em 4 compósitos de propriedades parecidas. As soluções pigmentantes eram: café, chá, coca-cola, tabaco em pó e o grupo controle com água destilada, e as resinas compostas foram: Durafill, Heliosit, Prisma Microfine e Silux. Foram confeccionadas através de uma matriz de teflon com 6mm de diâmetro e 5mm, 5 amostras para cada grupo corante e para o grupo controle. Durante 48 horas, os corpos-de-prova foram deixados em temperatura ambiente e ao ar livre e então, foi realizado polimento com discos seqüenciais Soft-lex (3M). As soluções de café e chá foram preparadas como são feitas para consumo. A coca-cola não foi misturada com nenhum outro produto, a solução de tabaco teve uma proporção de uma lata do pó para 2400 ml de água fervente e foi filtrada com um papel toalha depois de resfriada. Cada compósito testado teve 5 amostras colocadas em cada uma das soluções escolhidas e na solução controle (água destilada) e levados à estufa em 37°C, sendo que as

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pastilhas foram marcadas durante sua confecção para posterior identificação. A cada 3 dias as soluções foram trocadas e os corpos-de-prova lavados em 250 ml de água destilada e em seguida, colocadas nas respectivas soluções as quais foram renovadas. Os corpos-de-prova permaneceram imersos por um período de 14 dias nas soluções devido ao fato de as resinas compostas se aproximarem da absorção máxima de água dentro desse período de tempo. As pastilhas foram então cortadas e avaliadas em um microscópio a fim de medir a profundidade de penetração da pigmentação. Depois disso, em uma superfície branca, as amostras e o seu respectivo controle foram comparadas. Assim, a maioria das pigmentações ocorreu nos primeiros 10 dias, mas todos os corpos-de-prova, independente da solução pigmentante, tiveram a mesma penetração de mancha. Dentro das soluções testadas, a de café foi a que mais pigmentou as amostras, seguido do chá. Logo depois, a solução de tabaco para todas as resinas compostas, com exceção do Silux e a coca-cola foi a solução que menos alterou a cor do material testado, menos para o Silux. No que diz respeito aos materiais, o Prisma Microfine foi o mais resistente à alteração de cor para as soluções, menos à coca-cola. Já, o compósito de marca Heliosit mostrou-se resistente à coca-cola e foi o segundo mais resistente para as outras soluções. A resina composta Durafill ficou em terceiro lugar na resistência à pigmentação, mas alterou-se mais com a solução de chá. O Silux sofreu maior manchamento pelas soluções, exceto com o chá. Segundo os autores, os resultados obtidos são de grande utilidade clínica pois, dessa forma, o cirurgião-dentista pode orientar seus pacientes sobre os agentes pigmentantes e pode também selecionar o material restaurador conforme a cooperação do paciente a fim de evitar o aparecimento de manchas na resina composta.

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Mello et al. (1990), realizaram uma pesquisa a fim de testar o manchamento pela verificação da mudança de cor e a diferença na porcentagem de ganho de peso pela sorção de água da saliva de 3 resinas compostas: Adaptic II, Herculite e P50. Cada grupo de 5 amostras para cada resina foram colocados em imersão na saliva artificial e 5 de cada resina em saliva artificial com café. Permaneceram em agitação nessas soluções com ciclos de troca de temperatura por 15 dias. Depois disso, as amostras foram secas com papel de filtro e pesadas pela última vez. Com os resultados, os pesquisadores puderam observar que a resina composta não é dimensionalmente estável e que a resina uma vez dissecada não recupera mais a sua composição, surgindo manchas esbranquiçadas, irreversíveis, na superfície. No que se refere à mudança de cor, todas as amostras sofreram alteração de cor. Dizem que a estabilidade de cor das resinas varia com a natureza das aminas usadas como ativadoras, pois os fabricantes não citam o tipo de amina e nem sua quantidade. Os autores pensam que o não manchamento da resina composta justifica-se na ausência de fatores que promovam a alteração de cor, como hábitos favoráveis de indivíduos em não utilizarem substâncias corantes e que quando o polimento é executado após alguns dias, a estabilidade da cor é maior. Logo, concluíram que o manchamento ocorre nas superfícies das resinas, não é devido apenas à presença de corantes, mas pelo mecanismo de sorção, onde a embebição é sempre menor que a perda de água durante a sinérese. Dizem ainda que os materiais estéticos apresentam uma série de propriedades que interferem no seu comportamento clínico, entre elas: resistência à compressão, dureza, resistência à abrasão, contração de polimerização, homogeneização, translucidez, sorção e coeficiente de expansão térmica linear. A não adequação dessas propriedades pode

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levar a fraturas da restauração, desgastes, fraturas marginais, infiltração marginal, fratura de estrutura dental, bolhas e manchamento de toda a restauração.

Vieira e Garone Filho (1993), fizeram um estudo sobre o efeito do álcool no manchamento das resinas compostas pelo café. Para isso, foram utilizadas 4 marcas de resinas compostas: 2 de micropartículas (Silux Plus e Durafill) e 2 híbridas (Herculite e Multifill), nas cores universais. Para cada marca comercial foram confeccionados 8 corpos-de-prova, os quais foram mantidos imersos em água destilada, por 24 horas, em estufa a 37ºC. Após este tempo, suas cores foram medidas e chamadas de cor inicial. Os pesquisadores dividiram os 8 corpos-de-prova de cada marca comercial em 2 grupos, onde os do grupo 1 foram imersos em álcool por 15 minutos. Depois, eram escovados com escova dental macia e imersos em café a 50ºC, por 2 minutos. Após isso, eram escovados novamente e mantidos na estufa em água destilada a 37ºC. Este tratamento foi repetido 4 vezes durante 15 dias. O grupo 2 acompanhou o tratamento 1, executando-se a imersão no álcool. Ao final desses 15 dias, foram medidas as cores inicial e final dos corpos-de-prova. Com o resultado, verificaram que o material sofreu manchamento por café. Também observaram que as resinas compostas de partículas híbridas tiveram uma alteração de cor menor do que as resinas compostas de micropartículas quando em contato com o café. Dessa forma, os autores afirmaram que o álcool é um solvente, o qual facilita a pigmentação de corantes na resina. Citaram que a alteração de cor deu-se em função da luminosidade, sendo que os corpos-de-prova ficaram mais escuros quando tratados com álcool antes da imersão no café. Verificaram também que o tamanho da partícula influenciou na alteração de cor, sendo que houve um escurecimento maior nas resinas de micropartículas.

