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II Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica Santo Ângelo 2012

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE TRILHA INTERPRETATIVA

NA O2 ECO ESPORTE COM ALUNOS DE ESCOLAS DE SANTO

ÂNGELO E REGIÃO

Alfieri Roberto Callegaro1; Uberti Jesus O Campos Messina2 1

URI/Santo Ângelo/Ciências Biológicas/ callegaro01@yahoo.com.br

2

URI/Santo Ângelo/Educação Física/ contato@o2ecoesporte.com

1 CONTEXTO DO RELATO

A atividade de trilha interpretativa está sendo desenvolvida na “O2 Eco Esporte”, no Município de Entre-Ijuís, tendo como linha de atuação a educação ambiental. O público alvo são visitantes de 6 a 14 anos, de diferentes escolas do Entre-Ijuís, Santo Ângelo e região.

Após sua criação, em Agosto de 2011 foram recebidas 257 visitantes de oito escolas de santo Ângelo e região.

Considerando a necessidade de se trabalhar com valores na educação escolar, é necessário abordarmos temáticas, como a ambiental. Com o propósito de valorizar a educação ambiental, numa construção de novas formas de relação sociedade-natureza.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1998), documentos lançados pelo governo federal na década de 1990, apontaram a necessidade de a escola trabalhar com os denominados temas transversais, ou seja, com grande interesse social a serem discutidos na educação.

Com a inserção dos PCNs, novas perspectivas vieram corroborar na formação do aluno, com uma educação comprometida, possibilitando uma educação com valores e ética. Mas apesar dessas possibilidades, ainda há uma barreira nas questões práticas que existem no ambiente escolar, interferindo na proposta educacional (Shimizu, Cordeiro e Menin, 2006).

Frente a essas intempéries, reconhecendo as dificuldades que as escolas possuem nesta temática de educação ambiental e do trabalho com valores, surgiu à necessidade de oferecer a trilha interpretativa, contribuindo na construção do conhecimento de uma sociedade mais sustentável ecologicamente.

O educador não é aquele que reproduz sermões prontos e acabados, mas aquele que desperta consciência motiva para a existência, fazendo-nos acreditar que a educação é algo dinâmico, uma troca, um diálogo, onde todo saber é relativo, portanto, todos são sujeitos do processo. A educação deve possibilitar ao homem aprender para construir e reconstruir, para mudar; não deve limitar-se á adaptação, mas, transformando a realidade, vez que o homem é um ser inacabado, que está em constante busca (Freire, 1979).

2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

Num primeiro momento, é realizada uma palestra onde são detalhadas algumas normas de convívio como, por exemplo, o respeito entre os colegas durante as atividades e a separação do lixo. Também é abordado que as construções (casa, salão e banheiros) realizadas na O2 Eco Esporte são sustentáveis, evidenciando, dessa forma que é possível reaproveitar materiais de rejeito da construção civil.

A trilha interpretativa é realizada num percurso de 1500 metros em torno de uma hora. Para possibilitar um melhor entendimento da trilha, é visualizado um mapa ilustrativo com o caminho a ser percorrido, discutindo prováveis pontos de parada que são previamente estudadas e elaboradas.

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No mapa há também algumas espécies de aves, as mais abundantes no local, com a finalidade de instigar o ato de observar, explicando as principais características e curiosidades. Salientamos a mata ciliar, os campos, os açudes, os banhados e o arroio que serão encontrados durante o caminho.

Para uma boa conduta dos alunos durante a trilha, explicamos de forma dinâmica as maneiras de como proceder durante o caminho, entre a natureza. Além disso, informamos que vamos encontrar diversos animais e plantas. Assim os participantes se sentem parte do meio que irão conhecer e explorar.

No primeiro ponto encontramos diversas espécies de fungos terrestres, principalmente em forma de taças, os quais se nutrem a partir da matéria orgânica e devolvem ao solo os nutrientes. Dessa forma, podemos comparar a decomposição que os fungos fazem no tronco, com o acúmulo de plásticos nos ambientes, em relação ao tempo que esses materiais ficam depositados na natureza. Por sua vez, existem poucos estudos de fungos que se nutrem de polímeros.

No ponto dois, ao passar numa pinguela no arroio, abordamos a importância das matas ciliares, uma vez que as raízes protegem as margens dos rios impedindo o assoreamento, podemos relacionar com a qualidade da água e espécies de peixes que podemos visualizar.

Durante o ponto três encontramos diversas espécies de aranhas, como as tarântulas e a tecelã dourada, essa última faz sua teia em galhos de árvores, possibilitando um estudo com a cadeia alimentar, pois os insetos ficam aderidos na teia. Salientados sobre a ausência de veneno na tarântula e sua forma de defesa, que são os pelos dispostos no corpo, podendo causar irritações.

No ponto quatro, serão observadas as aves. São disponibilizados dez binóculos e oito livros “Aves da Capital das Missões”, (Meller, 2011) com as principais espécies da região. No banhado encontramos a Jacana jacana (Jaçanã) ave que reside em locais encharcados. Através dessa observação chamamos atenção para a importância da preservação dessas áreas.

Identificamos outras espécies de aves entre elas a Molothrus bonariensis

(Vira-bosta) uma vez que desperta a curiosidade, em função do seu nome.

Informamos que o pássaro vira o estrume depositado na grama para se alimentar das larvas presentes no mesmo.

Podemos encontrar no ponto cinco os líquens vermelhos, os quais são uma associação de algas e fungos, e estão relacionados como indicadores de baixa poluição atmosférica.

No ponto seis trabalhamos com os problemas ambientais como corte de árvores nativas. Salienta-se aos participantes, que uma alternativa para a preservação da mata nativa é o plantio de eucaliptos, que fornecem energia de modo mais sustentável, permitindo a sua remoção. Portanto promovendo uma compreensão do real valor dessas culturas para as indústrias na fabricação de produtos, principalmente o papel.