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No trabalho realizado por Dinelli et al., em 1995, buscou-se avaliar as propriedades estéticas da resina composta realizando testes de translucidez, em função da retenção de corantes na superfície da resina composta, de tempo, dos materiais e dos meios de imersão. Para isso, confeccionaram corpos-de-prova com 4 tipos de resina composta: Herculite XR para esmalte; Herculite XR para dentina; Silux Plus para esmalte; Silux Plus para dentina, todos eles de várias cores. Os corpos-de-prova ficaram submersos em 4 diferentes meios de imersão: coca-cola, vinho, café e solução de nicotina, por tempos variados até completar 2 meses e sendo renovados semanalmente. Assim sendo, para obter os valores de translucidez, os pesquisadores utilizaram o Aparelho de Eletroforese Jouan. Analisando os resultados, constataram que materiais diferentes podem resultar em diferentes níveis de translucidez, independendo do meio de imersão e do tempo. Confirmaram também, que a translucidez está relacionada com o tipo, quantidade e tamanho das partículas de carga. Os pesquisadores observaram que os corpos-de-prova submetidos à ação do café apresentaram maior manchamento, os submetidos à coca-cola mancharam menos, e aqueles submetidos ao vinho e à nicotina obtiveram alterações intermediárias e semelhantes entre si. No que diz respeito ao tempo de imersão, os autores verificaram que a translucidez diminuiu conforme aumentou o tempo de imersão e que a maior alteração ocorreu nas primeiras 24 horas. Eles afirmaram que a alteração de cor pode estar ligada à retenção lenta e gradativa dos corantes do meio de imersão. Dessa forma, concluíram que a interação material x meio de imersão x tempo foi significante.

Para verificar a utilização de espectrofotometria para avaliação da alteração de cor da resina composta, Gasparetto e Tessmann (1995), confeccionaram 35 corpos-de-prova da resina Prisma Fill fotoativada que foram mantidos em água

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destilada a 37°C. Depois foram submetidos à imersão em café e em vinho tinto por

10 dias a 37°C. Após esse período, os corpos-de-prova foram lavados e submetidos

ao descoramento com soluções de etanol absoluto, etanol 50%, acetona 50%, ácido fórmico 50%, ácido fórmico 2N, ácido acético 50% e ácido clorídrico 2N (5 corpos-de-prova para cada solvente). A solução que não sofreu pigmentação foi utilizada como branco para as leituras espectrofotométricas das soluções de descoramento. As leituras de absorbância foram feitas nos tempos de descoramento de: 0, 24, 36, 48, 60 e 72 horas. O comprimento de onda foi determinado previamente por espectros de absorção, na faixa do visível, com as mesmas soluções utilizadas nas imersões e descoramento, sendo de 380 nm, pois tanto para solução de café como para o vinho esse é o valor mais próximo da faixa do visível de maior leitura com as soluções utilizadas. Os autores concluíram que o etanol absoluto e o ácido fórmico foram os melhores solventes de descoramento da resina, para as amostras de café. Já para os corpos-de-prova submetidos ao vinho tinto, os melhores solventes foram acetona 50%, ácido acético 50%, etanol e ácido fórmico 50%. Ainda afirmaram que os outros solventes foram ineficazes quanto ao descoramento da resina composta sendo que, recomendam realizar futuros testes com outras resinas compostas para verificar o seu descoramento. Relataram que com esse método a análise de alteração de cor da resina composta é menos subjetiva quando comparada à avaliação visual. Afirmaram que a cor é cada vez mais um fator necessário às restaurações e que a estabilidade de cor é um problema adicional que precisa ser enfrentado. Eles citaram métodos para avaliar a alteração de cor: avaliação visual com uso de tabelas, uso de espectrofotômetros e colorímetros de fibra óptica. Esses autores disseram que a resina composta freqüentemente torna-se corada e sofre alterações físico-químicas. A rugosidade da superfície dos compósitos, como nas

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resinas convencionais, mesmo após acabamento, é devida às irregularidades no arranjo das partículas inorgânicas do material restaurador. Portanto, as superfícies destas resinas coram-se facilmente por adsorção mecânica. Os pesquisadores contaram que a avaliação de cor somente acontece em corpos sólidos sendo que o café, chá e vinho tinto produzem significantes alterações de cor nas resinas compostas. Como a pigmentação por café e vinho ocorre provavelmente por adsorção de pigmentos hidrofílicos às suas superfícies, os pesquisadores usaram uma metodologia que se referiu à pigmentação e posterior dissolução parcial das superfícies das resinas com soluções solventes e, então, o uso da espectrofotometria para avaliação da cor dessas soluções solventes.

Busato et al. (1996), realizaram uma experiência a fim de avaliar o comportamento clínico de 3 materiais restauradores, sendo eles: Herculite (Kerr), P30 (3M) e Estilux Posterior (Kulzer). A avaliação foi realizada em períodos pré-determinados de 2, 4 e 5 anos. Foram preparadas 126 cavidades, 3 em cada paciente, para colocação dos 3 materiais testados. Após o condicionamento ácido e aplicação do agente de união, a resina composta foi colocada em incrementos de no máximo 3 mm cada um e, depois disso, cada porção foi fotopolimerizada por 40 segundos. O acabamento e polimento foram feitos na mesma sessão com uso de pontas diamantadas de granulação fina, tiras de lixa, taças de borracha e pasta de acabamento. Após 2 e 4 anos foram chamados e somente 24 pacientes compareceram para avaliação perfazendo um total de 86 cavidades. Dessas restaurações, nenhuma apresentava sinais clínicos de alteração de cor. Quando completaram 5 anos, esses mesmos pacientes retornaram para avaliação e então se constatou que, entre outras alterações, 8 mostraram alteração de cor de corpo e 6 resultaram em manchamento da interface. Os hábitos dos pacientes que

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apresentaram mudança de cor nas suas restaurações foram pesquisados e foi constatado que eram tomadores de líquidos com corantes em grande quantidade. Considerando todas as variáveis testadas, (desgaste, ponto de contato, cárie proximal, sensibilidade pós-operatória, manchamento da interface e alteração de cor no corpo da restauração), o teste de Duncan mostrou que M1 foi estatisticamente igual ao material M2, entretanto diferente de M3, mas foram significantes as diferenças entre os materiais M1/M2 em relação ao M3. Afirmaram que as mudanças nas restaurações de resina composta tornaram-se mais evidentes entre o quarto e quinto ano, não a ponto de exigirem reparo, mas com sinais clínicos presentes.

De acordo com Mondelli (1984) citado por Busato et al. (1997), as resinas compostas podem ter sua coloração alterada em um período de 2 a 3 anos podendo ocorrer de duas formas: manchamento superficial e descoloração interna. O manchamento superficial está ligado à penetração de corantes contidos em alimentos, fumo, entre outros, na superfície da restauração. O escritor conta que na presença de placa bacteriana, ocorre um amolecimento da resina composta, o que facilita a pigmentação. Para ele, a descoloração interna pode ser resultante de um processo de fotooxidação de alguns componentes químicos das resinas, sendo as aminas, que são ativadoras do processo de polimerização, responsáveis pela alteração de cor. Afirma que se pode esperar inalteração do padrão de cor por cerca de 5 a 8 anos.

A proposta do trabalho realizado por Menezes et al. (1999), foi avaliar topograficamente as superfícies das restaurações de resinas compostas híbridas após serem submetidas ao tratamento com diferentes tipos de polimento e acabamento, quanto ao manchamento por corantes (café e vinho), bem como microscopicamente, quanto à textura e formação de porosidades. Para a avaliação

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do manchamento superficial de resinas compostas, foi empregada a resina APH Spectrum (Dentsply) na cor A3. O material foi condensado em incrementos e polimerizado por 20 segundos, através do fotopolimerizador em cavidades de Classe V na face vestibular de dentes pré-molares humanos extraídos. As cavidades foram preparadas e padronizadas com ponta diamantada tipo roda, em alta rotação e com refrigeração ar/água, na profundidade e largura da ponta. Foram preparados 5 dentes para cada condição de teste. Os dentes restaurados com resina composta, após 24 horas de armazenamento em água a 37°C, receberam tratamento de acabamento. Depois disso, os dentes restaurados foram imersos em 2 soluções distintas por 72 horas. Cada 4 grupos, com diferentes tratamentos foram imersos em cada tipo distinto de solução manchadora de vinho e/ou café. Após o período de armazenagem, os dentes e as restaurações foram lavados em água destilada para remoção do excesso do corante (vinho ou café) e avaliadas visualmente por 2 examinadores independentes, na condição de duplo cego, com o seguinte critério: 0= nulo, 1= suave, 2= médio e 3= severo. Depois da avaliação da alteração de cor, os corpos-de-prova foram secos e desidratados em estufa e metalizados por ouro-paládio e, em seguida, examinados em MEV (Microscópio Eletrônico de Varredura). Os autores contaram que as resinas compostas de macropartículas são as que ofereceram maior rugosidade, independente do sistema de acabamento. Existe diferença de textura até mesmo entre as resinas híbridas devido à relação entre suas moléculas, sua forma geométrica e a distribuição dessas partículas na resina. O melhor acabamento encontrado foi nas resinas compostas microparticuladas. Os autores afirmaram que o manchamento de uma restauração leva à alteração do padrão da cor, sendo que a mudança de cor pode estar relacionada a vários fatores como: oxidação dos corantes da própria resina, absorção de água, contração de

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polimerização com subseqüente infiltração marginal e rugosidade superficial. Essa rugosidade superficial está diretamente ligada a granulometria do material restaurador e sua forma de acabamento. Isso acarreta variadas texturas de superfície que, alem de facilitarem a impregnação de corantes alimentares e outros, propiciam a aderência da placa dental. São vários os instrumentos utilizados para acabamento das resinas compostas, dentre eles as pontas diamantadas, as quais se mostraram extremamente agressivas. Nesse trabalho os pesquisadores observaram que o aumento de rugosidade e manchamento foram evidentes quando as resinas compostas receberam acabamento com pontas diamantadas e nenhum tipo de acabamento foi capaz de tornar a resina composta ideal quanto à sua lisura. As avaliações de microscopia eletrônica de varredura foram capazes de identificar variações de textura entre os sistemas de acabamento. Os dentes restaurados com resina composta e submetidos aos corantes mostraram que o café mancha menos que o vinho.

Em um trabalho desenvolvido por Campos et al. (1999), foram avaliados os efeitos de 4 substâncias corantes sobre a translucidez de resinas compostas: Charisma (Kulzer), e Durafill (Kulzer), ambas na cor A2. As substâncias usadas foram: refrigerante tipo cola, café, Listerine e vinho. As amostras foram confeccionadas com matrizes de aço inoxidável, em forma de anel, com 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. As resinas eram inseridas na matriz com espátula de teflon e acondicionadas entre duas placas de vidro revestidas com lâminas de poliéster. Sobre as placas foi colocado um peso de 1000g por 1 minuto. Depois disso, o peso foi retirado e a resina fotopolimerizada por 40 segundos em cada lado. Logo após, a amostra foi retirada da matriz e polimerizada por mais 40 segundos em cada face. Então, os corpos-de-prova foram colocados em um recipiente com saliva

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artificial em estufa a 37°C durante 24 horas até o início da leitura da translucidez. Para a leitura da translucidez foi utilizado o aparelho de Jouan, sendo que as amostras foram lavadas em água corrente e secas com toalha absorvente antes da leitura. Depois da leitura inicial, as amostras foram imersas nas soluções de Coca-Cola, café, vinho e Listerine. Permaneceram em estufa a 37°C e as soluções foram renovadas a cada 7 dias. As leituras de translucidez foram feitas imediatamente após a confecção e depois de 1, 10, 31 e 90 dias de imersão. Os pesquisadores relataram que os materiais apresentaram diferentes percentuais de translucidez, sendo que a resina composta Charisma apresentou menor nível de translucidez quando comparado com o Durafill. Relataram, ainda, que o vinho propiciou o maior manchamento e por conseqüência apresentou os menores valores de translucidez, seguido do café, depois da Coca-Cola e, então, do Listerine. Com isso, o Listerine mostrou ser o que promoveu a menor alteração de cor e os maiores valores de translucidez. Esses autores disseram que as resinas compostas apresentam grande alteração de cor, principalmente sob a ação da má-higiene oral, impregnação de corantes de alimentos e raios ultravioletas. Consideraram a influência do processo de sorção de água das resinas com a conseqüente retenção de corantes, pois para eles a sorção torna-se preocupante a partir do momento em que possa interferir com outras propriedades do material, como a estabilidade de cor e a resistência ao manchamento. Eles relataram que a água sorvida pode provocar alteração de cor e enfraquecimento da união resina/carga resultando em redução da translucidez do material, e dessa forma levando produtos corados para o interior da matriz de resina, favorecendo e criando o aparecimento de manchas difíceis de serem removidas.