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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RELATO

Evidenciamos que a partir de novas descobertas e curiosidades, os alunos expressam o desejo de querer adquirir o conhecimento. Partindo desses anseios, a educação ambiental exige duas dimensões para análise: a dimensão epistemológica e a dimensão pedagógica.

Nesse caminho lógico, movimentar o pensamento significa refletir sobre a realidade partindo do empírico (a realidade dada, o real aparente, o objeto assim como se apresenta à primeira vista) e pelas abstrações (elaborações do pensamento, reflexões, teorias) chegar ao concreto (compreensão mais elaborada do que há de essencial no objeto, concreto pensado). Assim, a diferença entre o empírico (real aparente) e o concreto (real pensado) são as abstrações (reflexões) do pensamento que tornam mais completa a realidade observada (Saviani, 1991).

A forma de pensar e agir com os problemas ambientais implicam a inter-relação da ética, da política, da economia, da ciência, da cultura, da tecnologia, da ecologia, para uma prática da educação ambiental, voltada para a mudança do comportamento até mesmo para a atuação na escola como principal agente transformador da cultura e conscientização das pessoas para os problemas ambientais (Travassos, 2004).

A educação Ambiental tem como função adaptar os indivíduos à sociedade e esses às condições limitadas do ambiente natural. Essa adaptação se faz desde a preparação intelectual: transmissão/aquisição de conhecimentos científicos acerca do ambiente. A partir de planejamento da atividade devem, portanto, ser diferenciadas em função do público alvo, pois as vivências e experiências de cada visitante são distintas.

Os conteúdos envolvidos na trilha têm valor essencialmente intelectual, transformando o ato educativo, intrinsecamente, em dinâmico e construtivo. A assimilação, pela motivação dos alunos, é o princípio educativo fundamental para que ocorram mudanças de comportamento cultural ambiental (Tozzoni-Reis, 2001).

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Estabelecer uma relação entre o que está sendo interpretado com o cotidiano ou a experiência do visitante permite que este se identifique com os temas abordados. Dessa forma, é possível sensibilizar e tornar a interpretação relevante e significativa ao visitante.

Durante a trilha, uma alternativa para sensibilizar, no espaço de tempo disponível em que se encontra em contato com o ambiente natural, na tentativa de aproximá-lo desse meio e, finalmente, torná-lo mais sensível às questões ambientais relevantes para a conservação da natureza tanto no ambiente natural como no urbano (Grün, 1996).

A interpretação dos conceitos científicos necessita ser prazerosa e clara, além disso, é importante utilizar uma linguagem simples e se apropriar de diversos recursos para a transmissão da informação, tais como sons, histórias, placas, figuras, dinâmicas, movimento e humor.

A organização e o planejamento permitem que a mensagem seja transmitida de forma direcionada, e o trabalho em temáticas (mensagem com início, meio e fim) torna claro ao público o objetivo da interpretação. Dessa forma, aperfeiçoam-se as atividades, reduzindo esforços e evitando a dispersão do visitante. Na interpretação, os temas devem ser trabalhadas da forma holística e interligadas, de forma a ressaltar as inter-relações existentes entre os elementos que compõem o meio ambiente (Tilden, 1977).

A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador para que ocorram mudanças radicais em relação à qualidade de vida, que está ligada diretamente ao topo de convivência que o ser humano mantém com a natureza e que implicam em atitudes, valores, ações etc. Essa conscientização para mudanças na mentalidade e na atividade das pessoas deve começar focalizando não só a natureza, mas o ambiente da escola, do trabalho e ambiente doméstico (Travassos, 2004).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da trilha interpretativa, é possível reunir habilidades e conceitos para se trabalhar educação ambiental a partir da natureza. Como produto de meio educativo, devem ser fundamentadas num conhecimento confiável, preciso e dinâmico.

Evidenciamos elementos que as escolas possuem dificuldade em trabalhar, a questão prática da educação ambiental, voltada numa conscientização de valores e ética, sempre buscando instigar o conhecimento científico, partindo de reflexões do real observado, para uma visão do concreto.

A partir das discussões, análises e dados gerados, espera-se ter contribuído para o enriquecimento sobre a utilização das trilhas interpretativas como instrumento educativo e pedagógico. Buscando sensibilizar o visitante e estimular a sua curiosidade e seu interesse pelos cuidados com o meio ambiente transformando a realidade.

Uma vez que o estado real que os homens causam no meio ambiente, e a constatação que precisamos urgentemente de uma educação ambiental mais intensa para frear esse processo de destruição da vida sobre o planeta.

5 REFERÊNCIAS

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SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 10.ed. São Paulo: Cortez, 1991.

GRÜN, Mauro. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. São Paulo: Papirus, 1996.

TILDEN, F. Interpreting our heritage. North Carolina: The University of North Carolina Press, 1977.

TRAVASSOS, Edson. A prática da educação ambiental nas escolas. Porto Alegre: Mediação, 2004.

MELLER, Dante A. Aves da capital das missões. Santo Ângelo: EdiURI, 2011. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 5º a 8º séries do ensino fundamental, Temas transversais. Brasília: MEC, 1998.

SHIMIZU, A. M.; CORDEIRO, A. P.; MENIN, M. S. S. Ética, preconceito e educação: características das publicações em periódicos nacionais de educação, filosofia e psicologia entre 1970 e 2003. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n.31, p. 167-182, 2006. Acesso em: 28 de março de 2012.

TOZZONI-REIS, Marília. Educação ambiental: referências teóricas no ensino superior. Comunic, Saúde, Educ, v.5, n.9, p.33-50, 2001.

Referências

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