Prado Júnior e Porto Neto (2000), pesquisaram a estabilidade do padrão de cor de resinas compostas quando submetidas à imersão controlada em café. Para

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este estudo foram confeccionados 15 corpos-de-prova, na cor A3, de cada um dos materiais estudados que foram Charisma após fotoativação (M1), Charisma após fotoativação e fototermoativação em Lightbox (M2) e Artglass após fotoativação (M3). Os corpos-de-prova de M1 foram obtidos colocando-se resina nas matrizes, com excesso mínimo e, em seguida, foram interpostas entre placas de vidro. O material foi polimerizado por 40 segundos de cada lado da placa de vidro. Para M2, os corpos-de-prova foram obtidos da mesma forma e receberam polimerização adicional por 6 minutos em Lightbox. Os corpos-de-prova de M3 foram confeccionados da mesma forma que M1 e M2, só que não foram previamente fotopolimerizados, mas apenas polimerizados em unidade Unixs. Os corpos-de-prova passaram por umidificação de 1 hora, em recipiente de isopor antes de iniciar o experimento com um agitador que mantinha os corpos-de-prova submersos em solução DES-RE, simulando a dinâmica da cavidade bucal. Durante o experimento, as amostras ficavam armazenadas em solução DES-RE e por 15 minutos diários eram colocados imersos em solução de café, após a qual era feita uma lavagem em água destilada. A temperatura foi mantida em 37°C em estufa. Os tempos de leitura foram: T1 – inicial (1 hora após a polimerização, antes da imersão); T2 – 7 dias de imersão; T3 – 14 dias de imersão; T4 – 21 dias de imersão. Para obter os valores percentuais de translucidez foi utilizado o Aparelho de Eletroforese Jouan. Foi verificada a translucidez estatisticamente igual para M1 e M2, onde a diferença entre as técnicas de polimerização não influenciou a estabilidade de cor. M3 apresentou translucidez menor que M1 e M2. O calor reduziu o aparecimento de fendas e aumentou o grau de polimerização das resinas, pois a resina polimerizada a 250ºC e 85 psi mostrou melhor estabilidade de cor. Foi constatado que a resina foto ou autopolimerizável tem pior estabilidade de cor do que a termopolimerizável. Os

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pesquisadores concluíram que a redução da translucidez foi maior nos primeiros 7 dias do experimento, aumentando lentamente e continuamente até o final, sendo que a alteração de cor ocorreu em todos os materiais testados.

Em 2001, Domingues et al. disseram que a resina composta, apesar de ser o material de escolha para restaurações estéticas, ainda não é considerada ideal. Isso porque apresenta relativamente baixa resistência à abrasão, contração de polimerização com conseqüente infiltração marginal e instabilidade de cor ocasionada pelo manchamento superficial e descoloração interna. Para esses autores, a absorção de água, característica desses materiais, interfere na estabilidade de cor, ou seja, na sua resistência ao manchamento, sendo esse manchamento superficial também influenciado pela porosidade da resina, que facilita a penetração de corantes dos alimentos, de resíduos do tabagismo e propicia o acúmulo de placa dental, o qual acelera a degradação superficial desse material. Relataram que a resina composta é susceptível ao manchamento quando em contato com substâncias pigmentantes presentes na dieta como café, chá e vinho e não sofrem alteração de cor quando imersos em coca-cola. Segundo os autores, o aumento de lisura superficial interfere na resistência ao manchamento da resina composta. Uma tentativa de aumentar a lisura de superfície é a aplicação de selante resinoso sobre a restauração. Para testar a eficiência desse procedimento, os pesquisadores confeccionaram 120 corpos-de-prova, 10 para cada situação, com a resina composta Herculite XRV, cor A1, fotopolimerizados com aparelho Optilux (800 mW/cm!). Depois, foi realizado acabamento superficial com lixas d’água de granulometria 400, 600 e 1200, simulando os procedimentos de polimento e acabamento clínicos. As amostras foram divididas em 4 grupos: I (sem aplicação de selante), II, III e IV (que receberam aplicação de selante, cada amostra um tipo de

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selante) e foram submetidas à imersão nas soluções de café, suco de uva e água destilada por 15 dias a 37°C. Após esse período, as amostras foram lavadas em água corrente e submetidas à análise pelo espectrofotômetro Jenway 6300 com comprimento de onda de 460 nm, sendo que os valores mais altos significaram maior manchamento da resina, pois corpos-de-prova mais escuros absorvem mais luz no espectrofotômetro. Para realizar a análise foi utilizada a espectrofotometria, baseada na passagem de luz ou não, através dos corpos-de-prova, transmitância ou absorbância. Os resultados encontrados mostraram que o café tem o poder de pigmentar a resina composta. Já, o suco de uva corou, mas em menor intensidade que o café. Pela interpretação dos resultados, os pesquisadores relataram que não houve vantagem na aplicação de selantes para prevenir o manchamento e que se houver a indicação desse procedimento para melhorar outras características como resistência ao desgaste e infiltração marginal, deve-se ter em mente a classificação de seu paciente quanto ao índice de placa e aos hábitos que possam acelerar o manchamento, como a ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, alto consumo de café e etc. Logo, a aplicação de selantes não contribuiu para evitar o manchamento da resina, ao contrário, dependendo da combinação selante/meio de imersão, favoreceram-no.

O trabalho realizado por Masson et al. em 2001, teve como objetivo avaliar por meio da espectrofotometria, o grau de manchamento das resinas compostas TPH (Dentsply) e Z100 (3M) da cor B2, quando imersas em: refrigerante tipo cola (Coca-Cola) e café, ambos associados à saliva artificial, nos períodos de tempo de 15, 30 e 45 dias. Foram 180 corpos-de-prova, obtidos por uma matriz de borracha, a qual era preenchida com resina composta que em seguida era fotopolimerizada com o aparelho Ultralux num total de 40 segundos. Para cada período de tempo, foram

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confeccionadas 10 amostras e mais 10 que serviram de controle de cada um dos períodos de tempo, dando um total de 180 amostras (90 de cada resina). Foram então divididos em 4 grupos (2 para cada resina), e obedeceram para cada período de tempo um controle, correspondentes a 15, 30 e 45 dias. Depois disso, os grupos de amostras foram colocados juntamente com as soluções respectivas em placas de petri e então armazenados em estufa a 37°C pelos períodos programados. Passado esse tempo, os corpos-de-prova foram lavados e secos em estufa a 37°C por 24 horas. Depois, cada amostra individualmente foi colocada num tubo de ensaio contendo etanol absoluto e levado à estufa por 48 horas, sendo após esse período, avaliada pela espectrofotometria. Disseram que as soluções de Coca-cola + saliva artificial e saliva artificial não apresentaram diferenças estatisticamente significantes nos períodos de 15, 30 e 45 dias. Já a solução de café + saliva artificial, teve alteração significante nos corpos-de-prova das duas resinas nos 3 períodos de tempo, manchando mais no período de 30 dias. Houve diferença entre as duas resinas sendo que a resina TPH apresentou maior manchamento que a Z100 no período de 30 dias. O maior manchamento da Coca-Cola ocorreu nos primeiros 15 dias, sendo que a leitura chegou em 0,0100 de alteração de cor. Nos outros períodos os valores mantiveram-se semelhantes. Os autores afirmaram que o manchamento da resina composta pode estar associado ao grau de conversão desses materiais, oxidação do ativador químico e pela absorção de corantes. Para eles, a diferença entre a pigmentação de uma resina composta e outra, pode estar relacionada à diferenças entre a composição química de cada resina, à quantidade e qualidade de fase inorgânica, bem como à forma e tamanho das partículas de carga. Concluíram que as resinas compostas sofrem alteração de cor ao longo do tempo, mas são constantes.

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De acordo com o site www.hortalimpa.com.br (2001), existem vários tipos de beterraba, sendo mais conhecidas a beterraba vermelha, usada na alimentação e a beterraba branca, usada em países frios para obtenção de açúcar. Relatou que a beterraba deve sempre ser cozida com a casca, já que sem a pele ela desbota e perde seus nutrientes. Trata-se de um vegetal rico em vitaminas A, B e C, em cálcio, ferro e açúcar.

Domingues et al. (2002), realizaram um estudo com o objetivo de verificar se a fotopolimerização interfere no manchamento da resina composta quando essa é submetida a soluções pigmentantes comumente encontradas na dieta. Para tal, foram confeccionados 10 corpos-de-prova para cada solução com a resina composta Herculite XRV, cor A1. As amostras foram fotopolimerizadas com 3 aparelhos diferentes: Heliomat II, Optilux e Curing Light XL 1500, que apresentavam intensidades de 100, 750 e 600 mW/cm! respectivamente. Depois de prontos, permaneceram por 15 dias nas soluções de café, chá-mate, coca-cola e água destilada (grupo controle). Após essa etapa, foram retirados das soluções e lavados em água corrente. A resistência ao manchamento da resina, relacionada à qualidade do aparelho fotopolimerizador, foi avaliada observando-se o quanto do pigmento impregnou nas amostras, utilizando um espectrofotômetro (Jenway 6300) com comprimento de onda de 460 nm. Nessa pesquisa as amostras do grupo submetido à solução de coca-cola não pigmentaram; café e chá-mate pigmentaram a resina e a intensidade de luz teve influência no manchamento, sendo que os espécimes polimerizados pelo Optilux ofereceram a maior resistência ao manchamento, seguidos do Heliomat II e Curing Light XL 1500. Com isso percebeu-se na pesquisa que a luz fotopolimerizadora e a sua qualidade interferem na resistência ao manchamento. Para se evitar o manchamento, pode-se então considerar que o ideal

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é de 750 mW/cm! desde o primeiro milímetro, já que a espessura do corpo-de-prova era essa e somente com essa intensidade foram obtidos os melhores resultados. Os autores consideram a resina composta o material de eleição no que se refere à estética devido a sua capacidade em reproduzir as cores e a translucidez da dentição natural sendo que essas características devem ser preservadas para garantir a longevidade do tratamento. Relataram que dentre os fatores relacionados ao manchamento das resinas, está a porosidade superficial, que é uma característica intrínseca do material, mas pode ser alterada positivamente ou negativamente pelos procedimentos de acabamento e polimento. Esses interferem na sorção de água pela superfície, modificando a penetração de corantes provenientes da dieta, como café, chá e vinho e outras substâncias pigmentantes. Para os pesquisadores, as resinas fotopolimerizáveis reagem a partir da absorção da energia de radiação dos aparelhos fotopolimerizadores; a faixa no espectro eletromagnético e a intensidade da luz emitida por eles podem interferir na qualidade final da restauração. Concluíram que ainda existe grande parcela de aparelhos de polimerização que não atinge os requisitos ideais, afetando o sucesso clínico das restaurações. Por isso, realizaram uma pesquisa com o objetivo de verificar se a fotopolimerização interfere no manchamento da resina composta quando essa é submetida à soluções pigmentantes comumente encontradas na dieta.

Em uma pesquisa realizada por Souza e Espíndola (2004), procurou-se avaliar a influência de corantes como o café e vinho sobre a estabilidade de cor dos compósitos restauradores diretos. Foram confeccionados 19 corpos-de-prova com o compósito Herculite XRV e 13 com o compósito Z100 (3 M). Isso foi feito com o auxílio de uma matriz de silicona no formato de uma moeda de 5 centavos de Real medindo 1 milímetro de espessura e 20 mm de diâmetro. As amostras foram

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polimerizadas por 80 segundos de um lado e 40 segundos de outro com fotopolimerizador da marca Optilux em uma intensidade de luz de 350 mW/cm!. Depois disso, as amostras foram deixadas em água destilada por 24 horas e em estufa a 37°C, sendo que não receberam nenhum tipo de tratamento de polimento e

acabamento. Após essa etapa, os corpos-de-prova foram então colocados em imersão nas soluções de café e vinho e o grupo controle continuou imerso em água destilada. As pastilhas foram divididas em: Herculite XRV: 3 amostras imersas em água destilada, 8 no vinho e 8 no café. Z100: 3 amostras imersas em água destilada, 5 no vinho e 5 no café, a fim de verificar sua alteração de cor. O vinho tinto usado no trabalho foi o de marca Dom Bosco e não foi misturado a nenhuma outra solução. Já o café, foi utilizado numa proporção de 30 gramas de café para 300 ml de água. O tempo de permanência das amostras na solução de café foi de 15 dias e no vinho de 30 dias sendo que as soluções foram trocadas diariamente. Então, os corpos-de-prova foram lavados por 2 minutos em água corrente e depois disso, foram submetidos à análise por espectrofotometria de luz visível. Após serem transformados em pó, os corpos-de-prova permaneceram em solução de etanol absoluto durante 24 horas a qual depois desse período foi centrifugada e o sobrenadante utilizado para leitura no espectrofotômetro. Para selecionar o comprimento de onda mais específico para os corantes foi confeccionada anteriormente uma curva de calibração do aparelho através de soluções padrão de concentrações do corante conhecidas, sendo que o pico máximo de absorção foi o comprimento de onda de 380 nm. Portanto, todas as amostras foram lidas nesse comprimento de onda. A análise das pastilhas mostrou que entre as soluções testadas o café mostrou maior capacidade de pigmentação sobre as resinas compostas citadas em relação ao vinho sendo que, as 2 resinas compostas tiveram

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alteração de cor quando imersas nas 2 soluções. Conforme os resultados, os autores concluíram que a resina composta é um material que pode alterar de cor devido seus componentes. Mas pelo fato de estarem expostos na cavidade bucal, os compósitos podem sofrer alteração de cor pelos pigmentos presentes na dieta do paciente variando em intensidade de manchamento conforme os pigmentos utilizados.

O estudo realizado em 2005 por Souza et al., avaliou a ação de M1 (vodka Natasha), M2 (bebida energética Redbull) e M3 (bebida alcoólica fermentada - cerveja Skol) sobre a resina composta Esthet-x (Dentsply) no que diz respeito à lisura superficial desse material. O pH de cada um dos meios de imersão foi verificado com o aparelho Q-400A calibrado em solução tampão de pH 4,0 e 7,0. Os pHs encontrados foram de 7,3 para M1, 3,5 para M2 e 4,5 para M3. Utilizaram 30 corpos-de-prova confeccionados com uma matriz de aço inoxidável preenchida em único incremento, com diâmetro de 10 mm e espessura de 2 mm. Uma placa de vidro foi colocada sobre a amostra que foi fotopolimerizada por 30 segundos. Após isso, a placa de vidro foi retirada e a amostra recebeu mais 30 segundos de fotopolimerização com o aparelho Ultralux Eletronic com potência de 600 mW/cm!. As amostras foram divididas em 3 grupos (G1, G2 e G3), com 10 corpos-de-prova para cada solução. A leitura da rugosidade foi realizada com o rugosímetro Suftest SJ-201P e foi feita em tempos T0 (inicialmente), T1 (após 7 dias de imersão) e T2 (após 14 dias de imersão). Nos tempos entre 0 e 7 dias não houve diferença de rugosidade estatisticamente significante. Entretanto, a rugosidade superficial das amostras imersas na solução M2 mostrou-se alterada após 14 dias. Concluíram que o efeito causado pelo pH ácido associado ao tempo de imersão progressivo alterou a rugosidade superficial do material avaliado. Afirmaram que a rugosidade pode ser

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aumentada com escovação dental, componentes salivares, ação abrasiva de jatos de ar/água/bicarbonato, alterações de pH de soluções orgânicas, aplicação tópica de fluoretos, bebidas e alimentos, sendo que a presença de rugosidade aumenta a área de superfície e assim facilita o acúmulo bacteriano e a retenção de corantes, alterando a cor e translucidez do material, irritando tecidos e propiciando a recidiva de cárie.

Morimoto et al. (2005), classificaram o manchamento das restaurações de resina composta em 2 tipos basicamente: o das margens e o do corpo da restauração. A evidenciação das margens está associada à microinfiltração de bactérias, fluidos e pigmentos e pode ocorrer devido a: técnicas inadequadas durante a utilização do sistema adesivo, excessiva contração de polimerização, penetração de sangue e fluidos no momento da técnica adesiva, deflexão das cúspides, uso de evidenciadores de cárie, cárie secundária e diferença de coeficiente térmico linear entre resina e estruturas dentais. Os autores disseram que a mudança de cor no corpo da restauração pode estar associada a fatores extrínsecos e intrínsecos. Os extrínsecos acontecem basicamente pela deposição de pigmentos na superfície da resina composta e podem ser amenizados com boa higiene bucal, proceder adequadamente no polimento e acabamento da restauração, evitar uso de substâncias e produtos que contenham corantes como batom, cigarro, chá, café, entre outras bebidas e alimentos com agentes pigmentantes, fazendo com que a restauração seja menos susceptível à deposição de pigmentos e bactérias. Os autores relataram que a placa bacteriana, devido à produção constante de ácidos, acelera a degradação da matriz orgânica pela quebra da união da cadeia monomérica e dos monômeros com as cargas inorgânicas resultando no desprendimento da partícula, aumento da rugosidade e logo aumento do depósito de

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pigmentos. Eles disseram que o repolimento pode ajudar para que a restauração volte à sua aparência original, contudo nos casos onde a alteração de cor é de causa intrínseca o repolimento não resolve, sendo necessário o reparo e substituição da restauração. As causas da alteração intrínseca podem ser: aplicação de adesivos na superfície da restauração, polimerização inadequada da resina composta, penetração de pigmentos na matriz pelos fenômenos de absorção, difusão ou sorção de água, alteração de cor própria do material após fotopolimerização, degradação de componentes do material restaurador após longo período imerso em meio aquoso e degradação da matriz resinosa. Para os escritores, a alteração de cor é uma característica inerente aos compósitos e o aumento de carga inorgânica pode não colaborar na redução do manchamento.

Em 2005, Alvarenga e Andrade realizaram uma experiência com o intuito de observar a capacidade de polimento e a rugosidade superficial de alguns materiais restauradores. Os materiais testados foram as resinas compostas: Herculite e Point-4 (Kerr) e Z-250 e A-110 (3M), as quais foram analisadas antes e depois de receberem o polimento. Para isso, foram confeccionados 15 corpos-de-prova para cada material testado através de uma matriz de aço circular com 5 mm de diâmetro e 2 mm de espessura onde a resina era inserida e então, sobre essa matriz foi colocado papel celofane e uma placa de vidro. Logo após realizaram a fotopolimerização com aparelho Fibralux. Depois disso, as amostras foram imediatamente levadas ao rugosímetro digital (Prazis Rug-03) para análise da rugosidade. Logo depois, as amostras foram armazenadas em saliva artificial a 37°C por 24 horas, quando, então, foram submetidas a uma segunda análise da rugosidade superficial. Logo após, os corpos-de-prova receberam uma técnica de polimento em uma politriz giratória com discos de lixa d’água em abrasividades

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decrescentes e foram novamente analisados pelo rugosímetro digital, sendo depois armazenados em saliva artificial a 37°C. Os corpos-de-prova passaram por mais 3 leituras de rugosidade em períodos de 24, 168 e 720 horas, estando sempre imersos em saliva artificial a 37°C antes de serem submetidos à análise. Observaram que a resina Herculite mostrou maior rugosidade superficial

(0,048 mm), mas a resina Point-4 apresentou a menor rugosidade superficial (0,0451 mm) sendo que as resinas A-110 (0,0477) e Z-250 (0,0461) mostraram valores intermediários de rugosidade. Relataram que a menor média de rugosidade foi encontrada logo depois do polimento e a maior após 720 horas de armazenamento em saliva artificial. Disseram que a rugosidade superficial é afetada tanto pelo tipo de resina composta utilizada nos procedimentos quanto pelo tempo em que permanece sobre a ação da saliva. Para os autores, superfícies rugosas favorecem o acúmulo de placa bacteriana e a retenção de substâncias corantes, reduzindo a estética das restaurações.

Conforme o site www.herbario.com.br (2005), a beterraba é um legume rico em folato e vitamina C e tem poderes analgésicos. Até hoje, alguns terapeutas naturais a recomendam para prevenir o câncer e acentuar a imunidade; também sugerem o uso do suco da beterraba crua, para acelerar a convalescença. Todavia, apresenta o inconveniente de dar uma coloração avermelhada às fezes e à urina, que geralmente voltam à coloraçãonormal depois de um ou dois dias. Isso acontece porque a betacianina, pigmento vermelho das beterrabas, passa pelo sistema digestivo sem ser decomposta. Está relatado que a betacianina é extraída, podendo ser usada como corante natural para alimentos, ou como tintura.

Martín (2005), afirmou que a beterraba vermelha é a mais conhecida de todas as espécies de beterrabas sendo parte da família das Chenopodiacias. A beterraba

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é descendente de uma planta marinha originária do Mediterrâneo e das regiões do Atlântico Norte na Europa e África do Norte, e foi primeiramente descoberta pelos romanos. Esse vegetal, somente veio a ter esse formato arredondado e de cor avermelhada a partir do século 17. A cor da beterraba vem da combinação de dois tipos de pigmentos: betacianina (roxo) e betaxanatina (amarelo). Porém, atualmente existem beterrabas de cores variadas, como a beterraba amarelo-ouro e a listrada de diversas cores. As beterrabas são ricas em vitaminas e minerais. A raiz contém folato, potássio, manganês, fibras, antioxidantes e vitamina C. As partículas químicas que causam o pigmento vermelho também contêm agentes anticancerígenos, e de fato a beterraba tem sido usada no tratamento de câncer já há algum tempo. Apesar das beterrabas conterem mais açúcar do que a cenoura e o milho, elas mantêm um sabor extremamente “terrestre”, que vem de um componente químico chamado geosmina.

Segundo Rossetti (2005), a beterraba atua de forma importante na recuperação da desnutrição e na anemia causada por carência de ferro. Também age no fortalecimento muscular, é diurética e colabora no processo digestivo, além de apresentar alto teor de sais minerais, vitaminas e carboidratos. Possui ação laxativa e é rica em ferro e potássio, um estimulante natural do coração, por isso fortalece este órgão.

Para Rossetti (2005), o tanino tem poder adstringente o qual pode provocar a contração dos tecidos devido à propriedade que têm os taninos de se ligar às proteínas lubrificantes da saliva e de bloquear suas funções.

Virtuoso et al. (2005), realizaram uma pesquisa a fim de avaliar o efeito hipolipidêmico do corante natural betalaína e da associação rutina mais betalaína. A betalaína que é um corante natural extraído da beterraba tem como principal

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componente a betanina. O vermelho de beterraba é o corante extraído das raízes da beterraba vermelha (Beta vulgaris, L.var. rubra), a partir do suco obtido por prensagem ou por extração aquosa e posterior purificação. O produto é constituído de vários pigmentos, todos pertencentes à classe das betalaínas. Muitos fatores podem influenciar a quantidade atual do pigmento presente na beterraba, mas suas concentrações têm sido estimadas em 1000mg/100g de sólidos totais ou 120mg/`100g de matéria fresca. Pode ser usado como corante na indústria alimentícia.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Com o objetivo de realizar os testes, foram confeccionados 40 corpos-de-prova com o auxílio de uma matriz de silicona com o formato de uma moeda de 5 centavos de Real, medindo 1mm de espessura e 20mm de diâmetro. O material utilizado foi a resina composta Herculite XRV (KERR) nas cores A2 e A3 (Figura 1).

Figura 1: Resinas Compostas utilizadas para confecção dos corpos-de-prova.

Os corpos-de-prova foram confeccionados um a um, fotopolimerizados durante 80 segundos de um lado e 40 segundos do outro, com aparelho fotopolimerizador da marca Optilux em uma intensidade de 350 mW/cm!. Depois de prontos, os corpos-de-prova não foram submetidos a acabamento e polimento (Figura 2 e Figura 3).

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Figura 2: Confecção dos corpos-de-prova na matriz de silicona.

Figura 3: Fotopolimerização dos corpos-de-prova.

As amostras permaneceram imersas em água destilada, por 24 horas a 37°C

em estufa. Decorrido esse período, as pastilhas de resina composta foram submetidas à imersão nas soluções de refrigerante tipo cola, chá preto, pasta de beterraba e o grupo controle continuou imerso em água destilada.

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As pastilhas foram divididas em grupos da seguinte forma: Herculite XRV cor A2: 5 corpos-de-prova imersos em água, 5 no refrigerante, 5 no chá preto e 5 na pasta de beterraba. E para Herculite XRV cor A3: 5 amostras imersas na água destilada, e no refrigerante tipo cola, 5 no chá preto e 5 na pasta de beterraba.

A proporção utilizada para solução de chá preto foi de 1,6 gramas de chá (um saquinho) para 180 ml de água, o refrigerante tipo cola utilizado foi Coca-Cola (180 ml) e a pasta de beterraba foi utilizada numa proporção de 200 gramas para 30 ml de água filtrada. Os corpos-de-prova imersos na solução de chá preto permaneceram imersos por 38 horas (simulando uma situação real na qual o indivíduo ingerisse 3 xícaras de chá por dia ficando em média 75 s/dia na cavidade bucal durante um período de 5 anos). A metodologia empregada para os corpos-de-prova que permaneceram imersos no refrigerante tipo cola foi idêntica, simulando a mesma situação. Já os corpos-de-prova imersos na pasta de beterraba, permaneceram por 18 horas em contato (simulando uma situação na qual o indivíduo ingerisse uma rodela de beterraba ao dia, permanecendo 36 s/dia na cavidade bucal por dia durante 5 anos). As soluções foram trocadas após 24 horas e permaneceram em estufa a 37°C (Figura 4 e Figura 5).

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Figura 4: Soluções utilizadas na experiência.

Figura 5: Imersão dos corpos-de-prova nas soluções utilizadas.

Depois de permanecerem imersos nas respectivas soluções pelos períodos determinados, as amostras foram lavadas em água corrente por 2 minutos.

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Após este procedimento, as pastilhas foram transformadas em pó através do moinho de martelo da marca Marconi modelo MA600 (utilizado pelo curso de graduação de Farmácia da Univali para moer pastilhas de variados medicamentos e outros materiais). Feito isso, o pó de cada pastilha foi colocado em um tubo de ensaio separadamente com etanol absoluto por um período de 24 horas.

A solução resultante foi centrifugada e o sobrenadante que resultou foi usado para a leitura no aparelho de espectrofotometria de luz visível-ultravioleta da marca Shimadzu modelo UV-160A (Figura 6), usando à passagem de um feixe de energia radiante em um comprimento de onda específico. Primeiramente foi realizada a leitura da solução com as pastilhas dos grupos controle e depois, com a solução preparada com cada uma das pastilhas dos grupos submetidos aos pigmentos.

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Uma curva de calibração do aparelho de espectrofotometria foi realizada com as soluções-padrão de concentrações do corante conhecidas para se obter o comprimento de onda mais específico para os corantes. Depois de realizar a varredura espectral (de 200 a 800) das soluções-padrão no espectrofotômetro, ficou determinado que o pico máximo de absorção foi o comprimento de onda de 380 nm para o chá preto e para o refrigerante tipo cola, sendo que para a beterraba foi de 540 nm, ambos estando na faixa do visível. Entretanto, optou-se por realizar a análise individual de todas as amostras com o comprimento de onda de 380 nm para padronizar a pesquisa e obter meios de comparação, já que a pasta de beterraba também se apresentou visível no comprimento de onda de 380 nm. Dessa maneira, os corpos-de-prova foram lidos neste comprimento de onda.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Após o tempo de permanência das pastilhas nas soluções corantes, em número de dez (10) para cada corante (cinco (5) para cada cor) elas foram transformadas em pó e diluídas em etanol absoluto. Após isso, foram feitas as análises de espectrofotometria de absorbância com comprimento de onda de 380nm.

Os resultados dessa análise espectrofotométrica estão expostos na tabela 1

Tabela 1 – Média da análise espectrofotométrica dos grupos controle (água), chá, coca-cola e beterraba das amostras confeccionadas com compósito.

Corante Compósito Água (Controle) Beterraba Refrigerante (Cola) Chá Herculite XRV 0,058 a 0,050 a 0,063 a 0,072 a Obs.: médias seguidas de mesma letra são estatisticamente iguais entre si.

A análise estatística realizada através do teste de Ryan-Einot-Gabriel-Welsch não mostrou diferença estatisticamente significante entre os três grupos de pigmentos e grupo controle.

No entanto, há uma diferença numérica e pode-se comparar separadamente os resultados dos vários corantes. Na comparação entre o grupo controle/água (0,058) e os grupos beterraba e refrigerante (0,050 e 0,063 respectivamente) notamos que a diferença não é muito grande (0,008 e 0,005 respectivamente). Entretanto, a comparação entre o grupo controle (0,058) e o grupo chá (0,072) mostra um aumento um pouco maior (0,014). A diferença se acentua, ainda mais, quando se faz a comparação entre o grupo beterraba (0,050) e o grupo chá (0,072) mostrando um valor de 0,022.

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As médias apresentadas na tabela 1 estão visualizadas no gráfico 1. 0,05 0,058 0,063 0,072 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08

beterraba água refrigerante chá

Gráfico 1 – Ilustração gráfica das médias da análise espectrofotométrica dos grupos controle (água), chá, refrigerante (cola) e beterraba das amostras confeccionadas com compósito.

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5 DISCUSSÃO

A resina composta é um material restaurador com o qual é possível alcançar excelentes resultados. Basta que o profissional realize os procedimentos adequadamente e o paciente tenha uma boa higiene oral. Entretanto, a resina composta ainda não é perfeita, pois pode ter seu padrão de cor modificado por pigmentos presentes na dieta do indivíduo, alterando assim a qualidade estética da restauração.

Dessa maneira, este trabalho analisou a alteração de cor de uma resina composta provocada por solução de chá preto, refrigerante tipo cola e beterraba, pois esses são alimentos presentes na dieta de grande parte das pessoas.

O uso da solução de refrigerante do tipo cola neste trabalho é justificado pelo fato deste produto ter sido considerado um agente pigmentante para o material testado nos trabalhos de Chan et al. (1980), Luce e Campbell (1988), Dinelli et al. (1999) e Masson et al. (2001). Além disso, essa solução é, atualmente, uma bebida ingerida mundialmente, sendo que grande parte dessa população pode possuir restaurações de resina composta em sua boca. Isso instigou a curiosidade desta pesquisadora no que diz respeito à alteração de cor que esse alimento poderia provocar nas resinas compostas usadas em grande escala hoje em dia.

A avaliação da alteração de cor promovida pelo uso da solução de chá preto pode ser justificada pelo fato de que Domingues et al. afirmaram em 2001, que a resina composta é susceptível ao manchamento quando em contato com chá e outros pigmentos presentes na dieta alimentar. Outro motivo de usar o chá neste trabalho, foi de o chá ter sido considerado pigmentante para a resina composta nos trabalhos de Chan et al. (1980), Minelli et al. (1988a), Luce e Campbell (1988),

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